Jornal “DH” conta agora com 7 colunistas
Pe. Roberto Bocalette
- Américo de Campos.
SEMANAS
CATEQUÉTICAS
Rafael Dalben Ferrarez - Talhados.
JORNAL
Pe. José Eduardo Vitoreti - Ubarana.
Jean Charles Serbeto
- vereador.
CIRCULAÇÃO
NACIONAL
FEVEREIRO/2015
ANO 16
Nº 203
Diocese de São José do Rio Preto/SP - EDIÇÃO REGIONAL -
Página 14
Votos Solenes
FRATERNIDADE
SÃO FRANCISCO
Priscila B. Castelar
Vieira - nutricionista.
Pe. Hallison H. de
Jesus Parro.
Diocese
completa
86 anos
Missa de Abertura
da CF-2015
Seminarista Paulo
Henrique de Castro.
MENSAGEM DO
PAPA FRANCISCO
PARA A
QUARESMA 2015
Página 3
Página 16
Canção Nova
RENOVAÇÃO DOS
COMPROMISSOS
Dom Tomé e pe. Hallysson. Página 5
CELEBRAÇÃO
EUCRÍSTICA
ABRE O ANO
ACADÊMICO
2015
Página 11
Cursos Atualização
TEOLOGIA E
FORMADORES
Página 10
Página 9
Jubileu de Ouro Sacerdotal de Dom
Luiz Demétrio Valentini.
O Povo de Deus tem a alegria de celebrar os
cinquenta anos de vida sacerdotal de Dom Demétrio Luiz Valentini, Bispo Diocesano de Jales,
SP, nascido em 31 de janeiro de 1940, em São
Valentim, RS, filho do Sr. Antônio Valentini e
D. Tereza Bertoldi. Página 16
Início do processo de Beatificação e
Canonização Pe. Ângelo Angioni
Em fevereiro de 2014, o Instituto Missionário
Imaculado Coração de Maria, através da Diocese de São José do Rio Preto, SP, solicitou à
Congregação para a Causa dos Santos, na Santa
Sé, em Roma, Itália. Página 12
24º Curso Anual dos
Bispos do Brasil no Rio/RJ
No Centro de
Estudos do Sumaré,
da Arquidiocese de
São Sebastião do Rio
de Janeiro, ocorreu,
entre os dias 26 e 30
de janeiro do ano em
curso, o 24º Curso
Anual dos Bispos do
Brasil, com 90 bispos
participantes provenientes de diversas dioceses
brasileiras. Prosseguindo a linha diretiva dos
últimos anos, o curso teve como horizonte os
50 anos do Concílio VDSC_6207-00Vaticano
II, abordando os temas: Comunicação Social,
Liberdade Religiosa e Relações
com as Religiões
não Cristãs.
Sua Eminência
o Cardeal Angelo
Amato, Prefeito
da Congregação
para a Causa dos
Santos, abordou,
em suas três
conferências, os
seguintes tópicos:
A “Declaração
Dominus Iesus”
da Congregação
para a Doutrina da Fé nos quinze anos da sua
publicação; Diálogo Inter-religioso: significado
e valor; “Nostra Aetate”: um olhar sobre a
Declaração do Vaticano II.
Sua Excelência o Arcebispo Dom Cláudio
Maria Celli, Presidente do Pontifício Conselho
das Comunicações Sociais, abordou diversos
PALAVRA DO BISPO
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
DIOCESE 86 ANOS
2
aspectos da Comunicação Social na Igreja e
no mundo, em três conferências, chamando a
atenção para o uso correto das novas mídias
como instrumentos adequados para a Igreja
estar presente no meio do povo, sobretudo das
novas gerações.
Monsenhor Pierangelo Sequeri, Professor
da Universidade de Milão, desenvolveu a
seguinte reflexão, em três palestras: A liberdade religiosa – Da “Dignitatis Humanae” à
pós-modernidade democrática.
Para além da parte acadêmica, o curso é para
os bispos participantes: uma oportunidade para a
oração em comum, sobretudo a concelebração
da Eucaristia e a oração da Liturgia das Horas;
muitos aproveitam
a ocasião para
direção espiritual
e busca de orientações com outros
bispos; tempo de
convivência, pois
muitos vivem em
dioceses longínquas; para outros,
é ainda um tempo
de descanso das
lides episcopais
diárias.
Agradecemos
ao Emmo. Cardeal
Dom Orani João Tempesta pela acolhida,
hospitalidade e organização do evento. Deus
lhe pague!
+ Tomé Ferreira da Silva
Bispo Diocesano de São José do Rio Preto
FEVEREIRO/2015
Alimentação Saudável
Priscila Basso Castelar Vieira
Nutricionista
- Receita do mês -
Suco Refrescante
Nada melhor como uma bebida refrescante para amenizar as
altas temperaturas desses dias. A sugestão é rápida e nutritiva:
suco de uva com água de coco.
Para essa receita, é necessário:
- 250 ml de água de coco gelada;
- 9 unidades de uva rubi (ou outra uva de sua preferência)
O preparo é simples, basta bater todos os ingredientes no
liquidificador e coar. Sirva bem gelado. Não é necessário adoçar!
A água de coco é rica em minerais e uma ótima opção para
hidratar-se no verão. A uva, além de possuir uma substância
cardioprotetora, também tem ação antioxidante, que auxilia
no combate ao envelhecimento celular. Essa combinação é
perfeita para sua saúde!
EXPEDIENTE
O Jornal “Diocese Hoje” é editado pela Fundação Mater Ecclesiae.
Fundador: Donizeti Della Latta
E-mail: [email protected]
Endereço: Avenida Constituição, 1372 - São José do Rio Preto/
SP - Fone: (17) 2136.8699
Diretor Responsável: Dom Tomé Ferreira da Silva
EQUIPE DE REDAÇÃO: Pe. Roberto da Silva Bocalete e seminarista Paulo Henrique de Castro.
Colunistas: Jean Charles Serbeto, Pe. Rafael Dalben Ferrarez, Pe. Vitoreli, Pe. Roberto Bocalete, Priscila
Basso Castelar Vieira, Padre Hallison Henrique de Jesus Parro e seminarista Paulo Henrique de Castro.
Colaboradores - edição de fevereiro/2015: Santa Sé – Sites Oficial do Vaticano Romano, Congregação das Irmãs da Providência de GAP, André Botelho, Pe. Eliseo Lopes, Castilho, Pe. Edvaldo Rosário Calazans, Pedro Roberto,
Dom Jacinto Bergmann, seminarista Alan Daga Miatello, Harley Pacola, profa. Mestra Valdete Belon Basaglia, Della
Latta.
* Os artigos publicados são de inteira responsabilidade de seus autores.
Distribuição gratuita
Distribuído nas cidades de Adolfo, Altair, Álvares
Florense, Américo de Campos, Bady Bassitt,
Bálsamo, Buritama, Cedral, Cosmorama, Floreal,
Gastão Vidigal, Guapiaçu, Ida Iolanda, Jaci, José
Bonifácio, Lourdes, Macaubal, Magda, Mendonça,
Mirassol, Mirassolândia, Monções, Monte Aprazível,
Nhandeara, Nipoã, Nova Aliança, Nova Granada,
Nova Luzitânia, Onda Verde, Orindiúva, Palestina,
Parisi, Paulo de Faria, Planalto, Poloni, Pontes
Gestal, Potirendaba, Riolândia, São José do Rio
Preto, Sebastianópolis do Sul, Tanabi, Turiúba,
Ubarana, Uchoa, União Paulista, Valentim Gentil,
Votuporanga e Zacarias.
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
FEVEREIRO/2015
DIOCESE 86 ANOS
3
“Fortalecei os vossos corações” (Tg5,8)
Mensagem do Papa Francisco para Quaresma 2015
Amados irmãos
e irmãs!
Tempo de renovação para a Igreja,
para as comunidades
e para cada um dos
fiéis, a Quaresma é
sobretudo um “tempo favorável”
de graça (cf. 2 Cor6,2). Deus nada
nos pede, que antes não no-lo tenha
dado: “Nós amamos, porque Ele
nos amou primeiro” (1 Jo4,19). Ele
não nos olha com indiferença; pelo
contrário, tem a peito cada um de
nós, conhece-nos pelo nome, cuida
de nós e vai à nossa procura, quando
O deixamos. Interessa-Se por cada
um de nós; o seu amor impede-Lhe
de ficar indiferente perante aquilo
que nos acontece. Coisa diversa se
passa conosco! Quando estamos
bem e comodamente instalados,
esquecemo-nos certamente dos outros
(isto, Deus Pai nunca o faz!), não
nos interessam os seus problemas,
nem as tribulações e injustiças que
sofrem; e, assim, o nosso coração
cai na indiferença: encontrando-me
relativamente bem e confortável,
esqueço-me dos que não estão
bem! Hoje, essa atitude egoísta de
indiferença atingiu uma dimensão
mundial tal que podemos falar de
uma globalização da indiferença.
Trata-se de um mal-estar que temos
obrigação, como cristãos, de enfrentar.
Quando o povo de Deus se
converte ao seu amor, encontra
resposta para as questões que a
história continuamente nos coloca.
E um dos desafios mais urgentes,
sobre o qual me quero deter nesta
Mensagem, é o da globalização da
indiferença. Dado que a indiferença
para com o próximo e para com Deus
é uma tentação real também para
nós, cristãos, temos necessidade de
ouvir, em cada Quaresma, o brado
dos profetas que levantam a voz
para nos despertar. A Deus não Lhe
é indiferente o mundo, mas ama-o
até ao ponto de entregar o seu Filho
pela salvação de todo o homem. Na
encarnação, na vida terrena, na morte e
ressurreição do Filho de Deus, abre-se
definitivamente a porta entre Deus
e o homem, entre o Céu e a terra. E
a Igreja é como a mão que mantém
aberta essa porta, por meio da proclamação da Palavra, da celebração
dos Sacramentos, do testemunho da
fé que se torna eficaz pelo amor (cf.
Gl 5,6). O mundo, porém, tende a
fechar-se em si mesmo e a fechar a
referida porta através da qual Deus
entra no mundo e o mundo n’Ele.
Sendo assim, a mão, que é a Igreja,
não deve jamais surpreender-se, se
se vir rejeitada, esmagada e ferida.
Por isso, o povo de Deus tem necessidade de renovação, para não
cair na indiferença nem se fechar
em si mesmo. Tendo em vista essa
renovação, gostaria de vos propor
três textos para a vossa meditação.
1. “Se um membro sofre, com
ele sofrem todos os membros” (1
Cor12,26) - A Igreja.
Com o seu ensinamento e sobretudo com o seu testemunho, a Igreja
oferece-nos o amor de Deus, que
rompe esta reclusão mortal em nós
mesmos que é a indiferença. Mas,
só se pode testemunhar algo que
antes experimentamos. O cristão é
aquele que permite a Deus revesti-lo da sua bondade e misericórdia,
revesti-lo de Cristo para se tornar,
como Ele, servo de Deus e dos
homens. Bem no-lo recorda a liturgia de Quinta-feira Santa com o
rito do lava-pés. Pedro não queria
que Jesus lhe lavasse os pés, mas
depois compreendeu que Jesus não
pretendia apenas exemplificar como
devemos lavar os pés uns aos outros;
esse serviço, só o pode fazer quem,
primeiro, se deixou lavar os pés por
Cristo. Só essa pessoa “tem parte com
Ele” (cf. Jo 13,8), podendo, assim,
servir o homem. A Quaresma é um
tempo propício para nos deixarmos
servir por Cristo e, deste modo,
tornarmo-nos como Ele. Verifica-se
isso quando ouvimos a Palavra de
Deus e recebemos os sacramentos,
nomeadamente a Eucaristia. Nesta,
tornamo-nos naquilo que recebemos:
o corpo de Cristo. Neste corpo, não
encontra lugar a tal indiferença
que, com tanta frequência, parece
apoderar-se dos nossos corações;
porque, quem é de Cristo, pertence a
um único corpo e, n’Ele, um não olha
com indiferença o outro. “Assim, se
um membro sofre, com ele sofrem
todos os membros; se um membro é
honrado, todos os membros participam da sua alegria” (1 Cor12,26). A
Igreja é communio sanctorum não só
porque, nela, tomam parte os Santos,
mas também porque é comunhão de
coisas santas: o amor de Deus, que
nos foi revelado em Cristo, e todos
os seus dons; e, entre estes, há que
incluir também a resposta de quantos
se deixam alcançar por tal amor.
Nessa comunhão dos Santos e nessa
participação nas coisas santas, aquilo
que cada um possui, não o reserva
só para si, mas tudo é para todos. E,
dado que estamos interligados em
Deus, podemos fazer algo mesmo
pelos que estão longe, por aqueles
que não poderíamos jamais, com
as nossas simples forças, alcançar:
rezamos com eles e por eles a Deus,
para que todos nos abramos à sua
obra de salvação.
2. “Onde está o teu irmão?” (Gn
4,9) - As paróquias e as comunidades
Tudo o que se disse a propósito
da Igreja universal é necessário agora
traduzi-lo na vida das paróquias e
comunidades. Nestas realidades
eclesiais, consegue-se porventura
experimentar que fazemos parte
de um único corpo? Um corpo que,
simultaneamente, recebe e partilha
aquilo que Deus nos quer dar? Um
corpo que conhece e cuida dos seus
membros mais frágeis, pobres e
pequeninos? Ou refugiamo-nos
num amor universal pronto a
comprometer-se lá longe no mundo,
mas que esquece o Lázaro sentado
à sua porta fechada (cf. Lc16,1931)? Para receber e fazer frutificar
plenamente aquilo que Deus nos dá,
deve-se ultrapassar as fronteiras da
Igreja visível em duas direções. Em
primeiro lugar, unindo-nos à Igreja
do Céu na oração. Quando a Igreja
terrena reza, instaura-se reciprocamente uma comunhão de serviços
e bens que chega até à presença de
Deus. Juntamente com os Santos
que encontraram a sua plenitude
em Deus, fazemos parte daquela
comunhão em que a indiferença é
vencida pelo amor. A Igreja do Céu
não é triunfante, porque deixou para
trás as tribulações do mundo e usufrui
sozinha do gozo eterno; antes pelo
contrário, pois aos Santos é concedido
já contemplar e rejubilar com o fato
de terem vencido definitivamente a
indiferença, a dureza de coração e o
ódio, graças à morte e ressurreição
de Jesus. E, enquanto essa vitória do
amor não impregnar todo o mundo,
os Santos caminham conosco, que
ainda somos peregrinos. Convicta
de que a alegria no Céu pela vitória
do amor crucificado não é plena
enquanto houver, na terra, um só
homem que sofre e geme, escrevia
Santa Teresa de Lisieux, doutora da
Igreja: “Muito espero não ficar inativa
no Céu; o meu desejo é continuar a
trabalhar pela Igreja e pelas almas”
(Carta254, de 14 de Julho de 1897).
Também nós participamos dos
méritos e da alegria dos Santos e
eles tomam parte na nossa luta e no
nosso desejo de paz e reconciliação.
Para nós, a sua alegria pela vitória
de Cristo ressuscitado é origem de
força para superar tantas formas de
indiferença e dureza de coração.
Em segundo lugar, cada comunidade cristã é chamada a atravessar
o limiar que a põe em relação com
a sociedade circundante, com os
pobres e com os incrédulos. A Igreja
é, por sua natureza, missionária, não
fechada em si mesma, mas enviada
a todos os homens. Essa missão é o
paciente testemunho d’Aquele que
quer conduzir ao Pai toda a realidade
e todo o homem. A missão é aquilo
que o amor não pode calar. A Igreja
segue Jesus Cristo pela estrada que
a conduz a cada homem, até aos
confins da terra (cf.Act1,8). Assim
podemos ver, no nosso próximo, o
irmão e a irmã pelos quais Cristo
morreu e ressuscitou. Tudo aquilo
que recebemos, recebemo-lo também
para eles. E, vice-versa, tudo o que
esses irmãos possuem é um dom para
a Igreja e para a humanidade inteira.
Amados irmãos e irmãs, como
desejo que os lugares onde a Igreja se
manifesta, particularmente as nossas
paróquias e as nossas comunidades,
se tornem ilhas de misericórdia no
meio do mar da indiferença!
3. “Fortalecei os vossos corações”
(Tg 5,8) - Cada um dos fiéis
Também como indivíduos temos
a tentação da indiferença. Estamos
saturados de notícias e imagens
impressionantes que nos relatam
o sofrimento humano, sentindo ao
mesmo tempo toda a nossa incapacidade de intervir. Que fazer para
não nos deixarmos absorver por
essa espiral de terror e impotência?
Em primeiro lugar, podemos rezar
na comunhão da Igreja terrena e
celeste. Não subestimemos a força
da oração de muitos! A iniciativa 24
horas para o Senhor, que espero se
celebre em toda a Igreja - mesmo em
nível diocesano - nos dias 13 e 14 de
Março, pretende dar expressão a essa
necessidade da oração. Em segundo
lugar, podemos levar ajuda, com
gestos de caridade, tanto a quem vive
próximo de nós como a quem está
longe, graças aos inúmeros organismos
caritativos da Igreja. A Quaresma
é um tempo propício para mostrar
esse interesse pelo outro, através
de um sinal - mesmo pequeno, mas
concreto - da nossa participação na
humanidade que temos em comum.
E, em terceiro lugar, o sofrimento
do próximo constitui um apelo à
conversão, porque a necessidade do
irmão recorda-me a fragilidade da
minha vida, a minha dependência
de Deus e dos irmãos.
Se humildemente pedirmos
a graça de Deus e aceitarmos os
limites das nossas possibilidades,
então confiaremos nas possibilidades infinitas que tem de reserva o
amor de Deus. E poderemos resistir
à tentação diabólica que nos leva a
crer que podemos salvar-nos e salvar
o mundo sozinhos. Para superar a
indiferença e as nossas pretensões
de onipotência, gostaria de pedir a
todos para viverem este tempo de
Quaresma como um percurso de
formação do coração, a que nos
convidava Bento XVI (Carta enc.
Deus caritas est, 31). Ter um coração misericordioso não significa
ter um coração débil. Quem quer
ser misericordioso precisa de um
coração forte, firme, fechado ao
tentador, mas aberto a Deus; um
coração que se deixe impregnar
pelo Espírito e levar pelos caminhos
do amor que conduzem aos irmãos
e irmãs; no fundo, um coração
pobre, isto é, que conhece as suas
limitações e se gasta pelo outro. Por
isso, amados irmãos e irmãs, nesta
Quaresma desejo rezar convosco a
Cristo: “Fac cor nostrum secundum
cor tuum - Fazei o nosso coração
semelhante ao vosso” (Súplica das
Ladainhas ao Sagrado Coração de
Jesus). Teremos, assim, um coração
forte e misericordioso, vigilante e
generoso, que não se deixa fechar
em si mesmo nem cai na vertigem
da globalização da indiferença.
Com esses votos, asseguro a
minha oração por cada crente e
comunidade eclesial para que percorram, frutuosamente, o itinerário
quaresmal, enquanto, por minha
vez, vos peço que rezeis por mim.
Que o Senhor vos abençoe e Nossa
Senhora vos guarde!
Vaticano, Festa de São Francisco
de Assis, 4 de Outubro de 2014.
4
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
DIOCESE 86 ANOS
FEVEREIRO/2015
Ano da Vida Religiosa 2015
Congregação das Irmãs da Providência de GAP
A Congregação da Irmãs da
Providência de Gap, fundada na
França em 1762 pelo sacerdote
diocesano João Martinho Moye e
beatificado em 21 de novembro de
1954, pelo Papa Pio XII, celebra em
2015 seus 253 anos de atuação na
Igreja. Marca presença em 8 países:
França, Espanha, México, Brasil,
Itália, Índia, África e Haiti.
João Martinho Moye, ordenado
aos 24 anos, já no início do seu ministério, ouviu o apelo das crianças,
adolescentes e adultos necessitados
de pão e instrução. Amadurecido
seu Projeto das Escolas, em 1792,
envia uma moça Margarida Leconte,
abandonada à Providência, à aldeia
de Vigy ( França), para iniciar uma
escola. Era a semente da Congregação, que hoje se estende por 4
continentes, através de outras 6
Congregações da Providência com
a mesma espiritualidade.
João M. Moye, homem de oração
e fé, atento a vida e profundamente
abandonado à Providência, deixou
como herança às suas Irmãs quatro
virtudes; Abandono à Providência,
Simplicidade, Caridade, Pobreza e
a espiritualidade de Providência.
Durante 10 anos, foi missionário na
China e, ao voltar à Europa, devido
a Revolução Francesas foi exilado
juntamente como um de Irmãs Pares
Trever ( Alemanha), onde veio a
falecer em 1793.
A Congregação das Irmãs da
Providência de Gap é reconhecida
na Igreja como Instituto de Vida
Apostólica. Sua missão carismática,
recebida do fundador e transmitida
através da história por gerações de
Irmãs, tem por finalidade a ação
evangelizadora, dedicando-se em
escolas, hospitais, asilos, orfanatos,
creches, paróquias, promoção e assistência social, principalmente pela
presença de testemunho, vivendo em
lugares pobres e periféricos como
queria o fundador.
No Brasil, as Irmãs da Providência de Gap estão presentes em
15 estados, num total de 220 Irmãs,
distribuídas em 2 Províncias e uma
Região : Província Leste( com sede
em Itajubá – MG), Província Sul (
com sede em São Paulo – Capital)
e a Região Nordeste ( como sede
em Salvador – BA).
• Que caminhos a Providência
se serviu para chegar até à Diocese
de São José do Rio Preto?
O 1º Bispo Diocesano Dom
Foto: Irmãs da Providência de Gap
VOCAÇÕES
Pe. Rafael
Dalben Ferrarez
Pastoral Vocacional
Buscarei outro mar
Irmãs da Providência de Gap: Léia, Terezinha, Ângela e Isaura.
Lafayette Libânio, natural de Pouso
Alegre (MG), conhecendo as atividades desenvolvidas pelas Irmãs
da Providência, no Sul de Minas,
pensou na organização da Diocese,
tendo a colaboração das religiosas
da Providência. A partir de 1935,
houve sucessiva presença das Irmãs
na Diocese. Foi assim que a 1ª obra
confiada à Congregação foi o Asilo
São Vicente na cidade de Cedral, em
1935. Portanto, neste ano de 2015,
são 80 anos de presença das Irmãs
da Providência Gap, na Diocese de
São José do Rio Preto.
Dom Lafayette, no seu zelo apostólico, conseguiu, junto à Superiora
no Brasil ( Itajubá – MG), outras
funções. A Congregação assume
as obras seguintes:
• Asilo São Vicente de Paulo - S.
J. do Rio Preto - 1936;
• Santa Casa de Misericórdia Monte Aprazível - 1937;
• Santa Casa de Misericórdia José Bonifácio - 1939;
• Colégio Santa Tereza - Nova
Granada - 1939;
• Santa Casa de Misericórdia Tanabi - 1942;
• Lar Nossa Senhora de Fátima
- S. J. do Rio Preto - 1955.
As Irmãs, sempre incansáveis
no atendimento a essas obras,
dedicavam-se também a ação pastoral e evangelizadora nas paróquias,
como também a uma Comunidade
de formação Postulado em Tanabi,
por alguns anos, no Bairro Cavazzi.
As Irmãs, ainda, marcaram presença na Paróquia Nossa Senhora da
Conceição, do Parque Estoril, com
a Casa de Postulado transferida de
Tanabi, como também na Paróquia
Santo Expedito em Rio Preto e na
Paróquia São João Batista na Nova
Tanabi - Tanabi.
O Bispo Dom Orani João
Tempesta, hoje cardeal Tempesta,
pediu à Supervisora para que as
Irmãs atendessem o Parque da
Cidadania, recém-construída e que
pertence à Paróquia Santo Antônio
de Pádua, na Periferia de Rio Preto.
Atendido o pedido, fundou-se uma
Comunidade de Irmãs na Matriz
da Paróquia, dando assistência ao
Parque da Cidadania, porque ainda
não tinha condições de lá residir. Em
2005, foi possível residir no local,
o que ajudou a ser mais presença e
encaminhar a evangelização.
Devido a escassez de novas
vocações, diminuição do efetivo das
irmãs e idade, no momento atual, a
Congregação da Providência de Gap
está somente no Parque da Cidadania,
Capela Sagrada Família, atuando na
Matriz Santo Antônio e no Residencial
da Nova Esperança, onde há um
enorme trabalho de evangelização
a ser feito. Há, também, um atendimento a 7 grupos que pertencem a
Família Providência - leigos e leigas,
espiritualidade da Congregação, em
Rio Preto e cidades vizinhas.
Como o Beato João Martinho
Moye, rezamos: “Que Deus seja
vosso único sustento, vossa esperança,
vossa força e alegria, vosso tudo”.
Irmãs da Providência de Gap
São José do Rio Preto
Vivenciando o início do
Tempo Comum em que Jesus
escolhe seus apóstolos a fazer
experiência com Ele, nosso artigo
não poderia fugir a esse tema.
No evangelho de Marcos
1,16-19, encontramos o chamado de Pedro, André, Tiago
e João. Zebedeu estava trabalhando com seus filhos: Tiago
e João. Jesus os chamou e eles
os seguiram. Uma música bem
popular chamada A barca nos
mostra muito bem o que ocorreu
naquele momento:
Tu te abeiraste na praia,
não buscaste nem sábios,
nem ricos,
somente queres que eu te
siga.
Senhor, Tu me olhaste nos
olhos,
a sorrir, pronunciaste meu
nome.
Lá na praia, eu deixei o
meu barco,
junto a Ti, buscarei outro mar
A letra dessa música fala
de vocação, e aí se vê duas
atitudes diferentes: Jesus que
escolhe e Jesus que chama.
Escolhe cada um pessoalmente
e chama pelo nome.
O chamado é pessoal e
inconfundível, mas podemos
perceber que eles mudaram
de “mar” e não apenas de
profissão. De pescadores de
peixes, tornaram-se pescadores
de homens. O Senhor tem uma
vocação e uma missão a cada
um de nós, como tinha a cada
um dos apóstolos.
Não importa quem somos,
onde moramos, que formação
temos, quais são as nossas capacidades e nossas fraquezas.
Nada disso importa quando
Jesus nos escolhe e nos elege
para sermos seus apóstolos. O
Senhor nos chama a usarmos
as redes, a sermos pescadores,
a pescarmos homens para seu
Reino.
O Senhor quer usar a sua
profissão para resgatar pessoas.
Se você é jovem, você pode
pescar seus pais, seu irmão,
um amigo, seu vizinho e muita
gente que você nem imagina.
Seja qual for seu trabalho, sua
realidade, você pode fazer dele
uma “rede” para pescar muitos
para Deus.
O chamado não é só para
a vida sacerdotal e religiosa.
Jesus chama doze homens.
O número doze, no contexto
bíblico, significa a totalidade.
Assim, ao chamar doze apóstolos,
Jesus está chamando a todos a
fazer parte de seu Reino. Não
há exclusões, todos são escolhidos e chamados a estarem
caminhando com Jesus.
Pe. Rafael Dalben Ferrarez
Paróquia São Sebastião - Talhado
Vice-reitor do Seminário Propedeutico Nossa
Senhora da Paz
[email protected]
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
DIOCESE 86 ANOS
FEVEREIRO/2015
Lançamento
do novo site da
Diocese na Catedral
O bispo de São José do Rio
Preto, Dom Tomé Ferreira da
Silva, presidiu Missa em Ação de
Graças pelos 86 anos de criação da
Diocese. O encontro, que aconteceu
no último dia 25 de janeiro, na Sé
Catedral, marcou, também, o início
das ações pastorais regionais em
2015 e a retomada das atividades
nos seminários Maior (Sagrado
Coração de Jesus) e Propedêutico
(Nossa Senhora da Paz).
Apresentando um “contexto cinzento”, que considerou a atualidade
nacional e internacional (na esfera
política e diplomática), Dom Tomé
falou da necessidade dos “inveterados
pecadores” atenderem ao convite
de Jesus à mudança de vida. “A
penitência é um meio e um sinal de
conversão. Nós somos cidadãos do
céu e o céu começa aqui e agora”,
afirmou.
Alicerçando o seu pensamento
na mensagem do Evangelho, Dom
Tomé também dirigiu uma palavra
de ânimo aos seminaristas. “Que rede
você deve deixar ou está deixando?
Caros jovens, não tenham medo dessa
‘divina aventura’ que é a vocação
sacerdotal”, incentivou o epíscopo.
Foi apresentado oficialmente,
no final da celebração, o novo site
da Diocese. O projeto, coordenado
pelo padre Hallison Parro, está segundo o presbítero - apoiado sob
três pilares: “o da simplicidade, do
dinamismo e da interatividade”. O
bispo, antes da bênção final, fez o
primeiro acesso, sob aplausos da
assembleia reunida. “Agradecemos
a Deus os 86 anos da Diocese de
São José do Rio Preto”, concluiu
Dom Tomé.
Texto e Fotos: André Botelho
(Serviço Social São Judas Tadeu)
5
O Ano da Paz 2015
Vivemos em um país sob um
regime de estado democrático de
direito, porém conduzido por um
sistema capitalista, em que se valoriza o ter e o poder, desprezando
o ser. Ricos cada vez mais ricos,
e pessoas que caloteiam, fraudam,
agridem, roubam, maltratam, iludem,
fingem, traem, aliciam, enganam
e até matam, para fazer valer seus
desejos pessoais, melhorar seu
status ou adquirir bens materiais.
Dificuldade em lidar com as
diferenças, ambição e vida desregrada toma conta de grande parte
dessa sociedade exigente, enquanto
grande parcela da classe política,
sem controle eficaz de seus atos,
se esquece dos compromissos pelo
bem comum e dedica esforços a fim
de atender seus interesses pessoais.
Resultado: desamor, desequilíbrio social, injustiça, violência,
criminalidade. Sem perceber, essa
mesma sociedade, acomodada, aceita,
de forma passiva e até silenciosa,
o problema. Todos desprotegidos.
A sociedade clama por paz.
Mas o que é paz? Há quem
entenda que paz seja um estado de
espírito, cabendo a cada indivíduo
buscá-la interiormente. Outros
entendem que a paz é encontrada
quando a situação financeira está
controlada, ou que é fruto de um
ambiente livre de violência ou
criminalidade, etc. Não são poucas as opiniões a respeito, mas na
verdade o conceito de paz tem uma
abrangência muito maior do que a
relação entre pessoas, espaço geográfico e baixos índices criminais.
Para os que entendem que a paz
está relacionada com a violência e
a criminalidade, vale dizer que esse
é um dos assuntos mais discutidos
na sociedade moderna e uma de
suas maiores preocupações. Como se tais questões pudessem ser
solucionadas pela polícia, quase
todos, influenciados por “falsos
especialistas” ou, parte da mídia mal
informada, passam a exigir, cada
vez mais, policiais nas ruas, mais
viaturas, mais prisões, etc, como
se o incremento da violência e da
criminalidade estivesse diretamente
relacionado, tão somente à força
policial do estado.
Estudiosos que têm se debruçado sobre a questão dizem que a
violência está inscrita e arraigada
nas relações sociais, não podendo, desta forma, ser considerada
apenas como uma força exterior
que se impõe aos indivíduos e às
coletividades.
A psicanálise apresenta várias
interpretações sobre o tema, em que
associa a violência à agressividade
instintiva do ser humano, que o
inclina a matar e a fazer sofrer seus
semelhantes, bem como a define
como instrumento para arbitrar
conflitos de interesses.
Alguns autores, quando tratam
desse assunto, têm em comum a
clareza de considerar a violência
como um problema social e histórico. Somos da teoria de que não
se pode estudar a violência fora da
sociedade que a produziu, porque
ela se nutre de fatos políticos,
econômicos e culturais traduzidos
nas relações cotidianas.
Discute-se muito a respeito
do assunto, mas quem declara a
verdade é a Igreja cristã quando,
pautada nos princípios bíblicos, diz
que nossa maior segurança vem de
Deus. Nossa paz vem de Deus!
Dentro desse contexto, sabiamente, o ano de 2015 foi denominado, pelos Bispos que compõem
a Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil (CNBB), como o Ano da
paz. A Igreja, com essa decisão,
sinaliza sua preocupação e busca
fomentar a discussão sobre o assunto,
visando a reflexão da sociedade,
a mudança de comportamento e,
consequentemente, um ambiente
mais harmônico entre as pessoas.
A respeito dessa questão, Dom
Orani João Tempesta diz que ¨a
alegria nasce da paz que Cristo
concede” e prossegue dizendo
“que possamos viver este Ano da
Paz com muitas bênçãos, atitudes,
gestos concretos e sempre pedindo
ao Senhor que nos ilumine e que
traga esta paz aos nossos corações,
às famílias e a todo o mundo. Que
a Paz reine em nossas fronteiras!
Sejamos propagadores e testemunhas da paz, aquela paz que vem
do Senhor!”.
Diz, também, Dom José Belisário da Silva, Arcebispo de São
Luís (MA) e Vice-Presidente da
CNBB, que “o Ano da Paz é um
convite para reflexão sobre os
motivos de tantos acontecimentos
violentos”. Diz, ainda, estar "na
hora da sociedade brasileira dar
passos no sentido de buscar uma
harmonia maior no relacionamento
humano”.
O desafio maior, na busca
pela paz, é a tarefa de realizar o
bem comum, dentro do local de
trabalho, família, e nas relações
interpessoais, derrubando, desta
forma, as muralhas da incompre-
eensão e do ódio.
É preciso não perder o ensinamento de que fomos criados à
imagem e semelhança de Deus.
Nesta mesma linha de raciocínio,
a palavra de Deus nos afirma que
Deus é amor perfeito, o que significa
dizer que, sendo criados com amor
e semelhança de Deus que somos,
temos em nosso DNA a genética
do amor.
Durante este ano de 2015 – Ano
da Paz -, iremos discorrer e ampliar
o debate sobre como é possível
criar cultura da paz no ambiente
que vivemos, a começar de nós
mesmos.
Não podemos perder de vista
que somos diferentes. Homens,
mulheres, crianças, jovens, adultos
e idosos. Temos culturas diferentes, sentimos diferentes, agimos
diferentes, decidimos diferente e
reagimos diferente. Ricos e pobres.
Tudo diferente. Uns radicais, outros
nem tanto.
Altos e baixos, gordos e magros,
feios e bonitos. Somos diferentes
e é exatamente com as diferenças
que exercitamos a arte de amar.
Madre Tereza de Calcutá, em sua
simplicidade, diz:
“A inteligência sem amor, te
faz perverso. A justiça sem amor,
te faz implacável. A diplomacia
sem amor, te faz hipócrita.
O êxito sem amor, te faz arrogante. A riqueza sem amor, te faz
avaro. A docilidade sem amor, te
faz servil.
A pobreza sem amor, te faz
orgulhoso. A beleza sem amor,
te faz ridículo. A autoridade sem
amor, te faz tirano.
O trabalho sem amor, te faz
escravo. A simplicidade sem amor,
te deprecia. A oração sem amor, te
faz introvertido.
A lei sem amor, te escraviza. A
política sem amor, te deixa egoísta.
A fé sem amor, te deixa fanático.
A cruz sem amor, se converte
em tortura. A vida sem amor, não
tem sentido.”
Penso que esses ensinamentos,
por si só, contribuem para nossa
primeira reflexão a respeito da paz
que tanto buscamos. Basta exercitar!
Jean Charles
Serbeto
(Coronel da PM, Bacharel em
Direito, Mestre e Doutor em
Ciências Policiais de Segurança
e Ordem Pública e Vereador em
S.J.Rio Preto)
6
DIOCESE 86 ANOS
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
FEVEREIRO/2015
Ano da Vida Religiosa
Ordem de Santo Agostinho, O.S.A
O Carisma: Quem somos nós?
A Ordem agostiniana está
constituída por pessoas, homens
e mulheres, que, com palavras da
Regra que professamos, “vivemos
unânimes em casa, tendo uma só
alma e um só coração orientados
para Deus” (Regra, 1,3).
Somos cristãos que, cativados
pelo exemplo e doutrina de Santo
Agostinho, caminhamos juntos,
como o fizeram as comunidades que
durante sua vida fundou (354-430),
ao mesmo tempo em que construímos
nossa própria casa e servimos ao Povo
de Deus. Por isso que o lema dos
agostinianos seja: “uma só alma e
um só coração para Deus”.
Somos, pois, agostinianos porque temos como pai e guia Santo
Agostinho. Apesar de ter nascido
há mais de 1660 anos, até hoje seu
legado literário e espiritual desperta
interesse em milhares de pessoas ao
redor de todo o mundo.
Nosso CARISMA está alicerçado sobre três eixos norteadores,
três pilares: Interioridade, vida em
comunidade e serviço à Igreja.
1. Interioridade
Valores equivalentes: silêncio,
meditação, ouvir o coração e ouvir-se, voltar para dentro de si mesmo,
busca da verdade.
Agostinho é conhecido como
alguém que buscou constantemente
e profundamente a verdade. Essa
busca durou toda a sua vida e foi
feita por muitos lugares e de muitas
formas. Até que, em um determinado momento, ele concluiu que
essa verdade que tanto buscava
não estava longe, mas perto, porque estava dentro dele mesmo. A
experiência humana e espiritual de
Santo Agostinho pode ser sintetizada
da seguinte forma: busca intensa da
Verdade, de Deus; e, tendo-O encontrado, a ele dedicar-se inteiramente
em comunhão com os irmãos. A
busca de Deus é o motivo-guia, o
fio condutor da espiritualidade de
Agostinho. E busca de Deus, para
Agostinho, identifica-se com busca
da Verdade. Mas não diz respeito
somente a quem busca verdades
sobre as coisas, ou a quem ainda
não tem fé, nem a quem ainda não
encontrou em Cristo a verdade de
sua existência. Também não se trata
unicamente de atividade do pensamento. Trata-se de uma atitude de fé
em constante busca de Deus; é uma
realidade existencial; envolve mente
e coração; o ser em sua totalidade
em empenho constante de busca.
2. Vida em comunidade (comunhão de vida)
Valores equivalentes: amizade,
fraternidade, solidariedade, interesse
e respeito pelo outro.
''Em primeiro lugar – já que
com este fim vos haveis congregado
em comunidade – vivei unânimes
em casa e tende uma só alma e um
só coração orientados para Deus''.
Àqueles que querem participar
de sua experiência de busca de
Deus, Agostinho propõe o exemplo
da primitiva comunidade cristã de
Jerusalém, descrito nos Atos dos
Apóstolos (4,32): formavam um
só coração e uma só alma, tudo
era comum entre eles e a cada um
dava-se conforme suas necessidades.
3. Serviço à Igreja ( à Sociedade)
Valores equivalentes: pastoral,
educação, serviços diversos, defesa da
vida e dos direitos, responsabilidade
social, colocar meus dons a serviço.
Os Agostinianos não temos uma
atividade específica e única. Não é uma
atividade que nos caracteriza, é um
estilo de vida. Toda e qualquer ação
é consonante com os Agostinianos,
desde que realizada ‘agostinianamente’,
isto é, desde que respeite os valores
fundamentais da vida agostiniana,
(interioridade, comunidade, segundo o estilo de Agostinho). Mas, de
que adiantariam pessoas com uma
‘vida interior’ exemplar ou vivendo
em ‘comunidades perfeitas’ se elas
estivessem isoladas do mundo? A
família agostiniana não vive e não
está desconectada da realidade.
Pelo contrário, os agostinianos e
as agostinianas estamos à frente de
milhares de atividades espalhadas
pelos cinco continentes.
Agostinianos no mundo
A Ordem de Santo Agostinho
está presente em mais de 45 países.
A missão dos agostinianos se realiza
primeiro, vivendo em comunidade;
segundo, trabalhando em universidades, colégios, creches, centros
profissionalizantes, paróquias, missões, etc. para transmitir o que, por
sua vez, cada um e todos recebemos
como herança.
Nossa chegada ao Brasil:
Há cento e dezesseis anos que
os agostinianos estamos no Brasil.
Com certeza, a primeira vez
que foi mencionado o nome de Sto.
Agostinho, em terras brasileiras,
aconteceu em 1500, quando uma
esquadra portuguesa tocou num recanto
do litoral da Bahia, denominando-o Cabo de Sto. Agostinho. Porém
da história e presença da ordem
de Sto. Agostinho, antes de 1899,
pouco podemos dizer. É lógico que a
província portuguesa tenha enviado
vários dos seus filhos à colônia do
Brasil. Também brasileiros ingressaram na ordem, já em Portugal,
como é o caso de Frei José de Sta.
Rita Durão (1720-1784), natural de
Cata Preta (Minas Gerais), autor do
poema épico “O Caramuru”.
+ 1898 - Com motivo da
Celebração do Concílio Plenário
Latino-Americano, em Roma, vários prelados brasileiros sabendo
do acontecido nas Ilhas Filipinas,
onde por causa da revolução, muitos
Padres Agostinianos foram presos e
tiveram que voltar para a Espanha,
ficando lá apenas os religiosos
nativos, solicitam ao Rvmo. Pe.
Tomás Rodrigues, Superior Geral
da Ordem de Santo Agostinho, o
envio de diversos religiosos às terras
brasileiras.
+ 1899 - No dia 17 de junho
de 1899, chegam ao Rio de Janeiro, provenientes da Espanha, os
primeiros religiosos Agostinianos
da Província de Filipinas: Padres
Joaquín Fernández, Alfredo Carrocera Valdés, Cándido de San
Miguel, Baltasar Gamarra e o Frei
Maximiano Andrés, iniciando-se,
desta forma, o Apostolado Docente,
Social e Paroquial, que perdura até
os dias de hoje.
+ 1926 - A recém-criada Vice-Província do Santíssimo Nome de
Jesus do Brasil, da qual dependiam
os primeiros religiosos chegados
desde 1899, passa a depender da
Província do Santíssimo Nome
de Jesus da Espanha, criada nesse
ano, pela Província de Filipinas,
para dedicar-se principalmente ao
ensino e às missões no Brasil e na
Argentina.
+ 1929 - Chegada da Província
Matritense ao Brasil.
+ 1933 - A Província de Castela
envia religiosos ao Brasil.
+ 1962 - Chegam ao Brasil os
Agostinianos da Província de Malta.
+ 2013 - No dia 13 de setembro
de 2013, o Capítulo Geral aprova a
criação da Província Agostiniana do
Brasil, resultado da fusão de três dos
quatro grupos agostinianos existentes no Brasil: Vicariato Santíssimo
Nome de Jesus do Brasil, Vicariato
de Castela e Delegação de Malta. É a
primeira província criada no Brasil.
A Província Agostiniana do Brasil,
respeitando a raiz dos três grupos,
é uma entidade social, filantrópica,
sem fins econômicos, declarada de
utilidade pública, municipal, estadual
e federal, com sede na Praça Santo
Agostinho, 79 - Bairro Liberdade
- São Paulo, SP, fundada e mantida pelos Padres Agostinianos. A
nossa atuação compreende diversos
campos, como: pastoral paroquial,
educação, formação e promoção
humana, assistência social, orientação
e atendimento familiar e religioso,
atingindo o jovem, o adolescente,
a criança e a família.
Na Diocese de São José do Rio
Preto, no presente, estamos desenvolvendo nosso apostolado através
da Paróquia Santa Rita de Cássia,
que abarca três comunidades: Santa
Rita, Santa Mônica e Santa Inês, e
do Colégio Agostiniano São José.
Pe. Eliseo Lopes
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
DIOCESE 86 ANOS
FEVEREIRO/2015
Amigos e amigas leitores(as)
de nosso Jornal: a partir deste ano,
teremos uma coluna dedicada a
esclarecer as dúvidas de nossos
leitores, respondendo perguntas
que nos forem enviadas. Para esse
primeiro contato, selecionamos
algumas questões muito comuns,
para a formação de nossos fiéis
católicos.
1. O que é a fé? Ela pode
amadurecer?
A fé é a resposta do homem
a Deus, que se revela e nos convida à experiência pessoal com
Ele: é uma adesão do homem a
Deus. A fé é uma graça, por isso
dom de Deus, mas também é um
ato humano, que não contraria a
liberdade e nem a inteligência do
homem; por isso “crer é um ato de
inteligência”. A fé pode ser amadurecida sim, nos diz o Catecismo da
Igreja Católica (162): “para viver,
crescer e perseverar até o fim na
fé, devemos alimentá-la com a
Palavra de Deus; devemos implorar
ao Senhor que a aumente; ela deve
agir pela caridade, ser carregada
pela esperança e estar enraizada
na fé da Igreja”. Amadurecemos
a fé, também, pela compreensão e
estudo, pela dedicação ao conhecimento de nossas “verdades de
fé”, pela experiência comunitária
e eclesial que alimenta a fé.
2. Como entender o tempo
da Quaresma? É um tempo de
medo?
Lembro-me, quando criança,
que ouvia dizer que a Quaresma
era um tempo de silêncio, de
recolhimento, que devia se evitar
muitos afazeres e ainda ter muito
medo, porque éramos punidos por
nossos pecados com a presença
de seres de outro mundo, com
influência do folclore, que vinham
nos visitar. No entanto, para o bom
cristão católico, a quaresma não
pode ser vivida de maneira mítica
ou supersticiosa: é um tempo de
preparação para celebrarmos a
Páscoa de Nosso Senhor Jesus
7
1º Acampamento
dos Vicentinos
Jovens
Cristo, que pede a nós a conversão,
a oração, o jejum, a penitência. É o
tempo favorável da reconciliação,
por isso a prática sacramental da
confissão é intensificada. É o
tempo de revermos nossa prática
social, iluminados anualmente
pela Campanha da fraternidade.
Sendo assim, quaresma é um tempo
forte na vida da Igreja, em que
fazemos o caminho para a Páscoa,
motivados pela Palavra e unidos
aos sentimentos de Jesus Cristo,
cultivando a oração, o amor a Deus
e a solidariedade com os irmãos.
3. A Bíblia é a Palavra de
Deus, que deve ser lida e compreendida pelos fiéis. Como não
devemos ler a Bíblia?
Já me perguntaram qual a
maneira correta de ler a Sagrada
Escritura. Há uma variedade de
metodologias; no entanto, o que
é essencial é ler a bíblia com o
coração da Igreja. Podemos lê-la
de modo exegético, estudando
cultura, religião, situação sociopoliticoeconômica da época;
podemos lê-la na ótica litúrgica,
pastoral, catequética; podemos lê-la como fonte de espiritualidade,
com a prática da leitura orante,
como a Igreja tem nos orientado
hoje; podemos lê-la em círculos
de estudos bíblicos, enfim, lê-la
para que o Espírito Santo conduza
ao conhecimento das verdades
nela contidas. Sendo assim, não
devemos ler a bíblia de maneira
fundamentalista ou literalista (ao
pé da letra – sem levar em conta
contexto); de forma esotérica
(buscando fórmulas mágicas, lendo
textos aleatórios abertos do nada);
de maneira intimista (como se a
Bíblia fosse livro de autoajuda);
como livro de receitas (buscando
soluções para tudo e fórmulas prontas
para viver). A Palavra é alimento
para a vida do discípulo, por isso
a intimidade com a Palavra pede
de nós conhecimento, abertura
ao Espírito, leitura comunitária.
Fujamos das tentações de uma
leitura fragilizada e fragmentada
da Sagrada Escritura.
4. Quando estamos cometendo pecado contra o segundo
mandamento “Não usar o santo
nome de Deus em vão”?
Essa é uma pergunta muito
comum, já que chamamos a Deus
e Nossa Senhora muitas vezes
durante o dia, gerando dúvidas
se isso seria um erro ou não. O
fiel deve testemunhar o nome do
Senhor, tendo respeito devido
ao seu nome, como também de
Maria e dos santos. O segundo
mandamento proíbe o abuso ou
uso inconveniente do nome de
Deus (e dos santos), por meio de
blasfêmias (proferir contra Deus
palavras de ódio, ofensa e desafio;
para encobrir práticas criminosas
ou abuso de poder), de pragas
(intervir o nome de Deus para o
mal), ainda usando de maneira
mágica ou em juramento falso. O
segundo mandamento prescreve
o respeito ao nome do Senhor: a
santidade do nome divino exige
que não O recorramos para coisas
sem importância, fúteis ou desnecessárias. O nome é Sagrado,
traz presente a pessoa, por isso,
ao proferirmos o nome de Deus,
de Nossa Senhora ou dos santos,
que seja para trazê-los presentes
em nossa história, como auxílio,
proteção e segurança.
Seria muito importante a participação do leitor nesta coluna, para
que interagindo, possamos tirar
as dúvidas de nosso povo. Para
enviar sua pergunta, que poderá
ser respondida na próxima edição
do jornal, escreva e-mail para
[email protected].
Obrigado e até o mês que vem!
Roberto Bocalete
Administrador Paroquial da
Paróquia São João Batista Américo de Campos
O primeiro acampamento de
jovens vicentinos do conselho central
de Tanabi e Mirassol foi realizado
nos dias 24 e 25 janeiro em Mirassol.
O evento contou com a participação
de 78 jovens com idades entre 13
e 18 anos, e os temas abordados
foram: O despertar para a Caridade até a “Mudança de estruturas”
(visão holística do sistema, com a
possibilidade de interferir positivamente promovendo transformações,
sobrepondo os pilares da caridade
sobre os da injustiça social).
Com várias dinâmicas, os jovens
puderam aprender a necessidade
do trabalho em equipe, a vocação
e a missão evangelizadora, como
elementos tranformadores.
Os palestrantes, DJ Ita de
Itápolis,Irmão Márcio (seminarista
dos Missionários de São Vicente),
Irmão Agenor, confrade Gabriel
Uchida, coordenador da Comissão de
Jovens do Conselho Metropolitano
de S. J. Rio Preto, confrade Caio Lodete, coordenador do CJ de Tanabi,
confrade Rogério, coordenador da
Escola de Capacitação “Frederico
Ozanam”, Castilho, coordenador do
Depto de Comunicação (Decom),
conduziram os momentos de oração
e reflexão sobre a vocação do jovem
vicentino.
Em sintonia com os projetos
sociais da Igreja, apoiados pelo bispo
diocesano Dom Tomé, e dentro do
espírito de “Uma Igreja pobre para
os pobres” do Papa Francisco, a
vocação e o carisma vicentinos,
são exclusivamente voltados para
os pobres e vulneráveis sociais,
cujo tema deste ano “Tecendo a
Caridade” nos convida a renovar
a cada ano nosso compromisso,
buscando na juventude força e vigor
para transformar!
Texto e Fotos: Castilho
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
DIOCESE 86 ANOS
8
FEVEREIRO/2015
BÍBLIA
Padre Hallison Henrique de Jesus Parro
[email protected]
Evangelho de Marcos - I
Marcos 1,1-13: Jesus Cristo,
Filho de Deus Salvador
ORAÇÃO INICIAL
Após um breve momento de
silêncio, reze:
Espírito Santo, a Ti consagro
os meus pensamentos: ilumina-me.
Ordena os meus sentimentos e as
minhas atitudes segundo a vontade
do Pai. Que eu conheça Jesus Mestre
como o meu Salvador e entregue a
Ele o meu coração e toda a minha
vida. Amém.
1 - Leitura de Marcos 1, 1-13
(Verdade) - O que diz o texto?
A palavra “Evangelho” não é
uma invenção cristã. Esse termo já
era utilizado na Antiguidade Clássica
para caracterizar, por exemplo, o
anúncio (Kerigma) da vitória de um
general e de seu exército ou ainda
de algum feito grandioso de reis e
de imperadores. Quem proclama
o “evangelho”, ou seja, essa boa
palavra, esse bom anúncio é sempre
um arauto revestido de autoridade.
Marcos inicia o seu texto com a
seguinte afirmação: “Princípio do
Evangelho de Jesus Cristo, Filho de
Deus”. Para o evangelista, Jesus é,
por excelência, o definitivo arauto
do Pai. Ele é o sujeito do anúncio. O
próprio Jesus proclama a proximidade
de Deus e seu Reino, na aurora dos
tempos (Mc 1,14-15). Por meio de sua
pregação, as promessas do Primeiro
Testamento (AT) realizam-se na própria pessoa do Messias. Em segundo
sentido, Jesus é o objeto do anúncio
da comunidade cristã e do próprio
texto marcano. O evangelista narrará
o itinerário de Cristo pelos caminhos
dos homens, entre o Jordão, onde é
batizado, na fronteira da Galileia, e o
novo encontro na Galileia, marcado
com os seus discípulos, antes de
sua prisão em Jerusalém (14,28),
mas que, somente, será recordado
no túmulo do qual seu corpo está
ausente (16, 1-8).
Nesse sentido, o termo “evangelho” não se refere, primeiramente,
ao gênero literário, mas à mensagem
sobre a salvação dos homens em Jesus. Esse uso constituiu a base para o
uso posterior da mesma palavra para
designar o ‘gênero literário’ do relato
sobre Jesus, no qual a comunidade
cristã expressa e reafirma sua fé
em Jesus de Nazaré como o Cristo,
como o Messias esperado de Israel.
Além de Cristo, Jesus, também, é,
para a Igreja nascente, o Filho de
Deus. Podemos afirmar que, desde o
início da sua narrativa, Marcos tem
como objetivo conduzir os ouvintes
à experiência do centurião aos pés
da cruz (Mc 15,39), que, diante do
Crucificado, o reconhece também
como o Filho de Deus, aquele que
foi verdadeiramente obediente à
vontade do Pai.
O texto que nós propomos para o
estudo e a meditação faz parte de um
conjunto de três cenas iniciais (Mc
1,2-8; 1,9-11; 1,12-13), nas quais
Marcos sintetiza, inicialmente, toda
a verdade teológica sobre a missão
específica e a verdadeira identidade
de Jesus, a serem desenvolvidas e
apresentadas ao longo de todo o
Evangelho.
Segundo Combet-Galland (2009),
Deus é o primeiro a tomar a palavra
no texto de Marcos; o Pai fala pelas
Escrituras em um texto atribuído
a Isaías, que na realidade é uma
junção de vários versículos (Ex
23,20; Ml 3,1; Is 40,3): “Eis que eu
envio o meu mensageiro diante de
ti a fim de preparar o teu caminho;
voz que clama no deserto: preparai
o caminho do Senhor, tornai retas
suas veredas” (Mc 1,2-3). João
Batista, caracterizado ao estilo do
profeta Elias, propõe um retorno ao
deserto, à experiência de conversão
de Israel ao projeto da Aliança.
O Batista anuncia a proximidade
da ação de Deus na história para
destruir o mal. João, ao se vestir
de pelos de camelo e ao comer mel
silvestre, questiona toda a corrupção
reinante na sociedade de seu tempo,
que havia elegido a futilidade como
projeto de vida. A palavra presente
na boca do Batista é um verdadeiro
urro de leão, que ecoa nos corações
endurecidos dos habitantes da Judeia
e de Jerusalém. Assim, o reconhecimento dos pecados contra a Aliança
e seu consequente arrependimento
é condição para a pessoa ingressar
na futura comunidade do Messias.
Desde o início de sua fé, a
comunidade cristã necessitou explicitar a relação entre Jesus e João
Batista. Este último é interpretado
como uma testemunha autorizada
do Pai a preparar os corações para o
Evangelho de Seu Filho. O batismo
no Espírito Santo é prerrogativa
apenas do verdadeiro Messias (Is
9,5-6; 11,2). Portanto, o testemunho
de João sobre a sua indignidade
em relação a Jesus para realizar até
mesmo o serviço costumeiramente
feito por um escravo (desatar a correia
das sandálias) nos demonstra que
João não é o Messias, mas apenas
o Precursor. De fato, para Marcos,
somente em Jesus, a promessa chegou
ao seu cumprimento, pois o Filho
veio ao mundo para libertá-lo do
poder do mal e dar vida definitiva
ao povo de Deus.
Marcos não se preocupa em explicar o motivo de Jesus ter recebido
o batismo de João, mas em destacar
como a identidade de Jesus é revelada
nesse acontecimento (Mc 1, 9-11). O
texto marcano se inscreve entre dois
batismos, o da água no rio Jordão,
no meio de todo o povo que ali se
reúne, e o da Paixão, momento em
que Jesus é abandonado inclusive
pelos seus. Por isso, o batismo de
Jesus no Jordão ocorre em vista desse
acontecimento final da cruz e da
ressurreição. Ao receber o Espírito,
o Messias Jesus se propõe como o
Servo de Javé (Is 42,1). A voz do Pai
atesta: “Tu és o meu Filho amado,
em ti me comprazo” (Mc 1,11; Sl
2,7). O Filho de Deus não realizará
a sua missão no triunfalismo e no
pacto com os poderes humanos,
mas como um servo obediente que
se propõe ao homem como resposta
para a sua busca de Deus (Is 42, 2-3).
O céu está aberto sobre Jesus.
A sua comunhão de vontade com o
Pai, “toda a justiça”, que Ele realiza,
abre-nos, definitivamente, o céu.
Isso nos mostra que, em Jesus, o
Pai age de maneira radicalmente
nova na história da humanidade.
Se quisermos fazer a experiência
de Deus, precisamos contemplar
e aderir à proposta do Crucificado
desde o seu batismo no Jordão até
o seu batismo definitivo na Cruz
do Calvário.
A primeira missão de Jesus, revestido com a autoridade do Espírito
Santo, é iniciar a sua luta contra
Satanás. Marcos, diferentemente
de Mateus e de Lucas, não aborda
o conteúdo das tentações sofridas
por Jesus no deserto. O evangelista
coloca, em primeiro plano, a oposição
entre Jesus e o velho homem Adão.
Este, conforme nos apresenta o livro
dos Gênesis, habitava o paraíso,
porém rompeu com Deus por meio
do pecado da desobediência. Jesus,
pelo contrário, está no deserto,
mas estabelece, definitivamente, a
reconciliação e salvação do gênero
humano, já que ‘vivia entre as feras
e os anjos o serviam’, uma cena que
nos recorda a paz paradisíaca (Is
11,6-9). Como afirma Ratzinger
(2007), onde o pecado é vencido,
onde a harmonia do homem com
Deus é restaurada, segue-se a reconciliação da natureza, a criação
dilacerada transforma-se em lugar
de paz (cf. Rm 8,19).
2- Meditação (Caminho) – O
que o texto me diz?
Desde o dia de meu batismo, sou
chamado, como cristão, a seguir os
passos de Jesus em seu caminho da
Galileia até Jerusalém. A experiência
da fé consiste em assumir o Evangelho não como um conhecimento
apenas de ordem intelectual, mas
como um projeto de vida que determina as minhas opções diante das
diversas propostas do mundo. Crer
em Jesus como Messias e Filho de
Deus é experimentar já agora, mas
ainda não plenamente o céu, pois
ainda estamos a caminho da pátria
definitiva. Nessa peregrinação pelo
êxodo da vida, antevemos, pela fé,
a promessa que nos está reservada
e garantida em Jesus.
Como João Batista, também
precisamos preparar o caminho para
Cristo. A vida de cada cristão deveria
ser um verdadeiro chamado à conversão daqueles que vivem de forma
superficial. Precisamos questionar-nos: as nossas comunidades são
um sinal profético na sociedade de
hoje? Utilizamos métodos e critérios
pastorais que são verdadeiramente
evangélicos, ou temos sucumbido à
tentação de agradar a tudo e a todos?
A Campanha da Fraternidade deste
ano nos mostra que a Igreja tem o
papel de ser fermento na massa,
de ajudar a sociedade a discernir
propostas que promovam a vida
pregada por Jesus.
O Senhor se fez batizar no Jordão
para nos servir com o seu amor. Ele
não veio a este mundo ser servido,
mas, como verdadeiro Cordeiro de
Deus, se fez oferenda no altar da
Cruz. A Igreja realiza a sua vocação
de sacramento universal de salvação
na medida em que também se insere
nessa dinâmica de Cristo. Uma
Igreja servidora, atenta aos sinais
dos tempos, que leva a misericórdia
aos corações feridos é o sinal mais
evidente do restabelecimento da reconciliação entre os homens. Diante
dessa realidade, somos instrumentos
de reconciliação ou de divisão entre
as pessoas? Como filho de Deus em
Jesus Cristo, promovo a paz por onde
passo e denuncio as injustiças? Reconheço Jesus como o meu Salvador,
colocando-me diante d’Ele de forma
humilde, apresentando-lhe as minhas
incoerências? Recebo a Palavra de
Jesus como uma verdadeira bom
notícia para a minha vida ou estou
surdo aos seus apelos?
3- Oração (Vida) - O que o texto
me faz dizer a Deus?
Senhor Jesus, tu és o Cristo e o
Filho de Deus. A ti entrego o meu
coração e a minha vida. Quando
contemplo o teu batismo no Jordão,
reconheço a tua solidariedade com
a minha miséria. Obrigado pelo
olhar misericordioso que lançaste
sobre mim, paralisado no meu
pecado. Obrigado pela palavra que
eu não procurava, mas me quiseste
dirigir para me reconduzires à vida.
Obrigado pela liberdade nova, que
desfez as cadeias que mantinham
inerte o meu coração e me deu um
impulso antes desconhecido. Obrigado
pela alegria da fé que suscitaste em
mim. Obrigado pela solidariedade
dos irmãos que me conduziram até
junto de Ti, como João Batista agia
no deserto da Judeia. Ensina-me a
ser também solidário com todos os
pecadores, para que Te cheguem a
Ti e encontrem a misericórdia, o
amor, a vida em abundância e em
paz. Amém.
4- Contemplação (Vida e Missão)
Quais sentimentos, pensamentos
e atitudes a Palavra de Jesus suscitou
em mim durante esse momento de
reflexão e de oração? Qual meu novo
olhar a partir da Palavra? Meu novo
olhar é de fé? Em casa, na rua, no
trabalho, onde estiver, em alguma
situação ameaçadora ou difícil, vou
aumentar minha confiança no Senhor,
na certeza de que ele está comigo e
sempre me salva. Irei, também, como
Jesus, servir os irmãos, anunciando-lhes o amor e a ternura do Pai.
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
DIOCESE 86 ANOS
FEVEREIRO/2015
9
Curso - 2015
Pe. Dalben faz Curso de Formadores
O padre Rafael Dalben Ferrarez,
vice-reitor do Seminário Propedêutico Diocesano, participou, de 05
a 17 de janeiro, da Escola de Vida
Sacerdotal Paulo VI, em Londrina
no Paraná. Foi o primeiro módulo
de um total de três. Nessa primeira
fase, foram abordados alguns temas
essenciais na formação dos futuros
presbíteros, como o contexto das
vocações hoje; origem dos candidatos e suas motivações explícitas e
implícitas; teologia dos ministérios e
a pedagogia da vocação presbiteral.
O curso teve a coordenação do
arcebispo de Maringá, Dom Anuar
Battisti, profundo conhecedor e
com larga experiência formativa.
Estavam presentes em torno de 50
padres formadores, provenientes
dos mais diversos estados brasileiros: RS, PR, SC, SP, RJ, MG,
BA, AP, MT.
O objetivo dessa escola de
formadores é proporcionar aos formadores de seminários um espaço
de vivência e convivência por meio
do qual eles se sintam gestores.
Outro objetivo é, também, permitir
que os formadores, durante os três
módulos consecutivos, possam
confrontar e discutir sua missão
frente aos desafios que encontrarão
em seu ministério.
Curso - 2015
Atualização Teológica
A Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil - CNBB, promoveu o curso de atualização para
presbíteros, com o tema: A contínua
construção da unidade da vida e o
lema: “Vinde, a sós, para um lugar
deserto, e descansai um pouco”
(Mc 6,31). Esse evento ocorreu
em Cachoeira do Campo-MG, no
Retiro das Rosas, Casa das Irmãs
Salesianas, de 05 a 25 de janeiro
de 2015.
Estávamos em 24 padres (22
diocesanos e 2 religiosos) de diversas
regiões do Brasil. A Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados
e a Vida Consagrada, representada
pelo seu presidente Dom Pedro Brito
Guimarães e pelo assessor dessa
comissão padre Deusmar Jesus da
Silva, nos acompanharam nesses
dias e organizaram o curso com
o objetivo de atender aos padres
diocesanos de 10 a 25 anos de
ministério e abranger as 5 dimensões da formação integral da vida
sacerdotal : Vida humano-afetiva,
vida espiritual, vida comunitária,
vida intelectual e vida apostólica.
O local foi muito favorável para
vivenciarmos essas dimensões,
possibilitando: lazer, convivência,
descanso, estudo, oração e uma
alimentação muito saudável.
Nossos assessores abordaram os
assuntos com muita propriedade e
profundidade, despertando em nós
o interesse para continuarmos estudando durante o cotidiano, espaço
privilegiado para o crescimento e
amadurecimento integral. Foram dias
para revisitar o primeiro chamado
gratuito, realizado por Jesus Cristo,
olhar para trás e vermos o quanto
caminhamos. Tomar consciência
do presente, da própria realidade
e, repleto de esperança, lançar-se
para o futuro. Proporcionaram-nos
momentos para mergulharmos na
espiritualidade litúrgica, como a
primeira e necessária fonte para
nutrir a nossa fé cristã.
Aos assessores o meu muito
obrigado: Pe. Anselmo Matias
Limberger, Frei Antônio Moser,
Dom Angélico Sândalo Bernardino,
Pe. Estevão Raschietti, Pe. Edênio
do Valle, Pe. Luiz Henrique Eloy
e Silva, Pe. Clóvis Andrade de
Melo, Pe. Ronaldo Mazula, Dom
Eduardo Pinheiro, Pe. Antônio
Luiz Catelan, Pe. Hernaldo Pinto
Farias, Pe. Élio Gasda, Francisco
Wloch. Além desses assessores,
tivemos palestras com profissionais
da saúde: urologista, cardiologista,
fisioterapeuta e nutricionista.
A experiência foi revigorante.
Todos os participantes aprovaram o
curso e não só esperam que ocorra
todos os anos, mas também recomendam a todos os presbíteros, de
10 a 25 anos, a participarem.
Agradeço ao bom Deus e ao
presbitério de São José do Rio Preto
pela oportunidade de participar desse
curso representando a nossa diocese.
Pe. Edvaldo Rosário
Calazans
10
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
DIOCESE 86 ANOS
FEVEREIRO/2015
Abertura do ano acadêmico 2015
Celebração Eucarística abre ano
acadêmico nos seminários diocesanos
A abertura do ano acadêmico, no
Seminário Maior Diocesano Sagrado
Coração de Jesus e no Seminário
Propedêutico Nossa Senhora da
Paz, foi feita com a celebração de
uma missa na capela do Seminário
Maior Diocesano no dia 02 de
fevereiro às 10h30. A celebração
eucarística foi presidida por Dom
Milton Kenan, bispo da diocese de
Barretos, e concelebrada por Dom
Tomé Ferreira da Silva e padres
presentes. Também participaram da
Eucaristia professores, seminaristas
maiores e propedeutas, e religiosos.
Celebrando a festa da Apresentação do Senhor por Maria e José
no templo, Dom Milton referiu-se
ao seminário, em sua homilia, como
o “coração de Deus”: “a Igreja olha
com esperança para o seminário”,
disse. Fazendo menção ao mistério
da luz pela qual a liturgia do dia é
cercada, ressaltou que tal luz é símbolo
também para falar do conhecimento
à luz da Palavra de Deus: “É preciso conhecer o mistério de Cristo
para que possamos anunciar Jesus
Cristo”. E concluiu dizendo que o
conhecimento de Cristo não nos é
dado para nos sentirmos melhores e
superiores com relação aos outros: “O
conhecimento de Cristo nos é dado
para que possamos servir melhor aos
outros, à Igreja e à comunidade”.
Ao término da celebração
eucarística, todos os seminaristas
e professores dos cursos de Teologia, Filosofia e Propedêutico se
apresentaram e Dom Tomé fez uso
da palavra para acolher a todos. Em
seguida, foi servido um almoço de
confraternização aos presentes.
Paulo Castro
Seminarista
Bálsamo:
Assembleia da Pastoral da Pessoa Idosa
Representantes da Pastoral
da Pessoa Idosa de 11 paróquias
da Diocese participaram de um
encontro em Bálsamo, no dia 31
de janeiro. A reunião serviu para o
aprimoramento das atividades da
pastoral e para a escolha de uma
nova coordenadora diocesana.
A eleita foi a jovem Mariana
Delfino, de 25 anos, moradora
de Bálsamo.
Cerca de 60 pessoas participaram do evento, que aconteceu na
escola Joaquim Sílvio Nogueira.
Atualmente, em 12 paróquias da
Diocese são atendidos cerca de
1 mil idosos. O trabalho envolve
150 voluntários, que são os líderes
comunitários.
A coordenadora estadual da
Pastoral, Thereza Maciel, destacou a importância das visitas
comunitárias, das orientações e
incentivou o trabalho realizado
em cada paróquia. “Precisamos
valorizar a pessoa idosa, aumentar
sua autoestima”, afirmou.
Também presente no evento, o
padre Amauri Bazotti, de Adolfo,
assessor regional da Pastoral,
pediu que os coordenadores e
líderes pensem em novas ações
para trabalhar com os idosos. “As
orações, conversas e orientações,
junto às pessoas idosas, sempre
serão importantes, mas também
devemos colocá-las em atividades,
fazer com que elas participem da
vida em sociedade”, disse.
O trabalho
Durante as visitas domiciliares,
os líderes comunitários orientam
os idosos sobre a importância de
movimentar-se, desenvolver alguma
atividade física, ingerir líquidos,
prevenir quedas, etc. Quando é
identificado algum problema, é
o líder quem encaminha o idoso
ao órgão adequado.
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
FEVEREIRO/2015
DIOCESE 86 ANOS
11
Missionários da Comunidade Canção
Nova renovam Compromisso
No dia 02 de fevereiro, os missionários da Comunidade Canção Nova,
renovaram o seu compromisso com
Deus e com a Igreja. A cerimônia
aconteceu na sede da Comunidade
Católica, em Cachoeira Paulista (SP)
e nas Frentes de Missão, espalhadas
pelo Brasil e pelo mundo.
Em São José do Rio Preto, a
cerimônia do Compromisso aconteceu durante a celebração da Santa
Missa, na Sé Catedral de São José,
às 19h30, presidida por Dom Tomé
Ferreira da Silva e concelebrada por
vários sacerdotes, onde os 31 membros renovaram seu compromisso.
Na celebração, além dos membros,
participaram amigos benfeitores da
Comunidade Canção Nova, membros
das Novas Comunidades, Pastorais
e Movimentos.
A Frente de Missão Canção Nova
São José do Rio Preto está a serviço
da Evangelização nesta Diocese,
José Bonifácio
desde 04 de março de 2004, através
da Rádio Canção Nova - 810 AM,
produtos de evangelização, internet,
encontros, grupos de oração, etc...
Convidamos você para participar
das atividades na Casa de Missão:
Rua XV de Novembro, 3131,
Centro - fone: (17) 3233-4600
Mais informações: http://blog.
cancaonova.com/riopreto/
Agradecemos a todos que participaram e, de maneira especial, a
Dom Tomé que, com grande carinho
e alegria, presidiu essa Santa Missa.
Pedro Roberto
Cerimônia da Profissão Religiosa da Irmã Francielle
No dia 27 de dezembro, em José
Bonifácio, no recinto do Redil Bom
Pastor, a jovem Francielle Caroline de
Arruda Ferreira, terminado o tempo
de noviciado canônico, emitiu os
seus primeiros votos temporários,
de pobreza, castidade e obediência,
no Instituto Missionário da Irmãs
da Infinita Misericórdia de Deus.
A santa Missa foi presidida pelo
Bispo Diocesano, Dom Tomé, e
contou com a participação de vários
sacerdotes e significativo número
de fiéis.
No Ano da Vida Consagrada,
que estamos vivendo, convidamos
as moças a seguirem o exemplo de
Irmã Francielle: não ter medo de tudo;
deixar para seguir proximamente a
Nosso Senhor Jesus Cristo pobre,
casto e obediente.
12
DIOCESE 86 ANOS
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
Campanha da Fraternidade 2015
A CF 2015, que tem como tema
Fraternidade: Igreja e Sociedade
e, como lema, Eu vim para servir
(Mc 10,45), tem como Objetivo geral:
Aprofundar, à luz do Evangelho,
o diálogo e a colaboração entre a
Igreja e a sociedade, propostos pelo
Concílio Ecumênico Vaticano II,
como serviço ao povo brasileiro,
para a edificação do Reino de Deus.
No espírito conciliar, a partir da
dignidade humana e sua integridade
e contra tudo que vai contra ela,
essa Campanha quer resgatar e
atualizar a história que o diálogo
escreveu entre Igreja e sociedade
brasileira. Para nossa realidade, a
CF 2015 tem sua dimensão menor
na paróquia e na diocese, ou seja,
ela nos convoca a resgatar e a atualizar a história que nossa diocese
e nossas paróquias escreveram no
diálogo com as pessoas e comunidades dos cinquenta munícipios
que fazem parte da nossa região
política-cultural-administrativa.
A grande fonte inspiradora dos
objetivos acima é o Evangelho de
Jesus Cristo, além dos documentos
conciliares, dos cinco encontros do
CELAM - o primeiro aconteceu
no Rio de Janeiro, em 1955 e o
último em Aparecida, em 2007 - e
das Diretrizes Evangelizadoras da
Igreja no Brasil.
Por isso, o texto-base dessa
CF recorre e celebra os 50 anos de
Vaticano II com enfoque nas Constituições Lumen Gentium (sobre a
Igreja) e Gaudium et Spes (sobre a
presença da Igreja no mundo) e nas
Declarações Unitatis Redintegratio
(sobre o ecumenismo), Nostra Aetate
(sobre as relações com as religiões
não cristãs) e Dignitatis Humanae
(sobre a liberdade religiosa). Esse
é o espírito herdado pelo Papa
Francisco, que quer uma Igreja em
saída e a serviço.
A letra do hino da Campanha
resume a mística e a missão de
uma Igreja inserida na sociedade
humana como fermento na massa e
como sal da terra e luz do mundo.
Parafraseando Bento XVI, podemos
dizer que a CF 2015, no espírito das
Pastorais Sociais, tem o dom de ser
o rosto alegre da Igreja junto aos que
não creem. Ao mesmo tempo, perita
em humanidade, a Igreja encontra
a sua identidade nesse consórcio,
nessa relação e integração com a
sociedade brasileira tornando-se
solidária, servidora e missionária, que anuncia e sabe ouvir; a
lutar por dignidade, por justiça e
FEVEREIRO/2015
Caminho aberto para o início
do processo de Beatificação
e Canonização do Pe. Ângelo
Angioni
igualdade, já que, a exemplo de
Jesus em Marcos 10,45, ela veio
para servir e, em João 13,14, ela
aprendeu: Portanto, se eu, que sou
o mestre e o senhor, vos lavei os
pés, também vós deveis lavar os
pés um dos outros.
A Igreja, que nasceu com os
Apóstolos, colocava-se a serviço
de uma sociedade que precisava
reconciliar-se consigo mesma; basta
ver a missão eminentemente urbana
de Paulo. O serviço da Igreja Católica
à sociedade brasileira passa pelas
mudanças significativas pelas quais
passam as práticas individualistas
das buscas.
Hoje, a condição fundamental
para que a Igreja realize sua missão
com e a serviço da sociedade, é a
conversão pastoral, uma conversão
da comunidade eclesial. Nosso Plano
Diocesano e Projetos Paroquiais de
Ação Pastoral precisam considerar as
necessidades do Município e incluir
novas parcerias com a sociedade
civil, especialmente a começar dos
Conselhos Paritários.
No Domingo de Ramos, teremos
a oportunidade de colaborar com
o gesto concreto de solidariedade
nacional e diocesano contribuindo
com o Fundo Nacional de Solidariedade e com o Fundo Diocesano
de Solidariedade em favor do
combate à fome no mundo. Mãos
à obra! O Pai convocou seus filhos
e filhas para a missão de construir
o seu Reino com e na sociedade
que carece muito da paz, fruto da
justiça e da misericórdia.
Oração da CF 2015:
Ó Pai, Alegria e Esperança de
vosso povo, vós conduzis a Igreja,
servidora da vida nos caminhos da
história. A exemplo de Jesus Cristo
e ouvindo sua palavra que chama
à conversão, seja vossa Igreja testemunha de vida de fraternidade e
de liberdade, justiça e paz. Enviai
o vosso Espírito da Verdade para
que a sociedade se abra à aurora
de um mundo justo e solidário, sinal
do Reino que há de vir. Por Cristo
Senhor nosso. Amém!
DA REDAÇÃO
Em fevereiro de 2014, o Instituto
Missionário Imaculado Coração de
Maria, através da Diocese de São
José do Rio Preto, SP, solicitou à
Congregação para a Causa dos Santos, na Santa Sé, em Roma, Itália, a
“autorização” para iniciar processo
canônico para a beatificação e canonização do Padre Angelo Angioni,
sacerdote de origem italiana, mas
que viveu no Brasil, nesta Diocese,
em José Bonifácio, grande parte de
sua vida sacerdotal.
No final de janeiro de 2015, a
Diocese de São José do Rio Preto
recebe correspondência da Congregação
para a Causa dos Santos, assinada
pelo Cardeal Angelo Amato, SDB,
prefeito da referida congregação, e
pelo Arcebispo Marcelo Bartolucci,
secretário da mesma congregação,
comunicando que não há nenhum
obstáculo para o início do processo
para a beatificação e canonização
do Servo de Deus Padre Angelo
Angioni.
Quando a Congregação para a
Causa dos Santos recebe o pedido
para a abertura do Processo de Beatificação e Canonização de uma
pessoa, o primeiro passo é realizar
uma investigação nos arquivos das
diversas congregações e organismos
da Santa Sé para averiguar se não
há alguma informação registrada
que pudesse ser um obstáculo para
o início do referido processo. Este
procedimento foi realizado no ano
passado, 2014, mediante o pedido
que realizamos para o Padre Angelo
Angioni.
A Diocese de São José do Rio
Preto associa-se à alegria e esperança
dos membros do Instituto Missionário
Imaculado Coração de Maria com
este primeiro passo finalizado. Há
um longo caminho a ser percorrido.
Agora é hora de tomar as providências
necessárias e dar o passo seguinte
para a continuidade do Processo de
Beatificação e Canonização do Padre
Angelo Angioni, recolhendo todas as
informações existentes sobre a sua
vida e ação pastoral como sacerdote.
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
DIOCESE 86 ANOS
FEVEREIRO/2015
Pastoral BÍblico-CateQuética
COLUNA DO SEMINÁRIO
Pe. José Eduardo
Vitoreti - Ubarana
Itinerário Catequético
APRESENTAÇÃO
A Igreja no Brasil, especialmente
a partir do Concilio Vaticano II,
fez uma caminhada expressiva de
compreensão e de práticas novas
no campo bíblico-catequético. Com
isso, foi dando respostas às novas
exigências da educação da fé. Basta
lembrar aqui dos impulsos dados
pelos Documentos Catequese Renovada (1983), Diretório Nacional de
Catequese (2005), Iniciação à Vida
Cristã - um processo de inspiração
catecumenal (2009) e Discípulos e
Servidores da Palavra de Deus na
Missão da Igreja (2012).
Nos últimos anos, cresceu e
está presente um grande desejo
por parte do Episcopado brasileiro,
e, por isso mesmo, por parte das
Igrejas Particulares no Brasil, de
que a CNBB ofereça Orientações
Gerais para a Pastoral Bíblico-Catequética. Orientações essas que
fossem capazes de criar uma unidade
na nossa grande Igreja Nacional e
ser um ponto de inspiração para os
subsídios bíblico-catequéticos dos
regionais e dioceses.
A comissão Episcopal Pastoral
para a Animação Bíblico-Catequética
assumiu a tarefa de elaborar essas
Orientações Gerais. Trabalhou ao
longo de três anos, reunindo pessoas
com formação e prática na área
bíblico-catequética e envolvendo os
Bispos Referenciais e as Coordenações Regionais das Comissões para
a Animação Bíblico-Catequética.
O resultado está aqui: apresentamos o Texto Itinerário Catequético – Iniciação à Vida Cristã: um
processo de inspiração catecumenal.
Trata-se, sim: a) de um ‘Itinerário’, apresentando orientações
para um caminho possível a ser
feito em todas as realidades do
nosso território nacional; b) de um
Itinerário ‘catequético’ oferecendo
orientações que possam iluminar a
nossa Pastoral Bíblico-Catequética;
c) de ‘Iniciação à Vida Cristã’, indiciando orientações que possibilitem
a concretização de uma verdadeira
Iniciação à Vida Cristã aos que
buscam esse caminho; d) de ‘um
processo de inspiração catecumenal’,
recuperando a mística que vem da
experiência catecumenal da Igreja
primitiva, tornando-a inspiração para
desencadear um verdadeiro processo
de educação da fé nos nossos tempos
de mudança de época.
O texto Itinerário Catequético Iniciação à Vida Cristã: um processo
de inspiração catecumenal apresenta
três partes. A ‘Parte I: Fundamentação
bíblica, teológica e pastoral’ traz
presente, resumidamente, aspectos da
Revelação nas Sagradas Escrituras,
da reflexão teológica e dos desafios
pastorais para fundamentar o Itinerário Catequético, que está sendo
apresentado. A ‘Parte II: Orientações
para uma ação pedagógico-pastoral
no processo de Iniciação à Vida
Cristã’ quer ajudar a todas as Igrejas
particulares espalhadas no Brasil a
assumirem, concretamente, o processo de Iniciação à Vida Cristã. São
orientações que podem e devem ser
adaptadas a cada realidade. A ‘Parte
III: Itinerários de Iniciação à Vida
Cristã conforme as idades’ propõe
quatro Itinerários: com catecúmenos
adultos; com catequizandos adultos;
com crianças e com adolescentes/
jovens; a escolha por esses itinerários
e seu esquema tem uma explicação
no próprio Texto.
Que Nossa Senhora Aparecida,
Mãe da Igreja, Estrela da Evangelização, Catequista Maior, nos leve
à experiência do Encontro com seu
Filho Jesus Cristo e ao serviço do
seu Reino!
Dom Jacinto Bergmann,
Arcebispo de Pelotas
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a
Animação Bíblico-Catequética
13
Seminarista Paulo Henrique de Castro
[email protected]
Retiro Espiritual
Depois de dois meses de férias,
os seminaristas das dioceses de
São José do Rio Preto, Barretos
e Catanduva, que voltaram às
atividades no Seminário Maior
Diocesano Sagrado Coração de
Jesus, e os seminaristas propedeutas, que iniciaram neste ano a
caminhada formativa no Seminário
Propedêutico Nossa Senhora da
Paz, participaram de um retiro
espiritual na Cidade de Maria, em
Barretos, SP, de 27 a 30 de janeiro.
O pregador foi o Pe. Cícero Alves
de Franco, reitor do Seminário
de Teologia Bom Pastor e do
Seminário Missionário São José,
na Arquidiocese de São Paulo.
Os dias de recolhimento foram caracterizados por diversos
momentos de reflexão, deserto,
oração pessoal. Contou, também,
com momento marino, adoração ao
Santíssimo Sacramento, celebração
penitencial, Liturgia das Horas
e celebração eucarística. Todos
oportunos para a meditação, à luz
da Palavra de Deus e sob a direção
do Espírito Santo, da vocação à
vida sacerdotal.
Em suas reflexões, o Pe. Cícero convidou os seminaristas a
pensarem no chamado que Deus
lhes fez e a buscarem responder,
com fidelidade, a tal chamado, por
meio do encontro com a pessoa
de Jesus Cristo: “Uma coisa é
conhecer Jesus; outra é encontrar-se com Ele. Quem se encontra
com Jesus, se deixa transformar
por Ele”, ressaltou o presbítero.
O padre ressaltou que o sacerdote
deve ser discípulo e missionário
do Senhor, que essa atitude brota
do encontro com Ele e que isso
implica ter o mesmo destino que
Ele: levar a cruz (cf. Mc 8,34),
beber o cálice (cf. Mc 10,38) e
receber dele o Reino (Mt 19,8ss).
Em outra ocasião, o sacerdote
afirmou que a vida sacerdotal exige
uma espiritualidade, ou seja, uma
vida guiada pelo Espírito, sem a
qual o vocacionado não poderá ser
um bom padre: “Se um padre não
tem espiritualidade, ele poderá até
fazer coisas de padre, mas nunca
será verdadeiramente um padre”. O
presbítero apresentou os exercícios
espirituais como forma de vencer
as “afeições desordenadas”, que
impedem o discípulo de seguir,
com eficácia e rapidez, ao mestre e,
em outros momentos de reflexão,
falou sobre a fé, a identidade e a
renúncia na vida do sacerdote.
Abertura do ano acadêmico
Uma missa na capela do Seminário
Maior Sagrado Coração de Jesus,
no dia 02, abriu oficialmente o ano
acadêmico para os seminaristas da
Filosofia, da Teologia e do Seminário Propedêutico. Seminaristas,
professores, padres e religiosos
participaram da celebração eucarística presidida por Dom Milton
Kenan, bispo de Barretos, ao lado
de Dom Tomé Ferreira da Silva,
bispo de Rio Preto.
Em sua homilia na Festa da
Apresentação do Senhor, Dom
Milton acolheu a todos os presentes e disse que a Igreja olha com
esperança para o seminário: “O
seminário é o coração de Deus”.
E fazendo alusão à luz de que é
cercado o mistério a apresentação
do menino Jesus por Maria e José
no templo, afirmou que o conhecimento deve ser iluminado por essa
mesma luz, para que possamos
conhecer o mistério de Cristo e,
dessa forma, anunciar Jesus Cristo:
“O conhecimento de Cristo nos é
dado para que possamos servir
melhor aos outros, à Igreja e à
comunidade”.
Ao término da celebração, foi
servido um almoço de confraternização para todos os presentes
e, no dia seguinte, tiveram início
as aulas.
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
DIOCESE 86 ANOS
14
Semanas Catequéticas na Diocese
Estão acontecendo, em nossa
diocese, as Semanas Catequéticas
nas regiões pastorais, com grande
participação dos catequistas, tendo
como tema o Ininerário Catequético
proposto pela Comissão Episcopal
Pastoral para Animação Bíblico-Catequética da CNBB.
As Semanas Catequéticas
tornaram-se uma tradição para os
catequistas: no início do ano, nos
meses de janeiro, fevereiro e março, a
Equipe Diocesana da Pastoral Bíblico-Catequética realiza momentos de
reflexão, vivências e espiritualidade
nas 13 regiões pastorais da diocese,
contando com a participação total
de 1000 mil catequistas, que avaliam positivamente os momentos,
iniciando o ano com renovado ardor
missionário e motivação para bem
exercer o ministério da catequese.
Este ano, as Semanas têm o
mesmo tema e a mesma estrutura:
apresentar e dinamizar a Iniciação
à vida cristã como um processo de
inspiração catecumenal a partir do
Itinerário da CNBB. Os temas que
estão sendo abordados visam ajudar
nossos educadores da fé a compre-
enderem o processo antropológico
da iniciação, a iniciação à vida
cristã, o catecumenato e a inspiração
catecumenal para os nossos dias, a
catequese a serviço da iniciação e
a metodologia mistagógica.
No programa da Semana, há
trabalhos em grupos para estudo
do Itinerário; momento de oração,
trabalhando dimensão festiva na
catequese, com uma dança circular
ritual; orientação para compreensão
do Itinerário da Iniciação à vida
cristã com crianças, adolescentes e
jovens; como também uma reflexão
sobre a necessidade da Comissão
de iniciação à vida cristã, pedida
no texto do Itinerário e no estudo
97 da CNBB.
De modo geral, as Semanas
Catequéticas têm sido um trabalho
de unidade na diocese, buscando
uma linguagem comum, também
respeitando a diversidade de nossa
realidade. Contamos com a animação de toda a equipe diocesana
da Pastoral Bíblico-Catequética, a
participação da maioria das paróquias
e comunidades, e um resultado
louvável: catequistas motivados,
com objetivos e metas, clareza da
FEVEREIRO/2015
missão, conscientes de nosso papel
de evangelizar.
Pe. Roberto Bocalete
MÚSICA
Seminarista Alan Daga Miatello
Celmu 2015
Nos dias 05 a 15 de janeiro de 2015, foi realizado,
na Cidade de São Paulo/SP, o Curso de Formação
e Atualização Litúrgico-Musical, o CELMU, que
acontece há mais de 20 anos no Brasil. É o resultado
da união de diversas igrejas cristãs, que possuem um
único objetivo: louvar o Criador através da música!
O curso objetiva atingir compositores, letristas e
animadores de canto, que estão engajados nas paróquias
e que necessitam de um suporte litúrgico-musical,
para desenvolver bem o seu trabalho. Tem a duração
de três etapas, sendo estas divididas entre básico e
avançado. Um grande diferencial do CELMU é que
ele conta com a participação de outras igrejas cristãs,
e temas como a liturgia protestante e a liturgia católica
nos levam a perceber que possuímos mais coisas em
comum do que aparentemente percebemos.
Algumas personalidades famosas do mundo católico, também, se fizeram presentes, entre eles, o Padre
José Weber, autor de diversas musicas conhecidas
em nossas paróquias, como: Eu vim para que todos
tenham vida e Meu coração é para Ti, e Frei Joaquim
Fonseca OFM, autor de vários livros sobre canto
litúrgico, dentre eles: “Quem canta? O que cantar na
Liturgia?” da editora Paulus.
Esse curso de atualização musical é uma boa alternativa para aqueles que amam a música e querem
desenvolvê-la bem na vida paroquial.
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SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
FEVEREIRO/2015
DIOCESE 86 ANOS
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Pastoral do Menor, do Regional Sul 1
Aconteceu na manhã da última
segunda-feira, 9 de fevereiro, o
encontro de Conselheiros, Coordenadores, Agentes e Representantes
da Pastoral do Menor. A reunião, a
primeira de 2015, foi realizada no
Centro Social Nossa Senhora do Bom
Parto, em São Paulo.A primeira etapa
do encontro contou com a exposição
de Elisabete Borgianni, presidente da
Associação dos Assistentes Sociais e
Psicólogos do Tribunal de Justiça do
Estado de São Paulo. A palestrante
considerou os malefícios do uso da
metodologia do "depoimento sem
danos", aplicado junto às vítimas de
abuso para a "construção" de provas
contra o possível "abusador".
Segundo a profissional, a dinâmica leva a um revisitar do trauma;
ocasionando - sim - vários danos.A
reunião, coordenada pelo padre
Ovídio José Alves de Andrade, da
Pastoral do Menor do Regional Sul I,
da Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil (CNBB), seguiu com tratativas acerca do Retiro para Agentes,
que será realizado em abril. O padre
Luiz Caputo, assessor espiritual da
Pastoral do Menor da Diocese de
São José do Rio Preto, participou
da reunião.
Texto e fotos: André Botelho Assessoria de Comunicação
DIOCESE 86 ANOS
16
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
FEVEREIRO/2015
Lar São Francisco de Assis na Providência
Votos solenes da Fraternidade São
Francisco de Assis na Providência de Deus
No contexto do “Ano da Vida
Consagrada”, anunciado pelo papa
Francisco em 29 de novembro de
2013, a Sé Catedral de São José, em
São José do Rio Preto, no interior
de São Paulo, recebeu o cardeal
Orani João Tempesta. O arcebispo
da arquidiocese de São Sebastião
do Rio de Janeiro presidiu a missa
no qual foram professados os votos
perpétuos de freis da Associação São
Francisco de Assis na Providência
de Deus. Os 15 vocacionados foram
acompanhados pelo fundador da
Fraternidade, frei Francisco (padre
Nélio Joel Angeli Belotti), que
também assumiu o compromisso
definitivo.
Concelebrando com o bispo de
São José do Rio Preto, Dom Tomé
Ferreira da Silva; de Catanduva,
Dom Otacílio Luziano da Silva; de
Presidente Prudente, Dom Benedito
Gonçalves; além de representante da
Diocese de Porto Príncipe, padres
e religiosos, Dom Orani destacou a
atuação da Fraternidade. O cardeal
lembrou, nas pessoas dos epíscopos
presentes, todo o trabalho realizado nas Dioceses representadas
na Celebração, em outros estados
do Brasil e no Haiti. “Hoje, aqui,
nós estamos presenciando um dia
marcante. Agora a pequena semente
se difunde do interior de São Paulo
para o exterior”, disse.
Antes da profissão dos votos
perpétuos, Dom Orani refletiu com
os presentes sobre a importância de
colocar-se à disposição do Plano de
Deus. “Nós louvamos a Deus pelas
escolhas que Ele faz e pela resposta
que é dada. Essa manhã é uma
manhã histórica. Nesse aspecto,
Cristo deve ser o centro de uma
Obra que se apresenta ao irmão.
Com a emissão dos votos perpétuos,
vocês se colocam disponíveis, por
toda a vida, ao serviço do Senhor”,
sintetizou o arcebispo do Rio.
Histórico
A Fraternidade São Francisco
de Assis na Providência de Deus
foi fundada pelo padre Nélio Belotti, em 1986, em Jaci, distante
485 quilômetros da cidade de São
Paulo. O ideal franciscano é a marca
da Associação. Repetindo o abraço
do “santo inspirador” no leproso de
hoje, a Entidade conta com mais de 60
Obras Sociais espalhadas por diversas
Dioceses no Brasil. Desde fevereiro
de 2011, o grupo atua, também,
em Porto Príncipe, no Haiti. "Que
o Senhor, centro das nossas vidas,
possa continuar sendo o centro da
vida desses irmãos", desejou Dom
Orani aos freis.
Texto / Fotos: André Botelho
Assessoria de Comunicação - Santuário São Judas
Tadeu (S. J. Rio Preto/SP)
Jubileu de Ouro Sacerdotal de Dom Luiz Demétrio Valentini.
DA REDAÇÃO
O Povo de Deus tem a alegria
de celebrar os cinquenta anos de
vida sacerdotal de Dom Demétrio
Luiz Valentini, Bispo Diocesano
de Jales, SP, nascido em 31 de
janeiro de 1940, em São Valentim,
RS, filho do Sr. Antônio Valentini
e D. Tereza Bertoldi.
Sua formação acadêmica: fez os
estudos primários nos Seminários
de Frederico Westphalen, Tapera
e Erechim, no Rio Grande do Sul.
O ensino médio foi realizado no
Seminário Menor de Erechim,
entre 1956 e 1958. Os estudos de
filosofia aconteceram no Seminário
Maior de Viamão. A formação
teológica foi realizada em Roma,
Itália, na Pontifícia Universidade
Gregoriana. Formou-se, mais tarde,
em letras, em Palmas, no Paraná.
Dom Demétrio foi ordenado
sacerdote no dia seis de fevereiro
de 1965, em São Valentim, por
Dom Cláudio Colling, então Bis-
po de Passo Fundo. Foi ordenado
bispo em 31 de julho de 1982, na
Catedral de São José, em Erechim,
pelo Arcebispo de Porto Alegre,
Dom Cláudio Colling. Seu lema
episcopal: “Venho para servir.”
Suas atividades como sacerdote:
professor e reitor do Seminário
Menor Nossa Senhora de Fátima,
em Erechim; professor na Universidade de Passo Fundo e no Centro
Universitário de Erechim; promotor
vocacional e coordenador do Setor
Vocações e Ministérios da Diocese
de Erechim; pároco de Aratiba e
administrador paroquial de Barra
do Rio Azul.
Enquanto Bispo de Jales, tam-
bém assumiu os seguintes ofícios:
coordenador da Pastoral Rural no
estado de São Paulo; membro da
Comissão Episcopal de Pastoral
da CNBB, onde cuidou do Setor
de Pastoral Social; presidente da
Cáritas Brasileira; membro da Comissão Brasileira de Justiça e Paz;
participou do Sínodo dos Bispos
para a América; foi membro da
Comissão Pastoral para o Serviço
da Caridade, da Justiça e da Paz.
O episcopado de Dom Demétrio
é importante não só para a Diocese
de Jales, mas para o Brasil, não
só pelos ofícios que exerce, mas
pelo seu modo de ser e agir: um
homem de Deus, que constrói sua
vida e ação pastoral na comunhão
da Igreja, frutos de uma intensa
vida de oração; inteligente e culto,
coloca seus dons e aptidões a serviço
dos que dele precisam; fundado na
caridade, tem profunda preocupação
com a dimensão social da fé; tem
posições objetivas e seguras sobre
a vida da sociedade brasileira.
Unidos a Dom Luiz Demétrio
Valentini, na oração e no coração,
rendemos graças a Deus pela sua
vida sacerdotal que produz bons
e belos frutos para a Igreja e a
sociedade. Que jamais lhe falte a
terna e materna proteção de Nossa
Senhora da Assunção.
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Missa de Abertura da CF-2015 - Diocese de São José do Rio Preto