Jornal “DH” conta agora com 7 colunistas Pe. Roberto Bocalette - Américo de Campos. SEMANAS CATEQUÉTICAS Rafael Dalben Ferrarez - Talhados. JORNAL Pe. José Eduardo Vitoreti - Ubarana. Jean Charles Serbeto - vereador. CIRCULAÇÃO NACIONAL FEVEREIRO/2015 ANO 16 Nº 203 Diocese de São José do Rio Preto/SP - EDIÇÃO REGIONAL - Página 14 Votos Solenes FRATERNIDADE SÃO FRANCISCO Priscila B. Castelar Vieira - nutricionista. Pe. Hallison H. de Jesus Parro. Diocese completa 86 anos Missa de Abertura da CF-2015 Seminarista Paulo Henrique de Castro. MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO PARA A QUARESMA 2015 Página 3 Página 16 Canção Nova RENOVAÇÃO DOS COMPROMISSOS Dom Tomé e pe. Hallysson. Página 5 CELEBRAÇÃO EUCRÍSTICA ABRE O ANO ACADÊMICO 2015 Página 11 Cursos Atualização TEOLOGIA E FORMADORES Página 10 Página 9 Jubileu de Ouro Sacerdotal de Dom Luiz Demétrio Valentini. O Povo de Deus tem a alegria de celebrar os cinquenta anos de vida sacerdotal de Dom Demétrio Luiz Valentini, Bispo Diocesano de Jales, SP, nascido em 31 de janeiro de 1940, em São Valentim, RS, filho do Sr. Antônio Valentini e D. Tereza Bertoldi. Página 16 Início do processo de Beatificação e Canonização Pe. Ângelo Angioni Em fevereiro de 2014, o Instituto Missionário Imaculado Coração de Maria, através da Diocese de São José do Rio Preto, SP, solicitou à Congregação para a Causa dos Santos, na Santa Sé, em Roma, Itália. Página 12 24º Curso Anual dos Bispos do Brasil no Rio/RJ No Centro de Estudos do Sumaré, da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, ocorreu, entre os dias 26 e 30 de janeiro do ano em curso, o 24º Curso Anual dos Bispos do Brasil, com 90 bispos participantes provenientes de diversas dioceses brasileiras. Prosseguindo a linha diretiva dos últimos anos, o curso teve como horizonte os 50 anos do Concílio VDSC_6207-00Vaticano II, abordando os temas: Comunicação Social, Liberdade Religiosa e Relações com as Religiões não Cristãs. Sua Eminência o Cardeal Angelo Amato, Prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, abordou, em suas três conferências, os seguintes tópicos: A “Declaração Dominus Iesus” da Congregação para a Doutrina da Fé nos quinze anos da sua publicação; Diálogo Inter-religioso: significado e valor; “Nostra Aetate”: um olhar sobre a Declaração do Vaticano II. Sua Excelência o Arcebispo Dom Cláudio Maria Celli, Presidente do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais, abordou diversos PALAVRA DO BISPO SÃO JOSÉ DO RIO PRETO DIOCESE 86 ANOS 2 aspectos da Comunicação Social na Igreja e no mundo, em três conferências, chamando a atenção para o uso correto das novas mídias como instrumentos adequados para a Igreja estar presente no meio do povo, sobretudo das novas gerações. Monsenhor Pierangelo Sequeri, Professor da Universidade de Milão, desenvolveu a seguinte reflexão, em três palestras: A liberdade religiosa – Da “Dignitatis Humanae” à pós-modernidade democrática. Para além da parte acadêmica, o curso é para os bispos participantes: uma oportunidade para a oração em comum, sobretudo a concelebração da Eucaristia e a oração da Liturgia das Horas; muitos aproveitam a ocasião para direção espiritual e busca de orientações com outros bispos; tempo de convivência, pois muitos vivem em dioceses longínquas; para outros, é ainda um tempo de descanso das lides episcopais diárias. Agradecemos ao Emmo. Cardeal Dom Orani João Tempesta pela acolhida, hospitalidade e organização do evento. Deus lhe pague! + Tomé Ferreira da Silva Bispo Diocesano de São José do Rio Preto FEVEREIRO/2015 Alimentação Saudável Priscila Basso Castelar Vieira Nutricionista - Receita do mês - Suco Refrescante Nada melhor como uma bebida refrescante para amenizar as altas temperaturas desses dias. A sugestão é rápida e nutritiva: suco de uva com água de coco. Para essa receita, é necessário: - 250 ml de água de coco gelada; - 9 unidades de uva rubi (ou outra uva de sua preferência) O preparo é simples, basta bater todos os ingredientes no liquidificador e coar. Sirva bem gelado. Não é necessário adoçar! A água de coco é rica em minerais e uma ótima opção para hidratar-se no verão. A uva, além de possuir uma substância cardioprotetora, também tem ação antioxidante, que auxilia no combate ao envelhecimento celular. Essa combinação é perfeita para sua saúde! EXPEDIENTE O Jornal “Diocese Hoje” é editado pela Fundação Mater Ecclesiae. Fundador: Donizeti Della Latta E-mail: [email protected] Endereço: Avenida Constituição, 1372 - São José do Rio Preto/ SP - Fone: (17) 2136.8699 Diretor Responsável: Dom Tomé Ferreira da Silva EQUIPE DE REDAÇÃO: Pe. Roberto da Silva Bocalete e seminarista Paulo Henrique de Castro. Colunistas: Jean Charles Serbeto, Pe. Rafael Dalben Ferrarez, Pe. Vitoreli, Pe. Roberto Bocalete, Priscila Basso Castelar Vieira, Padre Hallison Henrique de Jesus Parro e seminarista Paulo Henrique de Castro. Colaboradores - edição de fevereiro/2015: Santa Sé – Sites Oficial do Vaticano Romano, Congregação das Irmãs da Providência de GAP, André Botelho, Pe. Eliseo Lopes, Castilho, Pe. Edvaldo Rosário Calazans, Pedro Roberto, Dom Jacinto Bergmann, seminarista Alan Daga Miatello, Harley Pacola, profa. Mestra Valdete Belon Basaglia, Della Latta. * Os artigos publicados são de inteira responsabilidade de seus autores. Distribuição gratuita Distribuído nas cidades de Adolfo, Altair, Álvares Florense, Américo de Campos, Bady Bassitt, Bálsamo, Buritama, Cedral, Cosmorama, Floreal, Gastão Vidigal, Guapiaçu, Ida Iolanda, Jaci, José Bonifácio, Lourdes, Macaubal, Magda, Mendonça, Mirassol, Mirassolândia, Monções, Monte Aprazível, Nhandeara, Nipoã, Nova Aliança, Nova Granada, Nova Luzitânia, Onda Verde, Orindiúva, Palestina, Parisi, Paulo de Faria, Planalto, Poloni, Pontes Gestal, Potirendaba, Riolândia, São José do Rio Preto, Sebastianópolis do Sul, Tanabi, Turiúba, Ubarana, Uchoa, União Paulista, Valentim Gentil, Votuporanga e Zacarias. SÃO JOSÉ DO RIO PRETO FEVEREIRO/2015 DIOCESE 86 ANOS 3 “Fortalecei os vossos corações” (Tg5,8) Mensagem do Papa Francisco para Quaresma 2015 Amados irmãos e irmãs! Tempo de renovação para a Igreja, para as comunidades e para cada um dos fiéis, a Quaresma é sobretudo um “tempo favorável” de graça (cf. 2 Cor6,2). Deus nada nos pede, que antes não no-lo tenha dado: “Nós amamos, porque Ele nos amou primeiro” (1 Jo4,19). Ele não nos olha com indiferença; pelo contrário, tem a peito cada um de nós, conhece-nos pelo nome, cuida de nós e vai à nossa procura, quando O deixamos. Interessa-Se por cada um de nós; o seu amor impede-Lhe de ficar indiferente perante aquilo que nos acontece. Coisa diversa se passa conosco! Quando estamos bem e comodamente instalados, esquecemo-nos certamente dos outros (isto, Deus Pai nunca o faz!), não nos interessam os seus problemas, nem as tribulações e injustiças que sofrem; e, assim, o nosso coração cai na indiferença: encontrando-me relativamente bem e confortável, esqueço-me dos que não estão bem! Hoje, essa atitude egoísta de indiferença atingiu uma dimensão mundial tal que podemos falar de uma globalização da indiferença. Trata-se de um mal-estar que temos obrigação, como cristãos, de enfrentar. Quando o povo de Deus se converte ao seu amor, encontra resposta para as questões que a história continuamente nos coloca. E um dos desafios mais urgentes, sobre o qual me quero deter nesta Mensagem, é o da globalização da indiferença. Dado que a indiferença para com o próximo e para com Deus é uma tentação real também para nós, cristãos, temos necessidade de ouvir, em cada Quaresma, o brado dos profetas que levantam a voz para nos despertar. A Deus não Lhe é indiferente o mundo, mas ama-o até ao ponto de entregar o seu Filho pela salvação de todo o homem. Na encarnação, na vida terrena, na morte e ressurreição do Filho de Deus, abre-se definitivamente a porta entre Deus e o homem, entre o Céu e a terra. E a Igreja é como a mão que mantém aberta essa porta, por meio da proclamação da Palavra, da celebração dos Sacramentos, do testemunho da fé que se torna eficaz pelo amor (cf. Gl 5,6). O mundo, porém, tende a fechar-se em si mesmo e a fechar a referida porta através da qual Deus entra no mundo e o mundo n’Ele. Sendo assim, a mão, que é a Igreja, não deve jamais surpreender-se, se se vir rejeitada, esmagada e ferida. Por isso, o povo de Deus tem necessidade de renovação, para não cair na indiferença nem se fechar em si mesmo. Tendo em vista essa renovação, gostaria de vos propor três textos para a vossa meditação. 1. “Se um membro sofre, com ele sofrem todos os membros” (1 Cor12,26) - A Igreja. Com o seu ensinamento e sobretudo com o seu testemunho, a Igreja oferece-nos o amor de Deus, que rompe esta reclusão mortal em nós mesmos que é a indiferença. Mas, só se pode testemunhar algo que antes experimentamos. O cristão é aquele que permite a Deus revesti-lo da sua bondade e misericórdia, revesti-lo de Cristo para se tornar, como Ele, servo de Deus e dos homens. Bem no-lo recorda a liturgia de Quinta-feira Santa com o rito do lava-pés. Pedro não queria que Jesus lhe lavasse os pés, mas depois compreendeu que Jesus não pretendia apenas exemplificar como devemos lavar os pés uns aos outros; esse serviço, só o pode fazer quem, primeiro, se deixou lavar os pés por Cristo. Só essa pessoa “tem parte com Ele” (cf. Jo 13,8), podendo, assim, servir o homem. A Quaresma é um tempo propício para nos deixarmos servir por Cristo e, deste modo, tornarmo-nos como Ele. Verifica-se isso quando ouvimos a Palavra de Deus e recebemos os sacramentos, nomeadamente a Eucaristia. Nesta, tornamo-nos naquilo que recebemos: o corpo de Cristo. Neste corpo, não encontra lugar a tal indiferença que, com tanta frequência, parece apoderar-se dos nossos corações; porque, quem é de Cristo, pertence a um único corpo e, n’Ele, um não olha com indiferença o outro. “Assim, se um membro sofre, com ele sofrem todos os membros; se um membro é honrado, todos os membros participam da sua alegria” (1 Cor12,26). A Igreja é communio sanctorum não só porque, nela, tomam parte os Santos, mas também porque é comunhão de coisas santas: o amor de Deus, que nos foi revelado em Cristo, e todos os seus dons; e, entre estes, há que incluir também a resposta de quantos se deixam alcançar por tal amor. Nessa comunhão dos Santos e nessa participação nas coisas santas, aquilo que cada um possui, não o reserva só para si, mas tudo é para todos. E, dado que estamos interligados em Deus, podemos fazer algo mesmo pelos que estão longe, por aqueles que não poderíamos jamais, com as nossas simples forças, alcançar: rezamos com eles e por eles a Deus, para que todos nos abramos à sua obra de salvação. 2. “Onde está o teu irmão?” (Gn 4,9) - As paróquias e as comunidades Tudo o que se disse a propósito da Igreja universal é necessário agora traduzi-lo na vida das paróquias e comunidades. Nestas realidades eclesiais, consegue-se porventura experimentar que fazemos parte de um único corpo? Um corpo que, simultaneamente, recebe e partilha aquilo que Deus nos quer dar? Um corpo que conhece e cuida dos seus membros mais frágeis, pobres e pequeninos? Ou refugiamo-nos num amor universal pronto a comprometer-se lá longe no mundo, mas que esquece o Lázaro sentado à sua porta fechada (cf. Lc16,1931)? Para receber e fazer frutificar plenamente aquilo que Deus nos dá, deve-se ultrapassar as fronteiras da Igreja visível em duas direções. Em primeiro lugar, unindo-nos à Igreja do Céu na oração. Quando a Igreja terrena reza, instaura-se reciprocamente uma comunhão de serviços e bens que chega até à presença de Deus. Juntamente com os Santos que encontraram a sua plenitude em Deus, fazemos parte daquela comunhão em que a indiferença é vencida pelo amor. A Igreja do Céu não é triunfante, porque deixou para trás as tribulações do mundo e usufrui sozinha do gozo eterno; antes pelo contrário, pois aos Santos é concedido já contemplar e rejubilar com o fato de terem vencido definitivamente a indiferença, a dureza de coração e o ódio, graças à morte e ressurreição de Jesus. E, enquanto essa vitória do amor não impregnar todo o mundo, os Santos caminham conosco, que ainda somos peregrinos. Convicta de que a alegria no Céu pela vitória do amor crucificado não é plena enquanto houver, na terra, um só homem que sofre e geme, escrevia Santa Teresa de Lisieux, doutora da Igreja: “Muito espero não ficar inativa no Céu; o meu desejo é continuar a trabalhar pela Igreja e pelas almas” (Carta254, de 14 de Julho de 1897). Também nós participamos dos méritos e da alegria dos Santos e eles tomam parte na nossa luta e no nosso desejo de paz e reconciliação. Para nós, a sua alegria pela vitória de Cristo ressuscitado é origem de força para superar tantas formas de indiferença e dureza de coração. Em segundo lugar, cada comunidade cristã é chamada a atravessar o limiar que a põe em relação com a sociedade circundante, com os pobres e com os incrédulos. A Igreja é, por sua natureza, missionária, não fechada em si mesma, mas enviada a todos os homens. Essa missão é o paciente testemunho d’Aquele que quer conduzir ao Pai toda a realidade e todo o homem. A missão é aquilo que o amor não pode calar. A Igreja segue Jesus Cristo pela estrada que a conduz a cada homem, até aos confins da terra (cf.Act1,8). Assim podemos ver, no nosso próximo, o irmão e a irmã pelos quais Cristo morreu e ressuscitou. Tudo aquilo que recebemos, recebemo-lo também para eles. E, vice-versa, tudo o que esses irmãos possuem é um dom para a Igreja e para a humanidade inteira. Amados irmãos e irmãs, como desejo que os lugares onde a Igreja se manifesta, particularmente as nossas paróquias e as nossas comunidades, se tornem ilhas de misericórdia no meio do mar da indiferença! 3. “Fortalecei os vossos corações” (Tg 5,8) - Cada um dos fiéis Também como indivíduos temos a tentação da indiferença. Estamos saturados de notícias e imagens impressionantes que nos relatam o sofrimento humano, sentindo ao mesmo tempo toda a nossa incapacidade de intervir. Que fazer para não nos deixarmos absorver por essa espiral de terror e impotência? Em primeiro lugar, podemos rezar na comunhão da Igreja terrena e celeste. Não subestimemos a força da oração de muitos! A iniciativa 24 horas para o Senhor, que espero se celebre em toda a Igreja - mesmo em nível diocesano - nos dias 13 e 14 de Março, pretende dar expressão a essa necessidade da oração. Em segundo lugar, podemos levar ajuda, com gestos de caridade, tanto a quem vive próximo de nós como a quem está longe, graças aos inúmeros organismos caritativos da Igreja. A Quaresma é um tempo propício para mostrar esse interesse pelo outro, através de um sinal - mesmo pequeno, mas concreto - da nossa participação na humanidade que temos em comum. E, em terceiro lugar, o sofrimento do próximo constitui um apelo à conversão, porque a necessidade do irmão recorda-me a fragilidade da minha vida, a minha dependência de Deus e dos irmãos. Se humildemente pedirmos a graça de Deus e aceitarmos os limites das nossas possibilidades, então confiaremos nas possibilidades infinitas que tem de reserva o amor de Deus. E poderemos resistir à tentação diabólica que nos leva a crer que podemos salvar-nos e salvar o mundo sozinhos. Para superar a indiferença e as nossas pretensões de onipotência, gostaria de pedir a todos para viverem este tempo de Quaresma como um percurso de formação do coração, a que nos convidava Bento XVI (Carta enc. Deus caritas est, 31). Ter um coração misericordioso não significa ter um coração débil. Quem quer ser misericordioso precisa de um coração forte, firme, fechado ao tentador, mas aberto a Deus; um coração que se deixe impregnar pelo Espírito e levar pelos caminhos do amor que conduzem aos irmãos e irmãs; no fundo, um coração pobre, isto é, que conhece as suas limitações e se gasta pelo outro. Por isso, amados irmãos e irmãs, nesta Quaresma desejo rezar convosco a Cristo: “Fac cor nostrum secundum cor tuum - Fazei o nosso coração semelhante ao vosso” (Súplica das Ladainhas ao Sagrado Coração de Jesus). Teremos, assim, um coração forte e misericordioso, vigilante e generoso, que não se deixa fechar em si mesmo nem cai na vertigem da globalização da indiferença. Com esses votos, asseguro a minha oração por cada crente e comunidade eclesial para que percorram, frutuosamente, o itinerário quaresmal, enquanto, por minha vez, vos peço que rezeis por mim. Que o Senhor vos abençoe e Nossa Senhora vos guarde! Vaticano, Festa de São Francisco de Assis, 4 de Outubro de 2014. 4 SÃO JOSÉ DO RIO PRETO DIOCESE 86 ANOS FEVEREIRO/2015 Ano da Vida Religiosa 2015 Congregação das Irmãs da Providência de GAP A Congregação da Irmãs da Providência de Gap, fundada na França em 1762 pelo sacerdote diocesano João Martinho Moye e beatificado em 21 de novembro de 1954, pelo Papa Pio XII, celebra em 2015 seus 253 anos de atuação na Igreja. Marca presença em 8 países: França, Espanha, México, Brasil, Itália, Índia, África e Haiti. João Martinho Moye, ordenado aos 24 anos, já no início do seu ministério, ouviu o apelo das crianças, adolescentes e adultos necessitados de pão e instrução. Amadurecido seu Projeto das Escolas, em 1792, envia uma moça Margarida Leconte, abandonada à Providência, à aldeia de Vigy ( França), para iniciar uma escola. Era a semente da Congregação, que hoje se estende por 4 continentes, através de outras 6 Congregações da Providência com a mesma espiritualidade. João M. Moye, homem de oração e fé, atento a vida e profundamente abandonado à Providência, deixou como herança às suas Irmãs quatro virtudes; Abandono à Providência, Simplicidade, Caridade, Pobreza e a espiritualidade de Providência. Durante 10 anos, foi missionário na China e, ao voltar à Europa, devido a Revolução Francesas foi exilado juntamente como um de Irmãs Pares Trever ( Alemanha), onde veio a falecer em 1793. A Congregação das Irmãs da Providência de Gap é reconhecida na Igreja como Instituto de Vida Apostólica. Sua missão carismática, recebida do fundador e transmitida através da história por gerações de Irmãs, tem por finalidade a ação evangelizadora, dedicando-se em escolas, hospitais, asilos, orfanatos, creches, paróquias, promoção e assistência social, principalmente pela presença de testemunho, vivendo em lugares pobres e periféricos como queria o fundador. No Brasil, as Irmãs da Providência de Gap estão presentes em 15 estados, num total de 220 Irmãs, distribuídas em 2 Províncias e uma Região : Província Leste( com sede em Itajubá – MG), Província Sul ( com sede em São Paulo – Capital) e a Região Nordeste ( como sede em Salvador – BA). • Que caminhos a Providência se serviu para chegar até à Diocese de São José do Rio Preto? O 1º Bispo Diocesano Dom Foto: Irmãs da Providência de Gap VOCAÇÕES Pe. Rafael Dalben Ferrarez Pastoral Vocacional Buscarei outro mar Irmãs da Providência de Gap: Léia, Terezinha, Ângela e Isaura. Lafayette Libânio, natural de Pouso Alegre (MG), conhecendo as atividades desenvolvidas pelas Irmãs da Providência, no Sul de Minas, pensou na organização da Diocese, tendo a colaboração das religiosas da Providência. A partir de 1935, houve sucessiva presença das Irmãs na Diocese. Foi assim que a 1ª obra confiada à Congregação foi o Asilo São Vicente na cidade de Cedral, em 1935. Portanto, neste ano de 2015, são 80 anos de presença das Irmãs da Providência Gap, na Diocese de São José do Rio Preto. Dom Lafayette, no seu zelo apostólico, conseguiu, junto à Superiora no Brasil ( Itajubá – MG), outras funções. A Congregação assume as obras seguintes: • Asilo São Vicente de Paulo - S. J. do Rio Preto - 1936; • Santa Casa de Misericórdia Monte Aprazível - 1937; • Santa Casa de Misericórdia José Bonifácio - 1939; • Colégio Santa Tereza - Nova Granada - 1939; • Santa Casa de Misericórdia Tanabi - 1942; • Lar Nossa Senhora de Fátima - S. J. do Rio Preto - 1955. As Irmãs, sempre incansáveis no atendimento a essas obras, dedicavam-se também a ação pastoral e evangelizadora nas paróquias, como também a uma Comunidade de formação Postulado em Tanabi, por alguns anos, no Bairro Cavazzi. As Irmãs, ainda, marcaram presença na Paróquia Nossa Senhora da Conceição, do Parque Estoril, com a Casa de Postulado transferida de Tanabi, como também na Paróquia Santo Expedito em Rio Preto e na Paróquia São João Batista na Nova Tanabi - Tanabi. O Bispo Dom Orani João Tempesta, hoje cardeal Tempesta, pediu à Supervisora para que as Irmãs atendessem o Parque da Cidadania, recém-construída e que pertence à Paróquia Santo Antônio de Pádua, na Periferia de Rio Preto. Atendido o pedido, fundou-se uma Comunidade de Irmãs na Matriz da Paróquia, dando assistência ao Parque da Cidadania, porque ainda não tinha condições de lá residir. Em 2005, foi possível residir no local, o que ajudou a ser mais presença e encaminhar a evangelização. Devido a escassez de novas vocações, diminuição do efetivo das irmãs e idade, no momento atual, a Congregação da Providência de Gap está somente no Parque da Cidadania, Capela Sagrada Família, atuando na Matriz Santo Antônio e no Residencial da Nova Esperança, onde há um enorme trabalho de evangelização a ser feito. Há, também, um atendimento a 7 grupos que pertencem a Família Providência - leigos e leigas, espiritualidade da Congregação, em Rio Preto e cidades vizinhas. Como o Beato João Martinho Moye, rezamos: “Que Deus seja vosso único sustento, vossa esperança, vossa força e alegria, vosso tudo”. Irmãs da Providência de Gap São José do Rio Preto Vivenciando o início do Tempo Comum em que Jesus escolhe seus apóstolos a fazer experiência com Ele, nosso artigo não poderia fugir a esse tema. No evangelho de Marcos 1,16-19, encontramos o chamado de Pedro, André, Tiago e João. Zebedeu estava trabalhando com seus filhos: Tiago e João. Jesus os chamou e eles os seguiram. Uma música bem popular chamada A barca nos mostra muito bem o que ocorreu naquele momento: Tu te abeiraste na praia, não buscaste nem sábios, nem ricos, somente queres que eu te siga. Senhor, Tu me olhaste nos olhos, a sorrir, pronunciaste meu nome. Lá na praia, eu deixei o meu barco, junto a Ti, buscarei outro mar A letra dessa música fala de vocação, e aí se vê duas atitudes diferentes: Jesus que escolhe e Jesus que chama. Escolhe cada um pessoalmente e chama pelo nome. O chamado é pessoal e inconfundível, mas podemos perceber que eles mudaram de “mar” e não apenas de profissão. De pescadores de peixes, tornaram-se pescadores de homens. O Senhor tem uma vocação e uma missão a cada um de nós, como tinha a cada um dos apóstolos. Não importa quem somos, onde moramos, que formação temos, quais são as nossas capacidades e nossas fraquezas. Nada disso importa quando Jesus nos escolhe e nos elege para sermos seus apóstolos. O Senhor nos chama a usarmos as redes, a sermos pescadores, a pescarmos homens para seu Reino. O Senhor quer usar a sua profissão para resgatar pessoas. Se você é jovem, você pode pescar seus pais, seu irmão, um amigo, seu vizinho e muita gente que você nem imagina. Seja qual for seu trabalho, sua realidade, você pode fazer dele uma “rede” para pescar muitos para Deus. O chamado não é só para a vida sacerdotal e religiosa. Jesus chama doze homens. O número doze, no contexto bíblico, significa a totalidade. Assim, ao chamar doze apóstolos, Jesus está chamando a todos a fazer parte de seu Reino. Não há exclusões, todos são escolhidos e chamados a estarem caminhando com Jesus. Pe. Rafael Dalben Ferrarez Paróquia São Sebastião - Talhado Vice-reitor do Seminário Propedeutico Nossa Senhora da Paz [email protected] SÃO JOSÉ DO RIO PRETO DIOCESE 86 ANOS FEVEREIRO/2015 Lançamento do novo site da Diocese na Catedral O bispo de São José do Rio Preto, Dom Tomé Ferreira da Silva, presidiu Missa em Ação de Graças pelos 86 anos de criação da Diocese. O encontro, que aconteceu no último dia 25 de janeiro, na Sé Catedral, marcou, também, o início das ações pastorais regionais em 2015 e a retomada das atividades nos seminários Maior (Sagrado Coração de Jesus) e Propedêutico (Nossa Senhora da Paz). Apresentando um “contexto cinzento”, que considerou a atualidade nacional e internacional (na esfera política e diplomática), Dom Tomé falou da necessidade dos “inveterados pecadores” atenderem ao convite de Jesus à mudança de vida. “A penitência é um meio e um sinal de conversão. Nós somos cidadãos do céu e o céu começa aqui e agora”, afirmou. Alicerçando o seu pensamento na mensagem do Evangelho, Dom Tomé também dirigiu uma palavra de ânimo aos seminaristas. “Que rede você deve deixar ou está deixando? Caros jovens, não tenham medo dessa ‘divina aventura’ que é a vocação sacerdotal”, incentivou o epíscopo. Foi apresentado oficialmente, no final da celebração, o novo site da Diocese. O projeto, coordenado pelo padre Hallison Parro, está segundo o presbítero - apoiado sob três pilares: “o da simplicidade, do dinamismo e da interatividade”. O bispo, antes da bênção final, fez o primeiro acesso, sob aplausos da assembleia reunida. “Agradecemos a Deus os 86 anos da Diocese de São José do Rio Preto”, concluiu Dom Tomé. Texto e Fotos: André Botelho (Serviço Social São Judas Tadeu) 5 O Ano da Paz 2015 Vivemos em um país sob um regime de estado democrático de direito, porém conduzido por um sistema capitalista, em que se valoriza o ter e o poder, desprezando o ser. Ricos cada vez mais ricos, e pessoas que caloteiam, fraudam, agridem, roubam, maltratam, iludem, fingem, traem, aliciam, enganam e até matam, para fazer valer seus desejos pessoais, melhorar seu status ou adquirir bens materiais. Dificuldade em lidar com as diferenças, ambição e vida desregrada toma conta de grande parte dessa sociedade exigente, enquanto grande parcela da classe política, sem controle eficaz de seus atos, se esquece dos compromissos pelo bem comum e dedica esforços a fim de atender seus interesses pessoais. Resultado: desamor, desequilíbrio social, injustiça, violência, criminalidade. Sem perceber, essa mesma sociedade, acomodada, aceita, de forma passiva e até silenciosa, o problema. Todos desprotegidos. A sociedade clama por paz. Mas o que é paz? Há quem entenda que paz seja um estado de espírito, cabendo a cada indivíduo buscá-la interiormente. Outros entendem que a paz é encontrada quando a situação financeira está controlada, ou que é fruto de um ambiente livre de violência ou criminalidade, etc. Não são poucas as opiniões a respeito, mas na verdade o conceito de paz tem uma abrangência muito maior do que a relação entre pessoas, espaço geográfico e baixos índices criminais. Para os que entendem que a paz está relacionada com a violência e a criminalidade, vale dizer que esse é um dos assuntos mais discutidos na sociedade moderna e uma de suas maiores preocupações. Como se tais questões pudessem ser solucionadas pela polícia, quase todos, influenciados por “falsos especialistas” ou, parte da mídia mal informada, passam a exigir, cada vez mais, policiais nas ruas, mais viaturas, mais prisões, etc, como se o incremento da violência e da criminalidade estivesse diretamente relacionado, tão somente à força policial do estado. Estudiosos que têm se debruçado sobre a questão dizem que a violência está inscrita e arraigada nas relações sociais, não podendo, desta forma, ser considerada apenas como uma força exterior que se impõe aos indivíduos e às coletividades. A psicanálise apresenta várias interpretações sobre o tema, em que associa a violência à agressividade instintiva do ser humano, que o inclina a matar e a fazer sofrer seus semelhantes, bem como a define como instrumento para arbitrar conflitos de interesses. Alguns autores, quando tratam desse assunto, têm em comum a clareza de considerar a violência como um problema social e histórico. Somos da teoria de que não se pode estudar a violência fora da sociedade que a produziu, porque ela se nutre de fatos políticos, econômicos e culturais traduzidos nas relações cotidianas. Discute-se muito a respeito do assunto, mas quem declara a verdade é a Igreja cristã quando, pautada nos princípios bíblicos, diz que nossa maior segurança vem de Deus. Nossa paz vem de Deus! Dentro desse contexto, sabiamente, o ano de 2015 foi denominado, pelos Bispos que compõem a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), como o Ano da paz. A Igreja, com essa decisão, sinaliza sua preocupação e busca fomentar a discussão sobre o assunto, visando a reflexão da sociedade, a mudança de comportamento e, consequentemente, um ambiente mais harmônico entre as pessoas. A respeito dessa questão, Dom Orani João Tempesta diz que ¨a alegria nasce da paz que Cristo concede” e prossegue dizendo “que possamos viver este Ano da Paz com muitas bênçãos, atitudes, gestos concretos e sempre pedindo ao Senhor que nos ilumine e que traga esta paz aos nossos corações, às famílias e a todo o mundo. Que a Paz reine em nossas fronteiras! Sejamos propagadores e testemunhas da paz, aquela paz que vem do Senhor!”. Diz, também, Dom José Belisário da Silva, Arcebispo de São Luís (MA) e Vice-Presidente da CNBB, que “o Ano da Paz é um convite para reflexão sobre os motivos de tantos acontecimentos violentos”. Diz, ainda, estar "na hora da sociedade brasileira dar passos no sentido de buscar uma harmonia maior no relacionamento humano”. O desafio maior, na busca pela paz, é a tarefa de realizar o bem comum, dentro do local de trabalho, família, e nas relações interpessoais, derrubando, desta forma, as muralhas da incompre- eensão e do ódio. É preciso não perder o ensinamento de que fomos criados à imagem e semelhança de Deus. Nesta mesma linha de raciocínio, a palavra de Deus nos afirma que Deus é amor perfeito, o que significa dizer que, sendo criados com amor e semelhança de Deus que somos, temos em nosso DNA a genética do amor. Durante este ano de 2015 – Ano da Paz -, iremos discorrer e ampliar o debate sobre como é possível criar cultura da paz no ambiente que vivemos, a começar de nós mesmos. Não podemos perder de vista que somos diferentes. Homens, mulheres, crianças, jovens, adultos e idosos. Temos culturas diferentes, sentimos diferentes, agimos diferentes, decidimos diferente e reagimos diferente. Ricos e pobres. Tudo diferente. Uns radicais, outros nem tanto. Altos e baixos, gordos e magros, feios e bonitos. Somos diferentes e é exatamente com as diferenças que exercitamos a arte de amar. Madre Tereza de Calcutá, em sua simplicidade, diz: “A inteligência sem amor, te faz perverso. A justiça sem amor, te faz implacável. A diplomacia sem amor, te faz hipócrita. O êxito sem amor, te faz arrogante. A riqueza sem amor, te faz avaro. A docilidade sem amor, te faz servil. A pobreza sem amor, te faz orgulhoso. A beleza sem amor, te faz ridículo. A autoridade sem amor, te faz tirano. O trabalho sem amor, te faz escravo. A simplicidade sem amor, te deprecia. A oração sem amor, te faz introvertido. A lei sem amor, te escraviza. A política sem amor, te deixa egoísta. A fé sem amor, te deixa fanático. A cruz sem amor, se converte em tortura. A vida sem amor, não tem sentido.” Penso que esses ensinamentos, por si só, contribuem para nossa primeira reflexão a respeito da paz que tanto buscamos. Basta exercitar! Jean Charles Serbeto (Coronel da PM, Bacharel em Direito, Mestre e Doutor em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública e Vereador em S.J.Rio Preto) 6 DIOCESE 86 ANOS SÃO JOSÉ DO RIO PRETO FEVEREIRO/2015 Ano da Vida Religiosa Ordem de Santo Agostinho, O.S.A O Carisma: Quem somos nós? A Ordem agostiniana está constituída por pessoas, homens e mulheres, que, com palavras da Regra que professamos, “vivemos unânimes em casa, tendo uma só alma e um só coração orientados para Deus” (Regra, 1,3). Somos cristãos que, cativados pelo exemplo e doutrina de Santo Agostinho, caminhamos juntos, como o fizeram as comunidades que durante sua vida fundou (354-430), ao mesmo tempo em que construímos nossa própria casa e servimos ao Povo de Deus. Por isso que o lema dos agostinianos seja: “uma só alma e um só coração para Deus”. Somos, pois, agostinianos porque temos como pai e guia Santo Agostinho. Apesar de ter nascido há mais de 1660 anos, até hoje seu legado literário e espiritual desperta interesse em milhares de pessoas ao redor de todo o mundo. Nosso CARISMA está alicerçado sobre três eixos norteadores, três pilares: Interioridade, vida em comunidade e serviço à Igreja. 1. Interioridade Valores equivalentes: silêncio, meditação, ouvir o coração e ouvir-se, voltar para dentro de si mesmo, busca da verdade. Agostinho é conhecido como alguém que buscou constantemente e profundamente a verdade. Essa busca durou toda a sua vida e foi feita por muitos lugares e de muitas formas. Até que, em um determinado momento, ele concluiu que essa verdade que tanto buscava não estava longe, mas perto, porque estava dentro dele mesmo. A experiência humana e espiritual de Santo Agostinho pode ser sintetizada da seguinte forma: busca intensa da Verdade, de Deus; e, tendo-O encontrado, a ele dedicar-se inteiramente em comunhão com os irmãos. A busca de Deus é o motivo-guia, o fio condutor da espiritualidade de Agostinho. E busca de Deus, para Agostinho, identifica-se com busca da Verdade. Mas não diz respeito somente a quem busca verdades sobre as coisas, ou a quem ainda não tem fé, nem a quem ainda não encontrou em Cristo a verdade de sua existência. Também não se trata unicamente de atividade do pensamento. Trata-se de uma atitude de fé em constante busca de Deus; é uma realidade existencial; envolve mente e coração; o ser em sua totalidade em empenho constante de busca. 2. Vida em comunidade (comunhão de vida) Valores equivalentes: amizade, fraternidade, solidariedade, interesse e respeito pelo outro. ''Em primeiro lugar – já que com este fim vos haveis congregado em comunidade – vivei unânimes em casa e tende uma só alma e um só coração orientados para Deus''. Àqueles que querem participar de sua experiência de busca de Deus, Agostinho propõe o exemplo da primitiva comunidade cristã de Jerusalém, descrito nos Atos dos Apóstolos (4,32): formavam um só coração e uma só alma, tudo era comum entre eles e a cada um dava-se conforme suas necessidades. 3. Serviço à Igreja ( à Sociedade) Valores equivalentes: pastoral, educação, serviços diversos, defesa da vida e dos direitos, responsabilidade social, colocar meus dons a serviço. Os Agostinianos não temos uma atividade específica e única. Não é uma atividade que nos caracteriza, é um estilo de vida. Toda e qualquer ação é consonante com os Agostinianos, desde que realizada ‘agostinianamente’, isto é, desde que respeite os valores fundamentais da vida agostiniana, (interioridade, comunidade, segundo o estilo de Agostinho). Mas, de que adiantariam pessoas com uma ‘vida interior’ exemplar ou vivendo em ‘comunidades perfeitas’ se elas estivessem isoladas do mundo? A família agostiniana não vive e não está desconectada da realidade. Pelo contrário, os agostinianos e as agostinianas estamos à frente de milhares de atividades espalhadas pelos cinco continentes. Agostinianos no mundo A Ordem de Santo Agostinho está presente em mais de 45 países. A missão dos agostinianos se realiza primeiro, vivendo em comunidade; segundo, trabalhando em universidades, colégios, creches, centros profissionalizantes, paróquias, missões, etc. para transmitir o que, por sua vez, cada um e todos recebemos como herança. Nossa chegada ao Brasil: Há cento e dezesseis anos que os agostinianos estamos no Brasil. Com certeza, a primeira vez que foi mencionado o nome de Sto. Agostinho, em terras brasileiras, aconteceu em 1500, quando uma esquadra portuguesa tocou num recanto do litoral da Bahia, denominando-o Cabo de Sto. Agostinho. Porém da história e presença da ordem de Sto. Agostinho, antes de 1899, pouco podemos dizer. É lógico que a província portuguesa tenha enviado vários dos seus filhos à colônia do Brasil. Também brasileiros ingressaram na ordem, já em Portugal, como é o caso de Frei José de Sta. Rita Durão (1720-1784), natural de Cata Preta (Minas Gerais), autor do poema épico “O Caramuru”. + 1898 - Com motivo da Celebração do Concílio Plenário Latino-Americano, em Roma, vários prelados brasileiros sabendo do acontecido nas Ilhas Filipinas, onde por causa da revolução, muitos Padres Agostinianos foram presos e tiveram que voltar para a Espanha, ficando lá apenas os religiosos nativos, solicitam ao Rvmo. Pe. Tomás Rodrigues, Superior Geral da Ordem de Santo Agostinho, o envio de diversos religiosos às terras brasileiras. + 1899 - No dia 17 de junho de 1899, chegam ao Rio de Janeiro, provenientes da Espanha, os primeiros religiosos Agostinianos da Província de Filipinas: Padres Joaquín Fernández, Alfredo Carrocera Valdés, Cándido de San Miguel, Baltasar Gamarra e o Frei Maximiano Andrés, iniciando-se, desta forma, o Apostolado Docente, Social e Paroquial, que perdura até os dias de hoje. + 1926 - A recém-criada Vice-Província do Santíssimo Nome de Jesus do Brasil, da qual dependiam os primeiros religiosos chegados desde 1899, passa a depender da Província do Santíssimo Nome de Jesus da Espanha, criada nesse ano, pela Província de Filipinas, para dedicar-se principalmente ao ensino e às missões no Brasil e na Argentina. + 1929 - Chegada da Província Matritense ao Brasil. + 1933 - A Província de Castela envia religiosos ao Brasil. + 1962 - Chegam ao Brasil os Agostinianos da Província de Malta. + 2013 - No dia 13 de setembro de 2013, o Capítulo Geral aprova a criação da Província Agostiniana do Brasil, resultado da fusão de três dos quatro grupos agostinianos existentes no Brasil: Vicariato Santíssimo Nome de Jesus do Brasil, Vicariato de Castela e Delegação de Malta. É a primeira província criada no Brasil. A Província Agostiniana do Brasil, respeitando a raiz dos três grupos, é uma entidade social, filantrópica, sem fins econômicos, declarada de utilidade pública, municipal, estadual e federal, com sede na Praça Santo Agostinho, 79 - Bairro Liberdade - São Paulo, SP, fundada e mantida pelos Padres Agostinianos. A nossa atuação compreende diversos campos, como: pastoral paroquial, educação, formação e promoção humana, assistência social, orientação e atendimento familiar e religioso, atingindo o jovem, o adolescente, a criança e a família. Na Diocese de São José do Rio Preto, no presente, estamos desenvolvendo nosso apostolado através da Paróquia Santa Rita de Cássia, que abarca três comunidades: Santa Rita, Santa Mônica e Santa Inês, e do Colégio Agostiniano São José. Pe. Eliseo Lopes SÃO JOSÉ DO RIO PRETO DIOCESE 86 ANOS FEVEREIRO/2015 Amigos e amigas leitores(as) de nosso Jornal: a partir deste ano, teremos uma coluna dedicada a esclarecer as dúvidas de nossos leitores, respondendo perguntas que nos forem enviadas. Para esse primeiro contato, selecionamos algumas questões muito comuns, para a formação de nossos fiéis católicos. 1. O que é a fé? Ela pode amadurecer? A fé é a resposta do homem a Deus, que se revela e nos convida à experiência pessoal com Ele: é uma adesão do homem a Deus. A fé é uma graça, por isso dom de Deus, mas também é um ato humano, que não contraria a liberdade e nem a inteligência do homem; por isso “crer é um ato de inteligência”. A fé pode ser amadurecida sim, nos diz o Catecismo da Igreja Católica (162): “para viver, crescer e perseverar até o fim na fé, devemos alimentá-la com a Palavra de Deus; devemos implorar ao Senhor que a aumente; ela deve agir pela caridade, ser carregada pela esperança e estar enraizada na fé da Igreja”. Amadurecemos a fé, também, pela compreensão e estudo, pela dedicação ao conhecimento de nossas “verdades de fé”, pela experiência comunitária e eclesial que alimenta a fé. 2. Como entender o tempo da Quaresma? É um tempo de medo? Lembro-me, quando criança, que ouvia dizer que a Quaresma era um tempo de silêncio, de recolhimento, que devia se evitar muitos afazeres e ainda ter muito medo, porque éramos punidos por nossos pecados com a presença de seres de outro mundo, com influência do folclore, que vinham nos visitar. No entanto, para o bom cristão católico, a quaresma não pode ser vivida de maneira mítica ou supersticiosa: é um tempo de preparação para celebrarmos a Páscoa de Nosso Senhor Jesus 7 1º Acampamento dos Vicentinos Jovens Cristo, que pede a nós a conversão, a oração, o jejum, a penitência. É o tempo favorável da reconciliação, por isso a prática sacramental da confissão é intensificada. É o tempo de revermos nossa prática social, iluminados anualmente pela Campanha da fraternidade. Sendo assim, quaresma é um tempo forte na vida da Igreja, em que fazemos o caminho para a Páscoa, motivados pela Palavra e unidos aos sentimentos de Jesus Cristo, cultivando a oração, o amor a Deus e a solidariedade com os irmãos. 3. A Bíblia é a Palavra de Deus, que deve ser lida e compreendida pelos fiéis. Como não devemos ler a Bíblia? Já me perguntaram qual a maneira correta de ler a Sagrada Escritura. Há uma variedade de metodologias; no entanto, o que é essencial é ler a bíblia com o coração da Igreja. Podemos lê-la de modo exegético, estudando cultura, religião, situação sociopoliticoeconômica da época; podemos lê-la na ótica litúrgica, pastoral, catequética; podemos lê-la como fonte de espiritualidade, com a prática da leitura orante, como a Igreja tem nos orientado hoje; podemos lê-la em círculos de estudos bíblicos, enfim, lê-la para que o Espírito Santo conduza ao conhecimento das verdades nela contidas. Sendo assim, não devemos ler a bíblia de maneira fundamentalista ou literalista (ao pé da letra – sem levar em conta contexto); de forma esotérica (buscando fórmulas mágicas, lendo textos aleatórios abertos do nada); de maneira intimista (como se a Bíblia fosse livro de autoajuda); como livro de receitas (buscando soluções para tudo e fórmulas prontas para viver). A Palavra é alimento para a vida do discípulo, por isso a intimidade com a Palavra pede de nós conhecimento, abertura ao Espírito, leitura comunitária. Fujamos das tentações de uma leitura fragilizada e fragmentada da Sagrada Escritura. 4. Quando estamos cometendo pecado contra o segundo mandamento “Não usar o santo nome de Deus em vão”? Essa é uma pergunta muito comum, já que chamamos a Deus e Nossa Senhora muitas vezes durante o dia, gerando dúvidas se isso seria um erro ou não. O fiel deve testemunhar o nome do Senhor, tendo respeito devido ao seu nome, como também de Maria e dos santos. O segundo mandamento proíbe o abuso ou uso inconveniente do nome de Deus (e dos santos), por meio de blasfêmias (proferir contra Deus palavras de ódio, ofensa e desafio; para encobrir práticas criminosas ou abuso de poder), de pragas (intervir o nome de Deus para o mal), ainda usando de maneira mágica ou em juramento falso. O segundo mandamento prescreve o respeito ao nome do Senhor: a santidade do nome divino exige que não O recorramos para coisas sem importância, fúteis ou desnecessárias. O nome é Sagrado, traz presente a pessoa, por isso, ao proferirmos o nome de Deus, de Nossa Senhora ou dos santos, que seja para trazê-los presentes em nossa história, como auxílio, proteção e segurança. Seria muito importante a participação do leitor nesta coluna, para que interagindo, possamos tirar as dúvidas de nosso povo. Para enviar sua pergunta, que poderá ser respondida na próxima edição do jornal, escreva e-mail para [email protected]. Obrigado e até o mês que vem! Roberto Bocalete Administrador Paroquial da Paróquia São João Batista Américo de Campos O primeiro acampamento de jovens vicentinos do conselho central de Tanabi e Mirassol foi realizado nos dias 24 e 25 janeiro em Mirassol. O evento contou com a participação de 78 jovens com idades entre 13 e 18 anos, e os temas abordados foram: O despertar para a Caridade até a “Mudança de estruturas” (visão holística do sistema, com a possibilidade de interferir positivamente promovendo transformações, sobrepondo os pilares da caridade sobre os da injustiça social). Com várias dinâmicas, os jovens puderam aprender a necessidade do trabalho em equipe, a vocação e a missão evangelizadora, como elementos tranformadores. Os palestrantes, DJ Ita de Itápolis,Irmão Márcio (seminarista dos Missionários de São Vicente), Irmão Agenor, confrade Gabriel Uchida, coordenador da Comissão de Jovens do Conselho Metropolitano de S. J. Rio Preto, confrade Caio Lodete, coordenador do CJ de Tanabi, confrade Rogério, coordenador da Escola de Capacitação “Frederico Ozanam”, Castilho, coordenador do Depto de Comunicação (Decom), conduziram os momentos de oração e reflexão sobre a vocação do jovem vicentino. Em sintonia com os projetos sociais da Igreja, apoiados pelo bispo diocesano Dom Tomé, e dentro do espírito de “Uma Igreja pobre para os pobres” do Papa Francisco, a vocação e o carisma vicentinos, são exclusivamente voltados para os pobres e vulneráveis sociais, cujo tema deste ano “Tecendo a Caridade” nos convida a renovar a cada ano nosso compromisso, buscando na juventude força e vigor para transformar! Texto e Fotos: Castilho SÃO JOSÉ DO RIO PRETO DIOCESE 86 ANOS 8 FEVEREIRO/2015 BÍBLIA Padre Hallison Henrique de Jesus Parro [email protected] Evangelho de Marcos - I Marcos 1,1-13: Jesus Cristo, Filho de Deus Salvador ORAÇÃO INICIAL Após um breve momento de silêncio, reze: Espírito Santo, a Ti consagro os meus pensamentos: ilumina-me. Ordena os meus sentimentos e as minhas atitudes segundo a vontade do Pai. Que eu conheça Jesus Mestre como o meu Salvador e entregue a Ele o meu coração e toda a minha vida. Amém. 1 - Leitura de Marcos 1, 1-13 (Verdade) - O que diz o texto? A palavra “Evangelho” não é uma invenção cristã. Esse termo já era utilizado na Antiguidade Clássica para caracterizar, por exemplo, o anúncio (Kerigma) da vitória de um general e de seu exército ou ainda de algum feito grandioso de reis e de imperadores. Quem proclama o “evangelho”, ou seja, essa boa palavra, esse bom anúncio é sempre um arauto revestido de autoridade. Marcos inicia o seu texto com a seguinte afirmação: “Princípio do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus”. Para o evangelista, Jesus é, por excelência, o definitivo arauto do Pai. Ele é o sujeito do anúncio. O próprio Jesus proclama a proximidade de Deus e seu Reino, na aurora dos tempos (Mc 1,14-15). Por meio de sua pregação, as promessas do Primeiro Testamento (AT) realizam-se na própria pessoa do Messias. Em segundo sentido, Jesus é o objeto do anúncio da comunidade cristã e do próprio texto marcano. O evangelista narrará o itinerário de Cristo pelos caminhos dos homens, entre o Jordão, onde é batizado, na fronteira da Galileia, e o novo encontro na Galileia, marcado com os seus discípulos, antes de sua prisão em Jerusalém (14,28), mas que, somente, será recordado no túmulo do qual seu corpo está ausente (16, 1-8). Nesse sentido, o termo “evangelho” não se refere, primeiramente, ao gênero literário, mas à mensagem sobre a salvação dos homens em Jesus. Esse uso constituiu a base para o uso posterior da mesma palavra para designar o ‘gênero literário’ do relato sobre Jesus, no qual a comunidade cristã expressa e reafirma sua fé em Jesus de Nazaré como o Cristo, como o Messias esperado de Israel. Além de Cristo, Jesus, também, é, para a Igreja nascente, o Filho de Deus. Podemos afirmar que, desde o início da sua narrativa, Marcos tem como objetivo conduzir os ouvintes à experiência do centurião aos pés da cruz (Mc 15,39), que, diante do Crucificado, o reconhece também como o Filho de Deus, aquele que foi verdadeiramente obediente à vontade do Pai. O texto que nós propomos para o estudo e a meditação faz parte de um conjunto de três cenas iniciais (Mc 1,2-8; 1,9-11; 1,12-13), nas quais Marcos sintetiza, inicialmente, toda a verdade teológica sobre a missão específica e a verdadeira identidade de Jesus, a serem desenvolvidas e apresentadas ao longo de todo o Evangelho. Segundo Combet-Galland (2009), Deus é o primeiro a tomar a palavra no texto de Marcos; o Pai fala pelas Escrituras em um texto atribuído a Isaías, que na realidade é uma junção de vários versículos (Ex 23,20; Ml 3,1; Is 40,3): “Eis que eu envio o meu mensageiro diante de ti a fim de preparar o teu caminho; voz que clama no deserto: preparai o caminho do Senhor, tornai retas suas veredas” (Mc 1,2-3). João Batista, caracterizado ao estilo do profeta Elias, propõe um retorno ao deserto, à experiência de conversão de Israel ao projeto da Aliança. O Batista anuncia a proximidade da ação de Deus na história para destruir o mal. João, ao se vestir de pelos de camelo e ao comer mel silvestre, questiona toda a corrupção reinante na sociedade de seu tempo, que havia elegido a futilidade como projeto de vida. A palavra presente na boca do Batista é um verdadeiro urro de leão, que ecoa nos corações endurecidos dos habitantes da Judeia e de Jerusalém. Assim, o reconhecimento dos pecados contra a Aliança e seu consequente arrependimento é condição para a pessoa ingressar na futura comunidade do Messias. Desde o início de sua fé, a comunidade cristã necessitou explicitar a relação entre Jesus e João Batista. Este último é interpretado como uma testemunha autorizada do Pai a preparar os corações para o Evangelho de Seu Filho. O batismo no Espírito Santo é prerrogativa apenas do verdadeiro Messias (Is 9,5-6; 11,2). Portanto, o testemunho de João sobre a sua indignidade em relação a Jesus para realizar até mesmo o serviço costumeiramente feito por um escravo (desatar a correia das sandálias) nos demonstra que João não é o Messias, mas apenas o Precursor. De fato, para Marcos, somente em Jesus, a promessa chegou ao seu cumprimento, pois o Filho veio ao mundo para libertá-lo do poder do mal e dar vida definitiva ao povo de Deus. Marcos não se preocupa em explicar o motivo de Jesus ter recebido o batismo de João, mas em destacar como a identidade de Jesus é revelada nesse acontecimento (Mc 1, 9-11). O texto marcano se inscreve entre dois batismos, o da água no rio Jordão, no meio de todo o povo que ali se reúne, e o da Paixão, momento em que Jesus é abandonado inclusive pelos seus. Por isso, o batismo de Jesus no Jordão ocorre em vista desse acontecimento final da cruz e da ressurreição. Ao receber o Espírito, o Messias Jesus se propõe como o Servo de Javé (Is 42,1). A voz do Pai atesta: “Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo” (Mc 1,11; Sl 2,7). O Filho de Deus não realizará a sua missão no triunfalismo e no pacto com os poderes humanos, mas como um servo obediente que se propõe ao homem como resposta para a sua busca de Deus (Is 42, 2-3). O céu está aberto sobre Jesus. A sua comunhão de vontade com o Pai, “toda a justiça”, que Ele realiza, abre-nos, definitivamente, o céu. Isso nos mostra que, em Jesus, o Pai age de maneira radicalmente nova na história da humanidade. Se quisermos fazer a experiência de Deus, precisamos contemplar e aderir à proposta do Crucificado desde o seu batismo no Jordão até o seu batismo definitivo na Cruz do Calvário. A primeira missão de Jesus, revestido com a autoridade do Espírito Santo, é iniciar a sua luta contra Satanás. Marcos, diferentemente de Mateus e de Lucas, não aborda o conteúdo das tentações sofridas por Jesus no deserto. O evangelista coloca, em primeiro plano, a oposição entre Jesus e o velho homem Adão. Este, conforme nos apresenta o livro dos Gênesis, habitava o paraíso, porém rompeu com Deus por meio do pecado da desobediência. Jesus, pelo contrário, está no deserto, mas estabelece, definitivamente, a reconciliação e salvação do gênero humano, já que ‘vivia entre as feras e os anjos o serviam’, uma cena que nos recorda a paz paradisíaca (Is 11,6-9). Como afirma Ratzinger (2007), onde o pecado é vencido, onde a harmonia do homem com Deus é restaurada, segue-se a reconciliação da natureza, a criação dilacerada transforma-se em lugar de paz (cf. Rm 8,19). 2- Meditação (Caminho) – O que o texto me diz? Desde o dia de meu batismo, sou chamado, como cristão, a seguir os passos de Jesus em seu caminho da Galileia até Jerusalém. A experiência da fé consiste em assumir o Evangelho não como um conhecimento apenas de ordem intelectual, mas como um projeto de vida que determina as minhas opções diante das diversas propostas do mundo. Crer em Jesus como Messias e Filho de Deus é experimentar já agora, mas ainda não plenamente o céu, pois ainda estamos a caminho da pátria definitiva. Nessa peregrinação pelo êxodo da vida, antevemos, pela fé, a promessa que nos está reservada e garantida em Jesus. Como João Batista, também precisamos preparar o caminho para Cristo. A vida de cada cristão deveria ser um verdadeiro chamado à conversão daqueles que vivem de forma superficial. Precisamos questionar-nos: as nossas comunidades são um sinal profético na sociedade de hoje? Utilizamos métodos e critérios pastorais que são verdadeiramente evangélicos, ou temos sucumbido à tentação de agradar a tudo e a todos? A Campanha da Fraternidade deste ano nos mostra que a Igreja tem o papel de ser fermento na massa, de ajudar a sociedade a discernir propostas que promovam a vida pregada por Jesus. O Senhor se fez batizar no Jordão para nos servir com o seu amor. Ele não veio a este mundo ser servido, mas, como verdadeiro Cordeiro de Deus, se fez oferenda no altar da Cruz. A Igreja realiza a sua vocação de sacramento universal de salvação na medida em que também se insere nessa dinâmica de Cristo. Uma Igreja servidora, atenta aos sinais dos tempos, que leva a misericórdia aos corações feridos é o sinal mais evidente do restabelecimento da reconciliação entre os homens. Diante dessa realidade, somos instrumentos de reconciliação ou de divisão entre as pessoas? Como filho de Deus em Jesus Cristo, promovo a paz por onde passo e denuncio as injustiças? Reconheço Jesus como o meu Salvador, colocando-me diante d’Ele de forma humilde, apresentando-lhe as minhas incoerências? Recebo a Palavra de Jesus como uma verdadeira bom notícia para a minha vida ou estou surdo aos seus apelos? 3- Oração (Vida) - O que o texto me faz dizer a Deus? Senhor Jesus, tu és o Cristo e o Filho de Deus. A ti entrego o meu coração e a minha vida. Quando contemplo o teu batismo no Jordão, reconheço a tua solidariedade com a minha miséria. Obrigado pelo olhar misericordioso que lançaste sobre mim, paralisado no meu pecado. Obrigado pela palavra que eu não procurava, mas me quiseste dirigir para me reconduzires à vida. Obrigado pela liberdade nova, que desfez as cadeias que mantinham inerte o meu coração e me deu um impulso antes desconhecido. Obrigado pela alegria da fé que suscitaste em mim. Obrigado pela solidariedade dos irmãos que me conduziram até junto de Ti, como João Batista agia no deserto da Judeia. Ensina-me a ser também solidário com todos os pecadores, para que Te cheguem a Ti e encontrem a misericórdia, o amor, a vida em abundância e em paz. Amém. 4- Contemplação (Vida e Missão) Quais sentimentos, pensamentos e atitudes a Palavra de Jesus suscitou em mim durante esse momento de reflexão e de oração? Qual meu novo olhar a partir da Palavra? Meu novo olhar é de fé? Em casa, na rua, no trabalho, onde estiver, em alguma situação ameaçadora ou difícil, vou aumentar minha confiança no Senhor, na certeza de que ele está comigo e sempre me salva. Irei, também, como Jesus, servir os irmãos, anunciando-lhes o amor e a ternura do Pai. SÃO JOSÉ DO RIO PRETO DIOCESE 86 ANOS FEVEREIRO/2015 9 Curso - 2015 Pe. Dalben faz Curso de Formadores O padre Rafael Dalben Ferrarez, vice-reitor do Seminário Propedêutico Diocesano, participou, de 05 a 17 de janeiro, da Escola de Vida Sacerdotal Paulo VI, em Londrina no Paraná. Foi o primeiro módulo de um total de três. Nessa primeira fase, foram abordados alguns temas essenciais na formação dos futuros presbíteros, como o contexto das vocações hoje; origem dos candidatos e suas motivações explícitas e implícitas; teologia dos ministérios e a pedagogia da vocação presbiteral. O curso teve a coordenação do arcebispo de Maringá, Dom Anuar Battisti, profundo conhecedor e com larga experiência formativa. Estavam presentes em torno de 50 padres formadores, provenientes dos mais diversos estados brasileiros: RS, PR, SC, SP, RJ, MG, BA, AP, MT. O objetivo dessa escola de formadores é proporcionar aos formadores de seminários um espaço de vivência e convivência por meio do qual eles se sintam gestores. Outro objetivo é, também, permitir que os formadores, durante os três módulos consecutivos, possam confrontar e discutir sua missão frente aos desafios que encontrarão em seu ministério. Curso - 2015 Atualização Teológica A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB, promoveu o curso de atualização para presbíteros, com o tema: A contínua construção da unidade da vida e o lema: “Vinde, a sós, para um lugar deserto, e descansai um pouco” (Mc 6,31). Esse evento ocorreu em Cachoeira do Campo-MG, no Retiro das Rosas, Casa das Irmãs Salesianas, de 05 a 25 de janeiro de 2015. Estávamos em 24 padres (22 diocesanos e 2 religiosos) de diversas regiões do Brasil. A Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada, representada pelo seu presidente Dom Pedro Brito Guimarães e pelo assessor dessa comissão padre Deusmar Jesus da Silva, nos acompanharam nesses dias e organizaram o curso com o objetivo de atender aos padres diocesanos de 10 a 25 anos de ministério e abranger as 5 dimensões da formação integral da vida sacerdotal : Vida humano-afetiva, vida espiritual, vida comunitária, vida intelectual e vida apostólica. O local foi muito favorável para vivenciarmos essas dimensões, possibilitando: lazer, convivência, descanso, estudo, oração e uma alimentação muito saudável. Nossos assessores abordaram os assuntos com muita propriedade e profundidade, despertando em nós o interesse para continuarmos estudando durante o cotidiano, espaço privilegiado para o crescimento e amadurecimento integral. Foram dias para revisitar o primeiro chamado gratuito, realizado por Jesus Cristo, olhar para trás e vermos o quanto caminhamos. Tomar consciência do presente, da própria realidade e, repleto de esperança, lançar-se para o futuro. Proporcionaram-nos momentos para mergulharmos na espiritualidade litúrgica, como a primeira e necessária fonte para nutrir a nossa fé cristã. Aos assessores o meu muito obrigado: Pe. Anselmo Matias Limberger, Frei Antônio Moser, Dom Angélico Sândalo Bernardino, Pe. Estevão Raschietti, Pe. Edênio do Valle, Pe. Luiz Henrique Eloy e Silva, Pe. Clóvis Andrade de Melo, Pe. Ronaldo Mazula, Dom Eduardo Pinheiro, Pe. Antônio Luiz Catelan, Pe. Hernaldo Pinto Farias, Pe. Élio Gasda, Francisco Wloch. Além desses assessores, tivemos palestras com profissionais da saúde: urologista, cardiologista, fisioterapeuta e nutricionista. A experiência foi revigorante. Todos os participantes aprovaram o curso e não só esperam que ocorra todos os anos, mas também recomendam a todos os presbíteros, de 10 a 25 anos, a participarem. Agradeço ao bom Deus e ao presbitério de São José do Rio Preto pela oportunidade de participar desse curso representando a nossa diocese. Pe. Edvaldo Rosário Calazans 10 SÃO JOSÉ DO RIO PRETO DIOCESE 86 ANOS FEVEREIRO/2015 Abertura do ano acadêmico 2015 Celebração Eucarística abre ano acadêmico nos seminários diocesanos A abertura do ano acadêmico, no Seminário Maior Diocesano Sagrado Coração de Jesus e no Seminário Propedêutico Nossa Senhora da Paz, foi feita com a celebração de uma missa na capela do Seminário Maior Diocesano no dia 02 de fevereiro às 10h30. A celebração eucarística foi presidida por Dom Milton Kenan, bispo da diocese de Barretos, e concelebrada por Dom Tomé Ferreira da Silva e padres presentes. Também participaram da Eucaristia professores, seminaristas maiores e propedeutas, e religiosos. Celebrando a festa da Apresentação do Senhor por Maria e José no templo, Dom Milton referiu-se ao seminário, em sua homilia, como o “coração de Deus”: “a Igreja olha com esperança para o seminário”, disse. Fazendo menção ao mistério da luz pela qual a liturgia do dia é cercada, ressaltou que tal luz é símbolo também para falar do conhecimento à luz da Palavra de Deus: “É preciso conhecer o mistério de Cristo para que possamos anunciar Jesus Cristo”. E concluiu dizendo que o conhecimento de Cristo não nos é dado para nos sentirmos melhores e superiores com relação aos outros: “O conhecimento de Cristo nos é dado para que possamos servir melhor aos outros, à Igreja e à comunidade”. Ao término da celebração eucarística, todos os seminaristas e professores dos cursos de Teologia, Filosofia e Propedêutico se apresentaram e Dom Tomé fez uso da palavra para acolher a todos. Em seguida, foi servido um almoço de confraternização aos presentes. Paulo Castro Seminarista Bálsamo: Assembleia da Pastoral da Pessoa Idosa Representantes da Pastoral da Pessoa Idosa de 11 paróquias da Diocese participaram de um encontro em Bálsamo, no dia 31 de janeiro. A reunião serviu para o aprimoramento das atividades da pastoral e para a escolha de uma nova coordenadora diocesana. A eleita foi a jovem Mariana Delfino, de 25 anos, moradora de Bálsamo. Cerca de 60 pessoas participaram do evento, que aconteceu na escola Joaquim Sílvio Nogueira. Atualmente, em 12 paróquias da Diocese são atendidos cerca de 1 mil idosos. O trabalho envolve 150 voluntários, que são os líderes comunitários. A coordenadora estadual da Pastoral, Thereza Maciel, destacou a importância das visitas comunitárias, das orientações e incentivou o trabalho realizado em cada paróquia. “Precisamos valorizar a pessoa idosa, aumentar sua autoestima”, afirmou. Também presente no evento, o padre Amauri Bazotti, de Adolfo, assessor regional da Pastoral, pediu que os coordenadores e líderes pensem em novas ações para trabalhar com os idosos. “As orações, conversas e orientações, junto às pessoas idosas, sempre serão importantes, mas também devemos colocá-las em atividades, fazer com que elas participem da vida em sociedade”, disse. O trabalho Durante as visitas domiciliares, os líderes comunitários orientam os idosos sobre a importância de movimentar-se, desenvolver alguma atividade física, ingerir líquidos, prevenir quedas, etc. Quando é identificado algum problema, é o líder quem encaminha o idoso ao órgão adequado. SÃO JOSÉ DO RIO PRETO FEVEREIRO/2015 DIOCESE 86 ANOS 11 Missionários da Comunidade Canção Nova renovam Compromisso No dia 02 de fevereiro, os missionários da Comunidade Canção Nova, renovaram o seu compromisso com Deus e com a Igreja. A cerimônia aconteceu na sede da Comunidade Católica, em Cachoeira Paulista (SP) e nas Frentes de Missão, espalhadas pelo Brasil e pelo mundo. Em São José do Rio Preto, a cerimônia do Compromisso aconteceu durante a celebração da Santa Missa, na Sé Catedral de São José, às 19h30, presidida por Dom Tomé Ferreira da Silva e concelebrada por vários sacerdotes, onde os 31 membros renovaram seu compromisso. Na celebração, além dos membros, participaram amigos benfeitores da Comunidade Canção Nova, membros das Novas Comunidades, Pastorais e Movimentos. A Frente de Missão Canção Nova São José do Rio Preto está a serviço da Evangelização nesta Diocese, José Bonifácio desde 04 de março de 2004, através da Rádio Canção Nova - 810 AM, produtos de evangelização, internet, encontros, grupos de oração, etc... Convidamos você para participar das atividades na Casa de Missão: Rua XV de Novembro, 3131, Centro - fone: (17) 3233-4600 Mais informações: http://blog. cancaonova.com/riopreto/ Agradecemos a todos que participaram e, de maneira especial, a Dom Tomé que, com grande carinho e alegria, presidiu essa Santa Missa. Pedro Roberto Cerimônia da Profissão Religiosa da Irmã Francielle No dia 27 de dezembro, em José Bonifácio, no recinto do Redil Bom Pastor, a jovem Francielle Caroline de Arruda Ferreira, terminado o tempo de noviciado canônico, emitiu os seus primeiros votos temporários, de pobreza, castidade e obediência, no Instituto Missionário da Irmãs da Infinita Misericórdia de Deus. A santa Missa foi presidida pelo Bispo Diocesano, Dom Tomé, e contou com a participação de vários sacerdotes e significativo número de fiéis. No Ano da Vida Consagrada, que estamos vivendo, convidamos as moças a seguirem o exemplo de Irmã Francielle: não ter medo de tudo; deixar para seguir proximamente a Nosso Senhor Jesus Cristo pobre, casto e obediente. 12 DIOCESE 86 ANOS SÃO JOSÉ DO RIO PRETO Campanha da Fraternidade 2015 A CF 2015, que tem como tema Fraternidade: Igreja e Sociedade e, como lema, Eu vim para servir (Mc 10,45), tem como Objetivo geral: Aprofundar, à luz do Evangelho, o diálogo e a colaboração entre a Igreja e a sociedade, propostos pelo Concílio Ecumênico Vaticano II, como serviço ao povo brasileiro, para a edificação do Reino de Deus. No espírito conciliar, a partir da dignidade humana e sua integridade e contra tudo que vai contra ela, essa Campanha quer resgatar e atualizar a história que o diálogo escreveu entre Igreja e sociedade brasileira. Para nossa realidade, a CF 2015 tem sua dimensão menor na paróquia e na diocese, ou seja, ela nos convoca a resgatar e a atualizar a história que nossa diocese e nossas paróquias escreveram no diálogo com as pessoas e comunidades dos cinquenta munícipios que fazem parte da nossa região política-cultural-administrativa. A grande fonte inspiradora dos objetivos acima é o Evangelho de Jesus Cristo, além dos documentos conciliares, dos cinco encontros do CELAM - o primeiro aconteceu no Rio de Janeiro, em 1955 e o último em Aparecida, em 2007 - e das Diretrizes Evangelizadoras da Igreja no Brasil. Por isso, o texto-base dessa CF recorre e celebra os 50 anos de Vaticano II com enfoque nas Constituições Lumen Gentium (sobre a Igreja) e Gaudium et Spes (sobre a presença da Igreja no mundo) e nas Declarações Unitatis Redintegratio (sobre o ecumenismo), Nostra Aetate (sobre as relações com as religiões não cristãs) e Dignitatis Humanae (sobre a liberdade religiosa). Esse é o espírito herdado pelo Papa Francisco, que quer uma Igreja em saída e a serviço. A letra do hino da Campanha resume a mística e a missão de uma Igreja inserida na sociedade humana como fermento na massa e como sal da terra e luz do mundo. Parafraseando Bento XVI, podemos dizer que a CF 2015, no espírito das Pastorais Sociais, tem o dom de ser o rosto alegre da Igreja junto aos que não creem. Ao mesmo tempo, perita em humanidade, a Igreja encontra a sua identidade nesse consórcio, nessa relação e integração com a sociedade brasileira tornando-se solidária, servidora e missionária, que anuncia e sabe ouvir; a lutar por dignidade, por justiça e FEVEREIRO/2015 Caminho aberto para o início do processo de Beatificação e Canonização do Pe. Ângelo Angioni igualdade, já que, a exemplo de Jesus em Marcos 10,45, ela veio para servir e, em João 13,14, ela aprendeu: Portanto, se eu, que sou o mestre e o senhor, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés um dos outros. A Igreja, que nasceu com os Apóstolos, colocava-se a serviço de uma sociedade que precisava reconciliar-se consigo mesma; basta ver a missão eminentemente urbana de Paulo. O serviço da Igreja Católica à sociedade brasileira passa pelas mudanças significativas pelas quais passam as práticas individualistas das buscas. Hoje, a condição fundamental para que a Igreja realize sua missão com e a serviço da sociedade, é a conversão pastoral, uma conversão da comunidade eclesial. Nosso Plano Diocesano e Projetos Paroquiais de Ação Pastoral precisam considerar as necessidades do Município e incluir novas parcerias com a sociedade civil, especialmente a começar dos Conselhos Paritários. No Domingo de Ramos, teremos a oportunidade de colaborar com o gesto concreto de solidariedade nacional e diocesano contribuindo com o Fundo Nacional de Solidariedade e com o Fundo Diocesano de Solidariedade em favor do combate à fome no mundo. Mãos à obra! O Pai convocou seus filhos e filhas para a missão de construir o seu Reino com e na sociedade que carece muito da paz, fruto da justiça e da misericórdia. Oração da CF 2015: Ó Pai, Alegria e Esperança de vosso povo, vós conduzis a Igreja, servidora da vida nos caminhos da história. A exemplo de Jesus Cristo e ouvindo sua palavra que chama à conversão, seja vossa Igreja testemunha de vida de fraternidade e de liberdade, justiça e paz. Enviai o vosso Espírito da Verdade para que a sociedade se abra à aurora de um mundo justo e solidário, sinal do Reino que há de vir. Por Cristo Senhor nosso. Amém! DA REDAÇÃO Em fevereiro de 2014, o Instituto Missionário Imaculado Coração de Maria, através da Diocese de São José do Rio Preto, SP, solicitou à Congregação para a Causa dos Santos, na Santa Sé, em Roma, Itália, a “autorização” para iniciar processo canônico para a beatificação e canonização do Padre Angelo Angioni, sacerdote de origem italiana, mas que viveu no Brasil, nesta Diocese, em José Bonifácio, grande parte de sua vida sacerdotal. No final de janeiro de 2015, a Diocese de São José do Rio Preto recebe correspondência da Congregação para a Causa dos Santos, assinada pelo Cardeal Angelo Amato, SDB, prefeito da referida congregação, e pelo Arcebispo Marcelo Bartolucci, secretário da mesma congregação, comunicando que não há nenhum obstáculo para o início do processo para a beatificação e canonização do Servo de Deus Padre Angelo Angioni. Quando a Congregação para a Causa dos Santos recebe o pedido para a abertura do Processo de Beatificação e Canonização de uma pessoa, o primeiro passo é realizar uma investigação nos arquivos das diversas congregações e organismos da Santa Sé para averiguar se não há alguma informação registrada que pudesse ser um obstáculo para o início do referido processo. Este procedimento foi realizado no ano passado, 2014, mediante o pedido que realizamos para o Padre Angelo Angioni. A Diocese de São José do Rio Preto associa-se à alegria e esperança dos membros do Instituto Missionário Imaculado Coração de Maria com este primeiro passo finalizado. Há um longo caminho a ser percorrido. Agora é hora de tomar as providências necessárias e dar o passo seguinte para a continuidade do Processo de Beatificação e Canonização do Padre Angelo Angioni, recolhendo todas as informações existentes sobre a sua vida e ação pastoral como sacerdote. SÃO JOSÉ DO RIO PRETO DIOCESE 86 ANOS FEVEREIRO/2015 Pastoral BÍblico-CateQuética COLUNA DO SEMINÁRIO Pe. José Eduardo Vitoreti - Ubarana Itinerário Catequético APRESENTAÇÃO A Igreja no Brasil, especialmente a partir do Concilio Vaticano II, fez uma caminhada expressiva de compreensão e de práticas novas no campo bíblico-catequético. Com isso, foi dando respostas às novas exigências da educação da fé. Basta lembrar aqui dos impulsos dados pelos Documentos Catequese Renovada (1983), Diretório Nacional de Catequese (2005), Iniciação à Vida Cristã - um processo de inspiração catecumenal (2009) e Discípulos e Servidores da Palavra de Deus na Missão da Igreja (2012). Nos últimos anos, cresceu e está presente um grande desejo por parte do Episcopado brasileiro, e, por isso mesmo, por parte das Igrejas Particulares no Brasil, de que a CNBB ofereça Orientações Gerais para a Pastoral Bíblico-Catequética. Orientações essas que fossem capazes de criar uma unidade na nossa grande Igreja Nacional e ser um ponto de inspiração para os subsídios bíblico-catequéticos dos regionais e dioceses. A comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética assumiu a tarefa de elaborar essas Orientações Gerais. Trabalhou ao longo de três anos, reunindo pessoas com formação e prática na área bíblico-catequética e envolvendo os Bispos Referenciais e as Coordenações Regionais das Comissões para a Animação Bíblico-Catequética. O resultado está aqui: apresentamos o Texto Itinerário Catequético – Iniciação à Vida Cristã: um processo de inspiração catecumenal. Trata-se, sim: a) de um ‘Itinerário’, apresentando orientações para um caminho possível a ser feito em todas as realidades do nosso território nacional; b) de um Itinerário ‘catequético’ oferecendo orientações que possam iluminar a nossa Pastoral Bíblico-Catequética; c) de ‘Iniciação à Vida Cristã’, indiciando orientações que possibilitem a concretização de uma verdadeira Iniciação à Vida Cristã aos que buscam esse caminho; d) de ‘um processo de inspiração catecumenal’, recuperando a mística que vem da experiência catecumenal da Igreja primitiva, tornando-a inspiração para desencadear um verdadeiro processo de educação da fé nos nossos tempos de mudança de época. O texto Itinerário Catequético Iniciação à Vida Cristã: um processo de inspiração catecumenal apresenta três partes. A ‘Parte I: Fundamentação bíblica, teológica e pastoral’ traz presente, resumidamente, aspectos da Revelação nas Sagradas Escrituras, da reflexão teológica e dos desafios pastorais para fundamentar o Itinerário Catequético, que está sendo apresentado. A ‘Parte II: Orientações para uma ação pedagógico-pastoral no processo de Iniciação à Vida Cristã’ quer ajudar a todas as Igrejas particulares espalhadas no Brasil a assumirem, concretamente, o processo de Iniciação à Vida Cristã. São orientações que podem e devem ser adaptadas a cada realidade. A ‘Parte III: Itinerários de Iniciação à Vida Cristã conforme as idades’ propõe quatro Itinerários: com catecúmenos adultos; com catequizandos adultos; com crianças e com adolescentes/ jovens; a escolha por esses itinerários e seu esquema tem uma explicação no próprio Texto. Que Nossa Senhora Aparecida, Mãe da Igreja, Estrela da Evangelização, Catequista Maior, nos leve à experiência do Encontro com seu Filho Jesus Cristo e ao serviço do seu Reino! Dom Jacinto Bergmann, Arcebispo de Pelotas Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética 13 Seminarista Paulo Henrique de Castro [email protected] Retiro Espiritual Depois de dois meses de férias, os seminaristas das dioceses de São José do Rio Preto, Barretos e Catanduva, que voltaram às atividades no Seminário Maior Diocesano Sagrado Coração de Jesus, e os seminaristas propedeutas, que iniciaram neste ano a caminhada formativa no Seminário Propedêutico Nossa Senhora da Paz, participaram de um retiro espiritual na Cidade de Maria, em Barretos, SP, de 27 a 30 de janeiro. O pregador foi o Pe. Cícero Alves de Franco, reitor do Seminário de Teologia Bom Pastor e do Seminário Missionário São José, na Arquidiocese de São Paulo. Os dias de recolhimento foram caracterizados por diversos momentos de reflexão, deserto, oração pessoal. Contou, também, com momento marino, adoração ao Santíssimo Sacramento, celebração penitencial, Liturgia das Horas e celebração eucarística. Todos oportunos para a meditação, à luz da Palavra de Deus e sob a direção do Espírito Santo, da vocação à vida sacerdotal. Em suas reflexões, o Pe. Cícero convidou os seminaristas a pensarem no chamado que Deus lhes fez e a buscarem responder, com fidelidade, a tal chamado, por meio do encontro com a pessoa de Jesus Cristo: “Uma coisa é conhecer Jesus; outra é encontrar-se com Ele. Quem se encontra com Jesus, se deixa transformar por Ele”, ressaltou o presbítero. O padre ressaltou que o sacerdote deve ser discípulo e missionário do Senhor, que essa atitude brota do encontro com Ele e que isso implica ter o mesmo destino que Ele: levar a cruz (cf. Mc 8,34), beber o cálice (cf. Mc 10,38) e receber dele o Reino (Mt 19,8ss). Em outra ocasião, o sacerdote afirmou que a vida sacerdotal exige uma espiritualidade, ou seja, uma vida guiada pelo Espírito, sem a qual o vocacionado não poderá ser um bom padre: “Se um padre não tem espiritualidade, ele poderá até fazer coisas de padre, mas nunca será verdadeiramente um padre”. O presbítero apresentou os exercícios espirituais como forma de vencer as “afeições desordenadas”, que impedem o discípulo de seguir, com eficácia e rapidez, ao mestre e, em outros momentos de reflexão, falou sobre a fé, a identidade e a renúncia na vida do sacerdote. Abertura do ano acadêmico Uma missa na capela do Seminário Maior Sagrado Coração de Jesus, no dia 02, abriu oficialmente o ano acadêmico para os seminaristas da Filosofia, da Teologia e do Seminário Propedêutico. Seminaristas, professores, padres e religiosos participaram da celebração eucarística presidida por Dom Milton Kenan, bispo de Barretos, ao lado de Dom Tomé Ferreira da Silva, bispo de Rio Preto. Em sua homilia na Festa da Apresentação do Senhor, Dom Milton acolheu a todos os presentes e disse que a Igreja olha com esperança para o seminário: “O seminário é o coração de Deus”. E fazendo alusão à luz de que é cercado o mistério a apresentação do menino Jesus por Maria e José no templo, afirmou que o conhecimento deve ser iluminado por essa mesma luz, para que possamos conhecer o mistério de Cristo e, dessa forma, anunciar Jesus Cristo: “O conhecimento de Cristo nos é dado para que possamos servir melhor aos outros, à Igreja e à comunidade”. Ao término da celebração, foi servido um almoço de confraternização para todos os presentes e, no dia seguinte, tiveram início as aulas. SÃO JOSÉ DO RIO PRETO DIOCESE 86 ANOS 14 Semanas Catequéticas na Diocese Estão acontecendo, em nossa diocese, as Semanas Catequéticas nas regiões pastorais, com grande participação dos catequistas, tendo como tema o Ininerário Catequético proposto pela Comissão Episcopal Pastoral para Animação Bíblico-Catequética da CNBB. As Semanas Catequéticas tornaram-se uma tradição para os catequistas: no início do ano, nos meses de janeiro, fevereiro e março, a Equipe Diocesana da Pastoral Bíblico-Catequética realiza momentos de reflexão, vivências e espiritualidade nas 13 regiões pastorais da diocese, contando com a participação total de 1000 mil catequistas, que avaliam positivamente os momentos, iniciando o ano com renovado ardor missionário e motivação para bem exercer o ministério da catequese. Este ano, as Semanas têm o mesmo tema e a mesma estrutura: apresentar e dinamizar a Iniciação à vida cristã como um processo de inspiração catecumenal a partir do Itinerário da CNBB. Os temas que estão sendo abordados visam ajudar nossos educadores da fé a compre- enderem o processo antropológico da iniciação, a iniciação à vida cristã, o catecumenato e a inspiração catecumenal para os nossos dias, a catequese a serviço da iniciação e a metodologia mistagógica. No programa da Semana, há trabalhos em grupos para estudo do Itinerário; momento de oração, trabalhando dimensão festiva na catequese, com uma dança circular ritual; orientação para compreensão do Itinerário da Iniciação à vida cristã com crianças, adolescentes e jovens; como também uma reflexão sobre a necessidade da Comissão de iniciação à vida cristã, pedida no texto do Itinerário e no estudo 97 da CNBB. De modo geral, as Semanas Catequéticas têm sido um trabalho de unidade na diocese, buscando uma linguagem comum, também respeitando a diversidade de nossa realidade. Contamos com a animação de toda a equipe diocesana da Pastoral Bíblico-Catequética, a participação da maioria das paróquias e comunidades, e um resultado louvável: catequistas motivados, com objetivos e metas, clareza da FEVEREIRO/2015 missão, conscientes de nosso papel de evangelizar. Pe. Roberto Bocalete MÚSICA Seminarista Alan Daga Miatello Celmu 2015 Nos dias 05 a 15 de janeiro de 2015, foi realizado, na Cidade de São Paulo/SP, o Curso de Formação e Atualização Litúrgico-Musical, o CELMU, que acontece há mais de 20 anos no Brasil. É o resultado da união de diversas igrejas cristãs, que possuem um único objetivo: louvar o Criador através da música! O curso objetiva atingir compositores, letristas e animadores de canto, que estão engajados nas paróquias e que necessitam de um suporte litúrgico-musical, para desenvolver bem o seu trabalho. Tem a duração de três etapas, sendo estas divididas entre básico e avançado. Um grande diferencial do CELMU é que ele conta com a participação de outras igrejas cristãs, e temas como a liturgia protestante e a liturgia católica nos levam a perceber que possuímos mais coisas em comum do que aparentemente percebemos. Algumas personalidades famosas do mundo católico, também, se fizeram presentes, entre eles, o Padre José Weber, autor de diversas musicas conhecidas em nossas paróquias, como: Eu vim para que todos tenham vida e Meu coração é para Ti, e Frei Joaquim Fonseca OFM, autor de vários livros sobre canto litúrgico, dentre eles: “Quem canta? O que cantar na Liturgia?” da editora Paulus. Esse curso de atualização musical é uma boa alternativa para aqueles que amam a música e querem desenvolvê-la bem na vida paroquial. [email protected] SÃO JOSÉ DO RIO PRETO FEVEREIRO/2015 DIOCESE 86 ANOS 15 Pastoral do Menor, do Regional Sul 1 Aconteceu na manhã da última segunda-feira, 9 de fevereiro, o encontro de Conselheiros, Coordenadores, Agentes e Representantes da Pastoral do Menor. A reunião, a primeira de 2015, foi realizada no Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, em São Paulo.A primeira etapa do encontro contou com a exposição de Elisabete Borgianni, presidente da Associação dos Assistentes Sociais e Psicólogos do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. A palestrante considerou os malefícios do uso da metodologia do "depoimento sem danos", aplicado junto às vítimas de abuso para a "construção" de provas contra o possível "abusador". Segundo a profissional, a dinâmica leva a um revisitar do trauma; ocasionando - sim - vários danos.A reunião, coordenada pelo padre Ovídio José Alves de Andrade, da Pastoral do Menor do Regional Sul I, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), seguiu com tratativas acerca do Retiro para Agentes, que será realizado em abril. O padre Luiz Caputo, assessor espiritual da Pastoral do Menor da Diocese de São José do Rio Preto, participou da reunião. Texto e fotos: André Botelho Assessoria de Comunicação DIOCESE 86 ANOS 16 SÃO JOSÉ DO RIO PRETO FEVEREIRO/2015 Lar São Francisco de Assis na Providência Votos solenes da Fraternidade São Francisco de Assis na Providência de Deus No contexto do “Ano da Vida Consagrada”, anunciado pelo papa Francisco em 29 de novembro de 2013, a Sé Catedral de São José, em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, recebeu o cardeal Orani João Tempesta. O arcebispo da arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro presidiu a missa no qual foram professados os votos perpétuos de freis da Associação São Francisco de Assis na Providência de Deus. Os 15 vocacionados foram acompanhados pelo fundador da Fraternidade, frei Francisco (padre Nélio Joel Angeli Belotti), que também assumiu o compromisso definitivo. Concelebrando com o bispo de São José do Rio Preto, Dom Tomé Ferreira da Silva; de Catanduva, Dom Otacílio Luziano da Silva; de Presidente Prudente, Dom Benedito Gonçalves; além de representante da Diocese de Porto Príncipe, padres e religiosos, Dom Orani destacou a atuação da Fraternidade. O cardeal lembrou, nas pessoas dos epíscopos presentes, todo o trabalho realizado nas Dioceses representadas na Celebração, em outros estados do Brasil e no Haiti. “Hoje, aqui, nós estamos presenciando um dia marcante. Agora a pequena semente se difunde do interior de São Paulo para o exterior”, disse. Antes da profissão dos votos perpétuos, Dom Orani refletiu com os presentes sobre a importância de colocar-se à disposição do Plano de Deus. “Nós louvamos a Deus pelas escolhas que Ele faz e pela resposta que é dada. Essa manhã é uma manhã histórica. Nesse aspecto, Cristo deve ser o centro de uma Obra que se apresenta ao irmão. Com a emissão dos votos perpétuos, vocês se colocam disponíveis, por toda a vida, ao serviço do Senhor”, sintetizou o arcebispo do Rio. Histórico A Fraternidade São Francisco de Assis na Providência de Deus foi fundada pelo padre Nélio Belotti, em 1986, em Jaci, distante 485 quilômetros da cidade de São Paulo. O ideal franciscano é a marca da Associação. Repetindo o abraço do “santo inspirador” no leproso de hoje, a Entidade conta com mais de 60 Obras Sociais espalhadas por diversas Dioceses no Brasil. Desde fevereiro de 2011, o grupo atua, também, em Porto Príncipe, no Haiti. "Que o Senhor, centro das nossas vidas, possa continuar sendo o centro da vida desses irmãos", desejou Dom Orani aos freis. Texto / Fotos: André Botelho Assessoria de Comunicação - Santuário São Judas Tadeu (S. J. Rio Preto/SP) Jubileu de Ouro Sacerdotal de Dom Luiz Demétrio Valentini. DA REDAÇÃO O Povo de Deus tem a alegria de celebrar os cinquenta anos de vida sacerdotal de Dom Demétrio Luiz Valentini, Bispo Diocesano de Jales, SP, nascido em 31 de janeiro de 1940, em São Valentim, RS, filho do Sr. Antônio Valentini e D. Tereza Bertoldi. Sua formação acadêmica: fez os estudos primários nos Seminários de Frederico Westphalen, Tapera e Erechim, no Rio Grande do Sul. O ensino médio foi realizado no Seminário Menor de Erechim, entre 1956 e 1958. Os estudos de filosofia aconteceram no Seminário Maior de Viamão. A formação teológica foi realizada em Roma, Itália, na Pontifícia Universidade Gregoriana. Formou-se, mais tarde, em letras, em Palmas, no Paraná. Dom Demétrio foi ordenado sacerdote no dia seis de fevereiro de 1965, em São Valentim, por Dom Cláudio Colling, então Bis- po de Passo Fundo. Foi ordenado bispo em 31 de julho de 1982, na Catedral de São José, em Erechim, pelo Arcebispo de Porto Alegre, Dom Cláudio Colling. Seu lema episcopal: “Venho para servir.” Suas atividades como sacerdote: professor e reitor do Seminário Menor Nossa Senhora de Fátima, em Erechim; professor na Universidade de Passo Fundo e no Centro Universitário de Erechim; promotor vocacional e coordenador do Setor Vocações e Ministérios da Diocese de Erechim; pároco de Aratiba e administrador paroquial de Barra do Rio Azul. Enquanto Bispo de Jales, tam- bém assumiu os seguintes ofícios: coordenador da Pastoral Rural no estado de São Paulo; membro da Comissão Episcopal de Pastoral da CNBB, onde cuidou do Setor de Pastoral Social; presidente da Cáritas Brasileira; membro da Comissão Brasileira de Justiça e Paz; participou do Sínodo dos Bispos para a América; foi membro da Comissão Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz. O episcopado de Dom Demétrio é importante não só para a Diocese de Jales, mas para o Brasil, não só pelos ofícios que exerce, mas pelo seu modo de ser e agir: um homem de Deus, que constrói sua vida e ação pastoral na comunhão da Igreja, frutos de uma intensa vida de oração; inteligente e culto, coloca seus dons e aptidões a serviço dos que dele precisam; fundado na caridade, tem profunda preocupação com a dimensão social da fé; tem posições objetivas e seguras sobre a vida da sociedade brasileira. Unidos a Dom Luiz Demétrio Valentini, na oração e no coração, rendemos graças a Deus pela sua vida sacerdotal que produz bons e belos frutos para a Igreja e a sociedade. Que jamais lhe falte a terna e materna proteção de Nossa Senhora da Assunção.