MINISTÉRIO DA DEFESA ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA ar e C og no D sce r e ut Consi l i um CURSO SUPERIOR DE INTELIGÊNCIA ESTRATÉGICA (CSIE) RESUMO HISTÓRICO Ao término da Segunda Guerra Mundial, em razão das novas ideias trazidas pelos oficiais brasileiros que tomaram parte na Força Expedicionária Brasileira (FEB), o País passou por profundas transformações que resultaram na reestruturação da Política de Segurança Nacional. Em consequência, o Conselho de Segurança Nacional foi reformulado, instituindo-se na época o Serviço Federal de Informações e Contrainformações (SFICI), que passou a coordenar a atividade de Inteligência no Brasil. Todavia, ele só foi realmente implantado em 1958, doze anos depois de sua criação. Para suprir a falta de pessoal especializado no SFICI, o Decreto nº 43810, de 29 de maio de 1958, fundou o Curso de Informações (CI), com funcionamento na Escola Superior de Guerra (ESG), cuja finalidade era cooperar no estabelecimento da doutrina de Segurança Nacional e preparar civis e militares para as funções relacionadas com as Informações. Assim sendo, o Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA) elaborou instruções, publicadas em seu Boletim Interno nº 48, de 12 de junho de 1958. Tais instruções estabeleciam que o curso tivesse, em princípio, duração idêntica ao Curso Superior de Guerra e fixavam que os assuntos versados deveriam visar, entre outros objetivos, aos seguintes: - participação das Informações na interpretação e avaliação dos Fundamentos do Poder Nacional; - estudo da influência das Informações nas conjunturas nacional e internacional; - estudo da estrutura dos órgãos de informações e de contrainformações, em seu funcionamento; e - prática da técnica do levantamento e da avaliação estratégica. Seguindo as instruções do EMFA, a ESG realizou durante o ano de 1959, em caráter experimental e nos mesmos moldes dos cursos regulares já existentes, o seu primeiro Curso de Informações. Assim, tornou-se o primeiro estabelecimento de ensino no Brasil a ministrar curso na área de Inteligência. Após a experiência realizada naquele ano, o curso foi suspendo durante cinco anos (1960 a 1964). Pela Lei nº 4341, em 13 de junho de 1964, teve origem o Serviço Nacional de Informações (SNI), com o objetivo de supervisionar e coordenar as atividades de informações e contrainformações no Brasil e no exterior, absorvendo, com essa medida, o Sistema Federal de Informações e Contrainformações. O Decreto nº 55791, de 23 de fevereiro de 1965, reativou o CI que funcionou regularmente na ESG, no período de 1965 a 1971, com denominação de Curso Superior de Informações (CSI). Em 1971, o SNI criou o seu próprio estabelecimento de ensino, em Brasília-DF: a Escola Nacional de Informações (EsNI), que passou a ser o órgão responsável pela formação de recursos humanos para a atividade de informações. Dessa forma, o CSI moldou-se ao contexto da época e foi transferido para aquela Escola, extinto da ESG a partir de 1973. O fim do Serviço Nacional de Informações e do Sistema Nacional de Informações, no ano de 1990, e a consequente transformação da Escola Nacional de Informações – órgão formador de recursos humanos e difusor de doutrina – em Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Recursos Humanos (CEFARH) da recém-criada Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE) trouxeram prejuízos consideráveis na formação de pessoal especializado, uma vez que o CEFARH, nos moldes que passou a funcionar, não mais atendia plenamente às necessidades na formação de recursos humanos para o exercício da atividade de informações. Concomitantemente, à medida que os integrantes dos quadros remanescentes de especialistas que ainda se encontravam no desempenho de suas funções iam avançando em idade, houve carência de profissionais nessa área. Extinta a EsNI, o Exército Brasileiro procurou organizar linhas de ação que lhe permitisse encontrar alternativas para especializar seu efetivo. No início dos anos noventa, a fim de adequar-se à realidade mundial, o Sistema de Informações do Exército, em função dos trabalhos de uma comissão designada pelo Chefe do Centro de Informações do Exército (CIE), elaborou proposta com vistas à mudança do nome da atividade de “Informações” para “Inteligência”, o que ocorreu oficialmente a partir de 1° de janeiro de 1993. Essa alteração enfatizou, ainda mais, o caráter técnico- especializado desta atividade, ao mesmo tempo em que esboçava a criação da Escola de Inteligência do Exército (EsIMEx). Paralelamente às ações do Exército, o Chefe do EMFA, em sua Diretriz para a Escola Superior de Guerra, nº 01 SC/1/FA, de 25 de janeiro de 1996, aprovada pela Portaria nº 00248/SC-1/FA-11, da mesma data, determinava a criação do Curso Superior de Inteligência Estratégica (CSIE), que passou a ser administrado pela então Divisão de Assuntos de Inteligência (DAI), que, atualmente, é denominada Divisão de Assuntos de Inteligência Estratégica (DAIE). Com base nessa diretriz, o referido curso foi ministrado durante o ano de 1996, com a duração de nove meses, e seu funcionamento foi oficializado através do Decreto 20.090, de 9 de dezembro de 1996, que aprovou o Regulamento da Escola Superior de Guerra. A partir da criação do Ministério da Defesa em 1999, o CSIE foi reformulado e, em 2001, seu período letivo, reduzido de nove para seis meses, quando passou a atender, exclusivamente, aos órgãos integrantes do Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN). Em 2006, o currículo do Curso foi aperfeiçoado e seu caráter acadêmico foi realçado, com ênfase na ampliação do conceito de Inteligência Estratégica; em 2007, passou a ter a duração de vinte e uma semanas, sendo que atualmente ocorre em vinte semanas. A partir de 2016, amparada pela Portaria Normativa Interministerial MEC/MD Nº1, de 26 de agosto de 2015, o CSIE da Escola Superior de Guerra passou a ter equivalência dos cursos nas Instituições Militares de Ensino em nível de pós-graduação lato sensu, com emissão do certificado correspondente, nível especialização. Ao longo de quase vinte anos, o CSIE vem capacitando civis e militares para o exercício de funções de Inteligência Estratégica na Administração Pública e, em especial no Ministério da Defesa, o que tem contribuído, sobremaneira, para o aprimoramento da Doutrina de Inteligência no nível estratégico, no interesse da defesa e na preparação de recursos humanos para o SISBIN e para o Sistema de Inteligência de Defesa (SINDE). CARACTERÍSTICAS DO CURSO Atualmente, o curso apresenta as seguintes características: a- as turmas, em sua maioria, são compostas por integrantes dos órgãos que compõem o SISBIN; b- as suas atividades transcorrem em todos os dias da semana em horário integral – a duração do curso é de vinte semanas; c- a avaliação de desempenho do estagiário é feita pelo exame de diversos trabalhos individuais, em dupla e em grupo; e d- a formação proporcionada aos estagiários permite capacitá-los a assessorar decisões do mais alto nível na implementação de políticas públicas, com o propósito de minimizar as vulnerabilidades estratégicas. DIPLOMADOS CURSO SUPERIOR DE INTELIGÊNCIA ESTRATÉGICA (CSIE) ANO 1959 1960 1961 1962 1963 1964 1965 1966 1967 1968 1969 1970 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 TOTAL MARINHA EXÉRCITO AERONÁUTICA CIVIS 16 1 3 1 11 FORÇAS AUXILIARES PM BM - - - - O CURSO NÃO FOI REALIZADO 11 13 13 16 19 16 16 14 1 1 3 2 2 2 2 6 2 4 3 5 5 4 5 1 1 2 1 2 - 5 9 7 8 12 8 8 7 O CURSO FUNCIONOU NA EsNI NÃO HOUVE FORMAÇÃO DE PESSOAL NA ÁREA DE INFORMAÇÕES SÓ HOUVE FORMAÇÃO NA RECÉM-CRIADA EsIMEx 15 3 2 2 8 - - 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total 14 14 12 13 16 17 19 19 14 23 35 34 30 31 34 34 33 33 28 602 3 4 2 3 1 4 3 1 2 1 1 7 3 3 3 2 3 3 2 68 2 2 2 3 2 4 4 4 4 3 4 5 3 2 5 5 5 6 5 109 2 2 2 3 4 3 1 2 1 3 1 1 1 0 1 37 6 3 5 5 5 9 12 8 8 11 24 15 20 18 19 19 21 19 18 328 1 3 1 2 4 1 4 4 3 2 3 5 4 1 4 1 43 1 1 1 1 2 1 2 1 3 2 1 1 17