Parabéns, Praia Grande! Regularização Fundiária é sonho de liberdade Com a aprovação da Lei Complementar nº 671, no dia 12 de dezembro de 2013, pela Câmara Municipal de Praia Grande, instituindo o Programa de Regularização Fundiária do município, e com a promulgação da mesma pelo Prefeito Alberto Mourão, no dia 3 de janeiro de 2014, a maior estância balneária do nosso Litoral Sul entra para a história da Administração Pública no Estado de São Paulo, pela iniciativa corajosa e humanitária em defesa de famílias que antes ocupavam assentamentos irregulares e que agora receberão a titulação de suas propriedades, para que possam se orgulhar do seu direito social à moradia digna e desempenhar suas funções sociais na terra que escolheram para crescer como cidadãos ativos econômica e politicamente, no seu pleno direito de usufruir de um meio ambiente ecologicamente equilibrado. Como Presidente do Crea-SP sempre defendemos a valorização dos profissionais da área tecnológica, e na Estância Balneária de Praia Grande essa valorização é levada a sério, quando se instalam, num Secretariado composto por vinte e um nomes, sete profissionais de formações oriundas do Sistema Confea/Crea – dois dos quais tendo exercido e exercendo ainda a presidência da Associação de Engenheiros e Arquitetos de Praia Grande –, elevando assim os ideais da Engenharia, da Agronomia e da Arquitetura que inspiram o desenvolvimento do município. Dessa forma, acreditamos que as famílias beneficiárias do Programa de Regularização Fundiária de Praia Grande devam apostar no futuro de sua cidade, onde a administração pública respeita a planificação de um Plano Diretor e entende as necessidades das populações das áreas de assentamento, providenciando, gradativamente e com responsabilidade, para o maior número possível de habitantes, os serviços de drenagem de águas pluviais urbanas, o esgotamento sanitário, o abastecimento de água potável, a distribuição de energia elétrica e a limpeza urbana com coleta e manejo de resíduos sólidos. Nosso otimismo em relação à lei da Regularização Fundiária de Praia Grande aumenta quando, analisando seus artigos, nos deparamos com regras que só abrilhantam o espírito democrático – não é por mero acaso que tenha sido aprovada por 11 votos dos 13 vereadores locais: a lei diz que “as populações de baixa renda têm direito à ampliação do acesso à terra urbanizada, com prioridade para sua permanência na área ocupada, assegurados o nível adequado de habitabilidade e a melhoria das condições de sustentabilidade urbanística, social e ambiental”. Diz ainda que os interessados têm participação garantida em todas as etapas do processo de Regularização Fundiária; que a municipalidade estimulará a resolução extrajudicial de conflitos; e que os títulos serão preferencialmente concedidos às mulheres. Afinal, são elas, segundo estatísticas oficiais, que hoje comandam, como chefes de família, cerca de metade dos lares brasileiros economicamente ativos. Nada mais justo que, em caso de litígio conjugal, se garanta legalmente a essas batalhadoras o direito a um patrimônio naturalmente legado a filhos e netos. Poderíamos nos valer de páginas e páginas de comentários sobre a magnitude técnica de uma lei como a 671/13, mas seria, como se diz popularmente, “chover no molhado”, diante dos inúmeros benefícios que trará a populações de baixa renda de Praia Grande. Mas preferimos focalizar um tema sobre o qual temos discorrido desde que assumimos o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo, em janeiro de 2012, que é o tema da organização social: o Brasil será verdadeiramente um país do Primeiro Mundo quando sua sociedade estiver adequadamente organizada. Para isso é preciso amor às causas coletivas. É preciso construir Associações de Engenharia que levem seus dirigentes às decisões exclusivas do setor público, como acontece hoje em Praia Grande. É preciso construir Associações de Moradores e Sindicatos que, um dia, levem seus abnegados mantenedores às Câmaras Municipais, às Assembleias Legislativas, à Câmara Federal, ao Senado, aos Governos Municipais, Estaduais e, por que não, à Presidência da República. Por meio dessas trajetórias poderemos construir um Estado melhor, que corresponda cada vez mais aos anseios de seu povo. Nesse sentido, o Crea-SP se coloca à disposição das populações de todas as classes sociais, da mesma forma que se prontifica a caminhar ao lado das Entidades de Classe em parceria com a Administração Pública, com o único intuito de servir à sociedade. Ao concretizarmos os desejos do coletivo não estaremos fazendo nada mais do que nossa obrigação de brasileiros convictos da importância das nossas profissões. Parabéns e um grande abraço a todo povo de Praia Grande! Eng. Francisco Kurimori – Presidente do Crea-SP