SUMÁRIO PROBLEMAS ESPERMÁTICOS RESULTANDO EM BAIXA FERTILIDADE DOS REPRODUTORES (Prof. Dr.Dr.h.c. Karl-Fritz Weitze)_________________________________ 3 FATORES DE RISCO PARA CONTAMINAÇÃO DAS DOSES DE SÊMEN: COMO OTIMIZAR A HIGIENE NA COLETA E PROCESSAMENTO DO EJACULADO (Ana Paula Gonçalves Mellagi) ___________________________________ 6 EVALUATION OF SEMEN BY USING THE CASA SYSTEM (COMPUTER ASSISTED SEMEN ANALYSIS) SPERM VISION IN SEMEN PRODUCTION LABORATORIES: EXPERIENCE IN SPAIN AND GERMANY (Carmen de Alba) _____________________________________________ 17 LAYOUTS E TECNOLOGIAS PARA ÁREAS DE COLETA E LABORATÓRIOS DE CENTRAIS DE INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL (Alexandre Marchetti) __________________________________________ 27 PROBLEMAS ESPERMÁTICOS RESULTANDO EM BAIXA FERTILIDADE DOS REPRODUTORES de KF Weitze e Dagmar Waberski, Escola Superior de Medicina Veterinária de Hannover, Alemanha A IA em suínos desenvolveu-se muito nos últimos 25 anos, tanto em relação ao número de animais inseminados como também devido a melhora da qualidade genética. Durante este tempo reduziu-se constantemente o número de espermatozoides (SPZ) por dose de IA, de aproximadamente 6x109 a menos de 3 x109, ou mesmo abaixo de 2x109 , facilitando muito a eficiência do uso do sêmen. Ao mesmo tempo a prolongação da vida útil do sêmen diluído permitiu o uso mais flexível da inseminação. O uso de doses com menor número de SPZ e a necessidade para maior tempo de armazenamento do sêmen requerem que as centrais de IA forneçam apenas sêmen de alta qualidade, o que exige que sejam realizados controles regulares e efetivos de qualidade. A análise rotineira de sêmen em centrais de IA tem por finalidade eliminar ejaculados com parâmetros de qualidade abaixo de um valor marginal (aparência macroscópica, odor, motilidade e morfologia); bem como determinar parâmetros de sêmen quantitativos para assegurar um número especifico de células móveis em cada inseminado. Métodos para assegurar isto variam amplamente, sendo em geral de natureza subjetiva e por isso pouco padronizado. Um nível bom de prática de laboratório que inclui processos internos de controle de qualidade serve para o treinamento de técnicos e para assegurar consistência em oferecer valores definidos espermatológicos dentro da central de IA. Porém, a meta final de assegurar a produção de dose de sêmen contendo um número definido de SPZ de alta qualidade espermática nem sempre é alcançada. A análise do sêmen não é propriamente um preditor bom de fertilidade ou infertilidade (4), mas esta metodologia melhorou bastante a objetividade, exatidão e reprodutibilidade através do exame de danos membranosos (29), enquanto a detecção de dano acrossomal ainda se verifica em microscópio com óptica de contraste de fase em amostras fixas de sêmen. A integridade da membrana plasmática pode ser examinada com citometria de fluxo usando corantes permeantes que se ligam ao DNA. Por citometria de fluxo, cerca de 10.000 células podem ser analisadas em segundos, comparado as aproximadamente 200 células, que usualmente são examinadas subjetivamente com microscopia convencional. Considerando a tendência de reduzir o número de espermatozoides na dose em caso de inseminações pós-cervicais e intra-uterinas ou em animais com cio e ovulação induzida (inseminação fixa), é essencial o uso de machos com alta fertilidade provada e de genética superior. Para alcançar essa meta é importante, num primeiro passo, poder identificar machos com fertilidade relativa baixa. Fundamental é, que tal identificação só dá resultados úteis quando se usa o sêmen em situações mais provocantes de números de espermatozoides reduzidos na dose de IA ou por inseminação. Devido a essa situação, a definição de “sêmen útil” muda e não se baseia somente em parâmetros espermatológicos medíveis como motilidade, morfologia e integridade de membranas, senão inclui também características do sêmen que in vitro não são detectáveis rotineiramente, mas resultam in vivo em fertilidade reduzida quando submetido ao desafio de um número de espermatozoides reduzido na dose de inseminação. Além da avaliação clássica da qualidade de sêmem, métodos mais modernos como a marcação por fluorescência para avaliar a integridade da membrana plasmática e a avaliação computadorizada da motilidade progressiva permitem medir grandes números de células em curto prazo. Como já foi mencionado, a fertilidade de um reprodutor ou de uma dose de inseminação depende principalmente de parâmetros quantitativos e qualitativos do ejaculado. Pelo modelo assimptótico de Salisbury e Vandemark (1961) existe para cada reprodutor uma relação entre número de espermatozoides na dose de inseminação e o sucesso máximo da fertilização (taxa de prenhez). A fertilidade não pode ser aumentada sobre este valor máximo por incrementar o número de espermatozoides, baseado na regra que defeitos qualitativos espermáticos não podem ser compensados por qualquer aumento do número espermático. Dentre estes defeitos tem-se por exemplo danos do DNA, numéricos ou estruturais, que em geral não afetam a taxa de fertilização inicial mas aumentam a taxa de mortalidade embrionária. Testes in vivo portanto, necessitam uma padronização do número espermático. Além das falhas espermáticas como causas de sub- ou infertilidade cabe destacar as outras causas, que estão relacionadas principalmente ao manejo e à técnica de inseminação. Na palestra são comunicados em forma mais detalhada os valores mínimos de qualidade do sêmen, que se considera indispensáveis para assegurar uma fertilização suficiente, discutindo-se também resultados de diversas pesquisas que investigaram o efeito específico de alterações espermáticas quali- e quantitativas sobre a capacidade fertilizante do sêmen. FATORES DE RISCO PARA CONTAMINAÇÃO DAS DOSES DE SÊMEN: COMO OTIMIZAR A HIGIENE NA COLETA E PROCESSAMENTO DO EJACULADO Ana Paula Gonçalves Mellagi Minitub do Brasil Ltda – Av. Maranhão, 590 – Porto Alegre, Brasil [email protected] Introdução A inseminação artificial (IA) é a técnica reprodutiva mais utilizada na suinocultura tecnificada. Várias são as vantagens da IA, como uso de machos geneticamente superiores, possibilidade de descartar ejaculados impróprios e higiene na cobertura das fêmeas. A qualidade das doses inseminantes inclui não só a origem (macho), mas também a viabilidade dos espermatozóides, grau de aglutinação e quantidade de defeitos morfológicos. Todos estes aspectos podem estar relacionados à quantidade de bactérias presentes no sêmen e nas doses. Com o uso de meios de conservação (diluentes) de longa duração, as doses ficam armazenadas por mais tempo e os cuidados para minimizar a contaminação do ejaculado e durante o processamento tornam-se fundamentais. Contaminação do sêmen No aparelho reprodutivo dos cachaços, os espermatozóides são produzidos em condições estéreis. Entretanto, durante a coleta, é inevitável que ocorra contaminação bacteriana do sêmen (Weitze & Palma, 2008; Althouse & Lu, 2005). O grau de contaminação dependerá das condições higiênicas da Central e também do coletador. Mesmo tomando todos os cuidados higiênicos nas baias e na coleta, Dias et al. (2000) encontraram uma amplitude de 100 a 217 UFC/ml (unidades formadoras de colônia/ml). No mesmo trabalho, poucos cuidados de limpeza e posicionamento errôneo da mão, durante a coleta, representaram ejaculados com até 45.000 UFC/ml. A importância da higiene na coleta também foi verificada no trabalho de Goldberg (2009), em que ejaculados com baixa contaminação (≤220 UFC/ml) produziram menor percentual de doses inseminantes com contaminação superior a 10 UFC/ml, nas 48 horas de armazenamento. O método manual de coleta do sêmen contribui para a contaminação, particularmente quando o copo coletor encontra-se abaixo do macho. Isso porque secreção prepucial e sujeiras na pele e pêlos podem cair no copo e filtro. O divertículo prepucial é uma importante região que acumula muitas secreções, como urina, sêmen e restos celulares (Weitze & Palma, 2008). Por isso é recomendado que o pênis do macho seja desviado lateralmente para reduzir possíveis sujeiras e partículas que caiam no filtro. As principais fontes de contaminação estão na Tabela 1. De acordo com Althouse & Lu (2005), a origem da contaminação pode ser única ou múltipla, e as cepas podem ser as mesmas ou diversificar em diferentes momentos. Muitas destas fontes, uma vez contaminadas, agem semeando pontos para os próximos ejaculados. Tabela 1. Fontes de contaminação bacteriana de sêmen suíno Origem Animal Origem Não-Animal Fecal Torneira de água Fluidos da cavidade prepucial Água (falha na destilação/sistema de osmose reversa Pele e Pêlos Planta seca (i.e. alimentos, cama) Secreções respiratórias Ar/Sistema de ventilação Humana Pias e drenos Althouse et al. 2000 No trabalho de Golberg (2009), foram identificados quatro fatores que contribuem para a contaminação do ejaculado acima de 220UFC: comprimento dos pêlos prepuciais acima de 1 cm, luva de coleta suja, pingos pela mão do coletador e duração da coleta acima de 7 minutos. No mesmo trabalho, ao avaliar o efeito de sete fatores de risco (reprodutor sujo, óstio prepucial sujo, divertículo prepucial grande, pêlos prepuciais compridos, luva de coleta suja, pingos pela mão do coletador para dentro do recipiente de coleta e pênis que escapou durante a coleta), isolados ou em associação, sobre o número de UFC/ml no ejaculado in natura, observou-se um aumento significativo do número de amostras com contaminação superior a 220 UFC/ml, a partir da associação de 2 fatores, quando comparadas às amostras nas quais nenhum destes fatores estiveram presentes (Tabela 2). Quando essa avaliação foi realizada separadamente para mesófilos aeróbios e coliformes totais, observou-se um aumento gradual da contaminação bacteriana, em ambos os tipos, à medida que aumenta o número de fatores associados. Tabela 2. Contaminação do sêmen in natura (>220 UFC/mL) de acordo com a associação ou não dos seguintes fatores: reprodutor sujo, óstio prepucial sujo, divertículo prepucial grande, pêlos prepuciais compridos, luva de coleta suja, pingos pela mão do coletador para dentro do recipiente de coleta e pênis que escapou durante a coleta Associação dos fatores Amostras com >220 UFC/mL 0 25,6% 1 43,6% 2 55,4% 3 56,8% 4–5 79,0% Goldberg, 2009 A fonte primária de contaminação está associada ao reprodutor, mas existem fontes de contaminação nos funcionários, higiene deficiente do manejo dos animais, no laboratório de manipulação do sêmen e da água que é utilizada na Central (Weitze & Palma, 2008). A contaminação do diluente utilizado na granja pode ser devido tanto à falha na purificação da água (Ness et al. 2007) quanto no local de preparação do meio (Goldberg, 2009). Barriletes de PVC, com sistema de aquecimento, são muito utilizados nas Centrais, e mesmo havendo cuidados higiênicos, é comum a formação de biofilmes. Isso porque há vários pontos de difícil alcance no momento da higienização. Os microorganismos, em biofilme, tornam-se mais resistentes, tanto à ação de antimicrobianos como de desinfetantes, do que as células isoladas (Silva et al. 2006). Goldberg (2009) avaliou 4 unidades de produção de sêmen, e em duas delas, houve contaminação do diluente devido ao uso destes barriletes, enquanto as demais granjas utilizavam sacos plásticos em tanques de aço inoxidável, que são descartadas após o dia de trabalho. Segundo o autor, a contaminação de água/diluente é muito mais preocupante do que a contaminação do ejaculado, pois as bactérias já estariam mais adaptadas ao meio, sendo capazes de crescer mais facilmente. Além disso, se a água para preparo do diluente estiver contaminada, todas as doses produzidas pela central ficarão contaminadas. Caso a contaminação ocorresse apenas em alguns ejaculados, somente as doses desses ejaculados estariam com problemas. Higiene no laboratório A higiene no laboratório tem um alto significado com relação ao processamento do ejaculado. Sobretudo, se deve evitar a introdução de agentes bacterianos no laboratório, através de pessoas ou material, que possam afetar o sêmen. Barreiras sanitárias são importantes para restringir a entrada de pessoas estranhas e diminuir o risco de aquisição de patógenos. Além disso, o banho dos funcionários minimiza a carga contaminante que possa entrar em contato com os animais. Outro ponto a ser salientado é que não haja trânsito de funcionários do laboratório na área dos animais e vice-versa (Weitze & Palma, 2008). O uso de material descartável é recomendado, pois se elimina possíveis falhas de esterilização e otimiza o tempo de trabalho na Central. Entretanto, para os laboratórios que utilizam materiais reutilizáveis, estes devem ser higienizados e maior atenção deve ser dada para o momento da limpeza e higienização. Assim, a transmissão de agentes será mínima. A limpeza do laboratório após a rotina de trabalho deve ter a mesma dedicação e atenção que as fases de processamento das doses. Após a manipulação do ejaculado e produção de doses, deve-se realizar a limpeza diária do chão, bancadas e equipamentos utilizados. Todos os objetos do laboratório que entram em contato com o sêmen ou diluente são potenciais contaminantes, especialmente em lugares úmidos e quentes. Recomenda-se o álcool 70%, por ser pouco espermicida e evaporar rapidamente sem deixar resíduos. O piso deve ser higienizado 1 vez por semana, em forma úmida com desinfetante no final da semana de trabalho (Weitze & Palma, 2008), e conforme a rotina de cada granja. Tipos de bactérias encontradas A maioria dos contaminantes são bactérias Gram-negativas da família das Enterobacteriaceae, isto é, bactérias da flora intestinal, que chegam ao sêmen através da abertura prepucial e tecidos adjacentes (Althouse & Lu, 2005). Entre elas, se encontram Escherichia coli, Klebsiella spp e Proteus spp. Entre as bactérias presentes no ambiente estão as aeromonas spp., pseudomonas spp. e alcaligenes spp (Weitze & Palma, 2008). No estudo de Althouse et al. (2000), a contaminação de uma única bactéria ocorreu em 66% das doses, e 34% continham dois ou mais gêneros de bactérias. Neste trabalho as bactérias mais isoladas foram tanto do grupo das enterobactérias (Enterobacter cloacae, Escherichia coli, Serratia marcescens) quanto do grupo das não-entéricas (Alcaligenes xylosoxydans, Burkholderia cepacia, Stenotrophomonas [Xanthomonas] maltophilia). Quadro 1. Recomendações para o controle bacteriano nas Centrais de IA. Instalações e Pessoal Barreira sanitária para entrada da Central, com obrigatoriedade de banho a fim de remover as sujeiras e células de descamação, tanto de funcionários quanto de visitantes. Barreiras entre zonas limpas (laboratórios) e sujas (celas, baias). Lavagem frequente das mãos. Estabelecer protocolos de limpeza e desinfecção do material e equipamento, usando detergentes que não deixam resíduos, água destilada e depois álcool 70%. Uso de sabão líquido e desinfetantes de amplo espectro, em todas as salas de coleta, laboratório e banheiros. Uso de álcool 70% como desinfetante de superfície, após a rotina da Central Uso de produtos descartáveis sempre que possível. Uso de sobreluva (luva de proteção ou higiênica) para limpeza do macho, sendo descartada. Assim, para o momento da coleta, a luva de coleta propriamente dita deve estar limpa para segurar o pênis. Limpeza e desinfecção da área de coleta de sêmen ao final de cada dia de trabalho. Animal Corte periódico dos pêlos ao redor da abertura prepucial. Limpeza da abertura prepucial a seco com papéis descartáveis. Eliminação manual do conteúdo prepucial. Apoiar o pênis em forma perpendicular ao corpo do macho durante a coleta para minimizar a contaminação do copo de coleta. Separação das frações pré-espermática (a primeira secreção observada) e gel, eliminando o filtro de coleta antes de enviar o ejaculado para o laboratório. Adaptado de Weitze & Palma (2008), Althouse et al. (2000) No sêmen diluído podem ser encontradas outras bactérias como conseqüência de possíveis contaminações através da manipulação e dos materiais (Weitze & Palma, 2008). Na Tabela 3, há as possíveis fontes de contaminação para cada tipo de bactéria: Tabela 3: Possíveis fontes de acordo com a bactéria encontrada no ejaculado Bactérias Possíveis fontes ALCALIGENES Água Baccilus Tubulação/Sistema de diluição Candida guilliermondi Pele, fezes Clostridium perfringens Ambiente, fezes Enterobacter cloacae Pele, fezes Enterobacter SP. Pele, fezes Enterococcus Fezes Lactobacilos Fezes Micrococcus Pele, ambiente Moraxella Pele Providencia rettgeri Fezes Pseudomonas aeruginosa Solo, água Shewanella putrefaciens Água, solo Stenotrophomas maltophilia Água Citrobacter Fezes E. coli Fezes Staphilococcus sp. Pele Actinetobacter Água dos banheiros/caixa de aquecimento Pseudomonas sp Ambiente Adaptado de De Grau et al., 1996 Consequências da contaminação no sêmen Muitos trabalhos apontam perda de qualidade espermática quando há contaminação do sêmen, como queda de motilidade (Bennemann et al., 2000; Althouse et al., 2000), aumento de aglutinação (Althouse et al., 2000), defeitos de acrossoma e alteração no pH (Goldberg, 2009; Bennemann et al., 2000). Devido a estes problemas, é comum que granjas que utilizam doses contaminadas, relatem aumento da taxa de retorno ao estro em intervalos regulares (17 a 25 dias), e a extensão do problema dependerá do tempo de armazenamento das doses (Althouse et al., 2000). Os efeitos da contaminação bacteriana nas doses inseminantes não são observadas imediatamente, mas necessitam de 36 a 48 horas de armazenamento para que a aglutinação e redução da motilidade sejam evidenciadas (Althouse et al., 2000). Esse tempo é necessário para que ocorra a aderência bacteriana ao espermatozoide (Monga & Roberts, 1994). Bennemann et al. (2000) observaram efeito significativo do tipo de bactéria inoculada sobre a motilidade espermática. As doses inoculadas com E.coli (105, 106 ou 107 UFC/ml) apresentaram uma menor motilidade em relação àquelas inoculadas com S. aureus (105, 106 ou 107UFC/ml), em 96 horas de armazenamento. Além disso, os autores observaram que após às 48 horas, a E.coli na concentração de 5x107 UFC/ml, afeta o percentual de acrossomas intactos. A ação espermicida da E. coli é dosedependente (Monga & Roberts, 1994) e sua ação é diretamente na célula (Althouse & Lu, 2005). Constatou-se que esta bactéria se adere a todas as áreas da superfície do espermatozoide. Esta interação bactéria-espermatozoide colabora não só para a formação da aglutinação, quanto também está associada a danos estruturais na membrana espermática. Outro aspecto a ser considerado é que a defesa uterina é maior durante o estro, mas cai no metaestro. Por isso há a recomendação de inseminar as fêmeas enquanto estiverem em estro. Marchetti et al. (2000) observou aumento na taxa de retorno ao estro, queda na taxa de parto ajustada e tamanho de leitegada em fêmeas inseminadas com 2 doses no estro e 1 no metaestro, em comparação às fêmeas que receberam as três doses durante o estro. Surge também a dúvida dos efeitos da bacteriospermia nas fêmeas. As descargas vulvares são mais relacionadas ao momento da IA em relação ao ciclo estral, sendo a contaminação do sêmen um componente oportunista (Althouse et al., 2000). A infecção uterina ocorre devido à redução da defesa uterina, quando os níveis progesterona estão altos (Wulster-Radcliffe et al. 2003; De Winter et al., 1996), comum nas inseminações realizadas no metaestro. De maneira geral, o efeito da bacteriospermia depende da concentração de bactérias e pode afetar a qualidade in vitro do sêmen e sua longevidade tanto no ejaculado in natura quanto diluído (Althouse & Lu, 2005). Como em todo processo microbiológico, as condições ambientais e o tempo são fatores críticos no crescimento e efeito negativo das bactérias sobre os espermatozóides. No entanto, se a Central possui controle de higiene em todas as atividades, a carga bacteriana não afetará significativamente a motilidade nem a morfologia (Weitze & Palma, 2008). Segundo Althouse (2008), uma razão média de espermatozoide:bactéria de aproximadamente 1:1, e com algumas bactérias, a baixa diluição como 1:100, parecem suficientes para gerar efeitos indesejados na dose inseminante e fertildidade. Numa dose padrão de 3x109 de células espermáticas, isto se traduz em uma quantidade de 3x10 7 a 3x109 de bactérias na dose. Uso de antimicrobianos Como explicado anteriormente, as particularidades anatômicas do reprodutor e o método mais usado para coleta de sêmen fazem com que seja inevitável a contaminação do ejaculado. Além disso, mesmo com cuidados higiênicos durante a coleta, a contaminação pode ainda ocorrer nas etapas de processamento das doses. Portanto é comum que os meios de conservação possuem algum tipo de antimicrobiano em suas fórmulas (Weitze & Palma, 2008). Os primeiros diluentes desenvolvidos para sêmen usavam basicamente a combinação de penicilina e estreptomicina. Atualmente, os antibióticos empregados são de amplo espectro, como a gentamicina (Althouse et al., 2000). Os mais empregados nos Estados Unidos são (Weitze & Palma, 2008): Ampicilina Gentamicina Lincomicina Neomicina Spectiomicina Apesar de a gentamicina ser empregada há longo tempo, ela ainda conserva uma boa capacidade para impedir a reprodução de bactérias de origem fecal e da pele (Weitze & Palma, 2008). Os antimicrobianos aprovados e recomendados atualmente devem ser empregados segundo as indicações e protocolos do veterinário responsável. Recomenda-se não aplicar novas associações de antimicrobianos que não estão especificamente indicadas, porque o seu emprego poderia provocar anulação de um ou ambos os antibióticos (Althouse & Lu, 2005). Quando o antibiótico torna-se ineficaz no controle de cepas contaminantes, o diluente torna-se um meio de cultura para crescimento bacteriano. Monitoramento de contaminação As doses processadas devem ser periodicamente analisadas em culturas aeróbicas (Althouse & Lu, 2005) e deve ser um componente do programa de controle. As amostras são selecionadas aleatoriamente a partir de doses homeospérmicas ou heterospérmicas (“pool” de ejaculados), e com pelo menos 48 horas de armazenamento. Segundo Althouse & Lu (2005), recomenda-se que 1% de todas as coletas do mês ou quatro amostras/semana (o que for maior) sejam analisadas. A água a ser utilizada nas doses deve ser do tipo II (condutividade < 0,5 µSiemens/cm, crescimento bacteriano até 100 UFC/ml, negativo para presença de cloro e ph próximo a 7 – conforme National Commitee for Clinical Laboratory Standards - NCCLS), e é uma importante fonte de contaminação. A água deve ser analisada pelo menos periodicamente, tanto para a água de entrada do sistema de purificação, quanto para a água de saída (água purificada a ser utilizada para preparo do diluente). Centrais que adquirem água devem receber uma análise da partida de água com os resultados pertinentes. Já as Centrais que realizam a purificação da água, devem avaliar periodicamente o sistema de tratamento e realizar as manutenções preventivas e quando necessárias. Além disso, deve ser levado em consideração o armazenamento de água pura por no máximo 3 dias. Assim, em caso de falta de fornecimento de água, ainda há uma janela para solucionar o problema. Mesmo com a opção de armazenamento, as Centrais devem ter uma fonte alternativa de água em casos de emergência. A partir de resultados positivos de crescimento bacteriano, deve-se identificar o(s) agente(s), realizar os testes de sensibilidade a antimicrobiano, e principalmente, identificar o local de origem da contaminação. Saber o tipo de bactéria contaminante é uma importante ferramenta na identificação da fonte, pois algumas bactérias são peculiares da coleta ou do processamento. Desta forma, as medidas cabíveis são mais fáceis de serem implementadas. Vários são os fatores que podem contaminar o sêmen. Por isso, ao se manter a higiene das instalações, laboratório, animais e funcionários, reduz a carga bacteriana, minimizando o risco de produção de doses contaminadas. O grau de contaminação e o tipo de agentes encontrados são diferentes para cada granja e por isso devem ser avaliados os programas de controle individualmente. Caso a central de inseminação tenha contaminação, deve-se notificar os clientes, integrados ou pessoal responsável pelas inseminações, para que as doses não sejam armazenadas por mais de 48 horas e acompanhar os desempenho reprodutivo. Todas as medidas de correção devem ser repassadas com os funcionários e supervisionadas. Após a resolução do problema, é necessário manter a rotina de controle na coleta dos ejaculados, purificação da água e processamento das doses. Referências: Althouse, G.C; Kuster, C.E.; Clark, S.G.; Weisiger, R.M. Field investigations of bacyerial contaminants and their effects on extended porcine semen. Theriogenology. v. 53, p. 1167-1176. 2000. Althouse, G.C. Sanitary procedures for the production of extended semen. Reproduction of Domestic Animals. v.43, Suppl. 2, p. 374–378. 2008. Althouse, G.C; Lu, K.G. Bacteriospermia in extended porcine semen. Theriogenology. v.63, p.573-584. 2005. Bennemann, P.E.; Bortolozzo, F.P.; Wentz, I.; Cardoso, M.R.I.; Motilidade espermática e integridade acrossomal em doses de sêmen suíno refrigeradas e inoculadas com Escherichia coli e Staphylococcus aureus. Ciência Rural, v. 30, n. 2, p. 313-318, 2000. De Winter, P.J.J.; Verdonck, M.; De Kruif, A.; Coryn, M.; Deluyker, H.A.; Devriese, L.A.; Haesebrouck, F. The relationship between the blood progesterone concentration at early metoestrus and uterine infection in the sow. Animal Reproduction Science. v. 41, p. 51-59. 1996. Dias, C.P.; Castagna, C.D.; Reis, G.R.; Simonetti, R.; Bortolozzo, F.P.; Wentz, I.; Cardoso, M. Grau de contaminação bacteriana no ejaculado de suínos submetidos a dois métodos de higienização e coleta. Arquivos da Faculdade de Veterinária da UFRGS, v. 28, p. 32-40, 2000. Goldberg, A.M.G. Fatores de risco para a contaminação bacteriana durante a coleta do ejaculado suíno e suas consequências sobre a qualidade das doses inseminantes. Dissertação de Mestrado em Ciências Veterinárias. 44f. UFRGS. Marchetti, A.N.; Dias, C.P.; Pozobon, M.C.; Bortolozzo, F.P.; Wentz, I.; Borchardt Neto, G. Conseqüências de uma terceira inseminação realizada no metaestro sobre o desempenho reprodutivo de pluríparas suínas. Revista Brasileira de Reprodução Animal. v. 24, n.4, p181-186. 2000. Monga, M.; Roberts, J.A. Spermagglutination by Bacteria: Receptor-Specific Interactions. Journal of Andrology, v. 15, n. 2, p.151-156. 1994. Ness, A.; Borst, L.; Maddox, C.; Payne, B.; Clark, S. Identification of water system biofilm bacteria and negative effects on reproductive traits. In: American Association of Swine Veterinarians, 2007. Florida. Proceedings... Florida: 2007, p. 47. Silva, C.H.P.M; Lins, A.P.; Cruz, C.S.O.; Greenberg, W. Stewart, T. Caracterização dos biofilmes formados em filtros de carvão ativado de sistema de purificação de água em laboratórios clínicos. Revista Brasileira de Análises Clínicas, v. 38, n. 4, p.243-253, 2006. Weitze W.F. & Palma G.A. Semen porcino – Inseminación artificial y conservación. In: Biotecnologia de La Reproducción. 2ªed. Palma G.A. p.625-650. 2008. Wulster-Radcliffe, M.C.; Seals, R.C.; Lewis, G.S. Progesterone increases susceptibility of gilts to uterine infections after intrauterine inoculation with infectious bacteria. Journal of Animal Science. v.81, p.1242–1252. 2003. EVALUATION OF SEMEN BY USING THE CASA SYSTEM (COMPUTER ASSISTED SEMEN ANALYSIS) SPERM VISION IN SEMEN PRODUCTION LABORATORIES: EXPERIENCE IN SPAIN AND GERMANY Dra. Carmen de Alba Romero. Minitub Ibérica, S.L. [email protected] Abstract In the last years, Computer Assisted Semen Analysis (CASA) has been successfully integrated into the routine work of laboratories for semen production. Today this system is considered to be part of the equipment needed to optimize the productivity of the centre and to meet quality and safety requirements demanded by the livestock industry. CASA systems meet at least two of the requirements that any modern insemination centre must ensure: objective evaluation of semen quality and efficient quality control of the final product, the seminal dose. This paper summarizes some considerations concerning CASA systems, and from a practical point of view it will help managers, technicians and laboratory staff of the centre to understand the applicability of this system and its usefulness as a tool to optimize productivity in the sense of "maximum performance at a minimum cost”. Introduction Semen evaluation is a key factor in ensuring the use of animals and/or ejaculates with good fertility. This assessment includes measuring the volume, concentration, motility, morphology and other characteristics that influence the functionality of sperm. In the past two decades, technological advances in this field have led to develop systems capable of accurately and objectively evaluate semen quality in a simple and practical way during the routine work of a semen production lab. In the 80’s, the development of CASA systems able to predict the fertilizing capacity of sperm with the help of a computer program was a valuable technology applied first in the human and a few years later in animal reproduction. CASA systems allow an objective measurement of semen parameters that mainly include: motility, morphology, sperm concentration and viability. In the last years, in Europe, this system has gained importance as a working tool in boar centers and is considered more and more to be one of the keys of modernization and optimization of seminal dose production. This is an ongoing process which has been triggered by the crisis affecting the pig industry and by customers who are increasingly critical of product quality and safety. These factors have forced the boar studs to become more and more professional and efficient. How does the CASA system work and which parameters does it evaluate? The CASA system consists of a high speed video camera connected to a microscope and of a computer with the software. The system must capture at least 30 pictures per second, and during this interval the program identifies each sperm head for its size, looks at its movement (path) and calculates the number of cells in the sample (sperm/ml). For the result to be statistically significant, an average of seven fields has to be assessed (up to 15 if the microscope table is robotic), which makes the analysis of semen accurate and precise. In each ejaculate there are different subpopulations of sperm due to the different degrees of development of sperm cells during spermatogenesis and to the different stages of maturation during transit through the epididymis. CASA systems can differentiate the subpopulations of sperm (Abaigar et al, 1999; Quintero-Moreno et al, 2004). These subpopulations do not vary much between boars, but their values are different, which could explain fertility variations among individuals within a same group. Within the data set shown by the CASA, there are three main types of progressive sperm motion: – Group 1 represents the sperm with highest progressive movement (high VSL) and hitting their heads vigorously (high FBC) – Group 2 are highly moving sperm (high VCL), but with reduced progression (low VSL and high ALH). – Group 3, sperm with movement and some degree of degeneration whose motion parameters are significantly lower compared to groups 1 and 2. Ideally, the semen sample should show a high percentage of sperm with a straight line movement, known as progressive motility. According to some works this parameter is also correlated with sperm membrane integrity and can therefore be considered to be a good predictor of the fertility of the cell. The CASA system is able to measure from the most basic values, total motility and concentration, up to more specific parameters, such as morphology and cell viability. Sperm concentration is an important feature of the ejaculate and it is necessary to evaluate it precisely to avoid low rates of fertility and guarantee maximum productivity. One of the consequences of inaccurate or imprecise concentration assessments is that semen doses tend to have more sperm than the recommended concentration. Consequently, due to this “safety margin” the ejaculates are not used to their full potential (Gadea 2005, Hansen et al., 2002). This is one of the crucial points to considerer in stud management when optimization of boar numbers is the goal and getting the best and maximum number of doses per boar. What are the advantages of the CASA system Sperm Vision The integration of the CASA system Sperm Vision™ into the daily routine of a laboratory of an insemination centre is a target that could successfully be achieved. This system has been designed to be a production tool, and thanks to modern computer technology, it is today extremely quick, easy to use and provides high security of the process. It is possible to do the analysis in a very short period of time during production and very efficiently with the help of this device. In summary the most important user benefits are: 1. Increased productivity. Sperm Vision™ analyses accurately and precisely the percentage of cells with progressive movement. Using routine techniques in the laboratory, these values will generally be lower with the subjective assessment. Sperm Vision™ eliminates this error resulting in an increase in the production of semen doses without increasing the number of sires. The optimization of sires reduces production costs and improves the profitability of the stud. 2. More precise seminal dose quality. Sperm Vision™ system shows the actual motility of produced doses. In this way it is possible to certify the quality of the dose before its delivery, improving the staff work and facilitating decisions regarding the semen that can be sent out. 3. Increased accuracy of results. Sperm Vision™ eliminates the human factor in the assessment of motility. The motility is calculated based on the number of cells that move at a certain period of time. Motility assessment is done under the same criteria in all samples, all the time. 4. Improved accuracy of concentration readings. Variations in semen colour results in photometry readings with an error that varies between 5 and 30% depending on the type of photometer. Sperm Vision™ directly counts the number of cells in a fixed volume, so the error is greatly reduced. 5. Standardization of protocols between laboratories. Motility data processed with Sperm Vision™ in different labs can be compared, avoiding the human factor between laboratories. This helps that trials comparing animals, breeds, lines, etc., can be assessed more realistically. 6. More secure assessment of fertility. The standardization of protocols of semen evaluation is a base for clear decisions for elimination of low-fertility animals or with potential reproductive failures. What issues are critical when working with Sperm Vision™? Successful use of the device Sperm Vision™ requires applying a consistent and exact technique, according to the manual of the manufacturer. A certain routine therefore is the premise for a good repeatability of the results. The results of CASA systems analysis can in some cases show lower values with respect to the subjective assessment. This can be explained by: – First, with the subjective assessment of the semen, it is often considered that a cell moves when the sperms tail is moving, even if the movement is not progressive. Therefore, motility is an estimate of the percentage of living cells which is not a good indicator of the percentage of cells that move progressively. CASA systems require that the cells undergo at least a certain distance to be considered that their movement is progressive. – Secondly, the manual, subjective assessment of motility depends on sperm concentration, sperm velocity and the eye of the evaluator. These factors may interact in complex ways and in some cases they produce an overestimation of the percentage of cells with movement. Although the evaluation of semen by the CASA system has demonstrated to have the best reproducibility, there is a certain variability among laboratories which may be due to various factors such as dilution rate and type of extender used (Vizcarra, JA, Ford JJ. 2006). Other factors that influence the analysis conducted by CASA are the method of sampling, sample processing, and the time span between sampling and analysis. In semen production laboratories working with CASA system, the following points should be considered as a priority for the assessment of the sample: – Microscope. It must be correctly calibrated, that is light and phase rings should be centered in order to get the brightness and contrast of the cells which is optimal for the full function of the system. – Software. Select the software configuration parameters for the right species. – Sampling technique. The sample has to be representative of the ejaculate. Minitube gives very detailed instructions of sampling and of homogenization of the prepared sample prior to loading the analysis chamber. – Preparation of the sample. It is very important to dilute the sample correctly. The dilution rate should be accurate for the system to calculate with high precision the concentration of sperm/ml. – Duration of analysis. The measurement should not exceed 2 minutes, counted from the moment the sample is loaded into the counting chamber until the system gives us the result. Field results with Sperm Vision™ in Spain and Germany. The implantation of Sperm Vision™ in the modern boar semen production lab has shown a growing interest during the last years. Probably, the economic situation of the pig industry in the last 3 years (see table 1), as well as de introduction of new reproductive technologies, has been the trigger for the integration of this system in boar centers in order to modernize and optimize the production of seminal doses. The experience with Sperm Vision™ in Spain and Germany, 2 of the principal countries for pig production in Europe, will be summarized. Study 1: External QC of AI centers by Sperm Vision™. Reference laboratories are a useful tool for external quality control (QC) of semen from the studs. The ideal protocol for external QC for AI stations would have to integrate the implementation of valid tests with high relevance for fertility, including microbiological examination, the handling of semen analysis in the labs and technical training for lab staff. The rules of the QC labs are among others: – monitor the internal efficiency of semen quality control in each stud – identify males with lower semen quality and/or poor response to semen preservation – check the accuracy in determining the number of sperm (table 1 and 2) – confirm a clinical suspicion of infertility in the farm – certify the ability of a boar before introduction into the stud – monitor a treatment or find a specific therapeutic response – clarify and correct possible errors during semen processing Table 1: Seminal dose concentration controlled by Sperm Vision™ in seminal doses 24-48 hours, using Androstar Plus (Studs in Spain working at 3 x 109 billion total sperm/dose) (N=1200) Average (x109 total 2.99 sperms) Maximum 7.4 Minimum 0.2 Table 2: Seminal dose motility (%) controlled by Sperm Vision™ in seminal doses 24-48 hours, using Androstar Plus (Studs in Spain) (N=1200) Total Motility Progressive Motility Average 83,02 72,16 Maximum 99,00 95,77 Minimum 15,51 5,63 Study 2: Installation and start-up of the Sperm Vision™ system in Boar Studs. Table 3: Installation and start-up of Sperm Vision™ systems in boar studs in Spain Location Boars Nº labs Sperm/dose Doses produced/year (x109) A 220 2 1-1,2 700000 B 900 3 1,9 1500000 C 2000 7 2,1 3900000 D 450 1 1.5-1.8 550000 E 900 5 2,1 1500000 F 300 1 2,0 450000 ( **Progressive Motility/Total Motility ==== Sperm per doses 2.5/ 3 billions ) 1. Stud 1 (Cataluña) – Situation: o Open since 1990 o 4 studs and a central lab. o Boars: 425 o Staff in the lab: 3 (2 technician + 1 vet) o Semen collection and pre-dilution in the stud o Semen processing in the lab (1’30 hour distance from the studs) o Semen evaluation with SV (since 2006) + Scan-Stage (since 2009) o Automatic semen dilution and packing o Production (doses/year) 550.000 2. Stud 2 (Castilla-León) – Situation: o Open since 2007 o 1 stud and a central lab. o Boars: 100 o Staff in the lab: 2 (Biologist) o Semen collection and pre-dilution in the stud o Semen processing in the lab (30 minutes distance from the studs) o Semen evaluation with SV (since 2007) o Automatic semen dilution and packing o Production (doses/year) 120.000 3. Stud 3 (Aragón) – Situation: o Open since 1995 o Stud and lab. o Boars: 270 o Staff in the lab: 2 (technicians) o Semen evaluation with SV and Scan-Stage, ready for AutoMorph (since 2011) o Automatic semen dilution and packing o Production (doses/year) 300.000 Study 3: Feedback from users on the CASA system Sperm Vision™ (SV) 1. How long have you used SV and why has your company decided to invest in this system? – Stud 1: 2006 (5 years). Company invested in technology to have an objective evaluation of semen quality. – Stud 2: 2007 (4 years). The stud was new and the lab was designed to be fully automated in processing of semen – Stud 3: 2011. The actual market and tendency pushes to work with quality and security. SV was the system selected after another system was tested. 2. What has changed in the routine of lab production since the installation of SV? – Stud 1: seminal assessment is faster and safer. In a single sample motility and concentration is analyzed. – Stud 2: Nothing. The stud and the staff were new and without experience. It was very easy and simple the implementation of the lab since everything was automatic. – Stud 3: We work safe and easily since we only prepare one sample (motility/concentration and morphology) 3. 4. How much time did the staff require to get used to the SV? – Stud 1: 1 day – Stud 2: 2 days – Stud 3: 1 day How long does it take to make a complete analysis of the ejaculate? – Stud 1: 1 minute. The automatic stage (Scan-Stage) gave us speed and security. – Stud 2: 2 minutes – Stud 3: 2 minutes. We check morphology in the motility field (cytoplasmatic droplets and tails) 5. Has SV improved the reliability and effectiveness of the evaluation of semen? – Stud 1: No doubt. We can now better optimize boars and ejaculates. – Stud 2: For us it is no problem to share the tasks in the lab. The SV gives us security in the evaluation of the ejaculate and dose calculation. – 6. 7. Stud 3: Yes. We work with safety and quality. Have you noticed differences in the production of dose? (concentration/motility) – Stud 1: No. The output is the same. – Stud 2: We have no previous data. The stud started to operate with the system. – Stud 3: No. The output is the same. What is your opinion of the SV system? – Stud 1: Very positive. Security is crucial for the quality of the ejaculate and the number of processed doses. – Stud 2: Indispensable in a modern stud. It would be very difficult for us if we had to do seminal assessment without SV. – 8. Stud 3: We are very happy. Would you recommend the SV? – Stud 1: Yes, no doubt. – Stud 2: Yes, the quality assurance of the dose is priceless. – Stud 3: Yes, sure. Conclusions 1. Swine artificial insemination is a powerful tool for genetic improvement and profitability. To achieve these objectives, each ejaculate must be evaluated to determine its fertility potential. 2. Optimal dilution rate should ensure good fertility parameters with a minimum of spermatozoa. At present, semen analysis using computer systems (CASA) is the best way to ensure optimal dilution rate. 3. Semen analysis performed with CASA systems can help as a predictive of in vivo values of the ejaculate in terms of fertility parameters such as the pregnancy rate and litter size. 4. CASA systems can be regarded as a quality control technique useful for boar semen doses, being an indispensable tool for the validation of protocols at the AI centers and a valid indicator of semen quality 24 hours after collection. References – Holt C et al. (1997). Objectively Measured Boar Sperm Motility Measurements Correlate with the Outcomes of On-farm Inseminations: Results of Two Fertility Trials. Journal of Andrology 18(3):312-323. – Holt, W.V., Brien, J.O. and Abaigar, T. 2007. Applications and interpretation of computer assisted sperm analyses and sperm sorting methods in assisted breeding and comparative research. Reprod. Fertil. Dev. 19: 709-718. – Gadea J. (2005). Sperm factors related to in vitro and in vivo porcine fertility. Theriogenology 63, 431-444. – Didion, B.A. (2008). Computer-assisted semen analysis and its utility for profiling boar semen samples. Theriogenology. 70: 1374-1376. – Hansen C et al. (2002). Validation of the FACS Count AF System for Determination of Sperm Concentration in Boar Semen. Reproduction in Domestic Animals 37:330334. – Quintero-Moreno A et al. (2003). Identification of Sperm Subpopulations with Specific Motility Characteristics in Stallion Ejaculates. Theriogenology 59, 19731990 – Vizcarra, JA, Ford JJ. (2006). Validation of the Sperm Mobility Assay in Boars and Stallions. Theriogenology 66:1091-1097. – Abaigar T et al. (1999). Sperm Subpopulations in Boar (Sus scrofa) and Gazelle (Gazella dama mhorr) Semen as Revealed by Pattern Analysis of Computerassisted Motility Assessments. Biology of Reproduction 60:2-41. LAYOUTS E TECNOLOGIAS PARA ÁREAS DE COLETA E LABORATÓRIOS DE CENTRAIS DE INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL Alexandre Marchetti Minitub do Brasil Ltda – Av. Maranhão, 590 – Porto Alegre, Brasil [email protected] Layouts e Tecnologias para áreas de coleta e laboratórios de Centrais de Inseminação Artificial Alexandre N. Marchetti Médico Veterinário MSc [email protected] 10 de Maio 2011 Introdução Biotécnica utilizada comercialmente no Brasil desde a década de 70 Evolução: Número de matrizes inseminadas Insumos “caseiros” x “comerciais” Utilização de materiais descartáveis Padronização de parâmetros Busca de novas tecnologias Otimização da produção Tecnificação das centrais Parâmetros de produção •Doses produzidas por macho/ano •Considerando 3 bilhões sptz/dose Situação 1 Situação 2 Situação 3 Situação 4 Coletas / semana 1,2 1,4 1,6 1,8 Doses / coleta 25 25 25 25 Semanas / ano 52 52 52 52 Doses/macho/ ano 1560 1820 2080 2340 Descarte 5% doses 78 91 104 117 1482 1729 1976 2223 Total doses/ano Adaptado de Setor de Suínos – FAVET - UFRGS Parâmetros de produção Alemanha Número sptz/dose Volume/dose EUA 9 1,5 a 2,0 x 10 Mot. Progressiva 2,25 a 3,0 x 109 Viáveis 80 a 85 ml 65 a 80 ml Perspectivas ??? Central de IA – uma visão industrial... Qual a META das centrais de IA ? Qual é o produto entregue pela central? Como avaliar a central ? Número de doses / macho / ano: genética X linhagens Número de funcionários/central: automação & layout Número de doses / funcionário / ano: Interação de fatores Número de doses / gaiola / ano: otimização instalações A central é eficiente? A central é eficaz? Central de IA – uma visão industrial... EFICIÊNCIA = QUALIDADE + PROCESSOS INCORRETOS EXECUTADOS CORRETAMENTE PROCESSOS CORRETOS EXECUTADOS CORRETAMENTE - + EFICÁCIA = RESULTADO PROCESSOS CORRETOS MAS EXECUTADOS INCORRETAMENTE PROCESSOS INCORRETOS E EXECUTADOS INCORRETAMENTE ONDE ESTÁ NOSSA CENTRAL ?? Central de IA – uma visão industrial... CLIENTE Interno e externo PRODUTO FORNECEDOR PROCESSOS INSUMOS Quais os gargalos existentes na produção? Tecnologias & Layouts Coleta Avaliação Fracionamento e envase Coleta de sêmen Salas de coleta: 1 para 50 machos Não necessita energia elétrica Sem cabos/conexões Número coletas por pessoa/hora Higiene Risco L.E.R. Coleta de sêmen Coleta de sêmen Coleta de sêmen 12 % Coleta de sêmen Janela comunicação Manequim Pia Tábua manejo Barras proteção Tapete Área fuga Adaptado de : The Swine AI Book Coleta de sêmen Coleta de sêmen Coleta de sêmen Coleta de sêmen Coleta de sêmen Coleta de sêmen Coleta de sêmen Coleta de sêmen Coleta de sêmen Coleta de sêmen Coleta de sêmen Coleta de sêmen Coleta de sêmen Coleta de sêmen Coleta de sêmen Coleta de sêmen Coleta de sêmen Coleta de sêmen Relato de caso – EUA 400 reprodutores Após a automação e novo layout da coleta Número matrizes Número de reprodutores 250.000 250.000 1500 1500 1.725.000 1.725.000 Número de centrais 4 4 Dias de coleta/semana 7 5 Número de doses/ano Redução de mão-de-obra 1 ½ funcionário por CIA Custo mão-de-obra/ano US$ 33.000,00 Ganho anual US$ 200.000,00 Avaliação do ejaculado Avaliação do ejaculado Avaliação do ejaculado Sistema CASA Decisão estratégica: Precisão Otimização reprodutores Diluição Smart Dispenser e Compact Dispenser Controlador, balança & Bomba Peristáltica Aproveitamento da mão-de-obra !! Diluentes Tipos de diluentes Curta x Média x Longa duração Custo x benefício Horário de produção - $$$ Período de armazenamento/viabilidade pós-diluição Temperatura de armazenamento e transporte Logística de transporte Frequência de recebimento das doses 1, 2 ou 3 x semana Diluentes Acondicionamento NOVO !! QuickTip® Flexitubo UV Protected QuickTip® Flexitubo UV Protected QuickTip® Flexitubo UV Protected Adaptado: Universidade Hannover Fracionamento e envase Capacidade de Produção 300 – 350 doses/hora Fácil Manutenção Fracionamento e envase Capacidade de Produção 500 – 600 doses/hora Fracionamento e envase Capacidade de Produção -/+ 2000 doses/hora Fracionamento e envase Gargalo de produção? Dimensionamento Coleta + Avaliação + Diluição /hora Integração e gerenciamento Integração e gerenciamento Alimentação de dados via PC Retro alimentação via equipamentos Gerenciamento da central Relatórios Banco de dados Layout laboratório Layout laboratório Layout laboratório Layout laboratório Layout laboratório Armazenamento e transporte Conservadoras para sêmen Circulação de ar Precisão da temperatura Sistema de Proteção Armazenamento e transporte Caixas condicionadoras Circulação de ar Precisão da temperatura Aquecimento e Refrigeração Armazenamento e transporte Verificação e registro de temperaturas Qual é o produto da central ??? Qual é o produto final da central ??? 1500 doses/macho/ano Tx Reposição 50% 3000 doses /vida útil 3 doses x 2,4 partos/ano 416 matrizes 28 terminados/matriz/ano 11.648 leitões 110 kg ao abate 1.281.280 kg de carne R$ 2,60 / kg R$ 3.332.000,00 Qual é o produto final da central ??? Central 100 reprodutores Central 200 reprodutores 1500 doses/ano 1500 doses/ano 150.000 doses /ano 300.000 doses /ano Investimento automação R$ 200.000,00 Depreciação 10 anos R$ 0,13 / dose R$ 0,06 / dose Quais os novos rumos da IA no Brasil ?? * Sêmen congelado * Sêmen Sexado * Novas temperaturas armazenamento/transporte Quais os novos rumos da IA no Brasil ?? III Simpósio Reprodução Minitub Pré Simpósio SINSUI 2012 15 de maio de 2012 Porto Alegre - RS MUITO OBRIGADO