OLEIROS
www.jornaldeoleiros.com
Director
Paulino B. Fernandes
· Ano 2, Nº17, Julho/Agosto de 2011
• Preço: 0,01€ (inclui IVA) • Edição Bimestral
Jornal de
Influente na região do Pinhal Interior Sul, Beira Interior Sul e Cova da Beira
José Santos Marques
Comendador
Editorial
página 2
No Carrossel
da Escola
página 2
Jovens em
Espaço Rural
página 3
Estátua do Padre
António de Andrade
foi inaugurada em
Oleiros
página 6
Restaurante-Bar
“Olhar o Zêzere”
O Presidente da República, Dr. Cavaco Silva, reconheceu as elevadas
capacidades do Presidente da Câmara de Oleiros, também a Sua
dedicação por inteiro e de uma vida à Sua terra.
Em consequência, José Santos Marques viu ser-lhe concedida a
Condecoração de COMENDADOR, numa cerimónia realizada no Dia de
Portugal, condecoração justa e que orgulha todos os Oleirenses e aqui
desejamos destacar.
Dr. António
Moreira
página 10
Governo nas
nuvens
página 5
Feira
Renascentista
XV Festil
página 16
Já abriu
Praia de Álvaro
Telefone 965 622 621
LOURANTUNES, Lda
página 11
Telefone /Fax: 272 682 464
Telemóveis: 966092649 e 964785156
2
Jornal de OLEIROS
2011 JULHO/AGOSTO
De “Olho” na Educação
EDITORIAL
No Carrossel
da Escola
Manuela Marques
Uma edição muito
especial
O Jornal de Oleiros desta
edição enquadra-se no grande acontecimento de Oleiros,
A FEIRA DO PINHAL, pólo
de desenvolvimento e afirmação de uma região com notoriedade crescente.
Por esta razão, entre outras
que se prendem com a afirmação continuada do jornal,
aumentámos o número de
páginas.
O conteúdo é rico em importantes e muito qualificadas colaborações, mas retrata
um período intenso em Oleiros, para continuar apesar da
crise.
Uma Europa
em crise
Não se trata só da crise grave em Portugal.
A gravidade é maior pois
atinge diferentes países e vai
incluindo economias mais
desenvolvidas. É, desta forma, uma crise que origina
preocupações acrescidas e
que podem colocar em causa
a EU e o EURO.
Há projectos como a “ MODEST PROPOSAL “ conduzida por Yanis Varoufakis e
Stuart Holland com capacidade para salvar e dinamizar
a Europa. Acontece que para
aplicar as suas teorias, necessitamos de coragem política.
Como diz Yanis, se cada país
se quiser salvar a ele próprio,
não pode distanciar-se dos
restantes. Pelo contrário.
Esperamos que a sua teoria possa ser aplicada, com
as 17 economias juntas e a
dividirem a dívida em duas
partes (a dívida azul 60%,
quota máxima que o Tratado
de Maastricht permite) a ser
financiada por um período
20 anos com a taxa máxima
de 3%, e os restantes 40% das
dívidas – a dívida vermelha a serem geridas e financiadas
no mercado pelos respectivos
países. Isto permitiria a libertação de meios para dinamizar a economia, a redução do
colossal esforço interno em
cada país, colocando o BEI
– Banco Europeu de Investimento no grupo de entidades
financiadoras e remetendo a
capitalização da banca para
os seus próprios meios (por
isso são privados)…
Na próxima edição
celebramos
o 2º Aniversário
Preparamo-nos para celebrar dois anos de vida e fá-loemos com dignidade, afirmação e com a contenção que o
período recomenda.
Procuraremos associar as
Entidades Oficiais da nossa
região que aqui convidamos
a apoiar o Jornal de Oleiros,
instrumento colaborante e
fortemente interveniente na
divulgação da região, seguros que aceitarão o Convite e
reconhecerão a importância
da nossa manutenção no dia
–a-dia. n
Director
Email: [email protected].
FAÇA
A SUA ASSINATURA
Opoie o Seu jornal.
Ficha nesta edição na pag 14
Este carrossel que é a Escola
acaba mais uma voltinha – a de
2010/2011 – e prepara-se para
organizar já o próximo círculo
2011/2012, agora com novo representante no leme da educação em
Portugal, cujo objectivo principal
na nova legislatura é poupar uma
pipa de massa, por ordem da Troika, mas terá, no meio dos seus
semelhantes, o primeiro objectivo
e crucial de semear a concórdia,
estabelecer a confiança na sua
governação educativa e efectivamente atacar, com força e vontade,
sem intransigências, aquilo que há
muito vai mal na educação, sem
originar tsunamis contra os docentes deste país. Terá, pois, uma
tarefa dificílima entre mãos, já que
a poupar dinheiro daquela maneira (mais de 190 milhões) qualquer
um fica de pés e mãos atados…Boa
Sorte Sr. Ministro!
De pés e mãos atados não ficou
o Agrupamento de Escolas Padre
António de Andrade, que encerrou o ano lectivo de uma forma
surpreendente, como jamais o fizera e que deu nas vistas além Oleiros. Ouviu-se por entre o público:
“Fantástico”, “Maravilha”, “É
preciso continuar esta iniciativa”.
E esta iniciativa foi uma modesta
(ou não) Feira Quinhentista para
comemorar a atribuição do Foral
à vila de Oleiros e homenagear o
patrono da Escola, o Padre António de Andrade, nos dias 18 e 19
de Junho, que se tornaram inesquecíveis para alunos, professores,
funcionários, pais e encarregados
de educação e, principalmente, a
comunidade oleirense que delirou com a animação nos dois dias.
Essa que contou com a presença da
Viv’Arte, uma das melhores companhias de recriação histórica internacionalmente conhecida.
Amef escreveu no Jornal de Canas de Senhorim, uma bela vila do
distrito de Viseu, ladeada pelos
rios Mondego e Dão, quando poderia não o ter feito, algo acerca
das gentes de Oleiros e da feira na
qual participaram e que, claramente, não poderia deixar de transcrever, porque sei que vai emocionar
muitas pessoas: «Numa iniciativa
do Agrupamento de Escolas Padre
António de Andrade, nos pretéritos dias 18 e 19, teve lugar a I Feira
Quinhentista de Oleiros. O Município apoiou e a Viv’Arte animou.
Curioso foi ver como alunos e professores se empenharam na realização da Feira. Assistimos – como
nunca tínhamos assistido – a um
infindável cortejo de figuras rigorosamente trajadas à época, o que
– convenhamos provoca um efeito
visual inesquecível - (…). Lá, os
miúdos brincam, deambulam pela
feira, representam, dançam… (…).
Lá, os professores trabalham na
Taverna do Padre, vendem copos
de vinho e cerveja, para regarem
os grelhados servidos em cama
de pão! (…) Lá, o Presidente da
Câmara, José dos Santos Marques
(um “dinossauro” a cumprir o seu
último mandato e a ganhar actos
eleitorais com 80% da votação),
misturou-se com o Povo vestidinho
a rigor! (…) Quanto ao carrossel…
lá foi cumprindo a sua obrigação
de proporcionar umas voltas a
miúdos e graúdos (que quiseram
ser pequenitos outra vez…) e não
há dúvida que continua a fazer sucesso, por ser coisa pouco vista…
Mas, para nós, o que conta é que
continuamos a divulgar o nome
da nossa terra e a conhecer outras
e outras gentes. Desta feita, gente
bem simpática, ou, se preferirem,
simplesmente…afável! E, por isso,
deixamos o desafio: na primeira
oportunidade vá até Oleiros! São
menos de 140 quilómetros por
paisagens deslumbrantes (apesar daquele malvado incêndio ter
destruído grande parte daquela
floresta, há alguns anos atrás). Pela
parte que nos toca…cedo lá voltaremos!». ( in, Jornal de Canas de
Senhorim, pág.7)
Esta grandiosa gente de Canas
de Senhorim, estes artistas do
carrossel, engrandeceram a nossa
feira com uma maravilha para a
pequenada, um brinquedo deveras surpreendente, de tão perfeito,
criado e preparado com tanta dedicação pelos homens que lhe dão
a força motriz para a volta no cavalinho tosco, mas extraordinariamente completo.
A Feira Quinhentista do AEPAA
– Oleiros foi um sucesso porque
o deve a muitos parceiros, tanto
àqueles que financiaram este projecto, desde a Câmara Municipal
que abraçou completamente esta
iniciativa, surgida no seio escolar
há dois anos, até às juntas de freguesia que também contribuíram
monetariamente e em tempos de
crise, de apertar bem o cinto ao
máximo, assim como algumas empresas e instituições do concelho
que cederam materiais e se disponibilizaram para ajudar na montagem e construção de todo o cenário, como o grupo de Escuteiros e
a terminar uma noite auspiciosa,
uma explosão pirotécnica de cor
com fogo dos deuses…Louvável a
prestação dos pais e encarregados
de educação no esmero com que
elaboraram os fatos e acompanharam os filhos nos dois dias. E os
senhores professores, esse motor
de criatividade, talento e trabalho
infindável na escola, pelas horas
de breu fora a construir as bancas,
onde venderam e a confeccionar
fatos, que trajaram a rigor, depois
de horas a leccionar e a cumprir a
maldita burocracia interminável,
que retira todas as vontades…Estes professores deram o exemplo
aos seus alunos e que exemplo! Venham mais feiras.
Agora que Deméter está feliz, com
a filha Perséfone nos braços, e manda que Éolo sopre calor em brisas
quentes e suaves, que fazem crescer
o fruto da terra, estão alguns dos
nossos alunos em avaliação externa, outros descansam já do rigoroso
ano; os nossos professores estão em
inúmeras reuniões de balanço final
do ano, a corrigir os exames nacionais e a fazer os seus relatórios de
auto-avaliação, numa tentativa louca de reunir as famigeradas evidências para provarem a sua mais que
merecida avaliação. E as direcções
das escolas do país estão a braços
com os preparativos do novo ano
que chega já em Setembro, esperando, claro, por alterações próprias
de quem inicia mandato, pois novo
ministro, novas regras…Oxalá melhores, práticas e com mais autonomia.
É assim a vida incessante de uma
escola, um carrossel que umas vezes
gira “nas calhas de roda a entreter a
razão…”, outras só gira porque os
profissionais do ensino a ele se dedicam de corpo e alma. n
Manuela Marques
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2011 JULHO/AGOSTO
Jornal de OLEIROS
RURALIDADES
Jovens em Espaço Rural
Sempre foi minha convicção que
um dia tudo se encaminharia para
uma reconversão de mentalidades e
consequente orientação dos actuais
paradigmas de desenvolvimento,
numa nova abordagem ao Mundo
Rural.
Face ao contexto que vivemos,
torna-se cada vez mais evidente que
o país só terá futuro se houver uma
reestruturação territorial no sentido
de combater as assimetrias entre o
litoral e o interior.
Viver no espaço rural torna-se cada
vez mais atractivo e analisando bem,
são mais os prós do que os contras.
Um fluxo migratório do litoral para
o interior, povoando os territórios de
baixa densidade populacional com
jovens, poderá ser a solução para alavancar o urgente desenvolvimento
económico de um país relativamente
pequeno que, com os seus cerca de
200 Km a separar o interior do litoral,
torna imprecisa essa distinção.
Hoje em dia, os territórios do interior tornaram-se mais apetecíveis,
com uma maior capacidade de fixação de população, dotados de
equipamentos e serviços públicos
que satisfazem os seus residentes e
beneficiando de uma rede de aces-
sibilidades que se vai consolidando
numa malha viária diferente daquela que se verificava há algumas
décadas atrás. As populações do
interior estão cada vez mais próximas das cidades de média e grande
dimensão e os seus habitantes conseguem obter uma qualidade e um
nível de vida um pouco superiores
aos que teriam, em iguais circunstâncias, a viver em algumas cidades
do litoral.
Quantas famílias conhecemos que
se retornassem neste momento às
suas origens, onde possuem muitas
vezes património, estariam numa
posição bem mais confortável? De
um modo geral, são inúmeras as
vantagens de viver no interior, a começar não só pelas questões económicas, mas também pelas questões
sociais, nomeadamente a segurança,
o estreitamento de laços familiares,
a adopção de um estilo de vida mais
saudável ou o combate à solidão,
um flagelo social que assola cada
vez mais as grandes cidades.
O repovoamento do espaço rural,
conferindo às diferentes regiões um
capital humano que já foi outrora a
sua força, é fundamental para preservar a identidade de territórios
com tantas especificidades. Por outro lado, esse incremento em recursos humanos, a par do rejuvenescimento das regiões, é imprescindível
para potenciar o desenvolvimento
de áreas tão importantes como a
Agricultura e o Turismo.
Para quem pode, optar por um
novo modus vivendi apostado na
ruralidade será uma alternativa promissora e a garantia da viabilidade
de uma franja considerável do território português que, de uma maneira geral, se encontra envelhecido,
despovoado e em vias de desertificação.
Investir nestas regiões pode ser
uma aposta de sucesso. O Mundo
Rural precisa de gente; gente jovem,
com garra, iniciativa e vontade de
afirmar um território genuíno e repleto de oportunidades. A capacidade de resposta e as potencialidades
que o Interior tem para oferecer são
inesgotáveis e talvez aí resida a solução para enfrentarmos os tempos
difíceis mas desafiantes que estão
para vir. ■
3
Feira do Pinhal e Festa
de Santa Margarida
a prometerem êxito
Dr. Luís Mateus
O programa promete. Tudo foi feito para que se sintam bem em
oleiros neste período festivo. Interessante, diversificado e apelativo.
As piscinas municipais e fluviais servirão para descontrair após noites de muita alegria e divertimento. Assista descontrído ao fogo de
artifício na noite de domingo para segunda porque no dia 15 é feriado
nacional. Visite-nos!
A edição deste número do Jornal de Oleiros coincide com muitos
momentos importantes no nosso concelho. As várias comissões organizadoras, (quase sempre apoiadas pelas autarquias) trabalham dedicadamente para que a sua festa tenha o êxito que sempre se espera.
Estas fazem parte das nossas tradições e são um motivo importante
para o reencontro da família oleirense. Mas hoje quero ressaltar, particularmente, a festa a Feira do Pinhal que se complementa com a
realização da Festa da Santa Margarida, é o ponto mais alto no mês
de Agosto.
Inês Martins
Engenheira Agrónoma
(continua na página 12)
Ai, as estradas!
Hoje gostaria de conversar sobre
um dos factores dessa “fuga” de
pessoas do nosso concelho: as estradas.
Há cinquenta anos, as pessoas
iam da Covilhã a Castelo Branco
em cerca de uma hora. O mesmo
acontecia connosco, para ir de Oleiros até à sede do distrito.
Actualmente, as pessoas da Covilhã, do Fundão, de Belmonte e de
Vila Velha de Ródão, podem usar
a A23 e vão até Castelo Branco em
pouco mais de metade do tempo
que então demoravam. De Vila de
Rei, da Sertã e de Proença-a-Nova,
podem usar o IC8 e a A23 e também
fazem a viagem em muito menos
tempo. De Penamacor e de Idanhaa-Nova, a viagem também demora
menos tempo e é mais cómoda.
De Oleiros a Castelo Branco, continuamos a demorar cerca de uma
hora, passando pelas mesmas centenas de curvas, há décadas e décadas a fio. A única melhoria digna de
nota, foi a rectificação das velhinhas
“Curvas do Padrão” e a nova ponte
sobre a Líria, ambas já no concelho
de Castelo Branco.
Todos os concelhos, menos o nosso, viram melhorado significativamente o seu acesso à sede do seu
distrito.
Há cerca de sessenta anos, alguém
percebeu que, ligando Oleiros ao
alto da Foz do Giraldo, teríamos
uma ligação, por estrada nacional, a
Castelo Branco e a Coimbra. Foi bem
visto para a época e a estrada fez-se.
Daí para cá, já tivemos regimes e
governos de todas as cores, tamanhos e feitios. A estrada é que continua igual: longa, torta e estreita.
Temos ouvido falar, e muito, da
rede nacional de autoestradas, de
autoestradas próximas umas das
outras e quase paralelas no litoral
norte, de Itinerários Complementares (IC) e Principais (IP). Pouca
sorte a nossa, pois ainda nada disso
por aqui passou.
Há quem diga que uma boa estrada levaria ainda mais pessoas daqui para fora. Eu digo que as boas
estradas levam e trazem de novo.
Direcção Técnica: Dra Maria Odete da Conceição Guerra
Rua dos Bombeiros Voluntários - Oleiros
Telefone 272 681 015 . Fax 272 681 016
Trazem as pessoas e as empresas.
Uma estrada má só leva, nada traz
de bom. Até já ouvi dizer que alguém pensou em aqui instalar empresas e ficou assustado no dia que
conheceu a nossa estrada…
Não conheço nenhum concelho
que evolua sem boas estradas de ligação à capital do país, ao litoral e à
cidade mais próxima.
Imaginemos que havia uma boa
estrada que nos ligasse a Castelo Branco em meia hora. Quantos
naturais do concelho podiam ir
trabalhar e voltar diariamente, continuando aqui a residir, a cuidar
dos seus bens, a dinamizar a nossa
cultura, os nossos serviços, a nossa
economia e a mandar os seus filhos
às nossas escolas?
Acredito que muitos deles não
teriam saído.
Duvido que, se nada mudar, eles
voltem. Nem eles, nem os seus descendentes.
Podemos estancar esta debandada? Acreditamos ou desistimos?
É difícil virmos a ter uma boa es-
trada para Castelo Branco?
É.
É impossível?
Não!
Não tenho conhecimentos técnicos suficientes, não tenho qualquer
autoridade nem poder de decisão,
nem sou dono de nenhuma verdade em absoluto. Tenho apenas uma
opinião, uma modesta opinião que
gosto de partilhar.
Claro que o momento não é
muito favorável. Estamos em crise
grave, tanto económica como financeira. Mas, acreditando que vamos
TODOS conseguir superar esta
fase, todos os momentos são bons
para reflectir. Talvez seja até uma
boa oportunidade para seleccionar
e planificar o que é realmente prioritário.
Talvez seja um bom princípio,
começarmos por assumir algumas
ideias claras:
Primeiro: Temos o direito a essa
estrada. A nossa terra é tão Portugal
como o chão de Lisboa.
Segundo: Ela é urgente e indis-
pensável para a sobrevivência e
para o desenvolvimento do concelho de Oleiros.
Terceiro: Se não a pedirmos, se
não lutarmos por ela, se não a exigirmos, nenhum governo se vai
lembrar de nós.
Quarto: Ainda vale a pena tentar?
Vale mais tarde do que nunca!
Isto é um sonho? Seja.
Gostava que fôssemos capazes de
o realizar. n
Fernando Dias
Professor
4
Jornal de OLEIROS
2011 JULHO/AGOSTO
Festival da Paisagem 2011
Um evento global para desafios globais
No âmbito da Semana Europeia de
Geoparques decorreu o Festival da
Paisagem 2011 entre 4 de Maio e 26
de Junho, no território do Geopark
Naturtejo.
Esta é uma das mais importantes
iniciativas da Rede Europeia de Geoparques, numa grande celebração
da memória da Terra, e da história
das paisagens que se tornaram um
conceito cultural, comemorada em
simultâneo nos 43 geoparques espalhados por 18 países da Europa: são
centenas de milhares de pessoas unidas pela Terra em que habitam.
Durante este período alargado de
quase 2 meses de comemoração das
paisagens geoculturais do Geopark
Naturtejo da Meseta Meridional, numerosas entidades, desde os municípios e as freguesias, às escolas, associações locais e do ambiente, uniram
esforços para oferecer o que existe de
melhor e de mais representativo da
tradição cultural num vasto território onde a diversidade e a inovação
acontecem diariamente.
O Festival da Paisagem tem por
objectivo sensibilizar os participantes sobre a geodiversidade que nos
sustenta, dando este ano uma importância particular às florestas enquanto ecossistemas fundamentais
para o Homem. Com esta iniciativa
pretendeu-se transmitir o respeito
pelas espécies autóctones e alertar
para a importância da nossa floresta,
como factor de riqueza paisagística e
económica.
O Festival da Paisagem atrai cada
vez mais pessoas de todas as gerações e de todo o país, para a nossa
região, tendo sido considerado um
dos 5 festivais mais importantes de
toda a Região Centro de Portugal
para 2011.
O município de Oleiros tem sido
um dos mais participativos nas celebrações das Semana Europeia de
Geoparques, promovendo diversas actividades de sucesso como a
apresentação do folheto Património
Geológico de Oleiros, os seminários
internacionais sobre o Padre António de Andrade e as Montanhas de
Oleiros que lançaram as primeiras
pedras para o desenvolvimento de
um produto turístico – A Rota das
Montanhas – que está a organizar e
irá certamente desenvolver o sector
turístico de Oleiros, a visita temática As Jóias Naturais do Orvalho ou
o passeio de kayak Pelos Meandros
do Zêzere, que decorreu em 2008 e
que demonstrou as potencialidades
da aldeia de xisto de Álvaro para os
tours aquáticos. O festival de 2009 ficou marcado pelo Concurso GeoDoce, o lançamento dos GeoPostais, a
grande inauguração do PR3 GeoRota
do Orvalho, um caso de sucesso para
os percursos pedestres da região, e o
concerto Pelos Meandros da Música. No ano passado destacaram-se a
GeoParty na Praia Fluvial do Açude
Pinto, a inauguração do PR4 Trilhos
do Estreito e a primeira etapa do II
TTransGeopark, uma demonstração
de que o Todo Terreno pode dar a
conhecer um território minimizando
a pegada ecológica dos visitantes e
aumentando a sua pegada económica nas aldeias por onde a caravana
passa.
No ano em que a Rede Europeia
de Geoparques completa o 10º aniversário, em que se comemora o Centenário do Turismo em Portugal e o
Ano Internacional da Floresta, o Geopark Naturtejo associou-se a estas
celebrações no Festival da Paisagem
2011, reforçando a sua importância
nacional para a dinâmica turística e
para a conservação da Natureza em
Portugal.
A abertura do Festival da Paisagem decorreu em Oleiros, com o Encontro Distrital de Clubes da Floresta
PROSEPE, onde foram descobertos
novos valores de flora reliquial nas
cascatas da Fraga da Água d’Alta
que, uma vez mais, vêm demonstrar
a necessidade de um trabalho científico multidisciplinar que permita
valorizar este geomonumento, contribuindo para a sua conservação e
usufruto.
Numa região onde a Natureza
impera, o desporto tem uma expressão privilegiada na já consagrada
GeoRota do Orvalho, nos Trilhos do
Estreito e na visita temática “Todos
com a Floresta”. Mas a história deve
ser revitalizada e o trabalho feito
pelo Agrupamento de Escolas Padre
António de Andrade, transportando
Oleiros a um período áureo da sua
Os Meandros do Zêzere de Oleiros entre outras iniciativas europeias no cartaz da
Semana Europeia de Geoparques de 2011
evolução na Feira Renascentista, envolvendo toda a comunidade escolar
no seu contexto social, é um marco
decisivo na estratégia turística que
aqui floresce e que irá abrir as portas
da região ao mundo.
Nesta perspectiva, o concurso
escolar “Recursos Naturais para a
Sustentabilidade” para as escolas do
Geopark, desenvolvido em colaboração com a Comissão Nacional da
UNESCO, traduz verdadeiramente
o significado da mudança que está
a acontecer junto das novas gerações
de Oleirenses, no sentido da consciencialização para o valor da sua
terra, das suas paisagens, dos seus
recursos. A maioria dos prémios atribuídos foi para alunos do Pré-escolar
de Oleiros, Estreito e Orvalho e para
alunos do 12º ano do Agrupamento
de Escolas Padre António de Andrade. O Festival da Paisagem do
Geopark Naturtejo está a tornar-se
uma referência para esta região, alargando os horizontes da inovação a
mercados cada vez mais aliciantes e
a públicos cada vez mais ávidos de
conhecer Oleiros. n
Carlos Neto de Carvalho
Joana Rodrigues
(geólogos do Geopark Naturtejo)
Oferta
&ŽƌŵĂƟǀĂͮ 2011/12
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2011 JULHO/AGOSTO
Jornal de OLEIROS
5
Governo nas nuvens
Carlos Marques de Almeida
Professor
A primeira decisão do Governo pertence ao domínio da violência fiscal. Os portugueses são
sujeitos passivos que para efeitos
fiscais são a fonte da eterna liquidez. Cortar em 50% o subsídio de
Natal não é política de Esquerda
nem de Direita porque é a política da facilidade e do desespero.
Para o Governo mais Liberal da
democracia portuguesa começar
por aumentar impostos não é uma
proeza, mas um delito no cadastro. O Governo mais Liberal da
democracia portuguesa tem de
fazer recuar as fronteiras do Estado. Este é o compromisso e esta é
a exigência.
Aliás, vive-se um clima de excessiva tolerância perante o ritmo
lento da governação. Para além da
mudança de estilo, o Governo não
consegue imprimir um programa
intenso de anúncios e de reformas.
O ‘élan’ reformista casa mal com o
estilo demorado de um gabinete de
estudos. O Governo de Passos tem
de mostrar estamina, determinação
e coragem se quer mudar Portugal.
E o tempo para a determinação é
agora, fresco de uma legitimidade
eleitoral renovada e frente a um PS
esgotado pela governação e fechado sobre si mesmo com a luta pela
sucessão. Se Passos Coelho quer
fazer a diferença, tem de começar
a fazer a diferença já.
O benefício da dúvida pertence
ao passado. Os portugueses não
podem dar mais tempo ao Gover-
no porque o País já não tem tempo – Portugal vive o crédito de
um tempo emprestado. Basta de
palavras eloquentes porque a verdadeira eloquência está na acção
política.
O Governo pretende libertar a
economia do peso do Estado, mas
também deseja a definição de um
novo Estado Social na variante de
um Estado Garantia. Um Estado
Social não dirigista nem estatista, em estreita ligação ao Terceiro
Sector e em que a partilha do risco
ocorre entre o Estado, o Indivíduo
e o conjunto da Sociedade Civil.
Em vez do Estado Social na burocracia do ‘guichet’, Passos Coelho
quer na Sociedade Civil a matriz e
a alma do novo Estado Social. Em
Portugal este objectivo equivale a
uma revolução. Quando a austeridade ventilar a vida dos portugueses, a maioria absoluta do Governo
vai enfrentar as minorias vocais,
a maioria silenciosa e o novo proletariado dos recibos verdes. O
Primeiro-Ministro Passos tem de
perceber que a calma social e política de hoje é uma paz podre. E
uma ilusão perigosa.
Asfixiados pelo ‘deficit’, imobilizados pela paralisia na Europa,
ensombrados pelo Sol Helénico,
os portugueses começam a estar
cansados e a violência verbal explode nos fóruns das televisões
e nos comentários aos artigos de
jornal. O Primeiro-Ministro Passos precisa da habilidade do con-
senso e da coragem da ruptura. O
Memorando da Troika garante o
dinheiro, mas também pode produzir os dias de chumbo nas ruas
da cidade com uma legião de desempregados sem nada a perder.
Nem as nuvens escapam ao rumor
dos dias difíceis.
NaturezaDasCoisas@gmail.
com
Nota do Director: O Professor
Doutor Carlos Marques de Almeida, Colunista do Diário Económico, honrou-nos com a autorização
expressa de publicação do presente artigo, facto que muito agradecemos. n
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6
Jornal de OLEIROS
2011 JULHO/AGOSTO
O FAROL
O novo Governo,
a nova agricultura e a floresta
António Graça
Nota: O presente artigo não adopta
as regras do acordo ortográfico
Antes de abordarmos os temas
centrais do nosso artigo queremos
transmitir ao nosso Presidente da
Câmara as mais calorosas felicitações pela distinção que lhe foi
conferida, ao mais alto nível, como
reconhecimento do mérito da sua
obra à frente dos destinos da autarquia. Um exemplo a seguir.
Um grande abraço Presidente José
Marques.
Finalmente, Portugal tem um
Governo novo, e novo em toda a
extensão da palavra, quer na média de idades, quer nos conceitos
de estrutura e de escolha dos ministros.
Alguns analistas, politólogos
e tudólogos, manifestaram a sua
apreensão por não existirem pesospesados no actual governo, talvez
estejam a confundir a formação do
Governo com o popular concurso
televisivo.
A verdade é que deste governo
fazem parte pessoas tecnicamente
muito competentes e, o que é importante, não comprometidos com
os habituais interesses que querem
ter agentes nos governos.
Alguns dos novos ministros,
como seja o novo ministro da educação serão incómodos para certas
corporações. Mas, isso faz parte da
necessidade de mudança.
Facto igualmente novo é a eleição de uma mulher para Presidente da Assembleia da República
(a segunda figura do Estado). A
eleição da Dr.ª Assunção Esteves
é a prova de que as mulheres não
precisam que lhes sejam atribuídas
quotas para assumirem cargos de
responsabilidade. Basta-lhes serem competentes. Aliás, em nosso
entender, o sistema de quotas é, ele
sim, discriminatório e atentatório
da dignidade feminina.
Ainda relativamente ao Governo, e, em nome da transparência
invocada durante a campanha elei-
toral, seria bom que se esclarecesse
e fossem apuradas responsabilidades no que diz respeito ao estranho
caso das instalações do S.E.F.
O Senhor Presidente da República afirmou, no seu discurso de
10 de Junho, que o país tem de
apostar na agricultura. Pensamos
que, mais do que uma aposta, que
se pode ganhar ou perder, a agricultura tem de ser um objectivo
estratégico. É claro que, hoje em
dia a actividade agrícola é bastante diferente do conceito tradicional. Hoje, o consumidor é mais
exigente na qualidade dos produtos. Essa qualidade começa na
apresentação dos mesmos (aspecto, calibragem, embalagem, etc.),
na capacidade de resposta rápida
à procura do mercado, entre outros factores.
A agricultura de hoje também
recorre às novas tecnologias para
o controle dos seus produtos, existindo já em Portugal empresas que
fornecem, soluções de software
Arquivo da Web Portuguesa:
encontre informação que já
desapareceu da Internet
Em www.arquivo.pt é possível
pesquisar por palavra como num
motor de busca normal, ou por
endereço específico para a eventualidade de se pretender encontrar
versões antigas de uma determinada página. O Arquivo da Web
Portuguesa permite encontrar informação publicada na Internet a
partir de 1996 e que já não se encontra disponível nos seus sites
originais.
Cada vez mais informação é publicada exclusivamente na Web.
Se não for feito um esforço para
a sua preservação na actualidade,
haverá no futuro uma lacuna na
documentação histórica e cultural
do país.
O Arquivo da Web Portuguesa
armazena diariamente um conjunto de publicações que foram
seleccionadas em colaboração com
a Biblioteca Nacional. Trimestralmente, é feito um arquivo exaustivo de toda a Web portuguesa.
O Arquivo da Web Portuguesa
é um serviço da Fundação para
a Computação Científica Nacional, FCCN, lançado em 2007, na
sequência de financiamento do
POS_C e da UMIC. Este serviço
tem como missão última arquivar periodicamente conteúdos de
interesse nacional disponíveis na
Internet.
Como o projecto existe apenas
desde 2007, foram integrados
conteúdos históricos detidos por
entidades externas (ex. Internet
Archive, Biblioteca Nacional) que
se tornaram acessíveis através do
sistema de pesquisa disponibilizado pelo Arquivo da Web Portuguesa.
A Web portuguesa é composta
por todos os conteúdos alojados
sob o domínio .PT e outros alojados fora deste domínio de manifesto interesse para a comunidade portuguesa. Qualquer pessoa
pode sugerir o arquivo de sites
que lhes pareçam interessantes
através da página http://arquivo.
pt/sugerir.
Para saber mais consulte http://
sobre.arquivo.pt. n
Finalmente a estrada para a Sertã...
Obras de construção da EN 238
entre Oleiros e Sertã
já arrancaram
As ansiadas obras de construção
da EN 238 entre a Sertã e Oleiros
já arrancaram e no terreno já se encontram as máquinas a operar. Esta
construção, há muito reclamada, terá
perfil de itinerário e integra a concessão de estradas Pinhal Interior, adjudicada à empresa Acendi.
Recorde-se que esta é uma obra
urgente que os autarcas locais e toda
a população ansiavam ver avançar
no terreno. José Marques, Presidente
da Câmara de Oleiros manifestou a
sua satisfação pela concretização no
terreno de uma luta com a qual se
debatia há décadas, vindo a resolver
definitivamente o problema da ligação ao IC8, na Sertã, beneficiando o
acesso a Lisboa e a todo o litoral.
Santos Marques considera que
esta é uma questão de justiça para
toda esta região e defende ainda uma
necessária ligação à capital de Distrito, Castelo Branco, a qual não está
contemplada nesta concessão e que
representa uma grande necessidade
para os Oleirenses. ■
para diversos segmentos, como
sejam a floricultura, a fruticultura
e para a actividade florestal. Estas
mudanças verificadas na actividade agrícola poderão ser um incentivo para a captação de jovens para
esta área. Deverá ser um objectivo
estratégico, já que necessitamos de
produzir muito mais daquilo que
consumimos na nossa alimentação. Por esse motivo, o Alentejo
tem de voltar a ser o celeiro nacional, a Barragem do Alqueva foi
construída para permitir culturas
de regadio no vasto território alentejano e não para servir a ganância
de promotores imobiliários.
Agora, que estamos em plena
Feira do Pinhal, convirá recordar
que a floresta é , ainda, uma das
maiores riquezas do país, merecendo muito mais atenção do que
aquela que até agora lhe tem sido
dispensada. Aparte algumas meritórias, embora isoladas acções,
pouco mais tem sido feito.
Seria de muito interesse a cria-
ção de uma entidade voltada para
o estudo dos problemas e das potencialidades da floresta, algo semelhante a um Centro de Estudos
Florestais, a sediar num local integrado na área florestal nacional,
uma instituição vocacionada para
a investigação dos seus produtos
e aplicações dos mesmos, da sua
preservação, manutenção, e ordenamento. Esta instituição estabeleceria protocolos com Universidades que desenvolvam investigação
de interesse para a floresta, podendo ela própria ser um centro de
investigação, que reuniria várias
áreas da Ciência, como as Engenharias; Química, dos Materiais,
Agronomia, silvicultura, etc. captando para essa tarefa jovens recém licenciados.
Seria um investimento de maior
interesse para a comunidade e para
o país do que mais um punhado de
quilómetros de asfalto.
Até breve n
acontecimento marcante
Estátua em
homenagem ao
Padre António de
Andrade descerrada
em Oleiros
Durante a inauguração da nova
zona envolvente aos Paços do
Concelho aconteceu a cerimónia
de descerramento da estátua de
homenagem ao Padre António de
Andrade, colocada em destaque
em frente daquele edifício. Este é
um elemento de arte pública da
autoria do escultor José Leitão de
Paula representando mais um tributo que o Município presta a esta
ilustre figura da História, nascida
em Oleiros no século XVI e tido
como uma das figuras mais universais da História do concelho.
Considerado um dos Grandes
Portugueses, em Oleiros, o seu
legado está bem presente na perseverança das gentes locais e no
memorial situado no Jardim Público, numa homenagem dos seus
conterrâneos. Nascido em Oleiros
em 1581, é considerado o primeiro ocidental a atingir o Tibete, no
ano de 1624. Consta que o Rei,
após algum tempo e dos esforços
diplomáticos do padre Oleirense,
parece ter mostrado interesse para
com a religião cristã, acabando por
autorizar não somente o retorno
dos padres, como lhes prometeu
permitir o estabelecimento de uma
missão em Chaparangue, no ano
seguinte. Vem a falecer em Goa,
em 1634, supostamente envenenado, quando se preparava para regressar ao Tibete. Recorde-se que
o Padre António de Andrade, para
além de escalador dos Himalaias,
notabilizou-se como descobridor
do Tibete.
A obra escultórica baseou-se em
algumas descrições da fisionomia
e dos hábitos do padre jesuíta, tendo havido a colaboração da Companhia de Jesus nesse sentido. Segundo um retrato a óleo existente,
partindo de uma descrição do Bispo d?Angra, D. João Maria Pereira
d?Amaral e Pimentel, António de
Andrade aparece representado
“com o rosto ovado, cabelo e sobrancelhas pretas, assim como os
olhos e barba, que é cortada à tesoura e com bigode; vestido com
roupeta de jesuíta, com o chapéu
na mão, contas ao pescoço, suspendendo nelas pelo dedo polegar
o braço esquerdo; os olhos são vivos e com o cabelo cortado rente,
tendo como um ângulo dele sobre
a testa”. n
2011 JULHO/AGOSTO
Jornal de OLEIROS
7
CRÓNICAS DE LISBOA
Por que não se calam?
Serafim Marques
Economista
Se bem se lembram, numa cimeira ibero-americana, realizada
há poucos anos, o rei de Espanha
Juan Carlos, virou-se para o presidente da Venezuela Hugo Chávez
e disse-lhe; “Por que não te calas?”
O rei tomou a esta deselegante atitude e, de certo modo, violando o
protocolo, perante o presidente
venezuelano, dado que este, como
é seu timbre, a todos atacava com
o seu radicalismo e verbalismo e
anti-americanismo e seus “aliados”, mesmo ali em plena cimeira
de chefes de estado e de governo. Lembro-me, frequentemente,
deste episódio, ainda mais porque, segundo a imprensa, Hugo
Chávez estará com problemas
de saúde grave, porque no nosso
país há muita gente que passa o
tempo a dizer mal, isto é, faz da
maledicência o seu passatempo
favorito. Se ao “portuga sabe tudo
e de tudo gosta de opinar” ainda
se perdoa, já aos profissionais da
política e aos “opinion makers”,
alguns pagos pelos jornais e demais imprensa, o recato, o rigor
e a oportunidade deveriam fazer parte da sua conduta cívica.
Veja-se o exemplo recente do Prof.
Marcelo Rebelo de Sousa que
anunciou o nome de um Secretário de Estado, sem que a lista oficial tivesse sido tornada pública,
criando um problema porque este
acabou depois por ficar de fora do
governo! Porque dizer mal , apenas para marcar posição ou “botar
figura”, em nada favorece a formação e a atitude cívica dos portugueses, muitos deles com défice
de conhecimentos de causa e que
ouvindo ou lendo esses “protestantes profissionais” acabam por
ficar baralhados e a animosidade
perante os políticos aumenta, em
nada favorecendo a“união” desejada e a conjugação de esforços
para que possamos vencer a crise
que nos foi legada pelos diversos
governos anteriores. O tempo é de
grandes desafios e esses exigem
que haja contenção e recato nas
críticas destrutivas.
Será que não nos libertamos
desta tão nossa característica de
estarmos sempre do contra, como
se a política e a vida do país fosse
uma espécie de “clubite/campeonite”, e cultivarmos a maledicência, quase que revelando, desse
modo, uma dose elevada de inveja e ciúme? Compete às elites dar
o seu contributo na formação dos
cidadãos para que a nossa atitude
e consciência cívica seja engrandecida, porque uma democracia
adulta exige que essas duas caracteristica sejam elevadas. Aos
políticos, incluindo os da oposição, considerando também alguns
militantes do PSD e do CDS que
não fazem parte do governo ou
deputados, que gostam de “man-
dar umas bocas”, exige-se que
“não falem de mais” e, acima de
tudo, que as suas palavras não
sejam o “rastilho” para inflamar e
radicalizar posições do povo. Por
exemplo, o líder da CGTP Carvalho da Silva, fez, há dias e perante os trabalhadores dos estaleiros
de Viana do Castelo (EVC), um
discurso fortemente agitador e
cito e em síntese: “O Presidente
da República, que tem apregoado que o mar é um objectivo de
fundamental importância para o
nosso país, perante a situação de
ameaça de desemprego para estes
trabalhadores, o homem fica calado e adquire uma figura seráfica”,
cheirando a hipocrisia as palavras
proferidas nos discursos oficiais”.
Aquele sindicalista, homem cuja
bagagem cultural foi adquirida
a pulso e estando muitos furos
acima nos conhecimentos do
sindicalismo e da “economia do
trabalho”, conceito este de que
não gosta muito, sabe que o seu
discurso poderá gerar atitudes irracionais, (“perdido por cem perdido por mil”), daqueles trabalhadores e que sentem os seus postos
de trabalho ameaçados. Mas sabia
e sabe também que não é ao PR
que compete “governar” e resolver os problemas dos EVC, pois
estes problemas já vêm de longe
e cujo défice de exploração está a
ser pago pelos nossos impostos.
De quem é a responsabilidade
pelo estado a que os EVC chegaram? Ao povo é que a responsabilidade não cabe mas é a este que se
pedem que “pague a conta”, pois
os EVC são uma empresa pública,
o que não impediu que o governo regional dos Açores recusasse
receber um barco ali encomendado e construído e que terá um
“pequeno defeito”! Será justo? A
solidariedade tem limites.
Aos novos governos é usual atribuir “um estado de graça”, mas a
este parece que nem isso lhe queremos conceder, como lhe fossem
imputáveis as (maiores) culpas
pelo estado a que o nosso país chegou. Olhemos, porque as imagens
que nos chegam são “inimagináveis” para o berço da democracia,
para o (mau) exemplo da Grécia
onde os radicalismos estão a agravar as terríveis condições a que o
país chegou e cujos estilhaços podem atingir o nosso país. Será que
destruir a “coisa pública” é uma
“luta justa e correcta”, embora nos
pareça que é obra de “agitadores
profissionais”, mas que têm suporte em classes que beneficiavam
da política do desgoverno ali reinante? As histórias que se contam
sobre o “funcionalismo público
grego” parecem surrealistas!
“Em tempo de guerra não se
limpam armas”, - diz o povo e
que os militares bem conhecem
dos teatros de guerra, sendo que
esta frase se aplica, nos tempos
actuais de crise, em não usar as
armas da destruição (greves, manifestações, “não pagamos”, etc),
mas sim colocar de lado, enquanto durar a crise, as divergências
que existem em todas as classes/
países. Primeiro, temos que evitar
que o barco se afunde e depois então teremos condições para lutar
pelos nossos direitos, incluindose o direito à divergência de opinião. Obviamente que “estado de
graça” não significa suspender a
democracia e a livre opinião, mas
apenas que as divergências sejam
bem geridas por nós e obedeçam
a uma certa contenção nos discursos e nas atitudes. “Por que não se
calam”, apetece-mo tantas vezes
pedir, como o fez o rei atrás citado. Em Portugal e não só, diz-se
mal dos políticos e, em muitas situações se calhar com razão, mas
ser político nos tempos de crise é
um acto de coragem, ainda mais
porque a “democracia os derruba” facilmente. Este governo está
cheio de pessoas que deixaram,
ainda que temporariamente, as
suas cómodas vidas profissionais
para aceitarem este enorme desafio que o país atravessa e que não
pode falhar. Louvemos-lhes a coragem e desejemos-lhes o maior
sucesso, para bem de todos nós.
n
RONDA PELAS FREGUESIAS
Festas de Verão na Madeirã
Convívio Intermunicipal
Existem pelo menos dezoito
casais naturais das freguesias vizinhas, Madeirã, do Concelho de
Oleiros e Pedrógão Pequeno, do
Concelho de Sertã,
A Comissão encarregue da organização das festas do corrente ano,
pretende promover um grande encontro / convívio integrado nas seculares e tradicionais festas anuais
em Honra do Senhor Jesus do Vale
Terreiro e Nossa Senhora de Bom
Sucesso, como que a proporcionar
a todos uma segunda “boda”.
Para isso, a Comissão organizadora já enviou convites aos 18 ca-
sais, aos Senhores Presidentes das
Juntas de Freguesia de Madeirã e
Pedrógão Pequeno, bem como aos
Senhores Presidentes dos Municípios de Oleiros e Sertã, anunciando o evento e que o mesmo será
diferente de tudo quanto se fez até
hoje, contamos com a presença de
todos e familiares.
A Comissão chama-lhes deslocados por casamento, e como a deslocação de pessoas entre concelhos
diferentes é uma complementaridade regional, pretende-se que o
evento seja também participado
pelos seus autarcas e familiares,
sendo que a presença dos mais
altos representantes e de todos os
intervenientes na ligação entre as
freguesias e concelhos vizinhos podem representar inequivocamente
uma união mais firme, e um fortalecido convívio tanto na população
em geral como na dos homenage-
ados e dos familiares nestes casamentos intermunicipais.
As férias convidam ao descanso e à amizade, e isso, contribuirá
para um grande convívio Intermunicipal, porque a visibilidade dos
autarcas e de quem os elege é fundamental.
O convívio é fundamental para o
equilíbrio e bem-estar das pessoas,
sendo este, uma forma nobre, para
solidificar as relações e as amizades.
A organização apela aos responsáveis autarcas que seja difundido
pelos meios disponíveis aos seus
munícipes e representantes este
acontecimento.
Programa das Festas em: http://
gafm.jfelix.pt/
Inscrições e informações pelo site
e pelos telefones: 272 664 116, 214
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8
Jornal de OLEIROS
2011 JULHO/AGOSTO
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Presentes
na Feira do Pinhal
O Jornal de Oleiros, consciente dos
seus deveres cívicos, passará a visitar
regularmente a Santa Casa da Misericórdia de Oleiros e a estabelecer contacto com Amigos espalhados pelo
mundo que possuem familiares nesta
importante Instituição.
É justo reconhecer o empenho e o
carinho que esta Casa dispensa aos
que estão ao seu cuidado.
Isso é visível na organização do diaa-dia, na simpatia de quem ali trabalha, no empenho do Senhor Provedor
e de toda a Sua equipa.
Inauguramos hoje esta atitude pública, com imagem da Sra Da. Maria
Gertrudes, Mãe da Da. Maria Adélia
Antunes Afonso que se encontra na
Alemanha e muito em breve nos visitará.
Todos os que aqui possuem familiares, sabem agora que podem através
do Jornal de Oleiros, estar mais próximos dos seus familiares.
Para o Jornal de Oleiros é uma honra poder prestar esta homenagem a
todos e a todos saudar. n
Equipa de Pesca
Desportiva da “A.R.C.O”
pode fazer história
Depois das provas dos dias 2 e 3 de
Julho a 3ª e 4ª jornada do “Campeonato Nacional de Pesca Embarcada ao
Achigã,” jornadas que foram marcadas pelo pouco peixe capturado, está
tudo em aberto.
À entrada para estas jornadas a equipa da “A.R.C.O” ocupava o 8º lugar da
tabela e sairam do Castelo de Bode
num promissor 5º lugar com a mesma
pontuação do 4º classificado.
A equipa consegui um 8º lugar e um
10º nas respectivas jornadas.
Neste momento a equipa da “ARCO” encontra-se apenas a 13 pontos do 1º lugar,deixando para as
duas jornadas finais tudo em aberto, aguardando-se com expectativa as provas de Alqueva. n
2011 JULHO/AGOSTO
Jornal de OLEIROS
Aconteceu em Oleiros
As últimas semanas têm sido de
grandes cometimentos em Oleiros,
revelando um dinamismo a que já
nos vamos habituando.
Além do Presidente da Câmara
ter sido nomeado Comendador
(matéria em separado dada a importância), aconteceram os jantares
da LAFAmieira, da LAFIsna, sempre extremamente concorridos, reunindo imensos familiares e amigos.
As Mulheres Sportinguistas fizeram o seu jantar anual, realização
que vai sendo um momento de forte manifestação clubista, mas abrangente o que se destaca.
Também o Centro Cultural da
Gaspalha marca o ritmo e agraga
novos residentes.
O XV FESTIL realizado pela
“A.R.C.Oleiros” foi um enorme
sucesso reunindo imensas crianças das nossas escolas e revelando,
muito provávelmente, valôres de
grande futuro.
Destaque ainda para a Feira Quinhentista que o Agrupamento de
Escolas Padre António de Andrade
realizou com enorme sucesso e repercussão internacional.
Destacamos o enriquecimento
das nossas praias, nomeadamente
a de Álvaro que conta agora com o
novo Restaurante “Olhar o Zêzere”
e a nova e estupenda Esplanada de
Cambas a permitir um bom convívio após a saída da praia.
O Pôsto de Turismo continua a
exibir persistentemente exposições
de grande valia como a que está
agora patente.
Ao nível de novas obras destacamos as da Praça Central e do Largo
da Câmara, bem como a inauguração da nova Junta de Freguesia de
que daremos conta em separado.
Oleiros promete vencer o marasmo do país, é o que desejamos. n
9
Festa dos Tabuleiros
em Tomar,
um enorme êxito
O nosso jornal esteve representado em Tomar pelo Sub-DirectorEuropa do Jornal Povo de Portugal,
Paulo Alexandre Marques na foto
com o Presidente da Câmara, Dr.
Curvêlo de Sousa e, dá conta do
enorme êxito das festas deste ano.
Estrondoso êxito humano e de trabalho evidenciado é o que ficou bem
expresso também ao nível do programa artístico com destaque para
Tony Carreira entre outros.
Nas próximas festas, os dois jornais ( Povo de Portugal e Jornal de
Oleiros) farão directos permanentes
a partir das festas e durante estas. n
Apontamentos
Miguel Marques
Com uma diferença de poucos meses tivemos duas notícias
que não deixaram ninguém indiferente, a explosão ocorrida na
casa da actriz Sónia Brazão que
a lançou para a cama do hospital com queimaduras graves por
todo o corpo, a lutar entre a vida
e a morte, suspeitando-se de
uma tentativa de suícidio e o acidente de viação que resultou na
morte do cantor e actor Angélico
Vieira.
A actriz vivia um período mais
difícil da sua vida, queixando-se
da falta de trabalho, ao passo que
o cantor e actor vivia uma época
de euforia, com inúmeras solicitações, idolatrado por adolescen-
Bar Calado: [email protected]
Estr. Nac. 238, Alverca, Oleiros
Telefone 936 355 742 (Frente à zona indústrial)
tes, a que se juntava o lançamento de um novo disco.
Em comum, tinham o facto de
serem famosos, aparecerem na
televisão e na capa de revistas e
jornais.
Por vezes a fama tem o condão
de roubar o discernimento e a
razão ao ser humano, que se deixa invadir por uma sensação de
imortalidade.
Porém, a realidade não é esta
e a comprová-lo estes dois episódios trágicos.
A fama não passa de um mero
sopro de vento que vai desaparecendo e com a qual é preciso
saber lidar para o bem e para o
mal. n
10
Jornal de OLEIROS
Dr. António Moreira
2011 JULHO/AGOSTO
Maioria
das Autarquias
não é sustentável
Dr. António Moreira
processa estado por
abandono do interior
António Moreira, Advogado
estabelecido em Torres Vedras,
natural de Penha Garcia em Idanha-a-Nova, ex- Procurador do
Ministério Público no Alentejo e
em Lisboa, de 66 anos é o autor de
uma Acção Popular contra o estado por abandono do interior.
São 14 páginas que o Dr. António
Moreira nos enviou e que contam
com o apoio do nosso jornal e do
Director, dada a matéria que muito
nos importa.
António Moreira diz que “ as aldeias do interior estão abandonadas. Por lá apenas se encontram alguns idosos e cães abandonados ”.
A acção corre no Tribunal Administrativo de Lisboa e, a ser julgada favorávelmente como se deseja
e importa, obrigará o estado português a apresentar uma proposta
em Bruxelas visando a alteração da
política agrícola comum, uma das
grandes responsáveis por este estado de abandono.
António Moreira refere os 220
mil agricultores que em Portugal
recebem subsídios para não produzir – “ políticas erradas que levaram ao abandono dos campos”
afirma.
A “economia do sector primário,
a agricultura, não funciona”.
Trata-se de uma acção inédita, de
grande oportunidade que apoiamos ser reservas. n
- Governo pretende extinguir entre 1000 e 1500 Freguesias Um estudo realizado pela Caixa Geral de Depósiots (CGD) em parceria
com a SAER, chegou à conclusão que 262 municípios correspondentes a
85,5% do total de 308 registaram défices orçamentais em 2008.
No mesmo ano, a dívida total das autarquias ascendeu a 7,1 mil milhões
e, estes dados têm vindo a agravar-se.
O défice da administração local e regional aumentou de 300 milhões em
2008 para 1000 milhões em 2009, devido ao acréscimo de despesa e à redução da receita.
Em 2009 existiam já 71 câmaras com excesso de endividamento líquido
face aoo legalmente permitido e, no final de 2009, cerca de 100 municípios
estava em situação de desequilíbrio orçamental.
Segundo o Dr. José Poças Esteves, Presidente da SAER, a grande maioria
dos municípios não é sustentável por não ter racionalidade económica que
permita o equilíbrio.
Segundo este responsável, o problema reside na forma como se desenvolveram, numa lógica "político-jurídico-administrativa" e não numa lógica
de autosustentabilidade, ou seja, muitas desenvolveram-se como sedes de
municípios (centros administrativos) e não como centros de geração e acumulação de riqueza.
Dependem das transferências do Orçamento de Estado e não da criação e
produção de riqueza assente nos seus próprios activos.
Em 2008, 76% dos municípios (234 câmaras), apresentam um nível de independência financeira inferior a 50% e 29,5% do total (91) câmaras registaram um nível de independência abaixo dos 20%.
Ora, os constrangimentos actuais vão agravar este estado de coisas.
É indispensável reduzir municípios por "fusão", diz José Poças Esteves.
Esta atitude permitiria ganhar escala.
A outra alternativa para manter a independência política dos municípios,
passa por trabalharem em conjunto.
Até junho de 2012, o Governo terá de reduzir substancialmente o número
de câmaras (308) actualmente e de freguesias (4259) actualmente.
No acto eleitoral de 2013 já a redução deverá estar concluída e devidamente legislada.
O plano de acção autárquicoobriga a:
. Desenvolver uma visão estratégica integradora;
. Promover a identidade de cidade e da região;
.Considerar fronteiras funcionais flexíveis, com a associação de municípios;
. Envolver o sector privado;
. Fomentar projectos estruturantes e estimular a cooperação entre vilas e
cidades.
Um imenso trabalho pela frente... n
Consequências do abandono do interior
Escolas em risco de fechar
Distrito de Castelo Branco
Concelho
Escola
Castelo Branco
Fundão
Idanha
Oleiros
Sertã
VV Ródão
Por zonas do país
Centro
Norte
Alentejo
Algarve
Lisboa e vale Tejo
Total
Póvoa de Rio Moinhos
Calvete
Caceira
Leres
Aldeia Nova
Penha Garcia
Orvalho
S.Martinho Amoreiras
Vale de Santiago
Serra S. Domingos
Fratel
82
118
87
9
69
365
Oleiros: Destino
Gastronómico?
Fernando Carvalho
Os eventos gastronómicos em
Oleiros são já uma “tradição”. Têm
vindo a repetir-se, de forma reiterada, facto que merece ser assinalado!
Tal facto deve-se fundamentalmente à excelência das iguarias e
a uma divulgação muito eficaz. As
iguarias são apelativas e têm associado um factor importante que é
a sua genuinidade: tratam-se, sem
dúvida, de produtos muito singulares no panorama gastronómico
nacional. No que se refere à comunicação, não há dúvida que é
excelente, na forma e no conteúdo:
desperta a curiosidade e convida à
visita!
Contudo, à expectativa criada
não correspondem Equipamentos
de Restauração ao mesmo nível de
excelência, quer ao nível das instalações quer de serviço. Trata-se de
uma oferta bastante desenvolvida
em quase todo o País, fundamental
para assegurar um serviço profis-
sional e uma oferta gastronómica
consistente, que permitam a prestação de um serviço de qualidade.
A concorrência é, efectivamente,
muito competitiva!
Assim, para que o sucesso dos
eventos gastronómicos se consolide, seria importante promover diversas iniciativas, de entre as quais
poderíamos destacar algumas, sem
qualquer critério de prevalência:
- Realização de Cursos de Formação em Restauração (Mesas,
Cozinha, Atendimento, Higiene e
Segurança Alimentar, Agricultura
Biológica, Gastronomia e Enologia, etc.);
- Concretizar parcerias com Escolas Profissionais de Formação
Hoteleira próximas;
- Envolver Chefes de Cozinha
de prestígio (agora muito mediatizados) que ajudem a “recriar” a
oferta gastronómica alusiva àquelas iguarias, aumentando a sua notoriedade;
- Promover a renovação dos espaços de Restauração no que se
refere às condições de Higiene e
Segurança Alimentar, Equipamentos de produção e Zonas Públicas,
modernizando-os (manter um ambiente rural mas acrescentar algum
“requinte”);
- Elaboração de Manual de Boas
Práticas, que pudesse ser usado
como guia;
- Privilegiar a utilização de produtos locais e da época, através do
incentivo à produção de produtos
genuínos (agricultura e pecuária);
- Promover a realização de concursos e prémios, durante a realização dos eventos gastronómicos,
através de critérios de avaliação
previamente definidos por um júri
credível ou equipa de consultores;
- Apostar, o mais possível, nos
pratos mais genuínos da região. São
suficientes para criar uma “marca”
que possa ser fácil e instintivamente associada a Oleiros. Com uma
boa estratégia de divulgação, hoje
relativamente fácil, rapidamente
se poderá criar um “destino gastronómico” para aquelas iguarias.
Outras, de menor relevância mas
também características da região,
apanharão a “boleia”;
- Actividades lúdicas (animação)
deveriam estar associadas a estes
eventos, numa vertente dinâmica
e apelativa, dirigindo-se a públicos
mais alargados.
Este trabalho, de médio prazo e
efectuado de forma sistematizada,
representa um investimento com
retorno assegurado.
Uma oferta qualitativa diferenciada, trará certamente mais
visitantes, para além dos locais e
com raízes na região. Este público
é muito importante, e até determinante como alavanca para os
investimentos efectuados, mas insuficiente para manter uma oferta
consistente, consolidada e sustentável. n
Jornal de Oleiros
insere-se na
sociedade
oleirense
O título do Jornal de Oleiros
está hoje disperso por vários
Oleirenses, mantendo Paulino
B. Fernandes, Director e Fundador 44,0%.
José António Martins Garcia Silva com 26,66%, António
Fernandes com 4,66%, Luis
Mateus com 2%, Vitor Antunes com 1,83, Augusto de Matos com 1,67%, António Lopes
Graça e J. Silvério Mateus
com 1,66%, com 1% Fernanda
Ramos, Vânia Ramos, Manuela Marques, Isabel Maria O.
Gonçalves, Maria Alda Barata
Salgueiro, Miguel Marques,
Maria da Conceição Rocha,
Fernando Carvalho, António
Mendes, António Jorge Antunes, José Fernandes e o Centro
de Saúde do Orvalho, Francisco A. R. Mateus, com 0,87 %
Maria Ivone Roque Luis Fernandes, com 0,50 % Gracindo
Veríssimo e Joaquim Félix e
com 0,33 % Anabela Rodrigues, Manuel da Cunha e Ana
Maria. n
2011 JULHO/AGOSTO
Jornal de OLEIROS
ECONOMIA
BREVES
Campanha Porta
a Porta da VALNOR
em Oleiros
Subordinada ao tema “Separação de Resíduos Sólidos Urbanos”,
realizou-se em Oleiros, no auditório da Casa da Cultura, no passado dia 6 de Julho, uma acção de sensibilização destinada aos proprietários de estabelecimentos comerciais e Juntas de Freguesia,
dando a conhecer a empresa intermunicipal VALNOR, S.A:, a qual
o Município de Oleiros passou a integrar em Agosto de 2010, assim
como a campanha de recolha Porta a Porta. Esta campanha, como
o próprio nome indica, consiste na recolha de papel e embalagens,
por intermédio de uma viatura própria para o efeito, propriedade da VALNOR, S.A., a qual percorrerá as entidades assinaladas
como aderentes a esta iniciativa. Qualquer entidade, de entre as
quais estabelecimentos comerciais, que esteja interessada em ser
contemplada por esta campanha deverá contactar o responsável da
VALNOR, S.A. por esta recolha Porta a Porta através do número 93
97 80 931 ou do endereço de e-mail [email protected].
A VALNOR, S.A. o Município de Oleiros, em conjunto, têm vindo
a desenvolver políticas potenciadoras do alcance das metas definidas no programa de Prevenção de Resíduos Urbanos (PPRU), através de acções concretas que contribuam para o objectivo nacional
de redução das quantidades de resíduos produzidas por habitante.
Segundo o Decreto - Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, “a gestão
de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) cuja produção diária não exceda os 1100 litros por habitante deve ser assegurada pelos municípios”, facto que motivou a associação dos municípios em sistemas
municipais e intermunicipais, criando infra-estruturas de recolha,
tratamento e valorização de resíduos sólidos. n
José Mendes
Fernandes apoia
Clubes
11
O EURO, que futuro?
O economista João Ferreira do
Amaral afirmou que o programa da
‘troika’ vai colocar a economia em
maiores dificuldades.
“Este programa da ‘troika’ pode
resolver o problema de financiamento público nos próximos anos,
mas não resolve o problema da economia. O programa da troika porá
a economia em maiores dificuldades”, considerou hoje o economista
do ISEG, numa conferência organizada pelo IDEFF e pela Ordem dos
Técnicos Oficiais de Contas.
João Ferreira do Amaral defendeu
ainda que Portugal terá de abandonar a moeda única e que o deveria
fazer de forma organizada, caso
contrário será “empurrado” numa
situação muito pior do que aquela
em que se encontra.
“Fui contra a entrada mas não fui
adepto da saída, até que verifiquei
que a questão se põe agora em moldes diferentes do que há dois, três
anos. A questão é se nós podemos
permanecer no euro. Do meu ponto
de vista não temos condições para
permanecer no euro muito mais
tempo”, disse.
O economista considera que Portugal se encontra numa situação de
“ausência completa de instrumentos
para tentar lidar com a situação” e
que apesar de reconhecer que se
trataria de um grande choque, considera que a longo prazo seria pior
manter-se no euro.
“Não tenho esperança nenhuma
em ser ouvido nesta matéria. Acho
que vamos deixar apodrecer nesta
situação. (...) Iremos ser empurrados
da Zona Euro, e provavelmente em
muito má situação, uma situação
tipo a Argentina”, considera.
Para minimizar esta eventual saída
do euro, o economista defende que
teria de ser feita uma compensação,
através da entrada para o mecanismo de taxas de câmbio II (que con-
trola a variação das taxas de câmbio
entre países fora e dentro do euro),
com uma ajuda do Banco Central
Europeu que impedisse uma grande desvalorização da moeda (eventualmente um novo escudo) e que
Portugal pudesse emitir nova moeda para financiar défices, de forma a
compensar em parte o aumento das
dívidas, também dos particulares e
das empresas. n
O Que Se Vê Daqui
Quero iniciar a minha crónica
por pedir desculpa aos leitores e ao
Director do Jornal de Oleiros pela
ausência durante alguns números.
Este foi um ano em que todos
os fins de semana houve desporto
em Oleiros, quer fosse Futebol de
11, quer fosse Futsal. Isto demonstra a vitalidade e o interesse que
temos em, utilizando as diversas
infra-estruturas ao nosso dispor,
proporcionar as condições para as
práticas dos referidos desportos.
Com uma Direcção em início de
mandato, e com alguns problemas
para resolver, a ARCO fez quanto a
mim uma época aquém do que era
esperado e desejado. Como já tive
ocasião de referir à uns tempos
atrás, a ARCO, devido ao investimento que é feito, tem que ficar nos
6 primeiros lugares e desse modo
estar nas decisões do campeonato.
Claro que a ida à final da Taça foi
bom, pena não termos conseguido a vitória, mas espero que para
o ano a ARCO consiga fazer um
campeonato melhor. Cá estaremos
para apoiar.
Uma modalidade que apareceu
em força foi o Futsal. Aposta da
ARCO e da Casa do Benfica, ficou
provado que pode ser conciliado
com o Futebol de 11 e dessa forma
dar mais actividade aos nossos jovens. Excelente campeonato que
os Juvenis da ARCO efectuaram,
espero que para o ano a aposta se
mantenha, pois a equipa tem bastante potencial e pelo desempenho
que tiveram, os nossos jovens mostraram que merecem uma nova
aposta.
Em relação à Casa do Benfica,
estivemos a um passo do Play-Off.
Foi pena não o termos conseguido,
mas estou certo que para o ano
estaremos mais fortes e queremos
dessa forma dar uma alegria aos
nossos adeptos, que diga-se, foram
incansáveis no apoio que nos deram. Não posso deixar de destacar
o apoio que surgiu de um grupo
de jovens, que, espontaneamente,
criou uma claque, os Red Brugos.
Quero aqui deixar o agradecimento do plantel da Casa do Benfica
e dizer-lhes que contamos com o
apoio deles no próximo campeonato.
Uma novidade foi também a Feira Quinhentista, organizada pelo
Agrupamento de Escolas Padre
António de Andrade e que envolveu grande parte da população.
Uma excelente iniciativa, a abrir
cada vez mais a Escola à população, e que espero que para o ano
se repita.
Como o tempo voa, já estamos
outra vez na altura da Feira do Pinhal. Como tenho dito, espero que
as Associações compareçam na
Feira, é uma oportunidade de mostrar mais uma vez o nosso trabalho
a quem nos visita. Estou certo que
isso irá acontecer.
Termino desejando a todos umas
excelentes férias, que se divirtam
na Feira do Pinhal, na Festa de
Santa Margarida e nas restantes
Festas que vão acontecer um pouco por todo o Concelho. n
António Mendes
[email protected]
inclusão social
VALNOR entrega mais
uma Cadeira de Rodas
A “Casa do Benfica de Oleiros” e a
“A.R.C.O. “ vão receber duas motorizadas, oferta de José Fernandes para
serem objecto de sorteio e com as receitas contribuir para as duas Instituições. É um gesto que se aplaude. n
Rogério Neves, com 51 anos,
portador da doença Distrofia
Muscular Progressiva, receberá
no seu aniversário, uma Cadeira
de Rodas numa cerimónia que
decorrerá no dia 2 de Julho, pelas
11 horas, nas instalações da Associação Humanitária de Apoio aos
Diabéticos do Concelho de Avis e
na qual associados, amigos, bem
como representantes da VALNOR,
da Câmara Municipal e Junta de
Freguesia estarão presentes.
A oferta da cadeira de rodas
representa o culminar da campanha que decorreu ao longo de
cerca de 1 ano e movimentou a
solidariedade de vários pontos do
país, que gentilmente ofereceram
as suas tampas de plástico, com
a finalidade de ajudar a atingir a
quantidade de tampas, necessária
para que a troca se pudesse realizar. n
12
Jornal de OLEIROS
2011 JULHO/AGOSTO
OLEIROS EM MOVIMENTO
Madeiras raras expostas
no Posto de Turismo
de Oleiros
Em pleno Ano Internacional das
Florestas, o Município de Oleiros
aposta no seu artesanato local e
promove, no Posto de Turismo
de Oleiros, de 1 a 30 de Julho a
exposição “Artesanato em Madeira”, da autoria do oleirense Mário
Antunes.Com 80 anos de idade,
o artesão cria peças utilitárias em
madeira, as quais derivam de diferentes espécies florestais, de
vários continentes, privilegiando,
através da sua criatividade e imaginação, não só do meio natural
onde vive, mas também outros
locais.
Na infância, Mário Antunes usava raiz de amieiro, “uma madeira
muito macia” que lhe permitia
moldar brinquedos à sua vontade.
Aos 80 anos, a prática na carpitaria
ajudou-o a dominar as características de cada espécie e combina diferentes tipos de madeira para obter
os resultados pretendidos. “Não
uso nada pintado. Quando quero dar cor, escolho as tonalidades
mais apropriadas”, explica.
Pinho e oliveira estão entre as
matérias-primas mais usadas, mas
nas peças expostas destacam-se 24
pequenos pratos que são uma autêntica montra de madeiras, algumas das quais em extinção. “Cada
prato é de uma espécie diferente,
oriunda de vários continentes”, ex-
(continuação da página 3)
A Feira do Pinhal realiza-se no mesmo local (largo das feiras e mercados) mas com algumas alterações assinaláveis para melhor:
- Os espetáculos serão realizados no recinto da feira, enquanto que,
nos anos anteriores, na feira, apenas decorriam os referentes à Mostra
das Atividades Musicais do Concelho e as Bandas e concertos decorriam no arraial de Santa Margarida. Esta alteração é muito boa porque permite, especialmente, ao sector da restauração durante e após
espetáculos.
Nos dias 10 e 11 o certame encerrará excepcionalmente às 2 horas,
no dia 12, à 1:00H e nos dias 13 e 14, pelas 24 horas.
No que se refere ao horário de abertura, será às 18 horas nos dias de
semana e às 17 horas, durante o fim-de-semana.
- Outra alteração dá-se ao nível das actividades de desporto: temos
a novidade da realização da primeira edição da Liga dos Campeões
de Matraquilhos Humanos, assim como o IV Campeonato de Paintball do Pinhal, actividades que integram o chamado Sábado Radical
(no dia 13).
- ATUAÇÕES
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plica. Há espécies como o mucibo,
que foi queimado até estar quase
em extinção, em Angola, assim
como outras madeiras raras vindas de Ásia e Brasil. “Alguns eram
pedaços pequenos que tinha na
carpintaria, outros pedi a colegas.”
Na mostra que pode ser vista no
Posto de Turismo de Oleiros, há relógios e molduras que resultam da
combinação de tonalidades, assim
como pratos com encaixes a duas
cores. O leque de peças é variado,
incluindo loiças e fruteiras, bancos
e cadeiras, as medidas de alqueire
antigamente usadas para cereais,
jarras ou mealheiros. “Procuro que
as peças tenham sempre alguma
utilidade”, explica o artesão oleirense.
Barris de pequenas dimensões
são, de todas as peças que faz,
as que mais tempo exigem. Mas
Mário Antunes pretende testar
em breve um novo objecto que
promete dar que fazer: “Quero
tentar criar um candeeiro, mas é
complexo do ponto de vista da
segurança”. Quando deita mãos à
obra, tem sempre uma ideia clara
do que quer. “O artesanato desenvolve a mente e o físico. Estou
sempre a mexer”, explica com um
sorriso. n
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Feira Renascentista
Nas comemorações do Dia do Concelho (15) podemos ainda destacar a cerimónia do Içar da Bandeira, com a presença da Fanfarra
dos Bombeiros Voluntários de Oleiros; a apresentação do livro “Os
Mendes Barata da Longra”, da autoria de Pedro Amaro e o concerto
de Pedro Abrunhosa e os Comité Caviar. Como se vê, motivos não
faltam para ir até Oleiros.
Não esquecer que, a tradicional Alvorada de Domingo acordará as pessoas logo pela manhã bem cedo. Tradição que se mantém bem viva e ainda
bem. A alvorada servia e serve para avisar os povos que há festa nesse dia.
Ainda me lembro (50 anos volvidos) do sr. Abel a lançar foguete a foguete
no largo da capela do Espírito Santo. Antes do primeiro foguete já a Banda se encontrava lá e tocava “a alvorada” e, no final de todos os foguetes
serem lançados, percorria as principais ruas da Vila. Aí estava a festa. As
pessoas levantavam-se ao som de música e em espírito festivo.
- As crianças
Desde há anos, a Câmara Municipal tem conseguido atrair as crianças para este momento especial, colocando-lhes à disposição insufláveis e outros tipo de divertimentos que levam os mais jovens a fazerem fila para entrar nessas brincadeiras. Nota positiva para essa
iniciativa.
- Quanto à parte religiosa
No Domingo – concentração das fogaças no adro da igreja às 17H00
horas e Missa na igreja matriz às 18H00 de onde sairá a procissão com
a imagem muito linda de Santa Margarida (que não é a padroeira de
Oleiros. Essa é Nossa Senhora da Conceição) e ainda as fogaças com
as oferendas até ao arraial que, normalmente, são os elementos do
Rancho Folclórico que transportam algumas e, outras, em cima de
carrinhas de caixa abertas.
Há anos, todas as fogaças, simples, com duas ou quatro pessoas
eram transportadas pelas próprias pessoas dos povos que ofertavam
e que chegavam a ser 150.
Lembrar que o dia da Santa é no dia 20 de Julho, com cerimónias
religiosas na sua capela e procissão para a igreja matriz, onde a santa
ficará até ao Domingo de festa que sairá em procissão rumo novamente à capela.
O Jornal de Oleiros deseja a todos um Verão cheio de divertimentos
e convívios saudáveis. n
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2011 JULHO/AGOSTO
Alda Barata Salgueiro
Jornal de OLEIROS
Senhores Autarcas,
tenham dó das
Alminhas!
É com alguma dor de alma que
ao aproximar-me da minha aldeia, Vilar dos Condes, vislumbro lá no alto (e não posso deixar
de olhar), no meio dos pinheiros,
dois pequenos templos outrora
designados por Alminhas.
O primeiro fica junto ao Vale da
Galega, no desvio da EN350 para
o Roqueiro. Encontra-se miseravelmente abandonado e é uma
pena, pois possui um pequeno
retábulo em madeira, muito antigo, onde já mal se percebem
as cores primitivas. Pertence à
freguesia de Pedrógão Pequeno,
concelho da Sertã.
O segundo é as Alminhas da
Pedrogueira mandadas construir
pelo padre José Dias Camelo natural de Vilar Cimeiro, com a
data inscrita de 1789. O seu interior é um painel de azulejos,
erradamente colados, certamente porque o artífice não sabia ler,
Alminhas do cruzamento para o
mas que com esforço se consegue Roqueiro
uma leitura linear.
Esta pequena capela fora, desde a sua construção, colocada no pessoas, e além disso, estes modesvio da antiga estrada que vi- numentos singelos embelezavam
nha de Pedrógão Pequeno, e in- os caminhos e sensibilizavam os
dicava o acesso para os Vilares. corações.
Recentemente, com o traçado da
As Alminhas da Pedrogueira
nova estrada EN350, o solo bai- sempre pertenceram à Madeirã.
xou uns 3 a 4 metros e ficou o Actualmente a indicação da frepequeno templo no cocuruto de guesia avançou e as Alminhas fiuma ravina, rodeado de areia e caram lá atrás, junto ao Bravo e até
de restos de materiais de cons- já lhe apagaram o topónimo (agotrução, a olhar de soslaio para a ra despropositado) que ali sobrenova rodovia.
viveu durante décadas. Por direiEstes minúsculos templos fa- to pertencem a Vilar dos Condes,
ziam parte da cultura popular portanto à Madeirã. Seria, pois,
religiosa e localizavam-se à bei- uma legitimidade da autarquia
ra dos caminhos por todo o País, se mandasse deslocar o pequeno
muitas vezes nas encruzilhadas. monumento para o lugar onde
Além de indicarem nomes de lo- deve estar -junto ao actual desvio
calidades, tinham principalmente a função de fazer lembrar, aos
caminhantes, as almas dos que já
haviam partido e que se encontravam no Purgatório à espera
do momento de subirem ao reino dos céus. Era necessário, pois,
que os vivos rezassem para que a
sua libertação fosse mais célere.
Para quem passasse por umas
Alminhas era obrigatório fazer o
Sinal da Cruz, rezar um PadreNosso e uma Avé- Maria e, se
possível, depositar uma moeda
na caixa das esmolas destinadas
à celebração de missas por alma
dos fiéis defuntos.
Era umRodapŽEmigranteCA_262x48_AF.pdf
hábito saudável enrai1
09/06/11
17:53
zado na vivência quotidiana das
Casa do Benfica Oleiros
Festa de fim de ano
A Casa do Benfica em Oleiros organizou a festa de encerramento da
época da Escolinha de Futebol, Infantis, Escola de Dança e do Futsal.
A festa teve início pelas 11h00 no
Campo Municipal de Oleiros onde
se realizou um jogo entre os alunos,
alunas e os seus pais.
De seguida, cerca das 13h00, houve um almoço oferecido pela Casa
do Benfica em Oleiros que serviu de
acompanhamento à boa disposição
Alminhas da Pedrogueira
da EN350. Não seria tarefa difícil
nem dispendiosa, seria sim uma
simpática gentileza da freguesia
para com Vilar dos Condes, que
certamente não esqueceria a magnitude do seu gesto.
Hoje os automobilistas que
passam, diariamente, nas estradas não têm tempo para olhar e
muito menos para rezar, mas há
cada vez mais caminhantes que,
durante o Verão, palmilham as
estradas e os caminhos das pequenas aldeias em busca de vestígios do passado e de paisagens
acolhedoras. O nosso concelho
devia ter em conta esta nova realidade e valorizá-la. n
13
de todos os presentes e que teve lugar na Praia Fluvial do Açude Pinto.
Por volta das 15h00 decorreu a
actuação das alunas da Escola de
Dança.
Foi um dia muito bem passado
num ambiente de grande confraternização, convívio e camaradagem
entre todos os alunos e os seus familiares, professores e dirigentes
da Casa do Benfica e restantes convidados. n
Presentes
na Feira do Pinhal
14
Jornal de OLEIROS
2011 JULHO/AGOSTO
As Ladainhas
Casa da Comarca
da Sertã celebrou
65º aniversário
Ana Neves
[email protected]
(E quando dos regaços, brotaram
pedras…)
Na década de cinquenta, a agricultura, além de um desígnio
nacional, era uma questão de sobrevivência para a maior parte
dos Oleirenses. A economia local
centrava-se na floresta e no cultivo
das terras, dependendo o ano agrícola das calamidades naturais que
pudessem ocorrer, as quais sem
apoios governamentais poderiam
originar um ano de dificuldades
para as famílias.
Pedia-se então, com fervor, a
protecção divina para os campos
que eram abençoados nas grandes festas litúrgicas da Primavera.
Com o mesmo propósito, nos três
dias que antecediam a Quintafeira d´Ascensão, tinham lugar as
Ladainhas (procissões que invocando os Santos, saíam da Igreja
Matriz em direcção às capelas do
Espírito Santo, S. Sebastião e Santa
Margarida).
Durante estas celebrações, contase que algumas devotas Oleirenses
apanhavam as pedras pisadas pelo
sacerdote, crentes que estas, atiradas às hortas, na manhã de S. João,
pudessem afugentar ratos e outras
pragas. Esta era uma crença muito
enraizada, reforçada pela tradição
popular, segundo a qual a orvalhada que se formava nesta manhã de
rituais e magias possuía efeitos benéficos para as culturas.
Foi por esta época colocado, na
Paróquia de Oleiros, um jovem padre que pretendendo acabar com
crendices e superstições, numa
dessas celebrações, admoestou o
seu “rebanho” no sentido de acabar com esses rituais pagãos. Imediatamente dos bolsos e regaços
das santas mulheres, brotaram roliças e abençoadas pedras, em vez
de rosas. Acabou aí uma agricultu-
ra biológica cujos produtos tinham
um sabor autêntico que só Eça consegue descrever na sua obra Cidade e as Serras.
Actualmente, as pragas sucumbem apenas sob a acção de produtos químicos que somos obrigados a consumir e as bactérias, que
eram desconhecidas até então, hoje
têm nome e matam gente, como é
o caso da famosa E. coli. Por seu
lado, os alimentos, abençoados naquela altura, hoje são ostracizados
e temidos, cada um a seu tempo,
em função de um qualquer interesse por nós desconhecido.
Espero que o leitor, por momentos, tenha esquecido o FMI, a
TROIKA e os sacrifícios exigidos.
E neste tempo de preocupações e
incertezas, só me resta invocar, para
todos nós, em jeito da Ladainha:
A “CCS” um marco na nossa região assinalou o aniversário, desta
vez em Proença.
Ao Engº Pedro Amaro e à Sua Direcção enviamos um abraço e saudamos o imenso trabalho desenvolvido em prol da Cultura da região
e não só.
OLEIROS esteve representado no almoço comemorativo pelo Senhor Vereador Vitor Antunes e também por outro grande Amigo, Manuel da Cunha. n
- Santa Margarida!!!
- Orai por nós…n
Centro Social do Orvalho, impressiona
O Centro de dia e lar de Idosos do
Orvalho e o quase acabado edifício
dos Cuidados Continuados são a
prova de que “a vontade dos Homens move montanhas”..
António Natário tem boas razões
para estar feliz.
Concebeu, lutou, construiu, pode
ser exibido.
Já com 80 utentes este completo
Centro oferece condições e enquadramento ímpares.
85 postos de trabalho criados para
um investimento superior 2700 mi-
lhões de euros orgulham o criador e
a região.
O edifício, moderno, funcional,
com três andares oferece condições
extraordinárias indiscritíveis num
artigo de jornal.
Em fase final de construção, já
muita adiantada, está o edifício fronteiro dos Cuidados Continuados,
dotado de todos os meios, inclusivé
piscina coberta aquecida. Aqui serão
criados em breve mais 35 postos de
trabalho. Voltaremos em breve pois
desejamos mostrar imagens reais da
piscina coberta aquecida, do Ginásio
deste edifício e de todas as infraestruturas.
António Natário sublinha sempre
os Amigos que o apoiaram, o Dr.
Dias de Carvalho, Pediatra conceituado e Amigo da região, o Padre
Tomaz que com a sua acção social
esteve na origem de um projecto
importante, mas cuja dimensão foi
conferida por António Natário.
Continuaremos a acompanhar o
finalizar desta grandiosa obra e felicitamos o Amigo António Natário. n
2011 JULHO/AGOSTO
Jornal de OLEIROS
desporto
Volta passa duas vezes em Oleiros
Volta a Portugal em bicicleta
entre 4 e 15 de Agosto
Volta termina
em Lisboa
Mais longa, mais dura e mais
alta. A 73.ª Volta a Portugal já foi
apresentada em Lisboa.
A 73.ª Volta a Portugal em bicicleta, entre 04 e 15 de agosto, vai
ter cinco das 10 etapas com metas
em altitude, num total de 1.626,8
quilómetros, destinados a “trepadores” e aos “sherpas” da respectiva equipa.
Como os alpinistas ocidentais
nos Himalaias, cada chefe-de-fila
terá de se rodear de carregadores
à altura - de sorriso fácil perante
o frio e a falta de oxigénio, como
aquele povo nepalês -, para ultrapassarem 24 contagens de montanha: uma de categoria especial,
duas de primeira, duas de segunda, 12 de terceira e sete de quarta
categoria.
As hostilidades abrem-se à segunda etapa, depois do prólogo de
Fafe e da tirada entre a Trofa e Oliveira do Bairro, em 184,4 quilómetros desde Oliveira de Azeméis até
ao Alto da Senhora da Assunção,
em Santo Tirso - o pelotão vai enfrentar seis “montanhas”, sendo a
última de segunda categoria, coincidente com a meta (6,3 km, a 6,2
por cento de inclinação média).
Logo no dia seguinte, domingo,
surge no horizonte o emblemático
Monte Farinha, em Mondim de
Basto, numa terceira etapa entre
Viana do Castelo e o Alto da Senhora da Graça (151 km), ficando
para o fim os 8,4 quilómetros com
7,5 de pendente média.
À quarta etapa, novo final em
subida, após mais de 160 quilómetros, entre Lamego e Gouveia, com
duas passagens pela meta, instalada num prémio de terceira categoria (7,6 km, a 2,9 pc).
A sexta etapa vai ser uma “cronoescalada” de 35,3 quilómetros
entre o Sabugal e a Guarda, nuns
derradeiros 4,4 quilómetros com
inclinação média de 3,7 por cento
e meta novamente acima dos 1.000
metros de altitude, depois de um
dia de descanso, entremeado pelas
previsíveis segunda e terceira chegadas em pelotão compacto.
Além da primeira etapa (TrofaOliveira do Bairro), os “sprinters”
vão guardar-se para a quinta e
sexta tiradas, respectivamente com
final em Viseu e em Castelo Branco - esta sexta e mais longa tirada,
desde Aveiro, tem um total de
215,9 km.
A etapa rainha da corrida está
marcada para o 10.º dia na estrada,
na oitava etapa (sábado, 13 agos-
Onde pode encontrar
o Seu Jornal de Oleiros
CONTACTOS ÚTEIS
Jornal de Oleiros - 922 013 273
Agrupamento
de Escolas do concelho
de Oleiros – 272 680 110
Bombeiros Voluntários
de Oleiros – 272 680 170
Centro
de Saúde – 272 680 160
Correios – 272 680 180
G.N.R – 272 682 311
• LISBOA
- Papelaria Tabacaria Sampaio
Rua Reinaldo dos Santos, 12-C
1500-505 Lisboa
• Jardins da Parede
- Papelaria Tabacaria Resumos
Diários
Av. das Tílias, nº 136, Lj B
• OLEIROS
- Papelaria JARDIM
• ESTREITO
- Café “O LAPACHEIRO”
Estreito - 6100 Oleiros
Farmácias
.• PROENÇA-A-NOVA
- Da Idalina de Jesus
Avenida do Colégio, nº 1
6150-410 Proença-a-Nova
Estreito – 272 654 265
Farmácia
– Oleiros – 272 681 015
Farmácia
– Orvalho – 272 746 136
- Tabacaria do Centro
Largo do Rossio
6150-410 Proença-a-Nova
Postos
de Abastecimento
• CASTELO BRANCO
- Quiosque da Cláudia
Zona Industrial, lote P-6 C
Loja nº 4, Edifício Intermarché
6000 Castelo Branco
Percurso:
04 ago: Prólogo, Fafe-Fafe, 2,2 km.
05 ago: 01.ª etapa, Trofa-Oliveira do Bairro, 187,7 km.
06 ago: 02.ª etapa, Oliveira de Azeméis-Santo Tirso (Sra. Assunção),
184,4 km.
07 ago: 03.ª etapa, Viana do Castelo-Mondim de Basto (Sra. Graça),
151 km.
08 ago: 04.ª etapa, Lamego-Gouveia, 182,3 km.
09 ago: 05.ª etapa, Oliveira do Hospital-Viseu, 150,3 km.
10 ago: Dia de Descanso.
11 ago: 06.ª etapa, Aveiro-Castelo Branco, 215,9 km.
12 ago: 07.ª etapa (CRI), Sabugal-Guarda, 35,3 km.
13 ago: 08.ª etapa, Seia-Covilhã (Torre), 182,8 km.
14 ago: 09.ª etapa, Covilhã-Sertã, 182,3 km.
15 ago: 10.ª etapa, Sintra-Lisboa, 152,6 km.
Total: 1.626,8 km.
Contagens prémio montanha: 24.
Metas-voltantes: 27.
Principais dificuldades:
06 ago: 02.ª etapa, Sra. Assunção - 6,3 km com 6,2 por cento de
inclinação média.
07 ago: 03.ª etapa, Sra. Graça - 8,4 km com 7,5 por cento de inclinação média.
08 ago: 04.ª etapa, Gouveia - duas passagens, 7,6 km com 2,9 por
cento de inclinação média.
12 ago: 07.ª etapa (CRI), Guarda - 4,4 km com 3,7 por cento de inclinação média.
13 ago: 08.ª etapa, Penhas da Saúde - 13 km com 7,4 por cento de
inclinação média.
Penhas Douradas - 10 km com 6 por cento de inclinação média.
Torre - 28,4 km com 5 por cento de inclinação média.
to), entre Seia e a Torre, em plena
Serra da Estrela, com quatro “montanhas”: uma de terceira (Alto do
Teixeira), uma de primeira (Penhas
da Saúde, 13 km a 7,4 pc), uma de
segunda (Penhas Douradas, 10 km
a 6 pc) e a categoria especial (Torre,
28,4 km a 5 pc) até à meta.
Após as primeiras diferenças,
ganhas nas Senhoras da Assunção
e da Graça (2.ª e 3.ª etapas), os corredores do topo da classificação
Ficha técnica
www.jornaldeoleiros.com
vão ter de manter-se atentos sob
o risco de se verem ultrapassados
por adversários no “crono” individual da Guarda e na tirada de
alta montanha da Torre, seguindose uma penúltima etapa, antes da
consagração em Lisboa, a testar os
nervos de quem envergar a camisola amarela, entre a Covilhã e a
Sertã (182,3 km).
O Jornal de Oleiros vai acompanhar a volta a Portugal. n
15
Galp (Oleiros) – 272 682 832
Galp (Ameixoeira) – 272 654 037
Galp (Oleiros) – 272 682 274
António Pires Ramos
(Orvalho) – 272 746 157
• CERNACHE DO BONJARDIM
- Papelaria Boa Nova
Mercado Municipal
• AMEIXOEIRA
- BIG bar
Estação de Serviço, Estª Nacional
238, Ameixoeira 6 100 Oleiros
Infra-Estruturas
• COVILHÃ
- Pedro Luz
Rua General Humberto Delgado
Quiosque - 6200-014 Covilhã
Câmara
Municipal – 272 680 130
Piscinas Municipais/
/Ginásio – 272 681 062
Posto de Turismo/Espaço net
– 272 681 008
Casa da Cultura/
/Biblioteca – 272 680 230
Campo
de Futebol – 272 681 026
Pavilhão Gimnodesportivo
(Oleiros) – 272 682 890
• Pedrogão Grande
- Papelaria 100 Riscos
Lg. do Encontro, 47-A
• VILA VELHA DE RÓDÃO
- Galp na A23 nos dois sentidos
• SERTÃ
- Papelaria Paulino & Irmão
Av. Gonçalo Rodrigues
Caldeira, 46-A
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Distribuição: Massiva através dos CTT nas residências e postos de venda • Colaboradores: João H. Santos Ramos, Inês Martins, António
Mendes, Manuela Marques, António Romão de Matos, Rui Pedro Brás, Ana Maria Neves, Ivone Roque, Feliciano Barreiras Duarte, Hugo
Francisco, Hugo de Freitas Andrade, Miguel Marques, Soraia Tomaz, Augusto Matos, António Graça, Cristina Ferreira de Matos, Cátia
Afonso, Ana Faria • Correspondentes: Silvino Potêncio (Natal, Brasil) • Fernando Caldeira da Silva (África Austral) • Correspondente
em Castelo Branco: Rui Manuel Almeida Nunes (www.ruianunes.no.sapo.pt) • Catarina Fernandes (Lisboa) • Fotografia: Rute Antunes,
email: [email protected] • Vale do Souto (Mosteiro): Sílvia Martins, email: [email protected] • Paginação e Impressão:
Coraze, Oliveira de Azeméis
16
Jornal de OLEIROS
2011 JULHO/AGOSTO
XV Festil
Organizado pelo “A.R.C.O.” de
Oleiros, foi um enorme sucesso o
XV FESTIL.
Compreende-se a alegria do
Presidente Ramiro Roque a quem
se deve a organização que mereceu o apoio da Câmara Municipal,
Juntas de Freguesia e das Escolas
de Oleiros, Estreito e do Orvalho.
Perante uma assistência entusiasmada que enchia completamente o Jardim Central de Olei-
ros, fica claro que este importante
espectáculo é para continuar.
O Júri integrava entre outras
Personalidades a Dra Isabel, Directora da Escola Padre António
de Andrade e o Presidente da
Câmara de Oleiros, José Santos
Marques.
Tarde entusiasmante onde eram
visíveis tantas crianças, no fundo,
um futuro promissor para Oleiros. n
Rua do Ramalhal, Lj 2, r/c esq,
6160-418 Oleiros
Telefones 272688023/925228223
Fax 272688024
E-mail: [email protected]
Especialidades: Exame de Densitometria Óssea, Exames Auditivos, Electrocardiograma, Fisioterapia, Massagem facial e Corporal, Medicina Dentária,
Podologia, Hidrotox, Acupunctura, Terapia da Fala, Psicologia Clínica
Consultas Médicas de Clínica Geral ( Dra. Graça Veiga e Dr. Carlos David), Fisiatria (Dr. João Saraiva),
Pediatria (Dra. Almerinda Silva ), Ginecologia/Obstetrícia (Dr. Luis Abreu - Maternidade Bissaya
Barreto/Coimbra ), Oftalmologia (Dr. Pedro Nunes) e Analises Clínicas
Acordos com, ADSE, PT, Médis, Multicare, Mondial Assistance, CGD, Clinicard, Fidelidade, Mundial, Império Bonança
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Edição de Julho e Agosto de 2011