INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FUNORTE / SOEBRAS TERAPIAS DE SUPORTE NO TRATAMENTO DAS DOENÇAS PERIIMPLANTARES Francisco Adailton de Santana Feira de Santana, 2011 TERAPIAS DE SUPORTE NO TRATAMENTO DAS DOENÇAS PERIIMPLANTARES Francisco Adailton de Santana ________________________ Sergio Wendell Silva Souza – MSC Orientador IFAP-CIODONTO-UFBA ____________________________ Jorge Antonio Ferreira Marques - MSC IFAP-UEFS ______________________________ Ângela Guimarães Martins IFAP-UEFS Feira de Santana, 2011 À minha esposa Cledinéia Diotildes Vidal Santana e às minhas filhas Joana Diotildes Santana e Júlia Diotildes Santana, pois sem o apoio e a compreensão delas nada disto seria possível. Agradeço a Deus pelo privilégio de poder fazer esta especialização e também a meus pais José Joaquim de Santana e Helena Leite Angelim de Santana e aos meus irmãos: Cícero Jose de Santana, Maria Aglaice de Santana, Arlete Angelim de Santana, Haroldo Jose de Santana e Amanda Angelim de Santana pelo apoio e incentivo dado a este meu projeto de vida. A todos o meu muito obrigado. A todos os professores e funcionários do IFAP e em especial ao professor Jorge Marques, grande incentivador deste sonho. Aos pacientes, que no silêncio e na confiança deles, muito contribuíram para o nosso aprendizado. A todos os colegas pela amizade e companheirismo no decorrer do curso. Senhor, bem sei que tudo podes e nenhum dos teus planos pode ser frustrado (Jó 42: 1-2). SUMÁRIO Resumo...............................................................................................VII Abstract..............................................................................................VIII I-Introdução..........................................................................................09 II - Revisão de literatura.....................................................................12 1-Fatores de riscos de perdas de implantes........................................12 2 - Etiologia das doenças periimplantares..........................................14 3 - Prevenção e tratamento das doenças periimplantares...................19 III – Discussão....................................................................................28 IV – Considerações Finais.....................................................................30 V – Referências.. ...................................................................................31 RESUMO O trabalho faz uma revisão da literatura vigente sobre as doenças que acometem os tecidos ao redor dos implantes osseointegrados. Assim como os dentes naturais (onde ocorre a gengivite e a periodontite), os tecidos periimplantares também sofrem, se não cuidados, das doenças que mais os acometem, que são as mucosites e periimplantites. O processo da doença periimplantar começa com o acúmulo da placa bacteriana, que se agrega ao sulco gengival e provoca uma pequena inflamação reversível nos tecidos moles que é caracterizada como mucosite que vai aumentando podendo formar uma bolsa periimplantar, iniciando aí uma infecção com destruição do osso, comprometendo a estabilidade do implante, processo este que caracteriza a periimplantite, que, se não tratada, poderá levar à falência do implante. Muitas são as técnicas de prevenção e tratamento que a literatura especializada descreve sobre este tema, desde uma simples escovação, como medida preventiva, até as técnicas cirúrgicas. Uma vez diagnosticada a doença periimplantar, o implantodontista ou periodontista deverá intervir, seja com procedimentos cirúrgicos ou não cirúrgicos e orientação de higiene oral ao paciente e prescrição de antibióticos e colutórios. Pesquisadores relatam que não é baixo o percentual de pacientes implantados que apresentam algum tipo de doença periimplantar, porém não é maioria os pacientes que chegam às cirurgias mais invasivas. Do mesmo modo que os dentes, os tecidos periimplantares passam por todas as fases da doença, da inflamação até a perda do implante. Portanto, deve haver entre o paciente implantado e o dentista uma regularidade de visitas para não se chegar ao ponto de perda, principalmente com aqueles considerados pouco atenciosos com a higiene bucal ou com histórico de periodontite nos dentes remanescentes se assim o for. Palavras-chave: Implante, Mucosite, Periimplantite, Osseointegração. ABSTRACT The work is a literature review of diseases that affect the dental implants. As with natural teeth (where the gingivitis and periodontitis), the implants also suffer if they do not care, diseases that are periimplant mucositis and peri-implantitis. All periimplant disease process begins with the buildup of plaque, food debris, desquamated cells from the mouth, bacteria that are added into the gingival sulcus and cause a small reversible inflammation in the soft tissue that is characterized as mucositis that grows into a pouch periimplantar , starting here with an infection of bone destruction, threatening the stability of the implant, a process that characterizes the periimplantitis, which, if untreated, may lead to implant failure. There are many techniques for prevention and treatment that the literature on this subject describes, from a simple brushing, as a preventive measure until surgical techniques. Once diagnosed peri-implant disease, the implant dentist or periodontist should intervene, either with a simple scaling and oral hygiene care until the patient or with surgical maneuvers and prescription of antibiotics and mouthwash. Researchers report that there is a low percentage of patients who have implanted some kind of peri-implant disease, but not most patients who come to more invasive surgeries. In the same way that teeth implants go through all stages of disease, inflammation to the loss of the implant. So there must be implanted between the patient and the dentist so regular visits to not get to the point of loss, especially those considered insufficiently attentive to oral hygiene or a history of periodontitis in the remaining teeth if they are. Keywords: Implant, Mucositis, Peri-implantitis, osseointegration. I – INTRODUÇÃO A história mostra que há muito tempo o homem já tentava repor os dentes perdidos usando materiais homólogos e aloplásticos como: dentes humanos, de animais, osso escupido, marfim e ouro. A princípio a preocupação era apenas estética. Segundo Hubertus Spiekermann, Hartmann em 1891, foi o primeiro a expandir a indicação de implantes para repor mais de um dente. Onde se tem os primeiros indícios de uma reabilitação sem amarrilhas é na época dos incas tendo aí algo que se aproximasse dos nossos implantes, pois o elemento esculpido era implantado no osso, pressupondo-se ser colocado por meio de marteladas. De acordo com Fontaine, et al, 2008, a implantodontia moderna tem início por volta dos anos 60, com Ingvar Branemark, considerado o precursor da implantodontia contemporânea, mas somente nos anos 80 é que a classe científica teve acesso ao uso do parafuso de titânio. Ressaltando que o famoso parafuso rosqueável de titânio, passou por muitas modificações até se chegar ao que se tem hoje no mercado. Até se adequar a este formato atual os implantes passaram por muitas adaptações, desde os agulhados aos de forma cônica, porém sem roscas, tendo na sua parte inferior umas perfurações por onde se esperava haver uma formação óssea, retendo-o ao osso. Com o advento dos implantes osseointegráveis de titânio houve uma revolução nos procedimentos de reabilitação oral. Porém, após a instalação dos implantes e das próteses, percebeu-se que patologias nos tecidos periimplantares poderiam colocar em risco tanto a osseointegração quanto o sucesso de alguns casos ( Furrer et. al, 2011). De acordo com Chvartszaid, Kako 2011, periimplantite e perimucosite são as doenças que mais acometem , sendo este último, uma versão da gengivite vista ao redor de implantes ancorados e é uma resposta inflamatória à placa bacteriana. Periimplantite, por outro lado, tem como definição, inflamação nos tecidos ao redor do implante combinado com a perda do osso de suporte. A hipótese para sua ocorrência é que os depósitos bacterianos em hospedeiro susceptível com doença periodontal avançada, irá suscitar e propagar perda óssea, eventualmente levando à perda do implante. Fonte: Adaptado de Reabilitação Oral com Prótese Implantossuportada para Casos Complexos De: Matteo Chiapasco e Eugenio Romeo II – Revisão de literatura * FATORES DE RISCOS DE PERDAS DE IMPLANTES Tratar dos fatores de riscos de perdas de implantes significa citar as causas que levam ao insucesso. Por ser uma técnica com alta previsibilidade, quando bem indicada e aplicada, alguns fatores a seguir podem levar a perda dos implantes: um que é logo após a sua implantação, por falta de osseointegração o outro tardio que ocorre por infecção bacteriana (periimplantite) ou ainda por sobrecarga oclusal no implante já em função ( Parente et. al, 2007) . No caso da bacteriana, começa com a formação da placa bacteriana, tendo início a mucosite que é uma inflamação reversível nos tecidos moles e por fim a periimplantite. Decorrido todo esse processo que se caracteriza pelo acúmulo de placa bacteriana, inflamação da gengiva, infecção e perda óssea, com exposição das roscas, inicia-se, propriamente dito, o risco de perda do implante. Outro fator de risco a ser considerado é a sobrecarga oclusal. Muitas vezes a perda de alguns implantes está associada ao fator oclusal. Um contato prematuro, associado a inflamação existente nos tecidos moles, com o passar do tempo, provoca uma reabsorção no osso periimplantar de efeito rápido e comprometedor, colocando a estabilidade do implante em risco ( Rose, 2007). Por isto, é necessário que haja um equilíbrio oclusal, para a longevidade da reabilitação protética sobreimplantes. Ainda em relação às perdas de implantes, Parente et. al, 2007, acrescenta também: Quando ocorre uma perda prematura do implante por falta de osseointegração e quando o implante já está osseointegrado e em função.Alguns fatores relacionados ao primeiro item: qualidade óssea deficiente no sítio cirúrgico, falta de estabilidade primária, contaminação bacteriana durante o ato cirúrgico, infecções já existente próximas ao implante, prática do tabagismo durante o período de cicatrização, falha na técnica cirúrgica, resposta imunológica do paciente e alterações sistêmicas que podem comprometer o metabolismo e a defesa do hospedeiro. O segundo item está relacionado à infecção bacteriana ou a sobrecarga oclusal que ocorre tempos depois do implante já osseointegrado e em função. Estudos como de (Chiapasco e Romeo,2005), mostram evidências que bactérias potencialmente patogênicas encontradas em dentes remanescentes podem colonizar implantes que já estejam expostos ao meio bucal por um período de seis meses depois. Com isto, faz-se necessário um controle pré e pós-operatório, pois dentes remanescentes com doença periodontal pode ser um fator desencadeante da doença periimplantar. A literatura relata que a colocação de implantes em pacientes parcialmente edêntulos com histórico de periodontite crônica aumenta as chances de perda. As bolsas periodontais e as superfícies mucosas são verdadeiras moradias de bactérias que podem colonizar sítios periimplantares na mesma boca, é a chamada translocação bacteriana. No entanto, segundo Karoussis et al, citado por Cangussú et al, 2010, avaliaram que: Qualquer informação sobre a efetividade e previsibilidade de terapia com implantes colocados em pacientes parcialmente edêntulos, com doença periodontal ativa, tendo sido acompanhados por um tempo igual ou menor que cinco anos, observou-se que a sobrevivência dos implantes era igual aos colocados em pacientes sem comprometimento periodontal. Os mesmos autores afirmam que só existe um estudo que sustenta essa conclusão, sendo assim considerado pouco para determinar que a periodontite crônica, localizada em dentes remanescentes, tenha um impacto forte na perda óssea periimplantar. * O TABAGISMO Inúmeros estudos mostram o efeito negativo do tabagismo sobre os tecidos periodontais, assim como a sua contribuição na progressão das doenças periodontais. Pesquisas atuais sugerem que o fumante tem pelo menos cinco a sete vezes mais chances de desenvolver periodontite. Em estudos comparativos verificaram também índices de perdas de implantes em pacientes fumantes maiores que em pacientes não fumantes. Segundo KLINGE ET AL, 2005, existe uma relação entre o tabagismo e fracasso dos implantes. Dentre 2194 implantes colocados em 540 pacientes ocorreu uma maior porcentagem de perda de implantes em pacientes fumantes, quando comparados com os não fumantes. Apresentando uma taxa de insucesso de 11,3% contra 4,8%.O autor ainda acrescenta que o período crítico do tabagismo sobre a sobrevivência dos implantes é durante a fase de cicatrização, logo após a sua instalação. No entanto, existe outro grupo de autores que afirmam que o efeito do tabagismo sobre o tecido periimplantar é mais danoso na maxila. Sendo na mandíbula ou maxila, o importante é que eles concordam que há prejuízo quanto à sobrevivência do implante. *Etiologia das doenças periimplantares O fator etiológico primário das doenças periimplantares é o biofilme bacteriano. Este apresenta características semelhantes ao encontrado nas mesmas situações de saúde e doença periodontal. Ao estado inflamatório inicial dos tecidos moles, dar-se o nome de mucosite periimplantar. A periimplantite è caracterizada por uma inflamação dos tecidos periimplantares com sangramento à sondagem, perda de inserção e destruição óssea em volta do implante que já se encontra em função. De acordo com Parente et. al, 2007 tem sinais e sintomas característicos que são: reabsorção óssea em forma de taça ou disco, presença de edema, aumento da profundidade percebido na sondagem, constatação de supuração, queixa de dor e mobilidade do implante. Estudos mostram que a microbiota presente no sulco e bolsa periodontal é semelhante a presente no sulco e bolsa periimplantar ( Rose, 2007). Há na literatura relatos de casos que ao se fazer estudos microbiológicos em pacientes com implantes já em função e em modelos experimentais, foram encontrados uma microbiota predominante de cocus e bacilos gram-positivos anaeróbicos facultativos, sacarolíticos e imóveis quando em condições de saúde periimplantar. Porém, em pacientes acometidos por doenças periodontal ou periimplantar, nota-se uma predominância de espécies proteolíticas de bacilos gram-negativos anaeróbicos e espiroquetas. De acordo com Armentano et al, 2006 essa sucessão bacteriana ocorre em função do aumento do fluxo de exsudato sulcular, o que provoca aumento do nível local de proteínas, fazendo com que haja maior desenvolvimento de espécies predominantemente proteolíticas e dependentes de fatores nutritivos encontrados em hemoderivados como o exsudato sulcular. Assim, quando ocorre a migração apical do epitélio juncional, aumenta a condição de anaerobiose. Tais mudanças ambientais quebram o equilíbrio do ecossistema subjengival que possibilita a sucessão bacteriana, assim como a instalação de patógenos no biofilme, favorecendo o início e a progressão da doença. O fato é que, numa boca com dentes remanescentes e com a saúde bucal comprometida, se for feita uma reabilitação com implantes, a contaminação destes fica óbvia, pois oferece aos patógenos, presentes nos remanescentes, todas as condições de proliferação nos sítios periimplantares. Assim de acordo com Marotti et al, 2008 quando o implante é exposto à cavidade oral é formada sobre a sua superfície uma película adquirida pelo contato com os biopolímeros encontrados na saliva que se assemelha à encontrada no dente natural. Tal película forma uma interface entre a superfície do implante e os primeiros microrganismos como Streptococus mitis, Streptococus sagüis e Streptococus oralis. As referidas bactérias favorecem a adesão de patógenos periodontais como os Hemóphilos actinomycrtem comitans, Phorphivromonas gingivalis que podem produzir periimplantite. * Tecidos Periimplantares A inserção periodontal é composta de epitélio juncional mediada pelos hemidesmossomos, fazendo a inserção das fibras do tecido conjuntivo ao cemento. Já nos tecidos periimplantares, a inserção é feita por um epitélio juncional, porém mediada pela lâmina basal e hemidesmossomos. Vários tipos de materiais de implantes em diferentes tipos de animais mostram essa inserção. No entanto, contrastando com a inserção periodontal, no implante não existe a inserção de fibras do tecido conjuntivo, o que se percebe é um “colarinho” que fica em íntimo contato com a inserção epitelial circundando o implante (Rose, 2007). Nestes, as fibras do tecido conjuntivo começam no nível ósseo e correm paralelas à superfície do intermediário. È variado o número de fibras colágenas paralelas e perpendiculares, pois depende do tipo de tecido, com o tecido queratinizado existem mais fibras perpendiculares. Outra diferença notada entre os tecidos periodontais e periimplantares é a vascular, existindo poucos vasos sanguíneos na mucosa periimplantar. Ainda segundo o mesmo autor por haver estas diferenças: falta de inserção fibrosa do tecido conjuntivo e um suprimento vascular diminuído, pode ocorrer uma maior suscetibilidade à inflamação induzida pela placa. E isto independe do tipo de cobertura ou do desenho do implante. Fonte: www.google.com.br Tecido de Suporte; Dente/Implante *Parâmetros clínicos verificados na manutenção dos implantes ( Rose,2007) *Sondagem periimplantar – O tipo de restauração confeccionada sobre o implante pode afetar o método de sondagem periimplantar. Se a superfície de titânio, como a do intermediário, estiver dentro do sulco periimplantar, a sondagem deve ser feita usando-se uma sonda plástica, previnindo assim alterações de superfície. As de metais podem levar à corrosão por fissuras, pois nos fluidos corpóreos existe cloro, porém uma repassivação com uma camada de óxido impede a corrosão. No entanto, se for uma restauração de ouro ou porcelana, uma sonda metálica será apropriada. Assim como o tipo e a espessura do tecido que circunda o implante também afetam as profundidades de sondagem periimplantar. Presença de tecido periimplantar queratinizado, associa-se geralmente a profundidades de sondagem rasas e presença de mucosa alveolar a profundidade de sondagem mais acentuada. Ainda uma sondagem periimplantar precisa pode ser dificultada por alguns tipos de desenhos de implantes, pela presença de roscas expostas, que pode parar a sonda e impedir a colocação correta da mesma. Outro impedimento é quanto ao formato da restauração. Quando a restauração emerge fora do implante no nível da plataforma e toma o formato do dente, também dificulta a colocação da sonda. A sondagem é motivo de discórdia entre alguns autores, porém segundo o autor acima citado, a sondagem foi recomendada para monitorar a saúde periimplantar nas afirmações dos consensos de 1978 e 1988 do National Institutes of Health (NIH) implant Consensus Developmen. *Acompanhamento radiográfico – Os níveis ósseos periimplantares verificados radiograficamente, tem demonstrado ser uma medida valiosa no controle da saúde do implante. Recomenda-se que as tomadas radiográficas sejam feitas no momento da instalação do implante, na inserção dos intermediários e na adaptação da prótese. Para as radiografias de acompanhamento, são feitas 06 meses após a inserção da restauração e depois anualmente. Caso nenhuma alteração radiográfica ou clínica tenha sido observada o acompanhamento poderá ser a cada 02 anos. *Saúde do tecido periimplantar – O tecido periimplantar deve ser examinado como o tecido periodontal, observando sempre mudanças de cor, contorno e consistência. O tratamento deve ser iniciado se for detectada a doença. *O fluido do sulco periimplantar e do sulco periodontal são similares, podendo ser monitorado para detecção de inflamação e infecção. Uma análise de rotina do fluido do sulco ainda não é um componente de diagnóstico da doença periimplantar, precisaria de mais dados. *Mobilidade e oclusão – A mobilidade não é um achado comum na reabilitação com implantes, por isto é mais difícil de ser verificada. A sua detecção implica na falha do implante. Muitas vezes só são percebidas nas visitas ao clínico, pois uma prótese com os elementos unidos, só com a retirada de toda a peça é que se verifica a mobilidade. E quanto à oclusão, esta deve ser avaliada a cada visita para manutenção, pois qualquer alteração deve ser identificada e corrigida porque uma sobrecarga oclusal associada ao biofilme, poderá causar uma perda óssea periimplantar de efeito rápido e comprometedor. *Procedimentos de Manutenção Realizados pelo Paciente Os mesmos procedimentos de higiene bucal preconizados para um paciente com dentes naturais também os são para o paciente com implantes. A peça chave para tal é uma boa escova com cerdas macias. O paciente que possui implantes unitários deve higienizá-los como os dentes naturais, com escova e fio dental. No entanto, quando se trata de próteses maiores já fica um pouco mais difícil. Precisará de um kit de higiene maior como: fios de nylon ou algodão, escovas interdentais, tiras de gaze. Esses cuidados de higiene feitos em casa pelo paciente não alteram em nada a superfície do intermediário e são simples e seguros para a remoção da placa interproximal. Também o uso de enxaguantes antimicrobianos diariamente reduz consideravelmente a placa supragengival o que trará um benefício significativo em longo prazo. (De acordo com Rose,2007) *Procedimentos de manutenção realizados pelo profissional A partir do momento que se instala implante num paciente, um monitoramento passará a ser feito pro resto da sua vida para acompanhamento da saúde do implante. As visitas ao dentista são fundamentais, pois muitas vezes só o profissional detectará algumas alterações como: estado da saúde da gengiva, desajustes oclusais e perdas ósseas. Esses procedimentos de correção só são feitos em consultórios pelo dentista habilitado. Quando se é necessário fazer um procedimento de raspagem alguns instrumentais estão mais indicados. Para o debridamento dos implantes a instrumentação recomendada inclui plástico, nylon e instrumentos com ligas especiais que não irão danificar a superfície do implante. O mercado dispõe de uma grande variedade de materiais e formatos. A taça de borracha com ou sem pedrapomes poderá remover as alterações das estruturas sem causar danos a superfície do implante e ainda melhorá-la. O sistema com jato de ar abrasivo tem sido uma ferramenta valiosa na remoção da placa bacteriana, pois causa pouco ou nenhum dano a superfície do implante. Os raspadores sônicos e ultra-sônicos que usam uma capa plástica protetora sobre a ponta do metal também têm sido usados com bons resultados. ( Rose, 2007). Portanto, por mais cuidadoso que seja o paciente, mesmo assim ele precisará voltar ao consultório para visitas regulares, pois alguns procedimentos de manutenção dos implantes só o profissional poderá realizá-los identificá-los. * PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS DOENÇAS PERIIMPLANTARES A prevenção das doenças periimplantares começa na verdade na seleção do paciente para ser tratado com implantes. Aqueles com boa saúde bucal com certeza não terão problemas de perda de implantes por instalação de doenças, pois tomarão todos os cuidados preventivos com uma perfeita higienização. Porém, para o paciente que já tenha a doença periodontal não tratada e controlada em remanescentes dentários e contamine os implantes, o tratamento consiste na estabilização do processo patológico. Em seguida, busca-se a recuperação dos tecidos visando à manutenção do implante em função. Em relação ao sucesso no tratamento da periimplantite Parente et al, 2007 correlaciona os seguintes fatores: prevenção da infecção aguda, estabilidade mecânica da ferida com a manutenção de um coágulo sanguíneo preenchendo o defeito ósseo e criação de uma barreira que impeça o crescimento de tecido conjuntivo no interior do defeito ósseo. Esse mesmo autor acrescenta a terapia antiinfeciosa como parte do sucesso no tratamento da periimplantite e acrescenta ainda: descontaminação do implante, aplicação de ante-sépticos locais e antibioticoterapia sistêmica. Porém esclarece que não existe um protocolo especifico de tratamento antimicrobiano, pois a maioria dos estudos inclui um pequeno número de indivíduos e um período reduzido de tempo. *Tratamento da mucosite periimplantar A mucosite se apresenta com um quadro inflamatório ao redor do implante. Sua característica fundamental é a reversibilidade, pois ainda não existe comprometimento do osso periimplantar. A lesão se resume apenas aos tecidos moles, onde aparecem hipertróficos edematosos e avermelhados com presença de sangramento quando sondados. A placa bacteriana é o fator etiológico. A normalidade dos tecidos ocorre apenas com a remoção das causas e um controle da higiene bucal, pois se não for feito isto poderá haver uma evolução para a periimplantite. De acordo com Chiapasco e Romeo, 2007, o objetivo do tratamento deve ser enfocado para eliminação dos depósitos moles e duros ao redor do implante, a redução da carga bacteriana e a motivação do paciente para que mantenha uma meticulosa higiene bucal em seu domicílio. Para a eliminação da placa bacteriana o implantodontista ou periodontista deverá fazer profilaxia com escovas apropriadas e orientar o paciente para usar soluções de bochechos à base de clorexidina a 0,12% por exemplo. Ainda na remoção de placa e cálculo, tidos como agentes etiológicos e fatores de risco, deve-se usar também os instrumentos de ultra-som e pontas recobertas por teflon para fazer um polimento do titânio que não esteja osseointegrado; toda a superfície implantar deve ser lisa para que não haja adesão da placa e garanta boa adesão dos tecidos moles. Quanto à utilização de cones de borracha e pastas profiláticas não abrasivas na superfície de titânio, deverá ser a última fase do polimento mecânico. *Tratamento da periimplantite (Segundo Chiapasco e Romeo, 2007) *Tratamento não cirúrgico- Este requer uma terapêutica farmacológica, porém ainda existe muita discussão a respeito deste procedimento, pois não há, até agora, um consenso sobre a metodologia e a via de administração do fármaco. Para se mostrar eficaz, é necessário que o fármaco atinja toda área da doença e permaneça em alta concentração durante um período considerável. Quando se faz a administração via sistêmica, possui uma difusão maior, porém provocam efeitos colaterais maiores. Fazendo o tratamento local, existe a possibilidade de se aplicar a medicação numa área determinada e com doses altas num tempo adequado; esse tratamento tópico é realizado com uma simples irrigação dentro da bolsa ou até aplicando um princípio ativo na forma de gel e assim fornecendo liberação prolongada do agente microbiano. *Antibioticoterapia sistêmica- Os antibióticos não devem ser utilizados indiscriminadamente, não só pelos possíveis efeitos tóxicos, mas também porque permitem selecionar cepas resistentes. No tratamento de periimplantite, quando se for fazer uso de antibiótico, o correto é que se tenha feito um exame microbiológico para identificar os patógenos para que assim se tenha efeito sobre os parâmetros clínicos: sangramento gengival, profundidade de sondagem e nível de aderência e ao mesmo tempo consiga eliminar os agentes etiológicos. Em contra- partida os antibióticos não demonstram eficácia na reparação do defeito ósseo e nem resolvem sozinhos o problema, pois são coadjuvantes no tratamento. A literatura mostra que para as doenças periimplantares já se testou diversos tipos de antibióticos, sempre observando a dosagem para não criar resistência e limitar a toxicidade, no entanto, as beta-lactaminas , a penicilina G e a amoxilina foram as que permaneceram eletivas sobre todos os microrganismos. Existe ainda a possibilidade de se associar alguns fármacos para potenciar o efeito, diminuindo o risco de resistência antibiótica. São ex.: metronidazol + amoxilina; amoxilina + ácido clavulânico. Existem protocolos de antibioticoterapia sistêmica que sugerem uma das seguintes administrações: (de acordo com Chiapasco e Romeo, 2007) Ornidazol 500mg 2x ao dia, durante 10 dias. Metronidazol, 250mg 2x ao dia, durante 10 dias. Metronidazol, 500mg ao dia + amoxilina 750mg ao dia, durante 10 dias. Vale ressaltar que no tratamento sistêmico adotado para as doenças periimplantares, deve sempre ser acompanhado de uma profilaxia preventiva ou de um tratamento de descontaminação e/ou cirúrgico. *Tratamento cirúrgico das periimplantites - consiste em recriar um ambiente saudável em volta do implante infectado, removendo depósitos moles e duros. Depois de solucionado o processo inflamatório do tecido mucoso pelo tratamento mecânico sobre os agentes etiológicos locais, passa-se para um tratamento cirúrgico, que tentará corrigir os defeitos anatômicos com procedimentos reconstrutivos capazes de fazer com que haja ganho ósseo e a formação de um tecido osteóide similar. A etiologia e a gravidade da resposta antiinflamatória influenciam no tipo de defeito ósseo que ocorre durante a periimplantite: a correção cirúrgica dos defeitos ósseos horizontais e verticais prevê a realização de retalhos de acesso, a eliminação do tecido de granulação e o tratamento que permita a descontaminação das irregularidades macro e microscópicas e a remodelagem óssea. (Chiapasco e Romeu apud Mombelli, 1999) O passo-a-passo cirúrgico: 1- Descontaminação – quando se fala em periimplantite, diversos autores usam o termo contaminação para se referirem a colonização de parte da superfície do implante por bactérias patógenas ou seus produtos. Com o tratamento mecânico e a antibioticoterapia, já ocorre uma redução na carga bacteriana dentro da bolsa periimplantar, porém não é o suficiente para eliminar por completo todas as bactérias e suas toxinas. Faz-se necessário então, um tratamento químico de descontaminação. Diversos produtos quimioterápicos foram testados, em várias superfícies (fluoreto de estanho, tetraciclinas HCL, ácido cítrico, clorexidina gluconada, cloramina T, peróxido de hidrogênio. Dentre todos o mais eficaz para fazer a remoção de fragmentos orgânicos, endotoxinas, e resíduos polissacarídeos bacteriano é o ácido cítrico (pH 1): este é aplicado por um período de 30 a 60 segundos, produzindo um bom efeito desintoxicante sobre toda e qualquer tipo de superfície, sem causar nenhum dano a camada rugosa superficial, que é necessária para haja a reosseointegração, e ao mesmo tempo permanecendo uma espessura de revestimento poroso (hidroxiapatita) superior aos demais tipos de tratamentos. Ao se fazer a remoção mecânica dos depósitos de bactérias com instrumentos metálicos, pode haver danos na superfície do implante, por isto é sempre recomendado o uso de aparelhos sônicos com pontas plásticas ou cones de borracha utilizando o pó abrasivo. O objetivo principal da descontamição é ter superfícies lisas, homogêneas e com brilho para que não ocorram novas adesões de bactérias. 2- Cirurgia de ressecção. Consiste na eliminação cirúrgica das bolsas periimplantares, e na remodelação óssea se for o caso. Um exemplo que pode ser resolvido com cirurgia de ressecção é o de lesões profundas, que compreendem os defeitos ósseos horizontais e os defeitos verticais que tenham envolvido uma só parede óssea. A cirurgia começa elevando-se o retalho mucoperiósteo e identificando o defeito ósseo. Em seguida, remove- se todo tecido de granulação e cureta o tecido ósseo infectado com a finalidade de remodelar a configuração anatômica do defeito e assim facilitar a cicatrização por completa dos tecidos moles periimplantares. Após a reposição do retalho mais apicalmente, facilitando assim a higienização do paciente, é feito uma frezagem das superfícies implantares supracristais com a intenção de se ter superfícies homogêneas e lisas. A eliminação das micro e macroirregularidades da superfície de titânio expostas, é feito com passagem de fresas de diamante com granulações finas e uso de pedras de carborundum. Para finalizar, usa-se uma série de cones de borracha para dar o polimento final. 3- Cirurgia regenerativa- Assim como na periodontia, esta técnica se baseia nos princípios de regeneração tecidual guiada (GTR), para recuperar o aparelho de suporte, ou seja, a aderência periodontal e assim impedir que o tecido epitelial invada a zona de cicatrização. Ela também é usada nos casos de defeitos ósseos únicos, onde havia implantes com espirais expostas por terem sido afetados por periimplantite, havendo assim uma neoformação óssea considerável ao redor dos espirais. Assim como na cirurgia de ressecção, também se começa com o levantamento do retalho na sua espessura total, onde se possa remover todo o tecido de granulação do implante e se proceda uma descontaminação total de toda superfície implantar. Após se fazer uma avaliação do tamanho da lesão a se corrigir é que se decide que tipo de regeneração será realizado: com membrana ou com enxerto ósseo ou ainda se com substitutos. Quando se utilizar a membrana, esta deverá ficar bem adaptada, com posicionamento adequado, além de fixada ao perfil externo do defeito, para assim recobrir todas as bordas da janela óssea e a cabeça do implante. A sua função principal é servir de barreira impedindo que os tecidos epiteliais e conjuntivos proliferem e invadam a zona tratada e permita a neoformação óssea. O coágulo ali formado estará estabilizado e protegido durante a migração de osteogênese na zona a se reparar. O autor acima citado, afirma que existe uma melhor reosseointegração quando a membrana foi totalmente recoberta pelo retalho, mantendo-se um ambiente isolado. Para se evitar uma cirurgia de reabertura 6 meses depois para a retirada da membrana, novos estudos surgiram e assim o uso de membranas reabsorvíveis (ácido poliláctico e derivados, colágeno e derivados), que eram fixados no colo do implante. Se tratando de uma lesão óssea maior, é possível fazer a associação de membrana e o preenchimento do defeito com osso autógeno, removido de outra região da cavidade oral ou ainda com materiais substitutos do osso. Terapia Fotodinâmica- Em relação ao tratamento da periimplantite já foram propostas diversas terapias. No entanto, nenhuma consegue erradicar todas as bactérias da bolsa periimplantar. Os antibióticos, em longo prazo geram resistência bacteriana e podem provocar efeitos colaterais. ( Marotti, et. al,2008) Atualmente quem tem se revelado bastante eficiente no tratamento da periimplantite é a utilização do laser. É a era da terapia fotodinâmica (PDT), que é uma associação de um agente fotossensibilizador com uma fonte de luz específica que como o laser de baixa potência, gera espécie de vida curta e muito reativa e quando em altas concentrações, são tóxicas e provocam a morte de bactérias, fungos e vírus. Por isto tem se mostrado bastante eficaz no tratamento da periimplantite. Para isto, tem-se usado o laser de baixa potência, que, assim como o laser de alta tem promovido redução bacteriana com uma vantagem de não haver aumento de temperatura e ainda ter um custo reduzido. Porém, ainda não existe um consenso literário sobre quais parâmetros seriam realmente eficazes na descontaminação. Ainda de acordo com Marotti, et al, 2008, a PDT é uma técnica que tem como característica principal, atingir células prejudiciais sem afetar os tecidos normais do hospedeiro.Nesta técnica, idealizada para o tratamento do câncer, os fotossensibilizadores como os derivados das porfirinas, se acumulam nas células malignas, são ativadas por uma luz,(geralmente o laser)nos tecidos contendo a droga e são rapidamente destruídos.A terapia se faz efetiva pela combinação de dois princípios: o acúmulo preferencial do fotossensibilizador nas células-alvo e a irradiação precisa da luz, o que possibilita a ação localizadora da terapia fotodinâmica. Ainda a PDT pode ser influenciada por outros fatores como: pH do meio, conteúdo de água, presença de exsudato, sangue, concentração e tempo de permanência do agente fotossensibilizador, comprimento de onda do laser, energia utilizada e tempo de exposição à luz laser. Faz-se necessário que o agente fotossensibilizador seja absorvido para que as bactérias que causam a periimplantite sofram os efeitos da PDT. Bactérias gram positivas se mostram mais susceptíveis a PDT, ao passo que as bactérias gram negativas são mais resistentes. Tal resistência ocorre devido a mudanças na parede celular ou por seleção de corantes específicos. Fotossensibilizadores como: azul de metileno, verde de malaquita, azul de toluidina O, cristal violeta, fitalocianinas, hematoporfirinas e protoporfirinas são alguns dos mais utilizados na Odontologia. Existem algumas bactérias presente na periimplantite que não necessitam do uso adicional de corantes externos pois possuem a capacidade de sintetizar a proporfirina IX, um dos corantes mais utilizados na PDT. Protocolo de aplicação da PDT, segundo Ferreira, et. al, 2010, O protocolo de aplicação da PDT baseia-se na utilização de 3ml de azul de metileno 0,005%(Chimiollux R) depositado sobre os locais onde se deseja promover redução microbiana. Após a aplicação do corante, o mesmo deverá permanecer no local por um período de 5 minutos. Esse espaço de tempo é chamado de préirrigação (PPI) e é essencial para que o processo de morte bacteriana ocorra. Após o PPi a região é irradiada com luz vermelha (660nm)-9j ou 315 j/cm2, por um período de 90 segundos, com um laser de 100mW. QUADRO DEMONSTRATIVO DE PROTOCOLO PARA TRATAMENTO DE PERIIMPLANTITE Sondagem Menor ou igual a 3mm; não há perda de inserção Menor ou igual a 3mm; há perda de inserção Maior que 3mm;sem perda de inserção Sangramento Não Supuração Não Mobilidade Não Diagnóstico Saúde periimplantar Tratamento Ausência de tratamento Sim Não Não Mucosite Instrução de higiene oral Não Não Não Hiperplasia Ausência de tratamento ou apenas instrução de higiene oral Maior que 3 mm; sem perda de inserção Sim Não Não Mucosite Instrução de hig. oral + limpeza com jato de bicarbonato ou taça de borracha 4-5 mm, com perda de inserção Sim Não Não Periimplantite Raspagem com curetas de plástico, jato de bicarb. Ou taça de borracha, irrigação com clorexidina + orint. Sobre hig. oral 4-5 mm,com perda de inserção Sim Sim Não Periimplantite Raspagem com curetas de plástico, jato de bicarb. Ou taça de borracha, irrigação com clorexidina, orientação sobre hig. oral + antibioticoterapia Maior que 5 mm; com perda de inserção Sim Não Não Periimplantite Raspagem com curetas de plástico, jato de bicarb. Ou taça de borracha+ irrigação com clorexidina+ téc. Regenerativas+ orientação de hig. oral+ antioticoterapia Maior que 5 mm; com perda de inserção Sim Sim Não Periimplantite Raspagem com curetas de plástico, jato de bicarb. Ou taça de borracha + irrig. Com clorexidina + téc. Regenerativas + orientação sobre hig. oral + antibioticoterapia Independe Independe Independe Sim Fracasso Remoção do implante Fonte: O Passo-a-Passo Cirúrgico na Implantodontia da Instalação à Prótese. De: Marco Aurélio Bianchini No quadro acima o autor faz um resumo demonstrando como se faz o diagnóstico das doenças periimplantares e como tratá-las. Mostra a doença da fase inicial até a mais crítica e ensina como interditá-la para não chegar à perda do implante. Faz uma retrospectiva de todas as formas de tratamentos e toda a medicação que poderá ser usada. DISCUSSÃO A princípio a implantodontia surgiu apenas com a preocupação do fator estética, tentando repor os dentes perdidos usando materiais homólogos e aloplásticos como dentes humanos, dentes de animais, osso esculpido, marfim e ouro. (Spiekermann, 2005) Para FURRER, 2011 com o advento dos implantes osseointegráveis de titânio houve uma revolução nos procedimentos de reabilitação oral. Porém, após a instalação dos implantes e das próteses, percebeu-se que patologias nos tecidos periimplantares podem colocar em risco tanto a osseointegração como o sucesso de alguns casos. Segundo CHVARTSZAID, 2011 periimplantite e perimucosite são as doenças que acometem os tecidos ao redor dos implantes, definindo esta última como uma versão da gengivite vista ao redor de implantes ancorados e é uma resposta à placa bacteriana. A periimplantite é definida como inflamação ao redor do implante com perda do osso de suporte. A hipótese para sua ocorrência é que o depósito bacteriano em hospedeiro susceptível irá suscitar e propagar perda óssea, eventualmente levando à perda do implante. Também LOUISE R. ROSE, 2007 acrescenta que outro fator a ser considerado é o oclusal. Um contato prematuro associado a presença do biofilme, provoca uma reabsorção no osso periimplantar de efeito rápido e comprometedor, colocando a estabilidade do implante em risco. PARENTE, 2007 relata que pode ocorrer perda prematura do implante por diversos fatores e afirma que um deles em especial é a colocação de implantes em pacientes com histórico de doença periodontal nos dentes remanescentes, pois bactérias potencialmente patogênicas encontradas nesses dentes, podem colonizar implantes que já estejam expostos ao meio bucal por um período de seis meses. No entanto, segundo KAROUSSIS citado por CANGUSSÚ, 2007 alguns implantes colocados em pacientes com comprometimento periodontal controlado e sem comprometimento acompanhados por um período menor ou igual a cinco anos, tiveram taxas de sobrevivência compatíveis. E ainda cita que só existe um estudo prospectivo que sustenta essa conclusão. . Quanto ao tratamento da periimplantite CHIAPASCO e ROMEO, 2007 em concordância com PARENTE,2007 descrevem vários tipos de tratamentos, do cirúrgico ao medicamentoso e a associação de ambos. Deixando claro que não há um protocolo específico para o tratamento e sim um conjunto de condutas que surtem efeito em determinados estágios da doença. E lembra que os antibióticos não devem ser usados indiscriminadamente, não só pelos efeitos tóxicos, mas também porque permitem selecionar cepas resistentes. E que ao se fazer uso de antibióticos, o correto é fazer um exame microbiológico para identificar os patógenos e assim eliminar os agentes etiológicos. MAROTTI, JULIANA, 2008 em consenso com FERREIRA, 2010 trazem uma inovação no tratamento da periimplantite, que é a aplicação da PDT(terapia fotodinâmica), não prometendo cura, mas oferecendo ao implantodontista/periodontista mais uma opção no combate à doença. Observando o que descrevem esses autores, percebe-se que ainda será necessário muitos estudos clínicos controlados, para determinar o tipo de tratamento específico da periimplantite. CONSIDERAÇÕES FINAIS De acordo com a literatura revisada, pode-se concluir que: - O sucesso do implante não se resume apenas à osseointegração, não diminuindo a sua importância é claro, mas a sobrevivência do implante sem ser acometido por doenças periimplantares como a mucosite e a periimplantite, e um correto ajuste oclusal é que darão o aval de bem sucedido. - Apesar dos vários métodos e técnicas propostos pela literatura para o tratamento das doenças periimplantares, ainda não se pode dizer que este ou àquele método, cirúrgico ou medicamentoso, seja eficaz sozinho. O percebido é que a associação de tratamentos tem surtido efeitos mais positivos no combate às bactérias causadoras de tais enfermidades periimplantares. REFERÊNCIAS ARMENTANO N. R. et. al, Ocorrência dos patógenos do complexo vermelho em sítios periodontais e periimplantares nas mesmas bocas.; Rev. Implantnews, VM Comunicações, 2006, pag.599. BIANCHINI M. A. O Passo-a- passo cirúrgico na Implantodontia da Instalação à Prótese. Santos,2008 pag.352. CANGUSSÚ, V. L. et. al, Doença periodontal, seus sinais e sequelas: limitações para o tratamento com implantes Osseointegrados; Rev. Dental Press, 2010, pag. 93-110. CHVARTSZAID D. KOKA S. On Manufactured, diseases Healthy, Mouths Infecteds, Minds. The International Journal of Prosthodontics,Volume 24, Number 2, 2011. CHIAPASCO, MATTEO. ROMEO, EUGENIO – Reabilitação Oral com Prótese Implantossuportada para Casos Complexos, Santos, 2007, pg. 417 a 449 FERREIRA, M.V.L. et.al– Laser: 50 anos de Evolução Contínua. DMC JOURNAL. Suprema, 2010, pg. 40 a 44. FONTAINE et. al, Regeneração óssea guiada. Rev. Implantnews, VM comunicações, 2008, pag. 370 FURREIRA, S. K. et al. Periimplantite. Alternativas de tratamento. Rev. Implantnews, 2011, pag.298 http://www.google.com.br/search?q=tecidos+de+suporte+dente/implante&hl=ptBR&biw=1280&bih=580&prmd=ivns&source=lnms&tbm=isch&ei=KRdLTu6AIu HDsQL38LHLCA&sa=X&oi=mode_link&ct=mode&cd=2&ved=0CBYQ_AUoAQ. Acessado em 16-08-2011 KLINGE B. et. al, Peri-implantitis. Journal, Dental Clínics of North America (Dent Clin North Am) Vol. 49 Issue 3 Pg. 661-76, vii-viii (Jul 2005) ISSN: 0011-8532 [Print] United States. Acessado em 10 de nov. de 2010. Disponível em: www.curehunter.com/public/pubmed15978246.d LOUIS R. ROSE et. al, Periodontia - medicina, cirurgia e implantes – Manutenção Periodontal e dos Implantes, Santos, 2007;pag.02. MAROTTI, JULIANA et. al, Terapia Fotodinâmica no Tratamento da Periimplantite. Revista Implantnews,VM Comunicações, 2008, pag.03 PARENTE, et. al, Periimplantite: Revisão de literatura . Revista Implantnews , VM Cultural,2007;4(4); SPIEKERMANN, de Hubertus, Implantologia, Artmed, 2005,pag.01