AS IRMÃS MERCEDÁRIAS E A SUA INFLUÊNCIA NA EDUCAÇÃO
SANTANTONIENSE
SANTOS, Daniel Francisco dos
SANTANA, Maria da Conceição de
I
APRESENTAÇÃO
O estudo sobre o Colégio Santo Antonio de Jesus e suas fundadoras é de grande
importância para a sociedade santantoniense pois acreditamos aproximar as pessoas de sua
realidade histórica, levando-as a perceber que todos estão ligados ao mesmo contexto de
historicização de tempo e espaço, numa mesma conjuntura de dinâmica social. Este trabalho fará
florescer recordações que talvéz se encontre adormecidas no mais profundo das lembranças da
comunidade santantoniense que de alguma maneira fizeram parte do processo educacional do
município. Destaca-se aqui a reflexão de Dante Marcelo Gallian o documento da história oral
deve ser entendido não só como um documento sobre o passado, mais também e principalmente
como um documento sobre o presente. 1
Partindo da necessidade de pesquisar uma história que estivesse mais próxima do
município, ou melhor dizendo vivida pela sociedade local estamos buscando reconstituir a
trajetória das Irmãs Mercedárias do Brasil em Santo Antonio de Jesus (1947-1990), dando ênfase
a sua atuação no campo da Educação, justamente pela razão de estudar e registrar a vivência de
pessoas que de algum modo estão inseridas neste processo de construção da história educacional
santantoniense na qual nos encontramos envolvidos.
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1
GALLIAN, Dante M. C. Projeto História nº 15. Revista do Programa de Estudos Pós graduados em História da
PUC – São Paulo.
1
Pretendemos explicitar as transformações ocorridas na Educação e nos modos de vida
local , e, consequentemente, a mudança do espaço urbano. Questionaremos também as
dificuldades encontradas pela Irmandade para obtenção de apoio na realização de suas obras.
É importante destacar as leituras de Janaína Amado quando ela mostra as
dificuldades encontradas quando se trabalha com a história regional , porém indica
possibilidades que a historiografia regional tem como capacidade apresentar o concreto no
cotidiano, o ser humano historicamente determinado, de fazer a ponte entre o individual e o
social . 2
Infelizmente na historiografia do município existe uma escassez de estudos voltados
para os problemas locais. A pouca bibliografia se dedica aos problemas de ordem Política e
Administrativa do município. No entanto, é relevante destacar a verdadeira importância desta
Irmandade para a população de Santo Antonio de Jesus, visto que há mais de 50 anos vem se
dedicando a obras sociais, a trabalhos junto à comunidade, à filantropia e a educação
principalmente, a formal , desenvolvida no Colégio Santo Antonio de Jesus.
Este trabalho tem se fundamentado a partir da reflexão de autores de história regional
no tocante ao conceito de região como subsídios para mostrar o que é peculiar na atuação das
Irmãs Mercedárias, a influência na sociedade, como era essa educação, quem tinha acesso a ela,
quem eram as famílias que colocavam suas filhas no internato, qual a origem dessas pessoas, para
isso toma-se como referencial para esta pesquisa a afirmação de Alistaer Thonson:
O processo de recordar é uma das principais formas de nos identificarmos
quando narramos uma história. Ao narrar uma história , identificamos o que
pensamos o que éramos no passado, quem pensamos que somos no presente
e o que gostaríamos de ser. 3
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2
AMADO,, Janaína. “História e Região” : Reconhecendo e Construindo Espaços. In. SILVA, Marcos A. da.
República em Migalhas, História Regional e Local. Ed. Marco Zero, 1990, p.p. 11 - 2.
3
THOMSON Alistair.. Recompondo a Memória: Questões sobre a relação entre a História e as memórias. Projeto
História, São Paulo, 1997.
2
II
Para se falar da Ordem das Mercedárias em Santo Antonio de Jesus, faz-se necessário
conhecer um pouco sobre a origem dessa ordem. Segundo Xavier Pikasa a Ordem das
Mercedárias surgiu na Espanha no século XIII para conter a sanha dos muçulmanos sobre os
cristãos e teve como fundador o comerciante Pedro de Nolasco, por volta de 1203 em Barcelona
quando entregou todos os seus bens em favor dos cativos*, dos necessitados, dos excluídos.
Converteu-se e passou dedicar-se, ao serviço religioso em favor dos perseguidos pelos
muçulmanos na Espanha. A Ordem foi oficializada pelo rei Jaime I em 1218 com o nome de
Ordem da Virgem Maria da Mercê, por ser Pedro Nolasco um devoto de Maria, que era
considerada “Virgem da Mercê”, mãe da Mercê. O autor coloca o sentido da palavra mercê como
“ misericórdia e mais expressamente aquela que se exprime redimindo os cativos.”4
Vale ressaltar que essa ordem era formada por padres e que na colonização brasileira
os mercedários já se faziam presentes, na Ordem de Santa Maria das Mercês , conforme
depoimentos de religiosos pertencentes à mesma. “ Em 1630 os Mercedários descem de Iquíto no
Equador para a Amazônia, em 1859 chegam a São Luís do Maranhão e em 1925 as Mercedárias
da Caridade se fixam no Sul do país.
Desse breve relato feito sobre o surgimento da Ordem Mercedária, daremos um salto
até a fundação da Congregação da Ordem das Irmãs Mercedárias Missionárias do Brasil, e para
se falar dessa Irmandade necessário se faz conhecermos também sobre a vida da fundadora,
Madre Lúcia Stchepare.
A Madre Lúcia Etchepare nasceu em 6 de julho de 1882. Era natural de Carmelo –
Uruguai, filha de Pedro Etchepare e Maria Sótil Etchepare. Em 31 de janeiro de 1901, com 19
anos de idade entrou no Instituto de Nossa Senhora das Mercês do Divino Mestre, em Buenos
Aires – Argentina. Seu maior sonho era morar no Brasil, tendo como referência o Piauí, onde se
fixou no ano de 1937 na cidade na cidade de São Raimundo Nonato, sendo recebida pelo seu
superior o Bispo Dom Inocêncio Lopes Santamaria. Em 10 de agosto de 1938 fundou a
Congregação das Irmãs Mercedárias Missionárias do Brasil, tendo a Madre Lúcia Stchepare
como Supervisora Geral e local.
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4
GONZALEZ, D. Cândido Lorenzo O . M. Madre Lúcia. Uma Vida a Serviço do Povo.Edições, 1988.
3
Segundo Xavier Pikaza “o povo de São Raimundo Nonato pela primeira vez presencio
na Igreja Matriz a cerimônia de vestição das primeiras Postulantes; vestidas de noivas,
acompanhadas com suas modinhas, entregar-se a Nosso Senhor, numa doação total da vida
religiosa. A Congregação estava fundada sob a proteção de Nossa Senhora das Mercê , Pedro
Nolasco, São Raimundo Nonato e Santa Terezinha do Menino Jesus.”5
III
Um dos principais objetivos desta pesquisa é resgatar a memória do município através
do estudo das transformações sociais ocorridas e o trabalho desenvolvido pelas Irmãs
Mercedárias na tentativa de minimizar o problema educacional santantoniense.
As reflexões de Vera Alice Cardoso Silva evidenciam que:
A história regional apresenta-se como um enfoque de análise insubstituível,
pois seu objetivo é sempre uma articulação complexa de relações econômicas,
sociais e políticas, em espaços e grupos determinados. 6
Walter Benjamin também afirma que a história é objeto de uma construção cujo lugar não é o
tempo homogêneo e vazio, mas um tempo de agoras.7 Isso faz com que o historiador se preocupe
com o presente, pois este é a base para conduzi-lo ao passado. Desta forma é relevante pesquisar
o papel social que esta Irmandade desempenhou em Santo Antonio de Jesus, resgatando a
memória cultural do município.
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5
PIKAZA, Xavier O .M. Pedro Nolasco, O Libertador. Tetesmunho Evangélico em favor dos cativos. Edições
Loyola, São Paulo, 1985.
6
SILVA, Vera Alice Cardoso. Regionalização o enfoque Metodológico e a Concepção Histórica. In. SILVA, Marco
A . da. República em Migalhas, História Regional e Local. Ed. Marco zero, 1990.
7
BENJAMIN, Walter. Magia e Técnica. Arte e política. São Paulo, 1993. Obras Escolhidas, p. 229.
4
A implantação do Colégio Santo Antonio de Jesus, ocorreu de maneira quase que
inesperada, graças à decisão da Madre Lúcia Etchepare de transferir o Noviciado do Piauí para a
cidade de Santo Antonio de Jesus – Ba, pensando na possibilidade de melhorar a formação das
Noviças e postulantes, no aumento de vocações e na assistência religiosa que as mesmas teriam
pelo Assistente Religioso e outros Sacerdotes. Em 1947, chegaram a esta cidade duas irmãs
Mercedárias: a Madre Maria do Rosário de Almeida e a Irmã Trindade Vaz, com o objetivo de
procurarem uma casa para alugar, a qual seria a Casa de Formação da Congregação das
Mercedárias na Bahia, e que iria acolher as jovens candidatas à vida religiosa aqui do Estado, já
que levá-las ao Piauí ficaria muito distante.
Estando na cidade, as duas irmãs entraram em contato com o prefeito, naquela época o Sr.
Antonio Fraga, o qual fez um insistente apelo às Irmãs que ficassem na cidade e que fundassem
aqui uma escola, porque era a maior carência da localidade naquele momento,
ressaltando que, nas primeiras décadas do século XX, o nível educacional em Santo Antonio de
Jesus era apenas primário.
O pedido do prefeito foi levado ao conhecimento da Madre Lúcia Etchepare,
fundadora e supervisora geral da Congregação, que aprovou o pedido e fundou em 24 de maio de
1947 a Escola Nossa Senhora das Mercês, patrona da Congregação.
De início, a escola manteve o ensino primário de 1º ao 5º ano e cursos profissionais
como corte costura, datilografia, música e artes manuais. A Escola teve como diretora a Madre
Maria do Rosário de Almeida. O prédio onde funcionou a Escola Nossa Senhora das Mercês foi a
casa onde funcionou a casa de Móveis São Jorge, situada à Rua Prudente de Morais e a 1ª
residência das irmãs foi a casa onde hoje funciona o Hotel Central, situado à Praça Felix Gaspar.
Podemos citar as primeiras professoras da Escola, como a Madre Rosário, Marisete Reis e Mary
Santana Menezes, que residem na cidade. Podemos também destacar alguns nomes dos primeiros
alunos: Madalena Vieira dos Santos, Terezinha Bispo Menezes, Diva Lucena dos Santos, Dalva
Lucena dos Santos, Raquel Maria de Jesus, Gorgonio José de Araújo Neto.
A Escola cresceu e houve a necessidade de se criar um Ginásio, o qual foi fundado em
27 de novembro de 1949. Em 03 de março de 1950 iniciou-se a primeira turma ginasial
funcionando a princípio numa casa situada à rua 7 de Setembro, tendo como proprietário o Sr.
Félix Sande. Dois anos depois foi construído o prédio, onde hoje está localizado o Colégio Santo
Antonio de Jesus, situado à Rua Monsenhor Antonio Oliveira. E em 12 de dezembro de 1953, os
5
alunos receberam o certificado de conclusão de curso, sendo na época diretor o Padre Antonio
Oliveira, ficando até o ano de 1958. A partir de 1959, assumiu a direção a Madre Maria do
Rosário de Almeida.
No ano de 1953, foi criado o Curso Pedagógico Nossa Senhora das Mercês para
jovens que pretendiam seguir a carreira do Magistério, e anos depois outros cursos foram criados
a exemplo do curso científico.
Durante toda a trajetória do Colégio Santo Antonio de Jesus, somente religiosos
puderam ser diretores, o que permanece até os dias de hoje. No entanto , no período de 1989 à
1993 o Colégio foi alugado a um grupo não religioso.
IV
Conhecida como “ A Cidade das Palmeiras,” devido as suas palmeiras seculares, é
uma das mais importantes cidades do recôncavo baiano, localizada às margens da BR-101, a 187
km por (via terrestre) e 90 km até o terminal marítimo de Bom Despacho via BA 001 e mais
14km via mar até à cidade de Salvador, capital da Bahia. Sua extensão territorial é de 252 km2 e a
população estimada em um total de 74.540 sendo 36.862 km2 do sexo masculino e 40.478 são do
sexo feminino.8
A cidade faz limites com os Municípios de Varzedo, Conceição do Almeida, Aratuípe,
Laje, Muniz Ferreira, Dom Macedo Costa, Elízio Medrado e São Miguel das Matas.
Fazendo uma breve retrospectiva da história do município de Santo Antonio de Jesus,
vale ressaltar que até 1880 a cidade era Vila, pertencente à Nazaré das Farinhas, cidade que
estava em ascensão devido à sua privilegiada localização geográfica e proximidade do porto de
São Roque e Salvador (Via marítima/fluvial). Por muito tempo Nazaré tornou-se a cidade
Mercantil da Região, pois todo o comércio era feito através da Estrada de Ferro até os Portos.
Com a criação da Rodovia BA 001, interligando Santo Antonio de Jesus a Bom Despacho na Ilha
de Itaparica, Nazaré das Farinhas entra em decadência e o eixo do comércio a metrópole do
recôncavo é deslocado para Santo Antonio de Jesus, passando a comandar o comércio da região
do Recôncavo Sul da Bahia.
6
Graças à sua posição geográfica junto à Baia de Todos os Santos, aliada à sua
proximidade com as rodovias BR 101, BA 001 e BR 026, o município tornou-se um importante
entroncamento rodoviário dos anos 80, o que fez impulsionar o crescimento das suas atividades
comerciais.
No que tange a questão da dinâmica Educacional, Santo Antonio de Jesus hoje conta
com Escolas que abrangem desde a Escola Fundamental à Universtária. Duas grandes escolas
públicas e três instituições privadas atuam no ensino médio.
Com relação ao Ensino Fundamental a cidade conta com várias Escolas Públicas
Estaduais, Municipais ,e inúmeras Escolas Particulares. A Educação em Santo Antonio de Jesus
vem captando alunos oriundos de cidades vizinhas em busca de um ensino de melhor qualidade,
o que vem fortalecer ainda mais a liderança do município a nível educacional sobre os demais da
região.
A cidade é Centro Convergente quando se parte para a Educação de Nível Superior,
pois é comprovado estatisticamente que a maior parte dos alunos que estudam na UNEBUniversidade do Estado da Bahia, no Departamento de Ciências Humanas – Campus V são
vindos de várias cidades não só do Recôncavo, como também de outras regiões e até mesmo da
Capital.
V
A finalidade deste trabalho é mostrar a influência desta Irmandade em Santo Antonio
de Jesus, principalmente no que se refere a Educação, por entender que as Mercedárias atuando
até anos atrás com um Internato para moças que vinham de vários Estados para estudar,
desencandearam um contexto histórico e civilizatório da população Santantoniense, sendo um
marco no processo de modernização da cidade, razão pela qual o Colégio Santo Antonio de Jesus
e Irmandade continuam atuando há mais de 50 anos.
Através do estudo sobre essa congregação buscaremos chegar aos valores que existiam
nessa época, que se manifestavam na religiosidade, no lazer, no trabalho, nas festas e na conduta
diária da população de santo Antonio de Jesus.
7
Colégio Santo Antonio de Jesus contribuiu para a formação profissional de muitos
jovens, não só da cidade e região, mas também de várias partes do país, inclusive para seguir a
carreira missionária, por ser este o único colégio secundarista existente naquele período,
oferecendo vários cursos tais como: Curso Científico, Secretariado e Magistério criado em 1953 e
que era denominado na época de curso Pedagógico Nossa Senhora das Mercês, curso de
datilografia, corte e costura, bordados , culinária dente outros, formando assim várias turmas de
profissionais na Área de Educação.
O Colégio atualmente possui uma ótima infra-estrutura, com um espaço privilegiado,
oferecendo aos alunos lazer, com quadra de esportes, salão de jogos, auditório, biblioteca, sala de
informática, com professores graduados e pós-graduados e fundamentando-se segundo suas
diretrizes: compreender a pessoa e a realidade; diálogo interativo; as bases da justiça social,
econômica e cultural e política com ênfase em direitos humanos; elevar a auto-estima para que o
sujeito acredite em si, desenvolvendo as suas potencialidades e favorecendo a sua convivência
com o outro e com e cosmos; possibilitar o crescimento humano na sua totalidade; interação
família x escola no processo de desenvolvimento da personalidade, na construção dos valores, na
descontração de hábitos, conhecimentos e interpretação que são contrários à visão do ser humano.
As Irmãs Mercedárias, além da Educação formal também atuam com trabalhos
desenvolvidos juntos à comunidade local e cidades circunvizinhas com creches, trabalhos com
adolescentes, creches-escolas em bairros da periferias, atuam em hospitais, casa de convivência
3ª idade, pastorais vocacional da criança, dependentes químicos, encarcerados e outros trabalhos
sociais.
Hoje, o Colégio conta com um total de 416 alunos matriculados, compreendendo desde
as séries iniciais até o Ensino Fundamental, com o lema “Educando para a Vida e a Liberdade.”
Apresenta-se aqui a proposta Pedagógica do Colégio Santo Antonio, segundo
informações da Irmã Mercedária Maria Raimunda Pereira Soares diretora do colégio que aponta
como novidade a valorização da pessoa humana, vista como “ pessoa”; com a capacidade de se
desenvolver , de crescer, de vir a ver aquilo que Deus propõe para ela, que é a Liberdade.
Segundo seu depoimento, a proposta está relacionada com a questão dos valores e dos
ensinamentos pedagógicos conjugando as duas realidades: valores e ensino-aprendizagem de
conteúdo. Os conteúdos são importantes, mas a valorização do outro como pessoa é maior.
Segundo depoimento da referida irmã, a Educação do Colégio Santo Antonio tem a
preocupação de ser além cidadania; é uma educação que vai além dos direitos e deveres. Ela
8
transcende esta realidade. Ela tem o compromisso com a espiritualidade do cidadão, que vai além
dos quatro pilares da UNESCO que são: Aprender a Aprender, Aprender a Fazer, Aprender a
Conviver e Aprender a Conhecer. Elas priorizam um quinto pilar que é aprender a transcender,
que é desenvolver o sentido da própria vida numa relação com Deus, levando a pessoa a
desenvolver a vida interior, intelectual, moral, a ser um ser solidário, trabalhando na sua
totalidade intelectual, moral, humana, psicológica, cultural, política e social.
Para fortalecer o seu trabalho junto aos setores excluídos da sociedade, a Irmandade criou o
NISSA – (Núcleo Social de Santo Antonio de Jesus) contando com apoio de comerciantes,
desenvolvendo atividades ocupacionais com adolescentes e a produção de alimentos através de
hortas para as crianças das creches – escolas em parceria com a UNEB - Campus V e a Mãos
Unidas da Espanha.
É possível perceber que é notória a influência que as Mercedárias desenvolveram e
vêm desenvolvendo ao longo desses anos, não só em Santo Antonio de Jesus e também em outras
regiões do país, não só na área educacional, mas assistido a pessoas carentes a partir das
premissas estabelecidas na mística da Ordem.
VI
Por se tratar de um exercício de investigação onde a memória aparece com muita
ênfase foi escolhido como referência metodológica o trabalho com fontes orais, o que levou ao
diálogo com vários estudiosos sobre o assunto com por exemplo Allistais Thomson, Alessandro
Portelli, que detém autoridade sobre o assunto utilizando este tipo de fonte.
Também é de fundamental importância destacar as leituras de E.P. Thompsom e
Raymond William que trabalham a história social com ênfase nos estudos culturais, assim como
os trabalhos de pesquisadores brasileiros e baianos que trabalham com a História Regional
Cabe ao historiador a responsabilidade de colocar a sociedade a par de sua realidade
histórica, despertando a conscientização de sua participação direta ou indireta na construção de
sua história, como um relevante fundamento, percebendo que a história, não é apenas
factualidade, mas sim construída com a participação de todos e que Santo Antonio de Jesus não é
exceção desse processo histórico. Daí a necessidade de estudarmos a história das Irmãs
9
Mercedárias do Colégio Santo Antonio de Jesus, como elementos que contribuíram para
construção histórica deste município.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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AMADO,, Janaína. “História e Região” : Reconhecendo e Construindo Espaços. In. SILVA,
Marcos A. da. República em Migalhas, História Regional e Local. Ed. Marco Zero, 1990, p.p.
11 - 2.
BENJAMIN, Walter. Magia e Técnica. Arte e política. São Paulo, 1993. Obras Escolhidas, p.
229.
GALLIAN, Dante M. C.
Projeto História nº 15. Revista do Programa de Estudos Pós
graduados em História da PUC – São Paulo. Jos(Re) Introduzindo a História Oral no Brasil
GONZALEZ, D. Cândido Lorenzo O . M. Madre Lúcia. Uma Vida a Serviço do Povo.
Edições, 1988.
http://www.clisaj.com.br . História de Santo Antonio de Jesus.
MADRE LÚCIA. Uma Vida a Serviço do Povo. 1988.
PIKAZA, Xavier O .M. Pedro Nolasco, O Libertador. Tetesmunho Evangélico em favor dos
cativos. Edições Loyola, São Paulo, 1985.
QUEIROZ, Fernando Pinto de. A Capela do Padre Matheus. Feira de Santana – Ba, SAGRA,
1995.
SANTOS, Miguel Cerqueira dos Santos. O Denomismo Urbano e suas implicações regionais a
exemplo de Santo Antonio de Jesus. Editora UNEB. Salvado r -BA, 2002.
SILVA, Vera Alice Cardoso. Regionalização o enfoque
Metodológico e a Concepção
Histórica. In: SILVA, Marco A . da. República em Migalhas, História Regional e Local. Ed.
Marco Zero, 1990.
THOMSON Alistair.. Recompondo a Memória: Questões sobre a relação entre a História e as
memórias. Projeto História, São Paulo, 1997.
XAVIER PIKAZA, O.M. Pedro Nolasco, Libertador. Testemunho evangélico em favor dos
cativos. Editora Loyola, São Paulo, 1985.
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