03
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM EM PROCESSO
Língua Portuguesa
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO
8o ano do Ensino Fundamental
Turma _________________
2o semestre de 2014
Data _____ / _____ / _____
Escola ___________________________________________________
Aluno ___________________________________________________
Leia o texto e responda à questão 01.
3 motivos para ser contra testes em animais
Por Fabio Chaves
Cruel, arcaica e ineficiente: esta é a indústria bilionária dos testes em animais
São cada vez mais comuns as manifestações públicas e organizadas de repúdio aos testes em animais. Na Itália, milhares de pessoas foram às ruas e conseguiram fechar um biotério1 (lugar que “fabrica” animais) com mais de 2.500
cães da raça Beagle que seriam usados para testes farmacêuticos. Aqui no Brasil, um forte grupo está organizado para protestar contra o Instituto Royal, localizado em São Roque - SP, que tortura atualmente cerca de 60 Beagles. Logo
após este grande protesto em São Roque que, segundo os ativistas, foi apenas
o primeiro, o ativista e presidente da ONG VEDDAS George Guimarães falou
por mais de 20 minutos ao vivo sobre o assunto na Record News. Há anos, um
vídeo documentário do Instituto Nina Rosa, de São Paulo, denuncia os testes
em animais. O documentário chama-se “Não Matarás” e está disponível gratuitamente no Youtube. Estes são apenas alguns exemplos. Fica claro que não há
mais espaço para este tipo de atividade na época em que estamos [...]:
1
Biotério: lugar onde se conservam animais vivos para estudos experimentais.
Disponível em: <http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portuguesportugues&palavra=biotério>. Acesso em: 26 de março de 2014.
1. Testes em animais são extremamente cruéis
Para testar drogas e insumos para a indústria, bilhões de animais – principalmente roedores, cães, gatos e primatas – são trancados em laboratórios anualmente e submetidos a práticas dolorosas. Inserção de substâncias tóxicas em
seus olhos, inalação forçada de fumaça e implantação de eletrodos em seu
cérebro são apenas algumas destas práticas. Via de regra, são utilizados animais de pequeno porte e dóceis, para facilitar o manejo dentro dos institutos
de pesquisa. [...]
2. Testes em animais atrasam o desenvolvimento da ciência
Em todo o mundo, especialistas se dividem sobre o papel dos testes em animais no progresso científico. De um lado, há os que dizem que não há condições de haver novas descobertas importantes para a saúde humana sem este
tipo de prática. Por outro lado, existe o grupo dos que dizem que os testes
animais impedem que a ciência evolua, mantendo-a em um ciclo arcaico de
práticas sem razão.
Um destes entusiastas do fim dos testes em animais é o médico norte-americano Ray Greek que, em 2010, disse à Revista Veja:
“As drogas deveriam ser testadas em computadores, depois em tecido humano
e daí sim, em seres humanos. Empresas farmacêuticas já admitiram que essa
será a forma de testar remédios no futuro.”
Ray afirma que os testes são uma falácia2 e que atrasam a ciência. Ele é voluntário para testes em humanos, desde que observados todos os pré-requisitos
de segurança.
3. Testes em animais são ineficientes
Grupos de cientistas favoráveis a testes sem animais usualmente citam o lucro
da indústria como principal causador de sua permanência no meio acadêmico
e farmacêutico. Fica claro que há uma economia dependente dos bilhões de
dólares investidos por ano neste mercado. Porém, este dinheiro não está sendo aplicado para o bem das pessoas.
[...]
Disponível em: <http://vista-se.com.br/3-motivos-para-ser-contra-testes-em-animais/>. Acesso em: 26
de março de 2014. (adaptado).
2
2
Falácia: (2) Engano, logro, burla. Disponível em:
<http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portuguesportugues&palavra=falácia>. Acesso em: 31 de janeiro de 2014.
Avaliação da Aprendizagem em Processo • Prova do Aluno – 8o ano do Ensino Fundamental
Questão 01
Assinale a alternativa em que há duas opiniões distintas sobre a utilização de
animais em testes científicos.
(A) “Na Itália, milhares de pessoas foram às ruas e conseguiram fechar um biotério (lugar que “fabrica” animais) com mais de 2.500 cães da raça Beagle
que seriam usados para testes farmacêuticos”.
(B) “ [...] há os que dizem que não há condições de haver descobertas importantes para a saúde humana sem este tipo de prática”. “[...] existe o grupo
dos que dizem que os testes em animais impedem que a ciência evolua”.
(C) “Um destes entusiastas do fim dos testes em animais é o médico norte-americano Ray Greek [...]”. “Ray afirma que os testes são uma falácia e que
atrasam a ciência”.
(D) “[...] no Brasil, um forte grupo está organizado para protestar contra o Instituto Royal, localizado em São Roque-SP, que tortura atualmente cerca de
60 Beagles”.
Leia o texto e responda à questão 02.
Quem inventou o semáforo
A palavra em si foi criada na Grécia antiga - com a junção dos termos sema (sinal) e phoros (que leva) - para dar nome a um sistema utilizado para transmitir
mensagens por tabuletas. Demorou mais de um milênio para surgir o semáforo como o conhecemos: um dispositivo para controle de tráfego. Foi nas esquinas movimentadas de Londres, em 1868, que se instituíram lanternas verdes e
vermelhas para organizar o fluxo de carruagens e pedestres. A utilização dos
mesmos sinais com luzes elétricas, por sua vez, teve início em 1914 na cidade
de Cleveland, Estados Unidos. As luzes eram controladas por guardas que se revezavam no local. Em 1917, a luz amarela foi acrescentada aos sinais de trânsito
de Detroit, no mesmo país - e o sinaleiro automático, que dispensava a operação
manual, surgiu na década seguinte. Já o primeiro registro da utilização de luz
vermelha para sinalização data de 1806, em um farol na costa britânica.
Pouco depois, os navios começaram a usá-la e, em seguida, foi a vez das ferrovias. A cor foi escolhida por um motivo prático: ao realizar testes de transparência com vidros coloridos, o engenheiro Robert Stevenson, responsável pela
construção do tal farol, descobriu que o vermelho era o que deixava passar
mais luz.
Disponível em: <http://mundoestranho.abril.com.br/materia/quem-inventou-o-semaforo>. Acesso em:
09 de dezembro de 2013. (adaptado)
Avaliação da Aprendizagem em Processo • Prova do Aluno – 8o ano do Ensino Fundamental
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Questão 02
De acordo com o texto, a palavra semáforo foi criada
(A) em Londres.
(B) em Cleveland.
(C) na Grécia antiga.
(D) em Detroit.
Leia o texto e responda à questão 03.
Roer as unhas faz mal para a saúde?
O problema é a sujeira que vai junto para o estômago
Por Fernanda de Almeida
E como! Existem pesquisas que mostram que quem rói as unhas tem diarreia e
infecções com maior frequência.
O problema não é o pedacinho de unha que você engole – eca! –, pois o organismo consegue digeri-lo, mas a sujeira que vai junto para o estômago.
Imagine: você mexe em várias coisas e, aos poucos, partículas de poeira e sujeira se acumulam embaixo das unhas. Daí, se elas ficam em contato com a
boca, os micro-organismos que podem causar doenças vão para dentro do
corpo. Está roendo ainda?
Disponível em: <http://www.recreio.com.br/licao-de-casa/roer-as-unhas-faz-mal-para-a-saude>. Acesso em: 07 de janeiro de 2014. (adaptado)
Questão 03
Segundo o texto, roer as unhas provoca
(A) dor de estômago.
(B) febre alta e arrepios.
(C) diarreia e infecções.
(D) indigestão crônica.
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Avaliação da Aprendizagem em Processo • Prova do Aluno – 8o ano do Ensino Fundamental
Leia o texto e responda à questão 04.
Novo-cão
Foi-se o tempo em que os cachorros guardavam a residência e, por isso, ficavam ao relento. Totó que se preza, hoje, vive dentro de casa
com toda a mordomia. Muitos incorporam até
as angústias que afligem seus donos.
Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/2008/gestar2/lingport/tp5_lingport.pdf>.
Acesso em: 27 de março de 2014.
Questão 04
A bolsa de gelo na cabeça do novo-cão remete à ideia de que ele
(A) prefere viver solto nas ruas.
(B) gosta de se refrescar no verão.
(C) é um animal de estimação sem importância.
(D) absorve os problemas dos proprietários.
Avaliação da Aprendizagem em Processo • Prova do Aluno – 8o ano do Ensino Fundamental
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Leia o texto e responda à questão 05.
O pão francês veio da França?
Saiba como essa delícia surgiu no Brasil
Ele nem existe na França! A confusão rolou no século 19, quando o pão popular entre os franceses era curto, cilíndrico, com miolo duro e casca dourada
(quase uma baguete). No Brasil, o pão tinha miolo e casca escuros. Brasileiros
que iam a Paris voltavam pedindo aos padeiros um pão como o da França. Ao
tentarem reproduzi-lo, os padeiros criaram nosso pãozinho francês.
Disponível em: <http://www.recreio.com.br/licao-de-casa/o-pao-frances-veio-da-franca>. Acesso em:
07 de janeiro de 2014.
Questão 05
O assunto principal do texto é a
(A) produção do pãozinho francês.
(B) origem do pão francês.
(C) visita dos brasileiros a Paris.
(D) cor do miolo e da casca do pão.
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Avaliação da Aprendizagem em Processo • Prova do Aluno – 8o ano do Ensino Fundamental
Leia o texto e responda à questão 06.
E tinha aquele professor de gramática que gostava de falar direitinho, um português limpo, a pronúncia bem-caprichada, os termos bem-escolhidos. Ao ouvir as gírias que os filhos usavam, ficou escandalizado e pediu:
- Eu queria pedir um favor, pode ser?
- Claro, papai.
- Por favor, não falem duas palavrinhas: uma é “cafona” e a outra é “careta”. Está bem?
- Tudo bem, papai. Quais são as palavras?
ZIRALDO. As anedotinhas do Bichinho da Maçã. 14 ed. São Paulo: Melhoramentos, 1988, p. 8.
Questão 06
São exemplos de gíria as seguintes palavras do texto:
(A) “cafona” e “careta”.
(B) “falar” e “ouvir”.
(C) “gramática” e “pronúncia”.
(C) “limpo” e “escandalizado”.
Avaliação da Aprendizagem em Processo • Prova do Aluno – 8o ano do Ensino Fundamental
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Leia o texto e responda à questão 07.
Disponível em: <http://chc.cienciahoje.uol.com.br/multimidia/revistas/reduzidas/224/#/10/zoomed>.
Acesso em: 17 de outubro de 2013. (adaptado)
Questão 07
No texto, as várias reticências (...) utilizadas pelo autor para escrever a palavra
“lagartixa” sugerem
(A) o espichar da palavra para imitar o seu formato.
(B) o desenho da palavra para indicar a transformação do jacaré.
(C) a construção de uma escada em forma de letras para a lagartixa descer.
(D) a transformação da palavra jacaré, após a lagartixa descer as escadas.
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Avaliação da Aprendizagem em Processo • Prova do Aluno – 8o ano do Ensino Fundamental
Leia o texto e responda à questão 08.
[...] “Que história vai me contar hoje, vó?”, eu perguntava. “Hoje vou contar a
história de um homem muito piedoso: Noé”. Eu fechava os olhos e me abandonava. Adorava quando ela enumerava todos os animais. Era uma lista imensa
de nunca se acabar. Adorava quando aparecia o monte Ararat.
Em cada almoço ela me contava uma história daquele povo nômade e eu ia
junto, atravessando o deserto. Fiquei íntima de tâmaras3 e camelos. Depois de
cada história, ela me ensinava uma oração. Perto dela, daquela pequena avó
sempre com um livro na mão, eu deixava o sagrado invadir minha vida [...].
MURRAY, Roseana. Território de sonhos. 1. ed. Rio de Janeiro: Rocco, 2006. p. 88-89.
Questão 08
Assinale a alternativa em que a autora faz referência a uma personagem bíblica para compor seu texto.
(A) “Em cada almoço ela me contava uma história [...]”.
(B) “[...] vou contar a história de um homem piedoso: Noé”.
(C) “Depois de cada história, ela me ensinava uma oração”.
(D) “[...] ‘Que história vai me contar hoje, vó?’, eu perguntava”.
Leia o texto e responda à questão 09.
LIVRO – A troca
Lygia Bojunga Nunes
Pra mim, livro é vida; desde que eu era muito pequena os livros me deram casa
e comida.
Foi assim: eu brincava de construtora, livro era tijolo; em pé, fazia parede, deitado, fazia degrau de escada; inclinado, encostava num outro e fazia telhado.
E quando a casinha ficava pronta eu me espremia lá dentro pra brincar de morar em livro.
3
Tâmara – sf. O fruto da tamareira. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Miniaurélio: o minidicionário
da língua portuguesa. 7. ed. Curitiba: Positivo, 2008. p.763.
Avaliação da Aprendizagem em Processo • Prova do Aluno – 8o ano do Ensino Fundamental
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De casa em casa eu fui descobrindo o mundo (de tanto olhar pras paredes).
Primeiro, olhando desenhos; depois, decifrando palavras.
Fui crescendo; e derrubei telhados com a cabeça.
Mas fui pegando intimidade com as palavras. E quanto mais íntimas a gente ficava, menos eu ia me lembrando de consertar o telhado ou de construir novas
casas. Só por causa de uma razão: o livro agora alimentava a minha imaginação.
Todo dia a minha imaginação comia, comia e comia; e de barriga assim toda
cheia, me levava pra morar no mundo inteiro: iglu, cabana, palácio, arranha-céu, era só escolher e pronto, o livro me dava.
Foi assim que, devagarinho, me habituei com essa troca tão gostosa que – no
meu jeito de ver as coisas – é a troca da própria vida; quanto mais eu buscava
no livro, mais ele me dava.
Mas, como a gente tem mania de sempre querer mais, eu cismei um dia de
alargar a troca: comecei a fabricar tijolo pra – em algum lugar – uma criança
juntar com outros, e levantar a casa onde ela vai morar.
(Mensagem de Lygia Bojunga para o Dia Internacional do Livro Infantil e Juvenil, traduzida e divulgada nos 64 países membros do IBBY).
Disponível em: <http://www.casalygiabojunga.com.br/pt/livroatroca.html>. Acesso em: 12 de dezembro de 2013.
Questão 09
Em “Comecei a fabricar tijolo pra – em algum lugar – uma criança juntar com
outros, e levantar a casa onde ela vai morar”, a expressão grifada significa que
a autora
(A) foi trabalhar em uma fábrica de tijolos.
(B) começou a construir casas com livros.
(C) começou a produzir tijolos.
(D) se tornou escritora de livros.
10
Avaliação da Aprendizagem em Processo • Prova do Aluno – 8o ano do Ensino Fundamental
Leia o texto e responda à questão 10.
O Mercúrio
A febre. O termômetro escapa da minha mão, parte-se o vidro pelo meio e
a gota de mercúrio escapa e rola livre no ladrilho. Fico de joelhos tentando
pegá-la mas ela foge roliça, densa foge tão sagaz que me excito com o jogo,
alcanço-a lá adiante mas ela entra debaixo do armário e agora me espia com
sua pupila prateada, luzindo no escuro. Estendo o braço, toco-a de leve com
a ponta do dedo e ela vem resvalando4 pelo declive do ladrilho, vem ao meu
encontro, inteira e intacta, protegida pela imponderável5 película de poeira
que foi recolhendo na fuga. Consigo aprisioná-la, estou radiante, é minha! E a
gota se fragmenta numa explosão silenciosa e os estilhaços – mil bolinhas de
mercúrio – escorrem pelos meus dedos e se perdem no chão.
TELLES, Lygia Fagundes. A Disciplina do Amor: Memória e Ficção. São Paulo: Companhia das Letras,
2010. p.199.
Questão 10
Assinale a alternativa que apresenta os fatos do texto em sequência lógica.
(A) O vidro partiu-se; o termômetro escapou da minha mão; a gota de mercúrio escapou e rolou livre no ladrilho.
(B) O termômetro escapou da minha mão; o vidro partiu-se; a gota de mercúrio escapou e rolou livre no ladrilho.
(C) A gota de mercúrio escapou; a gota de mercúrio rolou livre no ladrilho; o
termômetro escapou da minha mão; o vidro partiu-se.
(D) A gota de mercúrio rolou livre no ladrilho; a gota de mercúrio escapou; o
vidro partiu-se; o termômetro escapou da minha mão.
4
5
R
esvalando: deslizando, escorregando. Disponível em: <http://michaelis.uol.com.br/moderno
portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=resvalar>. Acesso em: 16 de janeiro de 2014.
I mponderável: que não se pode pesar. Disponível em: <http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/
index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=imponderável>. Acesso em: 16 de janeiro de 2014.
Avaliação da Aprendizagem em Processo • Prova do Aluno – 8o ano do Ensino Fundamental
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FOLHA DE RESPOSTAS DO ALUNO
QUESTÕES
A
B
C
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
12
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D
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