Saúde Coletiva: ciência e politica Unicamp Março 2015 Ana Maria Costa: docente ESCS/DF, Presidentes do Cebes. Coordenadora Geral Alames • • • • • • Policia medica Higienismo Saude publica Medicina preventiva Medicina social Anos 70: saude coletiva Saude coletiva • Nova área de produção de conhecimentos cientificos • Deslocamento dos temas classicos da saude publica (materno infantil, dermatologia sanitaria, etc • Avança além dos enfoques da epidemiologia, administracao e planejamento para a aborgagem multidisciplinar • Ciencias sociais, politica, gestao, planejamento • Campo ampliado Saúde Coletiva • 60-70 – predominio do marxismo entre latinoamericanos • No Brasil: grupos de esquerda via reforma ou via revolução • Luta pela democratização: reforma sanitária • Abrasco 1979 • Pos graduaçao • Graduaçao Campo da Saude Coletiva que segundo Bourdieu corresponde a um microcosmo social relativamente autonomo com objeto especifico ou seja, a saude no ambito dos grupos e classes sociais , com práticas específicas voltadas para a análise da situações de saude que deve incorporar o conhecimento produzido sobre os determinantes sociais e biológicos da saúde-doença, a formulaçao de politicas e a gestão de Saúde: CF, Artigo 196 • A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação Novas e Velhas Necessidades em Saúde Composição absoluta da população, por idade e sexo - Brasil – 2010, 2020, 2030 Taxas de crescimento dos municípios brasileiros, 2000-2010 Variação (%) na taxa de mortalidade por 100.000 habitantes para as 14 maiores causas de morte. Brasil, 2011 e 2033 Fonte: Silva & Ramalho, Brasil Saúde Amanhã, 2014 . • • • • • • Aspectos relevantes da evolução do perfil de morbo-mortalidade Predomínio crescente das doenças crônicas, mudando o paradigma da cura para o cuidado (from cure to care apud Cochrane). Declínio da mortalidade, mas estabilidade na incidência. Aumento das pessoas em uso contínuo de serviços de saúde. Processos de referência e contra referência continuados. Aumento das necessidades de cuidados multiprofissionais. Aumento de idosos levando a necessidade de reinstituição de espaços institucionais de longa permanência e cuidados paliativos e, sobretudo, aumento da integração com sistemas de suporte a nível comunitário (cuidadores, assistência social, PSF, CRAIS etc; redes locais). Aumento dos gastos com atenção de média e alta complexidade Número e valor pago Internações pelo SUS, por faixa etária, Brasil, 2010 Faixa Etária População Internações Menor 1 ano 2.713.244 1 a 4 anos 11.082.915 5 a 9 anos 14.969.375 10 a 14 anos 17.166.761 15 a 19 anos 16.990.870 20 a 29 anos 34.349.603 30 a 39 anos 29.633.093 40 a 49 anos 24.842.718 50 a 59 anos 18.416.621 60 a 69 anos 11.349.929 70 a 79 anos 6.305.085 80 anos e mais 2.935.585 Total 190.755.799 Valor Total 568.792 963.046.116,53 709.049 437.109.918,47 431.505 249.755.472,83 349.291 226.645.173,33 868.254 553.525.453,73 2.201.405 1.475.593.478,85 1.490.179 1.179.555.626,09 1.163.463 1.200.358.745,67 1.113.146 1.393.395.249,88 1.013.793 1.365.660.193,79 870.103 1.086.731.608,09 568.749 604.450.347,22 11.347.729 10.735.827.384,48 Internações por 100 hab. 21,0 6,4 2,9 2,0 5,1 6,4 5,0 4,7 6,0 8,9 13,8 19,4 5,9 Valor médio das Internações 1.693,14 616,47 578,80 648,87 637,52 670,30 791,55 1.031,71 1.251,76 1.347,08 1.248,97 1.062,77 946,08 Apenas a mudança na estrutura demográfica, sem alterações tecnológicas ou epidemiológicas significativas implicariam, em 20 anos, um incremento de gastos da ordem de 37% nos gastos com atenção à saúde. UTI Neonatal UTI Adulto Municípios segundo disponibilidade de estabelecimentos com 7 ou 8 das estruturas para trauma complexo – Brasil, julho de 2013. Fluxo Angioplastia Internações Angioplastia Intensidade de uso de serviços GASTOS Gasto em saúde em países selecionados da OCDE e Brasil, 2009 Gasto com consumo de bens e serviços de saúde, como percentual do% PIB, % PIB Consumo 2009 Consumo final das famílias 5,0 57 Consumo final da administraç ão pública 3,8 43 Total 8,8 100,0 Fonte: IBGE, 2012, Conta Satélite de Saúde Financiamento das ações e serviços de saúde, por fonte de financiamento, Brasil, 2011 Gasto Orçamentário Federal, Brasil, 2013 R$ 1.251 bilhões Fonte: CGU, Balanço Geral da União Receita da Seguridade Social e Orçamento liquidado do MS - 2013 Receita da Seguridade Social R$ 548,3 bilhões 25 % R$ 137,1 bilhões 30 % R$ 164,5 bilhões Orçamento do Ministério da Saúde R$ 90,3 bilhões 10 % da RCB R$ 124,3 bilhões 2011 Gastos do Ministério da Saúde, Brasil, 2011 Carga Tributária sobre renda total, por decil de renda, Brasil, 2002/3 e 2008/9 (apud IPEA, 2012) Evolução da participação das áreas de atuação no GSF: 1995 e 2010 Transferências Federais para Municípios, por programas, 2001-2010 Evolução da participação das contribuições sociais no financiamento da saúde – 1995 a 2011 Variação percentual do Gini em relação ao índice inicial Cobertura planos de saúde por classe de renda, Brasil, PNAD 1998, 2003, 2008 1998 2003 2008 100,0 83,8 83,2 76,2 80,0 65,8 60,0 69,2 54,0 47,4 43,8 40,0 34,7 25,9 24,5 24,6 24,9 20,0 14,1 2,6 2,9 3,8 4,8 6,7 8,7 15,9 27,1 18,6 9,4 0,0 Total Até 1 salário mínimo Mais de 1 a 2 Mais de 2 a 3 Mais de 3 a 5 Mais de 5 a 10 Mais de 10 a 20 Mais de 20 salários mínimos salários mínimos salários mínimos salários mínimos salários mínimos salários mínimos Beneficiários de planos privados de assistência médica por tipo de contratação do plano, Brasil, 09/2013 Fontes: Sistema de Informações de Beneficiários - ANS/MS - 12/2013 Cobertura planos de saúde por classe de renda, Brasil, PNAD 1998, 2003, 2008 1998 2003 2008 100,0 83,8 83,2 76,2 80,0 65,8 60,0 69,2 54,0 47,4 43,8 40,0 34,7 25,9 24,5 24,6 24,9 20,0 14,1 2,6 2,9 3,8 4,8 6,7 8,7 15,9 27,1 18,6 9,4 0,0 Total Até 1 salário mínimo Mais de 1 a 2 Mais de 2 a 3 Mais de 3 a 5 Mais de 5 a 10 Mais de 10 a 20 Mais de 20 salários mínimos salários mínimos salários mínimos salários mínimos salários mínimos salários mínimos Taxa de cobertura dos planos de assistência médica por Unidades da Federação, Brasil, 2012 Fontes: Sistema de Informações de Beneficiários - ANS/MS - 12/2012 e População - IBGE/DATASUS/2012 Cobertura de Planos de Saúde em Municípios Brasileiros, 2012 Fontes: Sistema de Informações de Beneficiários - ANS/MS - 12/2012 e População - IBGE/DATASUS/2012 Evolução do número de equipamentos de Média e Alta Complexidade/Alto Custo, por 100.000 habitantes/segurados, segundo disponibilidade SUS e exclusividade privado. Brasil, 2005 e 2009 Fonte: Santos & Santos, Saúde Brasil 2030, 2013 Receita das operadoras de planos de saúde, segundo a modalidade da operadora, nº beneficiários assist. médica e valor pago por episódio de internação. Brasil, 2012 Receita R$ Bilhões Modalidade Total Operadoras médicohospitalares 95,416i 93,122 Beneficiári os Milhões R$ Per Capita 48,659 1.912 5.504 6.569 Autogestão (1) 10,610 5,391 1.968 Cooperativa médica 33,967 17,524 1.908 2,139 1,501 1.438 17,398 1.583 Filantropia Medicina de grupo Seguradora especializada em saúde 27,733 18,672 Fonte: ANS Cadernos de informações 12/2012 Episódio internaçã o 6,288 4.254 3.153 4.558 2.875 Seg. Plano Ind. 10.240 SUS Brasil 1.051 18.753 Composição do gasto privado direto em saúde - por classe de renda familiar per capita, POF, Brasil, 2008. Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009. Saúde:contextos politicos Internacional • • • • Cobertura Universal Mercado OMS Recomendaçoes e repercussoes Nacional • Ultimas Eleições: 54,9 milhões investidos por empresas de planos privados/seguros de saúde para 131 candidatos (Scheffer,M e Bahia,L.,2015) • Presidente Republica, 3 governadores, 3 senadores, 29 deputados federais e 24 deputados estaduais • 71 não eleitos Alguns indicios dos rumos do SUS • • • • Sistema Nacional de Saúde? Expansão de planos de baixo custo Capital estrangeiro autorizado Novas bases para o financiamento, constitucionalização do subfinanciamento • PEC 451: planos privados obrigatorios para todo trabalhador • flexibilizar as regras de reajuste definidas pela ANS para expandir a carteira das empresas que vendem planos aos segmentos C e D. Indicios… • Os governos, nos três níveis federativos, têm atendido aos interesses da acumulação privada de capital na saúde de diversos modos. • O recuo das prerrogativas de intervenção estatal sobre o “mercado”, aliado à continuidade e expansão de vantagens fiscais e subsídios direcionados aos seus agentes. Indicios • As melhores evidências disponíveis indicam que a prestação de serviços de saúde é de relevância publica e deve ser fortemente regulada pelo Estado. • Uma sociedade tão marcada pela desigualdade social e de renda não deve condicionar o acesso a serviços e produtos de saúde à capacidade de pagamento do usuário. Indicios… • Existe ainda, a meta de aumentar a cobertura proporcional dos planos dos 25% atuais para 50% da população. Essa meta traçada, fora do Brasil, quando os fundos de Private Equity convenciam seus clientes sobre as perspectivas de rentabilidade futura do nosso país ... Pauta para o MRS • A questão democrática da Saúde • Saúde no centro do processo de desenvolvimento • Mudanças no modelo de atenção: medicalizado, biologicista. • Mudanças modelo gestão: burocratismo, precariedade do trabalho, relacoes interfederativas necessarias ao SUS Mais dinheiro para que? • Financiamento adequado, fonte permanente. • Fortalecer o fluxo publico privado ou consolidar o SUS? • A 15 Conferencia Nacional de Saúde. • Mobilizar e mobilizar: há esperanças?