INOVAÇÃO
Caixa lança "híbrido"
de 150 milhões
de euros para financiar
novos projectos
Destinado sobretudo a empresas já em actividade, o fundo
será um misto de capital de risco e financiamento, e deverá
envolver na segunda fase as sociedades de garantia mútua
ANTÓNIO LARGUESA
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A Caixa Geral de Depósitos (CGD)
vai apresentar nos próximos dias
um fundo de capitalização destinado a "projectos em fase de arranque,
em princípio de empresas que já estão em actividade", revelou Ricardo Azevedo, director de empresas
daßegião Norte. "Eumproduto que
é umhíbrido entre um capital de riscoeum financiamento, (...)um fundo de capitalização que não é um
produto bancário clássico, mas que
poderá adaptar-se a projectos de
inovação", completou.
Segundo apurou o Negócios, este
fundo poderá ascender a 150 milhões de euros e, numa fase posterior do seu desenvolvimento, envolver também as sociedades de garantia mútua Este instrumento é uma
resposta parcial do banco público à
reivindicação
das pequenas
dias empresas de tecnologia
e mée inves-
tigação, que reclamam maior apoio
aos novos projectos. Deixará, porém, de fora as operações que envol-
vem maior risco.
"Quando falamos num projecto
de inovação não podemos confundir o que é o financiamento de um
projecto empresarial pela banca e
uma espécie de capital semente, um
fundo de capitalização ou 'private
equity* que possa investir em situações de inovação que englobam riscos grandes", distinguiu Azevedo.
Durante a segunda conferência
¦¦"Prémio Portugal PME", realizada
na semana passada em Vila Real e
dedicada sobretudo às novas tecnologias e inovação, o director da CGD
insistiu que "ê evidente que os critérios de análise de uma operação
bancária não são os critérios de aná-
cliente que era o Estado e há uma
grande pressão para as empresas
que estão no mercado interno subsistirem".
Azevedo advertiu, porém, que
não se deve "confundir qual o papel
da banca no meio disto tudo", sendo "asuaprincipalfunçãodefender
o dinheiro dos depositantes - ninguém querchegar ao bancoe não ter
o dinheiro que lá depositou - e também o dinheiro e a rentabilidade do
accionista", que no caso da Caixa
"são quase os mesmos".
lise de uma capital de risco". Segundo explicitou ainda, "tem de haver
uma base de capitalização que salvaguarde as variabilidades de 'cash
flows', que são grandes em projectos de start-ups e de inovação".
"Principal função é defender
dinheiro dos depositantes"
0
responsável da Caixa lembrou
que o País está a atravessar um processo de ajustamento cos bancos
"vinculados a um nível de desalavancagem", que considerou estar
agora "estabilizada". Admitiu ainda
que "de facto, havia um grande
E um fundo de
capitalização que
não é um produto
bancário clássico,
mas pode adaptarse a projectos
de inovação.
RICARDO AZEVEDO
Director
de empresas da Região
Norte da Caixa Geral de Depósitos
"Para bons projectos
haverá sempre
muito dinheiro"
/T\
f
dos
com a generalidade
> 1 empresários
e gestores que
os dois painéis
compuseram
da conferência de Vila Real a
reclamarem a falta de
financiamento às empresas a um
custo razoável, coube ao director
de
empresas da Região Norte da Caixa
Geral de Depósitos (CGD) contestar
que "não é por falta de dinheiro que
não se fazem bons projectos". E
insistir,
já na parte final da sua
para uma plateia
atenta, que "para bons projectos vai
haver sempre muito dinheiro".
Pelo meio, Ricardo Azevedo contou
intervenção
como costuma "brincar
com os
que o contactam para
sugerir operações de
financiamento. Diz-lhes tão
clientes"
somente que sq lhes empresta dez
se não puder emprestar vinte.
"Nós estamos para fazer negócio e
somos o que somos o nosso cliente.
Só estamos bem se os nossos
bem", atestou o
da Caixa Geral de
clientes estiverem
responsável
Depósitos.
Ricardo Azevedo
I
Director
da Caixa lembrou
missão
de proteger
depositantes.
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