RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO: SUA TRAJETÓRIA E O
COMPORTAMENTO DO USUÁRIO
Ana Lúcia Victoretti de Oliveira1, Deborah Marques Paulucci2, Julliana de
Melo Correia da Silva3 , Maria Eneide de Souza Araújo4, Mércia Consatti
da Costa5
1
Bacharel em Biblioteconomia e Ciência da Informação, Faculdade de Biblioteconomia e Ciência da
Informação da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, São Paulo, SP
RESUMO
O trabalho resgata a trajetória da recuperação da informação, apresentando os suportes
utilizados, desde as fontes impressas, até os meios eletrônicos/on-line. Descreve as
ferramentas utilizadas para busca da informação na web. Chama a atenção paro o papel do
bibliotecário de referência no processo de mediação da informação e desenvolve entrevista
com pesquisadores da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (FOUSP),
buscando relatar suas experiências enquanto usuários da informação.
Palavras-chave: Recuperação da informação 1; Comportamento do usuário 2; Catálogos
impressos 3; Catálogos on-line 4; Biblioteca Digital 5; Bases de dados 6; Ferramentas
tecnológicas 7.
ABSTRACT
This work recover trajectory of information retrieval, providing the media used, from the
printed sources, to the electronic/on-line. Describes the tools used to search for information
on the web. Emphasized the role of reference librarian in the mediation process information
and develop an interview with researchers from the school of Dentistry, University of São
Paulo seeking report their experiences as users of information.
Keywords: Information retrieval 1; User Behavior 2; Printed catalogues 3; On-line catalogues
4; Digital Library 5; Databases 6; Technological tools 7;
1 INTRODUÇÃO
Desde o início da organização da sociedade tem-se a preocupação com o
armazenamento e recuperação das informações. Com a explosão bibliográfica vivida
em meados do século XV, decorrente do surgimento da imprensa, verificou-se a
necessidade da organização e tratamento da informação.
Apesar da independência que as novas tecnologias proporcionaram aos
usuários da informação, observa-se, tanto na literatura existente sobre o assunto,
como em fatos vivenciados no dia-a dia de uma biblioteca, a importância do Setor de
Referência, bem como do profissional que atua neste setor, ou seja, o bibliotecário
de Referência.
2 REVISÃO DE LITERATURA
Buscamos na literatura existente fatos que evidenciaram a trajetória da
recuperação da informação e as iniciativas que foram surgindo no intuito de
organizar e facilitar o acesso à informação, bem como o comportamento dos
usuários na transição do impresso para o on-line.
2.1 Recuperação da Informação
De acordo com Zavitoski (2001, p. 4-5) em dicionários de língua a palavra
informação é entendida como “quase-sinônimo” de comunicação e conhecimento. A
autora afirma que existe uma relação entre informação, conhecimento e
comunicação, mas que a informação por si só não constitui saber. Pois é a
comunicação das informações que vai incidir sobre o saber já existente e permitir
interpretação. Esse saber foi formado por experiências pessoais, aprendizagem
social e herança cultural. Portanto, “a informação é um passo importante para se
chegar ao conhecimento”.
Segundo Zavitoski (2001, p. 71), recuperar informação é uma ação natural do
ser humano, tão antiga quanto à acumulação do conhecimento. Assim, quando o
homem começou registrar e armazenar o conhecimento (desde a antiguidade) já era
com o intuito de recuperação posterior.
Para que uma informação seja recuperada é necessário que ela esteja
armazenada em algum suporte, sendo assim consideramos importante mencionar,
apesar de não ser o objetivo desse trabalho, os principais meios utilizados pelo
homem para se comunicar e registrar o conhecimento. O homem criou diversos
suportes informacionais utilizando recursos encontrados na natureza, tais como, a
pedra, as tabuletas de argila, os óstracos, as tábuas recoberta com cera, o papiro o
pergaminho e o papel e mais recentemente os meios eletrônicos.
Desde o século XII, o papel já era conhecido na Europa, porém, só ganhou a
devida importância, como suporte, com a invenção da imprensa no século XV, outra
grande e radical transformação pela qual passou o livro. Utilizando-se do papel, um
suporte mais barato que o pergaminho, a impressão permitiu a multiplicação e a
circulação da informação. Outra mudança bastante significativa do livro foi também
em relação ao formato que passou a possuir título, paginação e um tamanho menor.
(FROSSARD, 2000, p. 48-52).
Neste sentido, com o crescimento do número de livros em circulação, o
homem aos poucos foi percebendo a necessidade de organizar e classificar a
informação. Conforme Frossard (2000, p. 52) e Burke (2002), a invenção da
imprensa de Gutenberg proporcionou um grande volume de informação e a
multiplicação dos livros, gerando um grande problema de organização. De acordo
com Verguer (1999, p. 128). “Essa invenção, que transformou completamente, tanto
em rapidez quanto em quantidade, a circulação da informação escrita no seio da
sociedade, foi realmente uma das revoluções técnicas mais importantes da história
da humanidade”.
Com o passar do tempo, houve a necessidade de novos métodos para
gerenciar a informação, caso contrário, geraria um verdadeiro caos no qual ninguém
conseguiria recuperar um documento.
2.2 Recuperação da informação nas fontes impressas
As buscas feitas anteriormente aos Sistemas de Recuperação da Informação
(SRI) eram realizadas por meio das obras de referência como as bibliografias, os
índices, os dicionários, as enciclopédias e a pesquisa em catálogo manual e
automatizado. As obras de referência eram as primeiras “ferramentas de pesquisa
documental” que o pesquisador deveria consultar. “Para cada tipo de demanda,
existia um tipo de obra de referência que permitia dar a informação desejada”.
(GUINCHAT; MENOU, 1994, p. 65).
Observando a história da Biblioteconomia, Documentação e Ciência da
Informação, nota-se que é mesmo antiga a preocupação do homem em armazenar,
organizar e recuperar a informação, utilizando a tecnologia disponível em cada
época. Muitos foram os que se preocuparam e de alguma forma contribuíram com
melhorias na organização e acesso à informação.
O quadro a seguir apresenta iniciativas em prol da acessibilidade do
conhecimento registrado.
Idealizadores
Projeto
Objetivo
Produto
Melvil Dewey
Sistema de
classificação
bibliográfica
1876
Sistema de
classificação com
base no uso dos
números em ordem
decimal
Classificação Decimal
Dewey
CDD
Encarregados em
organizar o
Instituto Internacional
de Bibliografia (IIB) e
a Base de dados
Repertório
Bibliográfico
Universal (RBU)
Bruxelas, setembro
de 1895.
Criar um centro
mundial para
organização e
disseminação do
conhecimento
internacional
Instituto Internacional de
Bibliografia (IIB)
Paul Otlet
e
Henri La Fontaine
Classificação
Decimal Universal CDU - 1899
Ferramenta para
organizar os
documentos nas
Bibliotecas
Classificação Decimal
Universal – CDU
Paul Otlet
Traité de
Documentation
1934
Manual com
instruções para a
organização do
conhecimento
Traité de Documentation
(1851-1931)
Paul Otlet
e
Henri La Fontaine
Base de dados Repertório
Bibliográfico Universal
(RBU)
Idealizadores
Projeto
Objetivo
Produto
Vannevar Bush
Memex
Estados Unidos 1945
Considerado o precursor da
ideia de hipertexto
Tim Berners-Lee
Internet
1990
Um sistema
mecânico capaz de
reproduzir as
conexões mentais
Navegação sobre
hipertextos, textos,
imagens, gráficos,
animações, sons e
acesso global a
qualquer pessoa.
World Wide Web (WWW)
Quadro 1: Iniciativas em prol da acessibilidade informacional
2.3 Ferramentas Tecnológicas
No início, o computador era usado para armazenar informações bibliográficas,
bem como gerar índices impressos (similar aos índices produzidos manualmente).
Atualmente, os sistemas oferecem muitos recursos, permitindo buscas com
combinações complexas de termos, tanto na Internet, como em bases de dados.
As ferramentas tecnológicas passaram por várias evoluções e hoje oferecem
recursos variados que facilitam ainda mais o dia-a-dia do usuário. Veremos, a seguir,
tecnologias que podem ser utilizadas no momento da recuperação da informação,
tais como as bibliotecas digitais, as bases de dados e a Internet, bem como suas
ferramentas e mecanismos.
As ferramentas tecnológicas possuem papel fundamental na recuperação da
informação ao oferecerem rapidez, precisão, facilidade e atualidade para a pesquisa.
Ferreira e Souto (2006, p.24) mencionam que a informática e o surgimento de novas
tecnologias foram de extrema importância para a recuperação da informação e para
uma melhor interação entre usuários e sistemas.
2.4 Internet
A Internet se desenvolve cada vez mais, seja em recursos tecnológicos ou na
questão dos softwares. De acordo com Ramalho, Vidotti e Fujita (2007) é inegável
que a estrutura da rede disponibiliza uma vasta gama de recursos informacionais
para a recuperação da informação. Porém, sob este ponto de vista é preciso
visualizar a necessidade de aplicação e conquistas de novos campos que
possibilitem ao usuário recuperar rapidamente e com fontes seguras a informação
desejada.
A Internet trouxe à recuperação da informação mais dinamismo e serviços
quase sem limites, viabilizados pela operação em rede, onde pode ser vista como
uma biblioteca de grande porte. Dessa forma, o usuário utiliza um serviço de
pesquisa para encontrar na rede a informação que procura.
2.5 Base de Dados
Cunha (1989, p.45), define Bases de Dados como fontes de informação
eletrônicas, pesquisáveis de modo interativo por meio de um computador.
Outra definição, dada por Recorder et al. (1995, p.42), é que as bases de
dados podem ser entendidas como um conjunto de textos, de cifras, de imagens ou
uma combinação de todos eles, onde os registros são armazenados e organizados
de acordo com uma estrutura (programa) que permite a localização e a recuperação
dos dados por meio do computador.
Segundo Souto (2003, p. 76), as bases de dados são desenvolvidas com o
objetivo de disponibilizar informação atualizada, precisa e confiável, contemplando
informações de interesse de uma comunidade específica, apresentando formato e
conteúdo diferentes de elaboração de recuperação da informação e possuindo
várias tipologias documentais como, por exemplo, artigos de periódicos, capítulos de
livros, livros, dissertações, teses, etc.
As bases de dados são classificadas em bases de dados de referências e de
fontes. Como exemplo das bases de dados de referências podemos citar: bases de
dados bibliográficas, bases de dados catalográficos e bases de dados de diretórios.
Já para as bases de fontes, citamos como exemplo: bases de dados numéricos,
bases de dados de texto integral (full-text), bases de dados multimídia e/ou gráficos
e bases de dados de termos/vocabulário.
2.6 Bibliotecas digitais
Existem vários conflitos na literatura sobre os conceitos de biblioteca digital e
biblioteca virtual. Entendemos que atualmente a biblioteca virtual é um tanto utópica,
visto que para que fosse integralmente virtual deveria ter estantes virtuais, com livros
virtuais. Assim, neste trabalho, adotaremos o termo biblioteca digital.
A biblioteca digital faz parte de um grande bloco chamado biblioteca
eletrônica, a qual é definida como aquela informatizada que emprega variados tipos
de equipamentos eletrônicos necessários para o seu funcionamento, tais como:
grandes computadores, PCs e terminais. A denominação biblioteca digital se
consolida no final da década de 1990.
As bibliotecas digitais existem apenas no ambiente da Internet. Possibilitam
acesso a jornais, periódicos, livros e demais publicações digitalizadas e
disponibilizadas na web. Nesses mecanismos, costumam existir fontes selecionadas
sobre temas variados ou específicos, dependendo do tipo de biblioteca.
2.7 Buscadores
Os buscadores coletam informações sobre os conteúdos dos sites, os quais
são armazenados em banco de dados disponíveis para consulta. O usuário
descobrirá, através de uma busca, a localização exata da informação que deseja.
Para a visualização dessa informação, ele deverá visitar a página fornecida no
resultado e então fará uma pesquisa específica dentro da interface selecionada.
Assim que o usuário digita sua expressão de busca, os buscadores fazem
uma varredura nas informações armazenadas em seu próprio banco de dados.
Dessa forma, ao utilizar essa ferramenta, o usuário pesquisará no banco de dados
do buscador escolhido e não diretamente na Internet.
2.8 Web Semântica
A ausência de normas regulamentadoras para a publicação de informação na
web possibilita que os internautas divulguem qualquer informação. Esta realidade
torna mais difícil a recuperação da informação, principalmente da informação
fidedigna, que corresponde às necessidades dos usuários de forma rápida e
eficiente.
Conforme surgem os problemas na recuperação da informação, seja devido
ao grande volume de informações, demora na localização, links que não funcionam,
informação não relevante, entre outros, a tecnologia e os sistemas de informação se
adaptam, evoluindo por conseguinte.
Neste contexto surgiu a web semântica. Termo proposto por Tim Berners-Lee,
para quem: “A web semântica não é uma web separada, mas uma extensão da
atual. Nela a informação é dada com um significado bem definido, permitindo melhor
interação entre os computadores e as pessoas”. (BERNERS-LEE et al., 2001 apud
SOUZA; ALVARENGA, 2004, p. 133). Na esperança de facilitar a recuperação da
informação e possibilitar que a Internet deixe de ser uma fonte de informações
desarranjadas e desorganizadas, a web semântica vem com o intuito de organizar
este emaranhado de informações, ao atribuir significado semântico ao seu conteúdo.
3 MATERIAIS E MÉTODOS
A pesquisa consistiu na busca da literatura armazenada em bases
bibliográficas brasileiras, tendo, como resultado, documentos como livros e artigos
de periódicos, teses e dissertações. A pesquisa também consistiu em buscas pela
internet e periódicos eletrônicos, como a “Revista Ciência da Informação”, do
Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), “Data Grama
Zero – Revista de Ciência da Informação", Biblioteca Digital de Teses e Dissertações
da USP (SABER), "Revista Brasileira em Ciência da Informação e Biblioteconomia",
"Revista ACB: Biblioteconomia", Scientific Electronic Library On-line - SciELO,
"Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação" e "Revista Digital de
Biblioteconomia e Ciência da Informação".
Após a revisão da literatura, foi necessário averiguar a realidade prática dos
usuários no contexto da recuperação da informação. Para desenvolver tal ação
foram entrevistados cinco pesquisadores e professores da Faculdade de
Odontologia da Universidade de São Paulo (FOUSP), os quais relataram suas
experiências no momento da recuperação da informação no que tange, entre outros
fatores, aos recursos mais utilizados para pesquisa, métodos/critérios utilizados na
internet além de sugestões para tornar a recuperação da informação mais simples e
eficiente.
4 RESULTADOS FINAIS - O COMPORTAMENTO DO USUÁRIO NA
RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO
Para investigar o comportamento do usuário na recuperação da informação
se fez necessário investigar a realidade prática dos mesmos, buscando identificar os
impactos que as tecnologias da informação causaram na rotina de suas pesquisas.
Para desenvolver tal ação, pesquisadores e professores da FOUSP
responderam um questionário abrangendo questões como, quais eram as
facilidades e dificuldades na recuperação da informação nos catálogos impressos, o
que mudou na pesquisa quando estes catálogos foram disponibilizados na internet,
como foi o período de transição em relação à pesquisa no formato impresso para o
on-line e se houve necessidade de orientação ou treinamento, se a frequência nas
bibliotecas sofreu alteração em função da chegada da internet, quais os recursos
mais utilizados para se recuperar a informação na web, quais os métodos/critérios
utilizados para efetuar a pesquisa e finalmente questionamos, na opinião destes
usuários, o que seria necessário mudar neste cenário para tornar a recuperação da
informação mais simples e eficiente. Optou-se por este público, pelo fato de ser um
grupo de pesquisadores que utilizam bases de dados da área da saúde, as quais
possuem um potencial de pesquisa bem mais avançado em relação a outras áreas.
Analisando as respostas dos entrevistados notamos uma unanimidade em
relação à dificuldade existente nas pesquisas efetuadas nos catálogos como a
defasagem nas informações e a obrigatoriedade da presença física nas bibliotecas.
A chegada da internet facilitou as pesquisas, proporcionando aos usuários maior
rapidez, comodidade, facilidade, agilidade entre outros fatores. Devido essas
mudanças houve uma grande necessidade, para a maioria dos entrevistados, de
auxílio e treinamento, onde o bibliotecário de referência continua exercendo o
importante papel de intermediário entre a informação e o usuário o qual, passou a ter
acesso remoto a informação desejada, não mais sendo obrigatório estar in loco na
biblioteca. Os recursos mais utilizados por este grupo entrevistado são basicamente
alguns sites específicos e base de dados. Quanto aos métodos/critérios utilizados
para efetuar a pesquisa percebeu-se que basicamente tudo começa com uma
estratégia de busca, tendo como base o assunto desejado, por meio das bases de
dados bibliográficas. Finalmente, quanto ao que deveria ou poderia ser mudado
para facilitar a pesquisa obtivemos diferentes opiniões como, treinamento em base
de dados oferecidos pelos bibliotecários, iniciativas por parte dos próprios
professores no sentido de incentivar alunos de graduação em iniciar pesquisas de
forma correta, inclusive desde o 1º grau, onde infelizmente é muito comum os alunos
apresentarem trabalhos copiados de sites encontrados por meio do Google. Além
disso tudo isso constatamos também que é necessário clareza, objetividade e
organização por parte do próprio pesquisador/usuário.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Desde os primórdios, o Homem se preocupou em registrar o conhecimento
humano. E com o crescimento constante do conteúdo informacional, impulsionado
pela invenção da imprensa, buscou-se cada vez mais meios que permitissem o
acesso a estas informações, desde as paredes das cavernas até o ápice da internet.
A chegada da tecnologia e posteriormente da internet mudou o rumo no
armazenamento
e
recuperação
da
informação,
interligando
milhões
de
computadores e culminando no compartilhamento de informações, possibilitando o
acesso de um enorme volume de informações trazendo maior facilidade, rapidez e
eficiência no momento da pesquisa.
Mesmo com todas as facilidades proporcionadas pelas ferramentas
tecnológicas atualmente, a recuperação da informação, enquanto processo, ainda é
algo complexo. Foi possível perceber pela entrevista realizada com os usuários que
os fatores que levam a esta complexidade como o vocabulário controlado, a
estratégia de busca, entre outros, percebemos que o nível da condição cognitiva do
usuário é fundamental neste processo. Por mais que se implante programas de
capacitação de usuários em unidades de informação, se o usuário não possui
familiaridade com a informática propriamente dita, não sabe manusear as bases de
dados ou, principalmente, se nunca lhe foi apresentado os caminhos corretos para a
elaboração de pesquisa, muito pouco deste treinamento será apreendido.
Percebemos, também, que foi unânime entre os entrevistados a importância
do papel do bibliotecário, quer seja no Serviço de Referência ou no Processamento
Técnico, neste processo. Portanto, é imprescindível que este profissional esteja
sempre atualizado, principalmente frente às inovações tecnológicas que surgem
constantemente. Outro ponto importante mencionado por um entrevistado foi a
questão das palavras-chave selecionadas para os trabalhos, estas por sua vez têm
papel fundamental na recuperação do documento e que muitas vezes não é dada a
devida importância.
Em suma, acreditamos que num futuro próximo seja possível aperfeiçoar
ainda mais as ferramentas de recuperação da informação. Decerto, surgirão
aprimoramentos nos Sistemas de Recuperação da Informação (SRI) com a intenção
de facilitar ainda mais este processo. Destacamos as primeiras iniciativas da busca
unificada, a qual consiste em trazer em uma única interface resultados que
congregam informações de várias bases e fontes, facilitando ainda mais a
recuperação da informação nos quesitos tempo e variedade de fontes de
informação.
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