• Diabetes implica risco 2‐4x maior de doença coronária • Cardiopatia isquémica é responsável por 75% das mortes relacionadas com a diabetes Circulation 2003;108:1655–61 DIABÉTICOS COM DOENÇA DE 3 VASOS ‐ José Rodrigues Loureiro • Diabetes predispõe para uma forma difusa e rápidamente progressiva de aterosclerose que torna a necessidade de revascularização mais provável mas também mais difícil – – – – – – Lesões mais longas Placas com maior conteúdo lipídico e mais instáveis Vasos de menor calibre Maior frequência de oclusões completas Vasos mais calcificados Envolvimento dos leitos distais • Para qualquer tipo de revascularização, o risco de complicações é maior e o prognóstico a longo prazo é pior nos diabéticos em comparação com os não diabéticos DIABÉTICOS COM DOENÇA DE 3 VASOS ‐ José Rodrigues Loureiro • Selecção do método de revascularização em doentes diabéticos com doença de 3 vasos If we knew what we were doing, it wouldn't be called research, would it? ‐‐ Albert Einstein RESULTADOS DOS ENSAIOS ALEATORIZADOS / REGISTOS DIABÉTICOS COM DOENÇA DE 3 VASOS ‐ José Rodrigues Loureiro ICP CIRURGIA ANTIGUIDADE CLÁSSICA Angioplastia de balão Safenas IDADE MÉDIA STENTS (“BARE METAL”) Dupla antiagregação IIb/IIIa Revascularização arterial (pelo menos 1 artéria) IDADE MODERNA STENTS (“DRUG ELUTING”) IIb/IIIa Novos antiagregantes Revascularização com 2 mamárias Cirurgia sem CEC FUTURO STENTS BIOABSORVÍVEIS? Novos antiagregantes • Resultados dos ensaios / registos frequentemente desactualizados em relação às técnicas disponíveis DIABÉTICOS COM DOENÇA DE 3 VASOS ‐ José Rodrigues Loureiro EVOLUÇÃO DOS RESULTADOS DA ANGIOPLASTIA EM DIABÉTICOS 1985‐1986 1997‐2001 Freeman AM J Interv Cardiol 2006; 19:475 77% 96% 2,2% 0,9% Sucesso procedimento Oclusão aguda 7,4% 4,3% 2,2% 1,9% 0,9% 1,0% Mortalidade intra‐hospitalar Enfarte DIABÉTICOS COM DOENÇA DE 3 VASOS ‐ José Rodrigues Loureiro Cirurgia • Estudo Bari (Bypass Angioplasty Revascularization Investigation) JACC 2007;49:1600-1606 DIABÉTICOS COM DOENÇA DE 3 VASOS ‐ José Rodrigues Loureiro • Registo Bari (Bypass Angioplasty Revascularization Investigation) • 2010 dtes que recusaram aleatorização • Não se verificou diferença significativa na mortalidade nos diabéticos tratados por cirurgia ou ICP Diabéticos com dça 3 V mais extensa e disfunção VE na prática clínica são preferencialmente revascularizados por cirurgia JACC 2007;49:1600-1606 DIABÉTICOS COM DOENÇA DE 3 VASOS ‐ José Rodrigues Loureiro • Estudo ARTS – Resultados aos 5 anos TOTAL (n = 1205) MORTE MORTE / AVC / EAM NOVA REVASCULAR. ICP (BMS) CIRURGIA p 8.0% 18.2% 30.3% 7.6% 14.9% 8.8% 0.83 0.14 <0.001 13.4% 25.0% 42.9% 8.3% 19.8% 10.4% 0.27 0.41 <0.001 DIABÉTICOS (n=208) MORTE MORTE / AVC / EAM NOVA REVASCULAR. Serruys PW et al: JACC 46:575, 2005 DIABÉTICOS COM DOENÇA DE 3 VASOS ‐ José Rodrigues Loureiro • Meta‐análise de CIR vs ICP em diabéticos ICP DIABETES 10 ensaios aleatorizados. – ICP só c/ balão (6): BARI, CABRI, EAST, GABI, RITA‐I, Toulouse – ICP c/ BMS (4): ARTS, ERACI‐II, CIR DIABETES ICP S/ DIABETES CIR S/ DIABETES MASS‐II, SOS 7812 dtes. (F‐up médio de 5.9 a) A vantagem da CIR sobre a ICP só foi significativa nos dtes >65a – HR 1.25 < 55a – HR 0.90 55‐64 a – HR 0.82 >65 a Hlatky MA. Lancet 2009; 373: 1190 DIABÉTICOS COM DOENÇA DE 3 VASOS ‐ José Rodrigues Loureiro • Poderão os DES (“drug eluting stents”) eliminar a vantagem da cirurgia nos doentes diabéticos? DIABÉTICOS COM DOENÇA DE 3 VASOS ‐ José Rodrigues Loureiro • DES vs. BMS em pequenos e grandes vasos RESTENOSE ANGIOGRAFICA 40% 80% 34% 35% 30% 25% 14% 20% 13% 15% 10% Cypher BeStent 10% 7% 5% 0% Vasos < 2.8mm Vaos > 2.8mm Pache J et al. Eur Heart J 2005;26:1232 DIABÉTICOS COM DOENÇA DE 3 VASOS ‐ José Rodrigues Loureiro • DES vs BMS Outcomes associated with drug‐eluting and bare‐metal stents: a collaborative network metaanalysis. Stetler et al Lancet 2007;370:937 • Redução significativa da TLR (target‐lesion revascularization) • Ausência de diferenças significativas na mortalidade ou EAM DIABÉTICOS COM DOENÇA DE 3 VASOS ‐ José Rodrigues Loureiro NHLBI PCI Registry (n= 2500) DES vs BMS em diabéticos Mulukutla,SR. JACC Intv 2008;1:139-147 DIABÉTICOS COM DOENÇA DE 3 VASOS ‐ José Rodrigues Loureiro • DES vs BMS em diabéticos • O que não podemos esperar – Neutralização da restenose que continua a ser maior que nos não diabéticos tratados com DES DIABÉTICOS COM DOENÇA DE 3 VASOS ‐ José Rodrigues Loureiro • New York State Registry (n= 11294) Dça multivasos – importância da revascularização completa • 69% tiveram revascularização incompleta • Revascularização incompleta associada a 23% de aumento de mortalidade aos 18m • Dtes com dça 3 V em que foi tratado só 1 vaso verificou‐se um aumento de 44% na mortalidade Hannan EL. J Am Coll Cardiol Intv 2009;2:17–25 DIABÉTICOS COM DOENÇA DE 3 VASOS ‐ José Rodrigues Loureiro DIABÉTICOS COM DOENÇA DE 3 VASOS ‐ José Rodrigues Loureiro DIABÉTICOS COM DOENÇA DE 3 VASOS ‐ José Rodrigues Loureiro DES vs CIR na dça multivasos em diabéticos • ARTS II (análise de sub‐grupo diabéticos) • SYNTAX (análise de sub‐grupo diabéticos) • CARDia (UK & Ireland) • FREEDOM AINDA EM • VA study CURSO DIABÉTICOS COM DOENÇA DE 3 VASOS ‐ José Rodrigues Loureiro • ARTS – II (Arterial Revascularization Therapy Study) • Ensaio multicêntrico com um só braço • 607 dtes • Objectivo demonstração de não inferioridade da ICP com DES (CYPHER®) na doença multivasos em comparação com os resultados prévios do ARTS I ARTS II ARTS I Ateatorização CYPHER® N= 607 CABG N= 605 CROWN™ & CrossFlex LC™ N=600 DIABÉTICOS COM DOENÇA DE 3 VASOS ‐ José Rodrigues Loureiro • Estudo ARTS II ‐ Diabéticos RESULTADOS 1 ANO ARTS II n=159 ARTS I – CABG n=96 ARTS I – PCI n=112 Morte (%) 2.5 3.1 6.3 AVC (%) 0.0 5.2 1.8 EAM (%) 0.6 2.1 6.3 Re‐CABG (%) 3.1 1.0 8.0 Re‐PCI (%) 9.4 3.1 14.3 Evento CCV (%) 15.7 14.6 36.6 p=0.86 p=<0.001 DIABÉTICOS COM DOENÇA DE 3 VASOS ‐ José Rodrigues Loureiro • Estudo ARTS II ‐ Diabéticos RESULTADOS 3 anos ARTS II n=159 ARTS I – CABG n=96 ARTS I – PCI n=112 Morte (%) 5.0% 5.2% 7.1% AVC (%) 3.8% 6.3% 5.4% EAM (%) 2.5% 5.2% 9.8% (Re)‐CABG (%) 3.8% 2.1% 13.4% (Re)‐PCI (%) 18.2% 6.3% 27.7% Evento CCV (%) 27.7% 17.7% 47.3% p=0.09 p=0.0003 DIABÉTICOS COM DOENÇA DE 3 VASOS ‐ José Rodrigues Loureiro • SYNTAX trial • Dtes com dça 3 V ou tronco comum • ICP com stent com paclitaxel (PES) vs cirurgia de revascularização • Eventos cardio e cerebro vasculares major (morte/AVC/EAM/revascularização) • Análise de sub‐grupo dtes diabéticos (n=452) DIABÉTICOS COM DOENÇA DE 3 VASOS ‐ José Rodrigues Loureiro • SYNTAX trial (diabéticos) ‐ Resultados a 1 ano n= 452 CIR (n=221) ICP (PES) (n=231) p EVENTOS CCV MAJOR 14.2 % 26.0 % 0.003 MORTE 6.4 % 8.4 % 0.43 AVC 2.5 % 0.9 % 0.26 EAM 4.4 % 4.8 % 0.83 Re‐ revascularização 6.4 % 20.3 % <0.001 Oclusão enxerto/trombose stent 2.2 % 2.9 % ns Banning AP. J Am Coll Cardiol 2010; 55:1067 DIABÉTICOS COM DOENÇA DE 3 VASOS ‐ José Rodrigues Loureiro • SYNTAX trial (diabéticos) ‐ Resultados aos 3 anos n= 452 CIR (n=221) ICP (PES) (n=231) p EVENTOS CCV MAJOR 22.9 % 37.0 % 0.002 MORTE 8.7 % 13.6 % 0.11 AVC 3.5 % 2.4 % 0.46 EAM 4.8 % 5.8 % 0.63 Re‐ revascularização 12.9 % 28.0 % <0.001 Oclusão enxerto/trombose stent 2.6 % 3.7 % 0.51 Mack MJ Ann Thorac Surg 2011; 92: 2140 DIABÉTICOS COM DOENÇA DE 3 VASOS ‐ José Rodrigues Loureiro • SYNTAX trial – diabéticos Resultados aos 3 anos • Limitações ‐ Análise de sub‐grupo ‐ F‐up aos 3 anos pode não reflectir as diferenças (5 anos?) ‐ PES demonstrou inferioridade em relação a SES de 1ª geração • Implicações ‐ Scores Syntax < 22 poderão ser tratados com segurança por ICP com PES, com maior necessidade previsível de re‐intervenção Mack MJ Ann Thorac Surg 2011; 92: 2140 • SYNTAX trial – diabéticos Importância do controlo da glicemia Hb A1c >7% (independente/ do diagnóstico de diabetes) p=0.01 30 p=0.007 25 19,5 20 % 15 p=0.07 p=0.75 12,6 p=0.62 10 5 25,4 7,6 2,5 4,2 5,1 TAXUS 7,6 2,5 CIR 0,8 0 MORTE EAM AVC REVASC MACCE Banning AP 2009; ACC • CARDia trial (Coronary Artery Revascularization in Diabetics) Cirurgia (n=248) dça de 3 vasos ‐ 58% • tratamento dos 3 V ‐ 90% • nº médio de enxertos/dte ‐ 2.8 • MIEs ‐ 89% • > 2 enxertos arteriais ‐ 17% • Sem CEC – 31% • • F‐up 1 ano % 14 (p = 0.63) 12 13 10 (p = 0.001) 11,8 10,5 8 ICP (n=254) • dça de 3 vasos ‐ 65% • tratamento dos 3 V ‐ 88% • nº médio de stents/dte ‐ 3.5 • compr. médio stents ‐ 71mm • DES (Cypher) ‐ 71% • BMS ‐ 29% CIR 6 ICP 4 2 2 0 Morte/EAM/AVC Revascul Kapur A JACC 2010; 55:432 • FREEDOM trial Diabetes e doença multivasos revascularizável por ICP ou Cirurgia Aleatorização 1:1 ICP com DES N=1200 CIR c/ ou s/ CEC N=1200 Terapêutica farmacológica actual para dça coronária e diabetes DIABÉTICOS COM DOENÇA DE 3 VASOS ‐ José Rodrigues Loureiro • Os melhores resultados conseguem‐se com a selecção individualizada da melhor forma de revascularização, tendo em conta os dados clínicos e angiográficos DIABÉTICOS COM DOENÇA DE 3 VASOS ‐ José Rodrigues Loureiro • CONCLUSÕES • Em dtes diabéticos com doença de 3 vasos – mais extensa e complexa (score Syntax > 33), a cirurgia é superior: • menor necessidade de re‐intervenção • menor incidência de morte/EAM/AVC. – de extensão e complexidade intermédia (score Syntax 23‐32), a cirurgia é superior: • menor necessidade de re‐intervenção • Cirurgia preferível – acima dos 65a e nos insulinotratados – considerar risco cirúrgico (AVC, Ventilação prolongada) • EUROSCORE e STS scores • fragilidade – pontagem com 2 mamárias DIABÉTICOS COM DOENÇA DE 3 VASOS ‐ José Rodrigues Loureiro • CONCLUSÕES • ICP pode ser uma estratégia razoável em diabéticos com dça multivasos – Se permitir revascularização completa com baixo risco e elevada probabilidade de sucesso • Anatomia das lesões (syntax score < 22) • Risco de nefropatia de contraste – Usar preferencialmente DES em detrimento de BMS • Menor necessidade de re‐intervenção, igual segurança • não transformam um diabético num não diabético! DIABÉTICOS COM DOENÇA DE 3 VASOS ‐ José Rodrigues Loureiro • CONCLUSÕES – Qual a opção do doente? – Qual a adesão do dte à medicação (dupla anti‐agregação prolongada) Evitar angioplastia adhoc – Optimizar terapêutica da diabetes! DIABÉTICOS COM DOENÇA DE 3 VASOS ‐ José Rodrigues Loureiro