6 Polícia O Estado do Maranhão - São Luís, 11 de junho de 2010 - sexta-feira - [email protected] Fotos/Manoel Costa Sandra Maria e os filhos estão na sede do Conselho Tutelar da cidade de Pinheiro recebendo orientação de assistentes sociais e psicólogos Casa onde a família era mantida em cárcere privado pelo lavrador Filha mais velha de lavrador diz que também foi violentada Mulher ouvida ontem na delegacia de Pinheiro teve um filho com o pai, José Agostinho Brito, com quem era forçada a ter relação sexual; exames de conjunção carnal confirmam que ‘filha-neta’, de 5 anos, também foi abusada Diego Torres Saulo Maclean Da equipe de O Estado F oi confirmado ontem que o lavrador José Agostinho Bispo Pereira, de 54 anos, também abusou de sua primeira filha. Maria Sandra Monteiro foi ouvida pela delegada Adriana Meireles na tarde de ontem e disse que foi forçada a manter relação sexual com o pai e fugiu depois que teve um filho da relação incestuosa. O abuso à sua "filha-neta" de 5 anos de idade também foi confirmado após a divulgação dos exames de conjunção carnal. Conforme os laudos, a criança teve um rompimento parcial do hímen, da mucosa genital e apresenta discreto sangramento. A delegada disse que, em depoimento, Maria Sandra Mon- Empresário é morto em sua residência por pistoleiros ALTO PARNAÍBA - Foi assassinado com um tiro na cabeça, na noite de quarta-feira, 9, no município de Alto Parnaíba, o empresário especializado em compras de terras Edivá Dias Vieira, de 52 anos. Segundo informações da polícia, o crime ocorreu por volta das 20h30, na própria residência da vítima, localizada no centro da cidade. Testemunhas relataram que dois homens armados em uma moto Bros prata, sem placas invadiram a casa do empresário e o executaram. Após alvejar a vítima, a dupla fugiu com o veículo rumo ao município de Tarso Fragoso, onde a polícia também foi avisada e fechou as saídas da comarca. Ausência - Sem delegado fixo, a Distrital da cidade conta apenas com os trabalhos do interino Roosevelt Kennedy Monteiro, titular da delegacia de Balsas, localizada a 240 quilômetros do local do crime. Por enquanto, a polícia conta com a ajuda da própria sociedade para conseguir identificar os assassinos da vítima. Quem tiver informações sobre o paradeiro dos acusados pode entrar em contato com a Central Disque-Denúncia do Maranhão. A identidade do denunciante será mantida em sigilo, e os telefones disponíveis são (98) 3223-5800 para a capital, e 0300-313-5800 para o interior do estado. A Central funciona 24 horas de maneira integrada com as polícias Militar, Civil, Federal e Corpo de Bombeiros. teiro afirmou que fugiu de casa há 11 anos e já está casada e morando com outra pessoa com quem já tem cinco filhos. Adriana Meireles disse que a primeira vítima visitava a irmã, Sandra Maria Monteiro, periodicamente e pedia que ela denunciasse o pai à polícia. "Ela afirmou que não passava tanto tempo sem ver a irmã e sempre que podia insistia para que ela denunciasse o pai. Em resposta, Sandra Maria dizia apenas que convivia maritalmente com ele", relatou a delegada. A primeira filha violentada disse ainda que tão logo teve o filho, fugiu de casa para tentar esquecer o tempo em que foi mantida presa e forçada a ter relações sexuais com José Agostinho. "Ela disse apenas que se a irmã queria continuar a viver daquela forma, ela não poderia fazer nada", Mais O Povoado Refúgio fica distante cerca de 25 quilômetros da sede da cidade de Pinheiro. A polícia precisou utilizar até canoas para chegar ao local. Não era possível ouvir ou ver a movimentação em outros povoados vizinhos. José Agostinho Bispo Monteiro continua preso na cidade de Pinheiro acrescentou a delegada. Sobre a prisão do lavrador, Adriana Meireles disse que ele permanecerá na Delegacia Regional de Pinheiro até o término do inquérito e afirmou ser pouco provável sua transferência para o Complexo Penitenciária de Pedrinhas. "Até mesmo por medida de segurança deixaremos ele aqui na cidade, pelo menos até a conclusão do in- quérito", relatou a delegada. Crianças - O conselheiro tutelar de Pinheiro, Jorge Câmara, disse que as crianças estão tranqüilas e dormem desde terça-feira, 8, no mesmo quarto que a mãe. Uma equipe formada por psicólogos e assistentes sociais estão acompanhando o caso. "Elas não apresentam nenhum comportamento agressivo ou de qualquer natureza semelhante, e justamente por isso não vamos expôlas ainda mais. A resposta pode ser traumática e não queremos isso", completou. De acordo com os laudos, a criança de 8 anos, que a princípio era apontada como mais uma vítima do maníaco, não apresentou qualquer tipo de lesão. As duas foram submetidas a exames, mas apenas a de 5 anos tinha sido abusada por José Agostinho. Delegado autua acusados Delegada ouve pela execução de taxista PM envolvido no Caso Cutrim Júlio César Sousa Cunha, policial militar, e seu cúmplice, Raimundo Nonato Lima Amaral, foram enquadrados pelo crime de latrocínio De jesus O soldado da Polícia Militar Júlio César Sousa Cunha e o seu cúmplice, Raimundo Nonato Lima Amaral, acusados de assassinar o taxista João Mousinho Silva, de 57 anos, foram autuados em flagrante na Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos (DRFV), no fim da tarde de quarta-feira, 9. A dupla foi enquadrada pelo crime de latrocínio (roubo seguido de morte), em documento assinado pelo delegado Sebastião Cabral, titular da especializada. Antes mesmo de o procedimento ter sido anunciado, o comandante-geral da Polícia Militar do Maranhão, coronel Franklin Pacheco, classificou, o militar como "um bandido disfarçado de polícia". A declaração foi dada durante o programa Ponto Final (Mirante AM), em entrevista ao jornalista Roberto Fernandes. "O policial que comete um crime desse pode cometer qualquer outro delito. Eu não vou chamá-lo de cidadão, já que ele não merece um pingo de confiança e respeito", acrescentou o comandante. Júlio César Sousa Cunha confessou ter matado o taxista, no início da tarde de terça-feira, 8, às margens da estrada de Santa Maria, que dá acesso à localidade Juçatuba. Os criminosos alvejaram o taxista, abandonaram o corpo à beira de uma cerca de arame farpado, e fugiram com o veículo, um Corsa Sedan branco, de placas NHS-0491. O automóvel foi localizado, na manhã de quarta-feira, em uma oficina, na Vila Cafeteira. Júlio César e Raimundo Nonato, que foram autuados em flagrante Apresentados no Comando-Geral da PM, no Calhau, os acusados suscitaram ainda um terceiro suspeito, que teria contribuído com a ação criminosa do soldado. Identificado como cabo Henrique, armeiro da PM, responsável pelo recolhimento das armas no término do expediente no quartel. Ele teria aceitado propina de Júlio César no valor de R$ 40,00 para estender o prazo de devolução da pistola ponto 40, que deveria ter sido devolvida no horário da manhã e o militar só a devolveu à tarde, após cometer o crime. Com a autuação, Raimundo Nonato Lima Amaral foi encaminhado ao Centro de Detenção Provisória, em Pedrinhas. O soldado Cunha, por sua vez, permanecerá preso no quartel até ser expulso da corporação, já que, conforme o próprio coronel Pacheco, "dificuldades financeiras", alegadas pelo PM como motivação para o crime, não podem ser considerada como justificativa para o ato de brutalidade planejada. "Está evidenciado que realmente foi ele quem praticou o crime. O próprio cúmplice serviu como testemunha. Ela já se disse arrependido, porém isso não é o suficiente", finalizou Pacheco. Investigação sobre assassinato de militar prossegue na Delegacia de Homicídio sob o comando da delegada Bernadete Teodoro A Delegacia de Homicídios de São Luís iniciou, ontem à tarde, a coleta dos depoimentos dos seis policiais militares da Companhia de Operações Especiais (Coe), acusados de envolvimento na morte do PM Paulino José da Silva Sodré, de 43 anos, o cabo Sodré, como era conhecido. Depois de ouvir 16 testemunhas secundárias, desde transeuntes até militares do Ronda da Comunidade, a delegada Bernadete Teodoro recebeu o soldado Gunna Braga. O depoimento do militar durou mais de três horas, porém, a delegada não adiantou nada sobre as investigações. A presença do soldado acusado atraiu a várias equipes de imprensa e, por conta disso, o delegado Guilherme Sousa Filho, que dirige a unidade policial, prestou alguns esclarecimentos sobre o andamento do inquérito, que deve ser concluído até o dia 30 deste mês. "O que já apuramos sobre o caso nos dá a certeza de que tivemos grandes avanços no que tange a motivação do crime. É claro que o conteúdo desta investigação não pode ser divulgo previamente, entretanto, podemos dizer que ela nos fez, inclusive, solicitar do Instituto de Criminalista [Icrim] novos laudos complementares e perícias extras", adiantou o delegado responsável pela especializada. Nos próximos dias, a polícia dará continuidade às oitivas dos outros cinco PMs, identificados pelo próprio comando-geral da PMMA como os cabos Itânio da Silva, Marcílio Passos, e os soldados Edvaldo Melo, Edgard Rodrigues, e José Everton. O cabo Sodré foi morto depois de não obedecer a uma ordem da PM para parar em uma abordagem de rotina, na Avenida Guajajaras. Rápida Motim Um princípio de motim, registrado quarta-feira, 9, deixou assustados os moradores vizinhos à Delegacia de Itapecuru-Mirim. Segundo informações, um grupo de presos conseguiu render o carcereiro, e prendêlo em uma das celas. Eles exigiam prolongamento no horário de visitas, e melhor abastecimento de água.