Relatório 2010 III FORUM LA TINO - AMERICANO DE SMART GRID LATINO Passando da Teoria para a Prática e Avançando Rápido no Brasil e na América Latina Relatório Edição de 2010 Novotel Jaraguá São P aulo Conventions Paulo R. Martins Fontes, 71 - Bela Vista - São Paulo - SP - Brasil Promoção e Organização Rua Pamplona, 1465 - cj. 43 01405-030 - São Paulo - SP - Brasil Telefone: (55-11) 3051-3159 [email protected] www.smartgrid.com.br Relatório/2010 A ECOee e a RPM Brasil promoveram, nos dias 23 e 24 de agosto de 2010, a 3ª edição do SMART GRID FÓRUM/2010, realizado pelo Fórum Latino-Americano de Smart Grid. Neste ano, o evento, realizado no Novotel Jaraguá São Paulo Conventions, em São Paulo, Brasil, abordou o tema “Passando da Teoria para a Prática e Avançando Rápido no Brasil e na América Latina”. Destinado a profissionais e empresas que atuam no mercado de energia (concessionárias, grandes consumidores e produtores, governos, agências reguladoras, fabricantes de equipamentos, provedores de sistemas e soluções de medição, controle, automação e entidades de desenvolvimento de P&D), o encontro teve como objetivo discutir soluções empresariais integradas e definitivas para o uso eficiente de energia, assim como alternativas de financiamento para o setor. O Fórum Latino-Americano de Smart Grid foi criado em 2008 com a proposta de monitorar o progresso tecnológico mundial na área de smart grid, sintetizar os resultados obtidos no segmento e articular ações para criar condições de implantação de novas tecnologias, com base em abordagens de razoabilidade de custos e benefícios para a sociedade e os agentes do setor de energia. Plenário do FORUM LATINOAMERICANO DE SMART GRID Essa articulação envolve mobilização dos provedores de solução, empresas de energia, agentes de regulação e política governamental, agentes financeiros, consumidores e sociedade em geral. A ideia é incluir no debate a mais ampla matriz de interessados possível, motivo pelo qual o Fórum é fortemente apoiado por várias associações e entidades nacionais e internacionais. Em sua 3ª edição, o evento recebeu autoridades mundiais sobre o tema e contou com apoios internacionais importantes, tanto de entidades de âmbito regional, como a ADEERA (La Asociación de Distribuidores de Energía Eléctrica de la República Argentina) e CIER (Comisión de Integracion Electrica Regional), quanto de abrangência global, a exemplo do EEI (Edison Eletric Institute), do IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers), do EPRI (Electric Power Research Institute) e do Smart Grid Australia. Além dessas, houve apoio de 27 entidades e associações brasileiras, entre elas a ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações) e o INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial), que foram os apoiadores oficiais do evento. O tema do encontro foi abordado pelo diretor-executivo do Fórum, Julio M. Rodrigues, em sua apresentação de boas-vindas. Ele comentou sobre as empresas que já estão divulgando seus primeiros projetos e estudos de implantação. Em seguida, apresentou os números do evento, que reuniu as maiores autoridades mundiais do tema, contando com a presença de 46 palestrantes, sendo 15 destes internacionais; 12 empresas patrocinadoras; e 27 entidades apoiadoras, que vieram dos mais representativos segmentos de energia. O Fórum contou com 320 congressistas que participaram da conferência e outros 300 que visitaram a exposição, o que demonstrou o grande interesse e necessidade de articulação e desenvolvimento nessa área no Brasil e em toda a América Latina. Julio M. Rodrigues CEO, RPM Brasil e diretorexecutivo, FORUM LATINOAMERICANO DE SMART GRID Rodrigues destacou também que o objetivo maior do evento é o de monitorar o progresso tecnológico mundial na área de smart grid, sintetizando resultados obtidos e articulando ações para criar condições de implementação de tecnologias. Essa articulação envolve mobilização dos:provedores de solução, empresas de energia, dos agentes de regulação e de política governamental, dos agentes financeiros, consumidores e da sociedade em geral. APRESENTAÇÃO DO SMART GRID FÓRUM O Presidente do Fórum, Cyro Vicente Boccuzzi, sócio-diretor da Consultoria ECOEE, apresentou estudos realizados por sua empresa para o Fórum Latino Americano de Smart Grid, a partir da avaliação dos programas de investimentos das principais empresas brasileiras. De acordo com o trabalho, os investimentos em tecnologias de smart grids deverão superar a cifra de R$ 4 bilhões até 2013. Cyro Vicente Boccuzzi CEO, ECOee e Presidente, FORUM LATINO-AMERICANO DE SMART GRID O estudo se baseou nos planos atuais das empresas de distribuição, transmissão e em alguns projetos de geração, não considerando, ainda, o potencial efeito que eventuais incentivos à modernização, por modificações positivas na atual política energética e na regulação, poderiam proporcionar. Boccuzzi destacou que entre 2010 e 2013 o Brasil deverá investir cerca de R$ 100 bilhões em energia elétrica, praticamente o mesmo valor investido entre 2003 e 2009. Deste total, cerca de R$ 14 bilhões serão destinados à distribuição de energia elétrica, por meio das empresas de distribuição de energia, além de investimentos a serem realizados por grandes consumidores em novas instalações e na automação e modernização da infraestrutura para atendimento aos projetos da Copa do Mundo, de 2014, e das Olimpíadas, em 2016. Boccuzzi enfatizou: “estamos orgulhosos por reunir em um único evento a nata da inteligência em tecnologia e negócios de energia e também do pensamento acadêmico sobre a modernização desta importante infraestrutura, no Brasil e na América Latina”. Após duas edições do Fórum, Boccuzzi destacou que agora, em 2010, quase todas as empresas de energia começaram a realizar estudos que pudessem qualificar e adequar seus planos de investimentos para incorporar essas tecnologias em maior ou menor grau, ainda que não existam políticas e regulamentos específicos sobre o tema no Brasil. O presidente do Fórum atribui esse fator ao crescimento do nível de exigência dos consumidores de energia, à dependência deles de serviços contínuos, e os custos e restrições para a implementação de empreendimentos convencionais de geração, transmissão e distribuição convencionais. Ele também apontou que “o espaço urbano está cada vez mais limitado e as concessionárias enfrentam crescentes dificuldades e custos para obter autorizações de passagem e uso das ruas e terrenos nas cidades. Por outro lado, a tecnologia de geração em escala domiciliar avançou vertiginosamente nos últimos três anos, e hoje já é, em alguns casos, mais barato obter energia de células solares do que solicitar o atendimento da concessionária, em regiões distantes, por exemplo.” O DESAFIO DA MODERNIZAÇÃO DA INFRAESTRUTURA Painel - O DESAFIO DA MODERNIZAÇÃO DA INFRAESTRUTURA - Rubens Bruncek Ferreira, diretor de Eng. da CPFL - Acher Mossé, diretor-executivo da Electric Power Research Institute - EPRI, da América Latina - Paulo Henrique Silvestri Lopes, superintendente de Regulação dos Serviços de Distribuição, da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) - Cyro Vicente Boccuzzi, Presidente do Fórum LatinoAmericano de Smart Grid e CEO da ECOee - Luiz Carlos Silveira Guimarães, presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (ABRADEE) - Maximiliano Salvadori Martinhão, gerente geral de Certificação e Engenharia do Espectro, da Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) - Fábio Toledo, assessor do diretor da Distribuição da Light No painel de abertura, Rubens Bruncek Ferreira, diretor de engenharia da CPFL, e Fabio Toledo, assessor do diretor da Distribuição da Light, apresentaram considerações a respeito dos estudos que suas empresas realizam sobre o tema e a necessidade de que os projetos tenham retorno para os acionistas e a sociedade, bem como as regras para que esses investimentos tenham clareza e estabilidade. Na sua participação, o presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (ABRADEE), Luiz Carlos Guimarães, apresentou projeto estratégico que a entidade está propondo em conjunto com a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), para criar um Programa Brasileiro de Redes Inteligentes, em que essas regras, custos e benefícios sejam discutidos para que todos os agentes tenham conforto em avançar nessas novas tecnologias. Já o superintendente de Regulação dos Serviços de Distribuição da ANEEL, Paulo Henrique Silvestri Lopes, discorreu sobre estudos que vêm desenvolvendo sobre o tema e também sobre a proposta mencionada pelo presidente da ABRADEE. Destacou que em todo o mundo os governos têm fomentado o desenvolvimento tecnológico na área de distribuição de energia objetivando incentivar as concessionárias para promoverem o uso eficiente, a introdução de geração renovável de pequeno porte junto aos centros de carga, e também objetivando melhorar a confiabilidade, disponibilidade e segurança do serviço de eletricidade aos consumidores. Lembrou que, em abril, o Ministério da Minas e Energia publicou a Portaria 440/2010 constituindo um grupo de trabalho interno do governo para estudar a questão e, em seis meses, promover a publicação de diretrizes na área. Este grupo, que conta com representantes da ANEEL, deverá concluir seus trabalhos em cerca de dois meses. Maximiliano Salvadori Martinhão, representante da Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), destacou a importância da discussão deste tema e sua íntima relação com as políticas de facilitação do acesso à banda larga e também às questões ligadas à segurança das comunicações. O SMART GRID NA VISÃO DAS UNIVERSIDADES E CENTROS DE P&D - José Sidnei Colombo Martini, professor doutor da Escola Politécnica da USP - Presidente da mesa, Máximo Luiz Pompermayer, superintendente de Pesquisa, Desenvolvimento e Eficiência Energética da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) - Hélio Marcos Machado Graciosa, presidente do CPqD - Djalma Mosqueira Falcão, professor da COPPE/ UFRJ Os representantes das universidades e centros de pesquisa também apresentaram seus trabalhos, para acelerar a capacitação de pessoas e formação de profissionais, bem como acelerar a realização de projetos que visam desenvolver competência local nestas tecnologias. Painel - O SMART GRID NA VISÃO DAS UNIVERSIDADES E CENTROS DE P&D O PODER É SEU: HABILITANDO SERVIÇOS DE SMART ENERGY PARA SEUS CLIENTES O vice-presidente de Desenvolvimento Global da Tendril, Gilbert Shaw, apresentou as novas tecnologias de ferramentas da empresa que proporcionam total domínio dos consumidores sobre a forma de uso e sobre os gastos com energia. Destacou também projetos em implantação que objetivam, na essência, a economia e a eficiência no uso de energia. DEFINIÇÃO E APLICABILIDADE DAS TARIFAS DINÂMICAS DE ENERGIA COMO PASSAR DA TARIFA PLANA PARA UMA ESTRUTURA MAIS COMPLEXA ENVOLVENDO A SOCIEDADE COMO UM TODO Gilbert Shaw, vice-presidente de Desenvolvimento Global, Tendril Estados Unidos da América Entre as participações mais aguardadas, destacou-se a de Ahmad Faruqui, executivo do Brattle Group, que assessora diretamente o governo norte-americano no desenvolvimento de tarifas especiais para viabilizar o melhor uso do sistema e a redução da demanda por energia elétrica. Ahmad apresentou vários estudos que concluem que as tarifas dinâmicas são ferramentas importantes para viabilizar o uso eficiente de energia, de forma a eliminar subsídios cruzados entre consumidores e a incentivar a otimização da Ahmad Faruqui, Ph.D. e infraestrutura. Citou o exemplo do rodízio de veículos empregado na cidade de CEO do Brattle Group Estados Unidos da América São Paulo como um exemplo de gerenciamento da demanda: “se não há espaço nas ruas para todos os veículos trafegarem ao mesmo tempo, é natural que existam multas e penalização aos motoristas que descumpram essas regras; da mesma forma, a lei da oferta e da procura diferencia preços nos setores da economia, menos tradicionalmente na energia, mas isso mudará, no mundo inteiro, em muito breve”. COLABORAÇÃO GLOBAL PARA A IMPLEMENTAÇÃO DO SMART GRID - Pier Nabuurs, CEO, Kema, e Chairman da ETP - Smartgrids, European Technology Platform for the Electricity Networks of the Future, Holanda - Presidente da mesa, Cyro Vicente Boccuzzi, Presidente do Fórum Latino-Americano de Smart Grid e CEO da ECOee - Ester Beatriz Fandiño, secretária-executiva do Comitê Argentino da Comissão de Integração Elétrica Regional - CACIER, da Argentina - Guido Bartels, chairman da Gridwise Alliance and General Manager Global da Energy & Utilities Industry, IBM, Estados Unidos Diversos especialistas também apresentaram suas experiências e interagiram com os participantes para a construção de propostas Painel - COLABORAÇÃO GLOBAL PARA A aplicáveis de modo direto e específico ao mercado latino-americano. IMPLEMENTAÇÃO DO SMART GRID No primeiro dia do evento, ocorreu um painel sobre colaboração global, do qual participaram o presidente da Gridwise Aliance, Guido Bartels, e o presidente da Plataforma Tecnológica Européia, Pier Nabuurs. Pela América Latina, falou neste painel Ester Fandiño, presidente da Associação dos Distribuidores de Energia da Argentina e ex-presidente da Agencia Reguladora Nacional. PLANEJAMENTO ENERGÉTICO BRASILEIRO E USO EFICIENTE Juarez Castillon Lopes, Diretoria de Estudos Econômico-Energéticos da Empresa de Pesquisa Enérgica (EPE) A apresentação contemplou os estudos realizados pela EPE nas áreas de eficiência energética e redução de perdas e contou com a participação de Juarez Castillon Lopes, Diretoria de Estudos Econômico-Energéticos da Empresa de Pesquisa Enérgica (EPE) e José Starosta, presidente da ABESCO. Presidente da mesa, José Starosta, presidente da ABESCO A IMPORTÂNCIA DA NORMATIZAÇÃO E INTEROPERABILIDADE - Dean Prochaska, coordenador nacional para Smart Grid do Conformance da National Institute of Standards and Technology, do U.S. Departament of Commerce, ESTADOS UNIDOS - Presidente da mesa, Amaury Santos, gerente regional para a América Latina e Caribe, IEC - International Electrotechnical Commission, América Latina e Caribe - João Alziro Herz da Jornada, Presidente do INMETRO PAINEL - A IMPORTÂNCIA DA NORMATIZAÇÃO E INTEROPERABILIDADE No painel foram cobertos os trabalhos que vêm sendo desenvolvidos de forma coordenada pelas entidades participantes, tendo se estabelecido a necessidade de um grande acompanhamento e articulação institucional na região da América Latina, da forma mais transparente, para que as normas sejam representativas das necessidades regionais. Após esse painel, os trabalhos do primeiro dia foram encerrados e foi realizado um coquetel de confraternização. Os trabalhos do segundo dia foram iniciados com apresentações de soluções oferecidas pelos patrocinadores, que discorreram sobre projetos reais e tecnologias recentemente implantadas, bem como sobre seus benefícios e vantagens. Coquetel de Boas-Vindas A AUTOMAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO NO CONTEXTO DO SMART GRID: UM CASO PRÁTICO - Dario Almeida, executivo de Negócios, Serviços em Consultoria / Utilities da IBM Dario Almeida, executivo de Negócios, Serviços em Consultoria, IBM SMART GRIDS - DA TEORIA PARA A PRÁTICA - ALGUNS EXEMPLOS REALIZADOS Davi Bisinotto Gomes, coordenador do Segmento Smart Grid, SIEMENS - Davi Bisinotto Gomes, coordenador do Segmento Smart Grid, SIEMENS AS VANTAGENS DO SMART GRID - Bob Gilligan, vice-presidente, Digital Energy, GE Energy Services, ESTADOS UNIDOS CASO DE SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE SMART GRID Bob Gilligan, vice-presidente, Digital Energy, GE Energy Services, USA - Francisco José Arenas Pérez, TELVENT, ESPANHA Francisco José Arenas Pérez, TELVENT, ESPANHA DA TEORIA PARA A PRÁTICA NA AMÉRICA LATINA: OS PRIMEIROS CASES DE SMART GRID - Jacir Carlos Paris, superintendente de Engenharia de Distribuição da Copel - Denys Claudio Cruz de Souza, superintendente de Desenvolvimento e Engenharia da Distribuição da CEMIG - presidente da Mesa, Julio M. Rodrigues CEO, RPM Brasil e diretor-executivo, Fórum Latino-Americano de Smart Grid - Ricardo Van Erven, diretor de Tecnologia e Serviços da AES Eletropaulo - Luiz Fernando Arruda, assistente do Presidente das Empresas de Distribuição da Eletrobrás O debate contou com apresentações de executivos de várias empresas de distribuição Painel brasileiras, como CEMIG, Eletrobrás, Copel e DA TEORIA PARA A PRÁTICA NA AMÉRICA LATINA: AES Eletropaulo. Estas empresas já OS PRIMEIROS CASES DE SMART GRID incorporaram em seus planos de investimentos atuais algumas das novas tecnologias de redes inteligentes nas suas expansões ou estão desenvolvendo propostas de projetos de demonstração, que permitam acessar de forma mais direta e objetiva os custos e benefícios das plataformas de smart grid. ADOÇÃO DE REDES ELÉTRICAS INTELIGENTES NO BRASIL LIÇÕES ORIUNDAS DA EXPERIÊNCIA INTERNACIONAL - Joisa Campanher Dutra, Consultora e Professora da Fundação Getúlio Vargas (FGV) O PAPEL DA LIDERANÇA DOS GOVERNOS E DOS REGULADORES NA MUDANÇA TECNOLÓGICA - Presidente da mesa, Virgínia Parente, professora doutora, Finanças e Regulação Aplicadas à Energia e ao Meio Ambiente, IEE/USP e Presidente do Comitê de Energia da Amcham (Câmara Americana de Comércio). - Cyro Vicente Boccuzzi, CEO, ECOee e Presidente, FÓRUM LATINO-AMERICANO DE SMART GRID - Ashley C. Brown, diretor-executivo do Harvard Electricity Policy Group, da Harvard University, Estados Unidos - Frederick F. Butler, vice-presidente da Salmon Ventures and Former US State Comissioner, Estados Unidos da América Painel O PAPEL DA LIDERANÇA DOS GOVERNOS E DOS REGULADORES NA MUDANÇA TECNOLÓGICA As apresentações específicas sobre regulação ficaram a cargo da consultora e professora da Fundação Getúlio Vargas ( FGV) Joísa Campanher Dutra (ex-diretora da ANEEL), de Ashley Brown, diretor de Política Regulatória da Harvard School, de Frederick Butler, ex-presidente da NARUC (Associação de Reguladores Estaduais Americanos). O painel teve a moderação de Virgínia Parente, professora doutora, Finanças e Regulação Aplicadas à Energia e ao Meio Ambiente, IEE/USP e Presidente do Comitê de Energia da Amcham (Câmara Americana de Comércio). ESTRUTURA FLEXÍVEL NAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E O SMART GRID - José Juarez Guerra, diretor Comercial da Finder José Juarez Guerra, diretor Comercial da Finder INTEGRATED DISTRIBUTED MANAGEMENT SYSTEM (IDMS): SISTEMA PARA OTIMIZAÇÃO DA GESTÃO DA DISTRIBUIÇÃO - Ricardo Hering, diretor América Latina de Automação da Alstom Grid Ricardo Hering, diretor América Latina de Automação da Alstom Grid Duas abordagens também voltadas à forma de implementação dessas tecnologias, oferecidas por patrocinadores, seguiram o debate regulatório. A IEC E SEU TRABALHO ESTRATÉGICO EM SMART GRIDS - Richard Schomberg, vice-presidente de Inovações, EDF Group e Chairman do Strategic Group 3, Smart Grid, IEC International Electrotechnical Commission, França Richard Schomberg, vice-presidente de Inovações, EDF Group e Chairman do Strategic Group 3, Smart Grid, IEC International Electrotechnical Commission, França MAKING SENSE OF THE SMART GRID - Matthew S. Loeb, Staff Executive, Corporate Strategy, IEEE, Estados Unidos Matthew S. Loeb, staff executive, corporate strategy, IEEE, Estados Unidos da América As duas palestras finais discorreram, respectivamente, sobre o trabalho da International Electrotechnical Commission (IEC – França) na preparação de um arcabouço normativo, ao mesmo tempo amplo e coerente e, por outro lado, específico e profundo, do smart grid, a que Richard se referiu como sendo “o cromossomo ou o código genético” do smart grid, e as estratégias que o IEEE vem adotando no sentido de proporcionar visão de liderança e, ao mesmo tempo, trabalhos articulados em torno de uma plataforma colaborativa mundial, encerraram esta terceira edição do evento. ENCERRAMENTO Falando após a conclusão do último painel, no encerramento do evento, o presidente do Fórum, Boccuzzi resumiu e apresentou os destaques do evento, primeiramente falando sobre sua satisfação em ter realizado um encontro com qualidade e nível internacional, no qual, durante todo o tempo e até o último painel, a sala esteve completamente lotada. Cyro Vicente Boccuzzi CEO, ECOee e presidente, FORUM LATINO-AMERICANO DE SMART GRID Discorreu também sobre os excelentes feedbacks recebidos dos participantes durante o Congresso e concluiu relembrando que os projetos já estão acontecendo, ainda que, sem muita publicidade e quietamente, e que, inclusive, as universidades e centros de pesquisa também já estão trabalhando na formação de profissionais e no desenvolvimento de know how. Lembrou os estudos mencionados na sessão de abertura, em que a ECOee estima que dos R$ 100 bilhões de investimentos previstos no Brasil para o período de 2010 a 2013, cerca de R$ 4 bilhões já estariam hoje incorporados aos planos das empresas, mesmo sem política e regulação específicas. Sobre as estimativas, Boccuzzi comentou que “o Ministério de Minas e Energia do Brasil foi convidado a participar do evento e a relatar, ainda que de forma genérica, o andamento dos estudos que oficialmente vêm sendo conduzidos, mas parece ter preferido não desejar antecipar as medidas futuras”. Para ele, a ausência de discussão mais ampla com a sociedade neste tema pode significar a manutenção da atual política energética. “O governo brasileiro ainda possui um foco muito concentrado na expansão, em razão da recente e significativa melhoria da qualidade de vida e renda da população, bem como da abundante oferta de opções energéticas disponíveis, que passam pela biomassa de cana de açúcar, pelo etanol e também pelo enorme potencial hidroelétrico ainda inexplorado, sem falar nas recentes descobertas de petróleo em águas profundas”, explicou Boccuzzi. Entretanto, essa abordagem, apesar de justificável frente a uma primeira análise, olhando-se exclusivamente para dentro do próprio país, é bastante limitada quando avaliada à luz da competitividade e qualificação das empresas brasileiras para as tecnologias inovadoras, com a possibilidade de não só atender às questões do país, mas ter uma política tecnológica voltada para servir ao mundo. Um dos grandes aspectos é a necessidade de financiamento para a implantação dessas tecnologias inovadoras, e Boccuzzi lembra que, entre os países da região, “o Brasil possui um grande desafio e a melhor oportunidade, na medida em que seu setor elétrico conta com uma das mais altas tributações do mundo. A desoneração tributária desse bem essencial, alinhada a adequadas sinalizações para que as distribuidoras modernizem seus sistemas, permitiria uma rápida implementação de novas plataformas com tecnologias avançadas, além de colocar o país em uma posição estrategicamente privilegiada quanto à competitividade tecnológica sobre o tema, podendo tornar-se rapidamente um importante exportador de soluções para a região e o mundo.” Boccuzzi destacou também a positiva participação do INMETRO, que apoiou oficialmente o evento, e também da ANEEL, que participou de dois painéis e discorreu sobre a proposta de regulamentação para medição eletrônica colocada para consulta pública, e sobre o P&D estratégico sobre o tema, a ser desenvolvido pelo Instituto ABRADEE. Da parte da EPE, notou-se que o planejamento estratégico ainda está sendo feito de forma usual, com metas de eficiência energética bastante conservadoras e sem a previsão de recuperação de perdas significativas, indicando não serem esperadas melhorias significativas no agregado geral do pais - a solução parece estar sendo postergada para depois da próxima década. Além disso, está em curso a revisão da estrutura tarifária de baixa tensão, como projeto estratégico da ANEEL, mas de forma ainda não sincronizada com estas novas tecnologias. Nos vários painéis realizados ao longo do evento, foi consenso que, além dos aspectos técnicos e econômicos cientificamente fundamentados, deverá sempre haver um aspecto político precedente a estes a ser considerado. Foi também enfatizado por vários especialistas que estamos à frente de uma grande mudança do modelo regulatório, que acopla as tarifas aos investimentos e receitas. As empresas são tradicionalmente avessas ao risco e no atual modelo sempre tenderão a sobre investir. Também foi consenso que não faz sentido modernizar o sistema sem adotar sinais de preços mais representativos dos custos e que sistemas de precificação que espelham demanda e melhor utilização da capacidade instalada existem em todos os outros setores, menos nas tarifas de eletricidade. Além de intensificar a rede colaborativa mundial, o Fórum está formulando o desenvolvimento de um grupo latinoamericano de doutrina regulatória para o desenvolvimento de consultorias e apoio aos governos e às empresas da região e já tem programadas outras importantes atividades nesse sentido para os meses que virão. Este grupo terá competências para focar aspectos técnicos, econômicos, regulatórios, sociais e energéticos e também de sinergia com outras infraestruturas relevantes para o planejamento urbano de forma integrada e visando a eficiência energética. III FORUM LA TINO - AMERICANO DE SMART GRID LATINO www.smartgrid.com.br