ESCOLA DE ENFERMAGEM WENCESLAU BRAZ
ELISANGELA FERREIRA GUIMARÃES
RENATA IZABEL DOS SANTOS
RISCO DE QUEDA DE PESSOAS IDOSAS OCTOGENÁRIAS
ITAJUBÁ-MG
2012
ELISANGELA FERREIRA GUIMARÃES
RENATA IZABEL DOS SANTOS
RISCO DE QUEDA DE PESSOAS IDOSAS OCTOGENÁRIAS
Trabalho de Conclusão de Curso de
Graduação em Enfermagem apresentado
à Escola de Enfermagem Wenceslau
Braz, como requisito parcial para
obtenção do título de Enfermeira.
Orientador: Prof. Dr. José Vitor da Silva.
Coorientadora: Enfª. Esp. Gisele Rennó.
ITAJUBÁ-MG
2012
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Escola de Enfermagem Wenceslau Braz (EEWB)
Bibliotecária - Karina Morais Parreira - CRB 6/2777
G963r
Guimarães, Elizangela Ferreira.
Risco de queda em pessoas idosas octogenárias / Elizangela Ferreira Guimarães ; Renata Izabel dos Santos. - 2012.
69 f.
Orientador: Profº. Dr. José Vitor da Silva.
Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Enfermagem) -Escola de Enfermagem Wenceslau Braz – EEWB,
Itajubá, 2012.
1. Idoso. 2. Queda. 3. Risco de queda. I. Santos, Renata
Izabel dos. II. Título.
NLM: WT 100
I
Dedicamos este trabalho aos nossos familiares, amigos e a todos as pessoas idosas
que contribuíram para a concretização deste.
II
AGRADECIMENTOS
Agradecemos primeiramente a Deus, pois sem ele nada disso teria sido
possível. Agradecemos também aos nossos pais, nossos pilares, pelo amor
incondicional, pela paciência e por não medirem esforços para que chegássemos
até aqui. Aos nossos irmãos e sobrinho querido pela compreensão e incentivo. Aos
nossos amigos e companheiros pelos grandes momentos que passamos juntos e
que jamais serão esquecidos. Agradecemos a todos que acreditaram em nós e que
contribuíram para a concretização desse sonho. Ao nosso orientador professor e
Doutor José Vitor da Silva e a Coorientadora Gisele Rennó pela paciência, confiança
e conhecimento transmitido para a realização desse trabalho. Nossa gratidão a
todos que contribuíram para a nossa vida acadêmica.
III
“Que você, quando idoso, viva uma vida longa, mas que nunca fique velho... Saber
amadurecer pode ser uma arte, mas com certeza, arte maior é saber desfrutar com
todo sabor o doce de se tornar um pouco mais maduro a cada dia...”
(Autor desconhecido)
IV
RESUMO
Os objetivos deste estudo foram identificar as características pessoais, familiares,
sociais, econômicas e de saúde e avaliar o risco de quedas entre as pessoas idosas
octogenárias. Foi de abordagem quantitativa, do tipo descritivo e transversal. Os
participantes foram pessoas idosas, de 80 anos ou mais, tanto do gênero masculino
quanto do feminino, residentes nas áreas de abrangência das Unidades Básicas de
Saúde: Santa Rita de Cássia e Nossa Senhora de Lourdes, Itajubá, MG. A amostra
foi de 50 pessoas idosas, sendo 25 participantes de cada um dos mencionados
bairros. A amostragem foi do tipo intencional ou racional. Os critérios de
elegibilidade foram: ter 80 anos ou mais; capacidade cognitiva e de comunicação
preservadas e aceitar participar do estudo. Foram utilizados os instrumentos de
pesquisa: Caracterização pessoal, familiar, social, econômica e de saúde; Escala de
risco de Quedas (DOWNTON) e o Mini - Exame do Estado Mental (MEEM).
Observou-se que 52% dos participantes eram do gênero feminino, a média da idade
foi de 83,8 anos (DP = 3,37); 78% eram da religião católica; 70% sabiam ler e 80%
escrever; 46% possuíam ensino fundamental incompleto; 64% eram viúvos; 60%
viviam família nuclear; 94% possuíam filhos, sendo que 74% tinham três filhos ou
mais; 74% eram aposentados e deixaram de trabalhar; 38% recebiam três ou mais
salários mínimos mensais; três ou mais pessoas viviam com esse rendimento,
totalizando 34%; 44% dos entrevistados perceberam sua saúde regular, ao
compararem sua saúde com o ano anterior; 54% a consideraram mesma coisa e
quando comparada com as pessoas da mesma idade, 56% referiram estar melhor;
82% apresentaram doença crônica, sendo que desses 38% mencionaram portar
hipertensão arterial sistêmica; 70% não praticavam exercício físico; daqueles que
praticavam 16% a realizavam diariamente; 24% indicaram a caminhada. Constatouse que 76,0% dos participantes apresentaram queda anterior; 62,5% estiveram
relacionadas com os homens e 88% com as mulheres; 82% apresentaram risco de
queda, sendo que, 43,9% estiveram associados com o gênero masculino e 56,1%
com o feminino; 85,4% das pessoas idosas que apresentaram risco de quedas, já
haviam sofrido quedas anteriores e destas, 75,6% faziam uso de anti-hipertensivos;
em relação ao déficit sensório. 36,6% possuíam visão e audição prejudicadas
(respectivamente) e 41,5% apresentaram insegurança na marcha com e sem
equipamento; 77,8% dos homens com risco de quedas, já haviam sofrido quedas
anteriores e deles, 72% faziam uso de anti-hipertensivos; 33% possuíam audição
prejudicada e 44% apresentavam insegurança na marcha com e sem equipamento;
91% das mulheres que apresentaram risco de queda, já foram vítimas de quedas
anteriores; delas, 78% faziam uso de anti-hipertensivos; em relação ao déficit
sensório, 57% possuíam visão prejudicada e 39% apresentaram insegurança na
marcha com e sem equipamento. As informações relacionadas ao mês, ano, bairro,
cidade e estado apresentaram, respectivamente, as proporções 92%; 92%; 100%;
92% e 100% em relação à alternativa correta. No tocante à memória imediata, 50%
memorizaram duas das três palavras que lhes foram mencionadas. Concluiu-se que
houve risco de quedas e quedas anteriores entre as pessoas idosas octogenárias;
sendo predominante no gênero feminino.
Palavras-chave: Idoso. Queda. Risco de queda.
V
ABSTRACT
The objectives of this study were to identify personal, family, social, economic and
health characteristics, and to assess the risk of falls among the elderly octogenarian.
It used a descriptive, cross-sectional quantitative approach. The participants of this
study were elderly, 80 years or older, of male and female gender, living in areas
covered by the Basic Health Units: Santa Rita de Cássia e NossaSenhora de
Lourdes, Itajubá, MG. The sample was of 50 older people, with 25 participants from
each of the districts mentioned. Sampling was of type intentional or rational. The
eligibility criteria were: be 80 years or older; cognitive capacity and the
communication preserved and accepting participate in the study. Were used the
research instrument: Characterization: personal, family, social, economic and health;
Fall Hazard Scale of DOWNTON and Mini-Mental State Examination (MMSE). It was
observed that 52% of participants were female gender and the mean age was 83.8
years (SD = 3.37); 78% were Catholic; 70% could read; 80% write; 46% had
incomplete primary education; 64% were widowed; 60% lived nuclear family; 94%
had children, being that 74% had three or more children; 74% were retired and
stopped working; 38% receive three or more minimum wages monthly; three or more
people were living on that income, totaling 34%; 44% of the respondents perceived
their health regular, comparing their health with the previous year, 54% considered
the same thing and when compared with people of the same age, 56% referred be
better; 82% presented a chronic disease, being that of these, 38% mentioned arterial
systemic hypertension, 70% didn't practice physical exercise, those who practiced,
16% performed daily, 24% indicated the walk. It was found that 76.0% of the
participants presented previous fall; 62.5% were related with men and 88% with the
women; 82% presented risk of fall, being that, 43.9% were associated with male
gender and 56.1% with female; 85.4% of older people who presented risk of fall, had
already suffered previous falls and of those, 75.6% were taking antihypertensive
drugs, in relation to the sensory deficits. 36.6% had vision and hearing impaired
(respectively) and 41.5% showed insecurity in the gait with and without equipment;
77.8% of men with risk of fall, had suffered previous falls and of them, 72% were
using anti-hypertensive; 33% had impaired hearing and 44% showed insecurity in the
gait with and without equipment; 91% of women who presented risk of fall, have been
victims of previous falls; of them, 78% were taking antihypertensive drugs; in relation
to sensory deficits; 57% had impaired vision and 39% showed insecurity in the gait
with and without equipment. Information related to the month, year, district, city and
state presented, respectively, the proportions 92%; 92% 100%; 92% and 100% in
relation to the correct alternative. Regarding the immediate memory, 50% had
memorized two of the three words that were mentioned to them. It was concluded
that there was risk of fall and previous falls between elderly octogenarian people in
female gender.
Keywords: Elderly. Fall. Risk of Fall.
VI
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Características Pessoais e Familiares dos Participantes do Estudo.
Itajubá, MG, 2011. (n=50.........................................................................................35
Tabela 2 - Características Econômicas dos Participantes do Estudo. Itajubá,
MG, 2011. (n=50) .....................................................................................................36
Tabela 3 - Características de Saúde dos Participantes do Estudo. Itajubá, MG,
2011. (n=50)..............................................................................................................37
Tabela 4 - Informações sobre doenças crônicas e exercícios físicos referentes
aos integrantes do estudo. Itajubá, MG, 2011. (n=50) ..........................................38
Tabela 5 - Informações sobre quedas anteriores pelos participantes do estudo.
Itajubá, MG, 2011. (n=50) ........................................................................................39
Tabela 6 - Informações sobre quedas anteriores quanto ao gênero dos
entrevistados. Itajubá, MG, 2011 (n=50) ................................................................39
Tabela 7 - Informações relacionadas com o risco de queda dos integrantes do
estudo. Itajubá, MG, 2011. (n=50)...........................................................................40
Tabela 8 - Risco de queda segundo o gênero dos integrantes do estudo.
Itajubá, MG, 2011. (n=41) ........................................................................................40
Tabela 9 - Fatores de risco de queda dos integrantes do estudo com risco e
ocorrência ou não de quedas anteriores. Itajubá, MG, 2011. (n=41)...................40
Tabela 10 - Fatores de risco de queda dos integrantes do estudo com risco e
ocorrência ou não de quedas anteriores. Itajubá, MG, 2011. (n=41)...................41
Tabela 11 - Fatores de risco de quedas dos integrantes do estudo com relação
ao gênero e que apresentaram risco com ocorrência de queda. (n=41) ............41
VII
Tabela 12 - Informações relacionadas com as dimensões cognitivas das
pessoas idosas entrevistadas. Itajubá, MG, 2011. (n=50)....................................42
Tabela 13 - Informações relacionadas com a memória imediata das pessoas
idosas entrevistadas. Itajubá, MG, 2011. (n=50) ...................................................43
VIII
LISTA DE SIGLAS
ACIEI – Associação Comercial Industrial e Empresarial de Itajubá
CONEP – Comissão Nacional de Ética em Pesquisa
COPASA – Companhia de Saneamento de Minas Gerais
EEWB – Escola de Enfermagem Wenceslau Braz
FACESM – Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas do Sul de Minas
FACINTER – Faculdade Internacional de Curitiba
FEPI – Fundação de Ensino e Pesquisa de Itajubá
FMIT – Faculdade de Medicina de Itajubá
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
MEEM – Mini Exame do Estado Mental
NANDA – Norte American Nursing Diagnosis Association
TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UBS – Unidade Básica de Saúde
UNIFEI – Universidade Federal de Itajubá
UNIPAC – Universidade Presidente Antônio Carlos
UNIVERSITAS – Centro Universitário de Itajubá
UNOPAR – Universidade Norte do Paraná
IX
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO ...............................................................................................14
1.1.
INTERESSE PELO TEMA ..............................................................................15
1.2.
JUSTIFICATIVA..............................................................................................16
1.3.
OBJETIVOS....................................................................................................19
2
MARCO CONCEITUAL..................................................................................20
2.1.
PROCESSO DE ENVELHECIMENTO ...........................................................20
2.2.
RISCO DE QUEDA.........................................................................................22
2.3.
QUEDAS.........................................................................................................24
3
TRAJETÓRIA METODOLÓGICA ..................................................................27
3.1.
CENÁRIO DO ESTUDO .................................................................................27
3.2.
DELINEAMENTO DE ESTUDO......................................................................29
3.3.
PARTICIPANTES DO ESTUDO, AMOSTRA, AMOSTRAGEM E CRITÉRIOS
DE ELEGIBILIDADE .......................................................................................30
3.4.
COLETA DE DADOS......................................................................................31
3.4.1. Procedimentos de Coleta de Dados ............................................................31
3.4.2. Instrumentos de Pesquisa ............................................................................32
3.5.
PRÉ-TESTE....................................................................................................33
3.6.
ESTRATÉGIAS DE ANÁLISE DADOS ...........................................................33
3.7.
ESTRATÉGIAS DE APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ........................34
3.8.
ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA.............................................................34
4
RESULTADOS ...............................................................................................35
4.1.
CARACTERÍSTICAS
PESSOAIS,
FAMILIARES,
ECONÔMICAS
E
DE
SAÚDE DOS PARTICIPANTES DE ESTUDO. ..............................................35
4.2.
QUEDA, RISCO DE QUEDA E FATORES DE RISCO DE QUEDA DOS
INTEGRANTES DO ESTUDO ........................................................................39
4.3.
INFORMAÇÕES REFERENTES AOS ITENS DO MINI-EXAME DO ESTADO
MENTAL (MEEM): ..........................................................................................42
5
DISCUSSÃO ..................................................................................................44
6
CONCLUSÕES ..............................................................................................49
X
7
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................51
REFERÊNCIAS ..............................................................................................53
APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO .59
ANEXO
A
-
CARACTERÍSTICAS
BIOSSOCIAIS,
FAMILIARES,
ECONÔMICAS E DE SAÚDE ........................................................................61
ANEXO B - ESCALA DE RISCO DE QUEDAS .............................................66
ANEXO C - AVALIAÇÃO COGNITIVA: MINI-EXAME DO ESTADO MENTAL
(MEEM) ..........................................................................................................67
ANEXO D - PARECER CONSUBSTANCIADO N. 735/2011 ........................68
14
1
INTRODUÇÃO
Estudar a problemática associada às quedas em pessoas idosas constitui
uma temática relevante e desafiadora para contribuir na promoção do bem-estar das
pessoas idosas, tanto no Brasil quanto na maioria das nações desenvolvidas, por
ser o envelhecimento uma preocupação coletiva. Um dos grandes desafios na
atenção à pessoa idosa é contribuir para que ela possa redescobrir possibilidades
de viver sua vida com qualidade, autonomia e independência. Essas possibilidades
aumentam à medida que a sociedade consegue reconhecer as potencialidades e o
valor desses indivíduos.
O século XXI vem sendo marcado por transformações significativas nas
condições
socioeconômicas
e
de
saúde
da
população
mundial
e,
consequentemente, na sua estrutura demográfica. A população vive um processo de
transição e essa situação traz repercussões tanto para a sociedade, quanto para o
sistema de saúde, principalmente nos países em desenvolvimento, que, muitas
vezes não estão preparados para o atendimento frente a esse envelhecimento.
As alterações decorrentes do processo de envelhecimento, evidenciadas pela
diminuição da força muscular, amplitude de movimento, da velocidade de contração
muscular, da acuidade visual e auditiva, e pelas alterações posturais influenciam a
mobilidade funcional e o déficit de equilíbrio em seres idosos, podendo estar
relacionadas aos sistemas musculoesquelético, neuromuscular e sensorial. Essas
alterações podem acarretar alguns prejuízos para a pessoa idosa, como o aumento
no
risco
de
quedas,
redução
do
nível
de
independência
funcional
e
consequentemente, a diminuição na qualidade de vida. Portanto, o primeiro passo é
conservar o indivíduo idoso funcionalmente independente para se interferir
positivamente em sua qualidade de vida (FERREIRA et al.,2010).
Estudos mostram que a dependência para o desempenho das atividades de
vida diária tende a aumentar cerca de 5% na faixa etária de 60 anos, para cerca de
50% entre os 90 ou mais anos. Atualmente, as quedas constituem um problema de
saúde pública, considerando a alta incidência, mortalidade, morbidade e os custos
sociais e econômicos decorrentes delas. Ocorrem frequentemente nas pessoas de
idade avançada, sendo provocadas tanto por fatores intrínsecos quanto extrínsecos,
e é uma das principais causas de lesões, de incapacidades e mortes nesse grupo da
população. A prevenção desse agravo representa um grande desafio para o
15
indivíduo, para a família e para os profissionais de saúde (CARTER; KANNUS;
KHAN, 2001).
A queda é um evento comum e muito temido pela maioria das pessoas
idosas, devido às suas consequências desastrosas. Define-se queda como um
evento não intencional, que tem como resultado a mudança de posição do indivíduo
para um nível mais baixo em relação a sua posição inicial. Os eventos associados à
perda de consciência, lesão cerebrovascular aguda, acidente de carro, atividade
recreativa vigorosa ou violência, frequentemente são excluídas da definição de
quedas em idosos (GANANÇA et al. 2006).
A maioria das fraturas é resultante de quedas em casa, ocasionadas durante
atividades cotidianas como, por exemplo, subir e descer escadas, ir ao banheiro ou
trabalhar na cozinha. Segundo Carvalho; Netto (2000), as quedas entre pessoas
idosas constituem um dos principais problemas clínicos e de saúde pública devido a
sua alta incidência. Porém, as consequências das quedas para os idosos podem ser
bastante limitadoras, e em alguns casos podendo ocorrer riscos fatais, dentre esses,
os principais problemas decorrentes são as fraturas pernas, braços e coluna, lesões
na cabeça, ferimentos graves e agravantes nessa faixa etária. Considerando todo o
país, somente em 2005, foram 1.304 óbitos por fraturas de fêmur. E em 2009 esse
número subiu para 1.478 (BRASIL, 2009).
Estudar, avaliar e intervir nas situações de risco de quedas serão estratégias
que poderão prevenir uma série de complicações à pessoa idosa.
1.1
INTERESSE PELO TEMA
O interesse pelo tema surgiu devido à afinidade pelo assunto pesquisado.
Observa-se, no dia-a-dia, o crescimento do número de pessoas idosas que sofreram
quedas e as consequências que se culminaram em limitações físicas, psicológicas,
sociais e até mesmo situações de morte.
Durante nossa vida acadêmica, mais especificamente, após iniciarmos o
ensino clínico, no terceiro período do curso de enfermagem, começamos a ter visão
mais crítica do processo de envelhecimento, sendo possível analisar de forma
profissional as pessoas idosas e as diversas fragilidades encontradas neste grupo,
acompanhamos pessoalmente, em menos de um ano, três casos de pessoas idosas
que haviam sofrido quedas e suas consequências.
16
O primeiro caso ocorreu com uma senhora idosa com, aproximadamente, 82
anos, que devido à queda brusca sofreu grave fratura de fêmur, lesão a qual após
tratamento, várias sessões de reabilitação e uso de equipamentos de suporte voltou
a andar. A paciente, após o tratamento, foi alertada pelo médico da família que nova
queda poderia deixá-la sem andar novamente. Essa informação fez com que ela se
tornasse extremamente dependente de seus familiares devido ao seu constante
medo de cair, deixando assim, sua vida limitada.
O segundo caso é caracterizado também por uma senhora idosa com,
aproximadamente, 79 anos, que sofreu uma queda em sua residência durante o
banho, devido ao piso escorregadio. Em consequência à queda, houve fratura de
uma de suas vértebras, o que ocasionou sua imediata hospitalização, constatandose paraplegia. A falta de movimentação constante em grande período de tempo, no
qual a paciente passava deitada, causou-lhe o aparecimento de úlcera por pressão,
depressão e limitação de suas atividades cotidianas.
O terceiro caso é identificado por um senhor idoso, 85 anos de idade, que
sofreu uma queda em sua residência após mal súbito, ocasionando-lhe traumatismo
crânio-encefálico e complicações que o levaram a óbito.
Levando em consideração os três casos citados, juntamente com dados
estatísticos obtidos por meio de artigos científicos, nos levaram a entender a
importância do assunto “quedas” do ponto de vista de saúde, familiar, social e
profissional.
A realização desta pesquisa possibilitará conhecer de forma real os fatores
intrínsecos e extrínsecos responsáveis pela queda, assim como suas consequências
e, posteriormente, avaliar os riscos dela em grupos de pessoas idosas.
1.2
JUSTIFICATIVA
Atualmente, verifica-se o crescimento da população idosa como consequência
da diminuição da taxa de mortalidade e declínio da fecundidade. Essas transições
afetam a estrutura etária da população e, consequentemente, intensificam os
problemas de determinada sociedade (FREITAS et al ., 2002).
O número de pessoas idosas vem aumentando também, devido às novas
práticas de saúde que possibilitam melhoras na qualidade de vida dos integrantes
dessa faixa etária. De acordo com Souza; Chaves (2005), os atuais recursos
17
médicos de natureza científica e tecnológica possibilitam a cura de doenças que
antes eram consideradas mortais, beneficiando assim, os seres idosos. Isto ocorre
mesmo em países em desenvolvimento, onde o acesso aos serviços médicos é
restrito a poucos membros de sua sociedade.
O crescimento da população idosa, em números absolutos e relativos é um
fenômeno real. Conforme IBGE (2002), atualmente 10% da população têm 60 anos
ou mais. Já em 2050, essa perspectiva será de 20% no mundo, e de
aproximadamente, 33% nos países desenvolvidos. As estimativas apontam entre os
anos de 1990 a 2025, a população mundial de pessoas idosas terá uma taxa de
crescimento de 2,4% ao ano, sendo superior aos 1,3% relativos ao crescimento
anual da população terrestre como um todo (PASCHOAL, 2005).
Estima-se que em 2050 existirá 2 bilhões de pessoas com 70 anos ou mais
no mundo, sendo que a maioria delas estará vivendo em países em
desenvolvimento (BRASIL, 2006).
Silva (2009) acrescenta que, em 2025, o Brasil será a 6ª maior população
idosa no mundo, com um aumento mais significativo dentre a faixa etária de 80
anos.
Considerando os dados expostos, deduz-se que é cada vez mais importante
discutir os efeitos que causam alterações na autonomia e independência do ser
idoso, sendo que um dos principais fatores que influenciam neste processo é a
queda, considerada hoje um problema de saúde pública, por ter consequências
limitantes para esse grupo de pessoas (BARBOSA; NASCIMENTO, 2001).
O índice de quedas vem aumentando e Guimarães; Cunha (2004) relatam
que, pelo menos um terço das pessoas idosas, acima de 65 anos, com
predominância nas mulheres, sofreu ao menos uma queda nos últimos doze meses.
Um levantamento, ainda revela que 30% dos gerontos sofrem pelo menos
uma queda por ano, a probabilidade de ocorrer outro acidente nesse mesmo espaço
de tempo é duas vezes maior (BRASIL; 2010).
Cerca de 30% das pessoas idosas caem a cada ano. Essa taxa aumenta 40%
entre os que apresentam mais que 80 anos e 50% entre os que vivem em ILP
(Instituições de Longa Permanência). As mulheres tendem a cair mais que os
homens até os 75 anos, a partir dessa idade as frequências se igualam. Dos que
caem, cerca de 2,5% necessitam de hospitalização e desses, apenas metade
sobreviverá após um ano (BRASIL, 2006).
18
Para Brasil (2006), grande parte das quedas acidentais ocorre nas
residências ou nas suas proximidades, geralmente durante atividades diárias como
caminhar, mudar de posição e ir ao banheiro. Cerca de 10% delas ocorrem em
escadas, apresentando maior risco ao descê-las. Guimarães; Cunha (2004)
acrescentam que as pessoas idosas ativas caem mais em ambientes públicos.
Quedas em hospital ou em instituições geriátricas acontecem quando a equipe está
ausente ou ocupada. A maioria delas ocorre quando o paciente está subindo ou
descendo do leito.
Já para Brasil (2009), um a cada três indivíduos com mais de 65 anos sofre
uma queda, sendo que 5% daqueles que sofreram esse evento apresentam fraturas
necessitando de internação.
Vono (2007) diz que a queda é um evento comum e prejudicial na vida dos
seres idosos, podendo causar fragilidade ou doença aguda. Além dos problemas
médicos, apresentam custo social, econômico e psicológico enorme, aumentando a
dependência e a institucionalização.
Outras consequências são lesões das partes moles, restrição ao leito,
hospitalização, risco de doenças iatrogênicas, fraturas, hematoma-subdural e
incapacidade (BRASIL, 2006).
Roach (2003), ainda completa que esse evento é a principal causa de morte
para as pessoas com mais de 65 anos, principalmente se essas apresentarem
outras doenças relacionadas à idade.
Conforme Brasil (2010), as quedas ocupam a 6ª posição no ranking de
causas de óbito em pessoas idosas e, segundo um estudo realizado pelo Hospital
das Clínicas de São Paulo, tal fato merece total atenção.
Como todos os dados demonstrados foram de extrema importância, pesquisar
e avaliar os riscos que podem propiciar a queda e despertar nos profissionais da
área de saúde, em especial nos enfermeiros, o desenvolvimento de programas
associados a medidas preventivas para reduzir a ocorrência do ato de cair é
primordial. Nos últimos anos, pesquisadores do mundo todo vêm se empenhando
em desvendar: “a queda”. Vêm sendo realizados estudos sobre fatores de risco e
também estudos experimentais, todos com os objetivos de tentar reduzir o número
desse evento entre as pessoas idosas e suas consequências danosas (PITON,
2005).
19
Porém, em Itajubá não foram encontrados até o presente momento, trabalhos
científicos relacionados a quedas em seres idosos, tornando imprescindível e
necessária a realização de trabalhos dessa natureza, a fim de oferecer subsídios
que melhorem as condições de saúde nesta faixa etária e minimize a ocorrência
desse acontecimento em nossa cidade.
As ações realizadas na prevenção das quedas resultam em benefícios, como:
salvar vidas; ajudar os pacientes a manterem sua capacidade funcional,
independência, qualidade de vida e poupar gastos com a assistência à saúde
(GERIATRIA ....2005).
A relevância dessas informações para a enfermagem possibilitou o
fornecimento de uma assistência de qualidade, promovendo a saúde por meio da
identificação dos riscos e seus fatores, proporcionando ao ser idoso ambiente mais
seguro, reduzindo com isto o número de quedas.
A partir dessa pesquisa, as
pessoas poderão usufruir desses conhecimentos e oferecer aos seus entes idosos
ambientes domiciliares seguros e livres de fatores que possam provocar quedas ou
deixá-las em situação de riscos.
Com a diminuição desse evento incapacitante, a pessoa idosa poderá ter
melhor interação com a sua família e com a sociedade, além de retomar a sua
autoconfiança e autonomia, assim como diminuir gastos e reduzir o número de
internações, vivendo com melhor qualidade.
1.3
OBJETIVOS
• Identificar as características pessoais, familiares, sociais, econômicas e de
saúde de pessoas idosas octogenárias residentes em Itajubá-MG.
• Avaliar o risco de queda entre as pessoas idosas octogenárias.
20
2
MARCO CONCEITUAL
Neste capítulo, são abordados o conceito e classificação do processo de
envelhecimento, bem como, da pessoa idosa. Serão também conceituados o risco
de quedas, conceito, classificação, causas e consequências das quedas em
pessoas idosas.
2.1
PROCESSO DE ENVELHECIMENTO
O envelhecimento é um processo natural que ocorre ao longo da vida do
indivíduo. Tem início na gestação e percorre cada etapa da vida, ocorrendo de
maneiras e velocidades distintas de acordo com cada pessoa (FIGUEIREIDO,
SANTOS, TAVARES, 2006).
Para comprovar esse fato, pode-se dizer que no primeiro dia de vida do
indivíduo fora do útero da mãe, deve-se considerar que o mesmo já passou por uma
fase de crescimento e envelhecimento. Sendo assim, o envelhecimento nada mais é
que a mudança de uma fase para outra (FIGUEIREIDO, SANTOS, TAVARES,
2006).
Eliopoulos (2005, p. 26), também afirma que “todo organismo vivo começa a
envelhecer a partir da concepção”.
Segundo Silva (2009, p. 158), o envelhecimento pode ser definido como “um
processo sequencial, cumulativo, irreversível e não patológico, sendo visto como
uma etapa natural do desenvolvimento humano, como outra qualquer.”
Nesse processo, as diferentes células do organismo vão envelhecendo,
algumas se renovam, outras se tornam menos efetivas e existem ainda aquelas que
não se renovam como no caso dos neurônios (VONO, 2007).
Vono (2007), ainda ressalta que o envelhecimento é um processo multicausal
e multifatorial, deve ser avaliado sob o ponto de vista cronológico, biológico,
psíquico, social e funcional, levando em conta, a forma singular dessa fase.
Neri (2005), ainda define que o envelhecimento é um processo de mudanças
universais que ocorrem de forma diferente em cada individuo, depende de eventos
genéticos, sociais e psicológicos, o que pode resultar em aumento da
vulnerabilidade, acúmulo de perdas e aumento da probabilidade de morte.
21
Silva (2009) afirma que esse processo não inicia aos 60 anos subitamente,
mas é o reflexo dos comportamentos de toda a vida. Sendo único para cada
indivíduo, resultando da interação dos fatores não só genéticos como também
ambientais.
Nesse sentido, o envelhecimento pode ser classificado em intrínseco, no que
se refere às alterações causadas pelo processo normal, que estão geneticamente
programados em cada individuo e são comuns nesse processo, podendo ser
influenciados por fatores genéticos e estilo de vida que o individuo leva. Já o
envelhecimento extrínseco resulta de influências externas como a poluição do ar e a
exposição excessiva ao sol, que podem acelerar o processo de envelhecimento,
mas que podem ser evitados (SMELTZER et al., 2009).
Para Silva (2009), o envelhecimento biológico se inicia no momento em que
se nasce. Já socialmente a velhice irá variar com o momento histórico e cultural de
cada pessoa; intelectualmente quando o cognitivo começa a falhar e já não
consegue desempenhar as mesmas tarefas do que antes; funcionalmente quando
não consegue realizar atividades diárias de forma independente como cuidar de si
mesmo ou até mesmo atividades do cotidiano; cronologicamente, é considerado se
idoso, a partir dos 60 ou 65 anos; economicamente quando a pessoa se aposenta.
Á medida que o ciclo vital se acentua, aumenta a heterogeneidade entre os
idosos no mundo. Gênero, saúde, classe social, educação, fatores de personalidade,
história passada e contexto sócio-histórico são determinantes para a idade
cronológica, pois estabelecem diferenças entre esse grupo, dos 60 aos 100 anos ou
mais. (NERI, 2005).
De acordo com Silva (2009), o ser Idoso é todo indivíduo que faz parte da
faixa etária de 65 anos para as nações desenvolvidas e 60 anos para os países em
desenvolvimento.
Eliopoulos (2005) diz que há algum tempo atrás, os idosos eram considerados
todas as pessoas com idade superior a 65 anos. Atualmente, existe uma categoria
para agrupar a diversidade desse grupo etário no final da vida. É considerado idoso
jovem, pessoa de 65 a 75 anos; idoso de 75 a 85 anos, idoso-idoso; de 85 a 100
anos e idoso elite acima de 100 anos.
Atualmente, viver até os 60, 70 e 80 anos tornou-se uma experiência vivida
por milhares de pessoas no mundo todo. O aumento da população nessa faixa etária
deve-se a uma situação nova que é conhecida como envelhecimento populacional,
22
que significa o aumento do número da população de idosos.
Esse fato vem
ocorrendo devido à diminuição da mortalidade, que leva ao aumento da expectativa
de vida e também por causa da diminuição da fecundidade (PASCHOAL, 2005).
O envelhecimento populacional é um dos grandes desafios a serem
enfrentados nas próximas décadas. “A sociedade terá de encontrar soluções para
manter a qualidade de vida para os seres humanos, pois se sabe que, à medida que
os anos passam, pode aumentar a incapacidade funcional, o que compromete à
independência física, mental e autonomia da pessoa” (GUEDES; SILVEIRA, 2004,
p.11).
2.2
RISCO DE QUEDA
O risco de queda é um dos diagnósticos de enfermagem incluso na Norte
American Nursing Diagnosis Association (NANDA), sendo que é considerado risco
quando o individuo está mais predisposto para determinada ocorrência (NANDA,
2010).
Conforme Nanda (2010, p. 343) “o diagnóstico risco de quedas é definido
como suscetibilidade aumentada para quedas que podem causar dano físico”.
Guimarães; Cunha (2004) enfatizam que, raramente, a queda é decorrente de
um único fator e para Neri (2005) um evento multifatorial e multicausal é composto
por fatores de risco como: Idade avançada, sexo feminino, doenças crônicas,
história anteriores de quedas, uso de medicamentos, ambiente físico inadequado,
alterações fisiológicas decorrentes da idade, e uso de dispositivo de auxilio a
marcha.
Fabrício; Rodrigues; Costa (2004) dizem que os fatores podem ser
intrínsecos, resultantes de alterações fisiológicas relacionadas ao envelhecimento,
doenças e efeitos causados por uso de fármacos. Já os extrínsecos são fatores que
dependem de circunstâncias sociais e ambientais.
A queda é um evento que pode estar associado a doenças, que levam à
instabilidade postural. Os Fatores intrínsecos relacionados a ela são: alterações do
sistema cardiovascular, como arritmias que provocam um súbito desequilíbrio ou do
sistema cerebrovascular como a doença de Parkson que afeta o controle psicomotor
e postural do idoso. As demências também contribuem, pois trazem prejuízos nas
23
funções de atenção, orientação e percepção do meio. Déficits visuais, auditivos e
táteis podem culminar em desequilíbrio levando à queda e fratura (VIEIRA, 2004).
Yuaso; Sguizzatto (2005) acrescentam que fraturas do quadril e fêmur, podem
levar a sequelas que causam andar instável, sendo também observado quando
ocorre fraqueza residual muscular ou déficits sensoriais de recente ou remoto
acidente vascular cerebral. .Alterações na marcha, dificuldade de controle
neuromuscular para recuperar o equilíbrio, anormalidades dos pés dificultam a
locomoção, contribuindo ainda mais para o aumento desse risco (VIEIRA, 2004).
São diversas as condições patológicas que aumentam em prevalência com a
idade e que contribuem também para as quedas. As doenças degenerativas das
articulações destacando: coluna cervical, lombossacra e extremidades inferiores
podem levar à instabilidade da articulação, fraqueza muscular. A fraqueza dos
músculos devido à hipertrofia pode contribuir para um andar instável e prejudicar a
capacidade de alinhamento do corpo, após a perda do equilíbrio. A diminuição dos
receptores de tato e de pressão na face plantar dos pés, vem a alterar a base de
sustentação do corpo, e também modificam a percepção da posição do corpo tanto
estática quanto dinâmica. Os problemas nos pés como joanetes, calos, doenças nas
unhas, deformidades nas articulações que causam dor e alterações no andar, são
comuns e são causas corrigíveis de instabilidade (YUASO; SGUIZZATTO, 2005).
Outros fatores intrínsecos importantes que referem à possibilidade de quedas
são: os medicamentos diuréticos, anti-hipertensivos, alguns antidepressivos e
sedativos que causam hipotensão ortostática, relaxamento muscular e hipoglicemia,
entre outros sintomas inoportunos (VIEIRA, 2004).
Já em relação aos fatores extrínsecos decorrentes de problemas ambientais
ressaltam objetos colocados no caminho, iluminação inadequada, tapetes e
assoalhos ou pisos escorregadios, sendo que a deficiência na marcha e no equilíbrio
favorecem para que ocorra esse fato (FABRÍCIO; RODRIGUES; COSTA, 2004).
Píton (2005), acrescenta outros fatores ambientais como: excesso de móveis
no percurso, escadas, vasos sanitários que não apresentam barra de apoio,
banheiro com piso molhado e terreno muito acidentado .
Para Vieira(2004), armários altos predispõe para que a pessoa idosa venha a
subir em cadeiras, sapatos em más condições, que não dão estabilidade ao andar, e
camas altas ou baixas demais, exigindo muito esforço para deitar ou levantar-se.
Todos eles devem ser considerados fatores de risco para as quedas.
24
Existem ainda os fatores psicológicos que também podem ser um preceptor
de quedas. Os senis se sentem constrangidos, preocupando-se com a sua imagem
de independência e diante disso, se recusam em fazer uso de instrumentos para a
locomoção como: bengalas cadeiras de rodas e outros (VIEIRA, 2004).
É importante que se faça uma abordagem centrada dos fatores de riscos de
quedas, pois, esses reúnem informações que ajudam a identificar, entender suas
causas e apontar a população idosa, que pode vir a apresentar maior risco
(GUIMARÃES; CUNHA, 2004).
É essencial que os profissionais principalmente enfermeiros, que priorizam o
cuidado, estejam atentos às necessidades do senil realizando investigações
pertinentes que identifiquem as causas, fatores que podem contribuir para a queda a
fim de promover a saúde.
2.3
QUEDAS
Nos dois extremos da vida, a incidência de quedas é frequente, porém tem
significado diferente. Na infância, marca a obtenção de mecanismos que garantem a
postura e locomoção; na velhice, indica a deterioração desses sistemas. Cair
constitui manifestação não específica e é causada por vários fatores, podendo ser
intrínsecos, situacionais e ambientais (GUIMARÃES; CUNHA, 2004).
No ano de 2001, o número de seres idosos de 60 anos ou mais de idade
chegou a 14,5 milhões, passando a representar 9,1% da população brasileira,
enquanto, no inicio da década, somava 11,4 milhões, isto é, 7,9% do total. Dentro de
25 anos, a população de idosos no Brasil poderá ser superior a 30 milhões (IBGE,
2001).
Se em 2000, o Brasil tinha 1,8 milhão de pessoas com 80 anos ou mais, em
2050, esse número poderá ser de 13,7 milhões (IBGE, 2004).
Barbosa; Perracini apud Mazo et. al. (2007) relatam que com o aumento do
número de pessoas idosas tem despertado na sociedade a discussão a respeito de
eventos incapacitantes nessa faixa etária, destacando-se a ocorrência de quedas,
bastante comum e temida pelos senis devido a suas graves consequências.
O número de pessoas com mais de 65 anos que sofrem quedas uma vez ao
ano é de 30%, sendo que este índice aumenta para 50% em idosos internados em
instituição de repouso. Esse estudo mostra que a incidência de quedas em idosos
25
institucionalizados é mais acentuada do que nos que vivem em domicílio (FARIA;
SILVA, 2009).
As quedas são “episódios de desequilíbrio que levam o indivíduo ao chão.
Define-se como uma insuficiência súbita do controle postural e pode ser
considerada uma síndrome por ser um problema que envolve aspectos e
consequências biológicas, psicológicas, sociais e funcionais” (Vieira, 2004, p.
273).
Já para Brito; Costa (2001, p. 324), “queda pode ser definida como sendo a
ocorrência de um evento não intencional que leva uma pessoa inadvertidamente a
cair ao chão em um mesmo nível ou em outro inferior”.
“A queda ainda pode ser definida como deslocamento não intencional do
corpo para um nível inferior à posição inicial com incapacidade de correção em
tempo hábil, determinado por circunstâncias multifatoriais comprometendo a
estabilidade” (PEREIRA et al apud FARIA; SILVA 2009, p. 266).
As quedas que estão associadas com a perda da consciência resultante de
um
evento
cerebrovascular
agudo,
doenças
epiléticas,
grave
acidente
automobilístico, atividade recreacional exagerada e atos de violência física estão
excluídos da definição de quedas para os indivíduos idosos (BRITO; COSTA, 2001).
As quedas podem ser classificadas em: explicadas que é um simples
tropeço e síncope; não explicadas sem causa aparente identificável;
intrínseca que é quando algum fator do meio ambiente é a principal razão
da queda; pessoa “caidora“ é aquela que caiu nos últimos seis ou doze
meses; caidor recorrente é aquele que caiu duas vezes ou mais nesse
período (FARIA; SILVA 2009, p. 268).
Fabrício; Rodrigues; Costa (2004) relatam que as causas das quedas em
seres idosos podem ser variadas e estar associadas a diversos fatores extrínsecos e
intrínsecos.
A queda é um evento multifatorial. Logo suas causas irão repercutir em
consequências desastrosas. Além do risco de fraturas, ocorre diminuição da
mobilidade, força, restrição de atividades, levando ao isolamento social e
consequentemente à institucionalização (YAUSO; SGUIZZATTO, 2005).
De acordo com Guimarães; Cunha (2004), aproximadamente 15% das
quedas ocasionam trauma, 5 a 10%, fraturas. As fraturas mais comuns decorrentes
de quedas são: as do úmero, pulso, pelve e do quadril. Sendo esta última a mais
devastadora, pois, pode acarretar risco de imobilidade, mesmo para os idosos que
eram independentes antes desse evento.
26
Roach (2003) diz que o estilo de vida é muitas vezes alterado, após esse
evento, a pessoa idosa pode restringir suas atividades por medo de cair novamente,
sendo esta denominada síndrome pós-queda. Podem evitar sair de casa, ficando
física e socialmente isolados. O novo estilo de vida contribui para o declínio
funcional, perda da auto-estima, mobilidade diminuída e perda da independência.
Guimarães; Cunha (2004), ainda acrescentam que alguns tendem a se apoiar
em móveis ou na parede como se fosse eminente o risco de cair. E frisam que a
ocorrência de quedas aumenta o risco de hospitalização e, naqueles mais frágeis,
há a ocorrência de morte.
Roach (2003) cita que aproximadamente, 50% dos gerontos hospitalizados
morrem no prazo de um ano.
É importante frisar que as quedas, além de produzirem importante perda de
autonomia e qualidade de vida nessa faixa etária, podem também repercutir entre
seus cuidadores, principalmente familiares, que devem priorizar atenção e cuidados
especiais, adaptando toda sua rotina em função da recuperação ou adaptação do
idoso, após a ocorrência desse evento (São Paulo, 2010).
Além disso, a queda tem um impacto econômico para o sistema de saúde e
sociedade, aumentando a quantidade de gastos com medicamentos, consultas
médicas, tratamento e reabilitação (CARVALHO; COUTINHO, 2002).
Roach (2003) diz que, frequentemente, os senis não relatam que sofreram
quedas, sendo necessário que sejam interrogados durante uma investigação de
saúde. Devem ser realizadas perguntas sobre a frequência das quedas, o local que
ocorreram e suas conseqüências.
O profissional de saúde deve realizar uma anamnese bem detalhada e
completa. Deve-se Investigar se é a primeira queda ou não, descrever fatores
extrínsecos e intrínsecos também é importante. Esta avaliação poderá evitar quedas
posteriores assim como, permitir melhor entendimento da queda (FABRÍCIO;
RODRIGUES; COSTA 2004).
Outro aspecto é reforçar a importância do autocuidado e alertar a família e o
cuidador para que participem ativamente da prevenção de queda com os idosos
(FABRÍCIO; RODRIGUES; COSTA 2004).
27
3
TRAJETÓRIA METODOLÓGICA
Essa etapa do trabalho aborda o cenário do estudo, delineamento de estudo,
participantes do estudo, amostra, amostragem e critérios de elegibilidade, coleta de
dados, procedimento de coleta de dados, instrumentos de pesquisa, pré-teste,
estratégias de análise de dados, estratégias de apresentação dos resultados e
aspectos éticos da pesquisa.
3.1
CENÁRIO DO ESTUDO
O presente estudo foi realizado na cidade de Itajubá, com pessoas idosas
residentes nas áreas de abrangência das Unidades Básicas de Saúde: Santa Rita
de Cássia e Nossa Senhora de Lourdes.
De acordo com a Universidade Federal de Engenharia de Itajubá (2011) o
bairro Cantina é considerado bairro urbano e da periferia do município de Itajubá.
Conta hoje com mais de 1500 habitantes. Sua população predominante é a referente
a pessoas maduras, que se encontram entre os 40 e 59 anos de idade. Cerca de
300 pessoas integram a população idosa, ou seja, aquela que se encontra com 60
anos ou mais de idade. Do ponto de vista de saneamento básico, possui os
elementos necessários e as estruturas básicas adequadas. As ruas são calçadas ou
asfaltadas e há iluminação pública adequada. A mesma relata ainda que o comércio
no bairro é restrito e se limita a atender as necessidades básicas, como: açougue,
padarias, bares e outros. Não há indústrias no bairro e seus habitantes trabalham
em outros locais ou bairros da cidade. O transporte coletivo municipal é adequado e
atende as demandas locais. Os recursos existentes no bairro estão relacionados
com os religiosos, pois há uma igreja da religião católica, assim como há outras
igrejas de outras religiões. A Unidade Básica de Saúde atende as necessidades de
saúde do ponto de vista de prevenção e promoção da saúde, e funciona durante
todos os dias da semana.
Do ponto de vista educacional, as crianças do bairro frequentam uma escola
estadual de ensino fundamental, localizada nas proximidades desse bairro.
Predominante, o nível socioeconômico dos seus habitantes é classificado como
baixo (SOUZA, 2003).
O bairro Nossa Senhora de Lourdes é considerado periférico com extensão
de 30.000 m/2, estando próximo dos bairros Vila Poddis e Santa Helena. Possui
28
aproximadamente 2.500 habitantes, 53 estabelecimentos comerciais de pequeno e
médio porte, três igrejas evangélicas e uma Unidade Básica de Saúde que atende
não só esse bairro, mas outros que estão próximos. Cerca de 1.500 casas de
aparência de classe média e baixa integram o referido bairro. Quanto ao
saneamento básico, possui água canalizada, luz elétrica, coleta de lixo, sendo quase
todas as suas ruas, devidamente pavimentadas. Com relação ao transporte coletivo,
é feito pela empresa Expresso Valônia, que atende ao bairro, em diversos horários.
O bairro ainda conta com uma infraestrutura de rede de esgoto, recentemente
modificada pela prefeitura municipal. A Copasa (Companhia de Saneamento de
Minas Gerais) tem contribuído com o tratamento de água correto e adequado, com
quantidade suficiente e qualidade. Finalmente, o bairro Nossa Senhora de Lourdes
conta com diversos meios de comunicação, como: telefone, internet e outras redes
básicas de meios de comunicação (Universidade Federal de Engenharia de Itajubá,
2011)
Conforme a Prefeitura Municipal de Itajubá (2010), o município de Itajubá
situa-se no sul do Estado de Minas Gerais, numa altitude de 1746 metros no ponto
mais alto e de 830 metros no ponto mais baixo, acima do nível do mar. A área
urbana fica numa altitude média de 842 metros, sem considerar os morros. Sua área
de extensão é de 290,45 Km², com população de 90.812 habitantes. De acordo com
o IBGE de 2006, equivalente a 312,65 hab./km², numa taxa anual de crescimento de
1,26% habitantes por ano, sendo que a área urbana compreende 70,70 Km² e a
rural com 219,75Km².
A cidade possui 57 bairros, limitando-se ao Norte, com os municípios de: São
José do Alegre e Maria da Fé; ao Sudeste, Wenceslau Brás e Sudoeste com o de
Piranguçu; a Oeste, Piranguinho e a Leste com Delfim Moreira.
E ainda, menciona que os serviços de saúde prestados na referida cidade relativos à
rede básica, articula-se por meio de 12 Unidades Básicas de Saúde (UBS) e 2
policlínicas, sendo a primeira conhecida por policlínica “Amílcar Pellon”; a segunda
“Gaspar Lisboa”, assim como 10 equipes de Estratégias de Saúde da Família, que
atendem tanto a zona urbana como a rural. A rede básica de saúde funciona, de
segunda a sexta-feira, no horário das 7 horas às 18 horas, com exceção de 2 UBS
que funcionam no horário das 7 às 13 horas. A atenção secundária e terciária do
ponto de vista de saúde é desenvolvida pelo Hospital Escola, Santa Casa de
29
Misericórdia de Itajubá, Hospital Odontomed, Saúde CEAM e o Pronto Atendimento
Adulto e Infantil da Unimed.
O município de Itajubá é o núcleo urbano mais importante da região,
permitindo a concentração e a distribuição de bens e serviços para os municípios
circunvizinhos. O principal produto do município é a banana, com nível de produção
em excelente escala. Possui um dos maiores Distritos Industriais do Sul de Minas,
com indústrias de grande e médio porte, gerando aproximadamente 2500 empregos.
O comércio é bem diversificado, sendo 400 deles registrados na Associação
Comercial, Industrial e Empresarial de Itajubá – ACIEI (PREFEITURA MUNICIPAL
DE ITAJUBÁ, 2010).
Este município é reconhecido nacionalmente por ter uns dos melhores
sistemas
de
Ensino
Universitário
do
país,
onde
estão
localizados
oito
estabelecimentos de ensino superior: Escola de Enfermagem Wenceslau Braz
(EEWB), Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), Faculdade de Medicina de
Itajubá (FMIt), Fundação de Ensino e Pesquisa de Itajubá (FEPI), Faculdade de
Ciências Sociais Aplicadas do Sul de Minas (FACESM), Universidade Presidente
Antônio Carlos (UNIPAC), Universidade Norte do Paraná (UNOPAR), Faculdade
Internacional de Curitiba (FACINTER). A cidade de Itajubá possui uma das menores
taxas de analfabetismos do país, sendo um dos municípios brasileiros com maior
número de pesquisadores pós-graduados por número de habitantes (PREFEITURA
MUNICIPAL DE ITAJUBÁ, 2010).
3.2
DELINEAMENTO DE ESTUDO
O presente estudo foi de abordagem quantitativa, do tipo descritivo e
transversal.
Polit; Beck; Hungler (2004) argumentam que os estudos quantitativos se
caracterizam por buscar respostas mais exatas, imparciais e interpretáveis,
possíveis para a questão de pesquisa e propicia aos estudos replicáveis.
Conforme Gil; (2002), as pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a
descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o
estabelecimento de relações entre variáveis. Suas características mais significativas
estão na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o
questionário e a observação sistemática.
30
Finalmente uma pesquisa transversal é aquela na qual a relação exposiçãodoença é examinada, em uma determinada população, em um definido momento.
Fornece um retrato de como as variáveis estão relacionadas naquele período. Os
participantes de um estudo transversal são reunidos em uma determinada situação,
em geral se refere à data da coleta dos dados (GIL; 2002)
Ou ainda, segundo Polit; Beck; Hungler (2004), os estudos transversais
envolvem a coleta de dados em um ponto do tempo. Os delineamentos transversais
são especialmente apropriados para descrever a situação, o status do fenômeno ou
as relações entre os fenômenos em um ponto fixo.
3.3
PARTICIPANTES DO ESTUDO, AMOSTRA, AMOSTRAGEM E CRITÉRIOS
DE ELEGIBILIDADE
Os participantes do presente estudo foram pessoas idosas, de 80 anos ou
mais, tanto do gênero masculino quanto do feminino, residente nas áreas de
abrangência das Unidades Básicas de Saúde: Santa Rita de Cássia e Nossa
Senhora de Lourdes, Itajubá, MG, por serem os locais de estágio e ensino clínico da
Escola de Enfermagem Wenceslau Braz (EEWB).
A coleta de dados ocorreu no período novembro/ dezembro do ano de 2011,
sendo que, cerca de 5 pessoas idosas não aceitaram participar do estudo.
Conforme Polit; Beck; Hungler (2004), a amostragem é o processo de seleção
de uma porção da população para representar toda a população. Já a amostra é um
subconjunto dessa população.
A amostra desse estudo foi 50 pessoas idosas, sendo 25 participantes de
cada um dos mencionados bairros. Para a identificação das pessoas idosas, foi
utilizado cadastro existente em cada uma das duas UBSs, mencionadas
anteriormente.
Amostragem foi do tipo intencional ou racional, sendo baseada na hipótese do
conhecimento do pesquisador sobre a população, podendo ser usado para pinçar os
casos a serem incluídos na amostra. Este pode decidir, selecionar, propositalmente,
a maior variedade possível de respondentes, ou escolher sujeitos que sejam
considerados típicos da população em questão, ou particularmente conhecedores do
assunto em estudo (POLIT; BECK; HUNGLER, 2004).
Os critérios de elegibilidade foram os seguintes: ter 80 anos ou mais; ter
capacidade cognitiva e de comunicação preservadas e aceitar participar do estudo.
31
Já os Critérios de exclusão foram: não aceitar participar do estudo, ter idade inferior
a 80 anos, não ter capacidade cognitiva e de comunicação preservadas.
A escolha da população com essa faixa etária é devido ao fato que, esse
grupo é mais susceptível a eventos incapacitantes, principalmente às quedas.
Pessoas de 80 anos ou mais ficam mais expostas aos fatores de risco do que as de
idade inferior, principalmente quando estão em suas casas, sendo mais afetadas,
nesse tipo de acidente (BARBOSA; NASCIMENTO, 2001).
3.4
COLETA DE DADOS
A coleta de dados foi desenvolvida em duas partes:
1) Procedimentos da coleta de dados, que se referem às atividades que foram
desenvolvidas para a obtenção das anuências do participante do estudo e os
aspectos gerais relacionados com a entrevista.
2) Instrumentos de pesquisa que foram utilizados na coleta de dados.
3.4.1 Procedimentos de coleta de dados
As entrevistas foram realizadas nos domicílios das pessoas idosas
entrevistadas e, para isso, as pesquisadoras tiveram os seguintes procedimentos:
Localização dos integrantes do estudo por meio dos prontuários existentes
nas unidades básicas dos bairros Nossa Senhora de Lourdes e Santa Rita de
Cássia.
Os respondentes foram localizados nos seus domicílios e agendados com
eles o dia e o horário da entrevista, após aceitação de integração à pesquisa.
Fornecimento de informações sobre o trabalho de pesquisa que foram
desenvolvidas.
Esclarecimentos sobre os objetivos do estudo.
Informações a respeito do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(TCLE).
Retirada de dúvidas.
Anuência do respondente.
Assinatura do TCLE ou aposição do polegar direito foi realizado caso o
entrevistado não soubesse assinar seu nome, sendo isto ocorrido na presença de
32
uma terceira pessoa como testemunha do fato. Essa pessoa deveria, também,
assinar o mencionado documento. O TCLE foi assinado ou registrado a impressão
digital em duas vias, ficando uma com o participante do estudo e a segunda via, com
as pesquisadoras.
A entrevista ocorreu em local tranquilo, ausente de ruídos e adequado à
entrevista.
Antes da entrevista, as pesquisadoras estabeleceram um contato com os
entrevistados, deixando-os à vontade para a entrevista, mantendo com eles
interação, atenção e retirada de possíveis dúvidas.
3.4.2 Instrumentos de pesquisa
Foram utilizados os seguintes instrumentos:
Caracterização pessoal, familiar, social, econômica e de saúde (Anexo A),
estando formados por questões relacionadas com o gênero, idade, estado civil,
escolaridade, religião e percepção de saúde. Este instrumento foi elaborado por
SILVA; KIMURA (2003).
Escala de risco de Queda de (DOWNTON): (Anexo B), Esta Escala foi
desenvolvida por Downton em 1992 e tornou-se de domínio público em seu livro
Falls in the elderly, em 1993. Segundo o autor, a mencionada Escala apresentou
associação entre a pontuação obtida com o número de quedas. Portanto, ela pode
ser utilizada para avaliar o risco de quedas em pessoas idosas. Esta avaliação utiliza
cinco critérios: 1- quedas prévias: se a pessoa idosa já sofreu ou não quedas; 2medicações: questiona-se se a utilização ou não de medicamentos. Em caso
afirmativo, pergunta-se o seu nome; 3- déficit sensorial: é questionado qual o tipo de
déficit; 4- estado mental: se a pessoa idosa é orientada ou não. Para isto é utilizado
o Mini- Mental do estado mental (Anexo C), seguindo-se as pontuações de corte
sugeridas por Bertolucci et al. (1994).;5- marcha: qual é o tipo de marcha. Esta
Escala é utilizada amplamente, tanto em nível nacional quanto internacional devido a
sua facilidade de aplicação (MEYER et al., 2005). A pontuação do Instrumento varia
de zero a onze, sendo que as pontuações iguais ou superiores a três, indicam que a
pessoa idosa possui risco para quedas. Esta Escala foi adaptada culturalmente e
validada por Schiaveto (2008).
33
Mini-Exame do Estado Mental (MEEM): (Anexo C), é um instrumento de
domínio público, que rastreia o comprometimento cognitivo, tem sido empregado
como instrumento de pesquisa para exclusão de quadros demenciais (BRUCKI et al,
2003). O MEEM avalia dimensões cognitivas, como orientação, memória, atenção,
linguagem e práxia. Sua pontuação total varia de 0-30. Foram propostos diferentes
pontos de corte nesta escala. Neste estudo foi adotado o ponto de corte de acordo
com a escolaridade proposto por Bertolucci et al. (1994): 13 para analfabetos, 18
para indivíduos com 1 a 8 anos de escolaridade e 26 para aqueles com mais de 8
anos de escolaridade. A escolha de um ponto de corte menos sensível e, portanto,
mais “inclusivo” terá como objetivo minimizar um possível viés de seleção em virtude
do baixo grau de instrução (escolaridade) característico das pessoas idosas.
3.5
PRÉ-TESTE
O pré-teste constitui em testar os instrumentos da pesquisa sobre uma
pequena parte da população do universo ou da amostra, sendo, em média, 10% a
20% do total da amostra, antes de serem aplicados definitivamente. A realização do
pré-teste permite identificar equívocos, realização de ajustes nos instrumentos, se
necessário, e evitar que a pesquisa chegue a resultados falsos (LAKATOS;
MARCONI, 2001).
Todo pré-teste deve ter três finalidades básicas que são:
Verificar a compreensibilidade dos integrantes do estudo em relação aos
instrumentos de pesquisa, estabelecer possíveis ajustes ou modificações neles, se
for possível, ou criar estratégias de aplicação para facilitar a compreensão.
Verificar o tempo de entrevista.
Preparar as pesquisadoras para a coleta de dados definitiva.
O pré-teste deste estudo foi realizado com cinco idosos octogenários, sendo
três do gênero masculino e dois do feminino, que não fizeram parte da amostra,
porém estavam de acordo com os critérios de elegibilidade. Não houve dificuldades
dos participantes em relação à compreensão dos instrumentos e, com isto, não foi
necessário efetuar alteração alguma nas estratégias de aplicação dos instrumentos.
O tempo médio da entrevista foi de 30 minutos.
3.6
ESTRATÉGIAS DE ANÁLISE DADOS
34
Para a obtenção dos dados foi utilizado o programa computacional Excel
13.0, mediante a elaboração do banco de dados. Os resultados foram obtidos por
meio da estatística descritiva, sendo utilizada a frequência e a percentagem para as
variáveis categóricas e as medidas de tendência e dispersão central para as
variáveis contínuas e discretas (Média e Desvio padrão).
3.7
ESTRATÉGIAS DE APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
Os resultados foram apresentados por meio de tabelas, de acordo com a
natureza dos resultados a serem apresentados.
3.8
ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA
O presente estudo obedeceu aos preceitos estabelecidos pela Resolução
196/96, que trata de pesquisa envolvendo seres humanos.
Foram respeitados os valores culturais, assim como os princípios da
autonomia, anonimato e privacidade, facultando ao entrevistado o direito de desistir
da participação do estudo se assim o desejar e quando quiser.
A coleta de dados deste trabalho teve início após aprovação do Comitê de
Ética em pesquisa, da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz Itajubá-MG. O
parecer consubstanciado da CONEP mediante protocolo n° 498/2011 que aprovou a
realização do estudo encontra-se em Anexo D. O TCLE está devidamente
elaborado, em Apêndice A.
35
4
RESULTADOS
Os resultados do presente estudo serão apresentados a seguir, por meio de
três partes distintas. Na primeira são mostrados os lados relacionados com as
características pessoais, familiares, sociais, econômicas e de saúde. A segunda
parte evidencia os dados relacionados com o risco de queda. A terceira e última
parte retrata as informações referentes aos itens do Mini- Exame Mental (MEEM),
que também integram a dimensão do risco de quedas e a sua ocorrência.
4.1
CARACTERÍSTICAS PESSOAIS, FAMILIARES, ECONÔMICAS E DE SAÚDE
DOS PARTICIPANTES DE ESTUDO.
As características biossociais e de saúde encontram-se nas tabelas de 1 a 4.
Tabela 1 - Características Pessoais e Familiares dos Participantes do Estudo. Itajubá, MG,
2011. (n=50
VARIÁVEIS
Gênero
Masculino
Feminino
Idade
Religião
Católica
Evangélica
Testemunho de Jeová
Agnóstico
Sabe ler
Sim
Não
Sabe escrever
Sim
Não
Escolaridade
Sem escolaridade
Ensino fundamental incompleto
Ensino fundamental completo
Ensino médio completo
Estado conjugal
FA
FR
24
26
48%
52%
39
6
2
3
78%
12%
4%
6%
35
15
70%
30%
40
10
80%
20%
19
23
7
1
38%
46%
14%
2%
Média
DP
83,8
3,37
(continuação)
36
Tabela 1 - Características Pessoais e Familiares dos Participantes do Estudo. Itajubá, MG,
2011. (n=50)
(Conclusão)
VARIÁVEIS
Solteiro (a)
Casado (a)
Morando junto
Viúvo (a)
Divorciado (a) /separado (a)
Tipo de família
Nuclear
Extensa
Variante
Filhos
Sim
Não
Número de Filhos
Um filho
Dois filhos
Três filhos ou mais
Nenhum filho
FA
3
13
1
32
1
FR
6%
26%
2%
64%
2%
30
10
10
47
3
60%
20%
20%
94%
6%
2
8
37
3
4%
16%
74%
6%
Média
DP
Fonte: Silva; Kimura (2003)
Observou-se que 52% dos participantes do estudo eram do gênero feminino,
a média da idade foi de 83,8 anos (DP = 3,37); 78% professavam a religião católica;
70% sabiam ler; 80% sabiam escrever; 46% possuíam ensino fundamental
incompleto; 64% eram viúvos; 60% viviam em família nuclear; 94% possuíam filhos,
sendo que 74% tinham três filhos ou mais.
Tabela 2 - Características Econômicas dos Participantes do Estudo. Itajubá, MG, 2011. (n=50)
VARIÁVEIS
Situação atual de trabalho
Aposentado (a), mas continuavam trabalhando.
Aposentado (a) e deixou de trabalhar
Outra
Total Mensal de rendimentos
Um salário mínimo
Dois salários mínimos
Três ou mais salários mínimos
Não respondeu
FA
FR
3
37
10
6%
74%
20%
6
11
19
14
12%
22%
38%
28%
(continuação)
37
Tabela 2 - Características Econômicas dos Participantes do Estudo. Itajubá, MG, 2011. (n=50)
(conclusão)
VARIÁVEIS
FA
FR
Total de pessoas vivendo com o rendimento
Uma pessoa
Duas pessoas
Três pessoas ou mais
Não respondeu
6
11
17
16
12%
22%
34%
32%
Fonte: Silva; Kimura (2003)
Constatou-se que 74% eram aposentados e deixaram de trabalhar; 38%
recebiam três ou mais salários mínimos mensais; três ou mais pessoas viviam com
esse rendimento, totalizando 34%.
Tabela 3 - Características de Saúde dos Participantes do Estudo. Itajubá, MG, 2011. (n=50)
VARIÁVEIS
Condições de Saúde:
Ótima
Muito boa
Boa
Regular
Ruim
Saúde Comparada com o ano anterior:
Melhor
Mesma coisa
Pior
Saúde comparada com pessoas da mesma idade
Muito melhor
Melhor
Mesma coisa
Pior
Não sabe
Fonte: Silva; Kimura (2003)
FA
FR
3
3
19
22
3
10
27
13
6%
6%
38%
44%
6%
20%
54%
26%
4
28
11
4
3
8%
56%
22%
8%
6%
38
Evidenciou-se que 44% das pessoas perceberam sua saúde regular; ao
compararem sua saúde com o ano anterior, 54% a consideraram mesma coisa e
quando comparada com as pessoas da mesma idade, 56% referiram estar melhor.
Tabela 4 - Informações sobre doenças crônicas e exercícios físicos referentes aos integrantes
do estudo. Itajubá, MG, 2011. (n=50)
VARIÁVEIS
Doença crônica
Sim
Não
NS/NR
FA
FR
41
7
2
82%
14%
4%
Tipo de doença crônica
Hipertensão Arterial Sistêmica
Hipertensão Arterial Sistêmica e diabetes mellitus tipo 2
Hipertensão Arterial Sistêmica e cardiopata
Hipertensão Arterial Sistêmica e osteoporose
Outras
19
9
3
3
7
38%
18%
6%
6%
14%
Exercício físico:
Sim
Não
15
35
30%
70%
Tipo de Exercício físico
Caminhada
Outros
Não se aplica
12
3
35
24%
6%
70%
Prática do exercício físico
Diariamente
Três vezes por semana
Duas vezes por semana
Uma vez por semana
Outra
Não aplica
8
2
1
1
3
35
16%
4%
2%
2%
6%
70%
Fonte: Silva; Kimura (2003)
Constatou-se que 82% dos entrevistados apresentaram doença crônica,
sendo que desses, 38% mencionaram portar hipertensão arterial sistêmica; 70% não
praticavam exercício físico; daqueles que o praticavam, 16% mencionaram a
frequência diária, sendo a caminhada a modalidade preferida, (24%).
39
4.2
QUEDA, RISCO DE QUEDA E FATORES DE RISCO DE QUEDA DOS
INTEGRANTES DO ESTUDO
As informações referentes a quedas anteriores, risco de quedas e fatores de
riscos de quedas encontram-se nas Tabelas 5 a 10.
Tabela 5 - Informações sobre quedas anteriores pelos participantes do estudo. Itajubá, MG,
2011. (n=50)
VARIÁVEIS
Queda Anterior
Sim
Não
FA
FR
38
12
76,00%
24,00%
Fonte: Downton (1992) adaptado por Shiaveto 2008)
Constatou-se que 76,0% dos participantes do estudo apresentaram queda
anterior.
Tabela 6 - Informações sobre quedas anteriores quanto ao gênero dos entrevistados. Itajubá,
MG, 2011 (n=50)
VARIÁVEIS
Quedas anteriores
Sim
Não
FA
FR
Masculino (n=24)
15
9
62,50%
37,50%
FA
FR
Feminino (n=26)
23
3
88%
12%
Fonte: Downton (1992) adaptado por Shiaveto (2008)
Com relação às quedas anteriores, 62,5% estiveram relacionadas com os
homens e 88% com as mulheres.
As informações das tabelas 7 e 8 se referem ao risco de quedas. De acordo
com a Escala de Risco de quedas de Downton, o escore (pontuação) igual ou
superior a 3 pontos indicam um alto risco de quedas. Os integrantes do estudo que
apresentaram risco de quedas obtiveram essa pontuação (3,0 pontos ou mais).
40
Tabela 7 - Informações relacionadas com o risco de queda dos integrantes do estudo. Itajubá,
MG, 2011. (n=50)
VARIÁVEIS
FA
FR
Sem risco de queda
9
18%
Risco de queda
41
82%
Risco de queda
Fonte: Downton (1992) apaptado por Shiaveto
(2008)
Registrou-se que 82% dos participantes apresentaram risco de queda.
Tabela 8 - Risco de queda segundo o gênero dos integrantes do estudo. Itajubá, MG, 2011.
(n=41)
VARIÁVEIS
FA
FR
Risco de queda
Homens
Mulheres
18
23
43,90%
56,10%
Fonte: Downton (1992) apaptado por Shiaveto (2008)
No que concerne ao risco de quedas, 43,9% estiveram relacionados com o
gênero masculino e 56,1% com o feminino.
Tabela 9 - Fatores de risco de queda dos integrantes do estudo com risco e ocorrência ou não
de quedas anteriores. Itajubá, MG, 2011. (n=41)
VARIÁVEIS
Quedas anteriores
Sim
Não
Fatores de risco quedas:
Medicamentos
Tranquilizantes/Sedativos
Diuréticos
Anti- Hipertensivos
Antidepressivos
Déficit Sensório
Visão Prejudicada
Audição prejudicada
Membros
FA
FR
35
6
85,40%
14,60%
4
3
31
1
9,80%
31,70%
75,60%
2,40%
5
5
8
36,60%
36,60%
19,50%
(continuação)
41
Tabela 10 - Fatores de risco de queda dos integrantes do estudo com risco e ocorrência ou
não de quedas anteriores. Itajubá, MG, 2011. (n=41)
(Conclusão)
VARIÁVEIS
Marcha
Inseguro com/sem equipamento
Incapaz
FA
FR
7
1
41,50%
2,40%
Fonte: instrumento de pesquisa
Observou-se que 85,4% das pessoas idosas com risco de quedas, já haviam
sofrido quedas anteriores; 75,6% faziam uso de anti-hipertensivos; em relação ao
déficit sensório, 36,6% possuíam visão e audição prejudicadas (respectivamente) e
41,5% apresentaram insegurança na marcha com e sem equipamento.
Tabela 11 - Fatores de risco de quedas dos integrantes do estudo com relação ao gênero e que
apresentaram risco com ocorrência de queda. (n=41)
VARIÁVEIS
Quedas anteriores
Sim
Não
Medicamentos
Tranquilizantes/Sedativos
Diuréticos
Anti- Hipertensivos
Antidepressivos
Déficit Sensório
Visão Prejudicada
Audição prejudicada
Membros
Marcha
Inseguro com/sem equipamento
Incapaz
FA
Masculino
(n=18)
FR
FA
Feminino
(n=23)
FR
14
4
77,80%
22,20%
21
2
91%
9%
2
5
13
1
11%
28%
72%
6%
2
8
18
-
9%
35%
78%
-
2
6
5
11%
33%
28%
13
9
3
57%
39%
13%
8
1
44%
6%
9
-
39%
-
Fonte: Downton (1992) adaptado por Shiaveto (2008)
Em relação ao gênero masculino, 77,8% dos homens com risco de quedas, já
sofreram quedas anteriores; 72% faziam uso de anti-hipertensivos; 33 % possuíam
audição prejudicada e 44% apresentavam insegurança na marcha com e sem
42
equipamento. Em relação o gênero feminino, 91% das mulheres com risco de
quedas sofreram quedas anteriores; 78% faziam uso de anti-hipertensivos; em
relação ao déficit sensório, 57% possuíam visão prejudicada e 39% apresentaram
insegurança na marcha com e sem equipamento.
4.3
INFORMAÇÕES REFERENTES AOS ITENS DO MINI-EXAME DO ESTADO
MENTAL (MEEM):
As Informações das Tabelas 11 e 12 são referentes aos itens de dimensões
cognitivas e memória imediata do Mini-Exame do Estado Mental (MEEM) que
integram o risco de quedas de pessoas idosas.
Tabela 12 - Informações relacionadas com as dimensões cognitivas das pessoas idosas
entrevistadas. Itajubá, MG, 2011. (n=50)
TIPO DE ORIENTAÇÃO
Dia da semana
Errado
Certo
Dia do mês
Errado
Certo
Mês
Errado
Certo
Ano
Errado
Certo
Hora aproximada
Errado
Certo
Local específico
Certo
Bairro ou Rua próxima
Errado
Certo
Cidade
Certo
Estado
Errado
Certo
FA
FR
9
41
18%
82%
19
31
38%
62%
4
46
8%
92%
4
46
8%
92%
19
31
38%
62%
50
100%
4
46
8%
92%
50
100%
1
49
2%
98%
Fonte: Folstein; Folstein; Mchugh, (1975)
Observou que, em relação às dimensões cognitivas, as informações
relacionadas
com
o
mês,
ano,
bairro,
cidade
e
estado
apresentaram,
43
respectivamente, as proporções 92%; 92%; 100%; 92% e 100% de respostas
corretas.
Tabela 13 - Informações relacionadas com a memória imediata das pessoas idosas
entrevistadas. Itajubá, MG, 2011. (n=50)
MEMÓRIA IMEDIATA
Uma palavra certa
Duas palavras certas
Três palavras certas
FA
11
25
14
FR
22%
50%
28%
Fonte: Folstein; Folstein; Mchugh, (1975)
No tocante à memória imediata, 50% dos entrevistados memorizaram duas
das três palavras que lhes foram mencionadas.
44
5
DISCUSSÃO
Considerando que os dados referentes às características pessoais, familiares,
sociais, econômicas e de saúde já terem sido discutidos, anteriormente, nos
diversos trabalhos desenvolvidos com pessoas idosas e as suas interpretações são
sempre as mesmas, pois a realidade dessas pessoas é mantida, decidiu-se a
exemplo de outros trabalhos de pesquisa de âmbito nacional, não se efetuar
discussão desses dados para não ser repetitivo.
Com o propósito de facilitar a compreensão do desenvolvimento desta
discussão, adotou-se a seguinte estratégia: primeiramente, serão analisados os
resultados sobre a ocorrência de quedas de todos os participantes do estudo,
posteriormente, serão interpretados os dados de risco de queda e, finalmente, serão
apresentados os fatores de risco de queda das pessoas idosas que já sofreram
quedas e encontravam-se sob riscos de novas quedas. Segundo a Escala de risco
de quedas de Downton.
Ao analisar o número de quedas dos participantes do estudo, detectou-se que
a grande maioria deles sofreu quedas anteriormente. Este fato coincide com
Ferracini e Ramos (2002, p. 710). “quando mencionam que no cenário mundial cerca
de 30 a 60% das pessoas idosas caem ao menos uma vez ao ano e cerca da
metade cai de forma recorrente.” Evci; Ergin; Beser, (2006, p. 298), relatam que “a
incidência de quedas sofrem alterações entre os países. Estudo realizado na
Turquia revela que 31,9% das pessoas idosas caíram pelo menos uma vez no último
ano”.
Outro estudo realizado na Catalúnia, Espanha, mostra que 17,9% das
pessoas acima de 65 anos sofreram pelo menos uma queda nos 12 meses
anteriores à entrevista e que essa frequência aumenta com a idade (SANCHEZ et.al,
2004). Com relação ao gênero, no presente trabalho, houve maior ocorrência entre
mulheres. Guimarães, Cunha (2004), confirmam esse fato mencionando que pelo
menos 1/3 dos maiores de 65 anos, com predominância de mulheres, relataram
quedas nos últimos doze meses.
O presente estudo registrou que a maioria das pessoas idosas entrevistadas
apresentou risco de queda de acordo com a escala de Downton. Este dado é
corroborado com o Centro de Estudos Ortopédicos do Hospital do Servidor Público
45
Estadual [20--?]), ao mencionar que o risco de queda aumenta com o avançar da
idade e pode chegar a 51% em pessoas idosas acima de 85 anos.
Em relação ao risco de queda referente ao gênero, foi encontrada maior
frequência no gênero feminino. A possível explicação para esse dado pode estar
relacionado ao fato de que há maior número de mulheres idosas do que de homens
idosos.
As questões relativas ao envelhecimento têm aumentado de forma
significativa nos últimos anos, uma vez que o envelhecer da população é um
fenômeno global que traz importantes repercussões nos campos social e
econômico, principalmente em países emergentes. Dentre esses países, se destaca
o Brasil, cuja população encontra-se em rápido processo de envelhecimento,
podendo seus habitantes, em 2025, com a idade de 60 anos ou mais, totalizar o
contingente de 32 milhões de pessoas, o que situará o país em sexto lugar em
termos de população idosa.
Outra informação importante é que os estudos
estatísticos com relação à terceira idade esclarece que se manterá a existência
maior do número de mulheres quando comparado com dos homens. (FRANÇA,
1997 apud FIGUEIREDO et al.; 2006).
Além do mais, frente às alterações próprias do processo do envelhecimento,
pode ser citada a menopausa que leva a redução da concentração hormonal
feminina e isto faz com que ocorra a descalcificação óssea, levam à osteogenia,
favorecendo a ocorrência de quedas com grandes percentagens de fraturas de
membros inferiores. (FISIOPATOLOGIA ..., 2005) relata que, durante e após a
menopausa, ocorre um distúrbio ósseo metabólico, sendo ele a osteoporose, que se
desenvolve à medida que a velocidade de reabsorção óssea acelera, enquanto a de
formação diminui ocasionando perda da massa óssea. Os ossos acometidos por
essa doença perdem sais de cálcio de fosfato, tornando-se porosos, quebradiços e
vulneráveis à fratura.
Outra explicação para a ocorrência de risco de queda entre as mulheres está
relacionada com a situação das mulheres, muito mais que os homens, estarem
envolvidas com as atividades da vida diária em relação a sua casa, como lavagem
de pisos, que geralmente tornam-se muito escorregadios devido à presença de água
e sabão; preparo das refeições, arrumar cozinha e limpeza do quintal da casa.
Todas essas atividades são próprias das mulheres e isto as predispõem mais do que
os homens às quedas relacionadas com as atividades do dia- a-dia.
46
No tocante aos riscos de queda encontrados neste trabalho, a maior
porcentagem das pessoas idosas estudadas, de acordo com a escala de Downton,
já haviam sofrido quedas anteriores. Este dado coincide com Smeltzer, S. C. et al.
(2009, p. 206), ao mencionarem que “a incidência de quedas aumenta com a idade
crescente e tende a elevar-se naqueles com 80 anos ou mais”. Associado a isso,
Faria; Silva (2009), relatam que 30% das pessoas com mais de 65 anos sofrem ao
menos uma queda por ano.
BRASIL (2007) complementa que dessas 30% de
pessoas que caem, essa taxa aumenta para 40 % entre idosos com mais de 80
anos. Cerca de 35% a 40% das pessoas idosas residentes na comunidade, sofrem
quedas anualmente, sendo que a metade cai várias vezes (SMELTZER, et al, 2009).
Aproximadamente 1/3 das pessoas acima de 65 anos, que vivem na
comunidade caem anualmente, e esta proporção aumenta para 50% naquelas acima
de 80 anos. (O LOUGHLIN 1993 apud NASCIMENTO et al.; 2009).
Em relação ao risco de queda relacionado ao gênero, detectou-se neste
estudo que a incidência de quedas prevaleceu entre as pessoas idosas do gênero
feminino. Já para BRASIL (2007), as mulheres tendem a cair mais que os homens
até os 75 anos de idade. E a partir dessa idade as frequências se igualam. Brito;
Costa (2001), relatam que o número de quedas no gênero feminino é maior que no
masculino e aumentam com a idade, de acordo com a maioria dos estudos
epidemiológicos. Sendo que a cada 100 pessoas, estimam-se que de 30 a 50 delas
sofrem quedas na idade de 65 anos e aos 75 anos. Esse número aumenta de 60 a
90 quedas.
Conforme Nascimento et al, (2009), citam em seu estudo que o número de
quedas de acordo com o sexo feminino tinham prevalência de 39,3% quando
comparada ao gênero masculino que foi de 25%. Concomitantemente outro estudo
também confirma que “a prevalência de quedas foi entre os idosos do sexo feminino
(66%), com idade média de 76 anos no próprio lar do idoso” (FABRICIO;
RODRIGUES, COSTA 2004, p. 93).
No que concerne ao fator de risco de queda referente ao uso de
medicamentos, foi evidenciado que a maior frequência das pessoas idosas faziam
uso de anti-hipertensivos. Hamra; Ribeiro; Miguel (2007), descrevem em seu estudo
que o uso de medicamentos por senis é frequente e tem crescido a cada dia, em
virtude do aumento da expectativa de vida no Brasil.
47
Algumas dessas drogas, quando administradas, podem ocasionar efeitos
colaterais como tontura e diminuição dos reflexos, podendo resultar em quedas e
consequentes fraturas. O uso de medicamento está associado à ocorrência de
quedas tanto quantitativa como qualitativamente. A incidência aumenta quase
proporcionalmente ao uso de fármacos, principalmente se superior a quatro
(GUIMARÃES; CUNHA, 2004).
Deve ser ressaltado que vários estudos têm evidenciado forte associação
entre a quantidade de medicamentos utilizados e o aparecimento de quedas em
pessoas idosas. Na maioria das vezes, com posologia não adequada, pode
contribuir para desencadear esse evento. Os anti-hipertensivos podem aumentar o
risco de queda por meio da hipotensão postural ou então por fadiga (BRITO;
COSTA, 2001).
Fabricio; Rodrigues; Costa (2004) ressaltam em seu estudo que, no decorrer
da coleta de dados, foi observado que 70% das pessoas idosas faziam uso de
algum tipo de medicamento antes de cair, sendo todas prescritas por médico. O
medicamento mais utilizado foi o anti-hipertensivo, correspondendo a 34%. No que
se refere ao gênero, 72% dos entrevistados que faziam uso de medicamentos eram
mulheres e 70% homens. Esse dado coincide com os resultados do presente
estudo, no qual 78% dos participantes do gênero feminino faziam uso de
medicamento anti-hipertensivo e quando comparada ao gênero masculino essa
porcentagem foi de 72%.
Em relação ao fator de risco de queda referente ao déficit sensório, a maioria
tinha visão e audição prejudicadas. Dentre as alterações fisiológicas mais
observadas entre as pessoas idosas, destacam-se as oculares e as auditivas, que
somadas às alterações relacionadas ao envelhecimento acabam reduzindo sua
autonomia e independência, ocasionando prejuízos na sua qualidade de vida.
O envelhecimento ocular sofre alterações que podem afetar adversamente a
visão. Qualquer alteração nessa função pode aumentar o risco de quedas caso
algum objeto sobre o chão não seja visualizado. O envelhecimento também é
acompanhado por presbiacusia, uma perda neurossensorial da audição, que afeta a
habilidade de detectar ruído. É comprovado que o risco para quedas aumenta
proporcionalmente com o número de fatores de risco, por ser um evento que
dificilmente é resultado de um fator isolado (SMELTZER, S. C. et al., 2009).
48
Analisando ainda, o déficit sensório, observou-se que houve prevalência da
visão prejudicada, seguida pela acuidade auditiva diminuída, em pessoas idosas do
gênero feminino.
Sabe-se que as alterações fisiológicas ocorrem em ambos os
gêneros, sendo comum no processo do envelhecimento. Pode-se inferir que, no
presente trabalho, a maior proporção dessas alterações esteja relacionada com as
mulheres porque, do ponto de vista da amostra, a quantidade de pessoas do gênero
feminino foi maior que a do gênero masculino.
No que se refere ao fator de risco de queda relacionado às alterações da
marcha, constatou-se que a maioria dos entrevistados apresentou insegurança
quanto à caminhada com ou sem equipamentos. Paixão; Heckmanm (2002) citam
que “distúrbios da marcha e do equilíbrio constituem fatores de risco para problemas
tão sérios como quedas e perdas da independência”.
Guimarães; Cunha (2004),mencionam que as alterações da marcha e
ocorrências de quedas é complexa, acrescidas de modificações na locomoção
constituem um relevante fator de risco para a ocorrência desse evento. As
alterações da marcha que ocorrem na idade avançada são indicadores mais
fidedignos da tendência a cair do que a própria idade cronológica.
Fabricio; Rodrigues, Costa (2004), relatam que, geralmente, problemas com
ambiente são causados por eventos ocasionais que trazem risco aos idosos,
principalmente àquele que já apresenta alguma deficiência de equilíbrio e marcha.
Pessoas idosas do gênero masculino apresentaram maior incidência de fatores de
risco de queda relacionado às alterações na marcha, demonstrando assim, maior
insegurança com ou sem equipamento ao deambular. Com o avançar da idade
ocorre a anquilose da articulação tíbio - társica o que tem como consequência o
andar
em
“marcha”
que
proporciona
menor
apoio
à
deambulação
e,
consequentemente, risco de queda.
A possível explicação para a maior ocorrência de risco de queda em relação à
marcha entre os homens pode estar relacionada ao fato de que os homens,
normalmente, caminham mais do que as mulheres no meio ambiente, pois é
frequente os homens estarem mais circulantes nas ruas e praças da cidade do que
as mulheres. Logo a dificuldade da marcha presente nos homens e com maior
circulação deles nas ruas e praças públicas, favorece a maior ocorrência desse
evento no gênero masculino.
49
6
CONCLUSÕES
Os objetivos do presente trabalho permitiram as seguintes conclusões: Com
relação às características pessoais, familiares e sociais dos participantes do estudo,
o gênero predominante foi o feminino, a média de idade foi 83.8 anos, a maioria
professava a religião católica, sabia ler, escrever, possuía ensino fundamental
incompleto, era viúva, vivia em família nuclear e possuía três ou mais filhos
No tocante às características socioeconômicas foi observado que a maior
parte dos entrevistados era aposentada e havia deixado de trabalhar, e vivia com
três ou mais salários mínimos mensais e cerca de três ou mais pessoas dependiam
dessa renda mensal.
Frente às características de saúde, evidenciou-se que a maior parte dos
entrevistados percebeu sua saúde como regular. Quando comparada ao ano
anterior, ela foi considerada “a mesma coisa” e quando comparada com as pessoas
da mesma idade referiram estar melhor.
Constatou-se que a maior parte dos integrantes do estudo eram portadores
de uma doença crônica, sendo a hipertensão arterial sistêmica a mais frequente. A
maioria não praticava exercício físico e aqueles que praticavam, a preferência era
pela caminhada diária.
Evidenciou-se que a maior parte dos entrevistados já havia sofrido queda
anterior e o maior risco de quedas estava relacionado como gênero feminino.
A maior porcentagem das pessoas idosas com risco de quedas de acordo
com a escala de Downton já havia sido vítima de queda em outras situações: fazia
uso de medicamentos anti-hipertensivos, possuía acuidade visual e auditiva
comprometida e insegurança quanto à caminhada com ou sem equipamento.
Em relação ao gênero feminino, a maior parte dos participantes do estudo
sofreu quedas anteriores, fazia uso de medicamentos anti-hipertensivos; possuía
visão prejudicada e apresentara menor insegurança na caminhada com e sem
equipamento quando comparada aos homens. Já para o gênero masculino houve
menor frequência de quedas anteriores, uso de medicamentos anti-hipertensivos e
visão e audição comprometidas, assim como insegurança na caminhada com e sem
equipamento.
As pessoas idosas apresentaram ótimo estado nas dimensões cognitivas em
relação ao mês, ano, bairro, cidade e estado.
50
No tocante à memória imediata, a metade dos entrevistados memorizou duas
das três palavras que lhes foram mencionadas.
51
7
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a realização desse estudo é necessário e indispensável esclarecer que
os profissionais da área de saúde, sejam da área assistencial ou da pesquisa, que
se conscientizem do aumento da ocorrência de quedas entre as pessoas idosas,
assim como das suas graves consequências. Diante disso, devem ser estabelecidos
programas que detectem risco de quedas e a seguir intervenções que vão prevenir
as ocorrências desse evento.
Especificamente, os profissionais de enfermagem devem estabelecer
intervenções que visem assegurar cuidados profiláticos para as quedas.
Associado a isso, é de suma importância que as pessoas idosas, assim como
os familiares e cuidadores formais e informais, tenham conhecimento dessa situação
e tomem os devidos cuidados, após capacitação, quanto à prevenção e devidas
providências que possam evitar a ocorrência desse evento tão comprometedor do
ponto de vista negativo, na vida e na saúde das pessoas idosas.
Em especial, cabe ao poder público, o cuidado com as vias públicas e
calçadas quanto as suas irregularidades, o que predispõe a pessoa idosa a quedas.
A construção de rampas e o implante de corrimão são cuidados essenciais na
prevenção de quedas.
Outro cuidado que deve ser levado em consideração refere-se aos meios de
transporte, em especial aos ônibus circulares, quanto à altura dos seus degraus e à
falta de paciência dos condutores, que muitas vezes, dão sequência aos seus
trajetos sem a certeza da devida acomodação do ser idoso na poltrona do ônibus.
Finalmente, a dificuldade de acesso aos centros comerciais e públicos pode
contribuir para as quedas entre as pessoas idosas.
Todos esses aspectos devem ser levados em consideração para que as
quedas, que já são consideradas um problema de saúde pública, sejam evitadas.
O presente estudo limitou-se a estudar o fenômeno quedas entre as pessoas
idosas da cidade de Itajubá. Com isso os resultados, embora sejam significativos e
impactantes, estão restritos à realidade desse município.
Sugere-se que outros estudos dessa natureza e com amostra maior sejam
realizados, não só para confirmar os dados do presente estudo, mas também para a
obtenção de novos conhecimentos.
52
A enfermagem, tanto da área hospitalar como da saúde coletiva, precisa
estabelecer estratégias, em caráter emergencial, para prevenção e controle de
quedas entre as pessoas idosas, em especial daquelas que são octogenárias.
53
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59
APÊNDICE A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Nós, Elisangela Ferreira Guimarães do 7ª período e Renata Izabel dos Santos
do 6ª período, acadêmicas do Curso de Enfermagem, pela Escola de Enfermagem
Wenceslau Braz, juntamente como professor José Vitor da Silva, estamos realizando
uma pesquisa de campo intitulada: “Risco de queda de pessoas idosas octogenárias
residentes em Itajubá, MG”, sendo um estudo com pessoas idosas que moram nos
bairros que pertencem às unidades básicas de saúde (UBS): Santa Rita de Cássia e
Nossa Senhora de Lourdes, com o objetivo de identificar as características pessoais,
familiares, sociais, econômicas e de saúde, assim como, avaliar o risco de queda
entre as pessoas idosas com mais de 80 anos, tanto do gênero feminino, quanto do
masculino, que já tenham ou não sofrido queda anterior.
As informações obtidas serão por meio de um questionário referente à escala
de Risco de Quedas J. H. Downton, contendo informações sobre quedas anteriores,
medicamentos utilizados, estado mental e marcha.
Todas as informações serão mantidas em sigilo e você não será identificado
(a) pelo seu nome, pois trabalharemos com os dados de forma global. É importante
você saber também, que a qualquer momento poderá deixar de participar do estudo,
se assim o desejar.
Tomaremos o cuidado de entrevistá-lo num local adequado, privado e sem
ruídos, para que você sinta-se tranquilo e disponível para a entrevista.
Este estudo não lhe trará riscos de vida e saúde, o que poderá lhe causar é o
incômodo devido à entrevista, porém, tomaremos todos os cuidados para que isto
não ocorra e pedimos também a sua colaboração.
Com a realização deste estudo, poderão ser identificados os fatores de risco
que mais contribuem para ocorrência de quedas e, mediante esses conhecimentos,
poderão ser tomadas, pelos diversos profissionais da área de saúde, as
providências necessárias, como programas e campanhas para diminuir esse risco.
Este termo de consentimento é o documento que comprova a sua permissão
para participar deste estudo.
Agradecemos desde já sua valiosa colaboração e colocamo-nos à disposição,
para outros esclarecimentos que se fizerem necessários.
A seguir, será apresentada uma Declaração e, se você estiver de acordo com
o seu conteúdo, após a leitura e concordância, deverá assiná-la, ou então, colocar a
60
impressão digital do seu polegar direito, caso você tenha dificuldades ou sinta-se
impossibilitado de assinar o seu nome. Uma cópia do referido Termo ficará com você
e a outra com as pesquisadoras.
DECLARAÇÃO
Por achar-me plenamente esclarecido e de perfeito acordo com o que me foi
informado, eu aceito e confirmo a minha participação nesta pesquisa e por isto
lavrarei abaixo a minha assinatura. Para tanto, declaro que, na condição de
participante desta pesquisa, estou ciente dos seus objetivos, entrevista, respostas
ao instrumento Risco de Queda.
Se necessitar de alguma informação complementar, poderei recorrer ao
Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz, Itajubá,
MG e pelo telefone (35) 3622 0930, ramal 308. O horário de funcionamento do
Comitê de Ética é de segunda a sexta-feira, no horário das 7h às 11h e das 13h às
17h.
Itajubá ___/___/___
Nome do participante:
_________________________________________________
Assinatura do (a) participante:
_________________________________________________
Assinatura do pesquisador:
_________________________________________________
61
ANEXO A - Características biossociais, familiares, econômicas e de saúde
INSTRUÇÃO: Leia cada uma das perguntas ao (à) entrevistado (a) e faça um
círculo ou coloque um X no número de identificação do (a) respondente, assim como
preencha as questões abertas.
Data de realização da entrevista:_____/_____/_____
I - INFORMAÇÕES GERAIS
1 - Cidade e zona onde reside
Entrevistador: indique a cidade onde reside o (a) entrevistado (a).
1. Itajubá (
)
Zona: urbana (
) rural (
)
2 – Sexo do Entrevistado.
1. Masculino
( )
2. Feminino
( )
3 – Quantos anos o (a) Sr. (a) tem?
1. _______anos
2. N. S./N.R. – não sabe/ não responde ( )
4 - Qual é a data do seu nascimento?
1. _____/_____/20_____
2. N.S./N.R. ( )
5 - O Sr. (a) pratica alguma religião (ões)?
1. Sim
( ) Qual? __________________
2. Não
( )
3. N.S./N.R. ( )
62
6 – O (a) Sr. (a) sabe ler ?
1. Sim
( )
2. Não
( )
3. N.S./N.R. ( )
7 – O (a) Sr. (a) sabe escrever?
1. Sim
( )
2. Não
( )
3. N.S./N.R. ( )
8 - Qual é a sua escolaridade?
1. Sem escolaridade ( )
2. Ensino fundamental completo ( )
3. Ensino fundamental incompleto ( )
4. Ensino médio completo (científico, técnico ou equivalente) ( )
5. Ensino médio incompleto (científico, técnico ou equivalente) ( )
6. Curso superior completo ( )
7. Curso superior incompleto ( )
8. N.S./N.R. ( )
9 – Atualmente qual é o seu estado conjugal?
1.Solteiro (a) ( )
2. Casado (a) ( )
3. Morando Junto ( )
4. Viúvo (a) ( )
5. Divorciado (a)/separado(a) ( )
6. N.S./N.R. ( )
10 – O (a) Sr. (a) tem filhos?
1. Sim
( ) Quantos?____________________
2. Não
( )
3. N.S./N.R. ( )
11 – Qual é o tipo da sua família?
63
1. Nuclear
( )
2. Extensa
( )
3.Forma familiar variante_____________________________(especifique)
12– Qual é a sua situação atual de trabalho?
1. Empregado (a) ( )
2. Trabalha por conta própria ( )
3. Desempregado (a) ( )
4. Aposentado (a), mas continua trabalhando ( )
5. Aposentado (a) e deixou de trabalho ( )
6. Aposentado (a) (licença ou auxílio-doença) ( )
7. Atividade não remunerada ( )
8. Prendas domésticas ( )
9. Outra: __________________________________________ (especifique)
13- Qual é o total mensal de rendimentos das pessoas que vivem na sua
residência?
1. Rendimento mensal líquido: R$__________________.
2 Número de salários mínimos: _______
3. NS/NR ( )
14- Quantas pessoas, incluindo o (a) Sr.(a), vivem com esse rendimento
familiar?
1. ____________pessoas.
2. NS/NR ( )
II - SAÚDE FÍSICA
15- Em geral o (a) Sr. (a) diria que sua saúde está:
1. Ótima
( )
64
2. Muito boa
( )
3. Boa
( )
4. Regular
( )
5. Ruim
( )
6. Péssima
( )
7. N.S./N.A
( )
16- Em comparação com o último ano, o (a) Sr. (a) diria que sua saúde hoje
é:
1. Muito melhor ( )
2. Melhor
( )
3. Mesma coisa( )
4 Pior
( )
5. N.S./N.R.
( )
17- Em comparação com as outras pessoas de sua idade, o (a) Sr. (a) diria
que sua saúde está:
1. Muito melhor ( )
2. Melhor
( )
3. Mesma coisa( )
4 Pior
( )
5. N.S./N.R.
( )
18 – O (a) Sr. (a) é portador (a) de alguma doença crônica?
1. Sim
( ) Qual? _____________________
2. Não
( ) (marcar N.A. nas Questão. 19 e ir para questão 20)
3. NS/NR ( )
19 Há quanto tempo o (a) Sr. (a) é portador dessa doença?
1. ________________meses
65
2. ________________anos
3. NS/NR ( )
4. N.A ( )
20- O Sr. (a) faz algum tipo de exercício físico?
1. Sim
( ) (ir para as questões 21 e 22)
2. Não
( ) (Ir para questões 21 e 22 e marcar N.A. )
3. NS/NR ( )
O Sr. (a) faz algum tipo de exercício físico?
21 - Quais os tipos de exercício físico o (a) Sr. (a) executa? (marcar os dois
mais frequentes)
1. Caminhada ( )
2. Andar de bicicleta ( )
3. Correr ( )
4. Jogar futebol ( )
5. Natação ( )
6. Outro: __________________________________________(especifique)
7. N.A. ( )
22 - Com que frequência o (a) Sr. (a) faz exercícios físicos?
1. Diariamente ( )
2. Três vezes por semana ( )
3. Duas vezes por semana ( )
4. Uma vez por semana ( )
5. Outra: __________________________________________ (especifique)
6. NS/NR ( )
7. NA ( )
66
ANEXO B - Escala de Risco de Quedas
Atribua um ponto para cada item marcado com asterisco
Não
Quedas anteriores
Sim*
Medicações
Nenhuma
Tranquilizantes/Sedativos*
Diuréticos*
Anti-hipertensivos*(além dos diuréticos)
Drogas antiparkinsonianas*
Antidepressivos*
Outras medicações
Déficit sensório
Nenhum
Visão prejudicada*
Audição prejudicada*
Membros* (amputação, AVC(derrame), neuropatia, e etc.
Estado Mental
Orientado
Confuso(MEEM)
Marcha
(modo de andar)
Normal
Seguro com equipamento de ajuda para caminhar (bengala,
andador,...)
Inseguro com/sem equipamento*
Incapaz
Pontuação igual ou superior a 3 pontos indica um alto risco de quedas.
Tranquilizantes/Sedativos
Bromazepam
Buspirona
Medicações (Nomes genéricos)
Drogas
AntiDiuréticos
antiparkinsonihipertensivos
anas
Hidroclorotiazida
Clonidina
Biperideno
Bumetanida
Rilmenedina
Entacapona
Piretanida
Irbesartana
Levodopa
Furosemida
Telmisartana
Pergolida
Indapamida
Valsartana
Pramipexol
Manito
Doxazosina
Selegilina
Amilorida
Felodipina
Tolcapona
Spironolactona
Nifedipina
Triexifenidinlina
Clortalidona
Captopril
Acetazolamida
Hidralazina
Losartana
Anlodipina
Carvedilol
Antidepressivos
Amineptina
Amitriptilina
Citalopram
Clomipramina
Escitalopram
Fluoxetina
Fluvoxamina
Imapramina
Nefazodona
Nortriptilina
Paroxetina
Sertralina
Venlafaxina
67
ANEXO C - Avaliação cognitiva: Mini-Exame do Estado Mental (MEEM)
Orientação
Memória Imediata
Atenção e Cálculo
Evocação
Linguagem
Praxia
Avaliador:
1) Dia da Semana (1 ponto) ( )
2) Dia do Mês (1 ponto) ( )
3) Mês (1 ponto) ( )
4) Ano (1 ponto) ( )
5) Hora aproximada (1 ponto) ( )
6) Local específico (andar ou setor) (1 ponto) ( )
7) Instituição (residência, hospital, clínica) (1 ponto) ( )
8) Bairro ou rua próxima (1 ponto) ( )
9) Cidade (1 ponto) ( )
10) Estado (1 ponto) ( )
Fale 3 palavras não-relacionadas. Posteriormente
pergunte ao paciente pelas 3 palavras. Dê 1 ponto para
cada resposta correta. ( )
Depois repita as palavras e certifique-se de que o
paciente as aprendeu, pois mais adiante você irá
perguntá-las novamente.
(100-7) sucessivos, 5 vezes sucessivamente
(93,86,79,72,65) (1 ponto por cálculo correto) ( )
Pergunte pelas três palavras ditas anteriormente (1 ponto
por palavra)( )
1) Nomear um relógio e uma caneta (2 pontos) ( )
2) Repetir “nem aqui, nem ali, nem lá” (1 ponto) ( )
3) Comando: pegue este papel com a mão direita, dobre
ao meio e coloque no chão (3 pontos) ( )
4) Ler e obedecer: feche os olhos (1 ponto)( )
5) Escrever uma frase (1 ponto) ( )
Copiar um desenho (1 ponto) ( )
Copie o desenho
Data de avaliação:
68
ANEXO D - Parecer Consubstanciado N. 735/2011
69
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