ESCOLA DE ENFERMAGEM WENCESLAU BRAZ ELISANGELA FERREIRA GUIMARÃES RENATA IZABEL DOS SANTOS RISCO DE QUEDA DE PESSOAS IDOSAS OCTOGENÁRIAS ITAJUBÁ-MG 2012 ELISANGELA FERREIRA GUIMARÃES RENATA IZABEL DOS SANTOS RISCO DE QUEDA DE PESSOAS IDOSAS OCTOGENÁRIAS Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Enfermagem apresentado à Escola de Enfermagem Wenceslau Braz, como requisito parcial para obtenção do título de Enfermeira. Orientador: Prof. Dr. José Vitor da Silva. Coorientadora: Enfª. Esp. Gisele Rennó. ITAJUBÁ-MG 2012 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Escola de Enfermagem Wenceslau Braz (EEWB) Bibliotecária - Karina Morais Parreira - CRB 6/2777 G963r Guimarães, Elizangela Ferreira. Risco de queda em pessoas idosas octogenárias / Elizangela Ferreira Guimarães ; Renata Izabel dos Santos. - 2012. 69 f. Orientador: Profº. Dr. José Vitor da Silva. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Enfermagem) -Escola de Enfermagem Wenceslau Braz – EEWB, Itajubá, 2012. 1. Idoso. 2. Queda. 3. Risco de queda. I. Santos, Renata Izabel dos. II. Título. NLM: WT 100 I Dedicamos este trabalho aos nossos familiares, amigos e a todos as pessoas idosas que contribuíram para a concretização deste. II AGRADECIMENTOS Agradecemos primeiramente a Deus, pois sem ele nada disso teria sido possível. Agradecemos também aos nossos pais, nossos pilares, pelo amor incondicional, pela paciência e por não medirem esforços para que chegássemos até aqui. Aos nossos irmãos e sobrinho querido pela compreensão e incentivo. Aos nossos amigos e companheiros pelos grandes momentos que passamos juntos e que jamais serão esquecidos. Agradecemos a todos que acreditaram em nós e que contribuíram para a concretização desse sonho. Ao nosso orientador professor e Doutor José Vitor da Silva e a Coorientadora Gisele Rennó pela paciência, confiança e conhecimento transmitido para a realização desse trabalho. Nossa gratidão a todos que contribuíram para a nossa vida acadêmica. III “Que você, quando idoso, viva uma vida longa, mas que nunca fique velho... Saber amadurecer pode ser uma arte, mas com certeza, arte maior é saber desfrutar com todo sabor o doce de se tornar um pouco mais maduro a cada dia...” (Autor desconhecido) IV RESUMO Os objetivos deste estudo foram identificar as características pessoais, familiares, sociais, econômicas e de saúde e avaliar o risco de quedas entre as pessoas idosas octogenárias. Foi de abordagem quantitativa, do tipo descritivo e transversal. Os participantes foram pessoas idosas, de 80 anos ou mais, tanto do gênero masculino quanto do feminino, residentes nas áreas de abrangência das Unidades Básicas de Saúde: Santa Rita de Cássia e Nossa Senhora de Lourdes, Itajubá, MG. A amostra foi de 50 pessoas idosas, sendo 25 participantes de cada um dos mencionados bairros. A amostragem foi do tipo intencional ou racional. Os critérios de elegibilidade foram: ter 80 anos ou mais; capacidade cognitiva e de comunicação preservadas e aceitar participar do estudo. Foram utilizados os instrumentos de pesquisa: Caracterização pessoal, familiar, social, econômica e de saúde; Escala de risco de Quedas (DOWNTON) e o Mini - Exame do Estado Mental (MEEM). Observou-se que 52% dos participantes eram do gênero feminino, a média da idade foi de 83,8 anos (DP = 3,37); 78% eram da religião católica; 70% sabiam ler e 80% escrever; 46% possuíam ensino fundamental incompleto; 64% eram viúvos; 60% viviam família nuclear; 94% possuíam filhos, sendo que 74% tinham três filhos ou mais; 74% eram aposentados e deixaram de trabalhar; 38% recebiam três ou mais salários mínimos mensais; três ou mais pessoas viviam com esse rendimento, totalizando 34%; 44% dos entrevistados perceberam sua saúde regular, ao compararem sua saúde com o ano anterior; 54% a consideraram mesma coisa e quando comparada com as pessoas da mesma idade, 56% referiram estar melhor; 82% apresentaram doença crônica, sendo que desses 38% mencionaram portar hipertensão arterial sistêmica; 70% não praticavam exercício físico; daqueles que praticavam 16% a realizavam diariamente; 24% indicaram a caminhada. Constatouse que 76,0% dos participantes apresentaram queda anterior; 62,5% estiveram relacionadas com os homens e 88% com as mulheres; 82% apresentaram risco de queda, sendo que, 43,9% estiveram associados com o gênero masculino e 56,1% com o feminino; 85,4% das pessoas idosas que apresentaram risco de quedas, já haviam sofrido quedas anteriores e destas, 75,6% faziam uso de anti-hipertensivos; em relação ao déficit sensório. 36,6% possuíam visão e audição prejudicadas (respectivamente) e 41,5% apresentaram insegurança na marcha com e sem equipamento; 77,8% dos homens com risco de quedas, já haviam sofrido quedas anteriores e deles, 72% faziam uso de anti-hipertensivos; 33% possuíam audição prejudicada e 44% apresentavam insegurança na marcha com e sem equipamento; 91% das mulheres que apresentaram risco de queda, já foram vítimas de quedas anteriores; delas, 78% faziam uso de anti-hipertensivos; em relação ao déficit sensório, 57% possuíam visão prejudicada e 39% apresentaram insegurança na marcha com e sem equipamento. As informações relacionadas ao mês, ano, bairro, cidade e estado apresentaram, respectivamente, as proporções 92%; 92%; 100%; 92% e 100% em relação à alternativa correta. No tocante à memória imediata, 50% memorizaram duas das três palavras que lhes foram mencionadas. Concluiu-se que houve risco de quedas e quedas anteriores entre as pessoas idosas octogenárias; sendo predominante no gênero feminino. Palavras-chave: Idoso. Queda. Risco de queda. V ABSTRACT The objectives of this study were to identify personal, family, social, economic and health characteristics, and to assess the risk of falls among the elderly octogenarian. It used a descriptive, cross-sectional quantitative approach. The participants of this study were elderly, 80 years or older, of male and female gender, living in areas covered by the Basic Health Units: Santa Rita de Cássia e NossaSenhora de Lourdes, Itajubá, MG. The sample was of 50 older people, with 25 participants from each of the districts mentioned. Sampling was of type intentional or rational. The eligibility criteria were: be 80 years or older; cognitive capacity and the communication preserved and accepting participate in the study. Were used the research instrument: Characterization: personal, family, social, economic and health; Fall Hazard Scale of DOWNTON and Mini-Mental State Examination (MMSE). It was observed that 52% of participants were female gender and the mean age was 83.8 years (SD = 3.37); 78% were Catholic; 70% could read; 80% write; 46% had incomplete primary education; 64% were widowed; 60% lived nuclear family; 94% had children, being that 74% had three or more children; 74% were retired and stopped working; 38% receive three or more minimum wages monthly; three or more people were living on that income, totaling 34%; 44% of the respondents perceived their health regular, comparing their health with the previous year, 54% considered the same thing and when compared with people of the same age, 56% referred be better; 82% presented a chronic disease, being that of these, 38% mentioned arterial systemic hypertension, 70% didn't practice physical exercise, those who practiced, 16% performed daily, 24% indicated the walk. It was found that 76.0% of the participants presented previous fall; 62.5% were related with men and 88% with the women; 82% presented risk of fall, being that, 43.9% were associated with male gender and 56.1% with female; 85.4% of older people who presented risk of fall, had already suffered previous falls and of those, 75.6% were taking antihypertensive drugs, in relation to the sensory deficits. 36.6% had vision and hearing impaired (respectively) and 41.5% showed insecurity in the gait with and without equipment; 77.8% of men with risk of fall, had suffered previous falls and of them, 72% were using anti-hypertensive; 33% had impaired hearing and 44% showed insecurity in the gait with and without equipment; 91% of women who presented risk of fall, have been victims of previous falls; of them, 78% were taking antihypertensive drugs; in relation to sensory deficits; 57% had impaired vision and 39% showed insecurity in the gait with and without equipment. Information related to the month, year, district, city and state presented, respectively, the proportions 92%; 92% 100%; 92% and 100% in relation to the correct alternative. Regarding the immediate memory, 50% had memorized two of the three words that were mentioned to them. It was concluded that there was risk of fall and previous falls between elderly octogenarian people in female gender. Keywords: Elderly. Fall. Risk of Fall. VI LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Características Pessoais e Familiares dos Participantes do Estudo. Itajubá, MG, 2011. (n=50.........................................................................................35 Tabela 2 - Características Econômicas dos Participantes do Estudo. Itajubá, MG, 2011. (n=50) .....................................................................................................36 Tabela 3 - Características de Saúde dos Participantes do Estudo. Itajubá, MG, 2011. (n=50)..............................................................................................................37 Tabela 4 - Informações sobre doenças crônicas e exercícios físicos referentes aos integrantes do estudo. Itajubá, MG, 2011. (n=50) ..........................................38 Tabela 5 - Informações sobre quedas anteriores pelos participantes do estudo. Itajubá, MG, 2011. (n=50) ........................................................................................39 Tabela 6 - Informações sobre quedas anteriores quanto ao gênero dos entrevistados. Itajubá, MG, 2011 (n=50) ................................................................39 Tabela 7 - Informações relacionadas com o risco de queda dos integrantes do estudo. Itajubá, MG, 2011. (n=50)...........................................................................40 Tabela 8 - Risco de queda segundo o gênero dos integrantes do estudo. Itajubá, MG, 2011. (n=41) ........................................................................................40 Tabela 9 - Fatores de risco de queda dos integrantes do estudo com risco e ocorrência ou não de quedas anteriores. Itajubá, MG, 2011. (n=41)...................40 Tabela 10 - Fatores de risco de queda dos integrantes do estudo com risco e ocorrência ou não de quedas anteriores. Itajubá, MG, 2011. (n=41)...................41 Tabela 11 - Fatores de risco de quedas dos integrantes do estudo com relação ao gênero e que apresentaram risco com ocorrência de queda. (n=41) ............41 VII Tabela 12 - Informações relacionadas com as dimensões cognitivas das pessoas idosas entrevistadas. Itajubá, MG, 2011. (n=50)....................................42 Tabela 13 - Informações relacionadas com a memória imediata das pessoas idosas entrevistadas. Itajubá, MG, 2011. (n=50) ...................................................43 VIII LISTA DE SIGLAS ACIEI – Associação Comercial Industrial e Empresarial de Itajubá CONEP – Comissão Nacional de Ética em Pesquisa COPASA – Companhia de Saneamento de Minas Gerais EEWB – Escola de Enfermagem Wenceslau Braz FACESM – Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas do Sul de Minas FACINTER – Faculdade Internacional de Curitiba FEPI – Fundação de Ensino e Pesquisa de Itajubá FMIT – Faculdade de Medicina de Itajubá IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística MEEM – Mini Exame do Estado Mental NANDA – Norte American Nursing Diagnosis Association TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido UBS – Unidade Básica de Saúde UNIFEI – Universidade Federal de Itajubá UNIPAC – Universidade Presidente Antônio Carlos UNIVERSITAS – Centro Universitário de Itajubá UNOPAR – Universidade Norte do Paraná IX SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...............................................................................................14 1.1. INTERESSE PELO TEMA ..............................................................................15 1.2. JUSTIFICATIVA..............................................................................................16 1.3. OBJETIVOS....................................................................................................19 2 MARCO CONCEITUAL..................................................................................20 2.1. PROCESSO DE ENVELHECIMENTO ...........................................................20 2.2. RISCO DE QUEDA.........................................................................................22 2.3. QUEDAS.........................................................................................................24 3 TRAJETÓRIA METODOLÓGICA ..................................................................27 3.1. CENÁRIO DO ESTUDO .................................................................................27 3.2. DELINEAMENTO DE ESTUDO......................................................................29 3.3. PARTICIPANTES DO ESTUDO, AMOSTRA, AMOSTRAGEM E CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE .......................................................................................30 3.4. COLETA DE DADOS......................................................................................31 3.4.1. Procedimentos de Coleta de Dados ............................................................31 3.4.2. Instrumentos de Pesquisa ............................................................................32 3.5. PRÉ-TESTE....................................................................................................33 3.6. ESTRATÉGIAS DE ANÁLISE DADOS ...........................................................33 3.7. ESTRATÉGIAS DE APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ........................34 3.8. ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA.............................................................34 4 RESULTADOS ...............................................................................................35 4.1. CARACTERÍSTICAS PESSOAIS, FAMILIARES, ECONÔMICAS E DE SAÚDE DOS PARTICIPANTES DE ESTUDO. ..............................................35 4.2. QUEDA, RISCO DE QUEDA E FATORES DE RISCO DE QUEDA DOS INTEGRANTES DO ESTUDO ........................................................................39 4.3. INFORMAÇÕES REFERENTES AOS ITENS DO MINI-EXAME DO ESTADO MENTAL (MEEM): ..........................................................................................42 5 DISCUSSÃO ..................................................................................................44 6 CONCLUSÕES ..............................................................................................49 X 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................51 REFERÊNCIAS ..............................................................................................53 APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO .59 ANEXO A - CARACTERÍSTICAS BIOSSOCIAIS, FAMILIARES, ECONÔMICAS E DE SAÚDE ........................................................................61 ANEXO B - ESCALA DE RISCO DE QUEDAS .............................................66 ANEXO C - AVALIAÇÃO COGNITIVA: MINI-EXAME DO ESTADO MENTAL (MEEM) ..........................................................................................................67 ANEXO D - PARECER CONSUBSTANCIADO N. 735/2011 ........................68 14 1 INTRODUÇÃO Estudar a problemática associada às quedas em pessoas idosas constitui uma temática relevante e desafiadora para contribuir na promoção do bem-estar das pessoas idosas, tanto no Brasil quanto na maioria das nações desenvolvidas, por ser o envelhecimento uma preocupação coletiva. Um dos grandes desafios na atenção à pessoa idosa é contribuir para que ela possa redescobrir possibilidades de viver sua vida com qualidade, autonomia e independência. Essas possibilidades aumentam à medida que a sociedade consegue reconhecer as potencialidades e o valor desses indivíduos. O século XXI vem sendo marcado por transformações significativas nas condições socioeconômicas e de saúde da população mundial e, consequentemente, na sua estrutura demográfica. A população vive um processo de transição e essa situação traz repercussões tanto para a sociedade, quanto para o sistema de saúde, principalmente nos países em desenvolvimento, que, muitas vezes não estão preparados para o atendimento frente a esse envelhecimento. As alterações decorrentes do processo de envelhecimento, evidenciadas pela diminuição da força muscular, amplitude de movimento, da velocidade de contração muscular, da acuidade visual e auditiva, e pelas alterações posturais influenciam a mobilidade funcional e o déficit de equilíbrio em seres idosos, podendo estar relacionadas aos sistemas musculoesquelético, neuromuscular e sensorial. Essas alterações podem acarretar alguns prejuízos para a pessoa idosa, como o aumento no risco de quedas, redução do nível de independência funcional e consequentemente, a diminuição na qualidade de vida. Portanto, o primeiro passo é conservar o indivíduo idoso funcionalmente independente para se interferir positivamente em sua qualidade de vida (FERREIRA et al.,2010). Estudos mostram que a dependência para o desempenho das atividades de vida diária tende a aumentar cerca de 5% na faixa etária de 60 anos, para cerca de 50% entre os 90 ou mais anos. Atualmente, as quedas constituem um problema de saúde pública, considerando a alta incidência, mortalidade, morbidade e os custos sociais e econômicos decorrentes delas. Ocorrem frequentemente nas pessoas de idade avançada, sendo provocadas tanto por fatores intrínsecos quanto extrínsecos, e é uma das principais causas de lesões, de incapacidades e mortes nesse grupo da população. A prevenção desse agravo representa um grande desafio para o 15 indivíduo, para a família e para os profissionais de saúde (CARTER; KANNUS; KHAN, 2001). A queda é um evento comum e muito temido pela maioria das pessoas idosas, devido às suas consequências desastrosas. Define-se queda como um evento não intencional, que tem como resultado a mudança de posição do indivíduo para um nível mais baixo em relação a sua posição inicial. Os eventos associados à perda de consciência, lesão cerebrovascular aguda, acidente de carro, atividade recreativa vigorosa ou violência, frequentemente são excluídas da definição de quedas em idosos (GANANÇA et al. 2006). A maioria das fraturas é resultante de quedas em casa, ocasionadas durante atividades cotidianas como, por exemplo, subir e descer escadas, ir ao banheiro ou trabalhar na cozinha. Segundo Carvalho; Netto (2000), as quedas entre pessoas idosas constituem um dos principais problemas clínicos e de saúde pública devido a sua alta incidência. Porém, as consequências das quedas para os idosos podem ser bastante limitadoras, e em alguns casos podendo ocorrer riscos fatais, dentre esses, os principais problemas decorrentes são as fraturas pernas, braços e coluna, lesões na cabeça, ferimentos graves e agravantes nessa faixa etária. Considerando todo o país, somente em 2005, foram 1.304 óbitos por fraturas de fêmur. E em 2009 esse número subiu para 1.478 (BRASIL, 2009). Estudar, avaliar e intervir nas situações de risco de quedas serão estratégias que poderão prevenir uma série de complicações à pessoa idosa. 1.1 INTERESSE PELO TEMA O interesse pelo tema surgiu devido à afinidade pelo assunto pesquisado. Observa-se, no dia-a-dia, o crescimento do número de pessoas idosas que sofreram quedas e as consequências que se culminaram em limitações físicas, psicológicas, sociais e até mesmo situações de morte. Durante nossa vida acadêmica, mais especificamente, após iniciarmos o ensino clínico, no terceiro período do curso de enfermagem, começamos a ter visão mais crítica do processo de envelhecimento, sendo possível analisar de forma profissional as pessoas idosas e as diversas fragilidades encontradas neste grupo, acompanhamos pessoalmente, em menos de um ano, três casos de pessoas idosas que haviam sofrido quedas e suas consequências. 16 O primeiro caso ocorreu com uma senhora idosa com, aproximadamente, 82 anos, que devido à queda brusca sofreu grave fratura de fêmur, lesão a qual após tratamento, várias sessões de reabilitação e uso de equipamentos de suporte voltou a andar. A paciente, após o tratamento, foi alertada pelo médico da família que nova queda poderia deixá-la sem andar novamente. Essa informação fez com que ela se tornasse extremamente dependente de seus familiares devido ao seu constante medo de cair, deixando assim, sua vida limitada. O segundo caso é caracterizado também por uma senhora idosa com, aproximadamente, 79 anos, que sofreu uma queda em sua residência durante o banho, devido ao piso escorregadio. Em consequência à queda, houve fratura de uma de suas vértebras, o que ocasionou sua imediata hospitalização, constatandose paraplegia. A falta de movimentação constante em grande período de tempo, no qual a paciente passava deitada, causou-lhe o aparecimento de úlcera por pressão, depressão e limitação de suas atividades cotidianas. O terceiro caso é identificado por um senhor idoso, 85 anos de idade, que sofreu uma queda em sua residência após mal súbito, ocasionando-lhe traumatismo crânio-encefálico e complicações que o levaram a óbito. Levando em consideração os três casos citados, juntamente com dados estatísticos obtidos por meio de artigos científicos, nos levaram a entender a importância do assunto “quedas” do ponto de vista de saúde, familiar, social e profissional. A realização desta pesquisa possibilitará conhecer de forma real os fatores intrínsecos e extrínsecos responsáveis pela queda, assim como suas consequências e, posteriormente, avaliar os riscos dela em grupos de pessoas idosas. 1.2 JUSTIFICATIVA Atualmente, verifica-se o crescimento da população idosa como consequência da diminuição da taxa de mortalidade e declínio da fecundidade. Essas transições afetam a estrutura etária da população e, consequentemente, intensificam os problemas de determinada sociedade (FREITAS et al ., 2002). O número de pessoas idosas vem aumentando também, devido às novas práticas de saúde que possibilitam melhoras na qualidade de vida dos integrantes dessa faixa etária. De acordo com Souza; Chaves (2005), os atuais recursos 17 médicos de natureza científica e tecnológica possibilitam a cura de doenças que antes eram consideradas mortais, beneficiando assim, os seres idosos. Isto ocorre mesmo em países em desenvolvimento, onde o acesso aos serviços médicos é restrito a poucos membros de sua sociedade. O crescimento da população idosa, em números absolutos e relativos é um fenômeno real. Conforme IBGE (2002), atualmente 10% da população têm 60 anos ou mais. Já em 2050, essa perspectiva será de 20% no mundo, e de aproximadamente, 33% nos países desenvolvidos. As estimativas apontam entre os anos de 1990 a 2025, a população mundial de pessoas idosas terá uma taxa de crescimento de 2,4% ao ano, sendo superior aos 1,3% relativos ao crescimento anual da população terrestre como um todo (PASCHOAL, 2005). Estima-se que em 2050 existirá 2 bilhões de pessoas com 70 anos ou mais no mundo, sendo que a maioria delas estará vivendo em países em desenvolvimento (BRASIL, 2006). Silva (2009) acrescenta que, em 2025, o Brasil será a 6ª maior população idosa no mundo, com um aumento mais significativo dentre a faixa etária de 80 anos. Considerando os dados expostos, deduz-se que é cada vez mais importante discutir os efeitos que causam alterações na autonomia e independência do ser idoso, sendo que um dos principais fatores que influenciam neste processo é a queda, considerada hoje um problema de saúde pública, por ter consequências limitantes para esse grupo de pessoas (BARBOSA; NASCIMENTO, 2001). O índice de quedas vem aumentando e Guimarães; Cunha (2004) relatam que, pelo menos um terço das pessoas idosas, acima de 65 anos, com predominância nas mulheres, sofreu ao menos uma queda nos últimos doze meses. Um levantamento, ainda revela que 30% dos gerontos sofrem pelo menos uma queda por ano, a probabilidade de ocorrer outro acidente nesse mesmo espaço de tempo é duas vezes maior (BRASIL; 2010). Cerca de 30% das pessoas idosas caem a cada ano. Essa taxa aumenta 40% entre os que apresentam mais que 80 anos e 50% entre os que vivem em ILP (Instituições de Longa Permanência). As mulheres tendem a cair mais que os homens até os 75 anos, a partir dessa idade as frequências se igualam. Dos que caem, cerca de 2,5% necessitam de hospitalização e desses, apenas metade sobreviverá após um ano (BRASIL, 2006). 18 Para Brasil (2006), grande parte das quedas acidentais ocorre nas residências ou nas suas proximidades, geralmente durante atividades diárias como caminhar, mudar de posição e ir ao banheiro. Cerca de 10% delas ocorrem em escadas, apresentando maior risco ao descê-las. Guimarães; Cunha (2004) acrescentam que as pessoas idosas ativas caem mais em ambientes públicos. Quedas em hospital ou em instituições geriátricas acontecem quando a equipe está ausente ou ocupada. A maioria delas ocorre quando o paciente está subindo ou descendo do leito. Já para Brasil (2009), um a cada três indivíduos com mais de 65 anos sofre uma queda, sendo que 5% daqueles que sofreram esse evento apresentam fraturas necessitando de internação. Vono (2007) diz que a queda é um evento comum e prejudicial na vida dos seres idosos, podendo causar fragilidade ou doença aguda. Além dos problemas médicos, apresentam custo social, econômico e psicológico enorme, aumentando a dependência e a institucionalização. Outras consequências são lesões das partes moles, restrição ao leito, hospitalização, risco de doenças iatrogênicas, fraturas, hematoma-subdural e incapacidade (BRASIL, 2006). Roach (2003), ainda completa que esse evento é a principal causa de morte para as pessoas com mais de 65 anos, principalmente se essas apresentarem outras doenças relacionadas à idade. Conforme Brasil (2010), as quedas ocupam a 6ª posição no ranking de causas de óbito em pessoas idosas e, segundo um estudo realizado pelo Hospital das Clínicas de São Paulo, tal fato merece total atenção. Como todos os dados demonstrados foram de extrema importância, pesquisar e avaliar os riscos que podem propiciar a queda e despertar nos profissionais da área de saúde, em especial nos enfermeiros, o desenvolvimento de programas associados a medidas preventivas para reduzir a ocorrência do ato de cair é primordial. Nos últimos anos, pesquisadores do mundo todo vêm se empenhando em desvendar: “a queda”. Vêm sendo realizados estudos sobre fatores de risco e também estudos experimentais, todos com os objetivos de tentar reduzir o número desse evento entre as pessoas idosas e suas consequências danosas (PITON, 2005). 19 Porém, em Itajubá não foram encontrados até o presente momento, trabalhos científicos relacionados a quedas em seres idosos, tornando imprescindível e necessária a realização de trabalhos dessa natureza, a fim de oferecer subsídios que melhorem as condições de saúde nesta faixa etária e minimize a ocorrência desse acontecimento em nossa cidade. As ações realizadas na prevenção das quedas resultam em benefícios, como: salvar vidas; ajudar os pacientes a manterem sua capacidade funcional, independência, qualidade de vida e poupar gastos com a assistência à saúde (GERIATRIA ....2005). A relevância dessas informações para a enfermagem possibilitou o fornecimento de uma assistência de qualidade, promovendo a saúde por meio da identificação dos riscos e seus fatores, proporcionando ao ser idoso ambiente mais seguro, reduzindo com isto o número de quedas. A partir dessa pesquisa, as pessoas poderão usufruir desses conhecimentos e oferecer aos seus entes idosos ambientes domiciliares seguros e livres de fatores que possam provocar quedas ou deixá-las em situação de riscos. Com a diminuição desse evento incapacitante, a pessoa idosa poderá ter melhor interação com a sua família e com a sociedade, além de retomar a sua autoconfiança e autonomia, assim como diminuir gastos e reduzir o número de internações, vivendo com melhor qualidade. 1.3 OBJETIVOS • Identificar as características pessoais, familiares, sociais, econômicas e de saúde de pessoas idosas octogenárias residentes em Itajubá-MG. • Avaliar o risco de queda entre as pessoas idosas octogenárias. 20 2 MARCO CONCEITUAL Neste capítulo, são abordados o conceito e classificação do processo de envelhecimento, bem como, da pessoa idosa. Serão também conceituados o risco de quedas, conceito, classificação, causas e consequências das quedas em pessoas idosas. 2.1 PROCESSO DE ENVELHECIMENTO O envelhecimento é um processo natural que ocorre ao longo da vida do indivíduo. Tem início na gestação e percorre cada etapa da vida, ocorrendo de maneiras e velocidades distintas de acordo com cada pessoa (FIGUEIREIDO, SANTOS, TAVARES, 2006). Para comprovar esse fato, pode-se dizer que no primeiro dia de vida do indivíduo fora do útero da mãe, deve-se considerar que o mesmo já passou por uma fase de crescimento e envelhecimento. Sendo assim, o envelhecimento nada mais é que a mudança de uma fase para outra (FIGUEIREIDO, SANTOS, TAVARES, 2006). Eliopoulos (2005, p. 26), também afirma que “todo organismo vivo começa a envelhecer a partir da concepção”. Segundo Silva (2009, p. 158), o envelhecimento pode ser definido como “um processo sequencial, cumulativo, irreversível e não patológico, sendo visto como uma etapa natural do desenvolvimento humano, como outra qualquer.” Nesse processo, as diferentes células do organismo vão envelhecendo, algumas se renovam, outras se tornam menos efetivas e existem ainda aquelas que não se renovam como no caso dos neurônios (VONO, 2007). Vono (2007), ainda ressalta que o envelhecimento é um processo multicausal e multifatorial, deve ser avaliado sob o ponto de vista cronológico, biológico, psíquico, social e funcional, levando em conta, a forma singular dessa fase. Neri (2005), ainda define que o envelhecimento é um processo de mudanças universais que ocorrem de forma diferente em cada individuo, depende de eventos genéticos, sociais e psicológicos, o que pode resultar em aumento da vulnerabilidade, acúmulo de perdas e aumento da probabilidade de morte. 21 Silva (2009) afirma que esse processo não inicia aos 60 anos subitamente, mas é o reflexo dos comportamentos de toda a vida. Sendo único para cada indivíduo, resultando da interação dos fatores não só genéticos como também ambientais. Nesse sentido, o envelhecimento pode ser classificado em intrínseco, no que se refere às alterações causadas pelo processo normal, que estão geneticamente programados em cada individuo e são comuns nesse processo, podendo ser influenciados por fatores genéticos e estilo de vida que o individuo leva. Já o envelhecimento extrínseco resulta de influências externas como a poluição do ar e a exposição excessiva ao sol, que podem acelerar o processo de envelhecimento, mas que podem ser evitados (SMELTZER et al., 2009). Para Silva (2009), o envelhecimento biológico se inicia no momento em que se nasce. Já socialmente a velhice irá variar com o momento histórico e cultural de cada pessoa; intelectualmente quando o cognitivo começa a falhar e já não consegue desempenhar as mesmas tarefas do que antes; funcionalmente quando não consegue realizar atividades diárias de forma independente como cuidar de si mesmo ou até mesmo atividades do cotidiano; cronologicamente, é considerado se idoso, a partir dos 60 ou 65 anos; economicamente quando a pessoa se aposenta. Á medida que o ciclo vital se acentua, aumenta a heterogeneidade entre os idosos no mundo. Gênero, saúde, classe social, educação, fatores de personalidade, história passada e contexto sócio-histórico são determinantes para a idade cronológica, pois estabelecem diferenças entre esse grupo, dos 60 aos 100 anos ou mais. (NERI, 2005). De acordo com Silva (2009), o ser Idoso é todo indivíduo que faz parte da faixa etária de 65 anos para as nações desenvolvidas e 60 anos para os países em desenvolvimento. Eliopoulos (2005) diz que há algum tempo atrás, os idosos eram considerados todas as pessoas com idade superior a 65 anos. Atualmente, existe uma categoria para agrupar a diversidade desse grupo etário no final da vida. É considerado idoso jovem, pessoa de 65 a 75 anos; idoso de 75 a 85 anos, idoso-idoso; de 85 a 100 anos e idoso elite acima de 100 anos. Atualmente, viver até os 60, 70 e 80 anos tornou-se uma experiência vivida por milhares de pessoas no mundo todo. O aumento da população nessa faixa etária deve-se a uma situação nova que é conhecida como envelhecimento populacional, 22 que significa o aumento do número da população de idosos. Esse fato vem ocorrendo devido à diminuição da mortalidade, que leva ao aumento da expectativa de vida e também por causa da diminuição da fecundidade (PASCHOAL, 2005). O envelhecimento populacional é um dos grandes desafios a serem enfrentados nas próximas décadas. “A sociedade terá de encontrar soluções para manter a qualidade de vida para os seres humanos, pois se sabe que, à medida que os anos passam, pode aumentar a incapacidade funcional, o que compromete à independência física, mental e autonomia da pessoa” (GUEDES; SILVEIRA, 2004, p.11). 2.2 RISCO DE QUEDA O risco de queda é um dos diagnósticos de enfermagem incluso na Norte American Nursing Diagnosis Association (NANDA), sendo que é considerado risco quando o individuo está mais predisposto para determinada ocorrência (NANDA, 2010). Conforme Nanda (2010, p. 343) “o diagnóstico risco de quedas é definido como suscetibilidade aumentada para quedas que podem causar dano físico”. Guimarães; Cunha (2004) enfatizam que, raramente, a queda é decorrente de um único fator e para Neri (2005) um evento multifatorial e multicausal é composto por fatores de risco como: Idade avançada, sexo feminino, doenças crônicas, história anteriores de quedas, uso de medicamentos, ambiente físico inadequado, alterações fisiológicas decorrentes da idade, e uso de dispositivo de auxilio a marcha. Fabrício; Rodrigues; Costa (2004) dizem que os fatores podem ser intrínsecos, resultantes de alterações fisiológicas relacionadas ao envelhecimento, doenças e efeitos causados por uso de fármacos. Já os extrínsecos são fatores que dependem de circunstâncias sociais e ambientais. A queda é um evento que pode estar associado a doenças, que levam à instabilidade postural. Os Fatores intrínsecos relacionados a ela são: alterações do sistema cardiovascular, como arritmias que provocam um súbito desequilíbrio ou do sistema cerebrovascular como a doença de Parkson que afeta o controle psicomotor e postural do idoso. As demências também contribuem, pois trazem prejuízos nas 23 funções de atenção, orientação e percepção do meio. Déficits visuais, auditivos e táteis podem culminar em desequilíbrio levando à queda e fratura (VIEIRA, 2004). Yuaso; Sguizzatto (2005) acrescentam que fraturas do quadril e fêmur, podem levar a sequelas que causam andar instável, sendo também observado quando ocorre fraqueza residual muscular ou déficits sensoriais de recente ou remoto acidente vascular cerebral. .Alterações na marcha, dificuldade de controle neuromuscular para recuperar o equilíbrio, anormalidades dos pés dificultam a locomoção, contribuindo ainda mais para o aumento desse risco (VIEIRA, 2004). São diversas as condições patológicas que aumentam em prevalência com a idade e que contribuem também para as quedas. As doenças degenerativas das articulações destacando: coluna cervical, lombossacra e extremidades inferiores podem levar à instabilidade da articulação, fraqueza muscular. A fraqueza dos músculos devido à hipertrofia pode contribuir para um andar instável e prejudicar a capacidade de alinhamento do corpo, após a perda do equilíbrio. A diminuição dos receptores de tato e de pressão na face plantar dos pés, vem a alterar a base de sustentação do corpo, e também modificam a percepção da posição do corpo tanto estática quanto dinâmica. Os problemas nos pés como joanetes, calos, doenças nas unhas, deformidades nas articulações que causam dor e alterações no andar, são comuns e são causas corrigíveis de instabilidade (YUASO; SGUIZZATTO, 2005). Outros fatores intrínsecos importantes que referem à possibilidade de quedas são: os medicamentos diuréticos, anti-hipertensivos, alguns antidepressivos e sedativos que causam hipotensão ortostática, relaxamento muscular e hipoglicemia, entre outros sintomas inoportunos (VIEIRA, 2004). Já em relação aos fatores extrínsecos decorrentes de problemas ambientais ressaltam objetos colocados no caminho, iluminação inadequada, tapetes e assoalhos ou pisos escorregadios, sendo que a deficiência na marcha e no equilíbrio favorecem para que ocorra esse fato (FABRÍCIO; RODRIGUES; COSTA, 2004). Píton (2005), acrescenta outros fatores ambientais como: excesso de móveis no percurso, escadas, vasos sanitários que não apresentam barra de apoio, banheiro com piso molhado e terreno muito acidentado . Para Vieira(2004), armários altos predispõe para que a pessoa idosa venha a subir em cadeiras, sapatos em más condições, que não dão estabilidade ao andar, e camas altas ou baixas demais, exigindo muito esforço para deitar ou levantar-se. Todos eles devem ser considerados fatores de risco para as quedas. 24 Existem ainda os fatores psicológicos que também podem ser um preceptor de quedas. Os senis se sentem constrangidos, preocupando-se com a sua imagem de independência e diante disso, se recusam em fazer uso de instrumentos para a locomoção como: bengalas cadeiras de rodas e outros (VIEIRA, 2004). É importante que se faça uma abordagem centrada dos fatores de riscos de quedas, pois, esses reúnem informações que ajudam a identificar, entender suas causas e apontar a população idosa, que pode vir a apresentar maior risco (GUIMARÃES; CUNHA, 2004). É essencial que os profissionais principalmente enfermeiros, que priorizam o cuidado, estejam atentos às necessidades do senil realizando investigações pertinentes que identifiquem as causas, fatores que podem contribuir para a queda a fim de promover a saúde. 2.3 QUEDAS Nos dois extremos da vida, a incidência de quedas é frequente, porém tem significado diferente. Na infância, marca a obtenção de mecanismos que garantem a postura e locomoção; na velhice, indica a deterioração desses sistemas. Cair constitui manifestação não específica e é causada por vários fatores, podendo ser intrínsecos, situacionais e ambientais (GUIMARÃES; CUNHA, 2004). No ano de 2001, o número de seres idosos de 60 anos ou mais de idade chegou a 14,5 milhões, passando a representar 9,1% da população brasileira, enquanto, no inicio da década, somava 11,4 milhões, isto é, 7,9% do total. Dentro de 25 anos, a população de idosos no Brasil poderá ser superior a 30 milhões (IBGE, 2001). Se em 2000, o Brasil tinha 1,8 milhão de pessoas com 80 anos ou mais, em 2050, esse número poderá ser de 13,7 milhões (IBGE, 2004). Barbosa; Perracini apud Mazo et. al. (2007) relatam que com o aumento do número de pessoas idosas tem despertado na sociedade a discussão a respeito de eventos incapacitantes nessa faixa etária, destacando-se a ocorrência de quedas, bastante comum e temida pelos senis devido a suas graves consequências. O número de pessoas com mais de 65 anos que sofrem quedas uma vez ao ano é de 30%, sendo que este índice aumenta para 50% em idosos internados em instituição de repouso. Esse estudo mostra que a incidência de quedas em idosos 25 institucionalizados é mais acentuada do que nos que vivem em domicílio (FARIA; SILVA, 2009). As quedas são “episódios de desequilíbrio que levam o indivíduo ao chão. Define-se como uma insuficiência súbita do controle postural e pode ser considerada uma síndrome por ser um problema que envolve aspectos e consequências biológicas, psicológicas, sociais e funcionais” (Vieira, 2004, p. 273). Já para Brito; Costa (2001, p. 324), “queda pode ser definida como sendo a ocorrência de um evento não intencional que leva uma pessoa inadvertidamente a cair ao chão em um mesmo nível ou em outro inferior”. “A queda ainda pode ser definida como deslocamento não intencional do corpo para um nível inferior à posição inicial com incapacidade de correção em tempo hábil, determinado por circunstâncias multifatoriais comprometendo a estabilidade” (PEREIRA et al apud FARIA; SILVA 2009, p. 266). As quedas que estão associadas com a perda da consciência resultante de um evento cerebrovascular agudo, doenças epiléticas, grave acidente automobilístico, atividade recreacional exagerada e atos de violência física estão excluídos da definição de quedas para os indivíduos idosos (BRITO; COSTA, 2001). As quedas podem ser classificadas em: explicadas que é um simples tropeço e síncope; não explicadas sem causa aparente identificável; intrínseca que é quando algum fator do meio ambiente é a principal razão da queda; pessoa “caidora“ é aquela que caiu nos últimos seis ou doze meses; caidor recorrente é aquele que caiu duas vezes ou mais nesse período (FARIA; SILVA 2009, p. 268). Fabrício; Rodrigues; Costa (2004) relatam que as causas das quedas em seres idosos podem ser variadas e estar associadas a diversos fatores extrínsecos e intrínsecos. A queda é um evento multifatorial. Logo suas causas irão repercutir em consequências desastrosas. Além do risco de fraturas, ocorre diminuição da mobilidade, força, restrição de atividades, levando ao isolamento social e consequentemente à institucionalização (YAUSO; SGUIZZATTO, 2005). De acordo com Guimarães; Cunha (2004), aproximadamente 15% das quedas ocasionam trauma, 5 a 10%, fraturas. As fraturas mais comuns decorrentes de quedas são: as do úmero, pulso, pelve e do quadril. Sendo esta última a mais devastadora, pois, pode acarretar risco de imobilidade, mesmo para os idosos que eram independentes antes desse evento. 26 Roach (2003) diz que o estilo de vida é muitas vezes alterado, após esse evento, a pessoa idosa pode restringir suas atividades por medo de cair novamente, sendo esta denominada síndrome pós-queda. Podem evitar sair de casa, ficando física e socialmente isolados. O novo estilo de vida contribui para o declínio funcional, perda da auto-estima, mobilidade diminuída e perda da independência. Guimarães; Cunha (2004), ainda acrescentam que alguns tendem a se apoiar em móveis ou na parede como se fosse eminente o risco de cair. E frisam que a ocorrência de quedas aumenta o risco de hospitalização e, naqueles mais frágeis, há a ocorrência de morte. Roach (2003) cita que aproximadamente, 50% dos gerontos hospitalizados morrem no prazo de um ano. É importante frisar que as quedas, além de produzirem importante perda de autonomia e qualidade de vida nessa faixa etária, podem também repercutir entre seus cuidadores, principalmente familiares, que devem priorizar atenção e cuidados especiais, adaptando toda sua rotina em função da recuperação ou adaptação do idoso, após a ocorrência desse evento (São Paulo, 2010). Além disso, a queda tem um impacto econômico para o sistema de saúde e sociedade, aumentando a quantidade de gastos com medicamentos, consultas médicas, tratamento e reabilitação (CARVALHO; COUTINHO, 2002). Roach (2003) diz que, frequentemente, os senis não relatam que sofreram quedas, sendo necessário que sejam interrogados durante uma investigação de saúde. Devem ser realizadas perguntas sobre a frequência das quedas, o local que ocorreram e suas conseqüências. O profissional de saúde deve realizar uma anamnese bem detalhada e completa. Deve-se Investigar se é a primeira queda ou não, descrever fatores extrínsecos e intrínsecos também é importante. Esta avaliação poderá evitar quedas posteriores assim como, permitir melhor entendimento da queda (FABRÍCIO; RODRIGUES; COSTA 2004). Outro aspecto é reforçar a importância do autocuidado e alertar a família e o cuidador para que participem ativamente da prevenção de queda com os idosos (FABRÍCIO; RODRIGUES; COSTA 2004). 27 3 TRAJETÓRIA METODOLÓGICA Essa etapa do trabalho aborda o cenário do estudo, delineamento de estudo, participantes do estudo, amostra, amostragem e critérios de elegibilidade, coleta de dados, procedimento de coleta de dados, instrumentos de pesquisa, pré-teste, estratégias de análise de dados, estratégias de apresentação dos resultados e aspectos éticos da pesquisa. 3.1 CENÁRIO DO ESTUDO O presente estudo foi realizado na cidade de Itajubá, com pessoas idosas residentes nas áreas de abrangência das Unidades Básicas de Saúde: Santa Rita de Cássia e Nossa Senhora de Lourdes. De acordo com a Universidade Federal de Engenharia de Itajubá (2011) o bairro Cantina é considerado bairro urbano e da periferia do município de Itajubá. Conta hoje com mais de 1500 habitantes. Sua população predominante é a referente a pessoas maduras, que se encontram entre os 40 e 59 anos de idade. Cerca de 300 pessoas integram a população idosa, ou seja, aquela que se encontra com 60 anos ou mais de idade. Do ponto de vista de saneamento básico, possui os elementos necessários e as estruturas básicas adequadas. As ruas são calçadas ou asfaltadas e há iluminação pública adequada. A mesma relata ainda que o comércio no bairro é restrito e se limita a atender as necessidades básicas, como: açougue, padarias, bares e outros. Não há indústrias no bairro e seus habitantes trabalham em outros locais ou bairros da cidade. O transporte coletivo municipal é adequado e atende as demandas locais. Os recursos existentes no bairro estão relacionados com os religiosos, pois há uma igreja da religião católica, assim como há outras igrejas de outras religiões. A Unidade Básica de Saúde atende as necessidades de saúde do ponto de vista de prevenção e promoção da saúde, e funciona durante todos os dias da semana. Do ponto de vista educacional, as crianças do bairro frequentam uma escola estadual de ensino fundamental, localizada nas proximidades desse bairro. Predominante, o nível socioeconômico dos seus habitantes é classificado como baixo (SOUZA, 2003). O bairro Nossa Senhora de Lourdes é considerado periférico com extensão de 30.000 m/2, estando próximo dos bairros Vila Poddis e Santa Helena. Possui 28 aproximadamente 2.500 habitantes, 53 estabelecimentos comerciais de pequeno e médio porte, três igrejas evangélicas e uma Unidade Básica de Saúde que atende não só esse bairro, mas outros que estão próximos. Cerca de 1.500 casas de aparência de classe média e baixa integram o referido bairro. Quanto ao saneamento básico, possui água canalizada, luz elétrica, coleta de lixo, sendo quase todas as suas ruas, devidamente pavimentadas. Com relação ao transporte coletivo, é feito pela empresa Expresso Valônia, que atende ao bairro, em diversos horários. O bairro ainda conta com uma infraestrutura de rede de esgoto, recentemente modificada pela prefeitura municipal. A Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais) tem contribuído com o tratamento de água correto e adequado, com quantidade suficiente e qualidade. Finalmente, o bairro Nossa Senhora de Lourdes conta com diversos meios de comunicação, como: telefone, internet e outras redes básicas de meios de comunicação (Universidade Federal de Engenharia de Itajubá, 2011) Conforme a Prefeitura Municipal de Itajubá (2010), o município de Itajubá situa-se no sul do Estado de Minas Gerais, numa altitude de 1746 metros no ponto mais alto e de 830 metros no ponto mais baixo, acima do nível do mar. A área urbana fica numa altitude média de 842 metros, sem considerar os morros. Sua área de extensão é de 290,45 Km², com população de 90.812 habitantes. De acordo com o IBGE de 2006, equivalente a 312,65 hab./km², numa taxa anual de crescimento de 1,26% habitantes por ano, sendo que a área urbana compreende 70,70 Km² e a rural com 219,75Km². A cidade possui 57 bairros, limitando-se ao Norte, com os municípios de: São José do Alegre e Maria da Fé; ao Sudeste, Wenceslau Brás e Sudoeste com o de Piranguçu; a Oeste, Piranguinho e a Leste com Delfim Moreira. E ainda, menciona que os serviços de saúde prestados na referida cidade relativos à rede básica, articula-se por meio de 12 Unidades Básicas de Saúde (UBS) e 2 policlínicas, sendo a primeira conhecida por policlínica “Amílcar Pellon”; a segunda “Gaspar Lisboa”, assim como 10 equipes de Estratégias de Saúde da Família, que atendem tanto a zona urbana como a rural. A rede básica de saúde funciona, de segunda a sexta-feira, no horário das 7 horas às 18 horas, com exceção de 2 UBS que funcionam no horário das 7 às 13 horas. A atenção secundária e terciária do ponto de vista de saúde é desenvolvida pelo Hospital Escola, Santa Casa de 29 Misericórdia de Itajubá, Hospital Odontomed, Saúde CEAM e o Pronto Atendimento Adulto e Infantil da Unimed. O município de Itajubá é o núcleo urbano mais importante da região, permitindo a concentração e a distribuição de bens e serviços para os municípios circunvizinhos. O principal produto do município é a banana, com nível de produção em excelente escala. Possui um dos maiores Distritos Industriais do Sul de Minas, com indústrias de grande e médio porte, gerando aproximadamente 2500 empregos. O comércio é bem diversificado, sendo 400 deles registrados na Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Itajubá – ACIEI (PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAJUBÁ, 2010). Este município é reconhecido nacionalmente por ter uns dos melhores sistemas de Ensino Universitário do país, onde estão localizados oito estabelecimentos de ensino superior: Escola de Enfermagem Wenceslau Braz (EEWB), Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), Faculdade de Medicina de Itajubá (FMIt), Fundação de Ensino e Pesquisa de Itajubá (FEPI), Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas do Sul de Minas (FACESM), Universidade Presidente Antônio Carlos (UNIPAC), Universidade Norte do Paraná (UNOPAR), Faculdade Internacional de Curitiba (FACINTER). A cidade de Itajubá possui uma das menores taxas de analfabetismos do país, sendo um dos municípios brasileiros com maior número de pesquisadores pós-graduados por número de habitantes (PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAJUBÁ, 2010). 3.2 DELINEAMENTO DE ESTUDO O presente estudo foi de abordagem quantitativa, do tipo descritivo e transversal. Polit; Beck; Hungler (2004) argumentam que os estudos quantitativos se caracterizam por buscar respostas mais exatas, imparciais e interpretáveis, possíveis para a questão de pesquisa e propicia aos estudos replicáveis. Conforme Gil; (2002), as pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. Suas características mais significativas estão na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática. 30 Finalmente uma pesquisa transversal é aquela na qual a relação exposiçãodoença é examinada, em uma determinada população, em um definido momento. Fornece um retrato de como as variáveis estão relacionadas naquele período. Os participantes de um estudo transversal são reunidos em uma determinada situação, em geral se refere à data da coleta dos dados (GIL; 2002) Ou ainda, segundo Polit; Beck; Hungler (2004), os estudos transversais envolvem a coleta de dados em um ponto do tempo. Os delineamentos transversais são especialmente apropriados para descrever a situação, o status do fenômeno ou as relações entre os fenômenos em um ponto fixo. 3.3 PARTICIPANTES DO ESTUDO, AMOSTRA, AMOSTRAGEM E CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE Os participantes do presente estudo foram pessoas idosas, de 80 anos ou mais, tanto do gênero masculino quanto do feminino, residente nas áreas de abrangência das Unidades Básicas de Saúde: Santa Rita de Cássia e Nossa Senhora de Lourdes, Itajubá, MG, por serem os locais de estágio e ensino clínico da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz (EEWB). A coleta de dados ocorreu no período novembro/ dezembro do ano de 2011, sendo que, cerca de 5 pessoas idosas não aceitaram participar do estudo. Conforme Polit; Beck; Hungler (2004), a amostragem é o processo de seleção de uma porção da população para representar toda a população. Já a amostra é um subconjunto dessa população. A amostra desse estudo foi 50 pessoas idosas, sendo 25 participantes de cada um dos mencionados bairros. Para a identificação das pessoas idosas, foi utilizado cadastro existente em cada uma das duas UBSs, mencionadas anteriormente. Amostragem foi do tipo intencional ou racional, sendo baseada na hipótese do conhecimento do pesquisador sobre a população, podendo ser usado para pinçar os casos a serem incluídos na amostra. Este pode decidir, selecionar, propositalmente, a maior variedade possível de respondentes, ou escolher sujeitos que sejam considerados típicos da população em questão, ou particularmente conhecedores do assunto em estudo (POLIT; BECK; HUNGLER, 2004). Os critérios de elegibilidade foram os seguintes: ter 80 anos ou mais; ter capacidade cognitiva e de comunicação preservadas e aceitar participar do estudo. 31 Já os Critérios de exclusão foram: não aceitar participar do estudo, ter idade inferior a 80 anos, não ter capacidade cognitiva e de comunicação preservadas. A escolha da população com essa faixa etária é devido ao fato que, esse grupo é mais susceptível a eventos incapacitantes, principalmente às quedas. Pessoas de 80 anos ou mais ficam mais expostas aos fatores de risco do que as de idade inferior, principalmente quando estão em suas casas, sendo mais afetadas, nesse tipo de acidente (BARBOSA; NASCIMENTO, 2001). 3.4 COLETA DE DADOS A coleta de dados foi desenvolvida em duas partes: 1) Procedimentos da coleta de dados, que se referem às atividades que foram desenvolvidas para a obtenção das anuências do participante do estudo e os aspectos gerais relacionados com a entrevista. 2) Instrumentos de pesquisa que foram utilizados na coleta de dados. 3.4.1 Procedimentos de coleta de dados As entrevistas foram realizadas nos domicílios das pessoas idosas entrevistadas e, para isso, as pesquisadoras tiveram os seguintes procedimentos: Localização dos integrantes do estudo por meio dos prontuários existentes nas unidades básicas dos bairros Nossa Senhora de Lourdes e Santa Rita de Cássia. Os respondentes foram localizados nos seus domicílios e agendados com eles o dia e o horário da entrevista, após aceitação de integração à pesquisa. Fornecimento de informações sobre o trabalho de pesquisa que foram desenvolvidas. Esclarecimentos sobre os objetivos do estudo. Informações a respeito do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Retirada de dúvidas. Anuência do respondente. Assinatura do TCLE ou aposição do polegar direito foi realizado caso o entrevistado não soubesse assinar seu nome, sendo isto ocorrido na presença de 32 uma terceira pessoa como testemunha do fato. Essa pessoa deveria, também, assinar o mencionado documento. O TCLE foi assinado ou registrado a impressão digital em duas vias, ficando uma com o participante do estudo e a segunda via, com as pesquisadoras. A entrevista ocorreu em local tranquilo, ausente de ruídos e adequado à entrevista. Antes da entrevista, as pesquisadoras estabeleceram um contato com os entrevistados, deixando-os à vontade para a entrevista, mantendo com eles interação, atenção e retirada de possíveis dúvidas. 3.4.2 Instrumentos de pesquisa Foram utilizados os seguintes instrumentos: Caracterização pessoal, familiar, social, econômica e de saúde (Anexo A), estando formados por questões relacionadas com o gênero, idade, estado civil, escolaridade, religião e percepção de saúde. Este instrumento foi elaborado por SILVA; KIMURA (2003). Escala de risco de Queda de (DOWNTON): (Anexo B), Esta Escala foi desenvolvida por Downton em 1992 e tornou-se de domínio público em seu livro Falls in the elderly, em 1993. Segundo o autor, a mencionada Escala apresentou associação entre a pontuação obtida com o número de quedas. Portanto, ela pode ser utilizada para avaliar o risco de quedas em pessoas idosas. Esta avaliação utiliza cinco critérios: 1- quedas prévias: se a pessoa idosa já sofreu ou não quedas; 2medicações: questiona-se se a utilização ou não de medicamentos. Em caso afirmativo, pergunta-se o seu nome; 3- déficit sensorial: é questionado qual o tipo de déficit; 4- estado mental: se a pessoa idosa é orientada ou não. Para isto é utilizado o Mini- Mental do estado mental (Anexo C), seguindo-se as pontuações de corte sugeridas por Bertolucci et al. (1994).;5- marcha: qual é o tipo de marcha. Esta Escala é utilizada amplamente, tanto em nível nacional quanto internacional devido a sua facilidade de aplicação (MEYER et al., 2005). A pontuação do Instrumento varia de zero a onze, sendo que as pontuações iguais ou superiores a três, indicam que a pessoa idosa possui risco para quedas. Esta Escala foi adaptada culturalmente e validada por Schiaveto (2008). 33 Mini-Exame do Estado Mental (MEEM): (Anexo C), é um instrumento de domínio público, que rastreia o comprometimento cognitivo, tem sido empregado como instrumento de pesquisa para exclusão de quadros demenciais (BRUCKI et al, 2003). O MEEM avalia dimensões cognitivas, como orientação, memória, atenção, linguagem e práxia. Sua pontuação total varia de 0-30. Foram propostos diferentes pontos de corte nesta escala. Neste estudo foi adotado o ponto de corte de acordo com a escolaridade proposto por Bertolucci et al. (1994): 13 para analfabetos, 18 para indivíduos com 1 a 8 anos de escolaridade e 26 para aqueles com mais de 8 anos de escolaridade. A escolha de um ponto de corte menos sensível e, portanto, mais “inclusivo” terá como objetivo minimizar um possível viés de seleção em virtude do baixo grau de instrução (escolaridade) característico das pessoas idosas. 3.5 PRÉ-TESTE O pré-teste constitui em testar os instrumentos da pesquisa sobre uma pequena parte da população do universo ou da amostra, sendo, em média, 10% a 20% do total da amostra, antes de serem aplicados definitivamente. A realização do pré-teste permite identificar equívocos, realização de ajustes nos instrumentos, se necessário, e evitar que a pesquisa chegue a resultados falsos (LAKATOS; MARCONI, 2001). Todo pré-teste deve ter três finalidades básicas que são: Verificar a compreensibilidade dos integrantes do estudo em relação aos instrumentos de pesquisa, estabelecer possíveis ajustes ou modificações neles, se for possível, ou criar estratégias de aplicação para facilitar a compreensão. Verificar o tempo de entrevista. Preparar as pesquisadoras para a coleta de dados definitiva. O pré-teste deste estudo foi realizado com cinco idosos octogenários, sendo três do gênero masculino e dois do feminino, que não fizeram parte da amostra, porém estavam de acordo com os critérios de elegibilidade. Não houve dificuldades dos participantes em relação à compreensão dos instrumentos e, com isto, não foi necessário efetuar alteração alguma nas estratégias de aplicação dos instrumentos. O tempo médio da entrevista foi de 30 minutos. 3.6 ESTRATÉGIAS DE ANÁLISE DADOS 34 Para a obtenção dos dados foi utilizado o programa computacional Excel 13.0, mediante a elaboração do banco de dados. Os resultados foram obtidos por meio da estatística descritiva, sendo utilizada a frequência e a percentagem para as variáveis categóricas e as medidas de tendência e dispersão central para as variáveis contínuas e discretas (Média e Desvio padrão). 3.7 ESTRATÉGIAS DE APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS Os resultados foram apresentados por meio de tabelas, de acordo com a natureza dos resultados a serem apresentados. 3.8 ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA O presente estudo obedeceu aos preceitos estabelecidos pela Resolução 196/96, que trata de pesquisa envolvendo seres humanos. Foram respeitados os valores culturais, assim como os princípios da autonomia, anonimato e privacidade, facultando ao entrevistado o direito de desistir da participação do estudo se assim o desejar e quando quiser. A coleta de dados deste trabalho teve início após aprovação do Comitê de Ética em pesquisa, da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz Itajubá-MG. O parecer consubstanciado da CONEP mediante protocolo n° 498/2011 que aprovou a realização do estudo encontra-se em Anexo D. O TCLE está devidamente elaborado, em Apêndice A. 35 4 RESULTADOS Os resultados do presente estudo serão apresentados a seguir, por meio de três partes distintas. Na primeira são mostrados os lados relacionados com as características pessoais, familiares, sociais, econômicas e de saúde. A segunda parte evidencia os dados relacionados com o risco de queda. A terceira e última parte retrata as informações referentes aos itens do Mini- Exame Mental (MEEM), que também integram a dimensão do risco de quedas e a sua ocorrência. 4.1 CARACTERÍSTICAS PESSOAIS, FAMILIARES, ECONÔMICAS E DE SAÚDE DOS PARTICIPANTES DE ESTUDO. As características biossociais e de saúde encontram-se nas tabelas de 1 a 4. Tabela 1 - Características Pessoais e Familiares dos Participantes do Estudo. Itajubá, MG, 2011. (n=50 VARIÁVEIS Gênero Masculino Feminino Idade Religião Católica Evangélica Testemunho de Jeová Agnóstico Sabe ler Sim Não Sabe escrever Sim Não Escolaridade Sem escolaridade Ensino fundamental incompleto Ensino fundamental completo Ensino médio completo Estado conjugal FA FR 24 26 48% 52% 39 6 2 3 78% 12% 4% 6% 35 15 70% 30% 40 10 80% 20% 19 23 7 1 38% 46% 14% 2% Média DP 83,8 3,37 (continuação) 36 Tabela 1 - Características Pessoais e Familiares dos Participantes do Estudo. Itajubá, MG, 2011. (n=50) (Conclusão) VARIÁVEIS Solteiro (a) Casado (a) Morando junto Viúvo (a) Divorciado (a) /separado (a) Tipo de família Nuclear Extensa Variante Filhos Sim Não Número de Filhos Um filho Dois filhos Três filhos ou mais Nenhum filho FA 3 13 1 32 1 FR 6% 26% 2% 64% 2% 30 10 10 47 3 60% 20% 20% 94% 6% 2 8 37 3 4% 16% 74% 6% Média DP Fonte: Silva; Kimura (2003) Observou-se que 52% dos participantes do estudo eram do gênero feminino, a média da idade foi de 83,8 anos (DP = 3,37); 78% professavam a religião católica; 70% sabiam ler; 80% sabiam escrever; 46% possuíam ensino fundamental incompleto; 64% eram viúvos; 60% viviam em família nuclear; 94% possuíam filhos, sendo que 74% tinham três filhos ou mais. Tabela 2 - Características Econômicas dos Participantes do Estudo. Itajubá, MG, 2011. (n=50) VARIÁVEIS Situação atual de trabalho Aposentado (a), mas continuavam trabalhando. Aposentado (a) e deixou de trabalhar Outra Total Mensal de rendimentos Um salário mínimo Dois salários mínimos Três ou mais salários mínimos Não respondeu FA FR 3 37 10 6% 74% 20% 6 11 19 14 12% 22% 38% 28% (continuação) 37 Tabela 2 - Características Econômicas dos Participantes do Estudo. Itajubá, MG, 2011. (n=50) (conclusão) VARIÁVEIS FA FR Total de pessoas vivendo com o rendimento Uma pessoa Duas pessoas Três pessoas ou mais Não respondeu 6 11 17 16 12% 22% 34% 32% Fonte: Silva; Kimura (2003) Constatou-se que 74% eram aposentados e deixaram de trabalhar; 38% recebiam três ou mais salários mínimos mensais; três ou mais pessoas viviam com esse rendimento, totalizando 34%. Tabela 3 - Características de Saúde dos Participantes do Estudo. Itajubá, MG, 2011. (n=50) VARIÁVEIS Condições de Saúde: Ótima Muito boa Boa Regular Ruim Saúde Comparada com o ano anterior: Melhor Mesma coisa Pior Saúde comparada com pessoas da mesma idade Muito melhor Melhor Mesma coisa Pior Não sabe Fonte: Silva; Kimura (2003) FA FR 3 3 19 22 3 10 27 13 6% 6% 38% 44% 6% 20% 54% 26% 4 28 11 4 3 8% 56% 22% 8% 6% 38 Evidenciou-se que 44% das pessoas perceberam sua saúde regular; ao compararem sua saúde com o ano anterior, 54% a consideraram mesma coisa e quando comparada com as pessoas da mesma idade, 56% referiram estar melhor. Tabela 4 - Informações sobre doenças crônicas e exercícios físicos referentes aos integrantes do estudo. Itajubá, MG, 2011. (n=50) VARIÁVEIS Doença crônica Sim Não NS/NR FA FR 41 7 2 82% 14% 4% Tipo de doença crônica Hipertensão Arterial Sistêmica Hipertensão Arterial Sistêmica e diabetes mellitus tipo 2 Hipertensão Arterial Sistêmica e cardiopata Hipertensão Arterial Sistêmica e osteoporose Outras 19 9 3 3 7 38% 18% 6% 6% 14% Exercício físico: Sim Não 15 35 30% 70% Tipo de Exercício físico Caminhada Outros Não se aplica 12 3 35 24% 6% 70% Prática do exercício físico Diariamente Três vezes por semana Duas vezes por semana Uma vez por semana Outra Não aplica 8 2 1 1 3 35 16% 4% 2% 2% 6% 70% Fonte: Silva; Kimura (2003) Constatou-se que 82% dos entrevistados apresentaram doença crônica, sendo que desses, 38% mencionaram portar hipertensão arterial sistêmica; 70% não praticavam exercício físico; daqueles que o praticavam, 16% mencionaram a frequência diária, sendo a caminhada a modalidade preferida, (24%). 39 4.2 QUEDA, RISCO DE QUEDA E FATORES DE RISCO DE QUEDA DOS INTEGRANTES DO ESTUDO As informações referentes a quedas anteriores, risco de quedas e fatores de riscos de quedas encontram-se nas Tabelas 5 a 10. Tabela 5 - Informações sobre quedas anteriores pelos participantes do estudo. Itajubá, MG, 2011. (n=50) VARIÁVEIS Queda Anterior Sim Não FA FR 38 12 76,00% 24,00% Fonte: Downton (1992) adaptado por Shiaveto 2008) Constatou-se que 76,0% dos participantes do estudo apresentaram queda anterior. Tabela 6 - Informações sobre quedas anteriores quanto ao gênero dos entrevistados. Itajubá, MG, 2011 (n=50) VARIÁVEIS Quedas anteriores Sim Não FA FR Masculino (n=24) 15 9 62,50% 37,50% FA FR Feminino (n=26) 23 3 88% 12% Fonte: Downton (1992) adaptado por Shiaveto (2008) Com relação às quedas anteriores, 62,5% estiveram relacionadas com os homens e 88% com as mulheres. As informações das tabelas 7 e 8 se referem ao risco de quedas. De acordo com a Escala de Risco de quedas de Downton, o escore (pontuação) igual ou superior a 3 pontos indicam um alto risco de quedas. Os integrantes do estudo que apresentaram risco de quedas obtiveram essa pontuação (3,0 pontos ou mais). 40 Tabela 7 - Informações relacionadas com o risco de queda dos integrantes do estudo. Itajubá, MG, 2011. (n=50) VARIÁVEIS FA FR Sem risco de queda 9 18% Risco de queda 41 82% Risco de queda Fonte: Downton (1992) apaptado por Shiaveto (2008) Registrou-se que 82% dos participantes apresentaram risco de queda. Tabela 8 - Risco de queda segundo o gênero dos integrantes do estudo. Itajubá, MG, 2011. (n=41) VARIÁVEIS FA FR Risco de queda Homens Mulheres 18 23 43,90% 56,10% Fonte: Downton (1992) apaptado por Shiaveto (2008) No que concerne ao risco de quedas, 43,9% estiveram relacionados com o gênero masculino e 56,1% com o feminino. Tabela 9 - Fatores de risco de queda dos integrantes do estudo com risco e ocorrência ou não de quedas anteriores. Itajubá, MG, 2011. (n=41) VARIÁVEIS Quedas anteriores Sim Não Fatores de risco quedas: Medicamentos Tranquilizantes/Sedativos Diuréticos Anti- Hipertensivos Antidepressivos Déficit Sensório Visão Prejudicada Audição prejudicada Membros FA FR 35 6 85,40% 14,60% 4 3 31 1 9,80% 31,70% 75,60% 2,40% 5 5 8 36,60% 36,60% 19,50% (continuação) 41 Tabela 10 - Fatores de risco de queda dos integrantes do estudo com risco e ocorrência ou não de quedas anteriores. Itajubá, MG, 2011. (n=41) (Conclusão) VARIÁVEIS Marcha Inseguro com/sem equipamento Incapaz FA FR 7 1 41,50% 2,40% Fonte: instrumento de pesquisa Observou-se que 85,4% das pessoas idosas com risco de quedas, já haviam sofrido quedas anteriores; 75,6% faziam uso de anti-hipertensivos; em relação ao déficit sensório, 36,6% possuíam visão e audição prejudicadas (respectivamente) e 41,5% apresentaram insegurança na marcha com e sem equipamento. Tabela 11 - Fatores de risco de quedas dos integrantes do estudo com relação ao gênero e que apresentaram risco com ocorrência de queda. (n=41) VARIÁVEIS Quedas anteriores Sim Não Medicamentos Tranquilizantes/Sedativos Diuréticos Anti- Hipertensivos Antidepressivos Déficit Sensório Visão Prejudicada Audição prejudicada Membros Marcha Inseguro com/sem equipamento Incapaz FA Masculino (n=18) FR FA Feminino (n=23) FR 14 4 77,80% 22,20% 21 2 91% 9% 2 5 13 1 11% 28% 72% 6% 2 8 18 - 9% 35% 78% - 2 6 5 11% 33% 28% 13 9 3 57% 39% 13% 8 1 44% 6% 9 - 39% - Fonte: Downton (1992) adaptado por Shiaveto (2008) Em relação ao gênero masculino, 77,8% dos homens com risco de quedas, já sofreram quedas anteriores; 72% faziam uso de anti-hipertensivos; 33 % possuíam audição prejudicada e 44% apresentavam insegurança na marcha com e sem 42 equipamento. Em relação o gênero feminino, 91% das mulheres com risco de quedas sofreram quedas anteriores; 78% faziam uso de anti-hipertensivos; em relação ao déficit sensório, 57% possuíam visão prejudicada e 39% apresentaram insegurança na marcha com e sem equipamento. 4.3 INFORMAÇÕES REFERENTES AOS ITENS DO MINI-EXAME DO ESTADO MENTAL (MEEM): As Informações das Tabelas 11 e 12 são referentes aos itens de dimensões cognitivas e memória imediata do Mini-Exame do Estado Mental (MEEM) que integram o risco de quedas de pessoas idosas. Tabela 12 - Informações relacionadas com as dimensões cognitivas das pessoas idosas entrevistadas. Itajubá, MG, 2011. (n=50) TIPO DE ORIENTAÇÃO Dia da semana Errado Certo Dia do mês Errado Certo Mês Errado Certo Ano Errado Certo Hora aproximada Errado Certo Local específico Certo Bairro ou Rua próxima Errado Certo Cidade Certo Estado Errado Certo FA FR 9 41 18% 82% 19 31 38% 62% 4 46 8% 92% 4 46 8% 92% 19 31 38% 62% 50 100% 4 46 8% 92% 50 100% 1 49 2% 98% Fonte: Folstein; Folstein; Mchugh, (1975) Observou que, em relação às dimensões cognitivas, as informações relacionadas com o mês, ano, bairro, cidade e estado apresentaram, 43 respectivamente, as proporções 92%; 92%; 100%; 92% e 100% de respostas corretas. Tabela 13 - Informações relacionadas com a memória imediata das pessoas idosas entrevistadas. Itajubá, MG, 2011. (n=50) MEMÓRIA IMEDIATA Uma palavra certa Duas palavras certas Três palavras certas FA 11 25 14 FR 22% 50% 28% Fonte: Folstein; Folstein; Mchugh, (1975) No tocante à memória imediata, 50% dos entrevistados memorizaram duas das três palavras que lhes foram mencionadas. 44 5 DISCUSSÃO Considerando que os dados referentes às características pessoais, familiares, sociais, econômicas e de saúde já terem sido discutidos, anteriormente, nos diversos trabalhos desenvolvidos com pessoas idosas e as suas interpretações são sempre as mesmas, pois a realidade dessas pessoas é mantida, decidiu-se a exemplo de outros trabalhos de pesquisa de âmbito nacional, não se efetuar discussão desses dados para não ser repetitivo. Com o propósito de facilitar a compreensão do desenvolvimento desta discussão, adotou-se a seguinte estratégia: primeiramente, serão analisados os resultados sobre a ocorrência de quedas de todos os participantes do estudo, posteriormente, serão interpretados os dados de risco de queda e, finalmente, serão apresentados os fatores de risco de queda das pessoas idosas que já sofreram quedas e encontravam-se sob riscos de novas quedas. Segundo a Escala de risco de quedas de Downton. Ao analisar o número de quedas dos participantes do estudo, detectou-se que a grande maioria deles sofreu quedas anteriormente. Este fato coincide com Ferracini e Ramos (2002, p. 710). “quando mencionam que no cenário mundial cerca de 30 a 60% das pessoas idosas caem ao menos uma vez ao ano e cerca da metade cai de forma recorrente.” Evci; Ergin; Beser, (2006, p. 298), relatam que “a incidência de quedas sofrem alterações entre os países. Estudo realizado na Turquia revela que 31,9% das pessoas idosas caíram pelo menos uma vez no último ano”. Outro estudo realizado na Catalúnia, Espanha, mostra que 17,9% das pessoas acima de 65 anos sofreram pelo menos uma queda nos 12 meses anteriores à entrevista e que essa frequência aumenta com a idade (SANCHEZ et.al, 2004). Com relação ao gênero, no presente trabalho, houve maior ocorrência entre mulheres. Guimarães, Cunha (2004), confirmam esse fato mencionando que pelo menos 1/3 dos maiores de 65 anos, com predominância de mulheres, relataram quedas nos últimos doze meses. O presente estudo registrou que a maioria das pessoas idosas entrevistadas apresentou risco de queda de acordo com a escala de Downton. Este dado é corroborado com o Centro de Estudos Ortopédicos do Hospital do Servidor Público 45 Estadual [20--?]), ao mencionar que o risco de queda aumenta com o avançar da idade e pode chegar a 51% em pessoas idosas acima de 85 anos. Em relação ao risco de queda referente ao gênero, foi encontrada maior frequência no gênero feminino. A possível explicação para esse dado pode estar relacionado ao fato de que há maior número de mulheres idosas do que de homens idosos. As questões relativas ao envelhecimento têm aumentado de forma significativa nos últimos anos, uma vez que o envelhecer da população é um fenômeno global que traz importantes repercussões nos campos social e econômico, principalmente em países emergentes. Dentre esses países, se destaca o Brasil, cuja população encontra-se em rápido processo de envelhecimento, podendo seus habitantes, em 2025, com a idade de 60 anos ou mais, totalizar o contingente de 32 milhões de pessoas, o que situará o país em sexto lugar em termos de população idosa. Outra informação importante é que os estudos estatísticos com relação à terceira idade esclarece que se manterá a existência maior do número de mulheres quando comparado com dos homens. (FRANÇA, 1997 apud FIGUEIREDO et al.; 2006). Além do mais, frente às alterações próprias do processo do envelhecimento, pode ser citada a menopausa que leva a redução da concentração hormonal feminina e isto faz com que ocorra a descalcificação óssea, levam à osteogenia, favorecendo a ocorrência de quedas com grandes percentagens de fraturas de membros inferiores. (FISIOPATOLOGIA ..., 2005) relata que, durante e após a menopausa, ocorre um distúrbio ósseo metabólico, sendo ele a osteoporose, que se desenvolve à medida que a velocidade de reabsorção óssea acelera, enquanto a de formação diminui ocasionando perda da massa óssea. Os ossos acometidos por essa doença perdem sais de cálcio de fosfato, tornando-se porosos, quebradiços e vulneráveis à fratura. Outra explicação para a ocorrência de risco de queda entre as mulheres está relacionada com a situação das mulheres, muito mais que os homens, estarem envolvidas com as atividades da vida diária em relação a sua casa, como lavagem de pisos, que geralmente tornam-se muito escorregadios devido à presença de água e sabão; preparo das refeições, arrumar cozinha e limpeza do quintal da casa. Todas essas atividades são próprias das mulheres e isto as predispõem mais do que os homens às quedas relacionadas com as atividades do dia- a-dia. 46 No tocante aos riscos de queda encontrados neste trabalho, a maior porcentagem das pessoas idosas estudadas, de acordo com a escala de Downton, já haviam sofrido quedas anteriores. Este dado coincide com Smeltzer, S. C. et al. (2009, p. 206), ao mencionarem que “a incidência de quedas aumenta com a idade crescente e tende a elevar-se naqueles com 80 anos ou mais”. Associado a isso, Faria; Silva (2009), relatam que 30% das pessoas com mais de 65 anos sofrem ao menos uma queda por ano. BRASIL (2007) complementa que dessas 30% de pessoas que caem, essa taxa aumenta para 40 % entre idosos com mais de 80 anos. Cerca de 35% a 40% das pessoas idosas residentes na comunidade, sofrem quedas anualmente, sendo que a metade cai várias vezes (SMELTZER, et al, 2009). Aproximadamente 1/3 das pessoas acima de 65 anos, que vivem na comunidade caem anualmente, e esta proporção aumenta para 50% naquelas acima de 80 anos. (O LOUGHLIN 1993 apud NASCIMENTO et al.; 2009). Em relação ao risco de queda relacionado ao gênero, detectou-se neste estudo que a incidência de quedas prevaleceu entre as pessoas idosas do gênero feminino. Já para BRASIL (2007), as mulheres tendem a cair mais que os homens até os 75 anos de idade. E a partir dessa idade as frequências se igualam. Brito; Costa (2001), relatam que o número de quedas no gênero feminino é maior que no masculino e aumentam com a idade, de acordo com a maioria dos estudos epidemiológicos. Sendo que a cada 100 pessoas, estimam-se que de 30 a 50 delas sofrem quedas na idade de 65 anos e aos 75 anos. Esse número aumenta de 60 a 90 quedas. Conforme Nascimento et al, (2009), citam em seu estudo que o número de quedas de acordo com o sexo feminino tinham prevalência de 39,3% quando comparada ao gênero masculino que foi de 25%. Concomitantemente outro estudo também confirma que “a prevalência de quedas foi entre os idosos do sexo feminino (66%), com idade média de 76 anos no próprio lar do idoso” (FABRICIO; RODRIGUES, COSTA 2004, p. 93). No que concerne ao fator de risco de queda referente ao uso de medicamentos, foi evidenciado que a maior frequência das pessoas idosas faziam uso de anti-hipertensivos. Hamra; Ribeiro; Miguel (2007), descrevem em seu estudo que o uso de medicamentos por senis é frequente e tem crescido a cada dia, em virtude do aumento da expectativa de vida no Brasil. 47 Algumas dessas drogas, quando administradas, podem ocasionar efeitos colaterais como tontura e diminuição dos reflexos, podendo resultar em quedas e consequentes fraturas. O uso de medicamento está associado à ocorrência de quedas tanto quantitativa como qualitativamente. A incidência aumenta quase proporcionalmente ao uso de fármacos, principalmente se superior a quatro (GUIMARÃES; CUNHA, 2004). Deve ser ressaltado que vários estudos têm evidenciado forte associação entre a quantidade de medicamentos utilizados e o aparecimento de quedas em pessoas idosas. Na maioria das vezes, com posologia não adequada, pode contribuir para desencadear esse evento. Os anti-hipertensivos podem aumentar o risco de queda por meio da hipotensão postural ou então por fadiga (BRITO; COSTA, 2001). Fabricio; Rodrigues; Costa (2004) ressaltam em seu estudo que, no decorrer da coleta de dados, foi observado que 70% das pessoas idosas faziam uso de algum tipo de medicamento antes de cair, sendo todas prescritas por médico. O medicamento mais utilizado foi o anti-hipertensivo, correspondendo a 34%. No que se refere ao gênero, 72% dos entrevistados que faziam uso de medicamentos eram mulheres e 70% homens. Esse dado coincide com os resultados do presente estudo, no qual 78% dos participantes do gênero feminino faziam uso de medicamento anti-hipertensivo e quando comparada ao gênero masculino essa porcentagem foi de 72%. Em relação ao fator de risco de queda referente ao déficit sensório, a maioria tinha visão e audição prejudicadas. Dentre as alterações fisiológicas mais observadas entre as pessoas idosas, destacam-se as oculares e as auditivas, que somadas às alterações relacionadas ao envelhecimento acabam reduzindo sua autonomia e independência, ocasionando prejuízos na sua qualidade de vida. O envelhecimento ocular sofre alterações que podem afetar adversamente a visão. Qualquer alteração nessa função pode aumentar o risco de quedas caso algum objeto sobre o chão não seja visualizado. O envelhecimento também é acompanhado por presbiacusia, uma perda neurossensorial da audição, que afeta a habilidade de detectar ruído. É comprovado que o risco para quedas aumenta proporcionalmente com o número de fatores de risco, por ser um evento que dificilmente é resultado de um fator isolado (SMELTZER, S. C. et al., 2009). 48 Analisando ainda, o déficit sensório, observou-se que houve prevalência da visão prejudicada, seguida pela acuidade auditiva diminuída, em pessoas idosas do gênero feminino. Sabe-se que as alterações fisiológicas ocorrem em ambos os gêneros, sendo comum no processo do envelhecimento. Pode-se inferir que, no presente trabalho, a maior proporção dessas alterações esteja relacionada com as mulheres porque, do ponto de vista da amostra, a quantidade de pessoas do gênero feminino foi maior que a do gênero masculino. No que se refere ao fator de risco de queda relacionado às alterações da marcha, constatou-se que a maioria dos entrevistados apresentou insegurança quanto à caminhada com ou sem equipamentos. Paixão; Heckmanm (2002) citam que “distúrbios da marcha e do equilíbrio constituem fatores de risco para problemas tão sérios como quedas e perdas da independência”. Guimarães; Cunha (2004),mencionam que as alterações da marcha e ocorrências de quedas é complexa, acrescidas de modificações na locomoção constituem um relevante fator de risco para a ocorrência desse evento. As alterações da marcha que ocorrem na idade avançada são indicadores mais fidedignos da tendência a cair do que a própria idade cronológica. Fabricio; Rodrigues, Costa (2004), relatam que, geralmente, problemas com ambiente são causados por eventos ocasionais que trazem risco aos idosos, principalmente àquele que já apresenta alguma deficiência de equilíbrio e marcha. Pessoas idosas do gênero masculino apresentaram maior incidência de fatores de risco de queda relacionado às alterações na marcha, demonstrando assim, maior insegurança com ou sem equipamento ao deambular. Com o avançar da idade ocorre a anquilose da articulação tíbio - társica o que tem como consequência o andar em “marcha” que proporciona menor apoio à deambulação e, consequentemente, risco de queda. A possível explicação para a maior ocorrência de risco de queda em relação à marcha entre os homens pode estar relacionada ao fato de que os homens, normalmente, caminham mais do que as mulheres no meio ambiente, pois é frequente os homens estarem mais circulantes nas ruas e praças da cidade do que as mulheres. Logo a dificuldade da marcha presente nos homens e com maior circulação deles nas ruas e praças públicas, favorece a maior ocorrência desse evento no gênero masculino. 49 6 CONCLUSÕES Os objetivos do presente trabalho permitiram as seguintes conclusões: Com relação às características pessoais, familiares e sociais dos participantes do estudo, o gênero predominante foi o feminino, a média de idade foi 83.8 anos, a maioria professava a religião católica, sabia ler, escrever, possuía ensino fundamental incompleto, era viúva, vivia em família nuclear e possuía três ou mais filhos No tocante às características socioeconômicas foi observado que a maior parte dos entrevistados era aposentada e havia deixado de trabalhar, e vivia com três ou mais salários mínimos mensais e cerca de três ou mais pessoas dependiam dessa renda mensal. Frente às características de saúde, evidenciou-se que a maior parte dos entrevistados percebeu sua saúde como regular. Quando comparada ao ano anterior, ela foi considerada “a mesma coisa” e quando comparada com as pessoas da mesma idade referiram estar melhor. Constatou-se que a maior parte dos integrantes do estudo eram portadores de uma doença crônica, sendo a hipertensão arterial sistêmica a mais frequente. A maioria não praticava exercício físico e aqueles que praticavam, a preferência era pela caminhada diária. Evidenciou-se que a maior parte dos entrevistados já havia sofrido queda anterior e o maior risco de quedas estava relacionado como gênero feminino. A maior porcentagem das pessoas idosas com risco de quedas de acordo com a escala de Downton já havia sido vítima de queda em outras situações: fazia uso de medicamentos anti-hipertensivos, possuía acuidade visual e auditiva comprometida e insegurança quanto à caminhada com ou sem equipamento. Em relação ao gênero feminino, a maior parte dos participantes do estudo sofreu quedas anteriores, fazia uso de medicamentos anti-hipertensivos; possuía visão prejudicada e apresentara menor insegurança na caminhada com e sem equipamento quando comparada aos homens. Já para o gênero masculino houve menor frequência de quedas anteriores, uso de medicamentos anti-hipertensivos e visão e audição comprometidas, assim como insegurança na caminhada com e sem equipamento. As pessoas idosas apresentaram ótimo estado nas dimensões cognitivas em relação ao mês, ano, bairro, cidade e estado. 50 No tocante à memória imediata, a metade dos entrevistados memorizou duas das três palavras que lhes foram mencionadas. 51 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS Com a realização desse estudo é necessário e indispensável esclarecer que os profissionais da área de saúde, sejam da área assistencial ou da pesquisa, que se conscientizem do aumento da ocorrência de quedas entre as pessoas idosas, assim como das suas graves consequências. Diante disso, devem ser estabelecidos programas que detectem risco de quedas e a seguir intervenções que vão prevenir as ocorrências desse evento. Especificamente, os profissionais de enfermagem devem estabelecer intervenções que visem assegurar cuidados profiláticos para as quedas. Associado a isso, é de suma importância que as pessoas idosas, assim como os familiares e cuidadores formais e informais, tenham conhecimento dessa situação e tomem os devidos cuidados, após capacitação, quanto à prevenção e devidas providências que possam evitar a ocorrência desse evento tão comprometedor do ponto de vista negativo, na vida e na saúde das pessoas idosas. Em especial, cabe ao poder público, o cuidado com as vias públicas e calçadas quanto as suas irregularidades, o que predispõe a pessoa idosa a quedas. A construção de rampas e o implante de corrimão são cuidados essenciais na prevenção de quedas. Outro cuidado que deve ser levado em consideração refere-se aos meios de transporte, em especial aos ônibus circulares, quanto à altura dos seus degraus e à falta de paciência dos condutores, que muitas vezes, dão sequência aos seus trajetos sem a certeza da devida acomodação do ser idoso na poltrona do ônibus. Finalmente, a dificuldade de acesso aos centros comerciais e públicos pode contribuir para as quedas entre as pessoas idosas. Todos esses aspectos devem ser levados em consideração para que as quedas, que já são consideradas um problema de saúde pública, sejam evitadas. O presente estudo limitou-se a estudar o fenômeno quedas entre as pessoas idosas da cidade de Itajubá. Com isso os resultados, embora sejam significativos e impactantes, estão restritos à realidade desse município. Sugere-se que outros estudos dessa natureza e com amostra maior sejam realizados, não só para confirmar os dados do presente estudo, mas também para a obtenção de novos conhecimentos. 52 A enfermagem, tanto da área hospitalar como da saúde coletiva, precisa estabelecer estratégias, em caráter emergencial, para prevenção e controle de quedas entre as pessoas idosas, em especial daquelas que são octogenárias. 53 REFERÊNCIAS BARBOSA, M. L. J.; NASCIMENTO, E. R. A. de. Incidência de internações de idosos por motivo de quedas em um hospital geral de Taubaté. Revista Biociência, Taubaté, v. 7, n. 1, p. 35-42, jan./jun. 2001. BERTOLUCCI, P. H. F. et al. O Mini-Exame do Estado Mental em uma população geral: impacto da escolaridade. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, São Paulo, v. 52, n. 1, p. 01-07, mar. 1994. BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Brasil termina o século com mudanças sociais, 2001. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/0404sintese.shtm> Acesso em 20 abr. 2011. ______. Perfil dos idosos responsáveis pelos domicílios no Brasil, 2002. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/25072002pidoso.shtm> Acesso em: 18 abr. 2011. ______. Brasil já tem mais de 180 milhões de habitantes, 2004. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=2 07>. Acesso em: 24 abr. 2011. BRASIL. Ministério da Saúde. Quedas. In:______. 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Downton, contendo informações sobre quedas anteriores, medicamentos utilizados, estado mental e marcha. Todas as informações serão mantidas em sigilo e você não será identificado (a) pelo seu nome, pois trabalharemos com os dados de forma global. É importante você saber também, que a qualquer momento poderá deixar de participar do estudo, se assim o desejar. Tomaremos o cuidado de entrevistá-lo num local adequado, privado e sem ruídos, para que você sinta-se tranquilo e disponível para a entrevista. Este estudo não lhe trará riscos de vida e saúde, o que poderá lhe causar é o incômodo devido à entrevista, porém, tomaremos todos os cuidados para que isto não ocorra e pedimos também a sua colaboração. Com a realização deste estudo, poderão ser identificados os fatores de risco que mais contribuem para ocorrência de quedas e, mediante esses conhecimentos, poderão ser tomadas, pelos diversos profissionais da área de saúde, as providências necessárias, como programas e campanhas para diminuir esse risco. Este termo de consentimento é o documento que comprova a sua permissão para participar deste estudo. Agradecemos desde já sua valiosa colaboração e colocamo-nos à disposição, para outros esclarecimentos que se fizerem necessários. A seguir, será apresentada uma Declaração e, se você estiver de acordo com o seu conteúdo, após a leitura e concordância, deverá assiná-la, ou então, colocar a 60 impressão digital do seu polegar direito, caso você tenha dificuldades ou sinta-se impossibilitado de assinar o seu nome. Uma cópia do referido Termo ficará com você e a outra com as pesquisadoras. DECLARAÇÃO Por achar-me plenamente esclarecido e de perfeito acordo com o que me foi informado, eu aceito e confirmo a minha participação nesta pesquisa e por isto lavrarei abaixo a minha assinatura. Para tanto, declaro que, na condição de participante desta pesquisa, estou ciente dos seus objetivos, entrevista, respostas ao instrumento Risco de Queda. Se necessitar de alguma informação complementar, poderei recorrer ao Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz, Itajubá, MG e pelo telefone (35) 3622 0930, ramal 308. O horário de funcionamento do Comitê de Ética é de segunda a sexta-feira, no horário das 7h às 11h e das 13h às 17h. Itajubá ___/___/___ Nome do participante: _________________________________________________ Assinatura do (a) participante: _________________________________________________ Assinatura do pesquisador: _________________________________________________ 61 ANEXO A - Características biossociais, familiares, econômicas e de saúde INSTRUÇÃO: Leia cada uma das perguntas ao (à) entrevistado (a) e faça um círculo ou coloque um X no número de identificação do (a) respondente, assim como preencha as questões abertas. Data de realização da entrevista:_____/_____/_____ I - INFORMAÇÕES GERAIS 1 - Cidade e zona onde reside Entrevistador: indique a cidade onde reside o (a) entrevistado (a). 1. Itajubá ( ) Zona: urbana ( ) rural ( ) 2 – Sexo do Entrevistado. 1. Masculino ( ) 2. Feminino ( ) 3 – Quantos anos o (a) Sr. (a) tem? 1. _______anos 2. N. S./N.R. – não sabe/ não responde ( ) 4 - Qual é a data do seu nascimento? 1. _____/_____/20_____ 2. N.S./N.R. ( ) 5 - O Sr. (a) pratica alguma religião (ões)? 1. Sim ( ) Qual? __________________ 2. Não ( ) 3. N.S./N.R. ( ) 62 6 – O (a) Sr. (a) sabe ler ? 1. Sim ( ) 2. Não ( ) 3. N.S./N.R. ( ) 7 – O (a) Sr. (a) sabe escrever? 1. Sim ( ) 2. Não ( ) 3. N.S./N.R. ( ) 8 - Qual é a sua escolaridade? 1. Sem escolaridade ( ) 2. Ensino fundamental completo ( ) 3. Ensino fundamental incompleto ( ) 4. Ensino médio completo (científico, técnico ou equivalente) ( ) 5. Ensino médio incompleto (científico, técnico ou equivalente) ( ) 6. Curso superior completo ( ) 7. Curso superior incompleto ( ) 8. N.S./N.R. ( ) 9 – Atualmente qual é o seu estado conjugal? 1.Solteiro (a) ( ) 2. Casado (a) ( ) 3. Morando Junto ( ) 4. Viúvo (a) ( ) 5. Divorciado (a)/separado(a) ( ) 6. N.S./N.R. ( ) 10 – O (a) Sr. (a) tem filhos? 1. Sim ( ) Quantos?____________________ 2. Não ( ) 3. N.S./N.R. ( ) 11 – Qual é o tipo da sua família? 63 1. Nuclear ( ) 2. Extensa ( ) 3.Forma familiar variante_____________________________(especifique) 12– Qual é a sua situação atual de trabalho? 1. Empregado (a) ( ) 2. Trabalha por conta própria ( ) 3. Desempregado (a) ( ) 4. Aposentado (a), mas continua trabalhando ( ) 5. Aposentado (a) e deixou de trabalho ( ) 6. Aposentado (a) (licença ou auxílio-doença) ( ) 7. Atividade não remunerada ( ) 8. Prendas domésticas ( ) 9. Outra: __________________________________________ (especifique) 13- Qual é o total mensal de rendimentos das pessoas que vivem na sua residência? 1. Rendimento mensal líquido: R$__________________. 2 Número de salários mínimos: _______ 3. NS/NR ( ) 14- Quantas pessoas, incluindo o (a) Sr.(a), vivem com esse rendimento familiar? 1. ____________pessoas. 2. NS/NR ( ) II - SAÚDE FÍSICA 15- Em geral o (a) Sr. (a) diria que sua saúde está: 1. Ótima ( ) 64 2. Muito boa ( ) 3. Boa ( ) 4. Regular ( ) 5. Ruim ( ) 6. Péssima ( ) 7. N.S./N.A ( ) 16- Em comparação com o último ano, o (a) Sr. (a) diria que sua saúde hoje é: 1. Muito melhor ( ) 2. Melhor ( ) 3. Mesma coisa( ) 4 Pior ( ) 5. N.S./N.R. ( ) 17- Em comparação com as outras pessoas de sua idade, o (a) Sr. (a) diria que sua saúde está: 1. Muito melhor ( ) 2. Melhor ( ) 3. Mesma coisa( ) 4 Pior ( ) 5. N.S./N.R. ( ) 18 – O (a) Sr. (a) é portador (a) de alguma doença crônica? 1. Sim ( ) Qual? _____________________ 2. Não ( ) (marcar N.A. nas Questão. 19 e ir para questão 20) 3. NS/NR ( ) 19 Há quanto tempo o (a) Sr. (a) é portador dessa doença? 1. ________________meses 65 2. ________________anos 3. NS/NR ( ) 4. N.A ( ) 20- O Sr. (a) faz algum tipo de exercício físico? 1. Sim ( ) (ir para as questões 21 e 22) 2. Não ( ) (Ir para questões 21 e 22 e marcar N.A. ) 3. NS/NR ( ) O Sr. (a) faz algum tipo de exercício físico? 21 - Quais os tipos de exercício físico o (a) Sr. (a) executa? (marcar os dois mais frequentes) 1. Caminhada ( ) 2. Andar de bicicleta ( ) 3. Correr ( ) 4. Jogar futebol ( ) 5. Natação ( ) 6. Outro: __________________________________________(especifique) 7. N.A. ( ) 22 - Com que frequência o (a) Sr. (a) faz exercícios físicos? 1. Diariamente ( ) 2. Três vezes por semana ( ) 3. Duas vezes por semana ( ) 4. Uma vez por semana ( ) 5. Outra: __________________________________________ (especifique) 6. NS/NR ( ) 7. NA ( ) 66 ANEXO B - Escala de Risco de Quedas Atribua um ponto para cada item marcado com asterisco Não Quedas anteriores Sim* Medicações Nenhuma Tranquilizantes/Sedativos* Diuréticos* Anti-hipertensivos*(além dos diuréticos) Drogas antiparkinsonianas* Antidepressivos* Outras medicações Déficit sensório Nenhum Visão prejudicada* Audição prejudicada* Membros* (amputação, AVC(derrame), neuropatia, e etc. Estado Mental Orientado Confuso(MEEM) Marcha (modo de andar) Normal Seguro com equipamento de ajuda para caminhar (bengala, andador,...) Inseguro com/sem equipamento* Incapaz Pontuação igual ou superior a 3 pontos indica um alto risco de quedas. Tranquilizantes/Sedativos Bromazepam Buspirona Medicações (Nomes genéricos) Drogas AntiDiuréticos antiparkinsonihipertensivos anas Hidroclorotiazida Clonidina Biperideno Bumetanida Rilmenedina Entacapona Piretanida Irbesartana Levodopa Furosemida Telmisartana Pergolida Indapamida Valsartana Pramipexol Manito Doxazosina Selegilina Amilorida Felodipina Tolcapona Spironolactona Nifedipina Triexifenidinlina Clortalidona Captopril Acetazolamida Hidralazina Losartana Anlodipina Carvedilol Antidepressivos Amineptina Amitriptilina Citalopram Clomipramina Escitalopram Fluoxetina Fluvoxamina Imapramina Nefazodona Nortriptilina Paroxetina Sertralina Venlafaxina 67 ANEXO C - Avaliação cognitiva: Mini-Exame do Estado Mental (MEEM) Orientação Memória Imediata Atenção e Cálculo Evocação Linguagem Praxia Avaliador: 1) Dia da Semana (1 ponto) ( ) 2) Dia do Mês (1 ponto) ( ) 3) Mês (1 ponto) ( ) 4) Ano (1 ponto) ( ) 5) Hora aproximada (1 ponto) ( ) 6) Local específico (andar ou setor) (1 ponto) ( ) 7) Instituição (residência, hospital, clínica) (1 ponto) ( ) 8) Bairro ou rua próxima (1 ponto) ( ) 9) Cidade (1 ponto) ( ) 10) Estado (1 ponto) ( ) Fale 3 palavras não-relacionadas. Posteriormente pergunte ao paciente pelas 3 palavras. Dê 1 ponto para cada resposta correta. ( ) Depois repita as palavras e certifique-se de que o paciente as aprendeu, pois mais adiante você irá perguntá-las novamente. (100-7) sucessivos, 5 vezes sucessivamente (93,86,79,72,65) (1 ponto por cálculo correto) ( ) Pergunte pelas três palavras ditas anteriormente (1 ponto por palavra)( ) 1) Nomear um relógio e uma caneta (2 pontos) ( ) 2) Repetir “nem aqui, nem ali, nem lá” (1 ponto) ( ) 3) Comando: pegue este papel com a mão direita, dobre ao meio e coloque no chão (3 pontos) ( ) 4) Ler e obedecer: feche os olhos (1 ponto)( ) 5) Escrever uma frase (1 ponto) ( ) Copiar um desenho (1 ponto) ( ) Copie o desenho Data de avaliação: 68 ANEXO D - Parecer Consubstanciado N. 735/2011 69