Comunicado
(Verão 2014)
A tempestade anunciada…
Com o aumento da temperatura vem também o frenesim das decisões e das
medidas avulsas de “prevenção“ dos incêndios florestais…Anunciam-se mais
meios de combate, um reforço aqui, uma renovação ali, mais dinheiro, mais
formação, novas tecnologias, muitas fardas novas, e fica tudo pronto para a
“tempestade” do costume. Por outro lado no inverno não houve dinheiro, não
houve tempo, nem atenção, e não houve nenhuma ação coordenada, além do
esforço das equipas de Sapadores Florestais que resistem ao desinteresse.
Este ano, segundo as últimas notícias, vai haver pessoas a trabalhar na
floresta, com a inclusão até de desempregados nas ações de limpeza das
matas e florestas.
A medida, por princípio, não nos levanta grandes questões quanto à sua
pertinência, já que esta força de trabalho a pode ser uma mais-valia, podemos
porém questionar, o “timimg” e oportunidade desta decisão.
Repare-se, que o Estado ajuda a suportar,
através do programa de Sapadores Florestais
do Fundo Florestal Permanente, o esforço
anual de limpeza e manutenção dos espaços
florestais, por isso conhece a importância
destas ações e a necessidade que
representam no espectro de defesa da
Floresta. Mas também sabe, porque legislou
nesse sentido, que uma pessoa para
desenvolver estes trabalhos precisa de bastante formação (os Sapadores têm
200 horas de formação), sabe, porque fez campanhas de prevenção dos
acidentes de trabalho na floresta, que a inexperiência é perigosa e combinada
com as condições adversas de clima pode ser fatal.
Sabe melhor do que ninguém (porque gere fundos comunitários que financiam
ações deste tipo) que limpar uma mata é caro, exige tempo e coordenação,
que se mal executado pode causar mais mal que bem.
Conhece, porque proibiu, que as ações de silvicultura nesta época são um
elemento potencialmente nefasto para a fauna e avifauna, em especial para
trabalhadores que desconhecem o ecossistema florestal, porque não trabalham
diariamente nestes espaços.
Sabe ainda, porque regulou, que arborizar neste País já não pode ser deixado
ao livre arbítrio dos proprietários e que as arborizações carecem de controlo
“técnico”, mas também percebe, porque criou uma bolsa de terras que o
minifúndio e a ausência de cadastro afastam os interessados.
Mesmo sabendo disto tudo continua a manter demagogicamente as ideias de
“mexer” agora que o calor começa a apertar.
Comunicado
(Verão 2014)
Resumindo as ações de silvicultura preventiva realizadas em condições
climatéricas adversas (calor) são um fator em si mesmo de perigo, e que
combinado com a inexperiência destes novos voluntários dá uma mistura
potencialmente explosiva.
Na prática todos somos poucos para fazer face a esta catástrofe dos incêndios
florestais, mas todos ao mesmo tempo só nos estorvamos.
Repetimos TODOS OS ANOS aos céus quase que a pedir clemência aos
deuses para a “tempestade” anunciada pois sabemos que o ordenamento
florestal levará décadas a preparar a floresta para os incêndios … mas que
ainda não começou, sabemos que as intervenções silvícolas se fazem no
inverno e não quando se lembram. Sabemos que a floresta é um bem de todos
e que todos temos obrigação de a defender. Resta-nos o consolo de esperar
que este verão não haja vítimas e que São Pedro nos brinde com umas chuvas
nos ajudem a evitar estragos maiores.
Temos que continuar a acreditar…
Mas não é fácil…
E cansa… cansa muito!
15 Maio 2014
Fórum Florestal-Estrutura Federativa da Floresta Portuguesa
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comunicado FF- a tempestade anunciada