Agosto 2008
Nobel Advanced Aggressive
Carta Mensal
Mercado
Juros
Dólar
Dívida Externa
Bolsa
Inflação
Lastro
Perform ance e custos
Resultado
% CDI
Mês
0,32%
0,40%
0,02%
-0,02%
0,00%
0,98%
-0,19%
1,52%
1,01%
Ano
0,86%
1,28%
0,15%
-1,21%
0,00%
7,35%
-1,41%
6,97%
7,58%
O mês de agosto foi marcado pela contínua reprecificação do crescimento mundial.
Números econômicos na Europa e Ásia indicaram um desaquecimento mais abrangente,
antes apenas restrito aos EUA. Surpreendentemente, a economia americana apresentou
sinais de melhora com números de confiança e de produção acima das expectativas. A
percepção de que outras economias desenvolvidas não estariam imunes à crise provocou
um fortalecimento do dólar, com sérias conseqüências na decisão de investimento. A
operação mais popular dos últimos anos, financiamento via venda de dólar, sofreu forte
retração neste mês. Tal movimento aliado à expectativa de menor demanda mundial
provocou maiores realizações no Euro, commodities e bolsas (ex-EUA) .
Com o mercado sem grandes convicções, a incerteza aumenta e procuramos nos adequar a
estes nem tão novos tempos. A volatilidade, nesse ambiente, tem que ser muito bem
dimensionada para evitarmos perdas desnecessárias. Ficar apenas mantendo posições
otimistas, como foi o caso nos últimos anos, não tem se mostrado uma estratégia
eficiente. Entretanto sabemos que, historicamente, tais ambientes também trazem boas
oportunidades de investimento. Neste cenário mantivemos uma gestão ainda muito
dinâmica, em prol da preservação do capital. Não nos abstivemos de estar posicionados,
mas procuramos otimizar o risco/retorno das nossas operações de forma paciente e
racional, o que se tem provado muito correto.
Usando tal tipo de abordagem percebemos que o movimento do real abaixo do 1,60 era
muito mais de caráter especulativo do que fundamental. O “carry trade” não se mostra
sustentável num cenário de incerteza mundial e com isso preferimos não apostar a favor
na moeda brasileira nesses níveis. Além do fluxo financeiro mais negativo e fraqueza das
commodities da nossa pauta exportadora, o grande perigo que vimos foi o fortalecimento
do dólar. Como citado acima, sabemos o quão popular este tipo de operação foi nos
últimos anos e uma realização pode ser muito mais traumática do que o mercado
precifica. Mesmo assim não descartamos trades oportunisticos, com bom retorno esperado,
na compra do Real, como ocorrido no ultimo mês. Entretanto, como o fortalecimento da
moeda americana se mostrou mais duradouro do que imaginávamos, julgamos que a
melhor atitude seria zerar a posição.
No mercado futuro de juros a nossa aplicação na parte longa da curva foi aumentada ao
longo do mês. A retórica conservadora do Banco Central brasileiro aliada a números
inflacionários mais baixos e a percepção de que a atividade pode estar começando a dar
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sinais de arrefecimento nos deixa inclinados a apostar num fechamento maior das taxas.
Entretanto, sabemos dos riscos atuais e temos buscado uma gestão que evite perdas
significativas em episódios de surtos de aversão ao risco. Um bom exemplo este mês foi o
aumento de prêmio das NTN-Fs que causou prejuízos aos investidores, provocando uma
realização mais forte do mercado de juros. Sabemos que mesmo tendo boa convicção no
fundamento, estar muito além de seu tempo é equivalente a estar errado e por isso não
podemos deixar de ter uma gestão proativa. Em outras palavras, o “risco de travessia”
deverá ser sempre bem dimensionado, principalmente neste tipo de conjuntura.
A bolsa brasileira teve mais um mês de desempenho negativo com especial ênfase para o
setor de mineração, siderurgia e bancos. A realização das commodities aliada ao fraco
fluxo financeiro e perspectiva de menor crescimento no futuro impedem uma recuperação
mais significativa e consistente no preço das ações. Com isso em mente, temos evitado
maiores riscos neste mercado desde o fim de junho.. Por outro lado, temos dado ênfase ao
estudo de casos em algumas empresas específicas que se mostram com valor muito
atrativo e que assim possam ter bom desempenho mesmo num ambiente mais incerto.
Além disso, estratégias de long & short ganham cada vez mais relevância por permitir
extrair ganhos em operações de valor relativo sem a necessidade de risco direcional.
No cenário atual a performance nesse mês, equivalente a 150% do CDI, não deixa de ser
um motivo de satisfação. Entretanto, vale reforçar o comentário feito na carta do mês
passado: “sabemos que esse tipo de abordagem mais conservadora não pode se tornar
padrão sob o risco de perdermos boas oportunidades de investimento no futuro”. Mesmo
assim o mercado, hoje em dia, requer paciência e perseverança. Precisamos nos adequar
às informações disponíveis e nos ajustar à um cenário que deverá continuar errático, o
que torna o ambiente de investimentos pouco propício à grandes convicções. Assim sendo,
não ter perdas significativas hoje significa estar presente no futuro para quando as
oportunidades ficarem mais evidentes alocarmos capital de maneira mais eficiente.
Este relatório foi publicado com o propósito meramente informativo. Opiniões apresentadas no mesmo são apenas nossas opiniões atuais e
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