1º de novembro de 2011
DISCURSO DE POSSE – ALIANÇA PELA
LIBERDADE
Estimados membros da gestão cessante e das demais chapas,
Colegas da Universidade de Brasília,
Amigas e amigos presentes,
Boa tarde,
"Todas as coisas brilhantes e virtuosas derivam do trabalho de indivíduos que puderam
criar em liberdade". Einstein
É, para nós, uma honra ter recebido um voto de confiança das e dos estudantes da
Universidade de Brasília - que escolheram o projeto de uma UnB Livre como diretriz norteadora.
Agradecemos a lisura do processo eleitoral, em especial à Comissão Eleitoral, nas pessoas do
Fernando, Gustavo Cuia, Heitor, Lázaro, Leandro, Micha e Tatiane.
Somos mais do que rótulos, somos princípios. Queremos fazer uma UnB mais livre,
lutaremos até o fim por isso.
Ao assumirmos o Diretório Central dos Estudantes Honestino Guimarães, assumimos a
responsabilidade de honrar seu nome. Honestino foi um estudante que, assim como nós, se
indignou com os absurdos ao seu redor. Sob o manto repressor da ditadura militar, Honestino
lutou e morreu por princípios maiores: por democracia, por igualdade de direitos, por li-ber-dade.
Enganaram-se aqueles que, com base em estereótipos, preconceito e ignorância,
achavam que esse DCE passaria a se chamar DCE Luís Inácio Lula da Silva - ou DCE Fernando
Henrique Cardoso. Aqui assumimos publicamente o compromisso de que o Diretório que carrega
o nome Honestino Guimarães não esquecerá seu dever histórico: a luta por liberdade.
Nossa primeira responsabilidade é com aqueles que dependem de assistência estudantil
para poder continuar seus estudos. Bolsa permanência, moradia estudantil e alimentação dos
estudantes Grupo 1 e 2, inclusive por meio de RU em todos os campi, é um dever da
Universidade. Mais de uma vez falamos que o mérito é um de nossos princípios. Portanto, nada
mais justo que a Universidade recompense aqueles alunos que, sabemos, pelos diferentes pontos
de partida, enfrentaram maiores dificuldades para conquistar o limitado acesso à Universidade
pública. Essas lutas também são nossas.
Além disso, precisamos nos preocupar com o cotidiano universitário para permitir que a
UnB cumpra sua missão, qual seja: “produzir, integrar e divulgar conhecimento, formando
cidadãos comprometidos com a ética, a responsabilidade social e o desenvolvimento sustentável.”
Um espírito de conservadorismo espúrio tem afastado a Universidade de sua missão. Somente
com o rompimento de preconceitos ideológicos poderemos aumentar os recursos para pesquisa e
inovação; apoiar o aprendizado prático, a responsabilidade sócio-ambiental e o
empreendedorismo através de empresas juniores e projetos de extensão; garantir a segurança e
integridade física dos estudantes, professores e funcionários; e assegurar os devidos
investimentos em infra-estrutura que combinem uma expansão universitária que não atropele o
objetivo de excelência acadêmica.
Sabemos que a UnB tem uma vocação de pluralidade. O DCE representa os estudantes.
Contudo, seria petulante e autoritário achar que as iniciativas estudantis se resumem àquilo que
determina o DCE. Entendemos que o DCE deve apoiar as iniciativas estudantis. O DCE deve
servir aos estudantes - e não dirigi-los.
Por este motivo, temos a plena convicção de que os diversos grupos, coletivos e
indivíduos que compõem a comunidade acadêmica continuarão a levantar causas importantes em
todas as esferas da realidade. Serão causas múltiplas, diversas, contraditórias. É da pluralidade,
das diferenças, do debate que deriva a beleza da liberdade.
Alguns alegam que os 1280 votos que nos elegeram não seriam suficientes para garantir a
representatividade da gestão. Concordamos que isso seja um problema. Mas, problema maior é o
fato de que dos cerca de 33 mil estudantes da UnB, 27 mil escolheram não votar. Há, de fato, uma
crise de representatividade no DCE. Mas essa crise de representatividade é do sistema
representativo. Esse é nosso diagnóstico - e é por isso que apresentamos uma proposta de DCE
parlamentarista: para que os que não se sentem representados tenham voz. Entregaremos
nossos cargos no momento em que o Parlamentarismo for aprovado, pois nosso projeto nunca foi
um projeto de poder, nosso projeto é um projeto de potência.
Assim, assumimos outro compromisso em nome da nova gestão do Diretório Central dos
Estudantes. Não fecharemos a gestão a outros grupos. Nenhum sistema representativo é perfeito,
mas os resultados serão muito melhores com respeito mútuo, diálogo, trabalho conjunto e
tolerância.
Mesmo dentro dessa enorme pluralidade, há interesses comuns a todos os discentes da
UnB. Todos querem que essa Universidade atinja plenamente o seu potencial. É uma questão
inclusive de respeito à sociedade que a financia com tanta dificuldade. Mais de um bilhão de reais
são investidos na UnB à cada ano. O mínimo que podemos fazer é nos esforçarmos para que ela
esteja entre as melhores do mundo! Tão evidente quanto o potencial da UnB é que ele não se
concretiza só com ideias. Delas precisa surgir uma postura de irresignação, de união, de trabalho
conjunto de onde surgirá a transformação da UnB, do Distrito Federal e do Brasil.
Como afirmamos no começo, a nossa essência são os nossos princípios. Mas, se nossa
essência são nossos princípios, nosso corpo é nosso trabalho. Que nos tomem por nossas ações
e assim entendam nossos princípios, não o contrário.
O trabalho já começou e quem quiser ajudar é muito bem vindo, há muito a ser feito. Vai
ser difícil, nós sabemos, mas vai compensar. A UnB tem tudo para estar no topo. Essa gestão
trabalhará porque cada um de nós acredita nisso! Mesmo que alguns tentem impedir esse
trabalho, continuaremos lutando. Em respeito aos nossos eleitores, em respeito a todos os alunos
e alunas, à comunidade acadêmica e à sociedade brasileira. Continuaremos lutando por uma UnB
livre, inclusiva, plural e de excelência.
''A posteridade poderá saber que não deixamos, pelo silêncio negligente, que as coisas se
passassem como num sonho'' (Richard Hooker)''
Viva a UnB e viva a liberdade! Obrigado!
Download

Leia aqui o discurso completo.