As alforrias nos testamentos e inventários
Paraná, 1860-1888.
Carla Fernanda dos Santos
Bolsista PIBIC - CNPq
Orientadora: Profa. Dra. Joseli Maria Nunes Mendonça
Introdução
Esta pesquisa visa investigar a doação de alforrias
e as características da população escrava presente
em inventários e testamentos registrados entre os
anos de 1860 e 1888 na comarca de Curitiba,
conservados no Arquivo Público do Paraná
(DEAP). Estes documentos são cruciais para
compreensão do contexto, tendo em vista a
importância do momento da morte do senhor para
o destino dos escravos.
Método
• leitura dos 680 inventários encontrados para o
período,
• reprodução (em fotografia digital) de todos os
documentos que incluíam escravos;
• criação de duas tabelas: uma com informações
sobre os proprietários e seus bens, e outra sobre
os cativos;
• leitura de bibliografia sobre a escravidão.
Referências
MACHADO, Cacilda. A trama das vontades:
negros, pardos e brancos na construção da
hierarquia social do Brasil escravista. 1. Ed.
Rio de Janeiro: Apicuri, 2008.
Resultados/Discussão
O universo analisado (os cativos registrados nos
inventários entre 1860 e 1888) é composto por 268
escravos. Percebe-se, dentre os cativos que tiveram sua
origem indicada, a maioria era natural da própria província
do Paraná: 64%. Os sexos apresentam um certo equilíbrio,
com 3% a mais de homens, um leve predomínio masculino.
No que concerne à alforria, 81% dos cativos continuou,
após o processo (seja de inventário ou o de prestação de
contas de testamento), na condição de cativo, e apenas
10% alcançaram a liberdade, através da doação ou mesmo
da compra da alforria.
Conclusões
Dados da pesquisa reforçam características da escravidão
na região, já apontadas por outros autores: predominância
de pequenos plantéis, que, por sua estabilidade,
propiciaram a formação de famílias escravas. Dados
também reforçam a tese da reprodução endógena das
escravarias paranaenses.
A pesquisa também evidenciou que a doação de alforrias
em testamentos não foi uma prática constante entre os
senhores do Paraná.
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As alforrias nos testamentos e inventários – Paraná, 1860