Capítulo 2 Mistura e Convecção Mistura • Mistura Isobária • Mistura Adiabática Mistura isobárica M1, T1, q1, w1,P M2, T2, q2, w2,P Mm,Tm,qm,wm,P Média Ponderada das massas Umidade específica m1 m2 q q1 q2 m1 m 2 m1 m 2 Razão de mistura m1 m2 w w1 w2 m1 m 2 m1 m 2 Pressão de Vapor m1 m2 e e1 e2 m1 m 2 m1 m2 Se durante a mistura não ocorrer perda ou ganho de calor, a quantidade de calor perdida pela parcela quente é igual à recebida pela fria. Portanto podemos calcular a temperatura final da mistura T como: m1(c p w1cpv )(T1 T ) m2(cp w2cpv )(T T2 ) negligenciando as pequenas contribuições do vapor d’água: m1 m2 T T1 T2 m1 m2 m1 m2 Figura 1. Diagrama higrométrico Durante este processo de mistura, a UR pode atingir valores superiores a 100%, ou seja, a mistura estará super-saturada em relação a água. Lembrando que a UR pode ser descrita como: e w UR(%) 100x ou 100x es ws Possíveis condições após a mistura • Super-Saturada e > es(T) • Saturada e = es(T) • Não Satura e < es(T) Para saber se temos a saturação • 1º Calculamos em • 2º Calculamos Tm • 3º Calculamos es(Tm) – eq. C.C. Lv 1 1 es (T ) es (T0 ) exp Rv T0 T Saturado - Condensando Vapor condensado e Temperatura da Mistura • Para calcular a quantidade de material condensado ou mesmo a temperatura que a parcela irá atingir após a condensação, avaliamos a variação da razão de mistura da parcela que esta condensando, pois ela estará liberando calor. • Logo o calor liberado durante este processo de condensação pode ser expresso como: dq Ldw Mas pela 1º lei da termodinâmica temos: dq c p dT dp • Lembrando que temos um processo isobárico (p=cte), a equação anterior pode se simplificada como: dq c p dT c p dT Ldw e • Como a razão de mistura é: w p Temos: e c p dT Ld , p const p • Rearranjando os termos: L c p dT de p pcp de dT L pcp de dT L • Esta equação descreve a taxa de mudança da temperatura e pressão de vapor (coeficiente angular) da linha de T,e->(Tf,ef) durante um processo de condensação isobárico. • Sendo que Tf e ef representarão a temperatura e a pressão de vapor final de parcela, após o processo de condensação terminar, ou seja, quando a parcela atingir a saturação teremos que ef = es(Tf). • Para duas parcelas de nuvem não misturadas que não possuem precipitação considerável, o processo termodinâmico pode ser considerado como saturado reversível adiabático. • Neste processo tanto a razão de mistura da água total Q como temperatura potencial equivalente úmida são conservativos: m1 m2 Q Q1 Q2 m1 m 2 m1 m 2 m1 m2 q q1 q 2 m1 m 2 m1 m 2 Mistura adiabática • • Durante processos de levantamento, massas de ar podem se misturar em diferente níveis de pressão e como no caso anterior, nuvens e nevoeiros podem ser formar. O processo de mistura ocorre em um mesmo nível de pressão, ou seja, aplicamos o mesmo procedimento de mistura isobárica. Porém como as parcelas estavam em um outro nível, elas precisam ser deslocadas até o nível da mistura através de um processo adiabático. • Portanto, elas podem sofrer expansão ou compressão adiabática caso não estejam saturadas ou expansão ou compressão pseudo-adiabática caso estejam saturadas. • Logo precisamos acompanhar todos estes processos até que a mistura ocorra. • Durante este processo de mistura adiabática, tanto a temperatura potencial da mistura como a umidade específica são representados pela média ponderada das massa das parcelas de ar. m1 m2 q q1 q2 m1 m 2 m1 m 2 m1 m2 1 2 m1 m 2 m1 m 2 • Posteriorme, quando a coluna de ar estiver totalmente misturada a umidade especifica tenderá a um valor constante dentro da coluna 1 qm M z2 M z2 qdz z1 dz z1 • Usando a aproximação hidrostática dp g dz dp dz g 1 qm M z2 1 qm M P1 1 z1 qdz M dp P 2q g dp P1q g P2 p M dz z g z1 z2 p1 p2 g dp 1 qm q qdp p p 2 g p p1 p2 1 m dp p p1 o mesmo se aplica para a razão de mistura (w) e a pressão de vapor (e) • Finalmente quando a coluna estiver totalmente misturada, a variação da temperatura com a altura na coluna vertical da mistura se aproximará da taxa de variação de temperatura para um processo adiabática seco, ou seja, d d dz Exemplo • 2 amostras de ar com mesma massa são misturadas isobaricamente e um nevoeiro se forma. A 1º amostra está com uma temperatura de 30ºC e 90% de UR enquanto que a 2º amostra tem uma temperatura de 2ºC e UR=80%. • Assumindo que mistura ocorreu no nível de 1000 mb, determine a temperatura do ar do nevoeiro e o conteúdo de água líquida em gramos de vapor por quilo de ar. m1 m2 T T1 T2 m1 m 2 m1 m 2 • Mas como m1 = m2 = m m m 1 1 T T1 T 2 T1 T 2 mm mm 2 2 1 1 o Tm 30 2 15 1 16 C 2 2 m1 m2 e1 e2 em e1 e2 m1 m 2 m1 m 2 2 UR Mas e es (T ) 100 90 e1 es (30) 0,9 x 42,45 38,205m b 100 0,8 e2 es ( 2) 0,8 x 7,06 5,648m b 100 e1 e2 38,205 5,648 em 21,93mb 2 2 Nevoeiro: em > es(Tm) • es(Tm) = es(16ºC) = 18,18 mb. • em = 21,93 mb • em > es(Tm) • Então temos condensação • Dessa maneira, a pressão de vapor do nevoeiro irá variar com a temperatura durante a condensação da seguinte forma: pcp de dT L • Logo, integramos a equação anterior desde o estágio inicial da mistura (Tm,em) até o estágio que a parcela ficará somente saturada (T*,e*) e* pc p T* de L dT em e * em Tm pcp L T * Tm Como sabemos que a condensação ira ocorrer até que a parcela fique simplesmente saturada, temos que e* = es(T*) • Pela equação de Clausius-Clapeyro es(T*) pode ser expresso como: Lv 1 1 es (T *) es (Tm ) exp Rv T * Tm Lembrando que Lv = 2,5x106 J/kg, Rv = 461 J/kgK em = 21,93 mb, es(Tm) = 18,18 mb Tm = 16ºC • A seguir as 2 equações devem interagir de forma a obter uma solução que satisfaça e* = es(T*). e * em pcp L T * Tm Lv 1 1 es (T *) es (Tm ) exp Rv T * Tm Interação T*(oC) e*(mb) Es(T*) 16,0 21,93 18,18 18,0 20,63 20,68 170 19,55 21,28 17,5 20,19 20,96 17,75 20,52 20,80 17,875 20,68 20,72 17,94 20,77 20,68 17,91 20,73 20,70 17,89 20,70 20,70 • Finalmente, para calcularmos o conteúdo de água liquida condensada precisamos saber a razão de mistura da parcela mistura e depois do vapor condensado, uma vez que =-(w*-wm) • Como , temos que: 20,70 w* 0,622x 0,012875 1000 21,93 wm 0,622x 0,01364 1000 • =7,6x10-4 kg/kg = 0,76 g/kg Lista 2: Entrega 28/05/2012 Suponha que duas amostras de ar com massas M1 e M2 fossem misturadas isobaricamente ao nível de 850 hPa. A parcela 1 tem uma Temperatura de 2ºC e uma razão de mistura de 3,65 g/kg enquanto que a parcela 2 esta com uma temperatura de 29ºC e razão de mistura de 25,61 g/kg. a) Calcule qual o intervalo de massas (M1 e M2) que possibilita a formação de nevoeiro. b) Calcule a temperatura do nevoeiro e água líquida condensada para a mistura que apresentar a maior super-saturação. c) A partir de que valor de umidade relativa a parcela 1 necissitaria atingir para que não ocorresse saturação durante a mistura, d) A partir de que temperatura a parcela 2 teria que ser aquecida para não termos condensação.