Diretor: Jorge Vicente
N.° 70
Jornal periódico
de distribuição gratuita
-
JORNAL PERIÓDICO PORTUGUÊS DE FRIBOURG
1996
2013
JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE
FRI LUSO
«Portugal existe onde existe um português»
ANO 2013 - Outubro
PERIÓDICO
5 de Outubro de 1910
Desde que Portugal é Portugal (1139) há o registo de três datas históricas: o 1º de dezembro de 1640 associado à Restauração da Independência, o 5 de outubro de 1910 com a Implantação da República em detrimento da Monarquia e o 25 de abril de 1974 em que a liberdade e a democracia depõe a ditadura iniciada em
1926, no entanto, se o 1º de dezembro foi importante para a independência de Portugal, o 5 de outubro de
1910 e o 25 de abril de 1974 foram importantes para a liberdade e para a dignidade do povo português, por
isso, e bem, esses dias ganharam o estatuto de Feriado Nacional. Hoje, dia 5 de outubro de 2013 celebram-se
103 anos da implantação da República mas por decisão do atual governo, será o primeiro ano em que não é
feriado. Com a passagem do dia de hoje a um dia vulgar do calendário, as cores da república estão de luto.
Sinceramente, com a desculpa da crise, só espero que o 25 de abril não leve o mesmo caminho do 5 de outubro e não descambe num 1926.
http://chaves.blogs.sapo.pt
Isto aconteceu a 5 de Outubro de 1910.
A República foi proclamada dos Paços do Concelho (a Câmara Municipal) em Lisboa. A importância deste facto foi tal que se decidiu que essa data fosse um dia
feriado.
O último rei foi D. Manuel II que partiu para Inglaterra com a restante família real,
ficando aí a viver no exílio.
O primeiro presidente foi Teófilo Braga, mas foi apenas presidente do Governo Provisório até às eleições, onde foi eleito como primeiro Presidente de Portugal Manuel
de Arriaga.
Teófilo Braga
2
JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2013 -Outubro
Fri-luso
Vamos Falar de Plágio
Por Humberto Pinho da Silva
José Cascales de Muñoz, disse: “No hay poeta que no haya plagiado más de ciento de los antigos y contemporâneos “.
Nem há escritor que não tenha plagiado, ainda involuntariamente, os clássicos. Nem jornalistas e professores que não tenham copiado, modo de
ensinar e expressões, que ouviram a antigos mestres.
Todos nós, segundo Cruz Malpique: “ Chegamos muito tarde, a um mundo
já muito velho. Cada um de nós, falando, escrevendo, pensando, fazendo
seja o que for, é como tivesse procuração dos que nos precederam.”
Muitas vezes há nítida intenção, de plagiar, como é o caso do “ Caramurú”
- poema em dez cantos, de Frei José de Santa Rita Durão, publicado em
Lisboa, em 1781, - que é decalque grosseiro dos “ Lusíadas”
Mas também o plágio pode ser por mero acaso:
Germano Almeida, escritor cabo-verdiano, planeara escrever sobre fictício congresso, a realizar em Lisboa, sob o tema: Homens traídos por suas
mulheres.
Com o texto criado na mente, entrou numa livraria lisboeta e depara com
Fernando Assis Pacheco, que recomenda-lhe a leitura do livro: “ Jogos da
Idade Tardia” de Luís Landero.
Ao folhear a obra, encontra passagens idênticas, muito semelhantes, ao que
trazia, quase concluído, na memória.
Essas coincidências, ainda que não sejam vulgares, acontecem. A ideia uma
vez lançada, funciona como onda de rádio. Há sempre recetores que a acolhem.
O povo, que é grande mestre, costuma usar frase que explica tudo: “Anda
no ar”.
Andar no ar, é uma espécie de boato mudo, que não se ouve, mas sente-se.
d
e
s
e
n
h
o
Nova forma de plagiar, é
Humberto Pinho da Silva
recorrer à Internet. Em
segundos, alcança-se a
matéria, e “rouba-se” conhecimentos, quase sem esforço.
Teses, mestrados, doutoramentos, uma vez publicados na Net, são alvos de
copianços e apresentados, após ligeira maquilhagem, como originais, fruto
de aturado trabalho.
Para combater a fraude, existem programas informáticos, que detetam o
copianço. Entre outros, encontram-se o: “ Turnitin” e o “Ferrit”.
Mais difícil de descobrir, são teses feitas por encomenda, a antigos licenciados, apreços que podem atingir os 25 mil euros.
Famosos escritores foram acusados de plágio. Entre eles: Gabriel d’Annunzio, Moliere, Virgílio e até o nosso Eça de Queiroz.
Plágios, que certamente não passaram de acasos ou resultado de leituras
antigas.
O escritor é fruto de muitas leituras e de muitas conversas e estudos, acumulados desde a infância; não se erra, se dissermos, que todos nós repetimos,
o que pensaram e escreveram os que nos antecederam.
Se escrevo esta crónica, deve-se ao trabalho dos que publicaram artigos e
obras que trataram o tema. Apenas coube-me o papel de abelhinha: “roubando” mel, de flor em flor.
MOSTEIRO DA SERRA DO PILAR - Vila Nova
de Gaia - A primeira pedra foi lançada em 28
de Agosto de 1538, pelo bispo D.. Baltazar Limpo.
A igreja é circular, assim como os claustros, e são
cópia da igreja de Santa Maria Redonda, de Roma.
Tanto a igreja, como os claustros, são monumentos nacionais, desde 1910.
Foram traçados pelo Arquitecto Filipe Tércio, que
trabalhava para a Ordem de Santo Agostinho. O
claustro, como se disse, é circular, e é o único na
Península Ibérica.
Foi transformado em quartel, e devido ao “Cerco
do Porto – 1832, Guerra da Independência, e lutas
do Prior do Crato -1580, e guerras napoleónicas
-1809, ficou muito danificado.
Desenho de Pinho da Silva
Devido à extinção das Ordens Religiosas, em
Portugal, e à indiferença dos governantes, ficou,
quase completamente arrasado, mas, em 1925,
devido ao Grupo “ Amigos do Mosteiro da Serra
do Pilar”, conseguiu-se restaurar o monumento,
financiado pelo Ministério das Obras Públicas, do
governo do Estado Novo - 1940
Fri-luso
3
JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2013 - Outubro
O MELHOR PRÉMIO
Há dias um padre na sua homilia disse que “todo
o mérito tem a sua recompensa”. Um casal que estava a meu lado sorriu e o marido, olhando para
a mulher, disse baixinho: “isso é que era bom!...”
– e um ricto de subtil desdém classificou o padre
de mentiroso. A verdade, porém, é que o padre
tem razão naquilo que disse. Mas esqueceu-se de
elucidar toda a gente e em especial aquele casal,
de que a tal recompensa muitas vezes não é a que
nós queremos ou imaginamos, e nem sempre é
neste mundo.
A Condessa de Ségur tem muitas obras encantadoras, de formação moral da juventude. Entre essas obras há um livro intitulado O POBRE BRÁS.
Esse tal Brás era filho do hortelão dum certo
conde, mas era um rapaz excepcionalmente virtuoso, alegre, divertido, e com todas qualidades
que um ser humano pode ter. Lá para o fim da
obra, o leitor começa a adivinhar o início de um
idílio entre ele e uma filha do conde, que por sua
vez, por ele tinha grande simpatia e afeição. Estava tudo encaminhado a fazer supor que se iria
realizar o casamento, como prémio para o Brás,
o melhor que ele poderia ter. Mas não! Assim
como quis ensinar à juventude que as boas qualidades morais e de inteligência não existem só
entre os da nobreza, ela quis ensinar à juventude
de ambas as classes que a felicidade não estava
em casamentos desiguais. Ela escrevia muito
especialmente para os seus netos, e não gostaria mesmo nada que algum deles casasse com
filho ou filha de padeiro ou jardineiro, por muito
nobres que eles fossem de espírito. A obrigação
de todos os seus netos, da nobreza, era unirem-se
a alguém que fosse da mesma estirpe.
Assim, para conceder o melhor prémio ao Brás,
seu herói, a autora faz aparecer-lhe um moçoila,
muito semelhante a ele em virtudes, ela digna dele
como ele era digno da filha do conde, e o idílio
entre esta filha de conde e o Brás, filho de feitor
de quintas, se é que realmente chegou a existir,
imediatamente feneceu. O melhor prémio para o
Brás não estava no seu casamento com a filha do
conde, nobre e amo de seu pai, mas no casamento
com uma rapariga do seu nível cultural e social.
A Condessa de Ségur era de opinião de que um
casamento desigual tem mais probabilidades de
acarretar infelicidade. Cada qual deve procurar
alguém que seja o mais aproximado daquilo que
ele próprio é. Se o fizer, faz o que é inteligente e
sensato, e se for infeliz, são mais uns tantos ossos
do ofício de viver.
O melhor prémio para nós pode estar inteiramente fora do que queremos, imaginamos e
idealizamos.
Em Nova York, um jornalista entrou num autocarro dos serviços públicos, e imediatamente reparou na extrema educação e boas maneiras do
revisor: a sua amabilidade, o seu sorriso, a sua
maneira afectuosa de falar aos passageiros. O
jornalista acompanhava sempre o revisor na sua
observação, e ficava cada vez mais admirado da
maneira de ser daquele homem, em quem quase
viu uma aura áurea de felicidade, de amor e perfeição. Resolveu tentar falar com ele a esse respeito, para o que alterou o seu percurso saindo só
no términus da viagem.
Chegado ao fim, dirigiu-se ao tal revisor, falando-lhe das suas impressões a seu respeito e a felicitá-lo.
O revisor agradeceu muito, redobrando se possível as atenções e amabilidades, mas acrescentou:
- Mas olhe, não fui sempre assim. Isto tem uma
história.
É claro que o jornalista quis conhecer a história,
e, muito entusiasmado, lha pediu. Então, o revisor contou:
- Aqui há uns 10 anos, um colega meu foi muito
solícito para uma senhora que entrou no seu autocarro. Era uma senhora muito idosa e combalida
e, por isso, o meu colega foi para ela muito amável,
ajudando-a a sentar-se, a descer e em outras coisas, incluindo mesmo acompanhá-la a casa. Um
ano depois, soube que a senhora tinha falecido
e lhe tinha deixado por testamento toda a sua
fortuna.
Então,
eu pensei: Vou
ser como
foi aquele
meu colega, e pode
ser
que
também
eu tenha
a mesma
sorte.
Mas agora já não penso nisso. Habituei-me a ser
aquilo que viu, de tal maneira que penso que
estou a receber um prémio maior do que uma
grande herança, por agradecimento de alguém.
Sinto-me feliz por ser risonho, atencioso, delicado e prestável para todos, e não falta gente que
me agradece e me retribui, sendo para mim aquilo que eu sou para elas.
O jornalista redobrou-lhe efusivamente os parabéns e, dando-lhe um abraço, disse :
–Continue ! Vou relembrar essa história no meu
jornal.
E fê-lo, na realidade. A conhecida revista SELECÇÕES DO READER DIGEST respigou-a
há mesmo muitos anos para os seus textos, e foi
através desta Revista que a respiguei para aqui.
O melhor prémio daquele revisor não estava em
receber por herança uma pequena ou grande fortuna, mas em dar a todos sem cálculos ou blandícias, o florilégio de bons sentimentos que tinha
dentro de si. Ele acabou por saber que é ainda
melhor dar que receber. Cada gesto que fazia era
um presente de simpatia e de dedicação Sendo
cortês e amável, risonho e prestável, ele espargia
à sua volta um clima de suavidade e de paz.
[email protected]
POSTAL DE PARABENS A UMA NOIVA
QUERIDA NOIVA,
Neste teu dia de casamento venho dar-te os meus parabéns e desejar-te as maiores felicidades.
Devo dizer-te também que há, já do tempo dos velhos gregos, um provérbio que diz : com
as luzes apagadas, todas as mulheres são iguais. Para vossa felicidade, deves querer
contradizer este provérbio, mostrando ao teu agora noivo que és diferente, quer às escuras quer às claras. Procura viver sempre olhos nos olhos, para descobrir nos olhos dele
os seus quereres e as suas perturbações; procura viver sempre mãos nas mãos, para
lhe sentir as pulsações do coração e para lhe não deixares cair a aliança que tão alegre e
esperançosamente lhe vais oferecer.
E ele, então, vendo que tu és diferente, também será diferente para ti, porque, quando há
atenção e dedicação de uns para com os outros somos todos especiais.
Um outro provérbio diz que quem dorme, dorme-lhe a fazenda. Se marido e mulher são
“iguais aos outros”, quer às claras quer às escuras, é porque não há dedicação e atenção
e, se não lhes dorme a fazenda, arde-lhes a felicidade.
Afectuosamente [email protected]
4
JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2013 - Outubro
Humor
Numa noite de muita trovoada, a mãe estava a deitar o filho. Preparava-se para desligar a luz
quando o filho lhe pede:
- Mãe, podes dormir comigo esta noite?
A mãe volta, abraça-o e diz-lhe:
- Não precisas ter medo. Além disso, a mamã tem que ir dormir na cama do papá.
Enquanto o filho se conforma e fecha os olhos, a mãe ouve-o sussurrar:
- O medricas!
***
O rapaz chega ao pé da rapariga e pergunta-lhe:
- A menina por acaso não se chama Google ?
Ao que ela responde:
- Não, porquê ?
- É que a menina tem tudo o que eu procuro ! .:)
***
Uma mulher, toda boazona, vai ao médico:
- Sr.Doutor : queria que fizesse algo pelo meu marido... Algo que o fizesse ficar como um touro!
- Muito bem, senhora, Dispa-se, que vamos começar pelos cornos!
***
Fri-luso
Quando as loiras... falam...
Num autocarro de dois andares, em
baixo eram todas morenas e em cima
eram loiras. As morenas iam numa
grande festa mas as loiras estavam
muito caladinhas. Uma morena diz à
outra:
- Vai ali acima ver o que se passa com
as loiras
Ela obedece e vê as loiras todas
agarradas umas às outras a tremer e
pergunta:
- Então, o que aconteceu?
- É que vocês têm condutor e nós
não!!!
***
Um camionista pára a sua viatura à beira da estrada e dá boleia a uma bela jovem. Depois de
conversarem um pouco, ambos decidiram parar para comer qualquer coisa e acabam por ir para
o quarto de um motel. Enquanto a jovem se despe, o homem pergunta-lhe:
- Diz-me lá: que idade é que tens?
- Treze.
- .....Por amor de Deus! Veste-te imediatamente e vai-te embora daqui!
- Olha..., outro supersticioso!
A loira passeava pelo shopping quando, de repente, encontra uma velha
conhecida:
- Nossa, maravilhosa! Como você
emagreceu!
- Pois é... Perdi quinze quilos! Tive de
extrair um rim!
- Credo! Eu não sabia que um rim
pesava tanto...
***
***
Diz a ovelha para o carneiro:
- Tens tão pouca lã...
E diz ele:
- Então, mas viemos para aqui para dar uma queca, ou para fazer tricô?!
O psiquiatra pergunta à loira:
- Costuma escutar vozes, sem saber
quem está falando ou de onde vêm?
- Sim... Costumo!
- E quando é que isso acontece?
- Quando atendo o telefone!
***
João vai à casa de banho, tira a roupa toda e volta apenas com os sapatos novos calçados.
- E agora? Já notas alguma coisa diferente?
- Não, o ‘coiso’ continua pendurado para baixo, assim como estava ontem e como estará amanhã!
- E SABES PORQUE É QUE ELE ESTÁ PENDURADO PARA BAIXO?
- Porquê?
- Porque ele está a olhar para os meus sapatos novos!
- Hum... podias ter comprado um chapéu ....
***
A loura estava tentando tirar a tampa
da Coca-cola e não conseguia.
- Que inferno!
O dono do bar explicou:
- Você tem que torcer.
E a loura, batendo palmas:
- Vamos Tam-pi-nha! Vamos Tam-pinha!
Olá
O Paulin
Mas qu,eqpuerida!
h
este goveeirxneirada consegue venodnê ão
-lo?
o!
JV
Fri-luso
5
JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2013 - Outubro
A DADO MOMENTO…
Vendo a tarde a desenrolar-se,
Num longo e demorado bocejo,
or sobre às águas do rio,
Como delicadas filigranas
Ou novelos, de algodão colorido,
Reparo que,
No que é a perpendicular,
Do meu ângulo de visão,
Com o ombro,
O sol é já uma gaze,
de purpurinas cores
E róseas madeixas...
E a ponte, mais ao longe, são só
Estes carros, que passam,
Levando e trazendo pessoas,
No seu caminho de casa,
Rumo ao entorpecimento,
Nocturno.
Jorge Humberto
Pneulíticos.
Dois pés que queimam no acelerador
No volante um grande trapalhão
Ambiente conspurcado na dor
E o povo vai de olho no travão
Viagem despudorada, furada
Com os pneulíticos recauchutados
Capotaram p’la dita greve gerada
Na devolução de muitos roubados
Políticas infiltradas, sem ter
Noção do que lhes possa acontecer
Viragens, encenadas desumanas
Povo trabalhador, não desarmou
E de falsas promessas já cansou
Num afogar de lágrimas humanas
Pinhal Dias
A ESPERA
ETERNA MANHÃ
Lino Vitti
Através do rendado da folhagem
o sol enfresta a luz numa apoteose.
Veste o infinito a mais rubra roupagem,
acorda tudo em lírica neurose.
Amam-se terra e céu – feliz simbiose –
amam-se o bicho manso e o selvagem..
A passarada trina em magna dose,
estendeu-se a bucólica paisagem.
E a manhã alegórica e vermelha
à outra manhã longínqua se assemelha
quando Jeová seu “Fiat” proferiu.
Desde então no universo em movimento,
obediente ao divino mandamento,
a flor do amanhecer em luz se abriu.
Susana Custódio
Estava ali na areia, junto ao mar,
Olhando embevecida o pôr-do-sol!
Escutando as ondas no seu marulhar
A chuva caiu todo o dia sem parar!
Senti-a fria no coração! Eu estava só…
Todo o dia foi maior o meu penar!
Agora olhando o Sol a desaparecer
Sabia que tu haverias de chegar…
E abri os braços para te receber!
Tu chegaste! Abraçamo-nos a chorar…
Nesse instante finaram-se os tormentos,
E tu dizias – Meu amor, minha alegria –!
Ah! Como são puros estes sentimentos…
Quando estou só morro de melancolia! FOLHAS DE OUTONO ll
As folhas triste de Outono,
Caídas no chão se enlaçam,
Pisadas ao abandono
Só entre elas se abraçam.
Caídas no chão dispersas,
Voltarão na Primavera,
Avivadas com promessas,
Como uma nova quimera.
Renovadas ano a ano,
São bonitas a valer;
Com elas não há engano,
São folhinhas de bem-q´rer.
Fizeram a estação,
dando uma lição moral
E nós, ao fim da missão,
Teremos outro final.
Jorge Vicente
MULHER AFRICANA!
Diz um provérbio africano: “Quem educa uma mulher educa um povo.”
Deveras a Mulher Africana tem uma incumbência de grande relevância!
Ela zela, ela providencia…mesmo quando no solo, a seca, desfavorece!
Cuida, dirige a casa... À criança, ao jovem, ao idoso...o cuidado oferece.
Mulher Africana! Muita vez esquecida, desvalorizada, cidadã sem voz…
Mulher que sabe tornar a ligação da família alicerçada… indissolúvel…
Que alarga os laços de sangue, unindo núcleos em maior conotação!
Símbolo do resgate, da esperança, da cultura, da paz, da reflexão!…
Apesar de nunca exigir seus direitos, é sublimada a um trono de poder!
Não priorizando nunca os sonhos, são porém seus desejos veementes:
Chuva a fertilizar a terra; abundancia de provisão, fartura de paz, amor…
Multiplica a esperança; subtrai o sofrimento; divide alegria; soma o valor…
Mulheres valorosas! Nacionalistas, embaixatrizes, princesas, rainhas…
Mulheres de continentes gigantes…de cultura, resistência, fortaleza…
Mulheres pontes, marcos…dum Passado e grande cunho no Presente…
Mulher Africana, eu te homenageio. Foste e serás sempre eloquente!..
Filomena Gomes Camacho
OUTONO DOURADO
Num Outono algo ventoso
Aquela folha pendente
Desprendeu-se entristecida
Tal como a vida da gente
Porém, a folha caiu
Em superfície espelhada
E viu que estava vestida
Com linda pele dourada
Então, vaidosa, cantou
Passeou ao som do vento
E sentiu seu coração
Feliz a todo o momento
Tal como a folha dourada
Não fiquemos à espera
Vamos fazer do Outono
Uma eterna Primavera
Fernando Marçal
Bálsamos
Alquimia
Sacudindo o seu dorso de gigante,
Pelas quilhas das naus tão castigado,
Neptuno esbravejou, acorrentado
Ao indomável génio do Infante.
Senhora de inefável formosura
De quem o próprio Deus se enamorou
E a deu por Mãe ao Filho, que encarnou
Num extremo bendito de loucura.
E como outrora o luso navegante
Chorou um grande Amor desamparado,
Olhando o mar sofri o mesmo fado,
Ò meu torrão bendito tão distante.
Em seus olhos, abismos de candura,
O Todo Poderoso condensou
Mais luz que nas estrelas que criou,
Mais graça do que noutra criatura.
Agora, com piedade quase humana,
Traz-me o perfume exótico das mangas,
O feitiço envolvente da savana...
Que singular mistério se contém
E se desdobra em Força e Lenimento
No seu olhar dulcíssimo de Mãe?
E no batuque ritual das águas,
Vozes, tantãs, cacimba de missangas,
Jeitos do mar levando as minhas mágoas.
Amálgama de dor e paraíso,
Transmuda o chumbo pardo de um tormento
No ouro luminoso de um sorriso.
José Duarte (pseudónimo)
José Duarte (pseudónimo)
6
JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2013 - Outubro
Fri-luso
O país continua a sofrer.
SENTI SAUDADES!
FINAL
Aranhas de apoio, seguras por teias
Passos, mais passos e volta a cair
Anda controlado, por mãos alheias
Está de pé!? Só pensa em mentir!
Hoje, amigos senti saudades!
D’ovomaltine, do leite Nido com café!
Da geleia, de loengo, a barrar o pão …
No matabicho, fruta pinha e mamão…
Hoje, amigos senti saudades!
De matumdua, maboque, pitanga…
De turtulho, lossaca, massaroca…
De vielo, de matira, e mandioca…
Hei de morrer sem ser um diplomata,
Um animal que faz o que é correto;
Um seguidor dos guinchos de um primata,
Mais um que dorme sob o mesmo teto;
Hemiciclo, aval de palhaçadas
Se está bem coberto!? Podem crer
Anda ao colo, com mãos abraçadas
Mas? O país continua a sofrer…
Cresceu, na vaidade do compadrio
Vai a banhos no mar, a sangue frio
Cantou o fado, p’ra levar abraços!
Sabe ler, mas erra na matemática
Desce na forma verbal da gramática
Na cobertura de muitos ricaços
Pinhal Dias
AMADO PORTUGAL
AO QUE CHEGASTE!
Ao que chegaste, Amado Portugal!
Ano após ano, vais empobrecendo.
Vão despindo-te a “roupa”, o teu bragal
E cada vez mais “frio”, tu, vais tendo.
Vês muitos filhos teus já sem moral,
Uns corruptos, vadios esquecendo
Que a vida tem de ser mais fraternal
Mais enérgica e digna, assim vivendo.
Sumiram-te a justiça meritória,
A terra não produz para comer
E choras vendo filhos já com fome…
Não tens quem te acarinhe em suma glória!
Endividam-te, Pátria, do meu ser…
Poderosos desonram o teu nome!
Clarisse Barata Sanches
Quem És Tu, Bom Trovador?
Hoje, amigos senti saudades!
Do rubro vermelho das acácias!
Do embondeiro lendário retorcido…
Do mussibi já velhinho…carcomido! Hoje, amigos senti saudades!
Do canto do catuiti e sacandjuelé…
Pla manhã, na mulemba, os trinados
Em chilreios maviosos e treinados…
Hoje, amigos senti saudades!
De apanhar o machimbombo.
De…no Camacove e no Mala viajar…
De…nas avenidas Angolanas passear! Hei de morrer com dom e até com lata
De não cumprir das cúpulas um veto,
Com ganas de uma vénia de quem mata,
Que um lutador jamais disfarça afeto;
Hei de morrer sentado, mas de pé,
Aplaudindo quem meu Amigo é,
Pese embora um desfecho tão letal;
Hei de morrer mais cedo do que a Morte,
Pois isto de ser Poeta dá-me sorte,
Por ser Deus a abraçar-me no Final!
Paulo Ilharco
Filomena G. Camacho
NOITE
Lenta, caminha a noite…em passos de solidão…
De vestes negras, cingida…despojada de dulçor.
Canta o rugido do vento!... Cicia a desolação!...
E, a Natureza, abraça sem pressa…no seu langor…
Nasce a noite de mãos vazias… cheias de nada!
Escorrendo entre os dedos enfado…escuridão…
Quieta…espera o esplendente raiar d’alvorada,
Que a dissipa suave…languida…com lentidão…
Filomena Gomes Camacho
Londres, 2013
SOLIDÃO.
Na quietude bruxuleante, espásmica…da solidão…
Desfolho - qual malmequer - quimeras… e sonhos…
Como pétalas outonais, sem flamejo…juncam o chão…
Numa balada silenciosa de acordes tíbios, tristonhos…
Filomena G. Camacho
Londres, 2013
Portugal
Autor: Euclides Cavaco,
Intérprete: John Pimentel
Portugal meu chão sagrado
És o berço da saudade
Que embalou o nosso fado
Hoje canção majestade...
Refrão (1)
Eu te exalto aqui
Neste hino e poema
Cantando p’ra ti
Ó Pátria suprema
É esta canção
Singela homenagem
À minha Nação
Portugal !...
Portugal é o teu mar
Feito de plangentes águas
Dos teus filhos a chorar
De ausênsia as suas mágoas.
Refrão (1)
Obrigada, Amigo
Espaço musical
Saís-te de um Amadis
ou da trova de um Dinis
que foi referência maior?
Neste Portugal amante
talvez sejas um Infante
Quem és tu, bom trovador?
No meio da noite
Quando a solidão se torce e contorce
A voz de um amigo soa
Sussurrando num tom de harmonia
A canção do vento perdido lá longe
Nos ermos da foz do estio
É como se o mundo inteiro
Desabasse de estrondo
E as estrelas do céu viessem
Quase pé ante pé segredar ao ouvido
O que o mar lá no fundo encerra de mistério
É então que ergo os olhos
Fixos no infinito e te digo:
Obrigada, Amigo.
Refrão final
És tudo p’ra mim
Junto à beira mar
Meu belo jardim
Portugal
espaço
Eu para ti canto
Pátria minha amada
Por te querer tanto
Portugal
Portugal
Portugal
Eugénio de Sá - Sintra
Rosa Branco
Euclides Cavaco
Quem és tu que tão bem cantas
e que as donzelas espantas
com este cantar de amor ?
Vens da medieva idade
ou, para falar verdade,
é mais velho o teu fulgor?
Fri-luso
7
JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2013 - Outubro
CURIOSIDADES
O que significam as estrelas estampadas
na bandeira brasileira?
O FRILUSO E SEU DIRECTOR…
JORGE VICENTE
Merece ou não merece este louvor?
Já devia ter sido mais evidente!
O saber a gente aprende com os mestres e os livros.
A sabedoria, se aprende é com a vida e com os humildes.
Cora Coralina
Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.
Cora Coralina
Existe apenas um bem, o saber, e apenas um mal, a ignorância.
Sócrates
AMIGOS:
Nestas andanças da poesia um bom preito
Pra quem faz com tanto gosto, tem direito
O mais elaborado louvor, com todo respeito
Como JORGE VICENTE seu FRI-LUSO tem feito!
É, exemplar, d’ele podemos tirar proveito,
Não é só paciência, amor é, tudo a eito
Saber que admiro sincero; aqui aproveito
Dizer, o FRI-LUSO é, obra de mestre lá do peito!
Sabe d’’isto a potes, é poeta, dom eleito
Seu FRI-LUSO, quando chega, fico satisfeito,
Onde a Poesia que leio faz mesmo bem efeito…
O JORGE, sabe, de mim nada há de suspeito,
Este elogio além de real tem este conceito.
A nossa AMIZADE nasceu aqui sem defeito!
(2)
Há anos que o FRI-LUSO é a minha leitura,
Que consulto, tem bons poetas, boa cultura,
Que aprendo a versejar ter mais estrutura,
Que dou nota dez, esta Musa é pura da pura!
Agradeço ao JORGE Vicente esta ventura,
Ter a dita ler tão bons poetas de veia segura,
Lirismo! Génio! Saber! Classe bem segura,
É de louvar ou não é, esta douta postura?...
Poetas, uma ideia o JORGE é uma criatura
Bem modesta uma homenagem com mesura,
É nosso dever fazer poemas com gravura.
Pelo seu gigante trabalho, que só ele mistura,
É d’avaliar o FRI-LUSO com tanta prefeitura,
Com tão bons poetas será fácil esta doçura!
A bandeira do Brasil tem 27 estrelas. Elas correspondem ao número total de Estados brasileiros e também o
Distrito Federal. O desenho celeste estampado na nossa bandeira representa o céu do Rio de Janeiro, às 20
horas e 30 minutos, no dia 15 de novembro de 1889, data da Proclamação da República. A estrela que está
acima da faixa branca representa o Estado do Pará. O nome dela é Spica, a estrela alfa – a mais brilhante –
da constelação de Virgem.
Por que o número 7 é tão presente
no cotidiano das pessoas?
Desde a Antigüidade, a partir da observação da natureza, muitos significados foram atribuídos aos números.
De acordo com o que viam, os estudiosos relacionavam os números a eventos, datas e conceitos religiosos.
O número sete era considerado sagrado, já que supostamente representava a quantidade de planetas
presentes no céu. Os pitagóricos, por exemplo, consideravam-no a imagem e modelo da ordem divina e
harmonia. Por conta disso, foram incontáveis as concepções sociais e religiosas que se formaram diante
dele: são sete os dias da semana, os pecados capitais e as notas musicais, entre outros.
Qual era a diferença
entre piratas e corsários?
Os piratas atacavam por conta própria, ao contrário dos corsários, que atuavam em nome de um rei.
Atacavam navios de países inimigos, usando a bandeira de seu país, e dividiam o saque com o rei, que
ficava com a maior parte. Essa não era a regra geral, já que a maioria dos piratas era independente.
www.venuscreations.ca
Pousada de Juventude de Foz Côa
Alojamento | Pousadas de Juventude
Tel: 279764041
Fax: 279768191
Peça mais informações:
www.pousadasjuventude.pt
Quem ainda não ouviu falar em Foz Côa? A Pousada de Juventude de Foz
Côa, inaugurada em 1999, é o ponto de partida por excelência para uma
visita ao Parque Arqueológico do Vale do Côa, onde se encontra exposto
um conjunto de gravuras rupestres com cerca de 30 mil anos. Uma oportunidade única para perceber o que é que os nossos antepassado andavam
a fazer e ainda para conhecer uma região de paisagens deslumbrantes com
condições privilegiadas para a prática de actividades ligadas ao desporto de
aventura.
8
JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2013 - Outubro
Fri-luso
REFLEXÕES PARA O DIA DE FIEIS DEFUNTOS
Por Humberto Pinho da Silva
Despreocupadamente, vagueio ao longo de estreito carreirito de terra pardacenta, entalado entre campas rasas, no cemitério local.
Diante de mim, ladeando o caminho, há jazigos, de mármores brancos, bem cuidados, alegrados de frescas flores, que adoçam
enjoativamente o leve ar doirado da manhã; e outros, desventrados, enegrecidos, de densa poeira, de pedras e cruzes quebradas.
Em todos ou quase todos, tristes palavras de saudade eterna.
Agora reparo numa singela capelinha, toda branca, toda resplandecente, faiscando à macia luminosidade da manhã coberta de
sol. Nela, lê-se, inscrito a negro a palavra - “Ninguém”…
Ninguém?! Sim, ninguém! Para quê mencionar nomes!? Já não existem!; e muitos morreram, também, no coração de amigos
e familiares.
Com eles, pareceram, igualmente: os da sua geração, os objetos que usaram, e, quantas vezes, a casa onde nasceram e viveram.
Tudo desapareceu. Tudo mergulhou no pó do esquecimento. Existiram, mas é como nunca existissem.
Piso a terra sagrada, respeitosamente; há nela gerações desaparecidas, metamorfoseadas, transmudadas em seiva, que corre nas
verdes folhas dos velhos ciprestes do cemitério.
Sob a terra que calco, apodrece quem: riu, sonhou, sofreu e chorou. Os que receberam acotoveladas e ingratidões. Os que amaram e odiaram com ardor. Todos irmanados, todos reduzidos a pó. Como se nunca tivessem nascido e vivido.
Pensativo, melancólico, meditando na vida e na morte, nas vaidades e orgulhos, na cobiça e na inveja, regresso tristemente a casa.
Por desfastio, folheio volume encadernado a percalina preta, com filetes a prata, do ano de 1913, da “Ilustração Portuguesa”.
Diante de meus olhos míopes, passam, a preto e branco, imagens de: artistas, jornalistas, escritores, empresários, professores, políticos de sucesso. Figuras iminentes, incontornáveis, inesquecíveis; mas, para mim, homem do século vinte e um, ilustres desconhecidos, que as enciclopédias esqueceram-se de registar.
Compara-se a morte a uma porta; à passagem de um rio; ao sono reparador; à feia lagarta, que se torna na bela borboleta. Para
mim, a morte, é o segundo nascimento:
Sai a criança das trevas para a luz; morre o homem da ignorância para a Verdade. E sempre, nos nascimentos, há: choro e dor.
Brevemente os crentes, irão visitar seus mortos. Bonita e significativa tradição.
Costume, pelo facto de o ser, perdeu significado. Felizmente, a maioria, ainda conserva respeito, lembrando-se, que em breve anos ou décadas, - serão pó, serão nada: sejam sábios ou iletrados, ricos ou pobres.
Tudo passa. Tudo desaparece. Tudo se extingue. Tudo se torna terra e poeira; em poalha; em polvilho de nada.
SABEDORIA ÁRABE
O saber a gente aprende com os mestres e os
livros. A sabedoria, se aprende é com a vida e
com os humildes.
Não há nada bom nem mau a não ser estas duas
coisas: a sabedoria que é um bem e a ignorância
que é um mal.
Com muita sabedoria, estudando muito, pensando muito, procurando compreender tudo e
todos, um homem consegue, depois de mais ou
menos quarenta anos de vida, aprender a ficar
calado.
O conhecimento torna a alma jovem e diminui
a amargura da velhice. Colhe, pois, a sabedoria.
Armazena suavidade para o amanhã.
Eu creio que um dos princípios essenciais da
sabedoria é o de se abster das ameaças verbais ou
insultos.
Compreender que há outros pontos de vista é o
início da sabedoria.
Preferi sempre a loucura das paixões à sabedoria
da indiferença.
Devemos aprender durante toda a vida , sem
imaginar que a sabedoria vem com a velhice.
O amor é a sabedoria dos loucos e a loucura dos
sábios.
UM HOMEM AVISADO
STOP SIDA
VALE POR DOIS
Não ganhe o mundo e perca sua alma; sabedoria
é melhor que prata e ouro.
Eu sou feliz. Serei plenamente feliz, talvez, se
chegar com sabedoria aos 60 anos. De qualquer
forma, ainda tenho muita vida pela frente.
A sabedoria com as coisas da vida não consiste,
ao que me parece, em saber o que é preciso fazer,
mas em saber o que é preciso fazer antes e o que
fazer depois.
Boa noite
Fumo a menos, vida a mais.
Fri-luso
9
JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2013 - Outubro
“DUAS BORBOLETAS”
A seara de minha poesia, expressa na edição de sete
livros, sete livros a bem dizer circulantes em cá entre nós
(piracicabanos) apenas, traz em seu bojo os mais variados
assuntos, urbanos ou rurais, sociais ou religiosos, literários
ou diletantes, domésticos ou universais. Compreende-se que
assim seja pois o poeta deve ter olhos e ouvidos muito atentos a todas as manifestações humanas e inclui-las o quanto
possível em suas produções, transformadas em poemas,
sonetos, baladas, e todas as maneiras de se poetar. Eu, vindo do campo para a cidade após os l3 anos, dediquei-me de
modo especial ao soneto, pois entendo que este seja um jeito
de se envolver um assunto poético em apenas l4 versos (linhas), numa feliz concisão e economizando tempo ao leitor,
acostumado a encontrar bastante poesia em menor número
possível de linhas, o que deve ser o soneto evidentemente:
uma síntese.
Sou pai de 6 filhas e um varão e em assim sendo a
vida e cheia de acontecimentos felizes como o que vou relatar em seguida, copiando como título (com licença do real
e delicado poeta Casemiro de Abreu) uma expressão por
ele usada num de seus milhares de versos: “Meu Deus, meu
Deus, são duas borboletas”.
As borboletas de então, hoje são águias da cultura
nacional, mas o velho e saudoso pai (príncipe dos poetas
piracicabanos!!!), sucumbiu à tentação de aproveitar o soneto para cumprir o dever da crônica para o Folha Cidade,
semanário sócio – cristão do laborioso vereador e jornalista
amador Paulo Camolesi, mentalidade das mais nobres e
cultas de cuja inteligência Piracicaba desfruta, agora também como representante do povo na Edilidade piracicabana.
À apreciação dos caríssimos leitores vai em seguida
o meu anunciado soneto:
“AS DUAS BORBOLETAS”
(Meu Deus, meu Deus, são duas borboletas
-(C. de Abreu))
Lino Vitti
[email protected]
Um sol genuinamente brasileiro,
Tropicalmente luminoso e imenso,
Borrifou, caprichoso o campo inteiro,
E as flores bebem luz num hausto intenso.
As borboletas, voando em galhofeiro
Bando, bebem-lhe o mel, o mel e o incenso,
Nas uma é tão azul, azul que penso
Ter saído de dentro de um tinteiro.
E é essa justamente que a menina
Borboleteando em vão, rica de gosto,
Tenta apanhar, e corre, e desatina.
Mas a outra , asas mais leves, mais fugaces,
Vai pôr-lhe um beijo rápido no rosto,
Supondo sejam flores suas faces.
Aí fica o soneto. E a saudade das “borboletas”que viviam beijocando as
flores de um jardim que um dia enfeitou a entra do meu lar.
Se Camões fosse vivo, escreveria assim os «Canalhíadas»:
OS AMIGOS
Eu já contei. Vaidades que eu sentia:
Supus que sobre a terra não havia
Mais ditoso mortal entre os mortais!
Amigos, cento e dez, ou talvez mais,
Amigos, cento e dez! Tão serviçais,
Tão zelosos das leis da cortesia
Que, já farto de os ver, me escapulia
Às suas curvaturas vertebrais.
Um dia adoeci profundamente. Ceguei.
Dos cento e dez houve um somente
Que não desfez os laços quasi rotos.
Que vamos nós (diziam) lá fazer?
Se ele está cego não nos pode ver.
- Que cento e nove impávidos marotos!
Camilo Castelo Branco
I
III
As sarnas de barões todos inchados
Eleitos pela plebe lusitana
Que agora se encontram instalados
Fazendo o que lhes dá na real gana
Nos seus poleiros bem engalanados,
Mais do que permite a decência humana,
Olvidam-se do quanto proclamaram
Em campanhas com que nos enganaram!
Falem da crise grega todo o ano!
E das aflições que à Europa deram;
Calem-se aqueles que por engano
Votaram no refugo que elegeram!
Que a mim mete-me nojo o peito ufano
De crápulas que só enriqueceram
Com a prática de trafulhice tanta
Que andarem à solta só me espanta.
II
IV
E também as jogadas habilidosas
Daqueles tais que foram dilatando
Contas bancárias ignominiosas,
Do Minho ao Algarve tudo devastando,
Guardam para si as coisas valiosas
Desprezam quem de fome vai chorando!
Gritando levarei, se tiver arte,
Esta falta de vergonha a toda a parte!
E vós, ninfas do Coura onde eu nado
Por quem sempre senti carinho ardente
Não me deixeis agora abandonado
E concedei engenho à minha mente,
De modo a que possa, convosco ao lado,
Desmascarar de forma eloquente
Aqueles que já têm no seu gene
A besta horrível do poder perene!
Luíz Vais Sem Tostões
10
JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2013 - Outubro
Fri-luso
O VINHO - MUITO IMPORTANTE
TUDO O QUE SE DEVE SABER ACERCA DO VINHO - PREVENIR É O MELHOR REMÉDIO
1. O VINHO PODE MATAR?
Pode. Há uns anos, um rapaz foi atingido por um barril de vinho que caiu de um camião levando-o à morte instantânea.
2. O USO CONTINUADO DO ÁLCOOL PODE LEVAR AO USO DE DROGAS MAIS PESADAS?
Não. O álcool é a mais pesada das drogas: uma garrafa de vinho pesa cerca de 900 gramas.
3. O VINHO CAUSA DEPENDÊNCIA PSICOLÓGICA?
Não. Cerca de 89,7% dos psiquiatras, psicólogos e psicanalistas entrevistados preferem cerveja.
4. MULHERES GRÁVIDAS PODEM BEBER SEM RISCO?
Sim. Está provado que nas operações STOP a polícia nunca faz o teste do balão às grávidas.
5. O VINHO PODE DIMINUIR OS REFLEXOS DOS MOTORISTAS?
Não. Experiência com mais de 500 condutores: foi dada uma grade com garrafas de vinho para cada um abrir e beber. As últimas foram abertas e bebidas no mesmo tempo gasto com as primeiras. Em nenhuma das garrafas os reflexos foram alterados.
6. A BEBIDA ENVELHECE?
Sim. A bebida envelhece muito depressa. Se deixar uma garrafa de vinho aberta de um dia para o outro, altera o paladar e o aroma e chega
mesmo a avinagrar passadas algumas semanas.
7. O VINHO CONDICIONA NEGATIVAMENTE O RENDIMENTO ESCOLAR?
Não, pelo contrário. Algumas universidades estão a aumentar os lucros com a venda de vinho a copo nas cantinas e bares.
8. O QUE FAZ COM QUE A BEBIDA CHEGUE AOS ADOLESCENTES?
O estudo confirma que, em primeiríssimo lugar, o empregado de mesa.
9. O VINHO ENGORDA?
Não. Tu é que engordas.
10. O VINHO CAUSA PERDA DE MEMÓRIA?
Que eu me lembre, não!
Museu do Côa
O Museu do Côa ultrapassa os 132 mil de visitantes desde a abertura em agosto de 2010
O número de visitantes divulgados à agência Lusa refere-se a elementos apurados até ao final
de dezembro de 2012.
Se conduzir não beba nem se drogue
Se beber ou se drogar não conduza
Cumpra sempre o código da estrada
Fri-luso
JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2013 - Outubro
11
PALANCA NEGRA GIGANTE
A Palanca Negra Gigante é uma rara subespécie de antílope, endémica de Angola, apenas encontrada na Província de
Malanje, área do Parque Nacional de Kangandala, criado em 1963, com uma extensão de apenas 63 mil hectares, sendo
este o parque mais pequeno do Pais. Incluem-se, nesta área, para além da palanca nega gigante: a palanca vermelha, a
quissema, a sitatunga, o nunce, o golungo, o bambi, o seixa, o javali, o porco do mato e muitos mais.
A palanca negra gigante é considerado o mais belo antílope do mundo pela sua atractiva elegância. Distingue-se pela
longura de seus cornos que atingem o comprimento de 1,65 metros e pelas características das manchas brancas na
cabeça. A cor preta é dominante, no macho, na idade adulta.
Segundo a mitologia africana, a palanca simboliza: beleza, vivacidade, velocidade…
Depois da independência, Angola passou a adoptar este belo animal como símbolo nacional:
- O logotipo da Companhia Aérea de Angola, a TAAG, ostenta a cabeça da palanca negra gigante (um macho adulto).
- Algumas notas da moeda nacional têm este símbolo impresso.
- A selecção de futebol, angolana está representada pelo símbolo da palanca negra “Os Palancas Negras” .
- A mascote do CAN (Taça das Nações Africanas Orange Angola 2010) também é apresentada “Palanquinha”
A Palanca Negra Gigante, tem o nome cientifico de (Hippotragus niger variani), dado em honra ao seu “descobridor” Frank Varian, engenheiro belga
ao serviço dos Caminhos-de-Ferro de Benguela.
Frank Varian viu, pela primeira vez, este belíssimo antílope, no ano de 1909 e, posteriormente, em 1916, foi registado e reconhecido pela ciência.
Supôs-se durante bastante tempo que, devido a guerra, esta espécie tivesse ficado extinta. Mas em Março de 2005 um grupo do “Centro de Estudos e
Investigação Científica (CEIC) da Universidade Católica de Angola (UCAN)” tendo como líder o Dr. Pedro Pinto Vaz, que é Director Luso-Angolano da
Fundação Kissama, foram obtidas provas, registadas em fotografias, de uma manada, no Parque Nacional de Cangandala situado a sul de Malanje. Estas
provas vieram trazer tranquilidade a todas as inquietações. Contudo, cientistas não deixam de considerar a Palanca Negra Gigante em perigo crítico de
extinção.
Filomena Gomes Camacho
Londres, 21/04/13
CASA E LAR
Casa é o lugar feito de materiais de construção.
Lar é o lugar arquitectado por regras e por valores.
Casa é o lugar onde alguém se recolhe das intempéries: frio, calor…
Lar é o porto de abrigo onde a companhia subtrai a solidão. O amor dissipa o medo. A união elimina a insegurança. O abraço neutraliza a dor…
Casa é o local onde se entra para comer, dormir… e onde não existem laços que prendam a permanecer lá.
Lar é o lugar para o qual se anseia voltar - depois de uma ausência - porque, é onde se reúne a Família… E onde o conforto, a energia, o afecto…
têm consistência. Onde é tao aprazível chegar e não se tem pressa de voltar a sair…
Casa é onde não há solução, nem direcção, nem orientação…
Lar é onde se encontra a solução, a estrada, a bússola…
Casa é onde pessoas sem afectividade, sem afinidade, sem empatia… se encontram.
Lar é onde mora o companheirismo, o carinho, o apoio…é onde o desgaste, desanimo…se ajustam em amor.
Casa é o lugar frio onde a discórdia, o mau humor, a impaciência…fazem morada.
Lar é o lugar certo para dirimir a tensão, o conflito…O santuário para silenciar, para enaltecer, buscar Deus…
Casa é o lugar onde os sonhos se dissolvem …
Lar é onde os sonhos têm maior dimensão e onde eles se esquematizam.
Casa é o abrigo de dissensões, de divergências, de desarmonia…
Lar é o jardim onde exala o perfume da alegria, e onde refulge o sol da compreensão.
Casa é onde a tristeza, o desenquadramento…se fazem jorrar em pranto.
Lar é onde a partitura do riso eclode em maviosa sinfonia.
Casa é o lugar inóspito, vazio, sem atractivos.
Lar é o lugar paradisíaco, aconchegante, acolhedor… onde há prazer em ficar.
Filomena Gomes Camacho
Contacto: e-mail: [email protected]
12
JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2013 - Outubro
Culinária
Fri-luso
PODIM GELADO
Coelho Assado no Forno
Ingredientes:
2 coelhos com cerca de 1,250 kg cada limpos e cortados
em pedaços
2 cebolas cortadas grosseiramente
3 dentes de alho pisados
1,5 dl de vinho branco
1,5 dl de vinho tinto
2 folhas de louro
1 colher de sobremesa cheia de massa de pimentão
1 dl de azeite
1 colher de sopa de margarina
sal q.b.
pimenta ou piripiri q.b.
batatas q.b.
Óleo para fritar q.b.
ingredientes:
Para a calda de chocolate:
8 colheres (sopa) de leite
8 colheres (sopa) de achocolatado em pó
Para o pudim:
3 gemas
1 lata leite condensado
A mesma medida (da lata) de
leite de vaca
3 claras batidas em neve
1 lata de creme de leite sem soro
Preparação:
Tempere a carne com sal, alhos pisados, pimenta ou piripiri, vinho branco e tinto, massa de pimentão, folha
de louro, o molhinho de salsa, um fio de azeite e deixe marinar.
Disponha o coelho num tabuleiro de barro regado com azeite, com a marinada, espalhe pequenas nozes de
margarina e leve ao forno quente a assar, virando a carne de vez em quando.
Frite no óleo as batatas cortadas em cubos e junte-as ao coelho 10 minutos antes de estar pronto envolva-as
no molho
A 1 de Outubro de 1946, o Tribunal dos Criminosos de
Guerra, reunido em Nuremberga, pronunciou as seguintes
sentenças: morte por enforcamento para Goering, Ribbentrop, Keitel, Kaltenbrunner, Rosenberg, Bormann (julgado
à revelia), Frank, Frick, Streicer, Sauckel, Jodl e Seys-sInquart; prisão perpétua para Rudolf Hess, Funk e Raeder,
vinte anos de prisão para Albert Speer e Schirach; 15 anos
de prisão para Von Neurath e 10 anos de prisão para Doenitz. Foram absolvidos Schalcht, Von Papen e Fritsche.
Cerca das 10 horas da manhã do dia 5 de Outubro de
1910, é pro-clamada, nos Paços do Concelho de Lisboa, a
implementação da República em Portugal.
Outubro
Sécca tudo
Por S. Lucas
Sabel as uvas
Outubro
Péga tudo
Outubro quente
Traz o demo no ventre
Por S. Francisco
Semeia o teu trigo;
E a velha que o dizia
Semeiado do tinha
Santa Ireira
S. Lucas
S. Francisco
S. Judas
S. Simão
Por Santa Ireia
Pega nos bois e semeia
Por S. Simão e S. Judas
Colhidas são as uvas
Outubro, Novembro e Dezembro
Não busques o pão no mar
12 de Outubro
18 de Outubro
19 de Outubro
20 de Outubro
28 de Outubro
Morte de Amália Rodrigues. Às oito horas da manhã
do dia 6 de Outubro de 1999, a secretaria particular de
Amália Rodrigues encontrou-a sem vida. Considerada a
mais expressiva fadista de sempre, levou o nome de Portugal a todos os cantos do Mundo. António Guterres, na
altura Primeiro-ministro de Portugal, decretou três dias de
luto nacional.
A 8 de Outubro de 1998, José Saramago recebe, em Estocolmo (Suécia), o Nobel da Literatura, tornando-se o primeiro
escritor de língua portuguesa a ser distinguido com este
prémio.
A 13 de Outubro de 1917, ocorre a sexta e última aparição de
Fátima, acompanhada pelo Milagre do Sol.
Fri-luso
13
JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2013 - Outubro
Carta do Marquês: Agosto 2013
Hoje não queria falar muito de política, porque estamos em tempo de ferias e precisamos de dar mais
descanso à alma e até distrai -la. Começo por uma reflexão ao espírito que transcrevo da Revista Cruzada, atual. Seu título: “Acalma o meu passo, Senhor”
Deve ler-se todos os dias à noite: Eu lá por ser gato, também tenho espírito. E há colegas meus que são
mais convincentes, ainda, do que algumas famílias de hoje e tratam-se como verdadeiros irmãos. Então
é assim:
“Reduz, Senhor as pulsações do meu coração e acalma a minha mente. Abranda o ritmo apressado, possuído pela falsa visão da eternidade do tempo.
No meio das confusões do dia-a-dia, dá-me a tranquilidade das montanhas. Retira a tensão dos meus músculos com a música tranquilizante dos rios
de águas correntes que povoam as minhas lembranças. Ajuda-me a conhecer o poder mágico e reparador do sono e do descanso.
Ensina-me a arte de conhecer momentos de repouso, reduzir o meu ritmo para contemplar uma flor, conversar com um amigo, afagar uma criança,
ler um poema, ouvir uma música suave.
Acalma o meu passo, Senhor para que eu possa perceber no meio do incessante labor quotidiano dos ruídos, lutas, tristezas, cansaços ou desalentos,
a Tua presença constante no meu coração.
Acalma o meu passo, Senhor, para que eu possa entoar o cantico da esperança, sorrir para o meu próximo e fazer silêncio para escutar a Tua voz.
Acalma o meu passo, Senhor, leva-me a enterrar as minhas raízes na terra dos valores duradouros da vida para que eu possa crescer até às estrelas…
e atingir o fim para que me criaste.
Obrigada, Senhor, pelo dia de hoje, pela família que me deste, pelo meu trabalho, pelos meus amigos, e sobretudo pela tua presença na minha vida.
Acalma o meu passo, Senhor”
(Ivete Tayar)
Parece que vão reduzir as pensões dos funcionários públicos. Graças a Deus a mim não me atinge. Mas há quem se sinta triste por isso. Hoje recebemos pelo Computador um e-mail que refere isto.
Um postal para o Governo:
Reduzir 50% do Orçamento da A. da Republica e vão poupar 43.000.000-00 Euros
Reduzir 50% do Orçamento da Presidência da República e vão poupar 7.600.000.ooo,oo Euros.
Cortem a subvenções vitalícias e aos políticos, deputados e vão poupar 8.000.000,00Euros.
Cortem 30% nos vencimentos e outras mordomias dos políticos, seus assessores e vão poupar 2.000.000,00 E.
(sugestões do sociólogo Sousa Santos, feitas recentemente num programa da Sic.)
Ainda gostava de vos deixar aqui um artigo para distrair as ideias. Isto foi transcrito de um livro da prima Maria Teresa,”O Doutor da Quinta do
Sobreiro que o escreveu com 16 anis apenas. Então leiam:
DECLARAÇÃO DE AMOR À MODA ANTIGA
Por Maria Teresa Tavares Barata
Um trecho do seu livro “O Doutor da Quinta do Sobreiro”
O rapaz começou assim a sua declaração: - Eu já há tempo que trago sempre a sua “umaige” “direita comigo e que sinto em meu peito uma fogueira
tamanha que parece que me queima o coração! Olhei p’rás rosinhas que a menina me deu e agarrei “corage” p’ra cá vir desabafar. Esta noite senteime três vezes na cama, a pensar na menina, e nem pude pregar olho! O coração assim aos pulos, parece que me saltava cá p’ra fora!... Estive p’ra me
calar, mas parece que se “le” “num” contava esta coisa que rói os fígados, até “arrebentava”. A Menina “Celestiasinha”, eu de bens estou menos-mal.
Continua na página 17
022 348 47 46
043 243 81 21
GENEBRA
ZURIQUE
Chamada local
CONTE CONNOSCO EM:
emigração
14
JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2013 - Outubro
Fri-luso
COMO DESTRUÍRAM A VELHA EUROPA
De: JVerdasca
(«Ille nihil dubitat, quem nulla scientia ditat»,
Nada duvida quem nada sabe. prov. lat.)
Há cerca de meio século, traumatizados com
as terríveis consequências da II Grande Guerra
Mundial, em que pereceram cerca de 40 milhões
de seres humanos, alguns dos poucos grandes
políticos da época tentaram encontrar um meio
de evitar a repetição do fenômeno. Dessa busca,
surgiu a ideia da formação de um BLOCO de
países em tudo diferentes, de culturas díspares,
interesses por vezes antagônicos, origens opostas, etnias variadas, fases de progresso desencontradas, estágios de riqueza diferenciada. Eram - e
são - tantas e tão profundas as diferenças, que a
bela e humanista ideia recomendava muito cuidado e bom senso, muita ponderação e consenso,
muito estudo e ensaio, muita prudência e ciência.
Entretanto, talvez porque os pais da idéia desejassem passar à história como mentores e executores, mostrando obra política - esse é sempre o
grande erro dos políticos ambiciosos e apressados
- a criação da UNIÃO EUROPÉIA não se rodeou
dos indispensáveis cuidados e ensaios, tendo
sido apressada e mesmo precipitada, sem que se
estudassem devida e profundamente as causas e
conseqüências do desmoronamento dos grandes
impérios Alexandrino, Romano e Muçulmano,
ou, o que foi mais grave, SEM QUE SE BUSCASSEM OS MOTIVOS DA AUTO EXCLUSÃO DA
SÁBIA SUIÇA OU DA RECUSA À ADOÇÃO
DO EURO DA PRUDENTE INGLATERRA.
A abertura das fronteiras entre os mais pobres
e atrasados países tradicionais fornecedores de
e-imigrantes e os mais ricos, desenvolvidos e receptores de mão de obra não foi lenta e progressiva como se impunha; a união política começou
por criar um monstro burrocrático e despesista
muito além das necessidades; inventaram uma
capital administrativa em Bruxelas e outra legislativa em Strasbourg por onde se passeiam os
«eleitos» que - talvez por apenas se preocuparem com seus interesse pessoais e partidários
- foram incapazes de prever o descalabro a que
a «UNIÃO» chegou, pois nenhuma medida foi
tomada para evitá-lo, antes pelo contrário, POIS,
PARA APRESSAR A ENTRADA DA SEMPRE
RELAPSA GRÉCIA, FECHARAM OS OLHOS
À ADULTERAÇÃO DE SEUS ORÇAMENTOS
DE TODOS CONHECIDA, À FALSIFICAÇÃO
DE DEFICITS DE TODOS SABIDA, À DESORGANIZAÇÃO POLÍTICO-SOCIAL E ADMINISTRATIVA POR TODOS ADMITIDA. E hoje
- quando é precisamente a Grécia que coloca em
sério risco a própria existência da União Européia - ninguém responsabiliza os dirigentes que
«cometeram o crime» de aprovar a sua entrada,
que irresponsavelmente puseram em risco a
sobrevivên
cia de Portugal e outros países, QUE NÃO ESTIVERAM À ALTURA DE SUAS RESPONSABILIDADES POLÍTICAS, NACIONAIS E PESSOAIS. E, AINDA HÁ DIAS, GILES LAPOUGE
ESCREVIA SOBRE AS N U L I D A D E S QUE
- DE BRUXELAS - «GOVERNAM» A UNIÃO
EUROPÉIA !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
A União Européia está UM CACO, a dívida TOTAL dos Estados, dos bancos, das empresas, das
famílias e dos indivíduos S E R Á - talvez - superior à soma dos valores de todos os PIBs, as populações e os governos encontram-se hipotecados aos FANTASMAS a que todos chamam M E
R C A D O S = donos de tudo e de todos, «heróis»
das taxas de juros como as que já cobram à Grécia de perto de 100% (CEM POR CENTO), e a
esmagadora maioria das populações sacrificadas,
honestas e trabalhadoras, que nada sabem de
política, tudo ignoram de administração e jamais
usaram das MALAS ARTES que enricam quem
as explora, quem diz que as governa - governando-se - está ou caminha para a miséria, sem
subsídios, sem aposentações condignas, sem serviços sociais adequados, TALVEZ MESMO TEMENDO PELO DIA EM QUE SE VEJA OBRIGADA A DIVIDIR UMA SARDINHA PARA
DOIS, COMO UNS POUCOS SE QUEIXARAM
QUE OCORRIA HÁ MAIS DE MEIO SÉCULO,
PRECISAMENTE EM TEMPO DE GUERRA E
CARÊNCIA DE TODA ORDEM.
O Império Romano levou à Luzitânia e às outras
nações conquistadas uma Nova Civilização que
se sobrepôs à barbárie; impôs naturalmente sua
cultura e sua língua, sua técnica e sua arte, suas
leis e costumes superiores, sua administração e
sua organização, sem nada prometer, sem ninguém violentar, sem nada destruir. Já a União Europeia começou pelas «esmolas» para desmantelar processos e métodos produtivos, para IMPOR
o domínio dos fortes aos fracos, para promover as
ex-importações dos ricos para os pobres, emfim,
consciente ou «inconscientemente» tratou-se de
ARRUINAR ainda mais os já depauperados e
despreparados «IRMÃOS» do SUL, que acreditaram nos «presentes dos Reis Magos», confiando
e iludindo-se com a «RIQUEZA FÁCIL», com os
empréstimos a longo prazo, com as taxas de juros
BAIXAS, com os SUBSÍDIOS A FUNDO PERDIDO !!!! Mas - agora - chegada a conta, alguns
políticos debandam, os credores apertam o cerco,
os governos aumentam os impostos, reduzem os
subsídios, cortam os salários, na tentativa de que
- UM DIA - tudo volte a ser COMO DANTES
NO QUARTEL DE ABRANTES. ATÉ LÁ, VAMOS JUNTAR OS CACOS, PRODUZIR PARA
COMER, TRABALHAR PARA SOBREVIVER
!!!.
Cordialmente, JVerdasca
Fri-luso
15
JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2013 - Outubro
Ao poeta, escritor e guerreiro
Joaquim Evónio.
De poeta para poeta;
Evónio... há a saudade
e de uma forma discreta,
rumaste à eternidade.
EVÓNIO
SEM PEIAS
Foi-se o Mestre da arte poética
Mentor de tertúlias e noitadas
Cujas declamações apaixonadas
Eram lições de poesia estética
Quero fazer versos
sem bitola
sem ter andado na escola
a aprender poesia...
JVerdasca
Com as armas esgrimiste,
coragem e valentia.
Glória à pátria conseguiste,
esquecendo a poesia.
Estou-me nas tintas para a métrica
desde que o sentido obedeça
à imagem verdadeira
que quero transmitir!...
E o mesmo para a rima!
Dessas lutas camaradas,
suavizamos a dor.
As trovas que eram fadas,
nos caminhos do amor.
Rezamos a oração,
a fizemos poesia;
Cumprimos obrigação,
que a pátria nos pedia.
Já partiste bom amigo,
quedei-me na poesia...
A saudade é o castigo,
que no poema porfia.
Se o etéreo onde subiste,
a memória se consente;
Lembra que tu partiste,
mas ficas eternamente.
Humilde, mas com o valor de um poema, aqui faço a homenagem
ao grande homem, amigo, poeta e escritor: Joaquim Evónio
Na letra de teus poemas,
corre o sangue do poeta.
Na beleza e dilemas,
da tua vida discreta.
Falecido a 23 de Junho de 2012.
Meu camarada de armas por terras do Congo e de poesia pelas de
Portugal.
Sumaré SP - Brasil - 23 Julho 2013
António Ferreira (António Zumaia)
Eu sou livre
e faço o que quero.
Tudo é tão claro,
tão verdade
e com tanta estima...
Que é poesia
só pela liberdade tão liberta
de conter mensagem
sem escola, sem métrica e sem rima
mas sempre verdade,
verdadeira,
daquela que não se ensina!
Joaquim Evónio
16
JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2013 -Outubro
DECLARAÇÃO DE AMOR À MODA ANTIGA
Fri-luso
Por Maria Teresa Tavares Barata
Um trecho do seu livro “O Doutor da Quinta do Sobreiro”
O rapaz começou assim a sua declaração: - Eu já há tempo que trago sempre a sua “umaige” “direita comigo e que sinto em meu peito uma fogueira
tamanha que parece que me queima o coração! Olhei p’rás rosinhas que a menina me deu e agarrei “corage” p’ra cá vir desabafar. Esta noite senteime três vezes na cama, a pensar na menina, e nem pude pregar olho! O coração assim aos pulos, parece que me saltava cá p’ra fora!... Estive p’ra me
calar, mas parece que se “le” “num” contava esta coisa que rói os fígados, até “arrebentava”. A Menina “Celestiasinha”, eu de bens estou menos-mal.
Sou sozinho e o meu pai tem uma boa casa. Temos oito pipas de vinho, seis p’ra vender e duas p’ra gente; cevamos quatro, com sua licença, porcos, dois
p’ra casa e dois p’ra fazer dinheiro; vendemos duas crias, que ainda o ano passado foram os melhores bezerros que foram à feira e “tamem” se vendem
umas medidas de milho, trigo e feijões! Tenho duas tias solteiras, que me deixam o que têm, e os meus três negócios. O da cortiça, que já a menina pode
avaliar, tenho o do gado que, já sabe, deixa lucros; tenho “tamem”o do sal, que, pelas matanças, forneci “inté”às abas da serra. Olhe “num” “semos”
míseros com’a “Ingelina” d”Angelca” e damos bastante aos “probes” e a minha mãe pela Páscoa botou ó lombo um chale a varar de duas notas e esta
roupa custou-me p’ra “riba” de quatro. Se a “Celestiasinha” vier a ser a minha “senhora”, ainda há-de andar mais bem preparada “có” que já anda.
Em “clássia” de “bondosidade”, eu hei-de ser como moço, e a menina manda sempre. Ai em a D. “Celestiasinha”, sendo minha esposa…-Nunca tu tal
verás!...
-Eu gosto muito da menina e a D. “Celestiasinha” “num” gosta de mim?
- Eu sinto, mas não posso satisfazer as suas aspirações.
- Não?! Eu cuidava que “lagradava” e nunca vi “oitro” cá… Se a D. “Celestiasinha” se rir de mim pode ter o castigo de casar c’um que “le” coma tudo
e que tenha amigas, eu era como se lá tivesse uma santa!...
- Está bem. Vá indagar onde está outra santa, que esta não serve para si. Mas fico-lhe agradecido por se ter lembrado de mim. Eu já resolvi ir para
um Convento.
Nota:
Este trecho transcreveu-o a minha dona Clarisse no seu livro “Arca de Lembranças”, já depois de sua saudosa prima Maria Teresa ter falecido. Ela publicou o livro, quando tinha apenas 16 anos de idade. Eu também gostava de publicar um livro. Mas depois não mo compravam? E outros até podem dizer
que compram e não compram, como aconteceu à poetisa Clarisse. Já não há gente de palavra de honra como era antigamente e outros fazem calotes e
ela que se mate… Isto tem sido uma pouca-vergonha, A Judite que diga, que ela também está lesada bastante…
Saudades para todos os que se lembram de mim, que são bastante.
Marquês
O factor desespero
Enviar a mensagem por e-mailDê a sua opinião!Partilhar no TwitterPartilhar no Facebook
João César das Neves
DN 2013-06-10
Compreender a reacção dos portugueses na
terrível crise é tema de inúmeros debates. Surpreende muitos o facto de, apesar dos pronunciamentos incendiários de políticos e activistas, as
populações se manterem serenas. Muitos invocam brandos costumes, comodismo e outros disparates. No entanto o facto é fácil de explicar se
abandonarmos a cegueira ideológica e olharmos
para a realidade.
O elemento central é que os protestos nada resolvem face à inevitabilidade da dívida e tumultos
só agravariam a situação. Quando é mesmo preciso cortar, resmungar só estraga. Os militantes
fingem ter impacto com a sua fúria, mas mal
escondem a própria irrelevância.
Existe porém uma discrepância profunda de atitude entre elites e eleitores que surpreendentemente anda alheia à discussão. Como os nossos
analistas nunca sobem acima da poeira, perdem
de vista o elemento espiritual, sem sequer notar
a omissão.
O ser humano participa de um profundo drama
existencial. Não é possível viver sem se colocar as
perguntas fundamentais: Quem sou eu? De onde
vim? Para onde vou? Que faço aqui? Na turbulência quotidiana estas interrogações apagamse, mas todos os humanos, de todos os tempos e
culturas, inevitavelmente as colocam em alguma
forma.
Vivemos a primeira época que faz enorme esfor-
ço para silenciar a ansiedade primordial. Desde
o Iluminismo um punhado de ideologias tenta
defender a tese ingénua de que a realidade se
limita ao que vemos e tocamos. Num esforço
hercúleo de autodecepção, impõem a limitação
do homem às funções vitais, recusando qualquer
aspecto transcendente. A atitude tem razões louváveis e pragmáticas, defendendo a justiça social
e direitos humanos contra a hipocrisia de muitos
religiosos. Mas nunca drasticamente a existência
daqueles mesmos que diz defender.
Enquanto a tese se limitou a intelectuais os
efeitos eram mínimos. Curiosamente, foi quando o ateísmo teórico acabou por constatar a sua
falência intelectual que, em seu lugar, surgiu
uma versão prática que vive como se o problema
não existisse. Foi nesta variante indiferentista e
agnóstica que a atitude se entranhou na cultura
oficial. O materialismo deixou as universidades
e compêndios para se instalar nas televisões e
jornais, cafés e blogs. O povo mantém a sensatez
secular, mas nos fóruns da moda isso passa por
ignorância e banalidade, pois a verdade é encontrada nas opiniões simplistas de comentadores
que avaliam tudo em termos político-contabilísticos. Isso mesmo se vê nas explicações da crise.
A recessão afecta todos, e todos sofrem injustiça, cortes, austeridade. Mas a forma como cada
um enfrenta o sofrimento faz toda a diferença.
O ateísmo da maioria dos activistas introduz no
drama económico elementos devastadores. Mergulhados em ideologia céptica, têm de enfrentar
o mal numa lógica imediatista e sem remissão.
Se o horizonte é a morte e o destino o túmulo,
qualquer contratempo constitui uma perda irreparável. Se o juízo divino não existe, os maus
ganham sempre e este mundo não tem salvação.
Quem vive só para o sucesso e prosperidade, na
recessão perde a razão de viver. Quem apenas
conta com a justiça humana assume vingança
ou impunidade. Quem não tem a perspectiva
da eternidade só pode ver uma crise financeira
como o inferno. O único resultado plausível é o
desespero.
Até os não crentes podem compreender quão
diferente a mesma desgraça surge a uma pessoa verdadeiramente religiosa. Alguns anos de
aperto parecem muito pouco a quem se dirige à
vida eterna. Sofrer na companhia de uma Providência benevolente, que acompanha amorosamente cada passo da nossa vida, permite afrontar sem medo os perigos mais assustadores. O
testemunho dos mártires de todos os tempos é
um consolo para quem apenas enfrenta falência ou desemprego. A certeza de que o Deus de
amor terá a última palavra em todos os assuntos
humanos liberta-nos de dúvidas ou temores. Da
sua fé, o crente obtém a liberdade face aos acasos,
a segurança nas tribulações e, acima de tudo, o
bem mais raro nas crises financeiras, a esperança.
Fri-luso
17
JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2013 - Outubro
Carta do Marquês: Agosto 2013
Continuação da página 13
Sou sozinho e o meu pai tem uma boa casa. Temos oito pipas de vinho, seis p’ra vender e duas p’ra gente; cevamos quatro, com sua licença, porcos,
dois p’ra casa e dois p’ra fazer dinheiro; vendemos duas crias, que ainda o ano passado foram os melhores bezerros que foram à feira e “tamem” se
vendem umas medidas de milho, trigo e feijões! Tenho duas tias solteiras, que me deixam o que têm, e os meus três negócios. O da cortiça, que já
a menina pode avaliar, tenho o do gado que, já sabe, deixa lucros; tenho “tamem”o do sal, que, pelas matanças, forneci “inté”às abas da serra. Olhe
“num” “semos” míseros com’a “Ingelina” d”Angelca” e damos bastante aos “probes” e a minha mãe pela Páscoa botou ó lombo um chale a varar de
duas notas e esta roupa custou-me p’ra “riba” de quatro. Se a “Celestiasinha” vier a ser a minha “senhora”, ainda há-de andar mais bem preparada
“có” que já anda. Em “clássia” de “bondosidade”, eu hei-de ser como moço, e a menina manda sempre. Ai em a D. “Celestiasinha”, sendo minha
esposa…-Nunca tu tal verás!...
-Eu gosto muito da menina e a D. “Celestiasinha” “num” gosta de mim?
- Eu sinto, mas não posso satisfazer as suas aspirações.
- Não?! Eu cuidava que “lagradava” e nunca vi “oitro” cá… Se a D. “Celestiasinha” se rir de mim pode ter o castigo de casar c’um que “le” coma tudo
e que tenha amigas, eu era como se lá tivesse uma santa!...
- Está bem. Vá indagar onde está outra santa, que esta não serve para si. Mas fico-lhe agradecido por se ter lembrado de mim. Eu já resolvi ir para
um Convento.
Nota:
Este trecho transcreveu-o a minha dona Clarisse no seu livro “Arca de Lembranças”, já depois de sua saudosa prima Maria Teresa ter falecido. Maria
Teresa publicou o livro, quando tinha apenas 16 anos de idade. Mas está giro não está? Maria Teresa era uma grande Escritora e poetisa.
Eu também gostava de publicar um livro. Mas depois se não mo compravam? Eu ficava empenhado até ás orelhas, Até a Judite se lamenta… E a gente
não somos ricos. A pensão da minha dona é só de 254 Euros por mês. E há quem nos julgue abastados. Também graças a Deus não devemos nada a
ninguém. Temos de poupar muito. Eu gosto muito de croquetes, mas quase já nem os provo… Sabiam? É que esta gente daqui é pouco literária… A
minha dona Clarisse já é mais conhecida no Brasil do que em Portugal. Ela nem foi à Casa da Cultura e alguns senhores repararam nisso. Ela antes
gosta mais de trabalhar no Computador. Alguns foram só para pouparem um jantarzinho em casa. É que a crise assim o exige. A Judite saiu porta
fora e nem disse nada a gente e não me trouxe uma febra aquela marota.
Saudades para todos os que se lembram de mim, que são bastantes. É que alguns não descansam enquanto não lêem a minha cartita. Também está
a ser publicada na Suiça com muito sucesso no jornal Fri-luso. Já está encomendada para Setembro o que é que pensam?!
Adeus e até depois das férias., para quem as tiver.
Marquês
Entre as personalidades
do «Centro de referência»
falta o Roque sem maldades
na sua santa demência!
PORTUGAL A BALOIÇAR…
Portugal anda em balanços e tremura,
Há anos que faliu o meu país…
Agora, o barco em ondas, à ventura,
Nem sabe onde “aportar”, mas que infeliz!
JCN
(João de Castro Nunes)
Há quem queira guiar sem directriz;
Sem saber que fazer, sem mão segura.
Sem uma barba branca, de raiz
Pra dirigir o barco com postura.
Ai tanta garotada na Assembleia
Que só sabem berrar de boca cheia,
Mas que eu jamais as quero ali ouvir.
Parece que até querem dar lições.
Mas se elas nunca ganham eleições.,
Jamais meu Portugal vão dirigir.
Clarisse Barata Sanches
«Entre as personalidades»
da nossa esfera atual,
faltam as mentalidades
de Pedro ´Alvares Cabral.
Hoje, a muita liberdade
já ninguém a leva aos Céus,
«falta o Roque sem maldade»
que era uma alma de Deus.
Havia mais honradez
«do Centro de referência
tinha fibra o português
e era nobre na gerência.
Escasseia a barba branca...
e gente de mais decência
e também de mente franca
«na sua santa demência!»
Clarisse Barata Sanches
Arquitecto Suíço Valerio Olgiati divulga Portugal
O arquitecto suíço de reputação internacional Valerio Olgiati fez uma palestra, no dia 13 de Fevereiro, em Sidney, no programa da UNSW – University of New South Wales, Austrália, perante uma audiência de mais de 100 pessoas, a grande maioria arquitectos e apresentou uma casa por ele
projectada onde vai morar em Portugal, tendo aproveitado para elogiar Portugal como destino ideal para residência.
Valerio Olgiati (nascido em 1958 em Chur, Suíça), distinto arquitecto suíço formado pela escola de Zurique, detém numerosos prémios e distinções,
entre elas, é membro honorário da Royal Institute of British Architects. Foi professor convidado nas escolas de arquitectura de Zurique, na Architectural Association School em Londres, na Universidade de Cornell e na Universidade de Harvard. É actualmente professor permanente na escola
de arquitectura de Mendrisio, Suíça.
Parte da programação anual do Australian Institute of Architects (Ordem dos arquitectos australiana) é dirigida aos seus membros e estudantes.
A sua palestra foi sobre a sua obra como arquitecto. Entre as obras apresentadas, estava uma casa que ele desenhou para ele em Portugal (a Sul de
Lisboa).
A casa foi apresentada como um exemplo da sua arquitectura. Foi na justificação da escolha de Portugal para a construir que fez os seguintes
comentários: Portugal com um clima mediterrânico diferente, pois os invernos não são frios e os verões não tão quentes. Um clima muito ameno.
Também classificou Portugal como o país mais diferente da Europa (aos olhos de um suíço). Elogiou os sobreiros e as paisagens tranquilas do
montado alentejano.
Fonte: AICEP
18
JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2013 - Outubro
Fri-luso
EXCELENTE TEXTO!
PRETOGUÊS OU BRAZILEIRÊS????
TEXTO:
Quando eu escrevo a palavra acção, por magia ou pirraça, o computador retira automaticamente o C na pretensão de me ensinar a nova grafia.
De forma que, aos poucos, sem precisar de ajuda, eu próprio vou tirando as consoantes que, ao que parece, estavam a mais na língua portuguesa.
Custa-me despedir-me daquelas letras que tanto fizeram por mim.
São muitos anos de convívio.
Lembro-me da forma discreta e silenciosa como todos estes CCC’s e PPP’s me acompanharam em tantos textos e livros desde a infância.
Na primária, por vezes gritavam ofendidos na caneta vermelha da professora: - não te esqueças de mim!
Com o tempo, fui-me habituando à sua existência muda, como quem diz, sei que não falas, mas ainda bem que estás aí.
E agora as palavras já nem parecem as mesmas.
O que é ser proativo?
Custa-me admitir que, de um dia para o outro, passei a trabalhar numa redação, que há espetadores nos espetáculos e alguns também nos frangos,
que os atores atuam e que, ao segundo ato, eu ato os meus sapatos.
Depois há os intrusos, sobretudo o R, que tornou algumas palavras arrevesadas e arranhadas, como neorrealismo ou autorretrato.
Caíram hifenes e entraram RRR’s que andavam errantes.
É uma união de facto, e para não errar tenho a obrigação de os acolher como se fossem família. Em ‘há de’ há um divórcio, não vale a pena criar
uma linha entre eles, porque já não se entendem.
Em veem e leem, por uma questão de fraternidade, os EEE’s passaram a ser gémeos, nenhum usa (^^^) chapéu.
E os meses perderam importância e dignidade; não havia motivo para terem privilégios. Assim, temos janeiro, fevereiro, março, são tão importantes como peixe, flor, avião.
Não sei se estou a ser suscetível, mas sem P, algumas palavras são uma autêntica deceção, mas por outro lado é ótimo que já não tenham.
As palavras transformam-nos.
Como um menino que muda de escola, sei que vou ter saudades, mas é tempo de crescer e encontrar novos amigos.
Sei que tudo vai correr bem, espero que a ausência do C não me faça perder a direção, nem me fracione, e nem quero tropeçar em algum objeto.
Porque, verdade seja dita, hoje em dia, não se pode ser atual nem atuante com um C a atrapalhar.
Só não percebo porque é que temos que ser NÓS a alterar a escrita, se a LÍNGUA É NOSSA ...? ! ? ! ?
Os ingleses não o fizeram, os franceses desde 1700 que não mexem na sua língua e porquê nós?
Ou atão deichemos que os 35 por cento de anal fabetos afroamaricanos fassão com que a nova ortografia imponha se bué depréça !
Douro com “boa procura” de turistas Franceses
O Douro manteve neste verão uma “boa procura” por parte de turistas, com
unidades de alojamento a lançarem novos produtos ou a apostarem em promoções onde oferecem serviços, desde passeios de barco a provas de vinhos.
O Presidente em gestão da Turismo do Douro, António Martinho, fez à Lusa
um “balanço positivo” no turismo na zona que está classificada Património
Mundial da Humanidade. “É verdade que a procura interna baixou,
mas de alguma forma ela estará a ser compensada por um aumento da procura externa”, salientou. No Douro vinhateiro, o ponto alto coincide com a
época de vindimas, em setembro e outubro, pelo que se perspetiva ainda um
aumento de turistas nesses dois meses.
Entretanto, para atraírem os visitantes portugueses, algumas unidades hoteleiras estão a apostar em promoções ou pacotes onde são oferecidos mais
ou noite ou serviços. Mas nem tudo está a correr bem na área considerada
Património Mundial. José Silva tem um negócio de aluguer de embarcações
instalado na Folgosa e no Pinhão e queixa-se numa quebra “de mais de 50%”
na procura “devido ao verão tardio” e “à crise”. Em oito anos de negócio, o
empresário diz que “este está a ser o pior de todos”.
José Silva reconheceu também que a oferta deste tipo de embarcações, aluguer de lanchas para passeios escolhidos pelos turistas, aumentou no Douro,
o que poderá estar também na origem desta quebra. “Os clientes espalharam- se mais”, salientou, acrescentando que espera que, as vindimas, tragam
mais pessoas à região.
António Martinho apontou ainda um aumento de turistas franceses no território o que, na sua opinião, poderá estar associado ao filme “Gaiola Dourada”, realizado pelo lusodescendente Ruben Alves que foi também filmado entre os socalcos durienses e que já foi visto por 1.2 milhões de espetadores
em França.
Luso Jornal
Fri-luso
19
JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2013 - Outubro
Andares, moradias
terrenos
em diversos pontos de Portugal
Tel. 026 402 21 56
**
Andares T2 T3 T4 c/ garagem.
(Á beira mar)
Cascais - Algarve
diversas regiões
**
Garantimos empréstimos
Tel. 026 402 21 56
Natel: 076 383 55 44
PRO-MASSAGENS
- Massoterapia clínica a domicílio ou consultório.
Massagens:
- Terapêutica
- Relaxamento
- Desportiva
Duração 60 min.
- Custos: a domicílio CHF 70.- em consultório CHF 50.Tratamentos: - Avaliação e tratamento (endireita)
- Dores da coluna vertebral
- Dores musculares e tecidos moles
- Dores em articulações periféricas (ombros, cotovelos, joelhos e pés)
Custos: em função da duração do tratamento, as deslocações são
acrescidas de CHF 20.Contactos:
César Meneses (terapeuta diplomado)
Rue du Mont Carmel 23
CH 1762 Givisiez
Tel: 077 446 46 83
mail: [email protected]
20
JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2013 - Outubro
Fri-luso
Azinhate 2010 Rabigato & Viosinho
Tipo: Vinho Branco
Castas: Rabigato e Viosinho
Região: Douro
Teor Alcoólico: 12,5%
Produtor: Hermínio Miguel Abrantes - Douro wines, Lda
Preço: 6,30€ vap
Agradecimento
Uma palavra de agradecimento à Hermínio Miguel Abrantes pela atenção demonstrada para com o Blog Comer, Beber e
Lazer na oferta para prova desta garrafa.
Nota de Prova
Cor amarelo com nuances palha seca, definido, aspecto límpido. No nariz boa intensidade da fruta, fruta de caroço, maça,
pêra e pêssego bem conjugado com notas exóticas. Perfil fresco que surpreendeu um pouco na provas. Na boca continuamos com perfil fresco, nível de acidez vibrante, muita fruta como a maça verde e a lima, com a secura que se procura neste
tipo de branco. Com bom corpo e boa estrutura para aguentar alguma gastronomia mais exigente. Final de boca médio /
longo. Uma excelente alternativa aos nomes comuns e a um bom preço.
O Júri do 2º Concurso de Vinhos do Douro Superior atribuiu ao vinho Azinhate 2010 produzido por H. Abrantes a
Medalha de Ouro na categoria de Vinho Douro branco. Vila Nova de Foz Côa, 25 de Maio de 2013
Fri-luso
21
JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2013 - Outubro
Colocamos a nossa solidez e experiência ao serviço da economia portuguesa
O Santander Totta tem sido reconhecido como o melhor e mais sólido banco a operar em Portugal. A nossa capacidade e solidez permitem-nos
apoiar o país num momento tão importante como este que vivemos.
Integrado no Grupo Santander, com mais de 100 milhões de Clientes e 14.000 balcões em todo o mundo, o Santander Totta é o parceiro ideal para
apoiar a expansão da sua empresa e para o estabelecimento de parcerias de dimensão e valor internacional.
Por isso, somos o banco de confiança dos portugueses e das empresas nacionais, disponibilizando as soluções para desenvolver os seus projectos.
Com o Plano Santander Totta Activação colocamos à disposição 1.500 milhões de euros de crédito para activar o crescimento da economia portuguesa.
COURTAGE
Conseils & Finances
www.fimo.ch