PAULINA DE SOUZA RESÍDUOS SÓLIDOS DAS UNIDADES DE SAÚDE DA FAMÍLIA DE SÃO SEBASTIÃO DO PARAÍSO (MG): SUBSÍDIOS PARA CRIAÇÃO DE AMBIENTES SAUDÁVEIS. FRANCA 2009 Livros Grátis http://www.livrosgratis.com.br Milhares de livros grátis para download. PAULINA DE SOUZA RESÍDUOS SÓLIDOS DAS UNIDADES DE SAÚDE DA FAMÍLIA DE SÃO SEBASTIÃO DO PARAÍSO (MG): SUBSÍDIOS PARA CRIAÇÃO DE AMBIENTES SAUDÁVEIS. Dissertação apresentada à Universidade de Franca como exigência para obtenção do Título de Mestre em Promoção de Saúde. Orientadora: Profa. Andrade Morraye FRANCA 2009 Dra. Mônica de DEDICO este trabalho: - A memória dos meus pais... - Ao meu marido Francisco Tadeu de Assis, que graças a sua maravilhosa capacidade de amar e compreender, consegui chegar ao término de mais uma caminhada em minha vida. - Aos meus irmãos e sobrinhos, presença sublime de uma aliança entrelaçada por uma força inexplicável. AGRADECIMENTOS Expresso meu agradecimento: A Deus, presença constante em minha vida; A Profa. Dra. Mônica de Andrade Morraye, minha orientadora, por seus ensinamentos, pelo apoio, pela confiança nas minhas possibilidades, aceitando minhas limitações com paciência no desenvolvimento deste trabalho; À Bióloga Andréia Marques, à Profa. Dra. Angela Maria Magosso Takayanagui, ao Benedito Pereira da Silva, à Profa. Dra. Branca Maria de Oliveira Santos, à Bióloga Daniela Cortez Aguiar, ao Prof. Davidson Scarano, à Fátima Sposito, ao Enfermeiro Juliano Silva Barbosa, ao Biomédico Luis Egisto Caspon, ao Prof. Dr. Manuel João Cesário de Mello Paiva Ferreira, ao Marcelo Donizete Santos, ao Psicólogo Marcos Rogério de Paula Oliveira, à Profa. Maria das Graças Alves Braga,à Fisioterapeuta Maria Júlia Luporini Moretti Del Gaudio, à Marly Rosa, à Enfermeira Nilma Aparecida da Silva, ao Nilton Rosa dos Santos, à Enfermeira Nilza Maria Ananias de Lima, à Rachel Paula Bogas, ao Prof. Dr. Pedro Sadi Monteiro, ao Enfermeiro Reginaldo Afonso de Paula, à Farmacêutica Bioquímica Rosa Maria Pereira, à Sônia Elaine Venâncio, ao Weber Felipe, aos meus companheiros do curso de Mestrado em Promoção de Saúde, aos profissionais de saúde das unidades de Saúde da Família e a todos aqueles não mencionados, que de forma direta ou indireta, colaboraram para a realização deste trabalho. “A gente tem que lutar para tornar possível o que ainda é possível. Isto faz parte da tarefa histórica de redesenhar e construir o mundo.” Paulo Freire RESUMO SOUZA de, Paulina. RESÍDUOS SÓLIDOS DAS UNIDADES DE SAÚDE DA FAMÍLIA DE SÃO SEBASTIÃO DO PARAÍSO (MG): SUBSÍDIOS PARA CRIAÇÃO DE AMBIENTES SAUDÁVEIS. 2009. 172 f. Dissertação (Mestrado em Promoção de Saúde) – Universidade de Franca, Franca (SP). O objetivo deste estudo foi caracterizar o gerenciamento de resíduos sólidos dos serviços de saúde (RSSS) de São Sebastião do Paraíso e estudar a percepção dos profissionais do Programa de Saúde da Família (PSF) sobre os riscos de acidentes de trabalho com estes resíduos. Foram elaborados roteiros de entrevistas semiestruturadas distintos, aplicados a três categorias de profissionais. Estes instrumentos permitiram realizar um levantamento relativo às etapas do gerenciamento dos RSSS e às condições de trabalho e de manuseio dos resíduos. Ao todo, foram entrevistados 71 profissionais, entre eles, o responsável pelo gerenciamento dos RSSS do município, 69 profissionais de saúde da USF que lidam com RSSS e um último responsável pelo serviço terceirizado de coleta e gerenciamento dos RSSS. De acordo com o responsável pelo gerenciamento no município, são produzidos 400 Kg de RSSS mensalmente. De acordo com o responsável pelo serviço de coleta terceirizado, estes resíduos são coletados em São Sebastião do Paraíso, levados para Poços de Caldas, onde são submetidos a tratamento em autoclave e em seguida transportados para Belo Horizonte, onde são incinerados. Com relação à percepção dos profissionais de saúde sobre riscos de acidentes de trabalho e manuseio, 85% afirmaram usar EPI’s adequadamente, 58% afirmaram não ter participado de treinamentos sobre RSSS após a contratação. Cerca de 94% referiram estar expostos à acidentes de trabalho, principalmente com perfurocortantes, com risco de infecção. Com relação ao destino dos RSSS, cerca de 85% dos profissionais demonstraram pouco ou nenhum conhecimento e/ou interesse com relação ao tratamento e disposição dos RSSS na etapa pós-coleta das unidades. Foi possível concluir que, embora mais de 50% dos profissionais que lidam com RSSS em São Sebastião do Paraíso tenham nível superior, poucos têm conhecimento sobre as etapas do gerenciamento dos RSSS gerados nas unidades onde trabalham e poucos têm interesse nas questões ambientais envolvidas na produção dos resíduos sólidos. Este estudo enfatiza a importância do estabelecimento de políticas públicas de criação e manutenção de ambientes saudáveis, que integrem as questões de preservação ambiental nas práticas de saúde pública. Unitermos: Manipuladores de Resíduos Sólidos dos Serviços de Saúde (RSSS), Ambientes Saudáveis, Promoção de Saúde. ABSTRACT SOUZA de, Paulina. MEDICAL SOLID WASTE FROM FAMILY HEALTH CARE OF SÃO SEBASTIÃO DO PARAÍSO, MINAS GERAIS STATE, BRAZIL: SUPPORT FOR CREATING HEALTHY ENVIRONMENT. 2009. 172 f. Dissertation (Master’s of Health Promotion) - University of Franca, Franca (SP). This study aimed to characterize the management of solid wastes of health services (RSSS) of São Sebastião do Paraíso, studying the perceptions of professionals of Family Health Program (PSF) on the risks of industrial accidents with hazardous wastes. Were prepared semi-structured interviews separate, applied to three categories of professionals. These led to a survey on the steps of the management of RSSS and working conditions and handling of waste. In all, 71 professionals were interwied, including the responsible management of the municipality sector, 69 health profissionals who deal the USF – RSSS and the last one responsible for the thirdparty wast collection and management of RSSS. According to the controller management for the municipality sector is produced 400 kg of RSSS monthly. According to the department responsible for collecting outsourced, these wastes are collected in São Sebastião do Paraíso, taken to Poços de Caldas city, where they are undergoing treatment in the autoclave and then transported to Belo Horizonte city were they are incinerated. Regarding the perception of health professionals on risks of occupational accidents and handling, 85% said EPI’s used properly, 58% reported not having participated in training on RSSS after recruitment. Approximately 94% reported being exposed to accidents at work, mainly with perforating, with the risk of infection. With respect to the fate of RSSS, about 85% of profissionals show little or knowledge and/or interest with respected to the treatment and disposal of the RSSS in the stage of post-collection units. It could be concluded that although more than 50% of professionals dealing with RSSS in São Sebastião do Paraíso have a higher level degree in university, few have knowledge about the stages of management RSSS generated in the units where they work and have little interest in environmental issues involved in the production solid waste. This study emphasizes the importance of establishing public policies for creating and maintaining healthy environment that integrate issues environmental preservation practices of public health. Key words: Solid Waste Handlers of Health Services, Healthy Environments, Health Promotion LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Macrolocalização da cidade de São Sebastião do Paraíso (MG) Figura 2 – Imagem de Satélite do Município de São Sebastião do Paraíso (MG) Figura 3 – Áreas de Abrangência das USF’s 35 35 37 LISTA DE QUADROS Quadro 01 - Responsabilidade pelo gerenciamento dos diferentes tipos de resíduos sólidos urbanos. 26 LISTA DE TABELAS Tabela 01 Tabela 02 Tabela 03 Tabela 04 Tabela 05 - Tabela 06 Tabela 07 Tabela 08 Tabela 09 Tabela 10 Tabela 11 Tabela 12 Tabela 13 Tabela 14 Tabela 15 Tabela 16 Tabela 17 Tabela 18 Tabela 19 Tabela 20 - Funcionários das USF que manuseiam RSSS (sujeitos do estudo). Distribuição dos profissionais de saúde das USF de São Sebastião do Paraíso (MG), que manuseiam RSSS. Justificativas para satisfação com o trabalho referidas pelos profissionais manuseadores de RSSS. Justificativas para satisfação parcial com o trabalho referidas pelos profissionais manuseadores de RSSS. Renda familiar em salários mínimos, dos profissionais de saúde manuseadores de RSSS das USF de São Sebastião do Paraíso (MG). Tipos de EPI que os profissionais manuseadores de RSSS referiram receber no trabalho. Duração de treinamento referida pelos profissionais manuseadores de RSSS. Participação em cursos referida pelos profissionais manuseadores de RSSS. Respostas obtidas dos manuseadores sobre a composição de uma equipe de manuseadores de RSSS. Riscos referidos pelos manuseadores de RSSS do município de São Sebastião do Paraíso (MG). Destino dos RSSS referidos pelos manuseadores das USF de São Sebastião do Paraíso (MG). Causas mais comuns de acidentes de trabalho referidas pelos manuseadores de RSSS. Significados de saúde referidos pelos manuseadores de RSSS. Vacinas referidas pelos profissionais manuseadores de RSSS. Doenças referidas pelos manuseadores de RSSS durante o trabalho. Justificativas apresentadas pelos manuseadores, para a manifestação de doenças. Relacionamento entre empresa e funcionários referidos pelos manuseadores de RSSS. Causas de incômodos durante o trabalho referidos pelos manuseadores de RSSS. Causas de problemas enfrentados na realização do trabalho referidos pelos manuseadores de RSSS. Tipos de mudanças no trabalho para evitar acidentes referidas pelos manuseadores de RSSS. 37 42 44 45 45 46 47 48 48 49 49 51 53 53 54 54 55 55 57 58 Tabela 21 Tabela 22 - Tabela 23 - Tabela 24 - Tipos de mudanças no trabalho para evitar doenças referidas pelos manuseadores de RSSS. Sugestões de melhoria das condições de trabalho a serem adotadas pelo Serviço de Saúde referidas pelos manuseadores de RSSS. Sugestões de melhoria das condições de trabalho a serem adotadas pela Empresa Coletora de Resíduos referidas pelos manuseadores de RSSS. Sugestões de melhoria das condições de trabalho a serem adotadas pelos próprios funcionários manuseadores de RSSS. 59 60 61 62 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABNT – Associação Brasileira de Normas e Técnicas ACD – Auxiliar de Consultório Dentário AE – Auxiliar de Enfermagem AIDS – Acquired Immunodeficiency Syndrome (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária BCG – Bacilo de Calmette e Guerin CEMPRE – Compromisso Empresarial com a Reciclagem CEO – Centro Especializado de Odontologia CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente COPAM – Conselho de Política Ambiental DOU – Diário Oficial da União DPA – Departamento de Preservação Ambiental DST – Doenças Sexualmente Transmissíveis ECO-92 – United Nations Conference for Environment and Development (Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento) EPC – Equipamento de Proteção Coletiva EPI – Equipamento de Proteção Individual EMATER – Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural ESF – Equipe de Saúde da Família F – Feminino FEAM – Fundação Estadual do Meio Ambiente FEOPA – Faculdade de Enfermagem e Obstetrícia de Passos FUNASA – Fundação Nacional de Saúde HIV – Human Immunodeficiency Virus (Vírus da Imunodeficiência Humana) IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IDH – Índice de Desenvolvimento Humano kg – Quilograma km – Quilômetro km² – Quilômetro Quadrado L/s – Litros por segundo M – Masculino m – Metro MG – Minas Gerais MS – Ministério da Saúde MTE – Ministério do Trabalho e Emprego NAPS – Núcleo de Assistência Psicossocial NBR – Norma Brasileira de Referência NR – Norma Regulamentadora OMS – Organização Mundial da Saúde OPAS – Organização Pan-Americana da Saúde PAB – Piso de Atenção Básica PAM – Pronto Atendimento Municipal PGRSS – Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde PIB – Produto Interno Bruto PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento PSF – Programa Saúde da Família RDC – Resolução da Diretoria Colegiada RSS – Resíduos de Serviços de Saúde RSSS – Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde SIAB – Sistema de Informações da Atenção Básica SIPAM – Sistema Integrado de Proteção dos Mananciais SISAGUA – Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano SP – São Paulo SUS –– Sistema Único de Saúde SVS – Secretaria de Vigilância em Saúde e/ou Serviço de Vigilância Sanitária t –Tonelada TE – Técnico em Enfermagem UEMG – Universidade Estadual de Minas Gerais UNIFRAN – Universidade de Franca USF – Unidade de Saúde da Família WHO – World Health Organization (Organização Mundial da Saúde) SUMÁRIO INTRODUÇÃO...........................................................................................................17 1.1 AMBIENTES SAUDÁVEIS...................................................................................19 1.1.1 Conceito de saúde ambiental …...……………………………......…………........19 1.1.2 Saúde ambiental no Brasil.................................................................................19 1.2 CIDADES SAUDÁVEIS........................................................................................21 1.3 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS....................................................................25 1.3.1 Classificação dos RSSS....................................................................................27 1.4 PROMOÇÃO DA SAÚDE.....................................................................................30 1.5 O PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA..................................................................30 2. OBJETIVOS………………………………………………………………....……….….33 2.1 OBJETIVOS GERAIS…………………...………………………………………….....33 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................................33 3. MATERIAIS E MÉTODOS.....................................................................................34 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO......................................................34 3.1.1 Caracterização do Município de São Sebastião do Paraíso (MG)....................34 3.1.2 Caracterização do Serviço de Saúde de São Sebastião do Paraíso (MG).......36 3.2 SUJEITOS DO ESTUDO..................................................................................37 3.3 PROCEDIMENTOS ADOTADOS PARA A COLETA DE DADOS...................38 3.4 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS....................................................39 4. RESULTADOS.......................................................................................................40 4.1 O GERENCIAMENTO DOS RSSS DO MUNICÍPIO DE SÃO SEBASTIÃO DO PARAÍSO (MG), DE ACORDO COM O SUJEITO NÚMERO UM..............................40 4.2 O GERENCIAMENTO DOS RSSS NO MUNICÍPIO DE SÃO SEBASTIÃO DO PARAÍSO (MG), DE ACORDO COM OS SUJEITOS NÚMERO DOIS.....................42 4.2.1 Perfil dos Profissionais......................................................................................42 4.2.2 Dados relacionados às condições de trabalho..................................................44 4.2.3 Dados relacionados às condições de gerenciamento dos RSSS.....................49 4.2.4 Dados relacionados a acidentes de trabalho....................................................51 4.2.5 Dados relacionados às condições de saúde.....................................................52 4.2.6 Considerações gerais e finais.....……………….............……………..................54 4.3 NARRATIVA DA ENTREVISTA COM O SUJEITO NÚMERO TRES..................63 5. DISCUSSÃO..........................................................................................................66 5.1 O GERENCIAMENTO DOS RSSS NO MUNICÍPIO DE SÃO SEBASTIÃO DO PARAÍSO (MG)..........................................................................................................66 5.2 OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE MANUSEADORES DE RSSS NAS USF......67 5.2.1 Dados relacionados às condições de manuseio dos RSSS.............................68 5.2.1.1 Acondicionamento dos RSSS........................................................................68 5.2.1.2 Conservação do veículo transportador de RSSS...........................................69 5.2.1.3 Frequência da coleta dos RSSS....................................................................69 5.2.1.4 Período da coleta dos RSSS..........................................................................69 5.2.2 Dados relacionados a acidentes de trabalho....................................................69 5.2.2.1 Riscos e acidentes.........................................................................................69 5.2.2.2 Consequências e causas dos acidentes........................................................70 5.2.3 Dados relacionados às condições de saúde.....................................................70 5.2.3.1 Significado de saúde......................................................................................70 5.2.3.2 Imunização.....................................................................................................71 5.2.3.3 Apresentação de doenças após iniciar no trabalho.......................................71 5.2.3.4 Apresentação dos sinais ou sintomas e suas causas....................................72 5.2.4 Considerações gerais e finais dos profissionais manuseadores de resíduos das USF............................................................................................................................72 5.2.4.1 Relacionamento entre os profissionais...........................................................72 5.2.4.2 Relacionamento empresa-empregado...........................................................72 5.2.4.3 Incômodos durante o trabalho........................................................................72 5.2.4.4 Problemas enfrentados na realização do trabalho.........................................73 5.2.4.5 Mudanças realizadas para evitar doenças.....................................................73 5.2.4.6 Sugestões para melhoria de condições de trabalho a serem adotadas pelo serviço de saúde........................................................................................................73 5.2.4.7 Sugestões para a melhoria de condições de trabalho a serem adotadas pela empresa coletora de RSSS........................................................................................73 5.2.4.8 Sugestões para melhoria de condições de trabalho a serem adotadas pelos próprios funcionários do serviço de saúde.................................................................74 5.3 PERFIL DO SUJEITO NÚMERO TRES...............................................................74 5.3.1 Fiscalização do uso de EPI´s............................................................................74 5.3.2 Riscos a que estão expostos os coletores de RSSS........................................74 5.3.3 Disposição Final dos RSSS...............................................................................75 CONCLUSÃO............................................................................................................76 SUGESTÕES…….......,…………………………………………………….……………...77 REFERÊNCIAS.......,..................................................................................................78 APÊNDICES...............................................................................................................82 ANEXOS..................................................................................................................104 APRESENTAÇÃO Graduei-me em Enfermagem em 1983 e fiz Especialização em Saúde Pública em 1995. Em 2003, assumi a disciplina Saúde Ambiental, do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade de Alfenas (MG), Campus de São Sebastião do Paraíso (MG). Atualmente trabalho como enfermeira assistencial no Pronto Atendimento Municipal (PAM) e coordeno a Escola de Enfermagem “Dr. José Maria de Alkmin”, de São Sebastião do Paraíso (MG). A Saúde Ambiental tem um caráter multidisciplinar, cujo objetivo é proporcionar a construção de conhecimentos específicos que se relacionem com a saúde e o meio ambiente na graduação. Venho buscando aprimorar meus conhecimentos sobre o assunto e por isso me inscrevi no Mestrado stricto sensu em Promoção de Saúde, da Universidade de Franca (UNIFRAN). Além do interesse como docente, ao trabalhar na rede pública, sempre me preocupei com os resíduos gerados nos serviços de saúde. Acredito que meu trabalho poderá contribuir para melhorar as questões ambientais no município de São Sebastião do Paraíso (MG), sobretudo para os profissionais que atuam nas Unidades de Saúde da Família (USF). 17 INTRODUÇÃO Entender as diferentes etapas do gerenciamento de resíduos sólidos dos serviços de saúde (RSSS) de um município e estudar a percepção dos profissionais de saúde sobre os riscos à que estão expostos, é uma importante estratégia para subsidiar políticas de gerenciamento de resíduos em estabelecimentos de saúde, tendo em vista a promoção da saúde e a qualidade do ambiente. Quando gerenciados inadequadamente, os RSSS oferecem riscos ao ambiente e à vida humana, direta ou indiretamente. Em diferentes períodos da história, há vários relatos que tratam da percepção da humanidade sobre os resíduos resultantes das suas atividades. Os resíduos reconhecidos como restos, resíduo ou como tudo aquilo desprovido de uma utilidade óbvia e, portanto, objetiva, foram adquirindo uma imagem negativa, quase sempre associada à sujeira, à doença, à morte e a miséria (VELLOSO, 2006). O século XVII foi o palco do Renascimento, um dos maiores movimentos culturais da história da humanidade, que representou uma época de enriquecimento do pensamento, aliado a uma transformação profunda da atitude espiritual do homem. As cidades começaram a ser planejadas, inspiradas na circulação do sangue e nos movimentos da respiração. Elas deviam ser amplas para que o ar circulasse livremente, sendo divididas em ruas principais e secundárias, da mesma forma que as veias e artérias do corpo humano, que transportam hemácias e outros elementos do sangue para os órgãos. Os resíduos, como fezes e urina deveriam sair das casas através de um cano parcial, que nas ruas se acoplariam a um cano comum ou principal, que seria a rede de esgoto (VELLOSO, 2006). Este mesmo autor, descreve que um incinerador, construído na Inglaterra, em 1875, começou a ser considerado como o método ideal para eliminar os agentes microbianos, transmissores das doenças infecciosas. Os trapeiros, mestres na arte da recolha e separação dos restos, serviram como modelo das usinas de reciclagem instaladas posteriormente em Bucarest em 1895 e em Munchen 1898. 18 A preocupação com os resíduos sólidos de maneira geral inicia-se, no Brasil, em meados do século XIX, quando o Imperador Dom Pedro II deu a primeira concessão para a coleta de resíduos sólidos da Capital da Província do Rio de Janeiro. Da data da concessão até a década de cinqüenta do século XX, não houve nenhuma grande mudança na forma de manejar os resíduos sólidos (coleta, tratamento e disposição final), salvo a inauguração, em 1871, do incinerador que queimava parte dos resíduos sólidos gerados na Comarca de Manaus (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002). A partir da década de 1970, os resíduos começaram a serem considerados uma questão ambiental, por influência da preservação do meio ambiente que assumiu um caráter global, com as conferências de Estocolmo em 1972; a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (ECO 92), no Rio de Janeiro e a de Tibilisi, em 1997 (VELLOSO, 2006). Devido às condições precárias do gerenciamento dos resíduos no Brasil, decorrem vários problemas que afetam não só a população, assim como a contaminação da água, do solo, da atmosfera e a proliferação de vetores e a saúde dos que tem contato com esses resíduos (GARCIA & ZANETTI-RAMOS, 2004). Vários Estados e Municípios possuem legislações próprias específicas sobre o gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde, estabelecendo normas para a classificação, segregação, armazenamento, coleta, transporte e disposição final desses resíduos. Contudo, a legislação em vigor não é clara e muitas vezes, conflitantes, o que provoca dúvidas e impossibilita a adoção de normas práticas e eficazes para o gerenciamento dos RSS em todo o país (GARCIA & ZANETTIRAMOS, 2004). Atualmente o cenário legal trás mais clareza e definição com a Resolução n.306/2004 da ANVISA e a Resolução CONAMA 358/2005. Dessa maneira, o gerenciamento dos RSSS precisa levar em conta, além da transmissão de doença infecciosa, aspectos relativos à proteção dos manuseadores, da saúde pública, à preservação dos recursos naturais e do meio ambiente. 19 1.1 AMBIENTES SAUDÁVEIS 1.1.1 CONCEITO DE SAÚDE AMBIENTAL A preocupação com a problemática ambiental está inserida na Saúde Pública desde seus primórdios. A partir da segunda metade do século XX uma área que trata da inter-relação entre saúde e meio ambiente foi estruturada e denominada Saúde Ambiental. Segundo definição estabelecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é o campo de atuação da saúde pública que se ocupa das formas de vida, das substâncias e das condições em torno do ser humano, que podem exercer alguma influência sobre a sua saúde e o seu bem-estar (BRASIL, 1999). Trata-se, portanto, de um amplo campo de estudo, que envolve profissionais de diversas formações acadêmicas e técnicas, tanto das áreas biológicas quanto das ciências da natureza e das ciências exatas. Em 1993, uma definição de Saúde Ambiental, que insere também os aspectos de atuação prática, foi apresentada na Carta de Sofia, produzida no encontro da OMS, realizado na cidade de Sofia, como sendo todos os aspectos da saúde humana, incluindo a qualidade de vida, que estão determinados por fatores físicos, químicos, biológicos, sociais e psicológicos no meio ambiente. Também se refere à teoria e prática de valorar, corrigir, controlar e evitar aqueles fatores do meio ambiente que, potencialmente, possam prejudicar a saúde de gerações atuais e futuras (WHO, 1993). 1.1.2 SAÚDE AMBIENTAL NO BRASIL Ao incluir a idéia de que a saúde e meio ambiente constituem direitos do povo brasileiro, faz com que as políticas de meio ambiente sejam focadas na atenuação das disparidades regionais em termos de salubridade ambiental, para que todos os indivíduos estejam sujeitos a semelhantes fatores ambientais de risco de agravos à saúde (CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, 2006). 20 A Saúde Ambiental atual baseia-se no reconhecimento da existência e das necessidades de todos os seres humanos e no encontro de soluções dentro dos princípios de equidade e universalidade. As pesquisas em Saúde Ambiental têm buscado subsidiar políticas, programas e ações que visem garantir maior justiça ambiental e esse direito inalienável do ser humano, apesar das dificuldades, por exigir transformações nos próprios homens. O Ministério da Saúde (MS), em 2003, criou a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), na qual está inserida uma Coordenação Geral de Vigilância Ambiental em Saúde, que tem como objetivo geral prevenir e controlar fatores de riscos de doenças e de outros agravos à saúde, decorrentes do ambiente e das atividades produtivas. Um de seus objetivos específicos é identificar os riscos e divulgar, para o Sistema Único de Saúde (SUS) e a sociedade, as informações referentes aos fatores ambientais condicionantes e determinantes das doenças e outros agravos à saúde. A Vigilância Ambiental em Saúde foi definida pela Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) como “um conjunto de ações que proporciona o conhecimento e a detecção de quaisquer mudanças nos fatores determinantes e condicionantes do meio ambiente que interferem na saúde humana, com a finalidade de identificar as medidas de prevenção e controle dos fatores de riscos ambientais relacionados às doenças ou outros agravos à saúde” (BRASIL, 2001). Para isso, é fundamental a criação de um sistema de informações que tenha como premissas o caráter contínuo e a hierarquia dessas informações. Neste sentido, a Epidemiologia, através da produção de indicadores e índices (indicadores de impactos semelhantes agrupados) e do seu método de análise das informações, é a disciplina chave desta vigilância. De acordo com a OMS (1998), os indicadores devem ser: de aplicabilidade geral, isto é, direcionados a questões específicas baseadas em uma associação entre saúde e ambiente; cientificamente sólidos, ou seja, precisam ser validados, comparáveis independentemente do tempo e espaço, baseados em dados confiáveis, resistentes a mudanças em sua metodologia, imparciais e representativos das condições de interesse; 21 aplicáveis pelos usuários, garantindo sua fácil compreensão e aceitabilidade. O planejamento de um sistema de informações vem sendo desenvolvido pelo Sistema Nacional de Vigilância Ambiental em Saúde, através de estatísticas produzidas por meio da interação de registros dos diversos sistemas existentes. Incluem informações para vigilância sobre a qualidade da água de consumo humano, Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (SISAGUA), já em operação em vários estados; a qualidade do ar; a qualidade do solo; os desastres naturais; e os acidentes com produtos perigosos (MACIEL FILHO et al.1999). Conforme Santos e Westphal (1999), a nova saúde pública surge então do reconhecimento de que tudo que existe é produto da ação humana – salvo o que se poderia chamar de natureza intocada – em contra posição à hegemonia da terapêutica, como solução para todos os males que poderiam atingir o corpo humano. A saúde de um indivíduo, de um grupo de indivíduos ou de uma comunidade depende também de coisas que o ser humano criou e faz, das interações dos grupos sociais, das políticas adotadas pelo governo, inclusive dos próprios mecanismos de atenção à doença, do ensino da medicina, da enfermagem, da educação, das intervenções sobre o meio ambiente. 1.2 CIDADES SAUDÁVEIS O Movimento Cidades/Municípios Saudáveis, desde a década de 1970, vem envolvendo cada vez mais um grande número de cidades e atores em vários países e divulgando uma prática que representa uma forma de pensar e fazer saúde. O movimento tem como objetivo um produto social, a qualidade de vida da população, e pressupõem a existência de problemas concretos de pessoas vivendo em um mesmo território (MINAYO e MIRANDA, 2002). O cenário mundial se apresenta como um movimento dinâmico de globalização no qual surgem novas fronteiras econômicas, sociais e geográficas. A situação mundial assume contornos diferenciados conforme o país e a região do mundo, havendo grandes desigualdades entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. A minoria mais rica adota hábitos de consumo dos países desenvolvidos e lança no ecossistema, resíduos e dejetos semelhantes aos das 22 sociedades ricas. Os pobres, com baixo nível de escolaridade, privados de água tratada e de condições dignas de habitação, têm mais probabilidade de adotar um comportamento destrutivo em relação ao meio ambiente e de degradá-lo com um fluxo nocivo de dejetos (SANTOS e WESTPHAL,1999). Apesar de vivermos em um mundo globalizado, as cidades que concentram grandes contingentes de população vêm ganhando nos últimos anos, uma importância significativa como espaço de intervenção e de mobilização em torno de projetos comuns e de interesses coletivos. Esses projetos necessitam, para seu desenvolvimento, da solidariedade social e da integração das políticas públicas urbanas. Por volta de 1840, iniciou-se o processo de urbanização na Europa. A Associação pela Saúde das Cidades, criada na Inglaterra, reuniu pessoas que se organizaram para pressionar as autoridades. Propunham mudanças nas leis com o objetivo de melhorar as condições de saúde e estabelecerem o que hoje é denominado de coalizão intersetorial para a saúde, terminologia adotada pela OMS. Seus ideais foram a melhoria da situação física das cidades representada por mudanças nos padrões de habitação, regulações higiênicas, pavimentação das ruas, sistemas de abastecimento de água e de eliminação de dejetos, uma vez que já se reconhecia que a saúde estava (e está) intimamente relacionada às condições satisfatórias de vida (SANTOS e WESTPHAL, 1999). O movimento sanitarista, com seu conteúdo ambientalista continua exercendo grande influência nas políticas públicas dos países desenvolvidos até o final do século XIX. No início do século XX, começou a era bacteriológica a partir das descobertas dos germes. Nos anos 30, com a descoberta da insulina e das sulfamidas, iniciou-se a “era terapêutica”. Até o princípio dos anos 70, a prática sanitária era entendida como a cura dos indivíduos que manifestaram algumas doenças (ASHTON, 1992). No início da década de 1970, na maioria dos países, iniciou-se uma crise no setor saúde, devida aos altos custos da medicina curativa que utilizava alta tecnologia, bem como aos resultados das pesquisas evidenciando que os gastos em saúde não estavam tendo reflexos equivalentes na qualidade de vida da população. Essa crise foi gradativamente acarretando novas estratégias baseadas em novos 23 conceitos que deram início ao que se tem chamado a “nova saúde pública” (SANTOS e WESTPHAL,1999). O Informe Lalonde (1996), chamado de “Novas perspectivas de saúde dos canadenses” questionou o poder da medicina para resolver sozinha, os problemas de saúde. O impacto causado foi tal que se pode dizer que desencadeou o interesse social e político pela saúde pública (ASHTON, 1992). O Movimento Cidade Saudável surge para operacionalizar os fundamentos da promoção da saúde no contexto local. Fomentado pela OMS desde 1986, dissemina-se por vários países e tenta responder, especialmente na América Latina, às mudanças decorrentes da globalização, dos processos de descentralização e democratização, da urbanização acelerada, e dos novos arranjos políticos institucionais com base no pressuposto de que saúde é constituída socialmente. O ideário por cidades saudáveis busca identificar mecanismos que possam interferir na globalidade de fatores que determinam a saúde. A complexidade dos problemas exige o tratamento de forma integrada e sistêmica das questões. A ação intersetorial e a participação social ganham destaque. Cidades Saudáveis é o nome que se dá a um projeto de desenvolvimento social, que tem a saúde e suas múltiplas determinações como centro das atenções. É também um movimento de luta por um estilo de desenvolvimento sustentável, que satisfaça as necessidades das gerações atuais sem comprometer a capacidade das futuras de satisfazer suas próprias necessidades (GUIMARÃES, 1999 apud WESTPHAL, 2000, p. 42). As cidades saudáveis sustentam-se sobre valores de democracia, equidade, solidariedade, autonomia, justiça social e respeito à diversidade. São cidades que se transformam em espaços de enfrentamento da exclusão, onde a sociedade, em conjunto com o poder público, soma esforços para transformar suas organizações e práticas, para promover a melhoria da qualidade e das condições de vida de forma mais equitativa (WESTPHAL, 2000). Construir uma cidade saudável significa encarar o fato de que a cidade é um território com problemas, mas também é um território de soluções. Significa entender que a cidade está se refazendo o tempo todo, na forma, na função, no dinamismo e no sentido. Isso significa um movimento na direção da transformação 24 do ideário, das organizações e de suas práticas que concretizam o compromisso com a mudança. Não é uma estratégia ou um modelo em si que levará à mudança, mas sim as pessoas, os cidadãos que vivem nas cidades, juntamente com seus dirigentes. Isso implica reconhecer a saúde em sua positividade e em gerar processos participativos, para melhorar continuamente as condições de saúde e vida de todos os cidadãos (WESTPHAL, MENDES e COMARU, apud CASTRO e MALO, 2006, p. 139). Um município saudável, de acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), citado por WESTPHAL, é aquele em que as autoridades políticas e civis, as instituições e organizações públicas e privadas, os proprietários, empresários, trabalhadores e a sociedade dedicam constantes esforços para melhorar as condições de vida, trabalho e cultura da população; estabelecem uma relação harmoniosa com o meio ambiente físico e natural e expandem os recursos comunitários para melhorar a convivência, desenvolver a solidariedade, a co-gestão e a democracia. Segundo a OMS (1995), para que uma cidade se torne saudável, ela deve esforçar-se para proporcionar um ambiente físico limpo e seguro; um ecossistema estável e sustentável, alto suporte social, sem exploração, alto grau de participação social, atendimentos das necessidades básicas, acesso a experiências, recursos, contatos, interações e comunicações; economia local diversificada e inovativa; orgulho e respeito pela herança biológica e cultural; serviços de saúde acessíveis a todos e alto nível de saúde. O processo de construção de municípios saudáveis, segundo a OPAS (1996), obedece ao atendimento de alguns requisitos, tais como: declaração pública de compromisso do governo local por avançar para a meta de ser um município saudável, criação e funcionamento de um comitê intersetorial, elaboração de um diagnóstico com a participação dos cidadãos e instituições locais, implementação de um plano consensual estabelecendo prioridades e recursos, estabelecimento de um sistema de informação para o monitoramento e a avaliação no nível local. A cidade é, portanto, o local mais apropriado para o desenvolvimento dessa proposta, apresentando vários aspectos facilitadores, ao destacar-se como um espaço: propício para promover a participação social e a integração dos diferentes setores (governamentais e não-governamentais); e onde o impacto das 25 ações governamentais sobre as condições de vida é mais claramente percebido pela população, propiciando que esta participe do processo de tomada de decisões, de um modo mais consciente e direto, colocando-se como sujeito e concretizando avanços no exercício da cidadania (ADRIANO et al; 2000). 1.3 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS De acordo com Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) na Norma Brasileira – NBR 1004/2004, resíduos sólidos são definidos como: resíduos nos estado sólido e semi-sólido, que resultam de atividades da comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos, nesta definição, os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível. Os resíduos quando não recebem tratamento e destino final adequados, constitui-se em um grande problema sanitário, podendo transmitir várias doenças como diarréias infecciosas, amebíase, parasitose, servindo ainda como abrigo seguro para ratos, baratas e urubus, além de contaminar os lençóis freáticos através do chorume (líquido altamente tóxico que resulta da decomposição da matéria orgânica associada com os metais pesados) (CEMPRE, 2000). A Classificação de resíduos conforme NBR 1004/2004, envolve a identificação do processo ou atividade de origem dos constituintes e características e a comparação dos constituintes com listagens de resíduos e substâncias de impacto conhecido para a saúde e o meio ambiente. Os resíduos podem ser classificados em: Resíduos Classe I - Perigosos Resíduos Classe II – Não Perigosos Resíduo Classe II A – Não inertes Resíduos Classe II B - Inertes 26 Resíduos perigosos ou classe I - São aqueles que, em função de suas propriedades físicas, químicas ou infecto-contagiosas, podem: apresentar risco à saúde pública, provocando mortalidade, incidência de doenças ou acentuando seus índices; apresentar riscos ao ambiente, quando o resíduo for gerenciado de forma inadequada; apresentar, uma das características, pelo menos: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade. Resíduos Classe IIA - não inertes Não se enquadram na Classe I – Perigosos e nem na Classe II – Inertes. Podem ter propriedades tais como combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água. Resíduos Classe IIB - Inertes Quaisquer resíduos que, quando amostrados de uma forma representativa, e submetidos a um contato dinâmico e estático com água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água, excetuando-se aspectos, cor, turbidez, dureza e sabor. De acordo com a Resolução CONAMA 358/05, os geradores devem se responsabilizar pelos resíduos gerados. No quadro 01, é possível observar a relação entre os tipos de resíduos e a responsabilidade pelo gerenciamento dos diversos órgãos de administração pública ou privada. Quadro 01. Responsabilidade pelo gerenciamento dos diferentes tipos de resíduos sólidos urbanos. Tipos de Resíduo Domiciliar Comercial (*) Público Serviços de saúde Industrial Portos, aeroportos e terminais Agrícola Entulho Responsável Prefeitura Prefeitura Prefeitura Gerador (hospitais...) Gerador (indústrias) Gerador (portos...) Gerador (agricultor) Gerador (*) A Prefeitura é co-responsável por pequenas quantidades, geralmente até 50 kg e de acordo com a Legislação Municipal específica. Fonte: CEMPRE (2000). 27 Entre os diferentes tipos de resíduos gerados pelas atividades humanas, os produzidos nos serviços de saúde têm merecido maior atenção nos últimos anos, particularmente pelo potencial risco de disseminação da Aids (Síndrome de Imunodeficiência Adquirida) e da Hepatite B (TAKAYANAGUI, 1993). A produção dos RSSS no Estado de São Paulo, em 1988, atingiu menos de 2% do volume de resíduos sólidos domésticos e, embora representem uma pequena parcela em relação ao total de resíduos sólidos gerados por uma comunidade, são quase sempre considerados de alto risco. Para muitos autores significam um risco em potencial para a saúde humana e ambiental. Já para outros, não representam maior risco para a comunidade que os resíduos domésticos (TAKAYANAGUI, 1993). Entretanto, no contexto nacional, as opiniões divergentes sobre o risco de periculosidade dos RSSS, na sua maioria, são diferenciadas devido à ausência de fatos que comprovem que esses resíduos causam doenças nas pessoas que desenvolvem atividades nos serviços de saúde. A literatura relata a importância de riscos infecciosos associados aos RSSS, principalmente relacionados aos materiais perfurocortantes, como principal perigo à saúde ocupacional. Apresenta ainda que, a adoção de precauções mais criteriosas, referentes aos materiais perfurocortantes, deve-se à maior possibilidade da transmissão de doenças, por meio do contato com o sangue contaminado (TAKAYANAGUI, 1993). 1.3.1 CLASSIFICAÇÃO DOS RSSS Considerando a necessidade de prevenir e reduzir os riscos à saúde e ao meio ambiente, a Resolução CONAMA 358/05 (Anexo III), dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos RSS. O Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS), documento integrante do processo de licenciamento ambiental, baseado nos princípios da não geração de resíduos e na minimização da geração de resíduos, que aponta e descreve as ações relativas ao seu manejo. O gerenciamento dos RSSS constitui-se em um conjunto de procedimentos de gestão, planejados e implementados a partir de bases científicas 28 e técnicas, normativas e legais, com o objetivo de minimizar a produção de resíduos e proporcionar aos resíduos gerados, um encaminhamento seguro, de forma eficiente, visando à proteção dos trabalhadores, a preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio ambiente. Esse deve abranger o planejamento dos recursos físicos, recursos materiais e a capacitação dos recursos humanos envolvidos no manejo dos RSSS. Conforme a Resolução CONAMA nº 358/05 (Anexo III), todo gerador deve elaborar um PGRSS, baseado nas características dos resíduos gerados e na classificação, estabelecendo as diretrizes de manejo dos RSSS: Segregação: Consiste na separação do resíduo no momento e local de sua geração, de acordo com as características físicas, químicas, biológicas, a sua espécie, estado físico e classificação. Acondicionamento: consiste no ato de embalar corretamente os resíduos segregados, de acordo com a suas características, em sacos e/ou recipientes impermeáveis, resistentes à punctura, ruptura e vazamentos. Identificação: conjunto de medidas que permite o reconhecimento dos resíduos contidos nos sacos e recipientes, fornecendo informações ao correto manejo dos RSSS. A identificação deve estar aposta nos recipientes, em local de fácil visualização, de forma indelével, utilizando-se símbolos baseados na norma da ABNT, NBR 7.500. Transporte Interno: consiste no translado dos resíduos dos pontos de geração até o local destinado ao armazenamento temporário ou à apresentação para a coleta externa. Armazenamento Temporário: consiste na guarda temporária dos recipientes contendo os resíduos já acondicionados, em local próximo aos pontos de geração, visando agilizar a coleta dentro do estabelecimento, e otimizar o translado entre os pontos geradores e o ponto destinado à apresentação para coleta externa. Tratamento: consiste na aplicação de método, técnica ou processo que modifique as características biológicas ou a composição dos RSSS, que leve à redução ou eliminação do risco de causar doença. O tratamento pode ser aplicado no próprio estabelecimento gerador ou em outro estabelecimento, observadas nestes casos, as condições de segurança para o transporte entre 29 o estabelecimento gerador e o local de tratamento. Os sistemas para tratamento de resíduos de serviços de saúde devem ser objeto de licenciamento ambiental, por órgão do meio ambiente e são passíveis de fiscalização e de controle pelos órgãos de vigilância sanitária e de meio ambiente. Armazenamento Externo: consiste na guarda dos recipientes de resíduos até a realização da coleta externa, em ambiente exclusivo com acesso facilitado para os veículos coletores. Coleta e Transporte Externos: a coleta e transporte externos consistem na remoção dos RSSS do abrigo de resíduos (armazenamento externo) até a unidade de tratamento ou destinação final, utilizando-se técnicas que garantam a preservação da integridade física do pessoal, da população e do meio ambiente, devendo estar de acordo com as orientações dos órgãos de limpeza urbana. Destinação Final: consiste na disposição de resíduos no solo, previamente preparado para recebê-los, obedecendo a critérios técnicos de construção e operação, e licenciamento em órgão ambiental competente. Segundo a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, (ANVISA) n. 306/2004 (Anexo II) os RSSS estão classificados em cinco grupos distintos: Grupo A: resíduos com risco biológico Grupo B: resíduos com risco químico Grupo C: rejeitos radioativos Grupo D: resíduos comuns Grupo E: perfurocortantes Ao longo da pesquisa, tornou-se mais fácil a percepção de que, unir a preservação do meio ambiente com o desenvolvimento econômico do século XXI é uma tarefa bastante árdua, porém possível. O crescimento econômico não precisa necessariamente, como muitos pensam, estar vinculado ao desgaste ambiental. Muito pelo contrário, atualmente, essa conciliação não deve ocorrer apenas em razão da pressão exercida pela sociedade e organizações mundiais ligadas à proteção ambiental, mas acima de 30 tudo, pela real necessidade humana de resguardar um ambiente favorável à vida das presentes e futuras gerações. Como forma de garantir o desenvolvimento pleno, compatibilizando a preservação ambiental em todos os seus aspectos com a evolução da economia, o fator tempo/espaço constitui-se de forma essencial. Sendo assim, esta busca pelo desenvolvimento sustentável tem que ser realizada de forma contínua e com abrangência mundial, sendo co-responsáveis todas as nações e tendo como finalidade uma vida mais saudável para todas as espécies presentes e futuras do globo. Estudamos o município de São Sebastião do Paraíso (MG), tendo como base a identificação e o volume dos RSSS gerados, buscando alternativas para um plano de gerenciamento desses resíduos. 1.4 PROMOÇÃO DA SAÚDE A promoção da saúde pode ser definida como um conjunto de atividades que auxiliam as pessoas a desenvolverem os recursos, com o objetivo de melhorar sua qualidade de vida. É um processo ativo que visa enfocar o potencial da pessoa, no sentido de modificar hábitos pessoais, estilo de vida e ambiente, de modo a reduzir riscos. Ela tem como meta, encorajar as pessoas a alcançar o maior nível possível de bem-estar, de tal forma que elas possam viver uma vida saudável através da prevenção de doença (SMELTZER; BARE, 2002). 1.5 O PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA As ciências humanas tomaram a saúde como objeto de estudo, analisando as práticas, a qualidade do cuidado, as expectativas do cliente, a resolutividade e as profissões, buscando tornar o cidadão mais consciente de seu importante papel social. Incrementaram os estudos sobre os determinantes não biológicos do processo saúde-doença, relações familiares e bioética, reformulando conceitos de saúde, doença, papel do Estado e da sociedade. Na tentativa de reorganizar a atenção básica em saúde, em substituição à prática assistencial vigente, voltada para a cura de doenças, o 31 Ministério da Saúde (MS) do Brasil, em 1994, assumiu o desafio de incorporar, em seu plano de ações e metas prioritárias, as estratégias de Saúde da Família, embasadas nos princípios da universalidade, equidade e integralidade da assistência (ROCHA; NASCIMENTO; LIMA, 2002). Sob essa ótica, a estratégia utilizada no Programa Saúde da Família (PSF) visa à reversão do modelo assistencial atual. Tal estratégia elegeu como ponto básico o estabelecimento de vínculos e a criação de laços de compromisso e de co-responsabilidade entre os profissionais de saúde e a população. Para tanto, faz-se necessária a mudança do objeto de atenção, forma de atuação e organização dos serviços, em novas bases e critérios (SANTOS et al, 2002). No ano de 1998, o PSF foi definido como estratégia para a organização do sistema de saúde. Foi criado o Departamento de Atenção Básica com a determinação de consolidar a estratégia de Saúde da Família, sendo estruturado o Sistema de Informações da Atenção Básica (SIAB) para acompanhar a implementação e monitorar os resultados do PSF (SANTOS et al, 2002). O MS, a partir de novembro de 1999, reajustou então os valores dos repasses e introduziu uma nova modalidade, para cálculo dos incentivos financeiros do Piso de Atenção Básica (PAB), variável referente ao PSF, remunerando melhor os municípios com maior cobertura populacional das USF (SANTOS et al, 2002). Dessa forma, evolui das características iniciais de “Programa verticalizado” para o sentido de “Estratégia”, com caráter substitutivo do modelo assistencial vigente. Nessa perspectiva, o “novo modelo” teria que atentar para as necessidades de saúde da população, num dado território (SANTOS et al, 2002). A importância do trabalho em equipe na USF é ressaltada, principalmente, pelo aspecto de integralidade nos cuidados de saúde. A abordagem integral dos indivíduos/famílias é facilitada pelos olhares dos distintos profissionais que compõem as equipes interdisciplinares. Dessa maneira pode-se obter um maior impacto sobre os diferentes fatores que interferem sobre o processo saúde-doença. Para a orientação das práticas, o PSF prevê: diagnóstico de saúde da comunidade, planejamento e programação local, complementaridade, abordagem multiprofissional, referência e contra-referência, educação continuada, integração intersetorial, acompanhamento, avaliação e controle social (SANTOS et al, 2002). 32 Nesse modelo, a família passa a ser objeto de atenção, compreendida a partir do ambiente onde vive, constroem-se as relações intra e extra-familiares e desenvolve-se a luta pela melhoria das condições de vida. Somado a essa dimensão, é importante entender que as relações entre as famílias e os serviços de saúde estão inseridas em um conjunto de determinantes sociais, políticos e econômicos. Só a intervenção e recuperação do corpo biológico não têm respondido de forma plena às necessidades de saúde, pois estas vão além e demandam uma atenção que leve em conta a integralidade do ser humano, a qualidade de vida e a promoção da saúde (ROCHA; NASCIMENTO; LIMA, 2002). 33 2. OBJETIVOS 2.1 OBJETIVOS GERAIS - Descrever o gerenciamento de RSSS de São Sebastião do Paraíso (MG). - Estudar a percepção dos profissionais das USF sobre os riscos de acidentes de trabalho a que estão expostos. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS - Conhecer o gerenciamento dos RSSS através da visão do gerente municipal. - Identificar as concepções dos profissionais de saúde das USF, que manuseiam os RSSS, sobre os riscos de acidentes com perfurocortantes. - Estabelecer uma relação entre do nível de conhecimento sobre o gerenciamento dos RSSS no local de trabalho e sua formação profissional. - Conhecer o gerenciamento dos RSSS através da visão do gerente do serviço terceirizado sobre a etapa pós-coleta. 34 3. MATERIAIS E MÉTODOS Trata-se de um estudo descritivo e exploratório, utilizando-se entrevistas semi-estruturadas, aplicadas a três categorias de sujeitos distintas para obtenção dos resultados. 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO 3.1.1 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE SÃO SEBASTIÃO DO PARAÍSO (MG). O Município de São Sebastião do Paraíso está localizado na Região Sul de Minas Gerais, com uma área de 838 km² (83.800 hectares), a uma altitude de 940 metros. Sua posição geográfica é no paralelo 20°54’ de latitude sul, em sua interseção com o meridiano de 46°59’ de longitude oeste (Figuras 1 e 2). Possui 66.231 habitantes sendo 58.340, localizados na área urbana, o que equivale a 88,1% da população e 7.891 habitantes localizados na área rural, sendo 11,9% da população (IBGE, 2007). 35 Figura 1. Macrolocalização da cidade de São Sebastião do Paraíso (MG). Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Sul_de_Minas_Gerais Figura 2. Imagem de Satélite do Município de São Sebastião do Paraíso (MG). Fonte: Google Maps, http://maps.google.com.br, 2008. 36 O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,812 (PNUD, 2000), sendo o PIB de R$576.972,00 (IBGE, 2005) e a Renda per capita anual de R$8.994,00 (IBGE, 2005). Segundo os dados do Departamento de Agricultura e Meio Ambiente e Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER), a economia do município é baseada principalmente na agropecuária, exportando vários produtos desse setor para outras regiões e mesmo para o exterior, sendo o café a cultura mais importante. A captação de água para uso doméstico no município de São Sebastião do Paraíso (MG) é 100% superficial. O Sistema de esgoto sanitário se resume basicamente em redes coletoras de esgoto, lançadas “in natura” nos Córregos do Liso, do Rangel, da Lagoinha e do Bosque (SIPAM, 1998). 3.1.2 CARACTERIZAÇÃO DO SERVIÇO DE SAÚDE DE SÃO SEBASTIÃO DO PARAÍSO (MG) O Serviço de Saúde do município de São Sebastião do Paraíso (MG) é formado por dois hospitais, sendo um para Clínica Geral (Santa Casa de Misericórdia de São Sebastião do Paraíso) e o outro especializado em Clínica Psiquiátrica (Hospital Gedor Silveira). A Rede Pública Municipal compreende: PAM, Posto de Puericultura, PSF, Vigilância Epidemiológica, NAPS (Núcleo de Assistência Psicossocial), CEO (Centro Especializado de Odontologia). Dos Serviços de Saúde existentes no Município, trabalhamos nesta pesquisa com todas as 14 USF, cuja distribuição espacial encontra-se na Figura 3. 37 Legenda: USF – “José Bento dos Santos” USF – “Maria de Paula Ribeiro” USF – “João Silva” USF – “Terezinha Vergani Tofetti” USF – “Olívia Candiani Bérgamo” USF – “Carine Abud” (Guardinha) USF – “Dr. João Grau Brigagão” USF – “Dr. Álvaro Pinto Vilela” USF – “Dr. Hermantino Patrício de Oliveira” USF – “Dr. José Spósito” USF – “Dr. Urias Soares de Moraes” USF – “Vereadora Maria Aparecida Pimenta Pedroso” USF – “Dr. Pedro Antônio Marques” USF – “Dr. José Soares Brandão” • Figura 3: Áreas de Abrangência das Unidades das Equipes de Saúde da Família (USF’s) Fonte: http://www.paraiso.mg.gov.br - modificado 3.2 SUJEITOS DO ESTUDO Fizeram parte deste estudo 71 sujeitos que estão envolvidos diretamente com o manuseio dos RSSS gerados no PSF, durante o período de 20 de junho a 18 de agosto de 2008 (Tabela 01). Tabela 01 – Funcionários das USF que manuseiam RSSS (sujeitos do estudo). USF 1 2 3 4 5 6 7 8 USF – “José Bento dos Santos” USF – “Maria de Paula Ribeiro” USF – “João Silva” USF – “Terezinha Vergani Tofetti” USF – “Olívia Candiani Bérgamo” USF – “Carine Abud” USF – “Dr. João Grau Brigagão” USF – “Dr. Álvaro Pinto Vilela” Número Famílias Cadastradas Número de Funcionários Funcionários Manuseadores de RSSS Nº % 1122 15 07 46,7 908 14 06 42,8 1136 11 03 27,2 945 13 05 38,4 1025 11 03 27,2 680 12 06 50,0 1085 15 07 46,7 1128 21 06 28,5 continua >>> 38 >>> continuação 9 10 11 12 13 14 Pinto Vilela” USF – “Dr. Hermantino Patrício de Oliveira” USF – “Dr. José Spósito” USF – “Dr. Urias Soares de Moraes” USF – “Vereadora Maria Aparecida Pimenta Pedroso” USF – “Dr. Pedro Antônio Marques” USF – “Dr. José Soares Brandão” Total 1016 13 05 38,4 1080 13 05 38,4 1056 11 03 27,2 1124 11 03 27,2 1075 13 05 38,4 1031 13 05 38,4 186 69 37,0 Fonte: Secretaria Municipal de Saúde. 3.3 PROCEDIMENTOS ADOTADOS PARA A COLETA DE DADOS O Projeto de Pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade de Franca (Processo n. 0086.0.393.393-08), que deliberou a aprovação do mesmo em 13 de maio de 2008 (Anexo I). A coleta de dados iniciou-se no dia 20 de junho de 2008, após autorização da Secretaria de Saúde e Ação Social para realização da pesquisa. Antes de cada entrevista, os participantes foram esclarecidos sobre as propostas da pesquisa e só então assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (Apêndice I). O término da coleta ocorreu em 18 de agosto de 2008. A entrevista com o sujeito número um foi realizada na sede da Coordenação da Vigilância Sanitária, com horário previamente agendado, tendo duração de duas horas. As entrevistas dos profissionais de Saúde foram realizadas nos locais de trabalho, sem agendamento prévio. A média de tempo utilizado na realização das entrevistas foi de 40 minutos, no total de aproximadamente 50 horas. Com o sujeito número três, (Apêndice IV), da empresa coletora dos RSS, foi agendada entrevista na sede da Empresa Ecosul, na cidade de Poços de Caldas (MG), com duração de 01:35 horas. 39 3.4 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS Os dados das três categorias de sujeitos da pesquisa foram obtidos por meio de entrevistas semi-estruturadas. Para tal, foram elaborados três roteiros específicos para cada uma, contendo perguntas abertas e fechadas. Na entrevista realizada com o sujeito número um (Apêndice II) foram levantados dados de identificação do mesmo, aspectos relativos à quantidade de RSSS, aos coletores de RSSS e ao gerenciamento dos resíduos como um todo. Nas entrevistas com os 69 profissionais das USF manuseadores de RSSS, (Apêndice III), foram levantados dados de identificação dos sujeitos, dados relacionados à moradia e ao lazer, às condições de trabalho, às condições de manuseio dos resíduos, aos acidentes de trabalho, às condições de saúde e algumas considerações gerais e finais. Na entrevista com o sujeito número três, (Apêndice IV), foram levantados dados de identificação do mesmo, os dados referentes às condições de saúde e de trabalho dos coletores, os relativos às condições de manuseio dos RSSS, os relacionados à empresa coletora e algumas considerações finais. Em um primeiro momento, foi realizada entrevista piloto com dois enfermeiros e quatro acadêmicos de enfermagem em um total de seis profissionais, após a qual, foram adequadas de acordo com as sugestões. 40 4. RESULTADOS 4.1 O GERENCIAMENTO DOS RSSS NO MUNICÍPIO DE SÃO SEBASTIÃO DO PARAÍSO (MG) DE ACORDO COM O SUEITO NÚMERO UM De acordo com as informações fornecidas pelo sujeito número um, até 2005, o gerenciamento dos RSSS era feito pelo Serviço de Vigilância Sanitária (SVS), o qual não utilizava transporte adequado; os RSSS eram coletados e dispostos na sede do SVS; só então eram levados à Santa Casa local, onde eram queimados, em um forno improvisado. Em 2005, foi feito um relatório pelo sujeito pesquisado e apresentado ao Secretário Municipal de Saúde, mostrando a necessidade de resolução do problema. De acordo com o relatório, seria necessário que os produtores de RSSS, se responsabilizassem pela coleta adequada. Em 2006, o entrevistado coordenou o primeiro Encontro Municipal sobre RSSS, com vários participantes, entre eles, médicos, dentistas, veterinários, enfermeiros, bioquímicos, biomédicos, proprietários de farmácias, de laboratórios e outros para esclarecimentos sobre a legislação vigente (Resolução RDC 306/04 da ANVISA e Resolução CONAMA 358/05). Após este encontro, foram realizadas várias reuniões com os produtores de RSSS. A partir de então, algumas empresas apresentaram o Plano de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) e contrataram uma empresa especializada para coleta, tratamento e destino final dos resíduos. Em abril de 2007, a Prefeitura Municipal por meio de licitação com a participação de quatro empresas, contratou uma empresa para coletar, tratar e dar o destino final aos RSSS gerados no município. Assim, a partir de abril de 2007, a coleta dos RSSS começa a ser realizada pela Empresa Ecosul, com sede em Poços de Caldas (MG), através de contrato de prestação de serviços entre a referida empresa e a Prefeitura. 41 O valor informado, cobrado pela Empresa Ecosul é de R$1,70 o quilo de RSSS coletado, transportado e tratado por autoclave. O preço atual é inferior ao valor pago anteriormente no contrato emergencial, realizado por outra empresa. O município fiscaliza a coleta operada pela empresa através do SVS. Conforme relato da entrevistada, os funcionários que fazem a coleta dos RSSS são de responsabilidade da Empresa Ecosul. A entrevistada não soube informar sobre as exigências para contratação dos funcionários da Ecosul, motoristas ou coletores, a jornada de trabalho, o tipo de vínculo empregatício, a existência de capacitação inicial e temporária, assistência médica e imunização dos coletores, e o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), uma vez que tratase de um serviço terceirizado. Informou que estes itens não foram verificados pelo SVS do Município pelo fato de terem sido apresentados documentos legais, tais como, licença ambiental e alvará sanitário do Município sede, Poços de Caldas (MG). De acordo com relato da entrevistada, não foi notificado nenhum acidente de trabalho desde que se encontra na gerência. Referiu também que não houve relato dos coletores terem encontrado materiais cortantes ou perigosos durante a realização do seu trabalho. Embora acidentes de trabalho não tenham sido notificados, a entrevistada identificou como as causas mais comuns de acidentes, o fato dos RSSS serem acondicionados inadequadamente, os profissionais não utilizarem os EPI e o fato de muitos manuseadores não serem capacitados para manuseio de RSSS. Segundo a entrevistada, os coletores têm contato manual com os RSSS e, em função disso correm riscos de perfurações e cortes, riscos estes, que poderiam ser minimizados com uso correto dos EPI. Em seu relato sobre o PGRSS apresentado ao SVS do Município, a entrevistada relatou que são gerados e transportados Resíduos dos grupos A1, A4, B e E segundo a RDC n. 306/04 (Anexo II). Os RSSS são transportados em veículos (Furgão Fiat) de propriedade da Empresa Ecosul. O RSSS é armazenado na própria USF e recolhido pelo funcionário da Ecosul, não sendo permitido o transporte em veículos particulares. A coleta não é realizada diariamente e de acordo com os dados mensais, a quantidade de RSSS das USF é de aproximadamente 20 Kg por dia. O Contrato de Prestação de Serviço entre Prefeitura e Ecosul, prevê que os 42 RSSS devam ser pesados na coleta, com assinatura do funcionário da Empresa e do responsável pela USF. 4.2 O GERENCIAMENTO DOS RSSS NO MUNICÍPIO DE SÃO SEBASTIÃO DO PARAÍSO (MG) DE ACORDO COM OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE MANUSEADORES DE RSSS. 4.2.1 PERFIL DOS PROFISSIONAIS Os resultados desse estudo revelam a percepção dos profissionais de saúde da USF do Município de São Sebastião do Paraíso (MG), que será detalhada a seguir. Dentre os profissionais entrevistados, 50 são do sexo feminino e 19 do sexo masculino, com idades variando entre 18 a 75 anos, com média de 33,2 anos, conforme Tabela 02. Tabela 02. Distribuição dos profissionais de saúde das USF de São Sebastião do Paraíso (MG), que manuseiam RSSS. Nome do Local (USF) José Bento dos Santos Maria de Paula Ribeiro João Silva Terezinha Vergani Tofetti Profissionais 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Enfermeiro Médico TE Cirurgião Dentista ACD TE AE Enfermeiro Médico TE Cirurgião Dentista ACD TE Enfermeiro Médico TE Enfermeiro Médico AE Cirurgião Dentista Sexo F M F M F F F M M F F F F M M F F F F F Idade 27 35 50 46 47 39 54 24 26 44 31 28 28 31 24 27 48 29 32 49 Nível de Instrução Superior Superior Ensino Médio Superior Ensino Médio Ensino Médio Ensino Médio Superior Superior Ensino Médio Superior Ensino Médio Ensino Médio Superior Superior Ensino Médio Superior Superior Ensino Médio Superior 43 >>> continuação Olívia Candiani Bérgamo Carine Abud Dr. João Grau Brigagão Dr. Álvaro Pinto Vilela Dr. Hermantino Patrício Oliveira Dr. José Spósito Dr. Urias Soares de Moraes Vereadora Maria Aparecida Pimenta Pedroso Dr. Pedro Antônio Marques 21 ACD F 18 22 23 24 25 26 Enfermeiro Médico TE Enfermeiro Médico F F F F M 26 29 23 26 35 27 AE F 41 28 29 30 31 32 33 34 Cirurgião Dentista ACD TE Enfermeiro Médico AE Cirurgião Dentista F F F F M F F 27 24 36 27 53 39 47 35 ACD F 18 36 TE F 49 37 TE F 35 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 Enfermeiro Médico TE TE Cirurgião Dentista ACD Enfermeiro Médico TE Cirurgião Dentista ACD Enfermeiro Médico TE Cirurgião Dentista ACD Enfermeiro Médico TE Enfermeiro Médico TE Enfermeiro Médico F M F M M F F M F F F F M F F F F M F M M F F M 23 31 32 30 54 34 26 35 36 34 31 26 31 42 45 26 26 28 25 28 70 29 25 75 62 TE F 25 63 Cirurgião Dentista F 47 Superior Incompleto Superior continua >>> Superior Ensino Médio Superior Superior Ensino Médio Incompleto Superior Ensino Médio Ensino Médio Superior Superior Ensino Médio Superior Superior Incompleto Ensino Médio Superior Incompleto Superior Superior Ensino Médio Ensino Médio Superior Ensino Médio Superior Superior Ensino Médio Superior Fundamental Superior Superior Ensino Médio Superior Ensino Médio Superior Superior Ensino Médio Superior Superior Ensino Médio Superior Superior Superior Incompleto Superior 44 >>> continuação Dr. José Soares Brandão 64 ACD F 27 65 66 Enfermeiro Médico M M 37 40 67 TE F 22 68 Cirurgião Dentista F 37 69 ACD F 25 Superior Incompleto continua >>> Superior Superior Superior Incompleto Superior Superior Incompleto 4.2.2 DADOS RELACIONADOS ÀS CONDIÇÕES DE TRABALHO Quando questionados sobre o seu nível de satisfação no trabalho, 52 profissionais afirmaram estar satisfeitos e 17 parcialmente satisfeitos, não havendo nenhum insatisfeito com o trabalho. Entre os que afirmam estarem satisfeitos, a maioria (36), referiu que gosta do trabalho (Tabela 03). Tabela 03. Justificativas apresentadas por profissionais de saúde sobre a satisfação com o trabalho. Justificativas da Satisfação com o Trabalho Gosta do Trabalho Realização Profissional Gosta da Equipe de Trabalho Local bom para trabalhar É o que sempre desejou fazer Salário Bom O Trabalho não é estressante Gosta da Autonomia que tem Gosta de Trabalhar com Pessoas Carentes Consegue conciliar a vida pessoal com o trabalho Concretiza muitos ideais Total Das justificativas, para Número 36 03 02 02 01 01 01 01 01 01 01 52 a insatisfação, está em destaque a remuneração, sendo citada por três profissionais como inadequada para a demanda de trabalho e para a carga horária, que é de 40 horas semanais (oito horas de 2ª- a 6ª-feira), (Tabela 04). 45 Tabela 04. Justificativas para satisfação parcial com o trabalho referidas pelos profissionais manuseadores de RSSS. Justificativas da Satisfação Parcial com o Trabalho Remuneração Falta de Estabilidade Gostaria de Desenvolver outro Trabalho Condições Físicas Forma de Trabalho Falta de Apoio da Coordenação Falta Conscientização da População Problemas por ser ano de eleições Trabalho Rotineiro Falta Material Região Carente Dificuldade em Trabalhar em Equipe Total Número 03 02 02 02 01 01 01 01 01 01 01 01 17 Com relação à renda familiar, cerca de um terço dos profissionais preferiram não declarar sua renda. No tabela 05, é possível observar a renda familiar em salários mínimos, dos profissionais de saúde entrevistados. Tabela 05. Renda familiar, em salários mínimos, dos profissionais de saúde manuseadores RSSS das USF de São Sebastião do Paraíso (MG). Renda Familiar em Salários Mínimos 1 I— 2 2 I— 4 4 I— 6 6 I— 8 8 I— 10 10 I— 12 12 I— 27 Não Declarados Nº % 06 12 14 04 05 07 02 19 8,7 17,4 20,3 5,8 7,3 10,1 2,9 27,5 Ao serem investigados sobre o fornecimento de EPI, 63 profissionais afirmaram que recebem EPI e seis disseram que não recebem nenhum tipo de EPI. Dos 63 profissionais que afirmaram receber EPI, todos relataram receber luvas de procedimento; 53 disseram receber também máscaras cirúrgicas descartáveis; 21 informaram receber bonés; 20 afirmaram receber óculos de proteção; 15 profissionais citaram os gorros descartáveis; 13 afirmaram receber 46 jalecos; 11 profissionais referiram receber protetor solar e dois relataram o recebimento de botas plásticas (Tabela 06). Os seis profissionais que referiram não receber nenhum tipo de EPI, eram Auxiliares de Enfermagem e Técnicos em Enfermagem (vacinadores). Tabela 06. Distribuição do uso de EPI pelos profissionais manuseadores de RSSS nas USF. EPI’s Luvas de Procedimento Máscaras Cirúrgicas Descartáveis Bonés Óculos de Proteção Gorros Descartáveis Jalecos Protetor Solar Nenhum Botas de Plástico Número 63 53 21 20 15 13 11 06 02 Quando questionados sobre o uso adequado dos EPI, 59 profissionais declararam fazer uso adequado dos EPI fornecidos; quatro profissionais relataram que usam parcialmente os EPI e seis disseram que não usam EPI; os profissionais que declararam não usar nenhum tipo de EPI foram os técnicos em enfermagem que trabalham como vacinadores. Ao serem indagados sobre o uso de uniformes, 59 profissionais afirmaram usar uniformes de tecido branco comum, contra 10 profissionais que afirmaram não usar uniformes. Com relação à distribuição de EPI, dos 69 profissionais entrevistados, 55 afirmaram que a distribuição está de acordo com a necessidade, enquanto que 14 profissionais discordaram com esta afirmação. Quando questionados sobre a fiscalização do uso de EPI, 55 dos profissionais informaram que não são fiscalizados, enquanto que 14 profissionais disseram que sim. Entre os 14 profissionais que afirmaram que o uso de EPI é fiscalizado, seis afirmaram serem fiscalizados pelo enfermeiro, três afirmaram que é da competência da secretária da coordenação da PSF, dois disseram serem fiscalizados pelos dentistas, outros dois não sabem por quem são fiscalizados e apenas um afirmou ser fiscalizado pela dentista coordenadora. 47 Quando perguntados sobre a participação em treinamentos antes de iniciarem o trabalho na USF, 55 profissionais afirmaram que não participaram de nenhum treinamento e 14 afirmaram que participaram. Dos 14 profissionais que participaram de treinamento, foi questionada a duração do treinamento, cinco profissionais referiram que o treinamento foi durante a graduação, três profissionais citaram treinamento com duração de quatro horas; três profissionais não souberam informar a duração do treinamento, um profissional citou treinamento com duração de 100 horas, um com duração de oito horas e um com duração de uma hora. (Tabela 07). Tabela 07. Duração de treinamento referida pelos profissionais manuseadores de RSSS. Duração de Treinamento Número 01 hora 01 04 horas 03 08 horas 01 100 horas 01 Durante a Graduação 05 Não Sabe 03 Quando questionados a respeito da participação em cursos após iniciarem o trabalho na USF, 40 profissionais, o que representa 58%, responderam que não participaram de nenhum e 29 profissionais (42%) afirmaram que participaram. Entre os 29 profissionais que referiram participar de cursos, 10 citaram terem participado de treinamentos sobre biossegurança; seis profissionais responderam que participaram de curso sobre o destino final dos RSSS e outros seis disseram não se lembrarem do assunto dos cursos; três profissionais disseram que participaram de cursos com a equipe da Vigilância Sanitária; dois profissionais relatam a participação em cursos de prevenção de acidentes; um profissional relatou ter participado em curso de capacitação administrado pela Ecosul e, ainda, um profissional referiu a participação em um curso sobre uso e descarte de perfurocortantes (Tabela 08). 48 Tabela 08. Participação em cursos referida pelos profissionais manuseadores de RSSS. Tipos de Cursos Biossegurança Destino final dos RSSS Não lembravam Com a equipe da vigilância sanitária Prevenção de Acidentes Capacitação Ministrada pela Ecosul Uso e Descarte de Perfurocortantes Número 09 06 06 04 02 01 01 Quando questionados sobre quais os componentes que deveriam estar presentes de maneira a formar uma equipe completa de manuseadores de RSSS, 61 profissionais não souberam informar; os oito profissionais restantes, cada qual com uma citação descrita abaixo, conforme Tabela 09. Tabela 09. Respostas obtidas dos manuseadores sobre a composição de uma equipe de manuseadores de RSSS Respostas Não souberam Ecosul, Enfermeiro e AE Enfermeiro e TE Enfermeiro, TE e ACD Equipe de Enfermagem e os Coletores É terceirizado Médico, Enfermeiro, TE, Agente de Saúde e Faxineiro Médico, Enfermeiro e TE Médico, Enfermeiro, AE e Faxineiro Número 61 01 01 01 01 01 01 01 01 Quando os profissionais foram questionados a respeito do risco no trabalho, 65 afirmaram que correm algum tipo de risco e quatro relatam que não acreditam que correm risco, conforme relatou um destes profissionais: “Realizo procedimentos simples. Há os riscos próprios da profissão” (Entrevistado n. 61). Dentre os profissionais entrevistados, a perfuração, foi o risco mais citado, seguido por “pegar alguma doença”, citados no Tabela 10. 49 Tabela 10. Riscos referidos pelos manuseadores de RSSS do município de São Sebastião do Paraíso – MG. Riscos Perfuração Pegar alguma doença Contaminação Contaminação com Secreções Contato com o Sangue Através das Vias Aéreas Superiores Exposição a materiais Biológicos e Físicos Acidente de Trabalho Falta de EPI’S Não há Dispositivos Corretos para os RSSS Contaminação com DST Contaminação do Ambiente Espaço Físico Inadequado Manuseio de Material Procedimentos Realizados na mesma Sala Radioatividade Número 41 23 16 09 08 05 05 03 01 02 01 01 01 01 01 01 4.2.3 DADOS RELACIONADOS ÀS CONDIÇÕES DE GERENCIAMENTO DOS RSSS. Quando indagados sobre o destino dos RSSS, 59 profissionais relataram que esses materiais são simplesmente transferidos; sete profissionais não souberam informar; dois profissionais informam que os RSSS são tratados antes de serem transferidos e um respondeu que há coleta seletiva. Quando questionados sobre o local onde os RSSS são depositados, 19 profissionais não souberam responder, outros responderam de maneiras diversas sobre o destino dos resíduos (Tabela 11). Tabela 11. Destino dos RSSS referidos pelos manuseadores da USF de São Sebastião do Paraíso (MG). Local de depósito dos RSSS Número Não Souberam 19 Na área externa 07 Em um recipiente na área externa da 05 USF Na área externa da Unidade em um 05 recipiente próprio, de plástico Em tambores grandes, na área externa 04 da USF continua >>> 50 >>> continuação da USF Em uma lixeira (coletor maior) na área externa da USF Na sala de resíduos Em tambor fornecido pela Ecosul Em um latão de resíduo Eles não são depositados Em baldes para resíduos infectocontagiosos e químico Em dois latões grandes um de não contaminado e um contaminado Em um recipiente com tampa, na área externa da USF Em uma sala, no próprio saco Em um depósito, no próprio saco Em tambores próprios Em um espaço aberto, na área externa da Unidade, em tambores Em um tambor próprio Em um tambor que fica no quintal Em um tambor na área externa da USF Na área de Serviço Na área externa da Unidade em tambores próprios, identificados Na área externa em um recipiente de plástico Não tem depósito Na Sala de Resíduos em recipientes de plástico rígido, devidamente identificado No expurgo No resíduo 04 03 02 02 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 Quando questionados sobre os RSSS descartados com mais frequência, os profissionais citaram as agulhas para injeção, seguido das luvas de procedimento. Com relação ao acondicionamento dos RSSS, os profissionais referiram diferentes formas para esta pergunta. Entre os materiais utilizados para acondicionamento, os sacos ou sacolas plásticas descartáveis foram citados 59 vezes, seguido de recipientes plásticos citados 56 vezes, e em menor escala foram citados caixas de papelão, vidro com água para depositar restos de amálgama, tambores, recipientes de metal. Quando questionados sobre o estado de conservação do veículo transportador dos RSSS, 23 profissionais referiram que o carro se encontra em bom 51 estado de conservação, 31 não souberam responder, não viram ou não observaram, três profissionais referiram que o estado geral do veículo coletor é ruim. Com relação à frequência em que os RSSS são coletados, 28 profissionais responderam que a coleta é realizada semanalmente, 24 profissionais não souberam informar, oito profissionais afirmaram que a coleta é realizada quinzenalmente, quatro profissionais afirmaram que a coleta é realizada mensalmente, três profissionais afirmaram que a coleta se realiza duas vezes por semana, um profissional referiu que a coleta é realizada diariamente e um último citou ‘quando enche’, referindo-se ao recipiente onde os RSSS são descartados. 4.2.4 DADOS RELACIONADOS A ACIDENTES DE TRABALHO Com relação aos acidentes de trabalho, 53 profissionais relataram nunca terem se acidentado, o que corresponde a 76.8% e 16 (23.2%) afirmaram já ter sofrido algum tipo de acidente. Entre os 16 que se acidentaram, 12 referiram ter sofrido perfuração com agulhas de seringas, dois referiram ter sofrido perfuração com instrumentos, um com gotículas de vacina e um referiu ter sofrido arranhadura com instrumental. Com relação às partes do corpo mais afetadas durante os acidentes de trabalho, dedos da mão foram citados por nove profissionais, mão por cinco profissionais e um profissional referiu ter sido atingido no olho. As causas mais comuns de acidentes ocorridos durante a realização do trabalho, referidas pelos profissionais, apresentam-se distribuídas na tabela 12, onde pode se observar que houve mais de uma citação por profissional. Tabela 12. Causas mais comuns de acidentes de trabalho referidas pelos manuseadores de RSSS. Causas de Acidentes Falta de Atenção/ Descuido/ Falta de Cuidado Pressa Falta de Uso de EPI Manuseio Incorreto Distração Falta de Técnica Fatalidade (Acidente mesmo) Ansiedade Imprudência Instrumentos Despreparo Número 46 15 08 06 05 07 04 02 02 02 02 Continua >>> 52 >>> continuação No descarte de perfurocortantes A condição do paciente Cansaço Condições de Trabalho Demanda de Serviço Emergência na conduta a ser tomada EPI de Qualidade Ruim Excesso de Confiança Falta de Capacitação de Alguns Profissionais Falta de Informação sobre EPI’s Falta de Local Adequado para Armazenamento Falta de Organização Irresponsabilidade dos Funcionários de não separarem os Materiais Adequadamente Local para descarte dos Resíduos inadequado Materiais de Acondicionamento Inadequado Material Inadequado Não Sabe Negligência Pressão (Rapidez no atendimento) Qualidade Péssima dos Equipamentos Tipo de Trabalho na Unidade 02 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 Quando perguntados sobre a necessidade de afastamento em caso de acidente, os 69 profissionais afirmaram que nunca se afastaram. No caso de acidentes de trabalho, 56 profissionais afirmaram que são encaminhados para atendimento público; 10 profissionais não souberam informar; enquanto que três profissionais relataram a existência de profissionais responsáveis para o atendimento no próprio local de trabalho. 4.2.5 DADOS RELACIONADOS ÀS CONDIÇÕES DE SAÚDE. Quando questionados sobre o estado de saúde atual, 55 profissionais consideraram seu estado de saúde satisfatório e 14 profissionais consideraram-se parcialmente satisfeitos com sua saúde. Nenhum profissional se mostrou insatisfeito com sua saúde. Quando questionados sobre o significado de saúde para eles, obtevese as respostas contidas na tabela 13 abaixo. 53 Tabela 13. Significados de Saúde referidos pelos manuseadores de RSSS. Significado de Saúde Bem Estar Físico, Mental e Social Boa Alimentação Bom Salário Ausência de Doença Bem-Estar Físico Bem-Estar Mental Bem-Estar Social Lazer Número 64 27 20 12 02 02 01 01 Com relação à prevenção de doenças pela vacinação, os 69 profissionais entrevistados responderam que foram vacinados. As vacinas referidas foram relacionadas na tabela 14. Tabela 14. Vacinas referidas pelos profissionais manuseadores de RSSS. Tipos de Vacinas Hepatite Febre Amarela Tétano Sarampo Gripe Rubéola BCG Anti-Rábica Caxumba Meningite Triviral Varicela Número 67 65 63 51 25 09 05 01 01 01 01 01 No relato de 47 profissionais, a empresa não tem conhecimento dessas imunizações e 22 profissionais afirmaram ser do conhecimento da empresa essas imunizações. Com relação à assistência médica em caso de acidentes de trabalho, 60 profissionais informaram que a Instituição não oferece esse benefício, porém, nove profissionais disseram que a Instituição oferece. Os profissionais foram questionados sobre doenças que possivelmente passaram a apresentar após iniciar no trabalho. Entre os 69 entrevistados, 46 dos profissionais afirmaram que não adquiriram nenhuma doença e 23 disseram que sim. 54 As doenças apresentadas pelos 23 profissionais que afirmaram ter algum tipo de doença encontram-se distribuídas abaixo na Tabela 15. Tabela 15. Doenças referidas pelos manuseadores de RSSS durante o trabalho. Doenças Doenças do Trato Respiratório Doenças do Trato Intestinal Doenças Renais Depressão Número 05 03 02 01 Dos 23 profissionais que referiram doença após o início do trabalho, 12 referiram que o diagnóstico estava relacionado à várias causas. Oito profissionais citaram condições de trabalho e três relacionaram a condições alimentares. As justificativas das pessoas que apresentaram a mesma doença estão relacionadas aos seguintes fatores; stress, emocionais, ambientais, auto-exposição, climáticos, idade, contato com infectados e preocupação, conforme descrição na Tabela 16. Tabela 16. Justificativas apresentadas pelos manuseadores para manifestação de doenças. Justificativas Número Postura durante o Trabalho 07 Sem Justificativas 06 Excesso de Preocupação com o 06 Trabalho Contato com Paciente antes do 05 Diagnóstico Não Sabe 04 Contaminação no Trato com o Paciente 03 Contato com Pacientes 02 Auto Exposição 01 Causas Ambientais 01 Clima 01 Emocional 01 Próprio da Idade 01 Stress 01 4.2.6 CONSIDERAÇÕES GERAIS E FINAIS O relacionamento entre os funcionários de acordo com a maioria das respostas (49) é bom, 10 disseram ser muito bom e seis informaram ser ótimo. 55 Quanto ao relacionamento entre Empresa e funcionários 50 disseram ser bom; seis nunca tiveram problemas e quatro referiram ser muito bom de acordo com Tabela 17. Tabela 17. Relacionamento entre Empresa e Funcionários referidos pelos manuseadores de RSSS. Relacionamento entre Empresa e Número Funcionários Bom 50 Nunca teve problemas 06 Muito Bom 04 Razoável 04 Ótimo 02 Descaso 02 Já esteve melhor 02 Distante 01 Não é muito Saudável 01 Não pode avaliar 01 Satisfatório 01 Um pouco Distante 01 É interessante 01 É tumultuado 01 É delicado 01 É razoável 01 Quando questionados sobre o que mais incomoda durante o trabalho, os profissionais citaram uma variedade de incômodos, apresentados na Tabela 18. Tabela 18. Causas de incômodos durante o trabalho referidos pelos manuseadores de RSSS. Causas dos Incômodos Falta de compreensão dos usuários A demanda em atender os pedidos Falta de equipamentos Barulho Grande número de pacientes Falta de infra-estrutura adequada Falta de condições para desenvolver melhor o trabalho Não poder desenvolver o trabalho de atenção primária como preconizado Falta de apoio de uma equipe multiprofissional Falta de capacitação e profissionalismo da equipe Número 15 11 09 07 05 03 03 02 02 02 continua >>> 56 >>> continuação da equipe Tumulto quando tem muitos pacientes com falta de paciência Interferência no trabalho Atendimento de encaixe Não ter protocolo A demora em atender os pedidos A distância do local de trabalho A espera por procedimentos que são importantes para o paciente Desorganização Excesso de atribuições Falta de contra referência Falta de trabalho em equipe Falta de valorização do trabalho realizado Falta do horário para refeição Não ter bebedouro de água Não ter refeitório O comportamento de alguns profissionais O telefone quando toca muito Paciente deixar a unidade insatisfeito com o serviço prestado Quando o médico está ausente Quando o paciente chega alterado (“bravo”) Quando recebe orientações em público e em voz alta Responsabilidade pela triagem 02 02 02 02 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 Quando interrogados sobre qual é o maior problema que enfrentam na realização do trabalho, os profissionais de saúde manuseadores de RSSS relataram vários problemas; no entanto 20 deles referiram não ter problemas e, o desinteresse da clientela foi o problema mais citado, sendo referido por 17 profissionais, seguido pela falta de material, com nove citações (Tabela 19). 57 Tabela 19. Causas de problemas enfrentados na realização do trabalho referidos pelos manuseadores de RSSS. Causas dos Problemas Não tem problema Desinteresse da clientela Falta de material Estrutura física inadequada Excesso de consultas, de demanda Horário de trabalho Falta de contra referência Não soube informar A pré-consulta de pacientes agendados que requerem consulta médica Abordagem das gestantes As demandas que o cargo de coordenador acarretam Cultura humanista da prefeitura, superproteção Diversidade cultural da população Erro e falta de comunicação Falta de capacitação para o atendimento ao usuário Falta de conscientização do paciente da necessidade de tratamento odontológico Falta de entrosamento entre os níveis Falta de incentivo da gerência Falta de incentivo para os programas de prevenção e promoção da saúde Falta de profissionalismo da equipe Falta de protocolo para os procedimentos realizados Metas a serem cumpridas População carente Ser muito perfeccionista Ter mais conhecimento para a prática diária Número 20 17 09 04 04 03 02 02 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 Quando questionados sobre mudanças gerais a serem realizadas para melhorar as condições de trabalho e evitar acidentes, os profissionais entrevistados fizeram 20 citações; entre elas, destaca-se a capacitação por 18 profissionais. Ter um local próprio para depositar os RSSS foi referido por 14 profissionais e, adequar a área física, foi referido por 13 profissionais, como relatou o profissional número 15: “Maior espaço físico”. As demais citações, a maioria com apenas uma referência (Tabela 20). 58 Tabela 20. Tipos de mudanças no trabalho para evitar acidentes referidas pelos manuseadores de RSSS. Tipos de mudanças Número Capacitação 18 Ter local perto para depositar RSSS 14 Adequar área física 13 Fornecimento de material 09 Atenção 09 Fornecimento de EPI 08 Não soube informar 05 Contratar funcionários 02 Organização do trabalho 02 Reestruturação da carga horária 02 Ambulância equipada 01 Compromisso com o trabalho 01 Conhecer PGRSS 01 Conscientização da população com 01 relação ao uso correto do serviço Criar comissão de prevenção de 01 acidentes Dentro do possível, está certo 01 Fazer uma coisa de cada vez 01 Medidas anti-stress 01 Não ingestão de álcool 01 Não sobrecarga de trabalho 01 Quando perguntados sobre a necessidade de mudanças gerais a serem realizadas para evitar as doenças, os profissionais sugeriram o que encontrase descrito na Tabela 21. Capacitação foi o item mais citado, com 19 referências, logo a seguir, com 15 referências foi o uso de EPI; com 10 referências ficou a adequação da área física; ter local adequado para acondicionamento e depósito dos RSSS, referido por oito profissionais, assim como, também, oito profissionais não souberam informar. As demais referências, das 24, foram citadas por poucos profissionais. 59 Tabela 21. Tipos de mudanças no trabalho para evitar doenças referidas pelos manuseadores de RSSS. Tipos de mudanças Não souberam responder Capacitação Uso de EPI Adequar área física Ter local adequado para acondicionamento e depósito Não souberam informar Manter em dia o cartão de vacinas Ter mais atenção e mais cuidado Investir em prevenção Pavimentação do trajeto entre São Sebastião do Paraíso e Guardinha Protocolos Saneamento básico Trabalho humanizado desenvolvido com os funcionários Conscientização da população em relação as doenças Fazer exercícios físicos Melhorar as condições de trabalho Melhorar os equipamentos Melhoria no transporte Oferecer mais recursos humanos Organizar a demanda Possibilidade de realização de testes anti-HIV e Hepatite B Reestruturação da carga horária Ter mais interação da equipe com a comunidade Usuários ter mais atividades de lazer Número 21 19 15 10 08 08 05 04 02 02 02 02 02 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 Quando questionados em relação às sugestões gerais para melhoria das condições de trabalho a serem adotadas pelo serviço de saúde, 21 profissionais fizeram referência a capacitação; um grupo de 18 profissionais referiu-se ao fornecimento adequado de materiais; ter uma unidade mais adequada foi sugestão de 14 profissionais. Das demais 33 citações, a maior parte, recebeu apenas uma referência por profissional, conforme Tabela 22. 60 Tabela 22. Sugestões de melhoria das condições de trabalho a serem adotadas pelo Serviço de Saúde referidas pelos manuseadores de RSSS. Sugestões de melhoria Oferecer capacitação Oferecer material Ter uma unidade adequada Não souberam informar A coordenação faz o que é possível Reuniões Periódicas Tudo que é solicitado é atendido Acompanhamento mais perto das atividades diárias Ambulância equipada Aumentar o número de unidades Aumentar o quadro de profissionais especializados na área Coleta apropriada dos RSSS Contratação de funcionários mais dedicados aos trabalho Dar mais atenção aos funcionários Esclarecimento aos usuários sobre a finalidade do serviço oferecido Estabelecer horários para os vários procedimentos Estabilidade contratual Fiscalização da coleta Fiscalização do uso de EPI Incentivar as agentes na realização das suas tarefas Limite de consultas médicas Maior autonomia da equipe Melhor incentivo aos programas Oferecer condições adequadas para minimizar riscos de acidentes Oferecer movimentos de relaxamento para os funcionários Reconhecer o trabalho do enfermeiro Sensibilização dos funcionários Ter mais agilidade em resolver as solicitações Ter um funcionário volante para substituir férias, licenças Trabalhar bastante com grupos principalmente de adolescentes Transporte adequado para funcionário Triagem somente pelo enfermeiro Troca de opiniões, de experiências Número 21 18 14 06 04 04 02 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 61 Quando questionados em relação as sugestões para melhoria das condições de trabalho a serem adotadas pela empresa Ecosul, 27 profissionais não souberam responder; 15 profissionais referiram-se a capacitação, como ressalta o profissional número um “Os responsáveis pela empresa deveriam capacitar os funcionários”. Já para sete profissionais, a empresa deve verificar o uso de EPI, como refere o de número 59: “Usar o EPI corretamente.” Das outras citações, em um total de 25, há poucas referências por profissional, conforme descrito abaixo na Tabela 23. Tabela 23. Sugestões de melhoria das condições de trabalho a serem adotadas pela Empresa Coletora de Resíduos referidas pelos manuseadores de RSSS. Sugestões de melhoria Número Não souberam responder 27 Capacitação 15 Uso de EPI 07 Manter o padrão de coleta em relação 06 ao horário e dia da semana. Fornecer dispositivos para o 05 acondicionamento Saber destino final dos resíduos 05 Que a empresa colete o resíduo na 04 Unidade A empresa está coletando normalmente 03 Demonstrarem o trabalho que fazem 03 Ter atenção ao fiscalizar o trabalho 03 Uso de balança 03 Coletar os RSSS com mais freqüência 03 Fazer coleta semanal 01 Oferecer condições de trabalho para os 01 coletores Que cumpra o que foi contratado 01 Rever política de preços 01 Rever salários 01 Ter comprometimento com o meio 01 ambiente Ter mais cuidado ao realizar a coleta 01 Ter motivação 01 Quando solicitado sugestões para melhoria das condições de trabalho a serem adotadas pelos próprios funcionários dos serviços de saúde, apresentadas na Tabela 24, capacitação também foi o item mais citado, com 19 referências, 62 ilustrada pela fala do profissional número 29: “Ter um curso de capacitação sobre os RSSS para toda a equipe”. O uso de EPI foi relatado por 12 profissionais como importante para melhorar as condições de trabalho, conforme afirma o profissional número 27: “Usar EPI’s corretamente para evitar acidentes, orientar quem não usa os EPI’s, atentando para os riscos a que estão expostos”. Realizar o trabalho atenciosamente foi referido por 11 profissionais, como relata o profissional número 44: “Ter mais cuidado e atenção ao desenvolver os procedimentos”. Tabela 24. Sugestões de melhoria das condições de trabalho a serem adotadas pelos próprios funcionários manuseadores de RSSS. Sugestões de melhoria Número Serem capacitados 19 Usar EPI 12 Ter atenção 11 Ter local adequado para depósito dos 09 RSSS Dedicação ao trabalho 07 Promover momentos de lazer entre os 05 funcionários Trabalhar em equipe 05 Manter o local de serviço organizado 04 Não souberam responder 04 Estar mais abertos a opiniões 03 Aceitar a coordenação 02 Fazer o que podem 02 Maior boa vontade nas tarefas 02 relacionadas à odontologia Rever as metas que foram pactuadas 02 Seguir protocolos 02 Ter horário programado 02 Cuidar dos cuidadores 01 Demonstrar mais interesse por 01 informações Educar os usuários sobre os objetivos 01 de uma USF Estar sempre melhorando 01 Fazer o que gosta 01 Higiene no geral 01 Orientar os usuários em relação á 01 utilização correta dos serviços prestados Receber em materiais adequados 01 Ter bom relacionamento 01 continua >>> 63 >>> continuação Ter convênio médico Ter local apropriado para os vários procedimentos Ter programação semanal para distribuição de materiais Receber vacinação 01 01 01 01 4.3 NARRATIVA DA ENTREVISTA COM O SUJEITO NÚMERO TRÊS O entrevistado informou que a contratação dos coletores de RSSS é realizada por indicação, a partir da análise de currículos e também com a realização de concursos, sendo que um dos critérios para admissão é possuir curso de direção defensiva. A contratação ocorre após realização de exame físico, exames laboratoriais e entrevista. Antes de iniciar as atividades, os coletores participam de um treinamento com duração de três dias e após, são oferecidos cursos na própria empresa, dirigidos principalmente à segurança. A empresa oferece exames laboratoriais periódicos, orientações sobre a segurança no trabalho e sobre recursos humanos aos funcionários. O valor pago aos coletores é o salário da categoria, com adicional relativo à insalubridade (valor de 40% estipulado pelo sindicato da categoria), vale refeição e vale transporte. Dificilmente os coletores faltam ao trabalho e quando isto ocorre deve ser justificado; caso contrário será aplicado as sanções previstas nas normas trabalhistas. Na empresa não existe rotatividade e afastamento de funcionários e nem divisão de setores para a realização da coleta de RSSS. A coleta na cidade de São Sebastião do Paraíso (MG) é realizada duas vezes por semana, conforme estipulado no edital. Faz parte da equipe de coleta, o motorista e o coletor. Durante a jornada de trabalho, existem intervalos para descanso e satisfação das necessidades fisiológicas; eles são orientados sobre os horários de almoço e de descanso. Para a segurança dos coletores são fornecidos EPI’s (luvas, máscaras e botas) sendo utilizados adequadamente, inclusive o uniforme. O uso é fiscalizado 64 pelo coordenador da área, sendo distribuídos de acordo com a demanda. Todos são orientados sobre a importância do uso e estão sujeitos a punições pelo não uso. A Empresa não possui nenhum registro de acidentes, não tendo sido necessário afastamento dos coletores, além disso, não possui registro de doenças dos funcionários da empresa. Conforme o relato do Gerente da Empresa Ecosul, os RSSS não são devidamente separados e embalados. Esses resíduos são apenas tratados antes de serem transferidos e depositados em uma caçamba até o destino final. Dentre os materiais recolhidos regularmente durante a coleta, os mais comuns são agulhas, seringas e resíduos de curativos. Os RSSS são acondicionados nos serviços de saúde em recipientes grandes, de plástico, com tampa (“bombonas”). Durante a coleta de RSSS, dependendo da quantidade, é utilizado um tipo de veículo (Furgão Fiorino para pequenas quantidades – 500 kg ou Caminhão apropriado para grandes quantidades – até 7,0 t.). O estado dos veículos utilizados para o transporte é bom e a limpeza dos veículos é feita pelos operadores diariamente. O período de coleta depende do horário que chegam à cidade e as áreas de coleta não apresentam critério de subdivisão. O percurso realizado pelos veículos coletores é em ruas pavimentadas, com um sistema razoável de circulação e o tráfego de média intensidade. O tempo gasto para transportar os resíduos ao seu destino final é oito horas. A quantidade média de resíduos coletada mensalmente é de aproximadamente 400 Kg. O tratamento dispensado aos resíduos na sede da Empresa é a autoclavagem, a incineração é realizada na cidade de Betim (MG) e o Aterro Sanitário específico fica na cidade de Paulínia (SP). A Ecosul é responsável pela coleta de RSSS em hospitais, clínicas particulares, inclusive odontológicas e postos de saúde. Quando a empresa assumiu a função no município, em 2006, foram ministradas palestras para a orientação sobre a separação de resíduos, PGRSS e logo após iniciou-se o trabalho de coleta. O entrevistado referiu que a coleta dos RSSS terceirizada tem vantagens e desvantagens. Como ponto positivo, citou o acompanhamento do 65 trabalho do grupo e como ponto negativo desconhecer a qualidade dos serviços realizados. O gasto médio estimado com os funcionários é de aproximadamente R$1.000,00 e o faturamento da empresa não pode ser inferior a R$100.000,00 por mês. O valor do serviço prestado é cobrado por Kg. A empresa é fiscalizada pela Vigilância Sanitária, Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM), Conselho Estadual de Política Ambiental (COPAM), Departamento de Preservação Ambiental (DPA), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA) e Corpo de Bombeiros. Os riscos aos quais os coletores de RSSS estão expostos são os mesmos de qualquer trabalhador. Eles são imunizados através de vacinas e orientados quanto ao uso de EPI. O destino final dos RSSS obedece às normas exigidas pelos órgãos ambientais. As críticas e sugestões relatadas pelo gerente da empresa coletora de RSSS foram: “O problema mais grave que envolve o gerenciamento de resíduos é a falta de orientação e rigor na legislação”; “Existem projetos municipais para minimizar os problemas, como fiscalização e projetos de educação ambiental”; “Para melhorar o gerenciamento dos RSSS é necessário maior integração; entre a Ecosul e as parceiras, com orientação dos funcionários e identificação correta dos recipientes”; “A população não é conscientizada sobre a separação dos materiais antes da destinação”; “Para diminuir os impactos relacionados à saúde dos coletores e da população como um todo, a empresa está sempre participando de atividades na educação ambiental, patrocinando e fazendo palestras nas empresas públicas e privadas”; “Para melhorar as condições de trabalho dos coletores de RSSS, são realizados treinamentos regulares em segurança; procurar ter um ótimo ambiente com integração, confraternização e estímulo ao trabalho, além de oferecer plano de saúde e cesta básica”. 66 5. DISCUSSÃO 5.1 O GERENCIAMENTO DOS RSSS NO MUNICÍPIO DE SÃO SEBASTIÃO DO PARAÍSO (MG). De acordo com as informações fornecidas pelo sujeito número um, até 2005, os RSSS eram coletados pelo SVS e depositados na sede do serviço até serem transportados à Santa Casa local, onde eram incinerados em um forno improvisado. Em 2005, a gerência dos RSSS elaborou um relatório sobre a situação, entregue ao então Secretário Municipal de Saúde, demonstrando a necessidade de cumprir as determinações da RDC 306/04 da ANVISA e da Resolução CONAMA 358/05 que preconiza que os geradores devem se responsabilizar pelos resíduos gerados. Conforme Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2000, 97,9% dos municípios brasileiros possem serviço de abastecimento de água; 78,6% têm serviço de drenagem urbana e 99,4% têm coleta de lixo. Esgotamento sanitário ainda é o serviço que apresenta a menor taxa. No entanto, ainda é muito pequeno o número de municípios que possuem aterro sanitário (IBGE, 2000). Com relação aos acidentes de trabalho envolvendo profissionais que coletam RSSS, de acordo com a entrevistada, não houve notificação nos últimos dois anos. A entrevistada relatou que embora não tenha recebido notificação de acidentes de trabalho envolvendo os RSSS, tem o conhecimento de que ocorrem por acondicionamento inadequado, falta de uso de EPI e manuseadores não capacitados para a função. Informou também que os coletores têm contato direto com os RSSS, expondo-os a riscos de cortes e perfurações. Com a terceirização da coleta, a entrevistada referiu que os profissionais que coletam RSSS, são responsabilidade da Empresa Ecosul, não possuindo, 67 portanto informações acerca da contratação, horário de trabalho, imunização e assistência médica. De maneira geral, a entrevistada informou o desenvolvimento do seu trabalho frente ao gerenciamento dos RSSS no município de São Sebastião do Paraíso (MG), porém sem referir-se ao envolvimento do Secretário de Saúde. 5.2 OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE MANUSEADORES DE RSSS DAS USF. De acordo com os resultados obtidos, foi possível constatar que a maioria dos profissionais é do sexo feminino. O mesmo padrão foi observado no estudo de Dias (2007), que descreve a grande presença das mulheres nas profissões da saúde. Em relação ao sexo feminino, foi possível observar que 60%, eram profissionais da enfermagem (enfermeiras, técnicas em enfermagem e auxiliares de enfermagem). Essa predominância também foi evidenciada no estudo de Takayanagui (1993). Os profissionais de saúde das USF do município são todos funcionários públicos municipais e estaduais, com bom nível de instrução e sócioeconômico. Referiram que os EPI são fornecidos, de acordo com a demanda. Embora a luva de procedimento seja o EPI mais utilizado, este não é usado adequadamente pelos manuseadores de RSSS, pois estes não agregaram valor à proteção contra os riscos a que estão expostos ou não foram conscientizados quanto aos riscos. De acordo com o Guia para o Manejo Interno de Resíduos Sólidos em Estabelecimentos de Saúde da OPAS (1997), os recursos humanos dentro do sistema de manuseio de RSSS constituem um aspecto importante. A direção do sistema deve estar a cargo de um profissional de nível superior, e as operações, a cargo de técnicos. E, de acordo com o manual de Gerenciamento de Resíduos de Serviços da Saúde, MS (2001), a equipe responsável pelo PGRSS deve ser composta por no mínimo, três técnicos a saber: representante da equipe médica (preferencialmente um epidemiologista); representante da equipe de enfermagem e demais técnicos da saúde e representante da equipe de limpeza e higienização. Nenhum dos profissionais de saúde demonstrou possuir este conhecimento. 68 5.2.1 DADOS RELACIONADOS ÀS CONDIÇÕES DE MANUSEIO DOS RSSS Em relação ao acondicionamento, os profissionais de saúde manuseadores de RSSS referiram que são acondicionados em sacos ou sacolas plásticas descartáveis ou em outros recipientes plásticos também descartáveis. O uso e o fornecimento de EPI é disciplinado pela lei 6.514/77 – Medicina e Segurança do Trabalho, Portaria 3.214/78, NR-6 do MTE e a NR 32 (BRASIL, 2008). Os profissionais de saúde manuseadores de RSSS informaram usar luvas e uniformes de tecido branco comum. Conforme referiu o gerente da Empresa Ecosul, os coletores de RSSS usam luvas, uniformes de tecido comum, botas de borracha e máscara. A maioria dos profissionais de saúde manuseadores de RSS referiu não ter participado de capacitação para o desempenho da função. Quanto aos coletores de RSSS, o gerente da Empresa Ecosul informou que são capacitados antes e após a contratação. Perfuração foi o risco mais citado pelos profissionais de saúde manuseadores de RSSS, enquanto que para o sujeito número três, os profissionais coletores de RSSS estão expostos aos riscos de qualquer outro profissional se não usarem os EPI adequados. 5.2.1.1 Acondicionamento dos RSSS Em relação ao acondicionamento dos RSSS, a maioria dos profissionais (59), referiu que são acondicionados em sacos ou sacolas plásticas descartáveis; prática esta que está em desacordo com as normas técnicas do Manual de Gerenciamento de RSSS (MS, 2001); com o Manual de Saúde Ambiental e Gestão de RSSS (MS, 2002) e também com a NR 32 (BRASIL, 2008). Semelhante fato foi encontrado também no estudo realizado por Takayanagui (1993), onde relatou que os maiores problemas relacionados ao acondicionamento estava relacionado às normas para o uso das embalagens plásticas. 69 Conforme estudo de Corrêa et al (2005), também ocorreu a improvisação dos recipientes para acondicionamento de RSSS. 5.2.1.2 Conservação do Veículo Transportador de RSSS Dentre as referências mais expressivas, 23 profissionais disseram que o estado de conservação do veículo é bom; enquanto que 20 profissionais não souberam informar. Pudemos observar destes relatos que a maioria dos profissionais não tem conhecimento do estado de conservação do veículo, fato este que revela, também, a falta de informação e o despreparo em relação aos RSSS. 5.2.1.3 Frequência da Coleta dos RSSS Em resposta a esta questão, dos profissionais entrevistados, 28 deles referiram que a coleta dos RSSS é semanal; resposta esta que vem em desacordo com a informação prestada pelo gerente da empresa Ecosul que disse que a coleta é realizada duas vezes por semana. Também, é relevante, a resposta do entrevistado número 30, que referiu: “Depende do movimento, a coleta é realizada quando enche”. 5.2.1.4 Período da Coleta dos RSSS Quando perguntados sobre qual o período do dia em que os RSSS são coletados, o período da manhã foi o mais referido, com 32 citações; oito profissionais referiram-se ao período da tarde e 29 disseram não ter conhecimento. De acordo com o gerente da empresa Ecosul, o período de coleta depende do horário de chegada a cidade. 5.2.2 DADOS RELACIONADOS À ACIDENTES DE TRABALHO 5.2.2.1 Riscos e Acidentes No presente estudo, 65 profissionais referiram que correm riscos, sendo que perfuração com agulhas de seringas foi o item mais citado, com 41 referências. 70 Em relação a acidentes de trabalho a maioria dos profissionais entrevistados (53) referiu não ter tido nenhum tipo de acidente. Dos 16 profissionais que disseram ter sofrido acidente de trabalho, a perfuração com agulhas de injeção foi a modalidade mais citada, tendo os dedos das mãos como partes do corpo mais afetada. Estes resultados são concordantes com o estudo realizado por Dias (2007). 5.2.2.2 Conseqüências e Causas dos Acidentes Dos profissionais que referiram ter tido acidentes de trabalho, todos disseram que foram acidentes leves, não sendo necessário afastamento do trabalho. A falta de atenção foi a causa mais citada para a ocorrência de acidentes de trabalho, com 26 referências; seguida de “pressa” durante o trabalho, com 13 referências. Em casos de acidentes, conforme referiu a maioria dos profissionais (56), eles são encaminhados para atendimento público; 10 profissionais informaram não ter conhecimento sobre como proceder em caso de acidentes e três profissionais disseram que a empresa (Prefeitura Municipal), possui profissionais responsáveis pelo atendimento de acidentes de trabalho. Constatamos, em nosso estudo, que os profissionais quando acidentados, são encaminhados para o atendimento médico público, uma vez que são funcionários públicos da Prefeitura Municipal e esta não oferece assistência médica particular. 5.2.3 DADOS RELACIONADOS ÀS CONDIÇÕES DE SAÚDE 5.2.3.1 Significado de saúde Scliar (2007), referiu que o conceito de saúde reflete a conjuntura social, econômica, política e cultural, ou seja, saúde não é mesma coisa para todas as pessoas. Dependerá da época, do lugar, da classe social e de condições individuais, de concepções científicas, religiosas, filosóficas. O princípio de saúde que norteia o SUS, e a descrição do artigo 196 da Constituição Federal de 1988, em que: ”a saúde é direito de todos e dever do 71 Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações para a promoção, proteção e recuperação” (SCLIAR, 2007). O conhecimento sobre saúde apontado pelos profissionais entrevistados, de acordo com a maioria, é a definição de saúde proposta pela OMS em 1948: “Saúde é um completo estado de bem estar físico, mental e social e não mera ausência de moléstia ou doença.” 5.2.3.2 Imunização Em relação a imunização, todos os profissionais entrevistados referiram ter recebido algum tipo de vacina. A vacina contra Hepatite B, foi a mais citada, com 67 referências, o que demonstra preocupação com uma patologia a qual os profissionais de saúde estão muito expostos em sua lide diária. E, a maioria dos profissionais, 47, referiu que a empresa (Prefeitura Municipal), não tem conhecimento destas imunizações; pois, nunca perguntaram e também não solicitaram o cartão de vacinas. 5.2.3.3 Apresentação de doenças após iniciar no trabalho A maioria dos profissionais entrevistados (46), disse que não apresentou e não apresenta nenhuma doença. Dos profissionais que referiram apresentar doenças, as afecções do trato respiratório foram as mais citadas. O diagnóstico de tais patologias foi atribuído a causas como clima e poeira. Doenças relacionadas às condições de trabalho, foram citadas por sete profissionais, que referiram também conhecer outros profissionais na mesma situação, porém, desconhecem as causas. Assim como saúde, o conceito de doença, depende de múltiplos fatores. Aquilo que é considerado doença varia muito (SCLIAR, 2007). 72 5.2.3.4 Apresentação dos sinais ou sintomas e suas causas Aos 46 profissionais que disseram não apresentar nenhuma doença, foi perguntado se apresentaram algum sinal ou sintoma; houve inúmeras referências, porém, as citações mais expressivas foram cefaléia (dor de cabeça) e estresse com 30 citações cada, seguida de tensão nervosa com 21 citações. Para estes profissionais, estes sintomas relacionados não são doenças. Quando questionados sobre as causas para o surgimento destes sintomas, a “pressa durante o trabalho” foi a causa mais citada, com 42 referências, seguida pelo cansaço com 40 referências. 5.2.4 CONSIDERAÇÕES GERAIS E FINAIS DOS PROFISSIONAIS MANUSEADORES DE RESÍDUOS DAS USF 5.2.4.1 Relacionamento entre os profissionais De acordo com a maioria dos profissionais entrevistados, 43 referiram que há um bom relacionamento entre eles. Dentre as justificativas, há algumas citações que merecem atenção como relatou o profissional número 36: “É delicado”, e o profissional número 23: “Já esteve melhor”. 5.2.4.2 Relacionamento Empresa – Empregado A maioria dos profissionais, 50, referiu ser este relacionamento bom; porém, dois profissionais relataram que há um descaso e outro profissional referiu ser o relacionamento distante. 5.2.4.3 Incômodos durante o trabalho Em relação a este questionamento, houve várias respostas diferentes para os incômodos, sendo que a falta de compreensão dos usuários, foi o incômodo mais citado, referido por 15 dos profissionais entrevistados. Um exemplo é dado com a fala do profissional número 40: “A falta de compreensão dos pacientes, pois, querem ser atendidos na hora, não querem esperar”. 73 Já nove profissionais citaram a falta de equipamentos e materiais como incômodo durante o trabalho; o barulho foi o incômodo referido por sete profissionais e para outros cinco profissionais a grande demanda de pacientes e serviços é o que mais incomoda. Por outro lado, 11 profissionais relataram que não há incômodos, como informou o profissional número 14 que disse sentir-se bem com o trabalho. 5.2.4.4 Problemas enfrentados na realização do trabalho Quando questionados sobre os problemas para a realização do trabalho, 20 profissionais referiram não ter problemas. Dos vários problemas citados, destacaram-se “desinteresse da clientela e a falta de materiais. 5.2.4.5 Mudanças realizadas para evitar doenças Ao questionarmos os profissionais sobre quais seriam as mudanças para evitar as doenças, capacitação foi o item mais citado, seguido do uso de EPI e adequação da área física. Corrêa et. al. (2005), ao estudar a grade curricular dos cursos de graduação em medicina, medicina veterinária, odontologia e enfermagem de uma instituição brasileira, concluiu que os RSSS não são abordados no processo de formação; considerou ainda que a inserção da saúde ambiental nos espaços acadêmicos seria uma maneira de transformar essa realidade. 5.2.4.6 Sugestões para melhoria de condições de trabalho a serem adotadas pelo serviço de saúde Quando perguntados sobre sugestões para melhorar as condições de trabalho a serem adotadas pelo serviço de saúde, oferecer capacitação foi o item mais citado, com 21 referências; oferecer material recebeu 18 citações e ter uma unidade adequada, 14 citações. 5.2.4.7 Sugestões para melhoria de condições de trabalho a serem adotadas pela empresa coletora de RSSS 74 Com relação a sugestões para a melhoria das condições de trabalho a serem adotadas pela empresa coletora de RSSS, 27 profissionais não souberam o que responder; 15 profissionais referiram-se a capacitação, enquanto sete citaram o uso de EPI. 5.2.4.8 Sugestões para melhoria de condições de trabalho a serem adotadas pelos próprios funcionários do serviço de saúde Quando perguntamos aos profissionais o que eles sugeriam para melhorar as condições de trabalho, o maior número de referências, 19, foi “serem capacitados”; a seguir, com 12 citações “usar EPI” e com 11 citações “ter atenção”. 5.3 PERFIL DO SUJEITO DE PESQUISA NUMERO TRÊS 5.3.1 FISCALIZAÇÃO DO USO DE EPI Em resposta a este questionamento, o sujeito número três, afirmou que os profissionais que coletam RSSS são fiscalizados pelo coordenador da área em relação ao uso de EPI e sujeitos a punição pelo não uso. 5.3.2 RISCOS A QUE ESTÃO EXPOSTOS OS COLETORES DE RSSS Quando perguntado sobre o uso de EPI e riscos a que estão expostos os profissionais coletores de RSSS, o entrevistado referiu que a falta de utilização ou uso incorreto dos EPI expõe os coletores a riscos durante a realização do seu trabalho, tais como, perfuração e contaminação. De acordo com o Manual do MS (2002), Saúde Ambiental e Gestão de RSS, as atividades capazes de proporcionar dano, doença ou morte para os seres vivos são caracterizadas como atividades de risco. Risco, portanto, é a probabilidade de ocorrer um evento bem definido no espaço e no tempo, que causa dano à saúde, às unidades operacionais e danos econômico/financeiros. Classificação de riscos: A classificação de riscos nos ambientes de trabalho é definida a partir da portaria 3.214/78 do MTE, em suas NRs de Medicina e Segurança do Trabalho. Em relação aos coletores de RSSS destacam-se os riscos químicos e biológicos, citados abaixo. 75 - Riscos químicos: Substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, o que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato com a pele ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão (NR 09 e NR 15). - Riscos Biológicos: Bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus (NR 09). As classes dos riscos biológicos são fundamentalmente: patogenicidade para o homem, virulência, modos de transmissão, disponibilidade de medidas profiláticas eficazes, disponibilidade de tratamento eficaz e endemicidade. 5.3.3 Disposição Final dos RSSS Conforme relato do entrevistado, os RSSS têm o destino final em um incinerador na cidade de Betim (MG), o que provoca a poluição do ar na região. Este fato determina ação contrária às estratégias da Carta de Ottawa que preconiza a criação de ambientes favoráveis à saúde (Carta de Ottawa, 1986). Dados epidemiológicos vêm confirmando a relação existente entre doenças respiratórias e poluição do ar, principalmente em regiões intensamente urbanizadas. Essas doenças podem caracterizar epidemias, necessitando de ações que extrapolam o setor saúde, exigindo ações intersetoriais para a resolução do problema (IANNI, et al, 2006). Ainda de acordo com a referência deste profissional, os resíduos gerados após incineração são depositados em aterro sanitário na cidade de Paulínia (SP). 76 CONCLUSÃO Os aspectos abordados possibilitaram a constituição de um panorama importante do ponto de vista de uma análise com suporte e contribuição ao planejamento na área da saúde do município, pois trata-se de um espaço humano, econômico e social de relevância no Estado de Minas Gerais. Retomando os objetivos propostos para este estudo dentro dos diversos campos da Promoção de Saúde, foram focalizadas as USF de São Sebastião do Paraíso (MG), ambiente de trabalho dos profissionais de saúde, sujeitos deste estudo; e, com base nos resultados descritos e interpretados nos itens anteriores, concluímos a necessidade de: - desenvolver uma consciência crítica nos profissionais da saúde, em relação ao problema dos RSSS produzidos; - modificar o sistema de gerenciamento dos RSSS gerados em cada unidade da USF; - mostrar o significado e a importância dos RSSS produzidos em serviço para saúde humana e ambiental aos responsáveis e administradores desses serviços; - os resultados obtidos sugerem que a solução do problema dos RSSS pode estar sendo encarada com ênfase nos aspectos operacionais, relegando os aspectos gerenciais e administrativos a um plano de menor importância; - oferecer aos profissionais de saúde a oportunidade de participarem de atividades educativas referentes aos RSSS, da produção ao destino final, uma vez que a maioria referiu não ter conhecimento do assunto, predispondo-os a possíveis acidentes ocupacionais; - os poucos acidentes citados foram perfurações (agulhas), que atingiram expressivamente os membros superiores (mãos e dedos). - promover a integração entre a responsável pelo gerenciamento no município, os profissionais manuseadores e os responsáveis pela coleta dos RSSS. 77 SUGESTÕES Sugerimos a implementação inicial de um projeto de extensão no Curso de Enfermagem da Faculdade Libertas, de São Sebastião do Paraíso (MG), em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde. Esse projeto envolveria a participação de alunos do referido curso, durante o desenvolvimento das atividades teórico-práticas na disciplina de Saúde Pública. Capacitação dos profissionais manuseadores de RSSS, para maior rigor na observância das Normas Técnicas para o manuseio seguro, evitando práticas inadequadas. Maior austeridade dos Órgãos Públicos fiscalizadores, como o SVS, para fazer cumprir as recomendações técnicas e Legislação vigente (Resolução RDC 306/04 da ANVISA, Resolução 358/05 do CONAMA e a Portaria MTE – NR 32n.485/05). O gerenciamento dos RSSS deverá constar no programa de educação continuada das USF. Que cada USF implante seu PGRSS, pois tratam-se de realidades ímpares; não sendo possível um plano único para todas as unidades. Incentivar, na educação, as práticas de saúde ambiental como estratégias de promoção de saúde. 78 8. REFERÊNCIAS ADRIANO JR. GAF Werneck, MA Santos, RC Souza. A construção de cidades saudáveis: uma estratégia viável para a melhora da qualidade de vida - Ciência & Saúde Coletiva, 2000 - SciELO Brasil. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT 2004. Resíduos Sólidos: classificação. NBR 10004. São Paulo. 1987. 63p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. Símbolos de Risco e Manuseio para Transporte e Armazenamento de Materiais. NBR 7500. São Paulo. ASHTON, J. (ed). Cuidades Sanas. Masson S. A., Barcelona, 1992. 236p. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Edição administrativa atualizada em Março de 2006. ______. Ministério da Saúde. Política nacional de saúde ambiental para o setor saúde. Brasília: Secretaria de Políticas de Saúde, 1999. ______. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC n. 306 / 2004. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, mar. 2004. ______. Segurança e Medicina do Trabalho: Lei n. 6.514, de 22 de dezembro de 1977, normas regulamentadoras (NR) aprovadas pela Portaria n. 3214 de 8 de junho de 1978. São Paulo: Atlas, 2008. CARTA DE OTAWA. Primeira Conferência Internacional sobre Promoção de Saúde. Ottawa, novembro de 1986. CASTRO, A.; MALO, M. SUS: ressignificando a promoção da saúde. São Paulo: Hucitec: Opas, v. 175, 2006. (Saúde em Debate). CEMPRE (Compromisso Empresarial para Reciclagem). Manual de Gerenciamento Integrado. Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), São Paulo, SP, 2000. 79 CORRÊA, L.B. et al. O Saber Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde na Formação Acadêmica: uma Contribuição da Educação Ambiental. InterfaceComunicação, Saúde, Educação, V.9, n.18, p.571-584, set./dez.2005. DIAS, Maria Aparecida do Carmo. Perfil epidemiológico dos acidentes ocupacionais por exposição a material biológico da Micro-região de Votuporanga, período de 2001 a 2005. 2007. 105f. 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Disponível em: <http://health.gov/environment/Definition sofEnvHealth/ehdef2.htm>. 82 APÊNDICES APÊNDICE I - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido...................................85 APÊNDICE II - Entrevista para responsável pelo gerenciamento de RSS no município.................................................................................................. ..................86 APÊNDICE III - Entrevista para manuseadores de RSSS.........................................90 APÊNDICE IV - Entrevista para gerente da empresa coletora de RSSS.................98 83 APÊNDICE I – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Conselho Nacional de Saúde, Resolução 196/96) Eu, ___________________________________abaixo qualificado(a), DECLARO para fins de participação em pesquisa, na condição de sujeito objeto da pesquisa, que fui devidamente esclarecido sobre o Projeto de Pesquisa intitulado: CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS PRODUZIDOS NOS SERVIÇOS DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE SÃO SEBASTIÃO DO PARAÍSO (MG), desenvolvido pela aluna, Paulina de Souza do Curso de Mestrado em Promoção de Saúde da Universidade de Franca, quanto aos seguintes aspectos: - a justificativa desta pesquisa é estabelecer subsídios para criação de ambientes saudáveis a partir do Planejamento de Recursos Físicos, Materiais e a capacitação de Recursos Humanos envolvidos no manejo dos resíduos sólidos dos serviços de saúde (RSSS). - o presente estudo objetiva identificar o gerenciamento de resíduos dos serviços de saúde de São Sebastião do Paraíso (MG), com vistas à proposição de alternativas sustentáveis. - a Pesquisa empírica terá como instrumento, uma Entrevista semiestruturada, composta de questões abertas dirigidas à coordenadora do Serviço de Vigilância Sanitária do Município de São Sebastião do Paraíso (MG), do responsável pela Empresa Ecosul (Empresa responsável pela coleta) e os Funcionários do PSF também do Município de São Sebastião do Paraíso (MG). - gostaria de registrar que a sua participação nesta pesquisa é muito importante, porém, você tem a liberdade de se recusar ou retirar seu consentimento no desenrolar do estudo, sem qualquer penalização ou prejuízo. - os dados confidenciais obtidos das entrevistas, serão sigilosos, não havendo a identificação dos participantes. Ao concluir o estudo, esperamos acrescentar algo ao conhecimento existente sobre o gerenciamento dos RSSS. São Sebastião do Paraíso, 07 de Maio de 2008 84 APÊNDICE II – Entrevista com o sujeito número um. INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS Data____/____/_____ Segmento: (ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL) 1- Identificação 1.1- Nome: 1.2 - Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino 1.3 - Data de nascimento: _____/_____/_______ 1.4 - Estado Civil: ( ) Solteiro ( ) Casado ( ) Viúvo ( ) Separado ( ) Outro 1.5- Qual é a sua formação? 1.6- Qual é a sua função na administração municipal? 1.7- Há quanto tempo você exerce essa função? 1.8- Qual é a sua relação com o gerenciamento de resíduos no município? 2 - Aspectos relativos a quantidade de resíduos 2.1- Quais são os tipos de resíduos transportados? 2.2- Qual é o tipo de veículo que faz o transporte? 2.3- É permitido transporte de resíduos em carros particulares? 2.4- Qual é quantidade total de resíduos coletados por dia? 85 2.5- Como é realizada o controle da quantidade (pesagem) de resíduos? 3 - Aspectos relativos aos coletores de resíduos 3.1- Quem realiza atualmente a coleta de RSSS no município? 3.2- Como se deu o vínculo e se processa atualmente a parceria entre a prefeitura e empresa responsável pela coleta dos RSSS no município? 3.3 - Qual é o valor médio gasto pelo município mensalmente para com o gerenciamento dos RSSS produzidos, incluindo gastos com pagamento a empresas terceirizadas? 3.4 - Como é realizado o cálculo para pagamento da empresa terceirizada? Na sua opinião essa forma de negociação traz algum tipo de benefício e/ou prejuízo? 3.5 - Existe fiscalização feita pelo município em relação à coleta operada pela empresa? Quem fiscaliza, como e com que freqüência? 3.6- Você tem conhecimentos acerca das exigências para contratação de funcionários para trabalhar na empresa citada anteriormente? 3.7- Qual é a jornada de trabalho dos coletores de RSSS? 3.8 - Esses funcionários recebem capacitação inicial e temporária? 3.9 - Os funcionários da empresa que realiza a coleta dos resíduos recebem assistência médica garantida pela empresa? 3.10- Os funcionários são imunizados contra algum tipo de doença? Qual(is) 3.11- Eles utilizam EPI? Quais?. 86 3.12- Alguém fiscaliza o uso dos referidos EPI? 3.13- Você tem conhecimento de acidentes de trabalho acontecidos com os coletores de resíduos? 3.14- É feito o registro desses acidentes? Como? 3.15-Quais foram esses acidentes, sua quantidade e quais as suas conseqüências? 3.16- Em caso de acidentes de trabalho já ocorridos, houve necessidade de afastamento do trabalho dos coletores do trabalho? Por quanto tempo? 3.17- Na sua opinião, quais são as causas mais comuns desses acidentes? 3.18- É comum que os coletores de resíduos encontrem materiais cortantes ou outros perigosos durante a realização de seu trabalho? Quais são os materiais mais comumente encontrados? 3.19- Você sabe como é feito o registro de ocorrência de doenças que acometem os funcionários em questão? Quais são as doenças mais comuns? 3.20- Qual é tipo de contato dos coletores com os resíduos? 3.21- Na sua opinião os coletores por manterem esse contato com os resíduos estão expostos a fatores de risco? Quais? 4- Aspectos relativos ao gerenciamento dos resíduos 4.1- Qual é destino dos RSSS em São Sebastião do Paraíso (MG)? 4.2- Para diminuir os impactos ambientais como também os relacionados à saúde dos cidadãos em geral, a prefeitura tem projetos para capacitação de 87 funcionários dos serviços de saúde que manuseiam os RSSS? Quais são esses projetos com relação a: a) produção / redução de consumo; b) reaproveitamento de materiais c) coleta adequada. 4.3- Quais são as melhorias que necessitam ser feitas para o gerenciamento dos RSSS como um todo? 4.4- O que está sendo planejado pelo município para criar boas práticas de manejo na busca da melhoria das condições ambientais e de saúde da população do município? 88 APÊNDICE III - Entrevista com os sujeitos número dois. Instrumento para coleta de dados Data______/______/_______ Segmento: (MANUSEADORES DE RSSS) 1- Identificação 1.1 Nome: 1.2 Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino 1.3 Data de Nascimento:_____/_____/_____ 1.4 Estado civil: ( ) solteiro ( ) casado ( ) viúvo ( ) separado ( ) outro 1.5 Nível de instrução: ( ) não alfabetizado ( ) ensino fundamental incompleto ( ) ensino fundamental completo ( ) ensino médio incompleto ( ) ensino médio completo ( ) ensino superior incompleto ( ) ensino superior completo Curso: 2- Dados relacionados à moradia e ao lazer: 2.1 Bairro: 2.2 Tipo de moradia: ( ) própria ( ) alugada ( ) cedida por familiares ( ) outra 2.3 Condições de moradia: ( ) alvenaria ( ) madeira ( ) pau-a-pique 2.4 Condições de Saneamento Básico na moradia: 2.4.1 Água tratada: ( ) sim ( ) não 2.4.2 Energia elétrica: ( ) sim ( ) não ( ) outro 89 2.4.3 Rede de esgoto: ( ) sim ( ) não 2.5 Número de moradores na residência: 2.6 A que distância de seu trabalho você mora: 2.7 Qual é o meio de transporte que você utiliza para ir para o trabalho: ( ) ônibus coletivo ( ) carro próprio ( ) carro da empresa onde trabalha ( ) bicicleta ( ) vai para o trabalho a pé ( ) moto ( ) outro 2.8 Possui momentos de lazer? ( ) sim ( ) não 2.8.1 Qual? 2.8.2 Com que freqüência? ( ) diariamente ( ) semanalmente ( ) raramente ( ) outras ( ) mensalmente 2.8.3 Com que duração? ( ) 1h/dia ( ) Entre 2 e 4h/dia ( ) Entre 4 e 8 h/dia ( ) outro 3- Dados relacionados às condições de trabalho: 3.1 Situação de trabalho: ( ) ativo ( ) inativo ( ) afastado 3.1.1 Caso esteja trabalhando: - Profissão: - Empregador: - Satisfação com o trabalho: ( ) satisfeito ( ) parcialmente satisfeito ( ) insatisfeito Justifique sua resposta 3.2 Renda familiar: ( ) sem renda mensal ( ) menos de R$ 200,00 ( ) de R$200,00 a R$415,00 ( ) outro 3.3 Número de pessoas que contribuem para renda familiar: 3.4 São fornecidos EPI: 90 ( ) luvas ( ) máscaras ( ) botas ( ) boné ( ) nenhum ( ) outros 3.5 Eles são utilizados: ( ) sim ( ) não ( ) parcialmente 3.5.1 Se sim, quais: 3.5.2 Porque eles não são utilizados: 3.6 São utilizados uniformes: ( ) sim ( ) não 3.6.1 Se sua resposta for sim, qual é o tipo de tecido do uniforme: ( ) tecido comum ( ) tecido especial ______________________________ 3.7 Os EPI são distribuídos de acordo com a necessidade diária: ( ) sim ( ) não 3.8 O uso dos EPI é fiscalizado: ( ) sim ( ) não 3.8.1 Se sua resposta for sim, quem fiscaliza: ______________________________ 3.9 Antes de iniciar neste emprego, você participou de algum treinamento referente ao manuseio de resíduos de serviços de saúde (RSS)? ( ) sim ( ) não 3.9.1 Se sua resposta for sim, informe qual a duração:________________________ 3.10 Após iniciar neste emprego, você participou de curso referente ao manuseio dos RSS? ( ) sim ( ) não 3.10.1 Se sim, qual? 3.11 Quais são os componentes que formam uma equipe completa de gerenciamento de RSSS ? 3.12 Você acredita que corre algum risco na realização de seu trabalho? ( ) sim ( ) não 3.12.1Qual(is): 4- Dados relacionados às condições de manuseio dos resíduos: 91 Com relação à coleta responda: 4.1 Os RSSS são: ( ) simplesmente transferidos ( ) tratados antes de serem transferidos ( ) não sei ( ) outros 4.2 Onde eles são depositados? 4.3 Quais são os RSSS mais freqüentes? ( ) agulhas ( ) seringas ( ) luvas ( ) outros 4.4 Como é feito o acondicionamento dos resíduos? ( ) caixas de papelão ( ) recipientes plásticos ( ) sacos ou sacolas plásticas descartáveis ( ) recipientes de metal ( ) outros 4.5 Qual é o estado de conservação do veículo transportador? ( ) bom ( ) regular ( ) ruim 4.6 Qual é a freqüência da coleta? 4.7 Qual é o período do dia em que os RSSS são coletados? ( ) manhã ( ) tarde ( ) outro____________________ 5-Dados relacionados a acidentes de trabalho: 5.1 Durante o manuseio dos resíduos, você teve algum tipo de acidente? ( ) sim ( ) não Se a sua resposta for sim, informe a modalidade: ( ) perfuração com agulhas de seringas 92 ( ) corte com vidros ( ) outros 5.1.1 Parte do corpo afetada pelo acidente: ( ) cabeça ( ) tronco ( ) braço ( ) mão ( ) perna ( ) pé ( ) coluna vertebral ( ) outros 5.1.2 Quais foram as conseqüências desse acidente? ( ) ferimento leve ( ) ferimento grave ( ) perda de membro ( ) perda de dedos ( ) fraturas ( ) infecção ( ) invalidez ( ) dor muscular ( ) contusão lombar ( ) outras 5.2 Na sua opinião, quais são as causas mais comuns de acidentes ocorridos durante a realização do trabalho? 5.3 Você já se afastou por acidentes de trabalho? ( ) sim ( ) não 5.3.1 Se a sua resposta for sim, informe: - por quanto tempo: Justifique 5.4 Em caso de acidentes, como os funcionários são encaminhados para o atendimento especializado? ( ) são encaminhados através de convênios de saúde ( ) são encaminhados para o atendimento público ( ) a empresa possui profissionais responsáveis pelo atendimento ( ) outro 93 6-Dados relacionados às condições de saúde: 6.1 Como você considera seu estado de saúde atual? ( ) satisfatório ( ) parcialmente satisfatório ( ) insatisfatório 6.2 Para você o que significa saúde? ( ) ausência de doença ( ) bem estar - físico, mental e social ( ) bem-estar físico ( ) bom salário ( ) bem-estar mental ( ) boa alimentação ( ) bem-estar social 6.3 Você é vacinado contra doenças? ( ) sim 6.3.1 Se a sua resposta for sim, quais: ( ) tétano ( ) febre amarela ( ) hepatite ( ) não ( ) sarampo ( ) outras 6.3.2 A empresa tem conhecimento dessas imunizações? ( ) sim 6.4 A empresa oferece assistência médica para os funcionários? ( ) não ( ) sim ( ) não 6.4.1 Qual: 6.5 Após iniciar nesse trabalho, você apresenta ou já apresentou alguma doença? ( ) sim, apresenta ( ) sim, apresentou ( ) não 6.5.1 Se a resposta for sim, informe qual: ( ) dermatites ( ) micoses ( ) doenças do trato intestinal ( ) doenças renais ( ) doenças cardíacas ( ) doenças do trato respiratório ( ) hepatite ( ) dengue ( ) febre amarela ( ) tétano ( ) cólera ( ) hérnia de disco ( ) outra 6.5.3 O diagnóstico obtido foi relacionado a condições: ( ) alimentares ( ) de saneamento ( ) de trabalho ( ) outros - Se a sua resposta for condições de trabalho, informe: - Você conhece outra pessoa que já trabalhou nessa profissão que apresentou a mesma doença? ( ) sim Justifique: ( ) não Quantos:___ 94 6.6 Você apresenta ou apresentou alguns dos sinais e sintomas abaixo? ( ) mal-estar ( ) dor de cabeça ( ) náuseas ( ) estresse ( ) pressão arterial elevada ( ) coração com batimentos acelerados ( ) desvio ou dores na coluna vertebral ( ) dores no corpo ( ) tensão nervosa ( ) perda momentânea da visão ( ) perda parcial da audição ( ) perda total da audição ( ) situação de desconforto pelo contato com poeira ( ) dermatite ( ) intoxicação. Justifique: ( ) outras 6.7 Na sua opinião, quais são as causas mais comuns para o surgimento desses sinais / sintomas e também surgimento de doenças relacionadas ao manuseio dos resíduos? ( ) falta de uso de EPIs ( ) cansaço ( ) pressa durante o trabalho ( ) falta de uso de luvas ( ) excesso de horas trabalhadas ( ) ingestão de bebida alcoólica antes do trabalho ( ) ar carregado de partículas ( ) falta de horário para descanso durante o trabalho ( ) presença de substâncias contaminadas ( ) outros 7-Considerações gerais e finais: 7.1 Como é o relacionamento entre os funcionários: ( ) Muito bom ( ) Bom ( ) Ruim Justifique: 7.2 Como é o relacionamento empresa-empregado ( ) Muito bom Justifique: ( ) Bom ( ) Ruim 95 7.3 O que mais incomoda durante o trabalho? 7.4 Qual é o maior problema que você enfrenta na realização de seu trabalho? 7.5 E para evitar doenças quais seriam as mudanças a serem realizadas? 7.6 Quais são as suas sugestões gerais para melhoria de condições de seu trabalho a serem adotadas? a) pelo Serviço de Saúde b) pela empresa coletora de resíduos c) pelos próprios funcionários dos serviços de saúde 96 APÊNDICE IV - Entrevista com o sujeito número três. Instrumento para coleta de dados Data___/___/____ Segmento: (COLETA DE RSSS) 1- Identificação 1.1 Nome: 1.2 Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino 1.3 Data de Nascimento: _____/_____/_____ 1.4 Estado civil: ( ) separado ( ) solteiro ( ) casado ( ) viúvo ( ) outro 1.5 Nível de instrução: Curso: 1.6 Função exercida na empresa: 1.7 Jornada de trabalho: 2- Dados relacionados às condições de trabalho e de saúde dos coletores 2.1 Como é realizada a contratação de coletores de resíduos? ( ) por indicação ( ) a partir da análise de currículos ( ) com a realização de concursos ( ) Outra 2.2 A admissão de funcionários (as) ocorre após: ( ) exame físico ( ) exames laboratoriais ( ) entrevista ( ) outros 2.3 Antes de iniciar na profissão, os coletores participam de algum treinamento? ( ) sim ( ) não Se sua resposta for sim, informe qual a duração: 2.4 Após iniciar na profissão, eles participam de outros cursos nessa área? ( ) sim ( ) não Se sua resposta for sim, informe qual: 2.5 Os coletores são imunizados contra doenças? ( ) sim ( ) não 97 Se sua resposta for sim, para quais doenças? 2.6 Que tipo de assistência é oferecida pela empresa aos funcionários: ( ) assistência e/ ou convênio médico ( ) exames laboratoriais periódicos ( ) orientações sobre segurança no trabalho ( ) orientações sobre recursos humanos ( ) outros 2.7 Qual é o valor do salário pago aos coletores? 2.8 Eles recebem algum adicional? a) relativo à insalubridade ( ) sim ( ) não b) gratificação por tempo de trabalho ( ) sim ( ) não c) premiação por desempenho ( ) sim ( ) não d) vale refeição ( ) sim ( ) não e) vale transporte ( ) sim ( ) não f) outros Se sua resposta for sim, informe como é feita a verificação para a concessão de adicionais e como é o cálculo de seus valores: 2.9 Em geral, os coletores faltam ao trabalho? ( ) sim ( ) não Se sim, por que motivo: 2.10 Em caso de falta ao trabalho existe desconto no salário: ( ) sim ( ) não Comente: 2.11 Existe rotatividade de funcionários: Qual é o motivo: ( ) sim ( ) não ( ) doença ( ) ineficiência na realização das funções 2.12 Existe afastamento dos trabalhadores: ( ) acidente ( ) outro ( ) sim ( ) não Se sua resposta for sim,qual o motivo mais freqüente: ( ) familiar ( ) doença ( ) acidente de trabalho ( ) outro 98 2.13 Existe divisão de setores para a realização da coleta de RSSS: ( ) sim ( ) não Se sua resposta for sim, como é essa divisão: 2.14 Com que freqüência é realizada a coleta: ( ) todos os dias ( ) duas vezes por semana ( ) uma vez por semana ( ) três vezes por semana ( ) outra freqüência 2.15 Comente o motivo dessa freqüência: 2.16 Quais são os componentes que formam uma equipe completa de trabalhadores da área de coleta de RSSS: 2.17 Qual é o número total de coletores no município: 2.18 Existe revezamento de turno entre eles: ( ) sim ( ) não Se sua resposta for sim, como funciona esse revezamento: 2.19 Durante a jornada de trabalho, existem intervalos para descanso e satisfação de necessidades fisiológicas? ( ) sim ( ) não Periodicidade: 2.20 Quais os EPI fornecidos para os coletores de RSS: ( ) luvas ( ) máscaras ( ) botas ( ) nenhum ( ) outros 2.21 Eles são utilizados adequadamente: ( ) sim ( ) não ( ) parcialmente Se sim, quais: 2.22 São utilizados uniformes: ( ) sim ( ) não Se sua resposta for sim, qual é o tipo de tecido do uniforme: ( ) tecido comum ( ) tecido especial 99 2.23 O uso dos EPI é fiscalizado: ( ) sim ( ) não 2.24 Quem fiscaliza 2.25 Os EPI são distribuídos de acordo com a demanda? ( ) sim ( ) não 2.26 Na sua opinião, existem riscos aos coletores na realização de seu trabalho em caso de não utilizarem os EPI: ( ) sim ( ) não 2.27 A empresa possui registros de acidentes? Quais? ( ) sim ( ) não Se sua resposta for sim, como é feito esse registro 2.28 Quais são os tipos de acidentes registrados? 2.29: Quais são as causas desses acidentes? 2.30 Em caso de acidentes de trabalhos já ocorridos, houve necessidade de afastamento do trabalho? ( ) sim ( ) não Se a sua resposta for sim, por quanto tempo: 2.31 A empresa possui registros de doenças dos funcionários: ( ) sim ( ) não Se sua resposta for sim, como é feito esse registro 2.32 Quais são os tipos de doenças registrados? 2.33 Quais são as causas dessas doenças: 3- Dados relacionados às condições de manuseio dos resíduos 3.1 Os resíduos dos serviços de saúde são devidamente separados e embalados? ( ) sim ( ) não 100 3.2 Esses resíduos são: ( ) simplesmente transferidos ( ) tratados antes de serem transferidos 3.3 Onde eles são depositados: 3.4 Quais são os materiais recolhidos regularmente durante a coleta? ( ) curativos ( ) agulhas e seringas 3.5 Como os RSSS são acondicionamento nos serviços de saúde? 3.6 Qual é o tipo de veículo? 3.7 Qual a quantidade de veículos utilizados na coleta 3.8 Qual é o peso da carga transportada em cada veículo? 3.9 Qual é o peso diário total transportado para o aterro? 3.10 Qual a quantidade de trabalhadores por veículo 3.11 Qual é o estado de conservação do veículo transportador? ( ) bom ( ) regular ( ) ruim 3.12 Onde é realizada a limpeza do veículo transportador? 3.13 Com que freqüência 3.14 Quem faz a limpeza: 3.15 Qual é a freqüência de coleta: ( ) 01 vez/dia ( ) 02 vez/dia ( ) outro 101 3.16 Qual é o período? ( ) manhã ( ) tarde ( ) outro 3.17 As áreas de coleta apresentam algum critério de subdivisão? ( ) sim ( ) não Qual: ( ) bairro ( ) rua ( ) outro Com relação ao percurso, responda: 3.18 Como são as ruas onde a coleta é realizada? ( ) pavimentadas ( ) não pavimentadas ( ) parcialmente pavimentadas 3.19 Como é o sistema viário? ( ) de fácil circulação ( ) de razoável circulação ( ) de difícil circulação 3.20 Como é o tráfego? ( ) de baixa intensidade ( ) de média intensidade ( ) de alta intensidade 3.21 Qual é o tempo gasto para transportar os resíduos até o seu destino final? Com relação à disposição final dos resíduos, informe: 3.22 Local: 3.23 Qual é a quantidade média de resíduo coletada diariamente? 3.24 Tratamento físico prévio do RSS: ( ) simples transferência ( ) com sistemas de redução do volume através de compactador ( ) outro 3.25 Como os resíduos são tratados? 4- Dados relativos à empresa coletora 102 4.1 A empresa que você é responsável pela coleta de RSSS em: ( ) hospitais ( ) clínicas particulares ( ) postos de saúde ( ) outros 4.2 Quando a empresa assumiu essa função no município e como foram iniciados os trabalhos? 4.3 Na sua opinião, quais são as vantagens e/ou prejuízos da terceirização da coleta dos RSSS? 4.4 Qual é o gasto médio estimado com os funcionários e despesas gerais da empresa? 4.5 Como é calculado o valor cobrado para realização do serviço? 4.6 Na sua opinião, quais são as vantagens e/ou desvantagens da terceirização da coleta dos RSSS? 4.7 Como sua empresa é fiscalizada? 5- Considerações gerais: 5.1 Em sua opinião a que fatores de risco os coletores de RSSS estão expostos? Quais são as conseqüências dessa exposição? 5.2 O destino final dos resíduos obedece às normas exigidas pelos órgãos ambientais? ( ) sim ( ) não ( ) por quê? 5.3 Na sua opinião, qual é o(s) problema(s) mais grave que envolve o gerenciamento de resíduos? 103 5.4 Existem projetos municipais para minimizar esse(s) problema(s)? ( ) sim ( ) não Qual? 5.5 Na sua opinião quais são as melhorias que poderiam ser feitas no gerenciamento dos resíduos como um todo? 5.6 A população é conscientizada com relação à segregação dos materiais antes da destinação? ( ) sim ( ) não ( ) porquê? 5.7 Para diminuir os impactos relacionados à saúde dos coletores e da população como um todo, a empresa tem projetos para realizar a conscientização da população? Quais são esses projetos com relação a: ( ) sim ( ) não Se sim, quais? a) produção / redução de consumo; b) reaproveitamento de materiais c) coleta adequada. 5.8 Quais são as suas sugestões gerais para melhoria de condições de seu trabalho e de saúde dos coletores de RSSS a serem adotadas? 104 ANEXOS ANEXO I - Autorização do Comitê de Ética da UNIFRAN.......................................107 ANEXO II- Classificação dos Resíduos de Serviços de Saúde, segundo a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária, (ANVISA) n. 306/2004.............................................................................................................108 ANEXO III - Resolução CONAMA 358, de 29 de abril de 2005.................................... ANEXO IV – Portaria TEM – NR32- n. 485, de 11 de novembro de 2005..................... 105 ANEXO I – Autorização do Comitê de Ética da UNIFRAN 106 ANEXO II CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE, segundo a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária, (ANVISA) n. 306/2004. GRUPO A1 -Culturas e estoques de microrganismos resíduos de fabricação de produtos biológicos, exceto os hemoderivados; meios de cultura e instrumentais utilizados para transferência, inoculação ou mistura de culturas; resíduos de laboratórios de manipulação genética. Estes resíduos não podem deixar a unidade geradora sem tratamento prévio. Devem ser inicialmente acondicionados de maneira compatível com o processo de tratamento a ser utilizado. -Resíduos resultantes de atividades de vacinação com microorganismos vivos ou atenuados, incluindo frascos de vacinas com expiração do prazo de validade, com conteúdo inutilizado, vazios ou com restos do produto, agulhas e seringas. Devem ser submetidos a tratamento antes da disposição final. -Resíduos resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação biológica por agentes Classe de Risco 4 (microrganismos com relevância epidemiológica e risco de disseminação ou causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido. Devem ser submetidos a tratamento antes da disposição final. -Bolsas transfusionais contendo sangue ou hemocomponentes rejeitadas por contaminação ou por má conservação, ou com prazo de validade vencido, e aquelas oriundas de coleta incompleta; sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos, recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, contendo sangue ou líquidos corpóreos na forma livre. Devem ser submetidos a tratamento antes da disposição final. -As sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos, podem ser descartadas diretamente no sistema de coleta de esgotos, 107 desde que atendam respectivamente as diretrizes estabelecidas pelos órgãos ambientais, gestores de recursos hídricos e de saneamento competentes. GRUPO A2 - Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais submetidos a processos de experimentação com inoculação de microorganismos, bem como suas forrações, e os cadáveres de animais suspeitos de serem portadores de microrganismos de relevância epidemiológica e com risco de disseminação, que foram submetidos ou não a estudo anátomo-patológico ou confirmação diagnóstica. Devem ser submetidos a tratamento antes da disposição final. GRUPO A3 - Peças anatômicas (membros) do ser humano; produto de fecundação sem sinais vitais, com peso menor que 500 gramas ou estatura menor que 25 centímetros ou idade gestacional menor que 20 semanas, que não tenham valor científico ou legal e não tenha havido requisição pelo paciente ou seus familiares. GRUPO A4 - Kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores; filtros de ar e gases aspirados de área contaminada; membrana filtrante de equipamento médicohospitalar e de pesquisa, entre outros similares; sobras de amostras de laboratório e seus recipientes contendo fezes, urina e secreções, provenientes de pacientes que não contenham e nem sejam suspeitos de conter agentes Classe de Risco 4, e nem apresentem relevância epidemiológica e risco de disseminação, ou microrganismo causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido ou com suspeita de contaminação com príons; tecido adiposo proveniente de lipoaspiração, lipoescultura ou outro procedimento de cirurgia plástica que gere este tipo de resíduo; recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, que não contenham sangue ou líquidos corpóreos na forma livre; peças anatômicas (órgãos e tecidos) e outros resíduos provenientes de procedimentos cirúrgicos ou de estudos anátomopatológicos ou de confirmação diagnóstica; carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais não submetidos a processos de experimentação com inoculação de microorganismos, bem como suas forrações; 108 cadáveres de animais provenientes de serviços de assistência; Bolsas transfusionais vazias ou com volume residual pós-transfusão. GRUPO A5 - Órgãos, tecidos, fluidos orgânicos, materiais perfurocortantes ou escarificantes e demais materiais resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação com príons. GRUPO B - Resíduos químicos que apresentam risco à saúde ou ao meio ambiente, quando não forem submetidos a processo de reutilização, recuperação ou reciclagem, devem ser submetidos a tratamento ou disposição final específicos. - Resíduos químicos no estado sólido, quando não tratados, devem ser dispostos em aterro de resíduos perigosos - Classe I. - Resíduos químicos no estado líquido devem ser submetidos a tratamento específico, sendo vedado o seu encaminhamento para disposição final em aterros. - Os resíduos de substâncias químicas, quando não fizerem parte de mistura química, devem ser obrigatoriamente segregados e acondicionados de forma isolada - Os demais resíduos sólidos contendo metais pesados podem ser encaminhados a Aterro de Resíduos Perigosos-Classe I ou serem submetidos a tratamento de acordo com as orientações do órgão local de meio ambiente, em instalações licenciadas para este fim. Os resíduos líquidos deste grupo devem seguir orientações específicas dos órgãos ambientais locais. GRUPO C - Os rejeitos radioativos devem ser segregados de acordo com a natureza física do material e do radionuclídeo presente, e o tempo necessário para atingir o limite de eliminação, em conformidade com a norma NE - 6.05 da CNEN. Os rejeitos radioativos não podem ser considerados resíduos até que seja decorrido o tempo de decaimento necessário ao atingimento do limite de eliminação. GRUPO D - Devem ser acondicionados de acordo com as orientações dos serviços locais de limpeza urbana, utilizando-se sacos impermeáveis, contidos em recipientes e receber identificação. - Para os resíduos do Grupo D, destinados à 109 reciclagem ou reutilização, a identificação deve ser feita nos recipientes e nos abrigos de guarda de recipientes, usando código de cores e suas correspondentes nomeações, baseadas na Resolução CONAMA nº. 275/2001, e símbolos de tipo de material reciclável : I - azul - PAPÉIS II- amarelo - METAIS III - verde - VIDROS IV - vermelho - PLÁSTICOS V - marrom - RESÍDUOS ORGÂNICOS Para os demais resíduos do Grupo D deve ser utilizada a cor cinza nos recipientes. Caso não exista processo de segregação para reciclagem, não existe exigência para a padronização de cor destes recipientes. São admissíveis outras formas de segregação, acondicionamento e identificação dos recipientes destes resíduos para fins de reciclagem, de acordo com as características específicas das rotinas de cada serviço, devendo estar contempladas no PGRSS. GRUPO E -Os materiais perfurocortantes devem ser descartados separadamente, no local de sua geração, imediatamente após o uso ou necessidade de descarte, em recipientes, rígidos, resistentes à punctura, ruptura e vazamento, com tampa, devidamente identificados, atendendo aos parâmetros referenciados na norma NBR 13853/97 da ABNT, sendo expressamente proibido o esvaziamento desses recipientes para o seu reaproveitamento. As agulhas descartáveis devem ser desprezadas juntamente com as seringas, quando descartáveis, sendo proibido reencapá-las ou proceder a sua retirada manualmente. O volume dos recipientes de acondicionamento deve ser compatível com a geração diária deste tipo de resíduo. 110 ANEXO III MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA RESOLUÇÃO N. 358, DE 29 DE ABRIL DE 2005 Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências. O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA, no uso das competências que lhe são conferidas pela Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981, regulamentada pelo Decreto no 99.274, de 6 de julho de 1990, e tendo em vista o disposto em seu Regimento Interno, anexo à Portaria no 499, de 18 de dezembro de 2002, e o que consta do Processo no 02000.001672/2000-76, volumes I e II, resolve: Considerando os princípios da prevenção, da precaução, do poluidor pagador, da correção na fonte e de integração entre os vários órgãos envolvidos para fins do licenciamento e da fiscalização; Considerando a necessidade de aprimoramento, atualização e complementação dos procedimentos contidos na Resolução CONAMA no 283, de 12 de julho de 2001, relativos ao tratamento e disposição final dos resíduos dos serviços de saúde, com vistas a preservar a saúde pública e a qualidade do meio ambiente; Considerando a necessidade de minimizar riscos ocupacionais nos ambientes de trabalho e proteger a saúde do trabalhador e da população em geral; Considerando a necessidade de estimular a minimização da geração de resíduos, promovendo a substituição de materiais e de processos por alternativas de menor risco, a redução na fonte e a reciclagem, dentre outras alternativas; Considerando que a segregação dos resíduos, no momento e local de sua geração, permite reduzir o volume de resíduos que necessitam de manejo diferenciado; Considerando que soluções consorciadas, para fins de tratamento e disposição final de resíduos de serviços de saúde, são especialmente indicadas para pequenos geradores e municípios de pequeno porte; Considerando que as ações preventivas são menos onerosas do que as ações corretivas e minimizam com mais eficácia os danos causados à saúde pública e ao meio ambiente; 111 Considerando a necessidade de ação integrada entre os órgãos federais, estaduais e municipais de meio ambiente, de saúde e de limpeza urbana com o objetivo de regulamentar o gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde, resolve: Art. 1o Esta Resolução aplica-se a todos os serviços relacionados com o atendimento à saúde humana ou animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar e de trabalhos de campo; laboratórios analíticos de produtos para saúde; necrotérios, funerárias e serviços onde se realizem atividades de embalsamamento (tanatopraxia e somatoconservação); serviços de medicina legal; drogarias e farmácias inclusive as de manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa na área de saúde; centros de controle de zoonoses; distribuidores de produtos farmacêuticos; importadores, distribuidores e produtores de materiais e controles para diagnóstico in vitro; unidades móveis de atendimento à saúde; serviços de acupuntura; serviços de tatuagem, entre outros similares. Parágrafo único. Esta Resolução não se aplica a fontes radioativas seladas, que devem seguir as determinações da Comissão Nacional de Energia Nuclear-CNEN, e às indústrias de produtos para a saúde, que devem observar as condições específicas do seu licenciamento ambiental. Art. 2o Para os efeitos desta Resolução considera-se: I - agente de classe de risco 4 (elevado risco individual e elevado risco para a comunidade): patógeno que representa grande ameaça para o ser humano e para os animais, representando grande risco a quem o manipula e tendo grande poder de transmissibilidade de um indivíduo a outro, não existindo medidas preventivas e de tratamento para esses agentes; II - estabelecimento: denominação dada a qualquer edificação destinada à realização de atividades de prevenção, produção, promoção, recuperação e pesquisa na área da saúde ou que estejam a ela relacionadas; III - estação de transferência de resíduos de serviços de saúde: é uma unidade com instalações exclusivas, com licença ambiental expedida pelo órgão competente, para executar transferência de resíduos gerados nos serviços de saúde, garantindo as características originais de acondicionamento, sem abrir ou transferir conteúdo de uma embalagem para a outra; IV - líquidos corpóreos: são representados pelos líquidos cefalorraquidiano, pericárdico, pleural, articular, ascítico e amniótico; 112 V - materiais de assistência à saúde: materiais relacionados diretamente com o processo de assistência aos pacientes; VI - príon: estrutura protéica alterada relacionada como agente etiológico das diversas formas de encefalite espongiforme; VII - redução de carga microbiana: aplicação de processo que visa a inativação microbiana das cargas biológicas contidas nos resíduos; VIII - nível III de inativação microbiana: inativação de bactérias vegetativas, fungos, vírus lipofílicos e hidrofílicos, parasitas e microbactérias com redução igual ou maior que 6Log10, e inativação de esporos do bacilo stearothermophilus ou de esporos do bacilo subtilis com redução igual ou maior que 4Log10; IX - sobras de amostras: restos de sangue, fezes, urina, suor, lágrima, leite, colostro, líquido espermático, saliva, secreções nasal, vaginal ou peniana, pêlo e unha que permanecem nos tubos de coleta após a retirada do material necessário para a realização de investigação; X - resíduos de serviços de saúde: são todos aqueles resultantes de atividades exercidas nos serviços definidos no art. 1o desta Resolução que, por suas características, necessitam de processos diferenciados em seu manejo, exigindo ou não tratamento prévio à sua disposição final; XI - Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde-PGRSS: documento integrante do processo de licenciamento ambiental, baseado nos princípios da não geração de resíduos e na minimização da geração de resíduos, que aponta e descreve as ações relativas ao seu manejo, no âmbito dos serviços mencionados no art. 1o desta Resolução, contemplando os aspectos referentes à geração, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, reciclagem, tratamento e disposição final, bem como a proteção à saúde pública e ao meio ambiente; XII - sistema de tratamento de resíduos de serviços de saúde: conjunto de unidades, processos e procedimentos que alteram as características físicas, físico-químicas, químicas ou biológicas dos resíduos, podendo promover a sua descaracterização, visando a minimização do risco à saúde pública, a preservação da qualidade do meio ambiente, a segurança e a saúde do trabalhador; XIII - disposição final de resíduos de serviços de saúde: é a prática de dispor os resíduos sólidos no solo previamente preparado para recebê-los, de acordo com 113 critérios técnico-construtivos e operacionais adequados, em consonância com as exigências dos órgãos ambientais competentes; e XIV - redução na fonte: atividade que reduza ou evite a geração de resíduos na origem, no processo, ou que altere propriedades que lhe atribuam riscos, incluindo modificações no processo ou equipamentos, alteração de insumos, mudança de tecnologia ou procedimento, substituição de materiais, mudanças na prática de gerenciamento, administração interna do suprimento e aumento na eficiência dos equipamentos e dos processos. Art. 3o Cabe aos geradores de resíduos de serviço de saúde e ao responsável legal, referidos no art. 1o desta Resolução, o gerenciamento dos resíduos desde a geração até a disposição final, de forma a atender aos requisitos ambientais e de saúde pública e saúde ocupacional, sem prejuízo de responsabilização solidária de todos aqueles, pessoas físicas e jurídicas que, direta ou indiretamente, causem ou possam causar degradação ambiental, em especial os transportadores e operadores das instalações de tratamento e disposição final, nos termos da Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981. Art. 4o Os geradores de resíduos de serviços de saúde constantes do art. 1o desta Resolução, em operação ou a serem implantados, devem elaborar e implantar o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde-PGRSS, de acordo com a legislação vigente, especialmente as normas da vigilância sanitária. § 1o Cabe aos órgãos ambientais competentes dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, a fixação de critérios para determinar quais serviços serão objetos de licenciamento ambiental, do qual deverá constar o PGRSS. § 2o O órgão ambiental competente, no âmbito do licenciamento, poderá, sempre que necessário, solicitar informações adicionais ao PGRSS. § 3o O órgão ambiental, no âmbito do licenciamento, fixará prazos para regularização dos serviços em funcionamento, devendo ser apresentado o PGRSS devidamente implantado. Art. 5o O PGRSS deverá ser elaborado por profissional de nível superior, habilitado pelo seu conselho de classe, com apresentação de Anotação de Responsabilidade Técnica-ART, Certificado de Responsabilidade Técnica ou documento similar, quando couber. 114 Art. 6o Os geradores dos resíduos de serviços de saúde deverão apresentar aos órgãos competentes, até o dia 31 de março de cada ano, declaração, referente ao ano civil anterior, subscrita pelo administrador principal da empresa e pelo responsável técnico devidamente habilitado, acompanhada da respectiva ART, relatando o cumprimento das exigências previstas nesta Resolução. Parágrafo único. Os órgãos competentes poderão estabelecer critérios e formas para apresentação da declaração mencionada no caput deste artigo, inclusive, dispensando-a se for o caso para empreendimentos de menor potencial poluidor. Art. 7o Os resíduos de serviços de saúde devem ser acondicionados atendendo às exigências legais referentes ao meio ambiente, à saúde e à limpeza urbana, e às normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas-ABNT, ou, na sua ausência, às normas e critérios internacionalmente aceitos. Art. 8o Os veículos utilizados para coleta e transporte externo dos resíduos de serviços de saúde devem atender às exigências legais e às normas da ABNT. Art. 9o As estações para transferência de resíduos de serviços de saúde devem estar licenciadas pelo órgão ambiental competente. Parágrafo único. As características originais de acondicionamento devem ser mantidas, não se permitindo abertura, rompimento ou transferência do conteúdo de uma embalagem para outra. Art. 10. Os sistemas de tratamento e disposição final de resíduos de serviços de saúde devem estar licenciados pelo órgão ambiental competente para fins de funcionamento e submetidos a monitoramento de acordo com parâmetros e periodicidade definidos no licenciamento ambiental. Parágrafo único. São permitidas soluções consorciadas para os fins previstos neste artigo. Art 11. Os efluentes líquidos provenientes dos estabelecimentos prestadores de serviços de saúde, para serem lançados na rede pública de esgoto ou em corpo receptor, devem atender às diretrizes estabelecidas pelos órgãos ambientais, gestores de recursos hídricos e de saneamento competentes. Art. 12. Para os efeitos desta Resolução e em função de suas características, os resíduos de serviço de saúde são classificados de acordo com o Anexo I desta Resolução. 115 Art. 13. Os resíduos não caracterizados no Anexo I desta Resolução devem estar contemplados no PGRSS, e seu gerenciamento deve seguir as orientações especificas de acordo com a legislação vigente ou conforme a orientação do órgão ambiental competente. Art. 14. É obrigatória a segregação dos resíduos na fonte e no momento da geração, de acordo com suas características, para fins de redução do volume dos resíduos a serem tratados e dispostos, garantindo a proteção da saúde e do meio ambiente. Art. 15. Os resíduos do Grupo A1, constantes do Anexo I desta Resolução, devem ser submetidos a processos de tratamento em equipamento que promova redução de carga microbiana compatível com nível III de inativação microbiana e devem ser encaminhados para aterro sanitário licenciado ou local devidamente licenciado para disposição final de resíduos dos serviços de saúde. Art. 16. Os resíduos do Grupo A2, constantes do Anexo I desta Resolução, devem ser submetidos a processo de tratamento com redução de carga microbiana compatível com nível III de inativação e devem ser encaminhados para: I - aterro sanitário licenciado ou local devidamente licenciado para disposição final de resíduos dos serviços de saúde, ou II - sepultamento em cemitério de animais. Parágrafo único. Deve ser observado o porte do animal para definição do processo de tratamento. Quando houver necessidade de fracionamento, este deve ser autorizado previamente pelo órgão de saúde competente. Art. 17. Os resíduos do Grupo A3, constantes do Anexo I desta Resolução, quando não houver requisição pelo paciente ou familiares e/ou não tenham mais valor científico ou legal, devem ser encaminhados para: I - sepultamento em cemitério, desde que haja autorização do órgão competente do Município, do Estado ou do Distrito Federal; ou II - tratamento térmico por incineração ou cremação, em equipamento devidamente licenciado para esse fim. Parágrafo único. Na impossibilidade de atendimento dos incisos I e II, o órgão ambiental competente nos Estados, Municípios e Distrito Federal pode aprovar outros processos alternativos de destinação. 116 Art. 18. Os resíduos do Grupo A4, constantes do Anexo I desta Resolução, podem ser encaminhados sem tratamento prévio para local devidamente licenciado para a disposição final de resíduos dos serviços de saúde. Parágrafo único. Fica a critério dos órgãos ambientais estaduais e municipais a exigência do tratamento prévio, considerando os critérios, especificidades e condições ambientais locais. Art. 19. Os resíduos do Grupo A5, constantes do Anexo I desta Resolução, devem ser submetidos a tratamento específico orientado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária-ANVISA. Art. 20. Os resíduos do Grupo A não podem ser reciclados, reutilizados ou reaproveitados, inclusive para alimentação animal. Art. 21. Os resíduos pertencentes ao Grupo B, constantes do Anexo I desta Resolução, com características de periculosidade, quando não forem submetidos a processo de reutilização, recuperação ou reciclagem, devem ser submetidos a tratamento e disposição final específicos. § 1o As características dos resíduos pertencentes a este grupo são as contidas na Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos-FISPQ. § 2o Os resíduos no estado sólido, quando não tratados, devem ser dispostos em aterro de resíduos perigosos - Classe I. § 3o Os resíduos no estado líquido não devem ser encaminhados para disposição final em aterros. Art. 22. Os resíduos pertencentes ao Grupo B, constantes do Anexo I desta Resolução, sem características de periculosidade, não necessitam de tratamento prévio. § 1o Os resíduos referidos no caput deste artigo, quando no estado sólido, podem ter disposição final em aterro licenciado. § 2o Os resíduos referidos no caput deste artigo, quando no estado líquido, podem ser lançados em corpo receptor ou na rede pública de esgoto, desde que atendam respectivamente as diretrizes estabelecidas pelos órgãos ambientais, gestores de recursos hídricos e de saneamento competentes. Art. 23. Quaisquer materiais resultantes de atividades exercidas pelos serviços referidos no art. 1o desta Resolução que contenham radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de isenção especificados na norma CNEN-NE-6.02 - 117 Licenciamento de Instalações Radiativas, e para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista, são considerados rejeitos radioativos (Grupo C) e devem obedecer às exigências definidas pela CNEN. § 1o Os rejeitos radioativos não podem ser considerados resíduos até que seja decorrido o tempo de decaimento necessário ao atingimento do limite de eliminação. § 2o Os rejeitos radioativos, quando atingido o limite de eliminação, passam a ser considerados resíduos das categorias biológica, química ou de resíduo comum, devendo seguir as determinações do grupo ao qual pertencem. Art. 24. Os resíduos pertencentes ao Grupo D, constantes do Anexo I desta Resolução, quando não forem passíveis de processo de reutilização, recuperação ou reciclagem, devem ser encaminhados para aterro sanitário de resíduos sólidos urbanos, devidamente licenciado pelo órgão ambiental competente. Parágrafo único. Os resíduos do Grupo D, quando for passível de processo de reutilização, recuperação ou reciclagem devem atender as normas legais de higienização e descontaminação e a Resolução CONAMA no 275, de 25 de abril de 2001. Art. 25. Os resíduos pertencentes ao Grupo E, constantes do Anexo I desta Resolução, devem ter tratamento específico de acordo com a contaminação química, biológica ou radiológica. § 1o Os resíduos do Grupo E devem ser apresentados para coleta acondicionados em coletores estanques, rígidos e hígidos, resistentes à ruptura, à punctura, ao corte ou à escarificação. § 2o os resíduos a que se refere o caput deste artigo, com contaminação radiológica, devem seguir as orientações contidas no art. 23, desta Resolução. § 3o os resíduos que contenham medicamentos citostáticos ou antineoplásicos, devem ser tratados conforme o art. 21, desta Resolução. § 4o os resíduos com contaminação biológica devem ser tratados conforme os arts. 15 e 18 desta Resolução. Art. 26. Aos órgãos ambientais competentes, integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente-SISNAMA, incumbe a aplicação desta Resolução, cabendo-lhes a fiscalização, bem como a imposição das penalidades administrativas previstas na legislação pertinente. 118 Art. 27. Para os municípios ou associações de municípios com população urbana até 30.000 habitantes, conforme dados do último censo disponível do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE, e que não disponham de aterro sanitário licenciado, admite-se de forma excepcional e tecnicamente motivada, por meio de Termo de Ajustamento de Conduta, com cronograma definido das etapas de implantação e com prazo máximo de três anos, a disposição final em solo obedecendo aos critérios mínimos estabelecidos no Anexo II, desta Resolução, com a devida aprovação do órgão ambiental competente. Art. 28. Os geradores dos resíduos dos serviços de saúde e os órgãos municipais de limpeza urbana poderão, a critério do órgão ambiental competente, receber prazo de até dois anos, contados a partir da vigência desta Resolução, para se adequarem às exigências nela prevista. § 1o O empreendedor apresentará ao órgão ambiental competente, entre outros documentos, o cronograma das medidas necessárias ao cumprimento do disposto nesta Resolução. § 2o O prazo previsto no caput deste artigo poderá, excepcional e tecnicamente motivado, ser prorrogado por até um ano, por meio de Termo de Ajustamento de Conduta, ao qual se dará publicidade, enviando-se cópia ao Ministério Público. Art. 29. O não cumprimento do disposto nesta Resolução sujeitará os infratores às penalidades e sanções previstas na legislação pertinente, em especial na Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, e no seu Decreto regulamentador. Art. 30. As exigências e deveres previstos nesta resolução caracterizam obrigação de relevante interesse ambiental. Art. 31. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. Art. 32. Revogam-se a Resolução CONAMA no 283, de 12 de julho de 2001, e as disposições da Resolução no 5, de 5 de agosto de 1993, que tratam dos resíduos sólidos oriundos dos serviços de saúde, para os serviços abrangidos no art. 1o desta Resolução. MARINA SILVA 119 ANEXO IV NR 32 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM SERVIÇOS DE SAÚDE Publicação D.O.U. Portaria GM nº 485, de 11 de novembro de 2005 16/11/05 Portaria GM nº 939, de 18 de novembro de 2008 19/11/08 32.1 Do objetivo e campo de aplicação 32.1.1 Esta Norma Regulamentadora – NR tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral. 32.1.2 Para fins de aplicação desta NR entende-se por serviços de saúde qualquer edificação destinada à prestação de assistência à saúde da população, e todas as ações de promoção, recuperação, assistência, pesquisa e ensino em saúde em qualquer nível de complexidade. 32.2 Dos Riscos Biológicos 32.2.1 Para fins de aplicação desta NR, considera-se Risco Biológico a probabilidade da exposição ocupacional a agentes biológicos. 32.2.1.1 Consideram-se Agentes Biológicos os microrganismos, geneticamente modificados ou não; as culturas de células; os parasitas; as toxinas e os príons. 32.2.1.2 A classificação dos agentes biológicos encontra-se no anexo I desta NR. 32.2.2 Do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA: 32.2.2.1 O PPRA, além do previsto na NR-09, na fase de reconhecimento, deve conter: I. Identificação dos riscos biológicos mais prováveis, em função da localização geográfica e da característica do serviço de saúde e seus setores, considerando: a) fontes de exposição e reservatórios; b) vias de transmissão e de entrada; c) transmissibilidade, patogenicidade e virulência do agente; d) persistência do agente biológico no ambiente; 120 e) estudos epidemiológicos ou dados estatísticos; f) outras informações científicas. II. Avaliação do local de trabalho e do trabalhador, considerando: a) a finalidade e descrição do local de trabalho; b) a organização e procedimentos de trabalho; c) a possibilidade de exposição; d) a descrição das atividades e funções de cada local de trabalho; e) as medidas preventivas aplicáveis e seu acompanhamento. 32.2.2.2 O PPRA deve ser reavaliado 01 (uma) vez ao ano e: a) sempre que se produza uma mudança nas condições de trabalho, que possa alterar a exposição aos agentes biológicos; b) quando a análise dos acidentes e incidentes assim o determinar. 32.2.2.3 Os documentos que compõem o PPRA deverão estar disponíveis aos trabalhadores. 32.2.3 Do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO 32.2.3.1 O PCMSO, além do previsto na NR-07, e observando o disposto no inciso I do item 32.2.2.1, deve contemplar: a) o reconhecimento e a avaliação dos riscos biológicos; b) a localização das áreas de risco segundo os parâmetros do item 32.2.2; c) a relação contendo a identificação nominal dos trabalhadores, sua função, o local em que desempenham suas atividades e o risco a que estão expostos; d) a vigilância médica dos trabalhadores potencialmente expostos; e) o programa de vacinação. 32.2.3.2 Sempre que houver transferência permanente ou ocasional de um trabalhador para um outro posto de trabalho, que implique em mudança de risco, esta deve ser comunicada de imediato ao médico coordenador ou responsável pelo PCMSO. 32.2.3.3 Com relação à possibilidade de exposição acidental aos agentes biológicos, deve constar do PCMSO: a) os procedimentos a serem adotados para diagnóstico, acompanhamento e prevenção da soroconversão e das doenças; b) as medidas para descontaminação do local de trabalho; c) o tratamento médico de emergência para os trabalhadores; 121 d) a identificação dos responsáveis pela aplicação das medidas pertinentes; e) a relação dos estabelecimentos de saúde que podem prestar assistência aos trabalhadores; f) as formas de remoção para atendimento dos trabalhadores; g) a relação dos estabelecimentos de assistência à saúde depositários de imunoglobulinas, vacinas, medicamentos necessários, materiais e insumos especiais. 32.2.3.4 O PCMSO deve estar à disposição dos trabalhadores, bem como da inspeção do trabalho. 32.2.3.5 Em toda ocorrência de acidente envolvendo riscos biológicos, com ou sem afastamento do trabalhador, deve ser emitida a Comunicação de Acidente de Trabalho – CAT. 32.2.4 Das Medidas de Proteção 32.2.4.1 As medidas de proteção devem ser adotadas a partir do resultado da avaliação, previstas no PPRA, observando o disposto no item 32.2.2. 32.2.4.1.1 Em caso de exposição acidental ou incidental, medidas de proteção devem ser adotadas imediatamente, mesmo que não previstas no PPRA. 32.2.4.2 A manipulação em ambiente laboratorial deve seguir as orientações contidas na publicação do Ministério da Saúde – Diretrizes Gerais para o Trabalho em Contenção com Material Biológico, correspondentes aos respectivos microrganismos. 32.2.4.3 Todo local onde exista possibilidade de exposição ao agente biológico deve ter lavatório exclusivo para higiene das mãos provido de água corrente, sabonete líquido, toalha descartável e lixeira provida de sistema de abertura sem contato manual. 32.2.4.3.1 Os quartos ou enfermarias destinados ao isolamento de pacientes portadores de doenças infectocontagiosas devem conter lavatório em seu interior. 32.2.4.3.2 O uso de luvas não substitui o processo de lavagem das mãos, o que deve ocorrer, no mínimo, antes e depois do uso das mesmas. 32.2.4.4 Os trabalhadores com feridas ou lesões nos membros superiores só podem iniciar suas atividades após avaliação médica obrigatória com emissão de documento de liberação para o trabalho. 32.2.4.5 O empregador deve vedar: 122 a) a utilização de pias de trabalho para fins diversos dos previstos; b) o ato de fumar, o uso de adornos e o manuseio de lentes de contato nos postos de trabalho; c) o consumo de alimentos e bebidas nos postos de trabalho; d) a guarda de alimentos em locais não destinados para este fim; e) o uso de calçados abertos. 32.2.4.6 Todos trabalhadores com possibilidade de exposição a agentes biológicos devem utilizar vestimenta de trabalho adequada e em condições de conforto. 32.2.4.6.1 A vestimenta deve ser fornecida sem ônus para o empregado. 32.2.4.6.2 Os trabalhadores não devem deixar o local de trabalho com os equipamentos de proteção individual e as vestimentas utilizadas em suas atividades laborais. 32.2.4.6.3 O empregador deve providenciar locais apropriados para fornecimento de vestimentas limpas e para deposição das usadas. 32.2.4.6.4 A higienização das vestimentas utilizadas nos centros cirúrgicos e obstétricos, serviços de tratamento intensivo, unidades de pacientes com doenças infecto-contagiosa e quando houver contato direto da vestimenta com material orgânico, deve ser de responsabilidade do empregador. 32.2.4.7 Os Equipamentos de Proteção Individual – EPI, descartáveis ou não, deverão estar à disposição em número suficiente nos postos de trabalho, de forma que seja garantido o imediato fornecimento ou reposição. 32.2.4.8 O empregador deve: a) garantir a conservação e a higienização dos materiais e instrumentos de trabalho; b) providenciar recipientes e meios de transporte adequados para materiais infectantes, fluidos e tecidos orgânicos. 32.2.4.9 O empregador deve assegurar capacitação aos trabalhadores, antes do início das atividades e de forma continuada, devendo ser ministrada: a) sempre que ocorra uma mudança das condições de exposição dos trabalhadores aos agentes biológicos; b) durante a jornada de trabalho; c) por profissionais de saúde familiarizados com os riscos inerentes aos agentes biológicos. 123 32.2.4.9.1 A capacitação deve ser adaptada à evolução do conhecimento e à identificação de novos riscos biológicos e deve incluir: a) os dados disponíveis sobre riscos potenciais para a saúde; b) medidas de controle que minimizem a exposição aos agentes; c) normas e procedimentos de higiene; d) utilização de equipamentos de proteção coletiva, individual e vestimentas de trabalho; e) medidas para a prevenção de acidentes e incidentes; f) medidas a serem adotadas pelos trabalhadores no caso de ocorrência de incidentes e acidentes. 32.2.4.9.2 O empregador deve comprovar para a inspeção do trabalho a realização da capacitação através de documentos que informem a data, o horário, a carga horária, o conteúdo ministrado, o nome e a formação ou capacitação profissional do instrutor e dos trabalhadores envolvidos. 32.2.4.10 Em todo local onde exista a possibilidade de exposição a agentes biológicos, devem ser fornecidas aos trabalhadores instruções escritas, em linguagem acessível, das rotinas realizadas no local de trabalho e medidas de prevenção de acidentes e de doenças relacionadas ao trabalho. 32.2.4.10.1 As instruções devem ser entregues ao trabalhador, mediante recibo, devendo este ficar à disposição da inspeção do trabalho. 32.2.4.11 Os trabalhadores devem comunicar imediatamente todo acidente ou incidente, com possível exposição a agentes biológicos, ao responsável pelo local de trabalho e, quando houver, ao serviço de segurança e saúde do trabalho e à CIPA. 32.2.4.12 O empregador deve informar, imediatamente, aos trabalhadores e aos seus representantes qualquer acidente ou incidente grave que possa provocar a disseminação de um agente biológico suscetível de causar doenças graves nos seres humanos, as suas causas e as medidas adotadas ou a serem adotadas para corrigir a situação. 32.2.4.13 Os colchões, colchonetes e demais almofadados devem ser revestidos de material lavável e impermeável, permitindo desinfecção e fácil higienização. 32.2.4.13.1 O revestimento não pode apresentar furos, rasgos, sulcos ou reentrâncias. 124 32.2.4.14 Os trabalhadores que utilizarem objetos perfurocortantes devem ser os responsáveis pelo seu descarte. 32.2.4.15 São vedados o reencape e a desconexão manual de agulhas. 32.2.4.16 Deve ser assegurado o uso de materiais perfurocortantes com dispositivo de segurança, conforme cronograma a ser estabelecido pela CTPN. 32.2.4.16.1 As empresas que produzem ou comercializam materiais perfurocortantes devem disponibilizar, para os trabalhadores dos serviços de saúde, capacitação sobre a correta utilização do dispositivo de segurança. (Aprovado e acrescentado pela Portaria GM n.º 939, de 18 de novembro de 2008) 32.2.4.16.2 O empregador deve assegurar, aos trabalhadores dos serviços de saúde, a capacitação prevista no subitem 32.2.4.16.1. (Aprovado e acrescentado pela Portaria GM n.º 939, de 18 de novembro de 2008) 32.2.4.17 Da Vacinação dos Trabalhadores 32.2.4.17.1 A todo trabalhador dos serviços de saúde deve ser fornecido, gratuitamente, programa de imunização ativa contra tétano, difteria, hepatite B e os estabelecidos no PCMSO. 32.2.4.17.2 Sempre que houver vacinas eficazes contra outros agentes biológicos a que os trabalhadores estão, ou poderão estar, expostos, o empregador deve fornecê-las gratuitamente. 32.2.4.17.3 O empregador deve fazer o controle da eficácia da vacinação sempre que for recomendado pelo Ministério da Saúde e seus órgãos, e providenciar, se necessário, seu reforço. 32.2.4.17.4 A vacinação deve obedecer às recomendações do Ministério da Saúde. 32.2.4.17.5 O empregador deve assegurar que os trabalhadores sejam informados das vantagens e dos efeitos colaterais, assim como dos riscos a que estarão expostos por falta ou recusa de vacinação, devendo, nestes casos, guardar documento comprobatório e mantê-lo disponível à inspeção do trabalho. 32.2.4.17.6 A vacinação deve ser registrada no prontuário clínico individual do trabalhador, previsto na NR-07. 32.2.4.17.7 Deve ser fornecido ao trabalhador comprovante das vacinas recebidas. 32.3 Dos Riscos Químicos 32.3.1 Deve ser mantida a rotulagem do fabricante na embalagem original dos produtos químicos utilizados em serviços de saúde. 125 32.3.2 Todo recipiente contendo produto químico manipulado ou fracionado deve ser identificado, de forma legível, por etiqueta com o nome do produto, composição química, sua concentração, data de envase e de validade, e nome do responsável pela manipulação ou fracionamento. 32.3.3 É vedado o procedimento de reutilização das embalagens de produtos químicos. 32.3.4 Do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA 32.3.4.1 No PPRA dos serviços de saúde deve constar inventário de todos os produtos químicos, inclusive intermediários e resíduos, com indicação daqueles que impliquem em riscos à segurança e saúde do trabalhador. 32.3.4.1.1 Os produtos químicos, inclusive intermediários e resíduos que impliquem riscos à segurança e saúde do trabalhador, devem ter uma ficha descritiva contendo, no mínimo, as seguintes informações: a) as características e as formas de utilização do produto; b) os riscos à segurança e saúde do trabalhador e ao meio ambiente, considerando as formas de utilização; c) as medidas de proteção coletiva, individual e controle médico da saúde dos trabalhadores; d) condições e local de estocagem; e) procedimentos em situações de emergência. 32.3.4.1.2 Uma cópia da ficha deve ser mantida nos locais onde o produto é utilizado. 32.3.5 Do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO 32.3.5.1 Na elaboração e implementação do PCMSO, devem ser consideradas as informações contidas nas fichas descritivas citadas no subitem 32.3.4.1.1. 32.3.6 Cabe ao empregador: 32.3.6.1 Capacitar, inicialmente e de forma continuada, os trabalhadores envolvidos para a utilização segura de produtos químicos. 32.3.6.1.1 A capacitação deve conter, no mínimo: a) a apresentação das fichas descritivas citadas no subitem 32.3.4.1.1, com explicação das informações nelas contidas; b) os procedimentos de segurança relativos à utilização; 126 c) os procedimentos a serem adotados em caso de incidentes, acidentes e em situações de emergência. 32.3.7 Das Medidas de Proteção 32.3.7.1 O empregador deve destinar local apropriado para a manipulação ou fracionamento de produtos químicos que impliquem riscos à segurança e saúde do trabalhador. 32.3.7.1.1 É vedada a realização destes procedimentos em qualquer local que não o apropriado para este fim. 32.3.7.1.2 Excetuam-se a preparação e associação de medicamentos para administração imediata aos pacientes. 32.3.7.1.3 O local deve dispor, no mínimo, de: a) sinalização gráfica de fácil visualização para identificação do ambiente, respeitando o disposto na NR-26; b) equipamentos que garantam a concentração dos produtos químicos no ar abaixo dos limites de tolerância estabelecidos nas NR-09 e NR-15 e observando-se os níveis de ação previstos na NR-09; c) equipamentos que garantam a exaustão dos produtos químicos de forma a não potencializar a exposição de qualquer trabalhador, envolvido ou não, no processo de trabalho, não devendo ser utilizado o equipamento tipo coifa; d) chuveiro e lava-olhos, os quais deverão ser acionados e higienizados semanalmente; e) equipamentos de proteção individual, adequados aos riscos, à disposição dos trabalhadores; f) sistema adequado de descarte. 32.3.7.2 A manipulação ou fracionamento dos produtos químicos deve ser feito por trabalhador qualificado. 32.3.7.3 O transporte de produtos químicos deve ser realizado considerando os riscos à segurança e saúde do trabalhador e ao meio ambiente. 32.3.7.4 Todos os estabelecimentos que realizam, ou que pretendem realizar, esterilização, reesterilização ou reprocessamento por gás óxido de etileno, deverão atender o disposto na Portaria Interministerial n.º 482/MS/TEM de 16/04/1999. 127 32.3.7.5 Nos locais onde se utilizam e armazenam produtos inflamáveis, o sistema de prevenção de incêndio deve prever medidas especiais de segurança e procedimentos de emergência. 32.3.7.6 As áreas de armazenamento de produtos químicos devem ser ventiladas e sinalizadas. 32.3.7.6.1 Devem ser previstas áreas de armazenamento próprias para produtos químicos incompatíveis. 32.3.8 Dos Gases Medicinais 32.3.8.1 Na movimentação, transporte, armazenamento, manuseio e utilização dos gases, bem como na manutenção dos equipamentos, devem ser observadas as recomendações do fabricante, desde que compatíveis com as disposições da legislação vigente. 32.3.8.1.1 As recomendações do fabricante, em português, devem ser mantidas no local de trabalho à disposição dos trabalhadores e da inspeção do trabalho. 32.3.8.2 É vedado: a) a utilização de equipamentos em que se constate vazamento de gás; b) submeter equipamentos a pressões superiores àquelas para as quais foram projetados; c) a utilização de cilindros que não tenham a identificação do gás e a válvula de segurança; d) a movimentação dos cilindros sem a utilização dos equipamentos de proteção individual adequados; e) a submissão dos cilindros a temperaturas extremas; f) a utilização do oxigênio e do ar comprimido para fins diversos aos que se destinam; g) o contato de óleos, graxas, hidrocarbonetos ou materiais orgânicos similares com gases oxidantes; h) a utilização de cilindros de oxigênio sem a válvula de retenção ou o dispositivo apropriado para impedir o fluxo reverso; i) a transferência de gases de um cilindro para outro, independentemente da capacidade dos cilindros; j) o transporte de cilindros soltos, em posição horizontal e sem capacetes. 128 32.3.8.3 Os cilindros contendo gases inflamáveis, tais como hidrogênio e acetileno, devem ser armazenados a uma distância mínima de oito metros daqueles contendo gases oxidantes, tais como oxigênio e óxido nitroso, ou através de barreiras vedadas e resistentes ao fogo. 32.3.8.4 Para o sistema centralizado de gases medicinais devem ser fixadas placas, em local visível, com caracteres indeléveis e legíveis, com as seguintes informações: a) nominação das pessoas autorizadas a terem acesso ao local e treinadas na operação e manutenção do sistema; b) procedimentos a serem adotados em caso de emergência; c) número de telefone para uso em caso de emergência; d) sinalização alusiva a perigo. 32.3.9 Dos Medicamentos e das Drogas de Risco 32.3.9.1 Para efeito desta NR, consideram-se medicamentos e drogas de risco aquelas que possam causar genotoxicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e toxicidade séria e seletiva sobre órgãos e sistemas. 32.3.9.2 Deve constar no PPRA a descrição dos riscos inerentes às atividades de recebimento, armazenamento, preparo, distribuição, administração dos medicamentos e das drogas de risco. 32.3.9.3 Dos Gases e Vapores Anestésicos 32.3.9.3.1 Todos os equipamentos utilizados para a administração dos gases ou vapores anestésicos devem ser submetidos à manutenção corretiva e preventiva, dando-se especial atenção aos pontos de vazamentos para o ambiente de trabalho, buscando sua eliminação. 32.3.9.3.2 A manutenção consiste, no mínimo, na verificação dos cilindros de gases, conectores, conexões, mangueiras, balões, traquéias, válvulas, aparelhos de anestesia e máscaras faciais para ventilação pulmonar. 32.3.9.3.2.1 O programa e os relatórios de manutenção devem constar de documento próprio que deve ficar à disposição dos trabalhadores diretamente envolvidos e da fiscalização do trabalho. 32.3.9.3.3 Os locais onde são utilizados gases ou vapores anestésicos devem ter sistemas de ventilação e exaustão, com o objetivo de manter a concentração ambiental sob controle, conforme previsto na legislação vigente. 129 32.3.9.3.4 Toda trabalhadora gestante só será liberada para o trabalho em áreas com possibilidade de exposição a gases ou vapores anestésicos após autorização por escrito do médico responsável pelo PCMSO, considerando as informações contidas no PPRA. 32.3.9.4 Dos Quimioterápicos Antineoplásicos 32.3.9.4.1 Os quimioterápicos antineoplásicos somente devem ser preparados em área exclusiva e com acesso restrito aos profissionais diretamente envolvidos. A área deve dispor no mínimo de: a) vestiário de barreira com dupla câmara; b) sala de preparo dos quimioterápicos; c) local destinado para as atividades administrativas; d) local de armazenamento exclusivo para estocagem. 32.3.9.4.2 O vestiário deve dispor de: a) pia e material para lavar e secar as mãos; b) lava olhos, o qual pode ser substituído por uma ducha tipo higiênica; c) chuveiro de emergência; d) equipamentos de proteção individual e vestimentas para uso e reposição; e) armários para guarda de pertences; f) recipientes para descarte de vestimentas usadas. 32.3.9.4.3 Devem ser elaborados manuais de procedimentos relativos a limpeza, descontaminação e desinfecção de todas as áreas, incluindo superfícies, instalações, equipamentos, mobiliário, vestimentas, EPI e materiais. 32.3.9.4.3.1 Os manuais devem estar disponíveis a todos os trabalhadores e à fiscalização do trabalho. 32.3.9.4.4 Todos os profissionais diretamente envolvidos devem lavar adequadamente as mãos, antes e após a retirada das luvas. 32.3.9.4.5 A sala de preparo deve ser dotada de Cabine de Segurança Biológica Classe II B2 e na sua instalação devem ser previstos, no mínimo: a) suprimento de ar necessário ao seu funcionamento; b) local e posicionamento, de forma a evitar a formação de turbulência aérea. 32.3.9.4.5.1 A cabine deve: a) estar em funcionamento no mínimo por 30 minutos antes do início do trabalho de manipulação e permanecer ligada por 30 minutos após a conclusão do trabalho; 130 b) ser submetida periodicamente a manutenções e trocas de filtros absolutos e préfiltros de acordo com um programa escrito, que obedeça às especificações do fabricante, e que deve estar à disposição da inspeção do trabalho; c) possuir relatório das manutenções, que deve ser mantido a disposição da fiscalização do trabalho; d) ter etiquetas afixadas em locais visíveis com as datas da última e da próxima manutenção; e) ser submetida a processo de limpeza, descontaminação e desinfecção, nas paredes laterais internas e superfície de trabalho, antes do início das atividades; f) ter a sua superfície de trabalho submetida aos procedimentos de limpeza ao final das atividades e no caso de ocorrência de acidentes com derramamentos e respingos. 32.3.9.4.6 Com relação aos quimioterápicos antineoplásicos, compete ao empregador: a) proibir fumar, comer ou beber, bem como portar adornos ou maquiar-se; b) afastar das atividades as trabalhadoras gestantes e nutrizes; c) proibir que os trabalhadores expostos realizem atividades com possibilidade de exposição aos agentes ionizantes; d) fornecer aos trabalhadores avental confeccionado de material impermeável, com frente resistente e fechado nas costas, manga comprida e punho justo, quando do seu preparo e administração; e) fornecer aos trabalhadores dispositivos de segurança que minimizem a geração de aerossóis e a ocorrência de acidentes durante a manipulação e administração; f) fornecer aos trabalhadores dispositivos de segurança para a prevenção de acidentes durante o transporte. 32.3.9.4.7 Além do cumprimento do disposto na legislação vigente, os Equipamentos de Proteção Individual – EPI devem atender as seguintes exigências: a) ser avaliados diariamente quanto ao estado de conservação e segurança; b) estar armazenados em locais de fácil acesso e em quantidade suficiente para imediata substituição, segundo as exigências do procedimento ou em caso de contaminação ou dano. 32.3.9.4.8 Com relação aos quimioterápicos antineoplásicos é vedado: a) iniciar qualquer atividade na falta de EPI; 131 b) dar continuidade às atividades de manipulação quando ocorrer qualquer interrupção do funcionamento da cabine de segurança biológica. 32.3.9.4.9 Dos Procedimentos Operacionais em Caso de Ocorrência de Acidentes Ambientais ou Pessoais. 32.3.9.4.9.1 Com relação aos quimioterápicos, entende-se por acidente: a) ambiental: contaminação do ambiente devido à saída do medicamento do envase no qual esteja acondicionado, seja por derramamento ou por aerodispersóides sólidos ou líquidos; b) pessoal: contaminação gerada por contato ou inalação dos medicamentos da terapia quimioterápica antineoplásica em qualquer das etapas do processo. 32.3.9.4.9.2 As normas e os procedimentos, a serem adotados em caso de ocorrência de acidentes ambientais ou pessoais, devem constar em manual disponível e de fácil acesso aos trabalhadores e à fiscalização do trabalho. 32.3.9.4.9.3 Nas áreas de preparação, armazenamento e administração e para o transporte deve ser mantido um “Kit” de derramamento identificado e disponível, que deve conter, no mínimo: luvas de procedimento, avental impermeável, compressas absorventes, proteção respiratória, proteção ocular, sabão, recipiente identificado para recolhimento de resíduos e descrição do procedimento. 32.3.10 Da Capacitação 32.3.10.1 Os trabalhadores envolvidos devem receber capacitação inicial e continuada que contenha, no mínimo: a) as principais vias de exposição ocupacional; b) os efeitos terapêuticos e adversos destes medicamentos e o possível risco à saúde, a longo e curto prazo; c) as normas e os procedimentos padronizados relativos ao manuseio, preparo, transporte, administração, distribuição e descarte dos quimioterápicos antineoplásicos; d) as normas e os procedimentos a serem adotadas no caso de ocorrência de acidentes. 32.3.10.1.1 A capacitação deve ser ministrada por profissionais de saúde familiarizados com os riscos inerentes aos quimioterápicos antineoplásicos. 32.4 Das Radiações Ionizantes 132 32.4.1 O atendimento das exigências desta NR, com relação às radiações ionizantes, não desobriga o empregador de observar as disposições estabelecidas pelas normas específicas da Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, do Ministério da Saúde. 32.4.2 É obrigatório manter no local de trabalho e à disposição da inspeção do trabalho o Plano de Proteção Radiológica - PPR, aprovado pela CNEN, e para os serviços de radiodiagnóstico aprovado pela Vigilância Sanitária. 32.4.2.1 O Plano de Proteção Radiológica deve: a) estar dentro do prazo de vigência; b) identificar o profissional responsável e seu substituto eventual como membros efetivos da equipe de trabalho do serviço; c) fazer parte do PPRA do estabelecimento; d) ser considerado na elaboração e implementação do PCMSO; e) ser apresentado na CIPA, quando existente na empresa, sendo sua cópia anexada às atas desta comissão. 32.4.3 O trabalhador que realize atividades em áreas onde existam fontes de radiações ionizantes deve: a) permanecer nestas áreas o menor tempo possível para a realização do procedimento; b) ter conhecimento dos riscos radiológicos associados ao seu trabalho; c) estar capacitado inicialmente e de forma continuada em proteção radiológica; d) usar os EPI adequados para a minimização dos riscos; e) estar sob monitoração individual de dose de radiação ionizante, nos casos em que a exposição seja ocupacional. 32.4.4 Toda trabalhadora com gravidez confirmada deve ser afastada das atividades com radiações ionizantes, devendo ser remanejada para atividade compatível com seu nível de formação. 32.4.5 Toda instalação radiativa deve dispor de monitoração individual e de áreas. 32.4.5.1 Os dosímetros individuais devem ser obtidos, calibrados e avaliados exclusivamente em laboratórios de monitoração individual acreditados pela CNEN. 32.4.5.2 A monitoração individual externa, de corpo inteiro ou de extremidades, deve ser feita através de dosimetria com periodicidade mensal e levando-se em conta a natureza e a intensidade das exposições normais e potenciais previstas. 133 32.4.5.3 Na ocorrência ou suspeita de exposição acidental, os dosímetros devem ser encaminhados para leitura no prazo máximo de 24 horas. 32.4.5.4 Após ocorrência ou suspeita de exposição acidental a fontes seladas, devem ser adotados procedimentos adicionais de monitoração individual, avaliação clínica e a realização de exames complementares, incluindo a dosimetria citogenética, a critério médico. 32.4.5.5 Após ocorrência ou suspeita de acidentes com fontes não seladas, sujeitas a exposição externa ou com contaminação interna, devem ser adotados procedimentos adicionais de monitoração individual, avaliação clínica e a realização de exames complementares, incluindo a dosimetria citogenética, a análise in vivo e in vitro, a critério médico. 32.4.5.6 Deve ser elaborado e implementado um programa de monitoração periódica de áreas, constante do Plano de Proteção Radiológica, para todas as áreas da instalação radiativa. 32.4.6 Cabe ao empregador: a) implementar medidas de proteção coletiva relacionadas aos riscos radiológicos; b) manter profissional habilitado, responsável pela proteção radiológica em cada área específica, com vinculação formal com o estabelecimento; c) promover capacitação em proteção radiológica, inicialmente e de forma continuada, para os trabalhadores ocupacionalmente e para-ocupacionalmente expostos às radiações ionizantes; d) manter no registro individual do trabalhador as capacitações ministradas; e) fornecer ao trabalhador, por escrito e mediante recibo, instruções relativas aos riscos radiológicos e procedimentos de proteção radiológica adotados na instalação radiativa; f) dar ciência dos resultados das doses referentes às exposições de rotina, acidentais e de emergências, por escrito e mediante recibo, a cada trabalhador e ao médico coordenador do PCMSO ou médico encarregado dos exames médicos previstos na NR-07. 32.4.7 Cada trabalhador da instalação radiativa deve ter um registro individual atualizado, o qual deve ser conservado por 30 (trinta) anos após o término de sua ocupação, contendo as seguintes informações: a) identificação (Nome, DN, Registro, CPF), endereço e nível de instrução; 134 b) datas de admissão e de saída do emprego; c) nome e endereço do responsável pela proteção radiológica de cada período trabalhado; d) funções associadas às fontes de radiação com as respectivas áreas de trabalho, os riscos radiológicos a que está ou esteve exposto, data de início e término da atividade com radiação, horários e períodos de ocupação; e) tipos de dosímetros individuais utilizados; f) registro de doses mensais e anuais (doze meses consecutivos) recebidas e relatórios de investigação de doses; g) capacitações realizadas; h) estimativas de incorporações; i) relatórios sobre exposições de emergência e de acidente; j) exposições ocupacionais anteriores a fonte de radiação. 32.4.7.1 O registro individual dos trabalhadores deve ser mantido no local de trabalho e à disposição da inspeção do trabalho. 32.4.8 O prontuário clínico individual previsto pela NR-07 deve ser mantido atualizado e ser conservado por 30 (trinta) anos após o término de sua ocupação. 32.4.9 Toda instalação radiativa deve possuir um serviço de proteção radiológica. 32.4.9.1 O serviço de proteção radiológica deve estar localizado no mesmo ambiente da instalação radiativa e serem garantidas as condições de trabalho compatíveis com as atividades desenvolvidas, observando as normas da CNEN e da ANVISA. 32.4.9.2 O serviço de proteção radiológica deve possuir, de acordo com o especificado no PPR, equipamentos para: a) monitoração individual dos trabalhadores e de área; b) proteção individual; c) medições ambientais de radiações ionizantes específicas para práticas de trabalho. 32.4.9.3 O serviço de proteção radiológica deve estar diretamente subordinado ao Titular da instalação radiativa. 32.4.9.4 Quando o estabelecimento possuir mais de um serviço, deve ser indicado um responsável técnico para promover a integração das atividades de proteção radiológica destes serviços. 135 32.4.10 O médico coordenador do PCMSO ou o encarregado pelos exames médicos, previstos na NR-07, deve estar familiarizado com os efeitos e a terapêutica associados à exposição decorrente das atividades de rotina ou de acidentes com radiações ionizantes. 32.4.11 As áreas da instalação radiativa devem ser classificadas e ter controle de acesso definido pelo responsável pela proteção radiológica. 32.4.12 As áreas da instalação radiativa devem estar devidamente sinalizadas em conformidade com a legislação em vigor, em especial quanto aos seguintes aspectos: a) utilização do símbolo internacional de presença de radiação nos acessos controlados; b) as fontes presentes nestas áreas e seus rejeitos devem ter as suas embalagens, recipientes ou blindagens identificadas em relação ao tipo de elemento radioativo, atividade e tipo de emissão; c) valores das taxas de dose e datas de medição em pontos de referência significativos, próximos às fontes de radiação, nos locais de permanência e de trânsito dos trabalhadores, em conformidade com o disposto no PPR; d) identificação de vias de circulação, entrada e saída para condições normais de trabalho e para situações de emergência; e) localização dos equipamentos de segurança; f) procedimentos a serem obedecidos em situações de acidentes ou de emergência; g) sistemas de alarme. 32.4.13 Do Serviço de Medicina Nuclear 32.4.13.1 As áreas supervisionadas e controladas de Serviço de Medicina Nuclear devem ter pisos e paredes impermeáveis que permitam sua descontaminação. 32.4.13.2 A sala de manipulação e armazenamento de fontes radioativas em uso deve: a) ser revestida com material impermeável que possibilite sua descontaminação, devendo os pisos e paredes ser providos de cantos arredondados; b) possuir bancadas constituídas de material liso, de fácil descontaminação, recobertas com plástico e papel absorvente; c) dispor de pia com cuba de, no mínimo, 40 cm de profundidade, e acionamento para abertura das torneiras sem controle manual. 136 32.4.13.2.1 É obrigatória a instalação de sistemas exclusivos de exaustão: a) local, para manipulação de fontes não seladas voláteis; b) de área, para os serviços que realizem estudos de ventilação pulmonar. 32.4.13.2.2 Nos locais onde são manipulados e armazenados materiais radioativos ou rejeitos, não é permitido: a) aplicar cosméticos, alimentar-se, beber, fumar e repousar; b) guardar alimentos, bebidas e bens pessoais. 32.4.13.3 Os trabalhadores envolvidos na manipulação de materiais radioativos e marcação de fármacos devem usar os equipamentos de proteção recomendados no PPRA e PPR. 32.4.13.4 Ao término da jornada de trabalho, deve ser realizada a monitoração das superfícies de acordo com o PPR, utilizando-se monitor de contaminação. 32.4.13.5 Sempre que for interrompida a atividade de trabalho, deve ser feita a monitoração das extremidades e de corpo inteiro dos trabalhadores que manipulam radiofármacos. 32.4.13.6 O local destinado ao decaimento de rejeitos radioativos deve: a) ser localizado em área de acesso controlado; b) ser sinalizado; c) possuir blindagem adequada; d) ser constituído de compartimentos que possibilitem a segregação dos rejeitos por grupo de radionuclídeos com meia-vida física próxima e por estado físico. 32.4.13.7 O quarto destinado à internação de paciente, para administração de radiofármacos, deve possuir: a) blindagem; b) paredes e pisos com cantos arredondados, revestidos de materiais impermeáveis, que permitam sua descontaminação; c) sanitário privativo; d) biombo blindado junto ao leito; e) sinalização externa da presença de radiação ionizante; f) acesso controlado. 32.4.14 Dos Serviços de Radioterapia 32.4.14.1 Os Serviços de Radioterapia devem adotar, no mínimo, os seguintes dispositivos de segurança: 137 a) salas de tratamento possuindo portas com sistema de intertravamento, que previnam o acesso indevido de pessoas durante a operação do equipamento; b) indicadores luminosos de equipamento em operação, localizados na sala de tratamento e em seu acesso externo, em posição visível. 32.4.14.2 Da Braquiterapia 32.4.14.2.1 Na sala de preparo e armazenamento de fontes é vedada a prática de qualquer atividade não relacionada com a preparação das fontes seladas. 32.4.14.2.2 Os recipientes utilizados para o transporte de fontes devem estar identificados com o símbolo de presença de radiação e a atividade do radionuclídeo a ser deslocado. 32.4.14.2.3 No deslocamento de fontes para utilização em braquiterapia deve ser observado o princípio da otimização, de modo a expor o menor número possível de pessoas. 32.4.14.2.4 Na capacitação dos trabalhadores para manipulação de fontes seladas utilizadas em braquiterapia devem ser empregados simuladores de fontes. 32.4.14.2.5 O preparo manual de fontes utilizadas em braquiterapia de baixa taxa de dose deve ser realizado em sala específica com acesso controlado, somente sendo permitida a presença de pessoas diretamente envolvidas com esta atividade. 32.4.14.2.6 O manuseio de fontes de baixa taxa de dose deve ser realizado exclusivamente com a utilização de instrumentos e com a proteção de anteparo plumbífero. 32.4.14.2.7 Após cada aplicação, as vestimentas de pacientes e as roupas de cama devem ser monitoradas para verificação da presença de fontes seladas. 32.4.15 Dos serviços de radiodiagnóstico médico 32.4.15.1 É obrigatório manter no local de trabalho e à disposição da inspeção do trabalho o Alvará de Funcionamento vigente concedido pela autoridade sanitária local e o Programa de Garantia da Qualidade. 32.4.15.2 A cabine de comando deve ser posicionada de forma a: a) permitir ao operador, na posição de disparo, eficaz comunicação e observação visual do paciente; b) permitir que o operador visualize a entrada de qualquer pessoa durante o procedimento radiológico. 32.4.15.3 A sala de raios X deve dispor de: 138 a) sinalização visível na face exterior das portas de acesso, contendo o símbolo internacional de radiação ionizante, acompanhado das inscrições: “raios X, entrada restrita" ou "raios X, entrada proibida a pessoas não autorizadas". b) sinalização luminosa vermelha acima da face externa da porta de acesso, acompanhada do seguinte aviso de advertência: "Quando a luz vermelha estiver acesa, a entrada é proibida". A sinalização luminosa deve ser acionada durante os procedimentos radiológicos. 32.4.15.3.1 As portas de acesso das salas com equipamentos de raios X fixos devem ser mantidas fechadas durante as exposições. 32.4.15.3.2 Não é permitida a instalação de mais de um equipamento de raios X por sala. 32.4.15.4 A câmara escura deve dispor de: a) sistema de exaustão de ar localizado; b) pia com torneira. 32.4.15.5 Todo equipamento de radiodiagnóstico médico deve possuir diafragma e colimador em condições de funcionamento para tomada radiográfica. 32.4.15.6 Os equipamentos móveis devem ter um cabo disparador com um comprimento mínimo de 2 metros. 32.4.15.7 Deverão permanecer no local do procedimento radiológico somente o paciente e a equipe necessária. 32.4.15.8 Os equipamentos de fluoroscopia devem possuir: a) sistema de intensificação de imagem com monitor de vídeo acoplado; b) cortina ou saiote plumbífero inferior e lateral para proteção do operador contra radiação espalhada; c) sistema para garantir que o feixe de radiação seja completamente restrito à área do receptor de imagem; d) sistema de alarme indicador de um determinado nível de dose ou exposição. 32.4.15.8.1 Caso o equipamento de fluoroscopia não possua o sistema de alarme citado, o mesmo deve ser instalado no ambiente. 32.4.16 Dos Serviços de Radiodiagnóstico Odontológico 32.4.16.1 Na radiologia intra-oral: a) todos os trabalhadores devem manter-se afastados do cabeçote e do paciente a uma distância mínima de 2 metros; 139 b) nenhum trabalhador deve segurar o filme durante a exposição; c) caso seja necessária a presença de trabalhador para assistir ao paciente, esse deve utilizar os EPIs. 32.4.16.2 Para os procedimentos com equipamentos de radiografia extra-oral deverão ser seguidos os mesmos requisitos do radiodiagnóstico médico. 32.5 Dos Resíduos 32.5.1 Cabe ao empregador capacitar, inicialmente e de forma continuada, os trabalhadores nos seguintes assuntos: a) segregação, acondicionamento e transporte dos resíduos; b) definições, classificação e potencial de risco dos resíduos; c) sistema de gerenciamento adotado internamente no estabelecimento; d) formas de reduzir a geração de resíduos; e) conhecimento das responsabilidades e de tarefas; f) reconhecimento dos símbolos de identificação das classes de resíduos; g) conhecimento sobre a utilização dos veículos de coleta; h) orientações quanto ao uso de Equipamentos de Proteção Individual – EPI. 32.5.2 Os sacos plásticos utilizados no acondicionamento dos resíduos de saúde devem atender ao disposto na NBR 9191 e ainda ser: a) preenchidos até 2/3 de sua capacidade; b) fechados de tal forma que não se permita o seu derramamento, mesmo que virados com a abertura para baixo; c) retirados imediatamente do local de geração após o preenchimento e fechamento; d) mantidos íntegros até o tratamento ou a disposição final do resíduo. 32.5.3 A segregação dos resíduos deve ser realizada no local onde são gerados, devendo ser observado que: a) sejam utilizados recipientes que atendam as normas da ABNT, em número suficiente para o armazenamento; b) os recipientes estejam localizados próximos da fonte geradora; c) os recipientes sejam constituídos de material lavável, resistente à punctura, ruptura e vazamento, com tampa provida de sistema de abertura sem contato manual, com cantos arredondados que sejam resistentes ao tombamento; 140 d) os recipientes sejam identificados e sinalizados segundo as normas da ABNT. 32.5.3.1 Os recipientes existentes nas salas de cirurgia e de parto não necessitam de tampa para vedação. 32.5.3.2 Para os recipientes destinados a coleta de material perfurocortante, o limite máximo de enchimento deve estar localizado 5 cm abaixo do bocal. 32.5.3.2.1 O recipiente para acondicionamento dos perfurocortantes deve ser mantido em suporte exclusivo e em altura que permita a visualização da abertura para descarte. 32.5.4 O transporte manual do recipiente de segregação deve ser realizado de forma que não exista o contato do mesmo com outras partes do corpo, sendo vedado o arrasto. 32.5.5 Sempre que o transporte do recipiente de segregação possa comprometer a segurança e a saúde do trabalhador, devem ser utilizados meios técnicos apropriados, de modo a preservar a sua saúde e integridade física. 32.5.6 A sala de armazenamento temporário dos recipientes de transporte deve atender, no mínimo, às seguintes características: I. ser dotada de: a) pisos e paredes laváveis; b) ralo sifonado; c) ponto de água; d) ponto de luz; e) ventilação adequada; f) abertura dimensionada de forma a permitir a entrada dos recipientes de transporte. II. ser mantida limpa e com controle de vetores; III. conter somente os recipientes de coleta, armazenamento ou transporte; IV. ser utilizada apenas para os fins a que se destina; V. estar devidamente sinalizada e identificada. 32.5.7 O transporte dos resíduos para a área de armazenamento externo deve atender aos seguintes requisitos: a) ser feito através de carros constituídos de material rígido, lavável, impermeável, provido de tampo articulado ao próprio corpo do equipamento e cantos arredondados; 141 b) ser realizado em sentido único com roteiro definido em horários não coincidentes com a distribuição de roupas, alimentos e medicamentos, períodos de visita ou de maior fluxo de pessoas. 32.5.7.1 Os recipientes de transporte com mais de 400 litros de capacidade devem possuir válvula de dreno no fundo. 32.5.8 Em todos os serviços de saúde deve existir local apropriado para o armazenamento externo dos resíduos, até que sejam recolhidos pelo sistema de coleta externa. 32.5.8.1 O local, além de atender às características descritas no item 32.5.6, deve ser dimensionado de forma a permitir a separação dos recipientes conforme o tipo de resíduo. 32.5.9 Os rejeitos radioativos devem ser tratados conforme disposto na Resolução CNEN NE-6.05. 32.6 Das Condições de Conforto por Ocasião das Refeições 32.6.1 Os refeitórios dos serviços de saúde devem atender ao disposto na NR-24. 32.6.2 Os estabelecimentos com até 300 trabalhadores devem ser dotados de locais para refeição, que atendam aos seguintes requisitos mínimos: a) localização fora da área do posto de trabalho; b) piso lavável; c) limpeza, arejamento e boa iluminação; d) mesas e assentos dimensionados de acordo com o número de trabalhadores por intervalo de descanso e refeição; e) lavatórios instalados nas proximidades ou no próprio local; f) fornecimento de água potável; g) possuir equipamento apropriado e seguro para aquecimento de refeições. 32.6.3 Os lavatórios para higiene das mãos devem ser providos de papel toalha, sabonete líquido e lixeira com tampa, de acionamento por pedal. 32.7 Das Lavanderias 32.7.1 A lavanderia deve possuir duas áreas distintas, sendo uma considerada suja e outra limpa, devendo ocorrer na primeira o recebimento, classificação, pesagem e lavagem de roupas, e na segunda a manipulação das roupas lavadas. 32.7.2 Independente do porte da lavanderia, as máquinas de lavar devem ser de porta dupla ou de barreira, em que a roupa utilizada é inserida pela porta situada na 142 área suja, por um operador e, após lavada, retirada na área limpa, por outro operador. 32.7.2.1 A comunicação entre as duas áreas somente é permitida por meio de visores ou intercomunicadores. 32.7.3 A calandra deve ter: a) termômetro para cada câmara de aquecimento, indicando a temperatura das calhas ou do cilindro aquecido; b) termostato; c) dispositivo de proteção que impeça a inserção de segmentos corporais dos trabalhadores junto aos cilindros ou partes móveis da máquina. 32.7.4 As máquinas de lavar, centrífugas e secadoras devem ser dotadas de dispositivos eletromecânicos que interrompam seu funcionamento quando da abertura de seus compartimentos. 32.8 Da Limpeza e Conservação 32.8.1 Os trabalhadores que realizam a limpeza dos serviços de saúde devem ser capacitados, inicialmente e de forma continuada, quanto aos princípios de higiene pessoal, risco biológico, risco químico, sinalização, rotulagem, EPI, EPC e procedimentos em situações de emergência. 32.8.1.1 A comprovação da capacitação deve ser mantida no local de trabalho, à disposição da inspeção do trabalho. 32.8.2 Para as atividades de limpeza e conservação, cabe ao empregador, no mínimo: a) providenciar carro funcional destinado à guarda e transporte dos materiais e produtos indispensáveis à realização das atividades; b) providenciar materiais e utensílios de limpeza que preservem a integridade física do trabalhador; c) proibir a varrição seca nas áreas internas; d) proibir o uso de adornos. 32.8.3 As empresas de limpeza e conservação que atuam nos serviços de saúde devem cumprir, no mínimo, o disposto nos itens 32.8.1 e 32.8.2. 32.9 Da Manutenção de Máquinas e Equipamentos 32.9.1 Os trabalhadores que realizam a manutenção, além do treinamento específico para sua atividade, devem também ser submetidos a capacitação inicial e 143 de forma continuada, com o objetivo de mantê-los familiarizados com os princípios de: a) higiene pessoal; b) riscos biológico (precauções universais), físico e químico; c) sinalização; d) rotulagem preventiva; e) tipos de EPC e EPI, acessibilidade e seu uso correto. 32.9.1.1 As empresas que prestam assistência técnica e manutenção nos serviços de saúde devem cumprir o disposto no item 32.9.1. 32.9.2 Todo equipamento deve ser submetido à prévia descontaminação para realização de manutenção. 32.9.2.1 Na manutenção dos equipamentos, quando a descontinuidade de uso acarrete risco à vida do paciente, devem ser adotados procedimentos de segurança visando a preservação da saúde do trabalhador. 32.9.3 As máquinas, equipamentos e ferramentas, inclusive aquelas utilizadas pelas equipes de manutenção, devem ser submetidos à inspeção prévia e às manutenções preventivas de acordo com as instruções dos fabricantes, com a norma técnica oficial e legislação vigentes. 32.9.3.1 A inspeção e a manutenção devem ser registradas e estar disponíveis aos trabalhadores envolvidos e à fiscalização do trabalho. 32.9.3.2 As empresas que prestam assistência técnica e manutenção nos serviços de saúde devem cumprir o disposto no item 32.9.3. 32.9.3.3 O empregador deve estabelecer um cronograma de manutenção preventiva do sistema de abastecimento de gases e das capelas, devendo manter um registro individual da mesma, assinado pelo profissional que a realizou. 32.9.4 Os equipamentos e meios mecânicos utilizados para transporte devem ser submetidos periodicamente à manutenção, de forma a conservar os sistemas de rodízio em perfeito estado de funcionamento. 32.9.5 Os dispositivos de ajuste dos leitos devem ser submetidos à manutenção preventiva, assegurando a lubrificação permanente, de forma a garantir sua operação sem sobrecarga para os trabalhadores. 144 32.9.6 Os sistemas de climatização devem ser submetidos a procedimentos de manutenção preventiva e corretiva para preservação da integridade e eficiência de todos os seus componentes. 32.9.6.1 O atendimento do disposto no item 32.9.6 não desobriga o cumprimento da Portaria GM/MS n.° 3.523 de 28/08/98 e demais dispositivos legais pertinentes. 32.10 Das Disposições Gerais 32.10.1 Os serviços de saúde devem: a) atender as condições de conforto relativas aos níveis de ruído previstas na NB 95 da ABNT; b) atender as condições de iluminação conforme NB 57 da ABNT; c) atender as condições de conforto térmico previstas na RDC 50/02 da ANVISA; d) manter os ambientes de trabalho em condições de limpeza e conservação. 32.10.2 No processo de elaboração e implementação do PPRA e do PCMSO devem ser consideradas as atividades desenvolvidas pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar – CCIH do estabelecimento ou comissão equivalente. 32.10.3 Antes da utilização de qualquer equipamento, os operadores devem ser capacitados quanto ao modo de operação e seus riscos. 32.10.4 Os manuais do fabricante de todos os equipamentos e máquinas, impressos em língua portuguesa, devem estar disponíveis aos trabalhadores envolvidos. 32.10.5 É vedada a utilização de material médico-hospitalar em desacordo com as recomendações de uso e especificações técnicas descritas em seu manual ou em sua embalagem. 32.10.6 Em todo serviço de saúde deve existir um programa de controle de animais sinantrópicos, o qual deve ser comprovado sempre que exigido pela inspeção do trabalho. 32.10.7 As cozinhas devem ser dotadas de sistemas de exaustão e outros equipamentos que reduzam a dispersão de gorduras e vapores, conforme estabelecido na NBR 14518. 32.10.8 Os postos de trabalho devem ser organizados de forma a evitar deslocamentos e esforços adicionais. 32.10.9 Em todos os postos de trabalho devem ser previstos dispositivos seguros e com estabilidade, que permitam aos trabalhadores acessar locais altos sem esforço adicional. 145 32.10.10 Nos procedimentos de movimentação e transporte de pacientes deve ser privilegiado o uso de dispositivos que minimizem o esforço realizado pelos trabalhadores. 32.10.11 O transporte de materiais que possa comprometer a segurança e a saúde do trabalhador deve ser efetuado com auxílio de meios mecânicos ou eletromecânicos. 32.10.12 Os trabalhadores dos serviços de saúde devem ser: a) capacitados para adotar mecânica corporal correta, na movimentação de pacientes ou de materiais, de forma a preservar a sua saúde e integridade física; b) orientados nas medidas a serem tomadas diante de pacientes com distúrbios de comportamento. 32.10.13 O ambiente onde são realizados procedimentos que provoquem odores fétidos deve ser provido de sistema de exaustão ou outro dispositivo que os minimizem. 32.10.14 É vedado aos trabalhadores pipetar com a boca. 32.10.15 Todos os lavatórios e pias devem: a) possuir torneiras ou comandos que dispensem o contato das mãos quando do fechamento da água; b) ser providos de sabão líquido e toalhas descartáveis para secagem das mãos. 32.10.16 As edificações dos serviços de saúde devem atender ao disposto na RDC 50 de 21 de fevereiro de 2002 da ANVISA. 32.11 Das Disposições Finais 32.11.1 A observância das disposições regulamentares constantes dessa Norma Regulamentadora - NR, não desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições que, com relação à matéria, sejam incluídas em códigos ou regulamentos sanitários dos Estados, Municípios e do Distrito Federal, e outras oriundas de convenções e acordos coletivos de trabalho, ou constantes nas demais NR e legislação federal pertinente à matéria. 32.11.2 Todos os atos normativos mencionados nesta NR, quando substituídos ou atualizados por novos atos, terão a referência automaticamente atualizada em relação ao ato de origem. 146 32.11.3 Ficam criadas a Comissão Tripartite Permanente Nacional da NR-32, denominada CTPN da NR-32, e as Comissões Tripartites Permanentes Regionais da NR-32, no âmbito das Unidades da Federação, denominadas CTPR da NR-32. 32.11.3.1 As dúvidas e dificuldades encontradas durante a implantação e o desenvolvimento continuado desta NR deverão ser encaminhadas à CTPN. 32.11.4 A responsabilidade é solidária entre contratantes e contratados quanto ao cumprimento desta NR. ANEXO I Os agentes biológicos são classificados em: Classe de risco 1: baixo risco individual para o trabalhador e para a coletividade, com baixa probabilidade de causar doença ao ser humano. Classe de risco 2: risco individual moderado para o trabalhador e com baixa probabilidade de disseminação para a coletividade. Podem causar doenças ao ser humano, para as quais existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento. Classe de risco 3: risco individual elevado para o trabalhador e com probabilidade de disseminação para a coletividade. Podem causar doenças e infecções graves ao ser humano, para as quais nem sempre existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento. Classe de risco 4: risco individual elevado para o trabalhador e com probabilidade elevada de disseminação para a coletividade. Apresenta grande poder de transmissibilidade de um indivíduo a outro. Podem causar doenças graves ao ser humano, para as quais não existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento. ANEXO II Tabela de classificação dos Agentes Biológicos 1. Este anexo apresenta uma tabela de agentes biológicos, classificados nas classes de risco 2, 3 e 4, de acordo com os critérios citados no Anexo I. Para algumas informações adicionais, utilizamos os seguintes símbolos: A: possíveis efeitos alérgicos E: agente emergente e oportunista O: agente oncogênico de baixo risco O+: agente oncogênico de risco moderado T: produção de toxinas V: vacina eficaz disponível 147 (*): normalmente não é transmitido através do ar “spp”: outras espécies do gênero, além das explicitamente indicadas, podendo constituir um risco para a saúde. Na classificação por gênero e espécie podem ocorrer as seguintes situações: a) no caso de mais de uma espécie de um determinado gênero ser patogênica, serão assinaladas as mais importantes, e as demais serão seguidas da denominação “spp“, indicando que outras espécies do gênero podem ser também patogênicas. Por exemplo: Campylobacter fetus, Campylobacter jejuni, Campylobacter spp. b) quando uma única espécie aparece na tabela, por exemplo, Rochalimaea quintana, indica que especificamente este agente é patógeno. 2. Na classificação dos agentes considerou-se os possíveis efeitos para os trabalhadores sadios. Não foram considerados os efeitos particulares para os trabalhadores cuja suscetibilidade possa estar afetada, como nos casos de patologia prévia, medicação, transtornos imunológicos, gravidez ou lactação. 3. Para a classificação correta dos agentes utilizando-se esta tabela, deve-se considerar que: a) a não identificação de um determinado agente na tabela não implica em sua inclusão automática na classe de risco 1, devendo-se conduzir, para isso, uma avaliação de risco, baseada nas propriedades conhecidas ou potenciais desses agentes e de outros representantes do mesmo gênero ou família. b) os organismos geneticamente modificados não estão incluídos na tabela. c) no caso dos agentes em que estão indicados apenas o gênero, devem-se considerar excluídas as espécies e cepas não patogênicas para o homem. d) todos os vírus isolados em seres humanos, porém não incluídos na tabela, devem ser classificados na classe de risco 2, até que estudos para sua classificação estejam concluídos. AGENTES BIOLÓGICOS Bactérias Acinetobacter baumannii (anteriormente Acinetobacter calcoaceticus) Classificação (grupos) Actinobacillus spp Actinomadura madurae Actinomadura pelletieri Actinomyces gerencseriae Actinomyces israelii Actinomyces pyogenes (anteriormente Corynebacterium pyogenes) Actinomyces spp 2 2 2 2 2 2 2 2 Notas 148 Aeromonas hydrophyla Amycolata autotrophica Archanobacterium haemolyticum (Corynebacterium haemolyticum) Bacillus anthracis Bacteroides fragilis Bartonella (Rochalimea) spp Bartonella bacilliformis Bartonella henselae Bartonella quintana Bartonella vinsonii Bordetella bronchiseptica Bordetella parapertussis Bordetella pertussis Borrelia anserina Borrelia burgdorferi Borrelia duttonii Borrelia persicus Borrelia recurrentis Borrelia spp Borrelia theileri Borrelia vincenti Brucella abortus Brucella canis Brucella melitensis Brucella suis Burkholderia mallei (Pseudomonas mallei) Burkholderia pseudomallei (Pseudomonas pseudomallei) Campylobacter coli Campylobacter fetus Campylobacter jejuni Campylobacter septicum Campylobacter spp Cardiobacterium hominis Chlamydia pneumoniae Chlamydia trachomatis Chlamydia psittaci (cepas aviárias) Clostridium botulinum Clostridium chauvoei Clostridium haemolyticum Clostridium histolyticum Clostridium novyi Clostridium perfringens Clostridium septicum Clostridium spp Clostridium tetani Corynebacterium diphtheriae Corynebacterium equi Corynebacterium haemolyticum Corynebacterium minutissimum Corynebacterium pseudotuberculosis. Corynebacterium pyogenes Corynebacterium renale Corynebacterium spp Coxiella burnetii Dermatophilus congolensis 2 2 2 3 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 3 3 3 3 3 3 2 2 2 2 2 2 2 2 3 3 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 3 2 V T T, V T,V 149 Edwardsiella tarda Ehrlichia sennetsu (Rickettsia sennetsu) Ehrlichia spp Eikenella corrodens Enterobacter aerogenes/cloacae Enterococcus spp Erysipelothrix rhusiopathiae Escherichia coli (todas as cepas enteropatogênicas, enterotoxigênicas, enteroinvasivas e detentoras do antígeno Escherichia coli, cepas verocitotóxicas (por exemplo O157:H7 ou O103) Francisella tularensis (tipo A) Haemophilus ducreyi Haemophilus equigenitalis Haemophilus influenzae Helicobacter pylori Klebsiella oxytoca Klebsiella pneumoniae Klebsiella spp Legionella pneumophila Legionella spp Leptospira interrogans (todos os sorotipos) Listeria monocytogenes Listeria ivanovii Moraxella spp Mycobacterium asiaticum Mycobacterium avium/intracellulare Mycobacterium bovis (exceto a cepa BCG) Mycobacterium chelonae Mycobacterium fortuitum Mycobacterium kansasii Mycobacterium leprae Mycobacterium malmoense Mycobacterium marinum Mycobacterium paratuberculosis Mycobacterium scrofulaceum Mycobacterium simiae Mycobacterium szulgai Mycobacterium tuberculosis Mycobacterium xenopi Mycoplasma caviae Mycoplasma hominis Mycoplasma pneumoniae Neisseria gonorrhoeae Neisseria meningitidis Nocardia asteroides Nocardia brasiliensis Nocardia farcinica Nocardia nova Nocardia otitidiscaviarum Nocardia transvalensis Pasteurella multocida Pasteurella multocida tipo B (amostra buffalo e outras cepas virulentas) Pasteurella spp Peptostreptococcus anaerobius 2 2 2 2 2 2 2 2 K 3 (*),T 3 2 3 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 3 2 2 2 2 2 2 2 2 2 3 3 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 3 2 2 V V V V 150 Plesiomonas shigelloides Porphyromonas spp Prevotella spp Proteus mirabilis Proteus penneri Proteus vulgaris Providencia alcalifaciens Providencia rettgeri Providencia spp Pseudomonas aeruginosa Rhodococcus equi Rickettsia akari Rickettsia australis Rickettsia canada Rickettsia conorii Rickettsia montana Rickettsia prowazekii Rickettsia rickettsii Rickettsia siberica Rickettsia tsutsugamushi Rickettsia typhi (Rickettsia mooseri) Salmonella arizonae Salmonella enteritidis Salmonella typhimurium Salmonella paratyphi A, B, C Salmonella typhi Salmonella spp Serpulina spp Shigella boydii Shigella dysenteriae Shigella flexneri Shigella sonnei Staphylococcus aureus Streptobacillus moniliformis Streptococcus pneumoniae Streptococcus pyogenes Streptococcus suis Streptococcus spp Treponema carateum Treponema pallidum Treponema pertenue Treponema spp Vibrio cholerae (01 e 0139) Vibrio parahaemolyticus Vibrio vulnificus Vibrio spp Yersinia enterocolitica Yersinia pestis Yersinia pseudotuberculosis Yersinia spp Vírus Herpesvirus de cobaias Shope fibroma virus Vírus da Doença hemorrágica de coelhos Vírus da Enterite viral de patos, gansos e cisnes Vírus da Febre catarral maligna de bovinos e cervos Vírus da Hepatite viral do pato tipos 1, 2 e 3 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 3 2 2 2 2 4 4 4 4 (*) (*) (*) V (*), V V O O 151 Vírus da Leucemia de Hamsters Vírus da Leucose Bovina Enzoótica Vírus da lumpy skin Vírus do Sarcoma Canino Vírus do Tumor Mamário de camundongos Vírus Lucke (vírus de rãs) Adenoviridae Adenovirus 1 aviário - Vírus CELO Adenovirus 2 - Vírus Símio 40 (Ad2-SV40) Adenovirus 7 - Vírus Símio 40 (Ad7-SV40) Arenaviridae: * Complexos virais LCM-Lassa (arenavírus do Velho Continente) Vírus Lassa Vírus da coriomeningite linfocítica (cepas neurotrópicas) Vírus da coriomeningite linfocítica (outras cepas) * Complexos virais Tacaribe (arenavírus do Novo Mundo): Vírus Amapari Vírus Flechal Vírus Guanarito Vírus Junin Vírus Latino Vírus Machupo Vírus Paraná Vírus Pichinde Vírus Sabiá Astroviridae Birnavirus: incluindo Picobirnavirus, Picotrinavirus Bunyaviridae: Vírus Belém Vírus Mojuí dos Campos Vírus Pará Vírus Santarém Vírus Turlock * Grupo Anopheles Vírus Arumateua Vírus Caraipé Vírus Lukuni Vírus Tacaiuma Vírus Trombetas Vírus Tucurui * Grupo Bunyamwera Vírus Iaco Vírus Kairi Vírus Macauã Vírus Maguari Vírus Sororoca Vírus Taiassuí Vírus Tucunduba Vírus Xingu * Grupo da encefalite da Califórnia Vírus Inkoo Vírus La Crosse Vírus Lumbo Vírus San Angelo 2 2 4 2 2 2 2 2 2 2 O O O O O O O+ O 4 2 2 2 2 4 4 2 4 2 2 4 2 2 2 2 2 2 A 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 152 Vírus Snow hare Vírus Tahyna * Grupo Melão Vírus Guaroa Vírus Jamestown Canyon Vírus Keystone Vírus Serra do Navio Vírus South River Vírus Trivittatus * Grupo C Vírus Apeu Vírus Caraparu Vírus Itaqui Vírus Marituba Vírus Murutucu Vírus Nepuyo Vírus Oriboca * Grupo Capim Vírus Acara Vírus Benevides Vírus Benfica Vírus Capim Vírus Guajará Vírus Moriche * Grupo Guamá Vírus Ananindeua Vírus Bimiti Vírus Catú Vírus Guamá Vírus Mirim Vírus Moju Vírus Timboteua * Grupo Simbu Vírus Jatobal Vírus Oropouche Vírus Utinga Caliciviridae: Vírus da Hepatite E Vírus Norwalk Outros Caliciviridae Coronaviridae: Vírus humanos, gastroenterite de suínos, hepatite murina, Coronavirus bovinos, peritonite infecciosa felina, bronquite infecciosa aviária, Coronavirus de caninos, ratos e coelhos Filoviridae: Vírus Ebola Vírus de Marburg Flaviviridae: Vírus Bussuquara Vírus Cacipacoré Vírus da Dengue tipos 1-4 Vírus da Encefalite B japonesa Vírus da Encefalite da Austrália (Encefalite do Vale Murray) Vírus da Encefalite da primavera-verão russa Vírus da Encefalite de São Luís 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 (*) 2 4 4 2 2 2 3 3 4 2 V V, (a) 153 Vírus da Encefalite da Europa Central Vírus da Febre amarela Vírus da Febre hemorrágica de Omsk Vírus da Floresta de Kyasanur Vírus da Hepatite Vírus do Nilo Ocidental Vírus Ilhéus Vírus Kunjin Vírus Powassa Vírus Rocio Vírus Sal Vieja Vírus San Perlita Vírus Spondweni Hantavirus: Vírus Andes Vírus Dobrava (Belgrado) Vírus Hantaan (Febre hemorrágica da Coréia) Vírus Juquitiba Vírus Prospect Hill Vírus Puumala Vírus Seoul Vírus Sin Nombre Hepadnaviridae: Vírus da hepatite B Vírus da hepatite D (Delta) Herpesviridae: Citomegalovirus Herpes simplex vírus tipos 1 e 2 Herpesvirus de Ateles (Rhadinovirus) Herpesvirus de Saimiri (Rhadinovirus) Herpesvirus humano 7 (HHV7) Herpesvirus humano 8 (HHV8) Herpesvirus simiae (vírus B) Herpesvirus varicellazoster Vírus da Doença de Marek Vírus Epstein-Barr Vírus linfotrópico humano B (HBLV-HHV6) Nairovirus: Vírus da Febre hemorrágica da Criméia/Congo Vírus Hazara Oncornavirus: Vírus C e D Orthomyxoviridae: Vírus da Influenza tipos A, B e C Ortomixovirus transmitidos por carrapatos: Vírus Dhori e Thogoto Papovaviridae: Polyoma virus Shope papilloma virus Vírus BK e JC Vírus do Papiloma bovino Vírus do Papiloma humano Vírus Símio 40 (SV40) Paramyxoviridae: Pneumovirus Vírus da Cachumba Vírus da Doença de Newcastle (amostras nãoasiáticas) 4 3 4 4 2 2 2 2 3 3 3 3 3 (*), V, (a) V (a) V, (a) (*) 3 3 3 3 2 2 3 3 2 2 2 2 3 3 2 2 4 2 2 2 2 (*), V (*), V, (b) O O 4 2 3 2 2 V (c) 2 2 2 2 2 2 O O 2 2 2 O V 154 Vírus da Parainfluenza tipos 1 a 4 Vírus do Sarampo Vírus Nipah Vírus Respiratório Sincicial Parvoviridae: Parvovirus humano (B 19) Phlebovirus: Uukuvirus Vírus Alenquer Vírus Ambé Vírus Anhangá Vírus Ariquemes Vírus Belterra Vírus Bujarú Vírus Candirú Vírus de Toscana Vírus Icoarací Vírus Itaituba Vírus Itaporanga Vírus Jacundá Vírus Joa Vírus Morumbi Vírus Munguba Vírus Nápoles Vírus Oriximina Vírus Pacuí Vírus Serra Norte Vírus Tapará Vírus Toscana Vírus Turuna Vírus Uriurana Vírus Urucuri Picornaviridae: Poliovirus Rinovirus Vírus Coxsackie Vírus da Aftosa com seus diversos tipos e variantes Vírus da Conjuntivite Hemorrágica Aguda (AHC) Vírus da Hepatite A (enterovirus humano tipo 72) Vírus ECHO Poxviridae: Parapoxvirus Poxvirus de caprinos, suínos e aves Vírus Buffalopox Vírus Cotia Vírus Cowpox (e relacionados isolados de felinos domésticos e animais selvagens) Vírus da varíola (major, minor) Vírus da varíola alastrim Vírus da varíola do camelo Vírus do Nódulo dos ordenhadores Vírus Molluscum contagiosum Vírus Monkeypox (varíola do macaco) Vírus Orf Vírus Vaccinia Vírus Whitepox ("vírus da varíola") Vírus Yatapox: Tana 2 2 2 2 V 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 4 2 2 2 2 2 2 2 2 4 4 4 2 4 3 2 2 4 2 V V (d) V V V 155 Vírus Yatapox: Yaba Reoviridae: Coltivirus Orbivirus Orthoreovirus tipos 1, 2 e 3 Reovirus isolados na Amazônia dos Grupos Changuinola e Corriparta Rotavirus humanos Vírus Ieri Vírus Itupiranga Vírus Tembé Retroviridae: HIV - Vírus da Imunodeficiência Humana Rous Sarcoma Virus Vírus da Leucemia de Gibões (GaLV) Vírus da Leucemia de murinos Vírus da Leucemia de ratos Vírus da Leucemia Felina (FeLV) Vírus da Leucose Aviária Vírus do Sarcoma de murinos Vírus do Sarcoma de Símios (SSV-1) Vírus do Sarcoma Felino (FeSV) Vírus Linfotrópicos das células T humana (HTLV-1 e HTLV-2) Vírus Símio Mason-Pfizer Vírus SlV Rhabdoviridae: Vírus Aruac Vírus da Raiva Vírus Duvenhage 2 Vírus Inhangapi 2 Vírus Xiburema 2 * Grupo da Estomatite Vesicular Vírus Alagoas VSV-3 2 Vírus Carajás 2 Vírus Cocal VSV-2 2 Vírus Indiana VSV-1 2 Vírus Juruna 2 Vírus Marabá 2 Vírus Maraba VSV-4 2 Vírus Piry 2 * Grupo Hart Park Vírus Hart Park 2 Vírus Mosqueiro 2 * Grupo Mussuril Vírus Cuiabá 2 Vírus Marco 2 * Grupo Timbó Vírus Chaco 2 Vírus Sena Madureira 2 Vírus Timbó 2 Togaviridae: * Alfavirus Vírus Aurá Vírus Bebaru Vírus Chikungunya Vírus da Encefalomielite equina americana ocidental 2 O+ 2 2 2 2 2 2 2 2 3 2 2 2 (*) O O+ O 2 2 2 2 2 2 O+ O O O+ O+ (*) 2 3 O (*), (e) 2 3 2 2 2 V, (*) 2 2 22 2 2 2 2 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 (*) V 156 Vírus da Encefalomielite eqüina americana oriental Vírus da Encefalomielite equina venezuelana Vírus do Bosque Semliki Vírus do Rio Ross Vírus Mayaro Vírus Mucambo Vírus Onyongnyong Vírus Pixuna Vírus Una Outros alfavirus conhecidos * Rubivirus: Vírus da Rubéola 2 V * Pestivirus: Vírus da Diarréia Bovina 2 Prions: agentes não classificados associados a encefalopatias espongiformes Transmissíveis Agente da Encefalopatia Espongiforme Bovina (BSE), scrapie e outras doenças animais afins Agente da Doença de Creutzfeldt-Jakob (CJD) Agente da Insônia Familiar Fatal Agente da Síndrome de Gerstmann-SträusslerScheinker Agente do Kuru Parasitas Acanthamoeba castellani Ancylostoma ceylanicum Ancylostoma duodenale Angiostrongylus cantonensis Angiostrongylus costaricensis Angiostrongylus spp Ascaris lumbricoides Ascaris suum Babesia divergens Babesia microti Balantidium coli Brugia malayi Brugia pahangi Brugia timori Capillaria philippinensis Capillaria spp Clonorchis sinensis Clonorchis viverrini Coccidia spp Cryptosporidium parvum Cryptosporidium spp Cyclospora cayetanensis Cysticercus cellulosae (cisto hidático, larva de T. sollium) Dactylaria galopava (Ochroconis gallopavum) Dipetalonema streptocerca Diphyllobothrium latum Dracunculus medinensis Echinococcus granulosus Echinococcus multilocularis Echinococcus vogeli Emmonsia parva var. crescens Emmonsia parva var. parva Entamoeba histolytica 2 3 2 2 2 V V (*) 2 2 2 2 2 V 3 (*), (f) 3 3 3 (*) (*) (*) 3 (*) 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 A A (*) (*) (*) 157 Enterobius spp Exophiala (Wangiella) dermatitidis Fasciola gigantica Fasciola hepatica Fasciolopsis buski Fonsecaea compacta Fonsecaea pedrosoi Giardia lamblia (Giardia intestinalis) Giardia spp Heterophyes spp Hymenolepis diminuta Hymenolepis nana Isospora spp Leishmania brasiliensis Leishmania donovani Leishmania major Leishmania mexicana Leishmania peruviana Leishmania spp Leishmania tropica Leishmanla ethiopica Loa loa Madurella grisea Madurella mycetomatis Mansonella ozzardi Mansonella perstans Microsporidium spp Naegleria fowleri Naegleria gruberi Necator americanus Onchocerca volvulus Opisthorchis felineus Opisthorchis spp Paragonimus westermani Plasmodium cynomolgi Plasmodium falciparum Plasmodium malariae Plasmodium ovale Plasmodium spp (humano e símio) Plasmodium vivax Sarcocystis suihominis Scedosporium apiospermum (Pseudallescheria boidii) Scedosporium prolificans (inflatum) Schistosoma haematobium Schistosoma intercalatum Schistosoma japonicum Schistosoma mansoni Schistosoma mekongi Strongyloides spp Strongyloides stercoralis Taenia saginata Taenia solium Toxocara canis Toxoplasma gondii Trichinella spiralis Trichuris trichiura Trypanosoma brucei brucei 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 (*) (*) (*) (*) 158 Trypanosoma brucei gambiense Trypanosoma brucei rhodesiense Trypanosoma cruzi Wuchereria bancrofti Fungos Acremonium falciforme Acremonium kiliense Acremonium potronii Acremonium recifei Acremonium roseogriseum Alternaria anamorfo de Pleospora infectoria Aphanoascus fulvescens Aspergillus amstelodami Aspergillus caesiellus Aspergillus candidus Aspergillus carneus Aspergillus flavus Aspergillus fumigatu Aspergillus glaucus Aspergillus oryzae Aspergillus penicillioides Aspergillus restrictus Aspergillus sydowi Aspergillus terreus Aspergillus unguis Aspergillus versicolor Beauveria bassiana Blastomyces dermatitidis (Ajellomyces dermatitidis) Candida albicans Candida lipolytica Candida pulcherrima Candida ravautii Candida tropicalis Candida viswanathii Chaetoconidium spp Chaetomium spp 2 E Chaetosphaeronema larense Cladophialophora bantiana (Xylophora bantiana, Cladosporium bantianum ou C. trichoides) Cladophialophora carrioni (Cladosporium carrioni) Cladosporium cladosporioides Coccidioides immitis Conidiobolus incongruus Coprinus cinereus Cryptococcus neoformans Cryptococcus neoformans var. gattii (Filobasidiella bacillispora) Cryptococcus neoformans var. neoformans (Filobasidiella neoformans var. neoformans) Cunninghamella geniculata Curvularia pallescens Curvularia senegalensis Cylindrocarpon tonkinense Drechslera spp Emmonsia parva var. crescens Emmonsia parva var. parva Epidermophyton floccosum 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 3 2 2 2 2 (*) E E E E E E E E E E E E E E E E E E E E A A E E E E E E E A E A 2 A 2 2 2 2 2 2 2 2 E E E E E A 159 Epidermophyton spp Exophiala (Wangiella) dermatitidis Exophiala moniliae Fonsecaea compacta Fonsecaea pedrosoi Fusarium dimerum Fusarium nivale Geotrichum candidum Hansenula polymorpha Histoplasma capsulatum duboisii Histoplasma capsulatum var capsulatum (Ajellomyces capsulatus) Lasiodiplodia theobramae Madurella grisea Madurella mycetomatis Madurella spp Microascus desmosporus Microsporum aldouinii Microsporum canis Microsporum spp Mucor rouxianus Mycelia sterilia Mycocentrospora acerina Neotestudina rosatii Oidiodendron cerealis Paecilomyces lilacinus Paecilomyces variotti Paecilomyces viridis Paracoccidioides brasiliensis (na fase de esporulação apresenta maior risco de infecção) Penicillium chrysogenum Penicillium citrinum Penicillium commune Penicillium expansum Penicillium marneffei Penicillium spinulosum Phialophora hoffmannii Phialophora parasitica Phialophora repens Phoma hibérnica Phyllosticta ovalis Phyllosticta spp Pneumocystis carinii Pyrenochaeta unguis-hominis Rhizoctonia spp Rhodotorula pilimanae Rhodotorula rubra Scedosporium apiospermum (Pseudallescheria boidii) Scedosporium prolificans (inflatum) Schizophyllum commune Scopulariops acremonium Scopulariops brumptii Sporothrix schenckii Stenella araguata Taeniolella stilbospora Tetraploa spp Trichophyton rubrum 2 2 2 2 2 2 2 2 2 3 3 E E E E E 2 2 2 2 2 2 2 2 22 2 2 2 2 2 2 2 2 E 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 E E E E E E E E E E E E 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 E A A A E E E E E E E E E E E E E E E E E E 160 Trichophyton spp Trichosporon capitatum Tritirachium oryzae Volutella cinerescens 2 2 2 2 E E E Fontes:1. Brasil (2004) Diretrizes Gerais para o trabalho em contenção com material biológico. Série A: Normas e Manuais Técnicos. Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Brasília: Ministério da Saúde, 60p. 2. UE (2000) Council Directive 2000/54/EC. OJ L 262, 17.10.2000, 21p. 3. ABSA (2005) Risk Group Classification for Infectious Agents. http://www.absa.org/resriskgroup.html, acessado em 11 de julho de 2005. (a) Encefalites transmitidas por carrapatos. (b) O vírus da hepatite D é patogênico apenas na presença de infecção simultânea ou secundária causada pelo vírus da hepatite B. Assim, a vacinação de pessoas que não sejam portadoras do vírus da hepatite B também imuniza contra a hepatite D (Delta). (c) Apenas para os tipos A e B. (d) Dois vírus estão identificados: um é o buffalopox tipo e o outro é uma variante do vírus Vaccinia. (e) Até o momento não há evidência de doença em seres humanos causada por retrovírus de origem símia. Como precaução, recomenda-se nível de contenção 3 para o trabalho com este agente. (f) Até o momento não há evidência de infecções em seres humanos causadas pelos agentes responsáveis pela encefalite espongiforme bovina. No entanto, recomendase o nível de contenção 2, no mínimo, para o trabalho com este agente em laboratório. GLOSSÁRIO DA NR-32 ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas Acidente: é um evento súbito e inesperado que interfere nas condições normais de operação e que pode resultar em danos ao trabalhador, à propriedade ou ao meio ambiente. Alvará de Funcionamento: Licença ou autorização de funcionamento ou operação do serviço fornecida pela autoridade sanitária local. Também chamado de licença ou alvará sanitário. 161 Análise in vitro: É um método indireto utilizado para determinação da atividade do radionuclídeo no corpo através da análise de material biológico, principalmente amostras de urina e fezes. Análise in vivo: É um método direto de medida da radiação emitida, utilizado para avaliação do conteúdo corporal ou das atividades de alguns radionuclídeos em órgãos específicos do corpo. Nesta análise, geralmente são utilizados os chamados contadores de corpo inteiro, onde os raios gama ou X emitidos pelos elementos radioativos incorporados são detectados em pontos estratégicos do corpo do indivíduo monitorado. Animais sinantrópicos: espécies que indesejavelmente coabitam com o homem e que podem transmitir doenças ou causar agravos à saúde humana, tais como roedores, baratas, moscas, pernilongos, pombos, formigas, pulgas e outros. Antineoplásicos: são medicamentos que inibem ou previnem o crescimento e disseminação de alguns tipos de células cancerosas. São utilizados no tratamento de pacientes portadores de neoplasias malignas. São produtos altamente tóxicos e que podem causar teratogênese, mutagênese e carcinogênese com diferentes graus de risco. ANVISA: Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Área Controlada: área sujeita a regras especiais de proteção e segurança, com a finalidade de controlar as exposições normais, prevenir a disseminação de contaminação radioativa e prevenir ou limitar a amplitude das exposições potenciais. Área Supervisionada: área para a qual as condições de exposição ocupacional a radiações ionizantes são mantidas sob supervisão, mesmo que medidas de proteção e segurança específicas não sejam normalmente necessárias. Armazenamento externo: Consiste na guarda dos recipientes de resíduos até a realização da etapa de coleta externa, em ambiente exclusivo com acesso facilitado para os veículos coletores. Armazenamento Temporário: Consiste na guarda temporária dos recipientes contendo os resíduos já acondicionados, em local próximo aos pontos de geração, visando agilizar a coleta dentro do estabelecimento e otimizar o deslocamento entre os pontos geradores e o ponto destinado à apresentação para coleta externa. Não poderá ser feito armazenamento temporário com disposição direta dos sacos sobre 162 o piso, sendo obrigatória a conservação dos sacos em recipientes de acondicionamento. Biombo blindado: anteparo ou divisória móvel, cuja superfície é revestida com material para blindagem contra radiações ionizantes, para demarcar um espaço e criar uma área resguardada. Blindagem: Barreira protetora. Material ou dispositivo interposto entre uma fonte de radiação e seres humanos ou meio ambiente com o propósito de segurança e proteção radiológica. Braquiterapia: radioterapia mediante uma ou mais fontes seladas emissoras de raio gama ou beta utilizadas para aplicações superficiais, intracavitárias ou intersticiais. Cabine de segurança biológica classe II B2: Cabine com a finalidade de oferecer proteção aos trabalhadores e ao meio ambiente dos produtos químicos, radionuclídeos e dos agentes biológicos que se enquadram no critério de Biossegurança Nível 3. Protegem também o produto ou ensaio executado no interior da cabine dos contaminantes existentes no local onde ela está instalada e da contaminação cruzada no interior da própria cabine. Cabine de Segurança Biológica Classe II tipo B2 (segundo os conceitos da NSF 49): Cabine dotada de filtro absoluto (HEPA) com eficiência da filtragem e exaustão do ar de 99,99% a 100%, velocidade média do ar (m/s) 0,45 ± 10%, velocidade de entrada de ar pela janela frontal de 0,5-0,55 m/s. Todo ar que entra na cabine e o que é exaurido para o exterior passam previamente pelo filtro HEPA. Não há recirculação de fluxo de ar, a exaustão é total. A cabine tem pressão negativa em relação ao local onde está instalada, pela diferença entre o insuflamento do ar no interior da cabine e sua exaustão (vazão 1500 m3/h e pressão de sucção de @35 m.m. c.a.). Carcinogenicidade: capacidade que alguns agentes possuem de induzir ou causar câncer. CCIH: Comissão de Controle de Infecção Hospitalar. CNEN: Comissão Nacional de Energia Nuclear. Colimador: Dispositivo adicional a uma fonte de radiação que possibilita a limitação do campo de radiação e a melhoria das condições de imagem ou exposição, para obtenção do diagnóstico ou terapia, por meio do formato e dimensão do orifício que dá passagem a radiação. 163 Coleta externa: consiste na remoção dos resíduos dos serviços de saúde do abrigo de resíduos (armazenamento externo) até a unidade de tratamento ou disposição final, utilizando-se técnicas que garantam a preservação das condições de acondicionamento e a integridade dos trabalhadores, da população e do meio ambiente, devendo estar de acordo com as orientações dos órgãos de limpeza urbana. Controle de vetores: são operações ou programas desenvolvidos com o objetivo de reduzir, eliminar ou controlar a ocorrência dos vetores em uma determinada área. Culturas de células: crescimento in vitro de células derivadas de tecidos ou órgãos de organismos multicelulares em meio nutriente e em condições de esterilidade. Decaimento de rejeitos radioativos: transformação espontânea pela qual a atividade de um material radioativo reduz com o tempo. Deste processo resulta a diminuição do número de átomos radioativos originais de uma amostra. O tempo para que a atividade se reduza à metade é chamado meia-vida radioativa. Descontaminação: remoção de um contaminante químico, físico ou biológico. Desinfecção: processo de eliminação ou destruição de microrganismos na forma vegetativa, independente de serem patogênicos ou não, presentes nos artigos e objetos inanimados. A desinfecção pode ser de baixo, médio ou alto nível. Pode ser feita através do uso de agentes físicos ou químicos. Diafragma: dispositivo que permite o controle da abertura e dimensionamento do feixe de radiação ionizante. Disposição Final: Consiste na disposição de resíduos no solo, previamente preparado para recebê-los, obedecendo a critérios técnicos de construção e operação, e com licenciamento ambiental de acordo com a Resolução CONAMA n.º 237/97. Dosimetria citogenética: avaliação da dose de radiação absorvida através da contagem da freqüência de aberrações cromossômicas em cultura de linfócitos do indivíduo irradiado. É principalmente utilizada para confirmar doses elevadas registradas em dosímetros individuais. Dosímetro individual: Dispositivo usado junto a partes do corpo de um indivíduo, com o objetivo de avaliar a dose efetiva ou a dose equivalente acumulada em um dado período. Construído de material tecido-equivalente com fator de calibração bem estabelecido e rastreado à rede nacional e internacional de metrologia, cujas 164 características são regidas pelas Normas ISO 4037-1 e IEC 731. Também chamado de monitor individual. Exposição Acidental: exposição involuntária e imprevisível decorrente de situação de acidente. Exposição de emergência (Radiações Ionizantes): exposição deliberada por autoridade competente ocorrida durante o atendimento à situações de emergência, exclusivamente no interesse de: a) salvar vidas; b) prevenir a escalada de acidentes que possam acarretar mortes; c) salvar uma instalação de vital importância para o país. Exposição de Rotina (Radiações Ionizantes): exposição de trabalhadores em condições normais de trabalho, em intervenções ou treinamento em práticas autorizadas. Fluoroscopia: exame de um órgão por meio de uma imagem formada em um anteparo fluorescente com aplicação dos raios X. Fonte de Radiação: equipamento ou material que emite ou é capaz de emitir radiação ionizante ou de liberar substâncias ou materiais radioativos. Fontes de Exposição: pessoa, animal, objeto ou substância dos quais um agente biológico passa a um hospedeiro ou a reservatórios ambientais. Fontes não seladas: são aquelas em que o material radioativo está sob forma sólida (pó), líquida ou mais raramente, gasosa, em recipientes que permitem o fracionamento do conteúdo em condições normais de uso. Fontes seladas: materiais radioativos hermeticamente encapsulados de modo a evitar vazamentos e contato com o referido material, sob condições de aplicação específicas. Genotoxicidade: capacidade que alguns agentes possuem de causar dano ao DNA de organismos a eles expostos. Quando são induzidas mutações, os agentes são chamados de mutagênicos. Imunoglobulina: solução que contém anticorpos contra um ou mais agentes biológicos, empregada com o objetivo de conferir imunidade imediata e transitória. Incidente: é um evento súbito e inesperado que interfira na atividade normal do trabalho sem dano ao trabalhador, à propriedade ou ao meio ambiente. 165 Incorporação: ação de determinado material radioativo no instante de sua admissão no corpo humano por ingestão, inalação ou penetração através da pele ou de ferimentos. INMETRO: Instituto Nacional de Metrologia. Instalação Radiativa: estabelecimento ou instalação onde se produzem, utilizam, transportam ou armazenam fontes de radiação. Excetuam-se desta definição: a) as instalações nucleares; b) os veículos transportadores de fontes de radiação quando estas não são partes integrantes dos mesmos. Lavatório: peça sanitária destinada exclusivamente à lavagem de mãos. Material Radioativo: material que contém substâncias ou elementos emissores de radiação ionizante. Microrganismos: Formas de vida de dimensões microscópicas. Organismos visíveis individualmente apenas ao microscópio, que inclui bactérias, fungos, protozoários e vírus. Microrganismos geneticamente modificados: são aqueles em que o material genético (DNA) foi alterado por tecnologias da biotecnologia moderna, especialmente a tecnologia do DNA recombinante. A biotecnologia moderna abrange métodos artificiais de alteração do material genético, isto é, não envolvendo cruzamentos ou recombinações genéticas naturais. Monitor de Contaminação: instrumento com capacidade para medir níveis de radiação em unidades estabelecidas pelos limites derivados de contaminação de superfície de acordo com a Norma CNEN NE- 3.01. Monitor de Radiação: medidor de grandezas e parâmetros para fins de controle ou de avaliação da exposição à radiação presente em pessoas ou em superfícies de objetos, o qual possui a função de fornecer sinais de alerta ou alarme em condições específicas. Monitoração Ambiental: medição contínua, periódica ou especial de grandezas radiológicas no meio ambiente, para fins de radioproteção. Monitoração de Área: avaliação e controle das condições radiológicas das áreas de uma instalação, incluindo medição de grandezas relativas a: a) campos externos de radiação; b) contaminação de superfícies; 166 c) contaminação atmosférica. Monitoração Individual: Monitoração por meio de dosímetros individuais colocados sobre o corpo do indivíduo para fins de controle das exposições ocupacionais. A monitoração individual tem a função primária de avaliar a dose no indivíduo monitorado. Também pode ser utilizada para verificar a adequação do plano de proteção radiológica às atividades da instalação. Monitoração Radiológica (ou simplesmente Monitoração): medição de grandezas relativas e parâmetros relativos à radioproteção, para fins de avaliação e controle das condições radiológicas das áreas de uma instalação ou do meio ambiente, de exposições ou de materiais radioativos e materiais nucleares, incluindo a interpretação de resultados. Mutagenicidade: capacidade que alguns agentes possuem de induzir mutações em organismos a eles expostos. Mutações são alterações geralmente permanentes na seqüência de nucleotídeos do DNA, podendo causar uma ou mais alterações fenotípicas. As mutações podem ter caráter hereditário. NB: Norma Brasileira elaborada pela ABNT. NBR: Norma Brasileira elaborada pela ABNT e registrada no INMETRO Parasita: organismo que sobrevive e se desenvolve às expensas de um hospedeiro, podendo localizar-se no interior ou no exterior deste. Usualmente causa algum dano ao hospedeiro. Patogenicidade: Capacidade de um agente biológico causar doença em um hospedeiro suscetível. Perfurocortantes: que têm ponta ou gume, materiais utilizados para perfurar ou cortar. Persistência do agente biológico no ambiente: capacidade do agente biológico de permanecer fora do hospedeiro, mantendo a possibilidade de causar doença. Pia de lavagem (ou simplesmente pia): destinada preferencialmente à lavagem de utensílios podendo ser também usada para lavagem de mãos. Plano de Proteção Radiológica: documento exigido para fins de licenciamento da instalação, que estabelece o sistema de radioproteção a ser implantado pelo serviço de radioproteção. 167 Princípio de Otimização: estabelece que o projeto, o planejamento do uso e a operação de instalação e de fontes de radiação devem ser feitos de modo a garantir que as operações sejam tão reduzidas quanto razoavelmente exeqüível, levando-se em consideração fatores sociais e econômicos. Príons: Partículas protéicas infecciosas que não possuem ácidos nucléicos. Programa de Garantia da Qualidade: Conjunto de ações sistemáticas e planejadas visando garantir aconfiabilidade adequada quanto ao funcionamento de uma estrutura, sistema, componentes ou procedimentos, de acordo com um padrão aprovado. Em radiodiagnóstico, estas ações devem resultar na produção continuada de imagens de alta qualidade com o mínimo de exposição para os pacientes e operadores. Quimioterápicos Antineoplásicos: Medicamentos utilizados no tratamento e controle do câncer. Radiação Ionizante (ou simplesmente Radiação): qualquer partícula ou radiação eletromagnética que, ao interagir com a matéria, ioniza direta ou indiretamente seus átomos ou moléculas. Radiofármaco: substância radioativa cujas propriedades físicas, químicas e biológicas, fazem com que seja apropriada para uso em seres humanos. Radionuclídeo: isótopo instável de um elemento que decai ou se desintegra espontaneamente, emitindo radiação. Radioproteção: conjunto de medidas que visa proteger o ser humano, seus descendentes e o meio ambiente de possíveis efeitos indesejados causados pela radiação ionizante, de acordo com princípios básicos estabelecidos pela CNEN. Radioterapia: aplicação médica da radiação ionizante para fins terapêuticos. RDC: Resolução da Diretoria Colegiada da ANVISA Recipiente de transporte: são os contenedores providos de rodas, destinados à coleta e transporte interno de resíduos de serviços de saúde. Rejeito Radioativo: Qualquer material resultante de atividades humanas cuja reutilização seja imprópria ou não previsível e que contenha radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de isenção estabelecidos na norma CNEN-NE6.05, ou em outra que venha a substituí-la. 168 Reservatório: Pessoa, animal, objeto ou substância, em que um agente biológico pode persistir, manter sua viabilidade ou crescer e multiplicar-se, de modo a poder ser transmitido a um hospedeiro. Resíduos de Serviços de Saúde: são todos aqueles resultantes de atividades exercidas nos serviços de saúde que, por suas características, necessitam de processos diferenciados em seu manejo, exigindo ou não tratamento prévio à sua disposição final. Segregação: Consiste na separação dos resíduos no momento e no local de sua geração, de acordo com as características físicas, químicas, biológicas, o seu estado físico e os riscos envolvidos. Serviço de Medicina Nuclear: instalação médica específica para aplicação de radiofármacos em pacientes, para propósitos terapêuticos e/ou diagnósticos. Serviço de Proteção Radiológica: entidade constituída especificamente com vistas à execução e manutenção do plano de radioproteção de uma instalação. Essa designação não tem caráter obrigatório, servindo simplesmente como referência. Serviço de Radiodiagnóstico Médico: Estabelecimento, ou setor definido do estabelecimento ou instituição ou especialidade médica que emprega radiações ionizantes para fazer diagnóstico através de imagens radiológicas e/ou radiografias. Serviço de Radiodiagnóstico Odontológico: Estabelecimento, ou setor definido do estabelecimento ou instituição ou especialidade odontológica que emprega radiações ionizantes para fazer diagnósticos através de imagens radiológicas e/ou radiografias. Nesta definição estão incluídos os consultórios odontológicos com equipamento de raios X diagnósticos. Serviço de Radioterapia: instalação específica para aplicação médica da radiação ionizante para fins terapêuticos com utilização de fontes seladas ou feixes de radiação. Símbolo Internacional da Radiação Ionizante: símbolo utilizado internacionalmente para indicar a presença de radiação ionizante. Deve ser acompanhado de um texto descrevendo o emprego da radiação ionizante. Simuladores de fontes seladas: invólucros vazios, para enclausurar material radioativo, utilizados em treinamentos de braquiterapia. 169 Teratogenicidade: Propriedade de um agente químico, físico ou biológico de induzir desenvolvimento anormal, gestacionalmente ou na fase pós-natal, expressado pela letalidade, malformações, retardo do desenvolvimento ou aberração funcional. Titular da Instalação Radiativa: Responsável legal pelo estabelecimento para o qual foi outorgada uma licença ou outro tipo de autorização. Toxinas: substâncias químicas sintetizadas por organismos, que exercem efeitos biológicos adversos no ser humano. Trabalhadores ocupacionalmente expostos às radiações ionizantes: trabalhador que, em conseqüência do seu trabalho a serviço da instalação radiativa, possa vir a receber, por ano, doses superiores aos limites primários para indivíduos do público, estabelecidos na Norma CNEN-NE 3.01 “Diretrizes Básicas de Radioproteção”. Trabalhador para-ocupacionalmente exposto às radiações ionizantes: trabalhador cujas atividades laborais não estão relacionadas diretamente às radiações ionizantes, mas que ocasionalmente também podem vir a receber doses superiores aos limites primários estabelecidos na Norma CNEN-NE 3.01 “Diretrizes Básicas de Radioproteção” para indivíduos do público. Trabalhador Qualificado: aquele que comprove perante o empregador e a inspeção do trabalho uma das seguintes condições: a) capacitação na empresa, conforme o disposto na NR-32; b) capacitação mediante curso ministrado por instituições privadas ou públicas, desde que conduzido por profissional habilitado. Transmissibilidade: capacidade de transmissão de um agente a um hospedeiro. O período de transmissibilidade corresponde ao intervalo de tempo durante o qual um organismo elimina um agente biológico para reservatórios ou para um hospedeiro. Turbulência aérea: Alteração da uniformidade do fluxo de ar laminar unidirecional (no caso, interior da Cabine de Segurança Biológica Classe II tipo B2). Vacinação: processo visando obtenção de imunidade ativa e duradoura de um organismo. A imunidade ativa é a proteção conferida pela estimulação antigênica do sistema imunológico com o desenvolvimento de uma resposta humoral (produção de anticorpos) e celular. Vetor: vetor é um organismo que transmite um agente biológico de uma fonte de exposição ou reservatório a um hospedeiro. 170 Vias de entrada: tecidos ou órgãos por onde um agente penetra em um organismo, podendo ocasionar uma doença. A entrada pode ser por via cutânea (por contato direto com a pele), percutânea (através da pele), parenteral (por inoculação intravenosa, intramuscular, subcutânea), por contato direto com as mucosas, por via respiratória (por inalação) e por via oral (por ingestão). Vias de transmissão: percurso feito pelo agente biológico a partir da fonte de exposição até o hospedeiro. A transmissão pode ocorrer das seguintes formas: 1. Direta: transmissão do agente biológico, sem a intermediação de veículos ou vetores. 2. Indireta: transmissão do agente biológico por meio de veículos ou vetores. Virulência: É o grau de patogenicidade de um agente infeccioso. Livros Grátis ( http://www.livrosgratis.com.br ) Milhares de Livros para Download: Baixar livros de Administração Baixar livros de Agronomia Baixar livros de Arquitetura Baixar livros de Artes Baixar livros de Astronomia Baixar livros de Biologia Geral Baixar livros de Ciência da Computação Baixar livros de Ciência da Informação Baixar livros de Ciência Política Baixar livros de Ciências da Saúde Baixar livros de Comunicação Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE Baixar livros de Defesa civil Baixar livros de Direito Baixar livros de Direitos humanos Baixar livros de Economia Baixar livros de Economia Doméstica Baixar livros de Educação Baixar livros de Educação - Trânsito Baixar livros de Educação Física Baixar livros de Engenharia Aeroespacial Baixar livros de Farmácia Baixar livros de Filosofia Baixar livros de Física Baixar livros de Geociências Baixar livros de Geografia Baixar livros de História Baixar livros de Línguas Baixar livros de Literatura Baixar livros de Literatura de Cordel Baixar livros de Literatura Infantil Baixar livros de Matemática Baixar livros de Medicina Baixar livros de Medicina Veterinária Baixar livros de Meio Ambiente Baixar livros de Meteorologia Baixar Monografias e TCC Baixar livros Multidisciplinar Baixar livros de Música Baixar livros de Psicologia Baixar livros de Química Baixar livros de Saúde Coletiva Baixar livros de Serviço Social Baixar livros de Sociologia Baixar livros de Teologia Baixar livros de Trabalho Baixar livros de Turismo