Perspectivas de investigación O QUALIS/CAPES como indicador qualitativo de comunicação da ciência: análise da produção acadêmica dos programas de pós-graduação em Ciência da Informação Marynice Medeiros Matos Autran Universidade Federal da Paraíba Departamento de Ciência da Informação Brasil · [email protected] Maria Manuel Borges Universidade de Coimbra Faculdade de Letras Departamento de Filosofia, Comunicação e Informação Portugal · [email protected] Jesus Pascual Mena Chalco Universidade Federal do ABC Departamento de Matemática, Computação e Cognição Brasil · [email protected] Victor Pinheiro Universidade Federal da Paraíba Brasil · [email protected] Resumo: O QUALIS tem como objetivo avaliar qualitativamente os títulos dos periódicos que veiculam a produção acadêmica dos programas brasileiros de pós-graduação, constituindo-se, assim, um indicador científico que classifica os títulos em diferentes estratos. Nesta pesquisa determinou-se como objetivo geral identificar em quais periódicos os Programas brasileiros de Ciência da Informação (PPGCIs) veicularam sua produção científica no quinquênio 2008-2012. Para identificar os estratos dos periódicos utilizou-se o padrão QUALIS/CAPES, a partir da base de dados WebQUALIS. A produção científica foi extraída do currículo Lattes dos docentes/pesquisadores mediante a execução da ferramenta scriptLattes. No período investigado os PPGCIs produziram 1586 artigos. Desses, 20% foram publicados em estrato A1; 2,4% em estrato A2; 47% em estrato B1; 3,5% em B2; 0,7% em B3; 7,5% em B4; 7% em B5; 3,3% em C e 7% em periódicos sem estrato. Constata-se que mais de 70% dos artigos foram publicados em revistas qualificadas, chegando alguns PPGCIs a atingirem mais de 90%. Por outro lado, evidencia-se que percentuais significativos direcionados para publicação em periódicos com estrato C e sem estrato. Os resultados aqui apresentados permitem caracterizar quantitativa e qualitativamente a produção de cada PPGCI na perspectiva de avaliação QUALIS/CAPES comumente utilizada para avaliação dos programas de pós-graduação. Palavras-chave: Qualificação de periódicos; Estrato QUALIS; Programas brasileiros de pósgraduação em ciência da informação. Abstract: QUALIS is a Brazilian official system with the purpose of classifying scientific production (journals, books and conference proceedings) maintained by the Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). It aims to evaluate qualitatively the scientific literature of Brazilian graduate programs. This research aims to identify which journal titles teachers / researchers of Brazilian graduate programs in information science (PPGCI) convey the production of journal articles in the-five year period 2008-2012. The strata of the journals were identified by WebQualis and scientific production extracted from Curriculum Lattes of teachers / researchers by performing the scriptLattes. In the period investigated the PPGCI produced 1586 articles. 20% of these, were published in stratum A1; 2.4% in stratum A2; 47% in stratum B1; 3.5% in B2; B3 0.7% in B3; 7.5% in B4; 7% in B5; 3.3% in C and 7% in journal without stratum. More than 70% of the articles were published in qualified magazines. Some PPGCIs achieve more than 90%. It was noticed that a significant number of articles were published in journals with stratum C and in those without stratum. These results characterize quantitatively and qualitatively the production of each PPGCI according to QUALIS / CAPES assessment commomly used for evaluation of graduate programs. 2 Keywords: Journals qualifying; QUALIS stratum; Brazilian graduate programs in Information Science. 1 Introdução s meios de comunicação disponíveis no século XVII, como o anagrama, destinavam-se a priorizar a autoria intelectual do trabalho e não a sua divulgação; as cartas pessoais eram usadas como uma forma de comunicação prévia. Supõe-se que seu objetivo era o de solicitar aos pares que repetissem e verificassem os experimentos. Os livros apresentavam altos custos de produção e distribuição, além de ser um meio de comunicação lento para publicação. Desta forma, o artefato periódico, em que um número de artigos com diferentes temáticas eram reunidos e publicados mais rapidamente que o livro, emergiu como canal preferencial para publicação da ciência. Ademais, os periódicos publicados pelas academias e sociedades eram considerados uma “hallmark quality.” A tendência dos periódicos comerciais foi seguir o mesmo padrão, de modo que os artigos publicados nas revistas editadas pelas academias e sociedades ou por editoras comerciais revelaram-se como o artefato preferencial para a comunicação da ciência. Nessa perspectiva, os periódicos foram legitimados pela comunidade científica como o veículo preferencial para a comunicação da ciência, não significando que em todas as áreas do conhecimento o artigo de periódico seja o meio de divulgação por excelência, mas significa, sim, que a maioria das áreas do conhecimento vê no artigo de periódico a tipologia documental mais expressiva. A tipologia documental pode variar como é o caso das Engenharias (Meadows, 1999; Mueller, 2005), Educação (Alvarenga, 1998), Ciências da Computação (Mena-Chalco, Digiampietri, & Oliveira, 2012) e das ciências exatas e biológicas (Spinak, 1998; Macias-Chapula, 1998; Targino; Garcia, 2000). Consideradas como indicadoras da evolução, tendências e perspectivas das diversas áreas do conhecimento, as pesquisas sobre produção científica se encontram vastamente relatadas na literatura. Os estudos dessa natureza “[...] são relevantes porque fornecem um mapeamento das contribuições, necessidades e déficits nas diversas áreas do conhecimento como também possibilitam políticas de pósgraduação.” (Domingos, 1999, p. 47). Ademais, afirma (Ziman, 1979, p. 116): “[...] a literatura sobre um determinado assunto é tão importante quanto o trabalho de pesquisa a que ele dá origem.” Ao complementarem essa assertiva, (Mueller, Campello, & Dias, 1996, p. 337) afirmam que a produção científica de uma área é “[...] o requisito mais importante para o desenvolvimento da ciência.” Este desenvolvimento “[...] perpassa pela produção científica, que parece ser consolidada a partir de estudos e análises dos suportes documentais que veiculam as pesquisas em cada área.” (Duarte et al., 2009, p. 171). Sendo assim, “[...] la ciência puede verse como una empresa com insumos y resultados. La medición de esas dos categorías – insumos y resultados – son la base de los indicadores científicos.” (Spinak, 1998). O uso de indicadores tem sido estimulado por instituições de fomento à pesquisa, como a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Todas essas desenvolveram metodologias para a construção desses indicadores que servem de base para o planejamento de políticas científicas e tecnológicas, tomada de decisão pelos gestores, avaliação do O ensino superior, desempenho dos sistemas nacionais de Ciência e Tecnologia (C&T) etc. (González-Albo et al., 2012; Silva et al., 2012; Maricato & Noronha, 2012; Santana et al., 2011; Santos & Kobashi, 2009; Mugnaini, Januzzi, & Quoniam, 2004; Santos, 2003; Vanti, 2002; Spinak, 1998; Macias-Chapula, 1998). Este trabalho está dividido em cinco partes além desta introdução. Na seção 2 demonstram-se as pesquisas correlatas sobre a utilização do QUALIS. Em seguida, na seção 3, faz-se uma descrição da Pós-Graduação no Brasil e a forma de avalição realizada pela CAPES. Na seção 4 é apresentada a metodologia considerada para a extração das informações. 4, A discussão sobre resultados discretizados por estratos QUALIS é apresentada na seção 5. Finalmente, na seção 6, apresentam-se as considerações finais. 2 Trabalhos correlatos sobre utilização do QUALIS Neste trabalho todos os Programas brasileiros de pós-graduação em Ciência da Informação (PPGCIs), UEL (Universidade Estadual de Londrina), UFBA(Universidade Federal da Bahia), UFF (Universidade Federal Fluminense), UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), UFPB (Universidade Federal da Paraíba), UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), UFRJ/IBICT (Universidade Federal do Rio de Janeiro/Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia), UNB (Universidade de Brasília), UNESP (Universidade Estadual Paulista), UNIRIO (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro), USP (Universidade de São Paulo), são analisados sob a perspectiva de produção bibliográfica com QUALIS. É importante destacar que este tipo de abordagens não foi, de acordo com a revisão da literatura, ainda tratado nas pesquisas em ciência da informação. A exceção é o trabalho de Silva et al., (2012) que qualificaram a produção científica dos programas de pós-graduação em ciência da informação (PPGCIs) da região nordeste, especificamente os da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Universidade Federal da Bahia (UFBA). Contudo, identificaram-se trabalhos correlatos sobre a temática que enfocam diferentes áreas do conhecimento, porquanto se trata de uma literatura que fundamenta a presente pesquisa. Dentre os estudos brasileiros que exploram a utilização do QUALIS destacam-se os de Barros (2003) que caracterizou a produção acadêmica da área de Terapia Ocupacional, focando os grupos de pesquisa credenciados junto ao CNPq. A dissertação de Jacon (2006) teve como objeto de estudo os periódicos com estrato QUALIS, especialmente aqueles com estrato A no contexto do programa de pós-graduação em Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas. O Documento de Área ‘‘Engenharias III’ (Engenharia Aeroespacial, Engenharia de Produção, Engenharia Mecânica, Engenharia de Petróleo e Engenharia Naval e Oceânica) foi analisado e discutido por Lins & Pessôa (2010). Dentre os pontos abordados, sugerem o aperfeiçoamento do QUALIS. Marchlewski, Silva, & Soriano, (2011) analisaram a avaliação da pós-graduação em Educação Física, baseados nos artigos de periódicos da área no período 2006 a 2009. Baseados na dinâmica de classificação dos periódicos da área de Educação, Sousa & Macedo, (2012) sugerem a melhoria da política de gestão editorial para fazer face à nova configuração da área. Maciel & Rocha Neto, (2012) empreenderam pesquisa junto aos coordenadores de programas de pós-graduação cujas notas sofreram alterações nas avaliações de 2004, 2007 e 2010. Como resultado apontam que a grande maioria mostrou-se favorável à utilização do QUALIS, contudo sugerem aperfeiçoar o sistema. Em outra avaliação, Silva & Soriano, (2014) analisaram nos resultados da Avaliação da CAPES referentes aos Programas de Pós-Graduação em Educação Física (triênios de 2007 e 2010) o funcionamento do QUALIS Periódicos, em relação às regras para obtenção de capital científico. Embora relacionadas a outras áreas do conhecimento, as pesquisas identificadas vêm demonstrar a preocupação dos diversos campos científicos sobre a utilização do QUALIS. Nessa perspectiva, esta pesquisa configura-se como inédita, na área de Ciência da Informação, principalmente em relação à produção acadêmica originada nos PPGCIs. 3 4 3 A avaliação da Pós-Graduação no Brasil através dos estratos QUALIS/CAPES A gênese da pós-graduação teve início com o Estatuto das Universidades Brasileiras, quando Francisco Campos, então Ministro da Educação e Saúde, sugeriu a implantação de cursos de pós-graduação seguindo o modelo europeu, que se baseava na organização da universidade em cátedras (Balbachevsky, 2005). De acordo com Santos (2008), o termo “pós-graduação” só veio a ser utilizado na década de 1940 e sua institucionalização se concretizou apenas em 1965, através do Parecer 977, conhecido como Parecer Sucupira, que regulamentou as atividades de pós-graduação, admitindo-a como formação além do bacharelado. Dessa forma, o Parecer determinava as características dessa modalidade de cursos de pós-graduação: lato sensu, se referia aos cursos de aperfeiçoamento e especialização e stricto sensu ao mestrado e doutorado. Em 1968, o governo reformou o sistema educacional brasileiro, quando “Aboliramse as cátedras vitalícias, introduziu-se o regime departamental, institucionalizou-se a carreira acadêmica, a legislação pertinente acoplou o ingresso e a progressão docente à titulação acadêmica.” (Martins, 2009). Essa legislação passou a adotar o modelo americano de universidades, em detrimento do modelo europeu, e instituiu a política nacional de pós-graduação, formalizando-a de acordo com a Lei n.º 5.540/68, da Reforma Universitária, em complementação à Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). (Oliveira, 2011). Nas décadas subsequentes, a CAPES passou por reformas, criou novos programas, como o Plano Nacional da Pós-Graduação, o Sistema de Avaliação da Pós-Graduação e 1 mais recentemente o Ciência sem Fronteiras. Dentre as iniciativas referentes à avaliação da pós-graduação, destaca-se a criação do QUALIS em 1976 (Guimarães & Humann, 1995) e implantação em 1998, conforme referem Souza & Paula (2002), com o objetivo de avaliar qualitativamente a produção acadêmica dos programas de pósgraduação, uma vez que [...] dentro do conjunto de aspectos que caracterizam o desempenho dos mestrados e doutorados, os especialistas consideram a pesquisa e a produção científica de docentes e alunos como os indicadores mais relevantes na determinação do padrão de qualidade dos cursos (Souza & Paula, 2002). Nessa perspectiva, Mugnaini, Digiampietri, & Mena-Chalco (2014) chamam a atenção para a relevância que os indicadores bibliométricos têm despertado na comunidade científica na última década. Afirmam os autores que isso é decorrência do aprimoramento dos critérios de avaliação da CAPES, nomeadamente aqueles que se referem ao peso da publicação em periódicos científicos. Tendo como objetivo avaliar qualitativamente a produção acadêmica dos programas de pós-graduação o “QUALIS afere a qualidade dos artigos e de outros tipos 2 de produção, a partir da análise da qualidade dos veículos de divulgação”. No caso desta pesquisa, os periódicos científicos. Os estratos, indicadores de qualidade dos periódicos, são escalonados de A1, a maior classificação, a A2, B1, B2, B3, B4, B5 e C. Segundo o Documento de Área (Brasil. CAPES, 2010) existem critérios mínimos para que um periódico seja considerado científico. Dentre esses, considera-se essencial que possuam: a) Editor responsável; b) Conselho editorial para opinar nas tomadas de decisão; c) Conselho consultivo constituído de investigadores de diferentes instituições; d) Registro de ISSN; e) Linha editorial definida (foco, missão, periodicidade, formas de avaliação/revisão); f) Normas de submissão claras; g) Periodicidade regular definida; 1 2 Disponível em: http://www.cienciasemfronteiras.gov.br/web/csf Disponível em: http://www.capes.gov.br/avaliacao/qualis h) Avaliação dos originais realizada por membros do Conselho consultivo ou pareceristas ad hoc; i) Publicar contribuições na forma de artigos assinados; j) Indicar a titulação e afiliação institucional dos autores; k) Indicar a titulação e afiliação do Conselho consultivo ou dos pareceristas ad hoc; l) Tratando-se de periódico nacional, apresentar o título, resumo e palavras chave em no mínimo dois idiomas, sendo um deles o português; m) Data de recebimento e aceitação de cada artigo. A partir desses critérios mínimos, os títulos da área de Ciências Sociais Aplicadas I são classificados e adaptados de acordo com as especificidades das áreas Comunicação, Ciência da Informação e Museologia. Para o estrato A1 é exigido que o periódico possua qualidade destacada, devidamente justificada em relatório pelos avaliadores e ultrapasse as exigências demandadas dos demais estratos e Fator de Impacto, segundo o Journal Citation Report (JCR), do Institute for Scientific Information (ISI). Para o estrato A2, ainda segundo ainda o Documento de Área (Brasil. CAPES, 2010), é necessário ser editado por instituição que possua pós-graduação strictu senso, ou sociedade científica com âmbito nacional ou internacional, com reconhecimento da coordenação da área; instituição profissional nacional, instituição de pesquisa, ou seja, publicada com apoio da CAPES ou CNPq, ou ainda ter financiamento estatal. É necessário, também, manter regularidade na periodicidade e constar em quatro bases de dados ou indexadores, como LISA (Library and Information Science Abstracts), LATINDEX (Sistema Regional de Información em Linea para Revistas Científicas de America Latina, el Caribe, España y Portugal, DOAJ (Directory of Open Access Journals), Scopus, ISI etc. Exige-se, ainda, que, em pelo menos 70% dos artigos, os autores sejam oriundos de quatro instituições diferentes da que edita o periódico; que 20% dos artigos, por volume, tenham autores ou coautores vinculados a instituições estrangeiras e que pelo menos 80% dos autores sejam doutores. Os estratos B1 e B2 obedecem aos mesmos critérios, verificando-se, apenas, diferença nos percentuais, que diminuem de acordo com a estratificação. Para os estratos B3 e B4 não se exige presença em bases de dados ou indexadores; contudo, os demais critérios permanecem os mesmos, observando-se a diferenciação via percentuais. A recomendação para o estrato B5 é que atenda aos critérios mínimos estabelecidos, descritos anteriormente, sem as exigências dos demais estratos. O estrato C se refere a periódicos considerados não científicos. 4 Objetivos e Metodologia 3 O Sistema de Avaliação da Pós-Graduação da CAPES, implantado em 1976, compreende dois processos: a Avaliação dos programas de pós-graduação e a Avaliação das propostas de cursos novos de pós-graduação. Para o propósito desta investigação, direcionou-se o foco para o primeiro processo, que apresenta dois componentes: o acompanhamento anual e a avaliação trienal da execução e desempenho dos programas e cursos que integram o Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG). De acordo com a classificação das áreas do conhecimento da CAPES, na Grande Área Ciências Sociais Aplicadas I, inserem-se as subáreas Ciência da Informação, Comunicação e Museologia, sendo a Ciência da Informação a área que se elegeu para esta investigação. Partindo do princípio de que a produção científica constitui um dos indicadores considerados nas avaliações dos programas de pós-graduação, determinou-se como objetivo desta pesquisa verificar se os docentes/pesquisadores dos PPGCIs 3 Disponível em: http://capes.gov.br/avaliacao/avaliacao-da-pos-graduacao <Acesso em 16 de agosto 2012> 5 6 consideram o padrão QUALIS/CAPES quando ocorre a escolha do periódico para a publicação de artigos. Uma vez que a pesquisa está direcionada para identificar em quais periódicos a produção científica dos PPGCIs está sendo veiculada, adotou-se o padrão QUALIS/CAPES como indicador científico qualitativo dos periódicos. O locus de análise teve como referência a Plataforma Lattes, através da qual se levantou o Currículo Lattes individual dos docentes/pesquisadores, efetivos e colaboradores, associados a cada programa de pós-graduação em Ciência da Informação, em plena atividade acadêmica até 31 de dezembro de 2012. Para também incluir o docente/pesquisador colaborador partiu-se da premissa de que estes contribuem com aportes teóricos e metodológicos importantes para a área, estão inseridos em uma linha de pesquisa, orientam teses e dissertações e possuem produção científica relevante para a área. Nesse levantamento foram identificados 217 docentes/pesquisadores, permanentes e colaboradores, os quais constituem o corpus de análise desta investigação. As etapas da pesquisa seguiram a seguinte metodologia: a) identificação dos programas de pós-graduação; b) identificação dos professores/pesquisadores permanentes e colaboradores, associados a cada programa de pós-graduação; c) registro dos identificadores individuais dos currículos Lattes de cada professor/pesquisador; d) extração da produção acadêmica de cada programa (produções bibliográficas), o que foi feito através da ferramenta scriptLattes. 4 Efetuou-se a identificação dos periódicos a partir da base de dados WebQUALIS cuja busca se realiza por intermédio do título, ISSN ou por área do conhecimento (Autran, 2015). 5 Resultados e discussão Estrato A1 Os PPGCIs produziram 1586 artigos no quinquênio 2008-2012. Desses, 309 foram publicados em 14 títulos com estrato A1, o que corresponde a 20% do total da produção. Três títulos destacam-se com o maior percentual de artigos publicados: Informação & Sociedade (40%), Perspectivas em Ciência da Informação (30%) e Transinformação (15%). Os PPGCIs com maior número de produção são os da UFMG (74), UFPB (51), UFSC (39). A Tabela 1 relaciona os títulos do estrato A1 por ordem decrescente de número de artigos. Observe-se que o maior número de artigos foi publicado em periódicos nacionais, nomeadamente Informação & Sociedade: Estudos, Perspectivas em Ciência da Informação e Transinformação, sugerindo que 89% dos artigos foram publicados no 5 idioma português. Dentre os 14 títulos, 11 são internacionais, dos quais nove em língua inglesa e dois em castelhano. Tabela 1 – QUALIS A1 Títulos Informação & Sociedade Perspectivas em Ciência Informação Transinformação Knowledge Organization Scientometrics Investigación Bibliotecológica El Profesional de la Información Information Research JASIST Applied Ontology Electronic Library Expert Systems with Applications Information Development 4 Nº de Artigos da 124 106 46 10 7 5 2 2 2 1 1 1 1 Disponível em: http://qualis.capes.gov.br/webqualis/principal.seam Isto é uma suposição, à medida que, por exemplo, Informação & Sociedade, Transinformação e Perspectivas em Ciência da Informação aceitam artigos em outros idiomas. 5 Management Quarterly Total Communication 1 309 Fonte: Autran (2015) Estrato A2 De acordo com os dados, os docentes elegeram 17 periódicos com estrato A2 para publicar seus artigos. Desses, cinco estão no idioma inglês, dois em espanhol e 10 em português. Nesses títulos foram publicados 38 artigos, o que corresponde a 2,4% da produção total. Os docentes que mais publicaram nesse estrato foram os dos PPGCIs da UFRJ/IBICT e da UFPB. Note-se que existe um número considerável de títulos que não pertencem à área da Ciência da Informação, mas receberam estrato na área de Ciências Sociais Aplicadas. Dos 17 títulos, apenas seis são específicos da CI. Dada a interdisciplinaridade do campo, supõe-se que a escolha para publicação em periódicos com esse estrato foi, em termos de volume, insignificante (Tabela 2). Tabela 2 – QUALIS A2 Títulos Nº de Artigos História, Ciência, Saúde-Manguinhos Revista Interamericana de Bibliotecologia Information Services & Use Intercom Multitudes ERA – Revista de Administração de Empresas Revista General de Información y Documentación Revista FAMECOS Anais do Museu Paulista Archival Science Bol. do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas Ciência e Saúde Coletiva International Journal of Metadata, Semiotics and Ontologies Journal of Scientific Communication Journal of the Medical Library Association Matrizes Psicologia Escolar e Educativa Total 6 6 5 4 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 38 Fonte: Autran (2015) Estrato B1 A produção nesse estrato foi de 740 artigos, em contraposição ao estrato A1 com 309. Supõe-se que o volume de artigos publicados neste estrato seja decorrente do número de títulos de periódicos nacionais na área da Ciência da Informação classificados neste estrato. Constatou-se, também, que os títulos com maior número de artigos publicados são Encontros Bibli, Datagramazero, Informação & Informação, Ciência da Informação, Ponto de Acesso, Biblionline, Em Questão, Tendências da Pesquisa Brasileira em Ciência da Informação e Liinc em Revista, com até 30 artigos. Todos os PPGCIs publicaram artigos nos periódicos Encontros Bibli e Ponto de Acesso, o mesmo ocorrendo com Datagramazero, Informação & Informação e Tendências da Pesquisa Brasileira em Ciência da Informação, excetuando–se, nesses três últimos, o programa UNIRIO A. Dos 57 títulos estratificados como B1, 10 são publicados em castelhano, o que pressupõe a penetração da CI brasileira na comunidade científica Latino-americana e Europeia. Observou-se, ainda, que os periódicos nacionais na área de CI, em sua grande maioria, são publicados por universidades que possuem cursos de graduação e/ou programas de pós-graduação na área. Verificou-se também que alguns são publicados por associações, como Federação Brasileira de Associação de Bibliotecas (FEBAB), Associação Nacional de Ensino e Pesquisa em Ciência da Informação (ANCIB), Grupos de Pesquisa (Grupo de Pesquisa em Informação e Inclusão Social) ou Sistemas de Informação (Sistema de Bibliotecas da UNICAMP). Vale ressaltar que 7 todas essas publicações seguem a filosofia open source, considerando-se, assim, que os gestores dessas revistas reconhecem e contribuem para o acesso ilimitado à produção científica da CI brasileira (Tabela 3). Tabela 3 - QUALIS B1 Nº Artigo s 88 87 Títulos Encontros Bibli Datagramazero Informação e Informação 8 71 43 42 40 34 33 30 Ponto de Acesso Biblionline Ciência da Informação Em Questão Tendência da Pesquisa Brasileira em CI Liinc em Revista Perspectivas em Gestão do Conhecimento 28 Scire –Represent. y Organizac. del Conocimiento Revista Digital de Biblioteconomia e CI InCID – Rev. de Ciência da Inf.e Documentação Rev. Ibero-Americana de Ciência da Informação Biblios (Lima) Ibersid - Rev. de Sist. de Inf. y Documentación Arquivo e Administração Brazilian Journal of Information Science Rev. Bras. de Biblioteconomia e Documentação RECIIS - Rev. Eletrônica de Comum. Inf. & Inovação em Saúde Ciencias da la Información Revista Interamericana de Bibliotecologia Anales de Documentación Eptic Pesquisa Brasileira em CI e Biblioteconomia Alexandria Comunicação e Sociedade Tempo Brasileiro Comunicação & Inovação 28 25 21 21 18 13 11 10 Nº Artigo s 2 2 Títulos Conexão (UCS) Discursos Fotográficos ECCOM Educação, Comunicação FISEC Estratégias História UNISINOS In Texto (UFRGS) Infodiversidad Líbero Revista Eco-Pós Rev. Latinoamer. de Comunicação Cultura Ciências da Varia História BAR - Brazilian Administrarion Review BID. Textos Document. Contracampo Universit. de Biblio. 2 1 I Culturas Midiáticas 10 9 Estudos Historicos (Rio de Janeiro) 8 6 5 5 História (São Paulo) International Social Science Journal Revista Cosmopolítica Revista de Comunicação e Linguagens Revista de Comunicação Midiática Revista Fronteiras Revista Organicom Rumores Total 2 2 2 2 2 2 2 2 1 América Latina Hoy Diálogos (Maringá) Diálogos de la Comunicación Document. de las Ciencias Información 4 3 3 3 2 e de la 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 740 Fonte: Autran (2015) Estrato B2 Nos 21 títulos com estrato B2 foram publicados 56 artigos, totalizando 3,5% da produção. Dos títulos específicos da área de CI, identificaram-se apenas três: Museologia & Patrimônio, Revista do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro e Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, esta última com 21 artigos publicados. Ressalta-se que esses três títulos publicaram 48% do estrato B2 e os demais 52%, se encontram pulverizados nos 18 títulos das áreas afins (Tabela 4). Tabela 4 – QUALIS B2 Nº Artigos 21 4 4 Títulos Revista ACB Espacios Museologia e Patrimônio ver. do Inst.Histór. e Geographico Brazileiro ver. Gestão da Tec. e Informação Comunicação & Educação Tempo e Argumento Verso Reverso Sistemas de 4 4 2 2 2 Títulos Comunicação & Política Estudos em Comunicação Estudos em Design Nº Artigos 1 1 1 Extraprensa 1 Gestão & Produção 1 Musica Hodie Nomadas Psicologia (USP) 1 1 1 Aletheia Artcultura Comunicação & Informação (UFG) 1 1 1 Revista do Arquivo Geral da Cidade do RJ TripleC Total 1 1 56 Fonte: Autran (2015) Estrato B3 Identificaram-se 49 artigos publicados em 28 periódicos classificados como B3. Desses, seis (21%) são específicos da CI. Nestes seis identificaram-se 11 artigos, o que perfaz 22,5% da produção nesse estrato e 0,7% da produção total dos PPGCI (Tabela 5). Tabela 5 – QUALIS B3 Títulos Biblos (RG) Revista Brasileira de Pós-Graduação Acervo Revista da Associação de Pesquisadores Negro Políticas Culturais em Revista Nº Artigo s 7 5 4 3 2 Revista Brasileira de Educação Física e Esporte Revista do Arquivo Público Mineiro Revista do Centro de Estudos Portugueses RevIU. Revista Informação & Universidade Sciences de la Société (Toulouse) Acta Semiótica Biblioteca Escolar em Revista Cadernos de Pesq. Interdisc. Ciên. Hum. Cadernos EBACE – BR Ciências & Cognição (UFRJ) 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 Títulos Esboços Estudos de Sociologia (SP) Eutomia Íconos (Quito) Nº Artigo s 1 1 1 1 J. of Technology Manag. & Innovation 1 Nuovi Annali Scuola Speciale per Archiv. e Bibliotecari Patrimônio e Memória Plos One Revista Educação em Questão Revista Estudos da Linguagem Revista Iberoamericana de Educação School Libraries Worldwide Service Business Total 1 1 1 1 1 1 1 1 49 Fonte: Autran (2015) Os programas com maior número de publicações foram os PPGCIs da UFMG (11), UFSC (oito) e USP com sete artigos. Estrato B4 Constam do estrato B4, 45 títulos, dos quais, 10 são específicos da área de CI. O total de artigos publicados nesse estrato atingiu o patamar de 118, correspondendo a 7,5% da produção de todos os estratos. Nos 10 títulos da CI, foram publicados 58 artigos (49%), mas a produção mais significativa é da Revista EDICIC, periódico editado sob a responsabilidade da Asociación de Educación e Investigación en Ciencia de la Información de Iberoamérica y El Caribe, a qual publicou 38 artigos (Tabela 6). Tabela 6 – QUALIS B4 Títulos Revista EDICIC Inclusão Social Páginas A&B Revista Estudos Universitários ETD Bib. Univ., Pesq., Experiências, Perspectivas Revista Educação e Tecnologia Baleia na Rede Cenário Arquivístico Nº Artigos 38 8 7 7 6 Títulos Estudos de Jornalismo FACESI em Revista Fronteiraz FUMDHAMentos Gestao e Planejamento 4 Healthmed 3 Int. J. of Services Operational Management Journal of Information and Data Management Journal of Inf. and Knowledge Management Lecturas Educación y Deportes Olhar Problemata Rev. Bras. de Arqueometria, Restaur. Conserv. Revista Brasileira de Cartografia 2 Comma. International Journal of Archives International Journal of Comic Art Lugar Comum 2 2 2 2 Sisifo 2 Textos de la Cibersociedad 2 Nº Artigos 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 9 Achegas.net Arquivística.net Aurora Bol. Correo de Bib. Publicas Iberoamericanas Boletim Museu Histórico de Londrina Ciência em Movimento Desenvolvimento em Questão Domínios da Lingu@gem Egitania Sciencia 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Revista de Nutrição Revista do GELNE Revista do Instituto de Estudos Brasileiros Revista do Inst. Histórico e Geográfico do RJ Revista FSA Revista Produção Online Revista Turismo em Análise Tecnologia Educacional Total 1 1 1 1 1 1 1 1 118 Fonte: Autran (2015) 10 Estrato B5 No estrato B5, identificaram-se 110 artigos publicados em 69 títulos. Isto equivale a 7% do total de artigos produzidos pelos PPGCIs. Dentre os 69 títulos, 12 são considerados da área de CI, perfazendo o percentual de 17% nesse estrato. Nesses periódicos foram publicados 25 artigos, o que corresponde a 23%. O maior número de artigos foi publicado na Revista CRB-8 e Percursos (seis). Verificou-se um número considerável de revistas voltadas para a área de Arquivologia e duas para a Museologia. Os PPGCIs que mais publicaram nesse estrato foram os da UFMG (22), UNESP (15) e UNB (13). Os demais periódicos pertencem às mais variadas áreas, como Administração, Contabilidade, Pedagogia etc., constatando-se mais uma vez a dispersão da literatura (Tabela 7). Tabela 7 – QUALIS B5 Títulos Percursos Revista CRB-8 Morpheus AtoZ DOM Extensio Fonte Informação Arquivística Revista Ciência em Extensão Revista de Iniciação Científica da F.F.C. UNOPAR Científica. Ciências Hum.e Sociais Caderno de Ideias Educación y Bibliotecas Informação&Profissões Interciências Navus. Revista de Gestão e Tecnologia Prisma.com Revista Arhivelor Revista Biodiversidade Revista Eletrônica de Estratégia & Negócios Revista Multiplicidade Revista Museologia & Interdisciplinaridade Revista Museu Revista Turismo & Desenvolvimento Semina. Ciências Sociais e Humanas ASI T Bulletin Butlletí de L'Associació D'Arxivers Valencians Caderno.com Cibertextualidade Nº Artigos 6 6 4 3 3 3 3 3 3 3 3 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1 1 1 1 Títulos Hélice História, Imagens, Narrativas Homeopathics Links Index de Enfermería Digital Inter-Legere Instrumento Int. Journal of Library and Information Science Légua & Meia Maquinações Múltiplos Olhares em CI Parcerias Estratégicas Parlatorium Plurais Presença Pedagógica Qualit@s Religare Revista África e Africanidades Revista Anistia Política e Justiça Transição Revista Brasileira de Política Comunicação de de Revista Brasileira de Farmacognosia Revista Contemporânea Revista de Contabilidade e Controladoria Revista de Documentación Revista de Informação Contábil Revista Diálogo Educacional Revista Educaonline REA Revista Eletrrônica de Administração Revista Gestão & Tecnologia Revista Latinoam. de Tecnología Educativa Nº Artigos 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Comportamento Organizacional e Gestão Documento em Revista Domínios da Imagem EAD em Foco Electronic Journal of Knowledge Management GEPROS - Gestão da Produção, Operação e Sistemas 1 1 1 1 1 1 Revista Organizações em Contexto Sonora UNOPAR Científica. Ciências Jurídicas Veredas Work (Reading, MA) Total 1 1 1 1 1 110 Fonte: Autran (2015) Estrato C Desse estrato constam 37 títulos onde foram publicados 52 artigos, correspondendo a 3% da produção de todos os PPGCIs. A revista BOCC - Biblioteca Online de Ciências da Comunicação foi a que apresentou maior volume de artigos (seis), seguindo-se a Revista USP e Salto para o Futuro, ambas com três artigos. Na área de CI, encontram-se apenas dois títulos: Archivo... Que? e Revista AIBDA, com um artigo cada uma (Tabela 8). Tabela 8 - QUALIS C Títulos BOCC - Biblioteca Online de Ciências da Comunicação Journal of Community Informatics Revista USP Salto para o futuro Memex Revista de História Regional Revista do Instituto Genealógico da BA TouchPoint Anuário Unesco/Metodista de Comunicação Archivo... Que? Bahia Analise & Dados Cadernos IHU CEUR Workshop Comunicação 360 graus FACEP Pesquisa Governet. Boletim Recursos Humanos IEEE Geoinformatics Informe C3 Iniciação Científica (CESUMAR) Nº Títulos Artigos Nº Artigos 6 Latinidade 1 3 3 3 2 2 2 2 Manuscrítica MídiaCom Democracia O Tripeiro Os Urbanitas (São Paulo) Polêm!ca Primeiros Escritos Projectics 1 1 1 1 1 1 1 1 Revista AIBDA 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Revista CESUMAR Revista Coletiva Revista O QI Revista Observatório Itaú Cultural Revista Observatório do Milênio BH Revista PJ:br Ricerche di S/Confine Sapiência Verbo Total 1 1 1 1 1 1 1 1 1 52 Fonte: Autran (2015) Periódicos sem estrato QUALIS Os títulos considerados sem estrato na área de Ciências Sociais Aplicadas I pertencem a várias áreas do conhecimento como Administração, Contabilidade, Direito, Economia, Letras, Pedagogia, Tecnologia, Economia, Enfermagem etc. Identificaramse alguns títulos na área específica de CI, como também outros de interesse como: Scholarlay Research Communication, International Journal of Strategique Communication, Journal of Scientometric Research, Performance, Measurement and Metrics e Sociedad de la Información Revista Digital (Tabela 9). No total, sem estrato QUALIS constam 105 títulos, nos quais foram publicados 114 artigos, correspondendo a 7% da produção total. O número máximo de artigos publicados por título equivale a apenas dois. Apesar de os programas direcionarem parcela considerável de sua produção para os periódicos com estrato C e para os sem estrato, sete PPGCIs alcançaram o percentual de mais de 90%, quatro mais de 80/% e dois, mais de 70% de artigos em revistas qualificadas. Com relação à publicação em periódicos com estrato C e sem estrato, observam-se os maiores percentuais entre 17% e 20% (Tabela 10). 11 Tabela 9 – Publicação em periódicos sem estrato Títulos Clio. Série Arqueologia Coletâneas do Nosso Tempo Comunicación y Medios 12 EMBO Reports Interface (Maynooth) OBS. Publicação Trimestral do Observatório das Actividades Culturais Observatório da Imprensa REGES: Revista Eletrônica de Gestão RGO. Revista Gestão Organizacional Saeculum Acta Scientiarum. Human and Social Sciences Afro-Hispanic Review Agenda Cultural Alma Máter Agricultural Information Worldwide Ambiente & Sociedade Anos 90 (Online) (Porto Alegre Applied Clinical Informatics Aula de Innovación Educativa Boletim Interfaces da Psicologia da UFRuralRJ Boletim USP Brazilian Cultural Studies Brazilian Journal of Medical and Biolog. Res. Cadernos de Letras da UFF Cadernos de Pesquisa do CDHIS Cadernos de Pesquisa em Educação UFES Cadernos do Desenvolvimento Caravelle Nº Nº Títulos Artigos Artigos 2 Journal of Scientometric Research 1 La Revue Internationale des Livres des 2 1 Idées Languages: Linguistics Variation and 2 1 Sociocognitive Dimension 2 Logic and Logical Philosophy 1 2 Maringá Management 1 2 Memorandum (Belo Horizonte) 1 2 2 2 2 Musika Jornal Ñanduty Navigator (Rio de Janeiro) Neurocomputing 1 1 1 1 1 Nous Voulons Lire 1 1 1 1 1 1 1 1 Ponto.Urbe Performance, Measurement and Metrics Principia Política e Trabalho Principia (Florianópolis) Questions de Communication (Nancy) Registro 1 1 1 1 1 1 1 1 Revista ABEU 1 1 Revista Brasileira de Contabilidade Revista Ciências Administrativas (UNIFOR) 1 1 Revista Científica IMAPES 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Ciencias Sociales y Religión 1 CLE e-Prints Brazilian Cultural Studies Comunicação. Veredas Configurações Consultoria. Informe Contabilidade Vista e Revista CRB-6 Informa Cuadernos de la ALFAL Diálogos (UNOESTE, Xanxerê) Desenvolvimento e Meio ambiente Documentação e Memória ECCOS. Revista Cultural Educação e Pesquisa Educação em Revista Em Tese 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Enfoque 1 Ethnos Br Horizonte (BH) Interface (Natal) International Journal of Historical Learning, Teaching and Research International Journal Strategique Communication Janus - Revista de Pesquisa Científica Total 1 1 1 Revista Científica Tecnólogos Revista Contabilidade & Finanças Revista da ABRALIN Revista da Escola de Enfermagem da USP Revista de Direito das Novas Tecnologias Revista de Extensão Universidade de Taubaté Revista Direitos Humanos Revista Economia & Gestão Revista Eduf@tima Revista Innovare Revista Mineira de Contabilidade Revista Musear Revista Palavra Revista Pós Ciências Sociais Revue d'Etudes Benthamiennes Scholarly Research Communication Scientia Uma Segurança Pública & Cidadania Senatus Sociedad de la Información Revista Digital System Dynamics Review Teh n icn i in Vseb. Prob. Klasičn ega in Elektron. Arhiv. Teoria & Sociedade Universidade Católica Portuguesa Universum (Talca) 1 V!rus 1 1 Verbo de Minas: Letras 1 1 19&20 (Rio de Janeiro) 1 114 Fonte: Autran (2015) 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Tabela 10- Produção em periódicos com e sem estrato QUALIS PPGCI UEL UFBA UFF UFMG UFPB UFPE UFRJ/IBICT UFSC UNB UNESP UNIRIO A UNIRIO B USP Produção total Produção com QUALIS % Produção em estrato C e sem estrato % 72 67 56 238 221 109 84 159 145 200 47 41 147 68 59 52 225 198 89 69 144 131 189 37 30 128 94,4 88 92,8 94,5 89,5 81,6 82,1 9,5 90,3 94,5 78,7 73,1 87 4 8 4 13 23 20 15 15 14 11 10 11 18 5,5 12 7,1 5,4 10,4 18,3 17,8 9,4 9,6 5,5 21,2 26,8 12,2 Fonte: Autran (2015) Os resultados da qualidade da produção acadêmica dos PPGCIs revelam que 19,5% dos artigos foram publicados em estrato A1, denotando, assim, um padrão de excelência, de acordo com os critérios de qualidade estabelecidos pela CAPES. Todavia, se faz necessário o empenho dos demais PPGCIs em busca desse padrão de qualidade, principalmente em relação aos cursos de mestrado profissional que, embora se reconheça serem cursos recentes, necessitam empreender maior esforço, no sentido de aprimorar a qualidade da sua produção acadêmica. Mesmo com exigências semelhantes ao estrato A1, os resultados do estrato A2 se mostram insignificantes, não ultrapassando sete artigos, identificando-se, inclusive, PPGCIs com produção zero nesse estrato. Quanto ao estrato B1, sem exceção, este foi o que teve maior número de artigos, atingindo a magnitude de 740, ou seja: 50% de toda a produção. Supõe-se que isso seja decorrência do número de periódicos nacionais, específicos da área de CI, classificados nesse estrato. Representando 3,5% dos artigos publicados, o estrato B2 teve produção zero no PPGCI-UFF e o máximo de 14 produções no PPGCI-UFSC. Todos os demais publicaram menos do que 10 artigos em periódicos desse estrato. Tal como o B2, os resultados para o estrato B3 foram também pouco expressivos, observando-se um percentual de 3%, com produção zero no PPGCI-UEL e máximo de oito no PPGCI-UFSC. Comparando-se a produção do estrato B4 com A1, B2 e B3, verifica-se que este representa 7,44% da produção total, ultrapassando os percentuais dos estratos supracitados. No estrato B5, a produção dos PPGCI da UEL, UNIRIO B, UFMG, UNB e UNESP representa, individualmente, 12%, 12%, 9%, 9% e 7,5%, respectivamente. Segundo os critérios estabelecidos pela CAPES, o estrato C não recebe pontuação, pois os periódicos não preenchem os requisitos para serem considerados científicos; todavia, observou-se que alguns PPGCIs elegeram esse estrato para veicular parte de sua produção. Com relação aos periódicos sem estrato (na área de Ciências Sociais Aplicadas I), constatou-se que 7% dos artigos foram publicados nesses títulos (Tabela 11). 6 Considerações finais Vista a estratificação emergem alguns questionamentos a exemplo da interdisciplinaridade da CI. Estariam os docentes buscando esses títulos para disseminar sua produção, uma vez que esta não se enquadra nos títulos específicos da CI? Se os periódicos com estrato C e sem estrato na área de Ciências Sociais Aplicadas I não são valorados nas avaliações da CAPES, não estaria o docente prejudicando o desempenho do programa a que pertence? Uma vez que os artigos de periódicos são indicadores de excelência para a avaliação dos programas não estariam os docentes desviando a produção para periódicos de outras áreas? Se essa produção não recebe pontuação, não estaria o docente prejudicando a si mesmo quando da sua avaliação 13 para fins de progressão funcional? Ou a política do publish or perish, induz os autores a publicarem em periódicos sem estrato? Evidencia-se que percentuais significativos foram direcionados para publicação nesses periódicos, a exemplo da UNIRIO A e UNIRIO B, que atingiram a magnitude de 19%, ultrapassando os demais estratos, com exceção do B1. Caso semelhante ocorre com o PPGCI-UFPE, cuja produção não estratificada atinge os 16%. Não se exclui desse rol a UFPB, UNB, UFSC, UFRJ/IBICT e USP que, sem exceção, tiveram mais que 5% dos artigos publicados em periódicos sem estrato (Tabela 11). As informações sobre o QUALIS, aqui apresentadas, podem servir de insumo para avaliação dos PPGCIs que se perfilem a obter uma maior avaliação. A caracterização apresentada evidencia que há necessidade destes convergirem sua produção acadêmica para periódicos estratificados a fim de que possam melhorar tanto a qualidade da produção quanto a das avaliações, uma vez que o artigo de periódico é considerado como um indicador científico pela CAPES. Cabe, também, às coordenações dos programas de pós-graduação maior atenção à produção acadêmica dos docentes, concebendo-a como um instrumento de gestão. 14 Tabela 11 - Produção dos PPGCIs segundo o estrato QUALIS/CAPES Estrato QUALIS UEL UFBA UFF UFMG UFPB UFPE UFRJ UFSC UNB UNESP UNIRIO A UNIRIO B USP Art. % Art. % Art. % Art. % Art. % Art. % Art. % Art. % Art. % Art. % Art. % Art. % Art. % A1 8 11 9 13,5 12 21,5 74 31 51 23 18 16 11 13 39 24 20 14 33 16,5 1 2 3 7,3 30 20,5 A2 2 3 2 3 2 3,6 2 1 6 3 0 0 7 8 3 2 3 2 3 1,5 2 4,5 3 7,3 3 2 B1 45 62 37 55 23 41 101 42 109 49 43 40 32 40 67 42 81 56 107 53,5 15 32 15 37 65 44 B2 2 3 2 3 0 0 9 4 4 2 2 2 5 6 14 9 2 1,3 3 1,5 7 15 1 2,4 5 3,5 B3 0 0 1 1,5 2 3,6 11 5 3 1 2 2 3 4 8 5 2 1,3 4 2 4 8,5 2 4,8 7 5 B4 2 3 4 6 9 16 6 2 16 7 16 14 8 9 5 3 10 7 24 12 4 8,5 1 2,4 13 9 B5 9 12 4 6 4 7 22 9 9 4 8 7 3 4 8 5 13 9 15 7,5 4 8,5 5 12,2 6 4 C 2 3 5 7,5 2 3,6 5 2 5 2 3 3 5 6 6 4 2 1,3 4 2 1 2 3 7,3 9 6 Sem estrato 2 3 3 4,5 2 3,6 8 4 18 8 17 16 10 12 9 6 12 8 7 3,5 9 19 8 19,5 9 6 Total 72 100 67 100 56 100 238 100 221 100 109 100 84 100 159 100 145 100 200 100 47 100 41 100 147 100 Fonte: Autran (2015) Referências Alvarenga, L. 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