Ano 4 | Edição 40 | Setembro/2014 FÓRUM SOJA BRASIL: EVENTO DEBATEU OS DESAFIOS DA OLEAGINOSA bOIHTEL: ALTERNATIVA PARA PECUARISTAS sumário ■ 06 08 10 11 12 14 15 20 21 ■ 22 24 25 ACONTECEU Caravana Soja Brasil passou por Rio Verde Alimentos foram doados para instituições carentes Ferrugem Asiática foi discutida durante reunião da Comissão de Agricultura Sindicato Rural presente no Workshop de Aquicultura Dia Nacional do Campo Limpo completou 10 anos em agosto Sindicato Rural participou da sexta edição do Goiás Mais Leite Sindicato Rural presente no debate dos candidatos a presidência Funcionários passam por reciclagem na FAEG Chegou a hora de declarar o imposto territorial rural AGRONEGÓCIO Boihtel: Alternativa para pecuaristas e investidores Ponte de Cabo de Aço é patrimônio estadual Artigo: participação nos lucros ou resultados ■ AGROPECUÁRIA 26 Manejo é alternativa para evitar prejuízos nos bezerros ■ EQUOTERAPIA UVAS 28 TEM SIDO ALTERNATIVA PARA PRODUTORES DE GOIÁS Equoterapia inicia o segundo semestre com novos praticantes ■ CULINÁRIA 30 Biscoito frito 16 ■ CAPA diretoria Triênio 2013/2016 Diretoria Presidente: Walter Baylão Junior Vice-Presidente: Luciano Guimarães Secretário: Walter Venâncio Guimarães Tesoureiro: Celso Leão Ribeiro Conselho Fiscal Antônio Pimenta Martins Enio Jayme Fernandes Júnior Antônio Carlos de Campos Bernardes Delegados Representantes José Roberto Brucceli Sadi Secco Suplentes Olávio Teles Fonseca José Oscar Durigan João Van Ass Iara Furquim Guimarães Suplentes José Cruvinel de Macedo Filho Simonne Carvalho Miranda Cairo Arantes Carvalho Suplentes Wolney Oliveira Guimarães Helder Bassan Ruy fala do presidente PRODUTORES DE UVA Presidente Walter Baylão Jr. ANO 4 EDIÇÃO 40 SETEMBRO de 2014 SINDICATO RURAL DE RIO VERDE Fundado em 1958 Sede: Av. João Bello, s/nº, Bairro Popular, CEP 75900-000, fone (64) 3051-8700 [email protected] DEPARTAMENTO COMERCIAL Sindicato Rural - (64) 3051-8700 Terra Brasilis - (64) 3623-8881 JORNALISTA RESPONSÁVEL Fabiana Sommer Fontana Mtb 2216-GO cONSELHO EDITORIAL Celso Leão Ribeiro Helder Bassan Iara Furquim Simone Carvalho Valter Venâncio Walter Baylão Jr. PROJETO GRÁFICO Terra Brasilis Marketing e Comunicação CNPJ 07.284.127/0001-29 DIAGRAMAÇÃO João Batista | Sávio Marcos FOTO de CAPA Fabiana Sommer IMPRESSÃO Gráfica Visão A agricultura familiar brasileira vem se adaptando cada vez mais as exigências do mercado e ao longo dos anos vem incorporando avanços significativos nas propriedades sem perder as características marcantes, como a presença do trabalho familiar na atividade agrícola. Em meio à competitividade do agronegócio, a agricultura familiar vem se destacando pela inovação, ou seja, pela produção de diferentes produtos, na busca pela melhor utilização da família na atividade, e essas inovações vêm trazendo inúmeros benefícios e resultados satisfatórios, uma delas é a produção de uva, que tem tido um crescimento significativo em terras goianas. Com produção já comprovada, a uva vem se tornando fonte de renda dentro da agricultura familiar e tem mostrado que no cerrado a cultura também dá certo. Este é o caso da família Neves, que desde 2001 trabalha com o plantio de três diferentes tipos de uva na propriedade que fica na região da Bahiinha, localizada a 74 quilômetros de Rio Verde. A família possui 7.8 hectares de parreiras, o que equivale a 11 mil pés da fruta e na propriedade são cultivadas quatro variedades, Isabel, Cora, Niágara Rosada e a Isabel precoce. A atividade vem dando tão certa em Goiás, que de acordo com a Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado, diversos municípios estão envolvidos com a atividade, como Alto Paraíso, Bela Vista, Bonfinópolis, Brazabrantes, Caldas Novas, Caldazinha, Cidade de Goiás, Formosa, Goianésia, Goiânia, Inhumas, Ipameri, Itapirapuã, Itapuranga, Itarumã, Itumbiara, Nerópolis, Nova Veneza e Senador Canedo. Já os municípios de Santa Helena de Goiás e Paraúna além da produção, se destacam em virtude da presença de indústrias processadoras de uvas. Apesar do estado de Goiás não possui uma política pública agrícola voltada para essa atividade, o cultivo tem dado muito certo e espera-se que as novas tecnologias possam surgir para auxiliar o produtor familiar. Um forte abraço! aconteceu CARAVANA SOJA BRASIL PASSOU POR RIO VERDE C om aproximadamente 600 pessoas, o 1º Fórum Soja Brasil safra 2014/2015 realizado pelo Canal Rural e Associação dos Produtores de Soja de Goiás (Aprosoja), com apoio da Faeg, Senar, Sindicato Rural de Rio Verde e Embrapa, foi um sucesso. O evento que aconteceu no dia 25 de agosto no Salão Verde do Sindicato Rural, teve como objetivo debater os desafios do próximo ciclo da oleaginosa. O município foi escolhido para a realização do primeiro Fórum, pois tem o maior PIB agrícola do estado com cerca de R$723 bilhões, além de possuir a maior produção de 6 www.sindicatoruralrioverde.com.br soja de Goiás, com média de 579 mil toneladas e concentra um número muito grande de produtores e indústrias do ramo do agronegócio. O evento foi realizado em dois momentos através de debates chamados painéis. O primeiro abordou sobre “Políticas públicas e impactos nos custos de produção” e foi mediado por Glauber Silveira, presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de soja, Bartolomeu Brás Pereira presidente da Aprosoja Goiás e vice-presidente institucional da Faeg, Marcelo Hirakuri pesquisador da Embrapa Soja e Pedro Arantes consultor da Faeg. Durante o painel, os mediadores abordaram temas como o leilão de Pepro para o milho, os investimentos governamentais e os problemas logísticos. De acordo com Bartolomeu Brás Pereira presidente da Aprosoja Goiás e vice-presidente institucional da Faeg, os produtores brasileiros são 30% mais eficientes que os produtores americanos, mas perdem quando se fala em logística. “Nosso setor sofre enormes problemas logísticos, da porteira para dentro somos muito bons, para quando vamos para fora, todo nosso esforço acaba sendo incerto”, disse. Outro assunto discutido foi com relação ao seguro rural. Para o economista Pedro Arantes, uma importante ferramenta e que deve ser acompanhado de perto. “O seguro rural deve ser construído por todos, pois é fundamental para os produtores, por isso, não deve ser deixado de lado, as discussões em torno deste assunto não podem parar”, afirmou. O presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de ‘‘Os produtores brasileiros tem tudo para construir um mercado altista’’ soja Glauber Silveira, abordou o cooperativismo e disse que no Brasil o agronegócio possui “mega” produtores e que estes devem se unir cada vez mais para discutir os assuntos relativos ao setor. Os defensivos agrícolas também foram colocados em pauta e os especialistas defenderam que os produtores estão longe da eficiência, pois é fundamental que se saiba usar corretamente esses produtos. “O produtor deve saber usar corretamente os defensivos, caso o contrário a próxima safra poderá passar por dificuldades”, alertou o pesquisador da Embrapa Marcelo Hiroshi Hirokuri. O segundo painel teve como tema “Perspectivas para os mercados de soja e milho” e os mediadores foram Liones Severo diretor da SIM Consult, Paulo Molinari analista de Safras & Mercado, Almir Dalpasquale presidente da Aprosoja Brasil e Ênio Fernandes diretor do Sindicato Rural e consultor de mercado. No segundo momento do evento, os principais assuntos abordados foram a grande safra norte-americana, a demanda chinesa e os preços para a próxima safra. O analista de safras e mercado, Pau- Fotos: Fabiana Sommer Almir Dalpasquale lo Molinari defendeu que a comercialização da próxima safra deverá ser mais paulatina. “Acredito que com preços baixos para os produtores americanos, eles não devem repetir os mesmo números da última safra em área, por isso o produtor brasileiro deve ficar atento, ainda mais pelo fato dos americanos estarem importando soja do Brasil e farelo da Argentina ”, reforça. Já para Ênio Fernandes, diretor do Sindicato Rural e con- sultor de mercado, o produtor brasileiro deve ficar atento ao mercado. ‘‘ Este será um ano em que as oportunidades serão escassas, fatos novos podem surgir, mas teremos um ano onde o produtor terá que ser mais profissional’’, ressalta Fernandes. Liones Severo, da SIM-Consult, disse que ainda haverá inúmeras especulações sobre o mercado antes do produtor fechar as negociações. “O mercado pode reagir bem antes do esperado por causa da demanda”. Mas, segundo o presidente da Aprosoja Brasil, Almir Dalpasquale, os produtores brasileiros tem tudo para construir um mercado altista. ■ sindicato rural em Campo | Setembro 2014 7 aconteceu Fotos: Fabiana Sommer ALIMENTOS FORAM DOADOS PARA INSTITUIÇÕES CARENTES O Sindicato Rural, lojas Maçônicas e Campeão Supermercados, entregaram na tarde do dia 28 de julho 4.400 kg de alimentos para quatro instituições do município. Os alimentos foram arrecadados durante a programação da 56ª Exposição Agropecuária, com a luta de MMA. De acordo com a diretora Simone Carvalho, o Sindicato Rural sempre realiza ações sociais dentro da programação da exposição agropecuária e este ano os alimentos foram 8 www.sindicatoruralrioverde.com.br arrecadados com a luta. “Nossa festa é grandiosa, são 10 dias de muito trabalho, mesmo assim, não esquecemos do lado social da instituição, por isso sempre temos um dia onde abrimos os portões para a população em troca de alimentos para doações futuras”, disse. De acordo o presidente da loja Maçônica, Mário Augusto Padula Castro, as instituições foram escolhidas através de um sorteio. “Pegamos todas as instituições cadastradas por segmento e fizemos o sorteio”. Para o presidente, lembrar do lado social é sempre um gesto de bondade para com o próximo. Este ano as instituições beneficiadas foram: Posto de Assistência Maria do Rosário, Casa de Recuperação Recanto da Paz, Clínica Mará e o Posto de Auxílio Primavera. Para o presidente do Posto de Auxílio Primavera, Welson Ferreira Guimarães Júnior, esses alimentos irão ajudar muitas famílias necessitadas. “Nossa instituição atende cerca de 30 famílias carentes e todas as doações são sempre bem vindas”, ressaltou. Segundo o diretor de marketing do Campeão Supermercado, Denis Muniz, o social é uma das prioridades da rede de supermercados e no que depender deles, ações assim jamais serão esquecidas. “Sempre estamos presentes em eventos que envolvam o social e espero que no ano que vem possamos arrecadar mais alimentos para colaborarmos com as inúmeras instituições carentes do município”, afirmou Muniz. A distribuição dos alimentos contou com a colaboração do Tiro de Guerra e de membros da loja Maçônica. Já no dia 15 de agosto, mais duas instituições foram beneficiadas com os alimentos arrecadados durante a 56ª Exposição Agropecuária. Desta vez, os alimentos foram doados para o Centro de Ensino Especial Bom Pastor e a Associação de Reabilitação Nova Esperança. ■ sindicato rural em Campo | Setembro 2014 9 aconteceu Foto: Lúcio Moraes FERRUGEM ASIÁTICA FOI DISCUTIDA DURANTE REUNIÃO DA COMISSÃO DE AGRICULTURA A comissão de agricultura do Sindicato Rural se reuniu na noite do dia 11 de agosto na Casa do Produtor para discutir diferentes assuntos relacionados ao produtor rural, entre eles o Pepro (Prêmio Equalizador pago ao Produtor Rural), o vazio sanitário que se estende até o dia 30 de setembro e sobre a estrada de ferro da região do Rio Preto que tem trazido transtornos para os produtores desta região. A reunião reuniu os membros da comissão e de acordo com o presidente, Flávio Faedo, foi importante, pois tratou de assuntos pertinentes e que estão em alta. Uma das pautas foi à avaliação do leilão do Pepro (Prêmio Equalizador pago ao Produtor Rural) que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) realizou nos 10 www.sindicatoruralrioverde.com.br dias 20 e 28 de agosto. Segundo Faedo, a subvenção econômica ainda não é suficiente para manutenção do preço do milho, que atualmente está abaixo do mínimo, mas ajuda na manutenção dos preços deste cereal. “O leilão deverá atender as regiões de maior consumo, principalmente: avicultores, suinocultores, bovinocultores e cooperativas, indústrias de ração para avicultura e suinocultura de várias localidades”. Ainda de acordo com o presidente, outra demanda comentada durante a reunião foi com relação ao vazio sanitário, que está sendo descumprido por alguns produtores e também por empresas que plantaram pivôs com soja e estas já apresentaram ferrugem asiática, um problema não apenas para os produtores que possuem lavouras nas proximidades da referida região, mas também para as demais, uma vez que a doença se alastra rapidamente. A estrada de ferro da região do Rio Preto também entrou em pauta novamente e os produtores estão cobrando o cumprimento da empresa responsável com relação à construção de uma ponte no local onde está sendo construída a estrada de ferro. A região abriga uma área com aproximadamente 60 mil hectares, e é um importante corredor de escoamento de insumos e produção agropecuária e no primeiro traçado a empresa responsável pela obra disse que iria realizar um desvio na estrada, causando um aumento de cerca de 1,5 km e deixando o local perigoso. Diante das colocações, comissão de agricultura e Sindicato Rural irão tomar as medidas necessárias para que ambos os questionamentos sejam levados para as autoridades competentes e que as problemáticas sejam solucionadas. Uma reunião já foi marcada para este mês junto a Faeg e órgãos competentes para traçar um plano com relação ao vazio sanitário. ■ SINDICATO RURAL PRESENTE NO WORKSHOP DE AQUICULTURA discutir o mercado de peixes e as perspectivas para o cenário que vem crescendo muito no estado goiano. Os participantes puderam assistir a palestras com variados temas, que abordaram a visão do produtor na atividade aquícola, a comercialização através dos programas institucionais (PAA/PNAE), cadastro ambiental rural e outorgo para a aquicultura, as ações de incentivos e aspectos econômicos da piscicultura em Goiás, além da defesa sanitária e linhas de crédito para a atividade. De acordo com o diretor Walter Venâncio Guimarães, o evento foi à oportunidade de esclarecer dúvidas sobre o assunto e ainda trocar ideia com pessoas que já trabalham com a atividade. “O Workshop foi muito produtivo, a troca de experiências válida e ainda degustamos no final do evento produtos a base de pescado”, conclui Guimarães. ■ Foto: Arquivo Pessoal O Sindicato Rural de Rio Verde, através do diretor Walter Venâncio Guimarães, participou no dia oito de agosto, do Primeiro Workshop de Aquicultura do Território Sudoeste Goiano, que aconteceu no Ginásio de Esportes Baltazar Alves de Souza no município de São João da Paraúna. O evento foi uma realização da prefeitura e Sindicato Rural de São João da Paraúna e da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Irrigação e contou com a participação de produtores, representantes de classe e interessados no assunto. O objetivo do Workshop foi sindicato rural em Campo | Setembro 2014 11 aconteceu Fotos: Fabiana Sommer DIA NACIONAL DO CAMPO LIMPO COMPLETOU 10 ANOS EM AGOSTO A Associação dos Distribuidores de Produtos Agrícolas de Rio Verde (Adirv), realizou no dia 18 de agosto mais uma edição do dia Nacional do Campo Limpo, que este ano foi ainda mais especial, pois completou 10 anos. O evento que já faz parte do calendário oficial do inpEV, consiste em um dia onde as centrais de recebimento de embalagens vazias promovem, nas próprias unidades, diversas ações de conscientização sobre a preservação do meio ambiente, como apresentações de peças teatrais, palestras, plantio de árvores e distribuição de materiais educativos. A abertura oficial contou com 12 www.sindicatoruralrioverde.com.br a presença de autoridades, como o secretário de Indústria, Comércio e Meio Ambiente, Rubens Leão, o vice-presidente da Adirv, Júlio Humberto, o vice-presidente do Sindicato Rural de Rio Verde Luciano Jayme Guimarães, produtores rurais, agrônomos e alunos da rede municipal de ensino de Rio Verde. O vice-presidente do Sindicato Rural de Rio Verde Luciano Jayme Guimarães falou aos participantes que às crianças são o futuro do país e por isso atividades que envolvam o meio ambiente são importantíssimas para que elas entendam o processo de preservação ambiental. Além disso, o vice-presidente falou sobre a necessidade de aumento da estrutura da Adirv, uma vez que o setor cresceu e o volume de embalagens que necessitam ser devolvidas tem aumentado significativamente. “Nosso setor é crescente, o volume de embalagens aumenta muito, por isso, nós, produtores da região precisamos de um local maior”, disse Guimarães. O secretário de Indústria, Comércio e Meio Ambiente, Rubens Leão, falou que os produtores de Rio Verde estão de parabéns, pois são destaque na devolução de embalagens vazias de agrotóxicos. “Rio Verde é um dos municípios referência em devolução e processamentos de embalagens e isso nos envaidece muito”, afirmou o secretário. Já o vice-presidente da Adirv, Júlio Humberto, agradeceu a presença de todos, principalmente das crianças e explicou que o Dia Nacional do Campo Limpo é uma iniciativa que tem por objetivo ajudar na preservação ambiental e a conscientização de todos. “Esse evento é uma das mais importantes ações do Sistema Campo Limpo e este ano ainda mais, pois comemoramos 10 anos e com ótimos resultados”, ressaltou. Os participantes do evento puderam durante todo o dia conhecer as etapas do trabalho realizado por uma unidade de recebimento e participaram de atividades culturais e educacionais relacionadas à preservação do meio ambiente. Além disso, dois alunos foram premiados no concurso de redação e desenho. O DIA NACIONAL DO CAMPO LIMPO: O Dia Nacional do Campo Limpo é um evento instituído no calendário brasileiro por meio da Lei Federal 11.657 de 16 de abril de 2008 e é comemorado no dia 18 de agosto em todo o país. Desde sua 1ª edição, mais de 600 mil pessoas participaram do Dia Nacional do Campo Limpo em todo o País. A celebração da data é realizada pelas centrais de recebimento de emba- lagens vazias, com apoio do inpEV, seus associados fabricantes de defensivos agrícolas, entidades representativas do setor (Abag, Aenda, Andav, Andef, Aprosoja, CNA, OCB e Sindag), organizações públicas (governo municipal e estadual) e privadas, além de outros apoiadores locais. ■ sindicato rural em Campo | Setembro 2014 13 aconteceu SINDICATO RURAL PARTICIPOU DA SEXTA EDIÇÃO DO GOIÁS MAIS LEITE 14 www.sindicatoruralrioverde.com.br Foto: Larissa Melo L uiz José Machado, proprietário da chácara Nova Esperança - a Unidade Demonstrativa de Itarumã – recebeu cerca de 600 pessoas para o 6º Dia de Campo Goiás Mais Leite no último sábado (16). Desde 2013 ele utiliza a metodologia Balde Cheio e comemora os bons ventos que eleva os lucros com a otimização da produção. Como todos os Dias de Campo, organizados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) Goiás, com o apoio da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e dos Sindicatos Rurais (SRs), o evento que aconteceu na chácara Nova Esperança contou com a participação de parceiros que apresentaram aos visitantes novidades que prometem melhorar ainda mais a produtividade de quem tira o sustento do leite. Estiveram presentes representantes da Heringer Fertilizantes, da Agroquima, da Syngenta e da Dow AgroSciences. Sendo assim, além de caminhar pela propriedade e ver de perto as mudanças sofridas pela propriedade e assistirem a palestras que apresentaram o antes e o depois em números, da chácara de Luiz José, os visitantes também puderam conhecer produtos e tirar dúvidas sobre a forma correta de manejar a pastagem, adubar o solo, alimentar os be- Da água para o vinho deu ouvidos aos conselhos desanimadores de vizinhos e parentes. Para apresentar a chácara Nova Esperança aos visitantes ninguém melhor do que Raí Valle de Souza, o técnico regional que acompanha Luiz José desde 2012. A primeira visita oficial de Raí ao proprietário foi em janeiro de 2013, quando Luiz tinha 16 animais – sendo 14 em lactação – e tirava 190 litros de leite por dia. “Ele ganhava no período das águas e perdia tudo no período da seca”, conta Raí ao falar do alto investimento que Luiz fazia em pastagem. Hoje são 26 animais – sendo 18 em lactação – e Luiz retira 410 litros/dia. As medidas da propriedade não mudaram: a área total é de 4.9 hectares, sendo que 4.1 são utilizados para o leite e 0.8 são para reserva. Luiz fez a análise e a correção do solo, além das adubações de base, orgânica e nitrogenada, a compra de um tanque de expansão, silo para armazenagem de concentrado e quadro reprodutivo. Além disso, seguiu à risca os requisitos exigidos pelo Senar Goiás: faz exames de brucelose e tuberculose em todos os animais da propriedade, deixou o local aberto à visitação, cumpriu com o combinado junto ao técnico e não O superintendente do Senar Goiás, Eurípedes Bassamurfo, apresentou um estado leiteiro com alto capital imobilizado em terras, baixo percentual de animais em lactação, ausência de controle zootécnico, falta de assistência técnica e baixa sucessão familiar. Em contrapartida, animando os presentes, Eurípedes falou sobre as metas do Balde Cheio. “Em 2010 eram 03 grupos – com 23 produtores – assistidos. Hoje são 55 grupos e 700 produtores. A nossa meta são 77 grupos e 1.000 (mil) produtores assistidos”, afirmou. O Sindicato Rural de Rio Verde foi representado no evento pelo diretor Walter Venâncio Guimarães e pelo veterinário Juliano Aquino. ■ zerros, produzir uma silagem de qualidade e aplicar defensivos agrícolas. Goiás Mais Leite Foto: ASCOM CNA SINDICATO RURAL PRESENTE NO DEBATE DOS CANDIDATOS A PRESIDÊNCIA A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) promoveu no dia seis de agosto, em Brasília, um encontro com os três principais candidatos à Presidência da República, Eduardo Campos (PSB), Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), para debater o setor do agronegócio, através de temas levantados anteriormente pelas entidades que representam agricultores e pecuaristas dos quatro cantos do Brasil. Durante o evento, o presidente da CNA, João Martins da Silva Júnior, entregou aos candidatos um documento contendo os principais problemas do setor e propostas para melhoria, o documento foi intitulado “O que esperamos do Próximo Presidente 2015-2018”. O Sindicato Rural de Rio Verde esteve representado pelo diretor Ênio Fernandes, que achou o debate extremamente importante e de relevância para o setor. O Sindicato Rural de Rio Verde esteve representado pelo diretor Ênio Fernandes, que achou o debate extremamente importante e de relevância para o setor. Quem também esteve presente foi o ex-assessor técnico do Sindicato Rural e agora assessor da CNA, Alexandre Câmara Bernardes. Quem também esteve presente foi o ex-assessor técnico do Sindicato Rural e agora assessor técnico da CNA, Alexandre Câmara Bernardes. Os três candidatos tiveram a oportunidade de expor as ideias sobre temas como: Políticas Agrícolas, exportações, preços, crédito, armazenagem, infraestrutura e logística, além de linhas específicas para alguns setores da agricultura. O candidato do Partido Socialista Brasileiro (PSB) à presidência da República, Eduardo Campos (falecido no dia 13 de agosto) afirmou que se eleito iria fortalecer o Ministério da Agricultura e irá traçar novos projetos para alguns setores como hidrovias e ferrovias tentando assim, diminuir custos para o produtor rural. O candidato PSDB, Aécio Neves falou que se eleito irá criar um Superministério da Agricultura, que terá a mesma importância estratégica de pastas como Fazenda e Planejamento. Já Dilma Rousseff (PT), ressaltou que se reeleita irá criar a Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater) e que com ela os produtores terão acesso a modernas tecnologias e novas práticas de produção. TRAGÉDIA CANDIDADO EDUARDO CAMPOS Infelizmente o candidato Eduardo Campo teve a trajetória política interrompida por um acidente aéreo no dia 13 de agosto que o deixou de fora da disputa pelo cargo de presidente do Brasil. ■ sindicato rural em Campo | Setembro 2014 15 Capa uvaS TEM SIDO ALTERNATIVA PARA PRODUTORES DE GOIÁS Originada da Europa e Oriente Médio, a uva é um fruto da videira que agrada diferentes paladares. C om troncos retorcidos e cultivo próprio de regiões de clima temperado, a fruta tem grande benefício à saúde, além de ser utilizada para a fabricação de vinho, sucos e geleias. As uvas podem ser divididas em quatro grupos. Uvas rústicas de mesa, como Niagara Branca, Niagara Rosada, Isabel e Concord, que possuem um ciclo de cultivo de 135 a 155 dias. Uvas finas de mesa, como Itália, Rubi e Red Globe, que são as mais consumidas naturalmente e também existem as uvas sem sementes, muito apreciadas para o consumo natural, e aquelas especialmente destinadas à fabricação industrial de vinhos. Por ser uma fruta de consumo variado, o cultivo tem se inserido cada vez mais no cenário goiano. Este é o caso da família Neves, que desde 2001 trabalha com o plantio de três diferentes tipos de uva na propriedade que fica na região da Bahiinha, localizada a 74 quilômetros de Rio Verde. 16 www.sindicatoruralrioverde.com.br Baseada na agricultura familiar, que vem passando de geração em geração, a família possui 7.8 hectares de parreiras, o que equivale a 11 mil pés da fruta. Na propriedade são cultivadas quatro variedades, Isabel (bem aceita no mercado e que serve para vinho), Cora (suco e vinho), Niágara Rosada (uva de mesa) e a Isabel precoce (vinho, suco e mercado). A ideia de iniciar o cultivo de parreiras veio através de um empreendedor, que resolveu ajudar a família a ter outra fonte de renda. De acordo com o patriarca, Lourenço Maria das Neves, tudo começou em 2001 com uma associação formada por aproximadamente 50 pessoas. “A ideia veio do senhor Sebastião Ferro de Moraes, na época Prefeito de Paraúna, ele foi o pioneiro e trouxe para a região o empreendedorismo através da realização de coisas diferentes, difíceis e até fora do comum e uma delas foi o cultivo de uvas em terra de cerrado, nós nos unimos com outras 50 pessoas e começamos uma associação e só em 2005 é que resolvemos sair da associação para cuidarmos da nossa própria produção”, disse Lourenço Neves. As enxertias para o início da atividade vieram do município de Jales (SP) e de Itaberaí (GO). Segundo dona Levina Macedo Neves (mãe), no início a atividade foi bem difícil, principalmente porque eles ouviam de muitas pessoas que estavam ficando loucos em querer plantar uva em terras goianas. “Nós sofremos muito no início, ninguém acreditava que iríamos conseguir e graças a Deus vencemos e hoje nossa fonte de renda vem toda da uva”, ressalta. A família é a responsável por todas as etapas do cultivo, desde o plantio até a colheita, por isso, um dos filhos do senhor Lourenço se formou em agronomia. Odonilson Macedo das Neves é o agrônomo do Sítio Recanto da Barra, é ele que monitora, planeja e supervisiona a aplicação de princípios e processos básicos da produção agrícola, combinando conhecimentos de biologia, química e física, aos estudos específicos sobre o solo, clima e as variedades plantadas. Para ele, o mais difícil na produção é com relação às doenças. “A principal doença da uva se chama míldio, também conhecida como mofo e pode causar perdas de até 100% na produção, pois ela afeta todas as partes verdes da planta; nas folhas, por exemplo, aparecem manchas amareladas, na face inferior da folha, observa-se um mofo branco e quando o ataque é muito intenso, até os cachos são atacados” afirma Odonilson. Entretanto, se foram seguidos passos básicos de pulverizações, correções de solo, controle de matos e as podas necessárias, o cultivo de uvas não passa por grandes problemas como são vistos em outras culturas. Na propriedade a irrigação utilizada é através de aspersão, que se caracteriza pela pulverização do jato de água no ar, visando o umedecimento de 100% da área ocupada pela planta. PONTO DE COLHEITA As uvas só podem ser colhidas após atingirem as condições apropriadas para o consumo. Por isso, antes de iniciar a colheita é fundamental que se observe a textura, o sabor e a coloração, embora a coloração da uva por si só não seja suficiente para determinar o ponto de colheita, mas ela é importante para a padronização do produto. Com relação à textura, a uva estar macia e o se falando de sabor, deve apresentar teor de sólidos solúveis totais igual ou superior a 15°Brix (escala de grau). “Geralmente o ciclo para a venda in natura é de quatro meses e para a vinícola é de cinco meses”, reforça o agrônomo. A colheita é realizada manualmente e são utilizadas duas tesouras específicas, uma para a poda do cacho e outra para a poda da rama. COMERCIALIZAÇÃO A família não trabalha com contratos fixos de venda das mercadorias, mas a garantia deles é o fornecimento para a Vinícola Serra dos Gales locasindicato rural em Campo | Setembro 2014 17 Fotos: Fabiana Sommer Capa lizada em Paraúna (GO) que tem capacidade de processamento e armazenamento dinâmico de até 1,5 milhões de quilos de uvas e contempla as várias fases necessárias a elaboração, desde o recebimento ao engarrafamento. “Grande parte de nossa uva é comprada pela vinícola, eles são os nossos grandes compradores e chegamos a fornecer para eles cerca de 70 a 80 toneladas”, afirma o agrônomo Odonilson Macedo das Neves. Mas a família também vende o produto para compradores do Mato Grosso e Brasília. O produto é embalado em caixas próprias confeccionadas exclusivamente para a venda com a logomarca “Lourenço e Família”. “Nosso produto é muito bem aceito, temos inúmeros compradores interessados e vendemos de acordo com o preço oferecido pelo quilo, que varia muito, de R$ 0,95 até R$ 2,30, dependendo da variedade da fruta”, ressalta Neves (pai). FESTA DA UVA O sucesso das uvas de “Lourenço e Família” é tão grande que há seis anos eles realizam a Festa da Uva da Bahiinha. A festa que acontece sempre no mês de setembro conta com danças, orquestra de violeiros, encontro de cavaleiros a escolha da rainha da uva e é claro as comidas típicas baseadas na uva: suco, vinho, sorvete, torta, geleia e mousse. ■ É importante seguir alguns critérios na hora da colheita: • Colher as uvas pela manhã, evitando as horas mais quentes do dia e reduzindo assim o calor de campo, indesejável para as fases iniciais de elaboração dos vinhos; • Proceder à colheita manual, que preserva mais a integridade física da uva, em relação à colheita mecânica; • Proceder à seleção da uva colhida, de modo a vinificar lotes semelhantes e sem problemas de podridão ou de desuniformidade de maturação; • Acondicionar a uva colhida em caixas plásticas especiais, limpas, com capacidade máxima de 20Kg; • Manter a uva colhida à sombra e manuseá-la o menos possível; • Encaminhar a uva à unidade beneficiadora imediatamente após colhê-la, pois a mesma não se mantém em boas condições por muito tempo após ser colhida. O ideal é iniciar seu processamento em no máximo 12 horas após a colheita; • Evitar transportes a longas distâncias, bem como a utilização de veículos de transporte que trepidem ou sacolejem demasiadamente, danificando e reduzindo a qualidade da uva; • Se possível, resfriar rapidamente a uva na vinícola, antes do esmagamento da mesma. Este procedimento tem a vantagem de reduzir a atividade enzimática oxidativa na fase de esmagamento e prensagem, limitando o desenvolvimento e a ação de bactérias acéticas. A conseqüência é a limitação da produção de acidez volátil e a preservação da qualidade do vinho; FONTE: EMBRAPA 18 www.sindicatoruralrioverde.com.br sindicato rural em Campo | Setembro 2014 19 aconteceu Fotos: ASCOM FAEG FUNCIONÁRIOS PASSAM POR RECICLAGEM NA FAEG N o mês de agosto a FAEG realizou treinamento para os funcionários dos Sindicatos Rurais do estado. O evento reuniu aproximadamente 50 profissionais e teve como foco principal o Imposto Territorial Rural (ITR), Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) e o Cadastro Ambiental Rural (CAR). Os treinamentos tiveram como objetivo tirar dúvidas e reciclar os funcionários, para que 20 www.sindicatoruralrioverde.com.br os mesmos possam atender os produtores rurais nas necessidades contábeis e de cadastro a fim de prestar um serviço de qualidade. O Sindicato Rural de Rio Verde foi representado pelos funcionários Paulo Henrique Gonçalves e Renato Drugowich que concentraram o treinamento no ITR, uma vez que a instituição costuma realizar inúmeras declarações todos os anos. Segundo Paulo Henrique, o treinamento serviu para esclarecer as dúvidas e ainda ensinar assuntos que até então não eram do conhecimento dele. “Essa foi a primeira vez que participei de um curso assim e para mim foi a oportunidade de adquirir um conhecimento específico do assunto com o qual tenho trabalhado”, afirmou. A mesma opinião teve Renato Drugowich, que ressaltou ainda a integração com profissionais de outros sindicatos rurais. “A troca de experiências foi muito boa e a federação deixou claro que a ideia deles é essa mesma, a troca de informações entre as instituições”, concluiu. ■ CHEGOU A HORA DE DECLARAR O IMPOSTO TERRITORIAL RURAL O s agricultores já podem fazer, pela internet, a declaração do ITR, o Imposto Sobre a Propriedade Territorial Rural. O prazo para entregar a declaração é até 30 de setembro e devem declarar o imposto, pessoas físicas ou jurídicas que possuem imóvel rural. O ITR funciona como um instrumento auxiliar de disciplinamento do poder público sobre a propriedade rural. Toda receita vai para o município arrecadador e quem deixar de fazer a declaração não poderá tirar certidão negativa de débitos, que é o documento exigido para financiamentos agrícolas, e registro de compra ou venda da propriedade. Além disso, terá de pagar multa de 1% ao mês sobre o imposto devido. O imposto deve ser realizado através do site da receita Federal, através do programa multiplataforma ITR2014, que pode ser utilizado em computador que possua máquina virtual Java (JVM), versão 1.6.0 ou superior. A declaração deverá ser enviada por meio do programa de transmissão Receitanet, com o uso do computador, mediante a utilização do Programa Gerador da Declaração (PGD) do ITR/2014 disponível no sitio da Receita: www.receita.fazenda. gov.br. A Receita Federal alerta todos os produtores que não existem mais formulários e que todas as reclarações devem ser encaminhadas por meio do site. O pagamento do imposto pode ser parcelado em até quatro quotas, mensais, iguais e sucessivas, desde que cada quota não seja inferior a R$ 50,00. O Sindicato Rural de Rio Verde possui uma equipe para atender os associados que quiseram ajuda para o preenchimento do formulário, para isso, basta vir até a instituição munido da última declaração completa. No ano passado o Sindicato Rural realizou uma média de 200 ITR. De acordo com o departamento responsável, é obrigatório declarar, sendo isentou ou não. A falta do pagamento implica em vários problemas, principalmente multas. ■ sindicato rural em Campo | Setembro 2014 21 agronegócio BOIHTEL ALTERNATIVA PARA PECUARISTAS E INVESTIDORES R io Verde é um dos municípios de maior destaque na agropecuária tecnificada, sendo referência a nível nacional, e é no município que fica o Confinamento Rio Verde, responsável pela terminação de aproximadamente 40 mil animais por ano. O confinamento é o sistema de criação de bovinos em que lotes de animais são encerrados em piquetes ou currais com área restrita, e onde os alimentos e água necessários, são fornecidos em cochos. O confinamento é mais utilizado para a terminação de bovinos, que é a fase da produção que imediatamente antecede o abate do animal, ou seja, envolve o acabamento da carcaça que será comercializada. A qualidade do produto (bovino) produzido no confinamento é assim dependente das outras fases da produção. O Confinamento Rio Verde 22 www.sindicatoruralrioverde.com.br trabalha com o sistema chamado Boihtel, que nada mais é do que uma forma operacional de resultados onde a criação de gado de corte é intensiva. “No nosso sistema iniciamos na recria e terminamos no confinamento e não matamos boi a pasto”, explica o proprietário Carlos Kind. Atualmente o confinamento possui 15.700 animais, com capacidade para 17 mil. A ideia de fazer um sistema de boihtel em Rio Verde surgiu em 1997, quando na época Kind e mais três investidores estavam querendo expandir os negócios e trabalhar por conta própria, para evitar prejuízos. No início a atividade foi planejada e executada em Goiânia, uma vez que lá existia uma fábrica de produtos alimentícios que não sabia o que fazer com os desejos e os mesmos serviam para alimentar o gado, mas, com o passar dos tempos o investidor foi notando a necessidade de estar mais perto do mercado consumidor e foi então que decidiu instalar a propriedade em Rio Verde. “Escolhi Rio Verde por três questões, posição física, localização e alta produtividade de grãos”, disse Kind. A diária de um animal no Boihtel varia de acordo com a raça e o peso de entrada do animal, mas os valores podem girar em torno de R$ 6,12 até R$ 8,39. “Os preços sempre são revisa- dos e corrigidos, uma vez que existem raças que consomem mais, por isso a diferenciação”, explica Kind. Com relação à alimentação, Kind explica que os animais consomem diariamente 21 kg de matéria natural, sendo que deste montante, 70% é concentrado e 30% silagem, o que caracteriza uma dieta de alto grão. Para alimentar todos os animais, anualmente são gastos 200 mil sacos de milho ou sorgo e mais 40 mil toneladas de silagem. “Os alimentos são comprados na época de produção e nossos fornecedores são os próprios produtores da região, uma vez que eu sempre ressalto que a pecuária deve sempre andar junto com a agricultura”. No sistema Boihtel, outro diferencial é com relação ao manejo dos animais. Ao adentrarem no sistema, é feito todo um protocolo de vacinas e ver- Fotos: Fabiana Sommer mífugos como forma de evitar qualquer dano à saúde do animal e consequentemente a carne na hora do destino final. Outro destaque é na hora da escolha dos animais, que são comprados de acordo com o preço e também genética, mas sempre com os mínimos cuidados. Todo o trabalho executado na propriedade é realizado por 10 funcionários. Mas, embora a atividade esteja cada vez mais em alta, algumas dificuldades acabam sendo encontradas, como por exemplo, a falta de incentivo por parte das autoridades. “Quem trabalha com confinamento acaba tendo que se virar sozinho, pois o governo não tem nenhum projeto que incentive o pecuarista, já em outros países, como nos EUA, o confinamento é subsidiado, por isso é que eles produzem mais com uma quantidade menor de animais”, diz Kind. Mesmo assim, o confinador se diz apaixonado pela atividade e não largaria ela jamais, pois além de ser rentável, já criou amor por ela. ■ VANTAGENS DO BOIHTEL Kind explica que o primeiro passo que uma pessoa deve fazer antes de deixar o animal em um boihtel, é ser um investidor, não necessariamente precisa ser um pecuarista ou possuir fazenda. Outro detalhe muito importante e que o empresário ou pecuarista deve entender é que a produção de animais em regime intensivo é a melhor saída para o pecuarista em época de seca, pois quando o boi é deixado no pasto ele fica com um efeito sanfona, engorda e depois emagrece na época da seca. Outra vantagem de levar o boi para um boihtel é o descanso de 100% da propriedade, sem esquecer claro que os resultados financeiros são bem melhores e o abate dos animais acaba sendo em 65 dias. sindicato rural em Campo | Setembro 2014 23 agronegócio PONTE DE CABO DE AÇO É PATRIMÔNIO ESTADUAL C vez que partes dela já não suportavam mais o peso dos veículos, principalmente de carga. Durante muito tempo ela foi a principal ligação entre Goiânia e o Sudoeste Goiano. O produtor rural Lázaro Antônio Serafim mora próximo à ponte há 33 anos, a antiga estrada que ligava à ponte passava em frente à propriedade. Após a desativação, sobraram apenas lembranças e boas risadas dos episódios vividos por ela e pela família. “O fluxo de veículos sempre foi grande na ponte e o problema é que alguns motoristas vinham muito carregados e por vezes não conseguiam fazer a travessia, eu cheguei a presenciar caminhões de adubo caindo, um carregado com abóbora e outro com tomate”, comenta Serafim. Apesar da ponte já ter sido muito útil, hoje ela serve apenas para contar história, pois o tempo tem a degradado constantemente. Partes da madeira do chão estão sendo deteriorada com as ações climáticas, o que se mantém intacto até hoje são os cabos de aço. Através da lei estadual nº15.218, de 23 de junho de 2005, a assembleia legislativa do estado de Goiás, nos termos do art. 10 da Constituição Estadual, decretou e o governador Marconi Perillo sanciono a lei que denominou a ponte como: PONTE PEDRO FELIPE VIEIRA. ■ Fotos: Fabiana Sommer onstruída em meados de 1935, a ponte Pedro Felipe Vieira sobre o Rio Verdão, conhecida como “Ponte Cabo de Aço”, localizada na Rodovia GO-333, na divisa dos Municípios de Rio Verde e Paraúna se tornou patrimônio histórico do Estado após em 2005 ter sido desativada, tento o fluxo de veículos sido desviado para uma ponte de concreto com 156 metros de extensão. A ponte de madeira e cabo de aço foi desativada para evitar que sofresse mais as consequências do tráfego pesado, uma 24 www.sindicatoruralrioverde.com.br ARTIGO PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU RESULTADOS Por Cairo Augusto Gonçalves (advogado) sindicato dos trabalhadores. Ressalta-se que a mencionada lei não estendeu tal direito para os empregados de pessoa física, quando nela determinou que pessoa física não se equipara à empresa, conforme dispõe o art. 2º, § 3º e inciso I. Porém, entendo que nada impede que o empregador rural pessoa física possa pactuar participação nos lucros ou resultados com seus empregados, nos termos desta lei, eis que, é um benefício a mais para o trabalhador, o que é sempre bem visto pelo Judiciário. Até porque, ser o empregador pessoa física ou jurídica é aqui irrelevante, tanto mais quando a lei equipara a empresa individual à coletiva (art. 3º da CLT). Os instrumentos pactuadores da participação nos lucros ou resultados devem conter regras claras e objetivas no que diz respeito aos critérios de aferição das informações, periodicidade, vigência, prazos para revisão do acordo, podendo ser considerados, entre outros, os critérios de índices de produtividade, qualidade ou lucratividade do empregador, os programas de metas, resultados e prazos, pactuados previamente. O acordo coletivo celebrado será arquivado na entidade sindical dos empregados (artigo 2º, § 2º). A PLR pode ser a solução para os entraves dos produtores rurais que pactuam com seus empregados, o pagamento de “comissões” no final da safra, as quais, apesar da semelhança com a participação nos lucros e resultados, nada tem a ver com o tema em questão. Isso porque a comissão é salário para todos os efeitos legais, integrando a média salarial, bem como, sobre ela incidem todos os encargos trabalhistas e impostos. Ao contrário, sobre a participação nos lucros e resultados não há encargos, não integra a média salarial, e o imposto de renda é diferenciado. ■ Foto: Reprodução O direito do trabalhador rural à participação nos lucros, ou resultados, está previsto no artigo 7º, inciso XI, da Constituição Federal: Art. 7º. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social; (...) XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei. Segundo a lei 10.101/2000, a participação nos lucros ou resultados deverá ser objeto de negociação entre a empresa (empregador) e seus empregados, mediante um dos procedimentos a seguir descritos, escolhidos pelas partes de comum acordo: a) comissão escolhida pelas partes, integrada, também, por um representante indicado pelo sindicato da respectiva categoria: nesta modalidade o empregador e seus empregados escolhem as pessoas que vão compor a comissão, em igual número, sendo que no grupo escolhido pelos empregados deverá estar um representante do sindicato profissional correspondente. b) convenção ou acordo coletivo: nesta modalidade, a negociação é feita entre o empregador ou seu sindicato e o sindicato rural em Campo | Setembro 2014 25 Agropecuária MANEJO É ALTERNATIVA PARA EVITAR PREJUÍZOS NOS BEZERROS A pesar do aprimoramento das técnicas de manejo e das estratégias de prevenção e tratamento, a diarreia continua sendo a mais comum e onerosa das doenças que afetam os bezerros recém-nascidos. Os prejuízos econômicos são elevados, envolvendo além da perda de animais e gastos com serviços veterinários e medicamentos, a queda no desempenho produtivo dos animais até a completa recuperação. As diarreias em bezerros podem ser determinadas por vários agentes infecciosos, etiologia bacteriana, viral ou protozoária ou até mesmo por 26 www.sindicatoruralrioverde.com.br conjunto de algum desses agentes, intensificando o quadro clínico da doença em bezerros de diferentes idades. “Não é possível realizar um diagnóstico etiológico através apenas da observação dos sinais clínicos, a coleta de amostras sanguíneas ou de fezes é fundamental para um resultado preciso”, afirma o médico veterinário Juliano Aquino. Os principais agentes enteropatogênicos são: bactérias (Escherichia coli, Salmonella sp., Clostridium perfringens), vírus (rotavírus e coronavírus); protozoários (Eimeria sp.); verminoses, fatores nutricionais (ingestão excessiva de leite ou rações similares) e de meio ambiente. A diarreia é uma doença que causa grande perca de líquido e eletrólitos corporais que causam desidratação, originando a perca de peso, podendo levar o animal a morte e uma das causas pode ser pela falta do colostro ou pelo consumo exces- sivo de leite. Geralmente, em propriedades leiteiras, os bezerros ficam confinados ou semiconfinamento e a higiene dos bezerreiros, mantendo-os sempre limpos, secos e com desinfecções rigorosas e constantes, pode evitar surtos de doenças e eliminar focos. “A doença é adquirida por via oral, por isso, um manejo adequado pode diminuir a incidência”, ressalta Aquino. A transmissão também se dá pela ingestão de água, alimentos e fezes infectadas. Por isso, bebedouros e comedouros devem estar sempre limpos. Segundo o veterinário, é comum encontrar fazendas Foto: Reprodução com acúmulo de água contaminada saindo da sala de ordenha após a limpeza e correndo no pasto onde se encontram os bezerros, águas empossadas próximas a bebedouros ou bezerros bebendo água suja nas beiradas de córregos. “Tudo isso é impróprio para o animal e pode ocasionar e agravar mais a doença” reforça. O veterinário ressalta ainda que a mesma água que o ser humano bebe deve ser a ingerida pelos animais. Para tratar o bezerro com diarreia em primeiro lugar deve-se ficar atento à reposição de líquidos e eletrólitos, visando à correção da desidratação, da acidose e do desequilíbrio eletrolítico. A tera- pia antimicrobiana deve ser feita com medicamentos de ampla ação. ■ sindicato rural em Campo | Setembro 2014 27 Equoterapia EQUOTERAPIA INICIA O SEGUNDO SEMESTRE COM NOVOS PRATICANTES V isando atender um número maior de pacientes, o Centro de Equoterapia Primeiro Sorriso iniciou o segundo semestre com mais 25 praticantes, chegando agora ao número total de 125. De acordo com o coordenador do Centro, Alvanir Vilela Resende Júnior, o aumento se deu devida a demanda cada vez maior e também a vontade do Sindicato Rural em estar ajudando cada vez mais os portadores de necessidades especiais ou adquiridas nas áreas de saúde, esporte e educação. “A procura pela reabilitação através da equoterapia é sempre muito grande nós temos tentado inserir 28 www.sindicatoruralrioverde.com.br mais e mais praticantes e agora conseguimos abrir essas 25 novas vagas e eu como coordenador me sinto muito gratificado em poder estar reabilitando vidas”, afirma Júnior. Outra novidade é que das vagas abertas, cinco delas foram destinadas para atender o público que frequenta o CAPS AD, Centro de Atenção Psicossocial - Álcool e Drogas. Mas, as novidades não param por aqui, o Centro de Equoterapia está iniciando os trabalhos na área de pesquisa, por isso, neste mês ainda estará participando de congressos para a qualificação dos profissionais que atuam com as reabilitações. “Nosso objetivo é expandir cada vez mais, nos especializar e prestarmos um serviço cada vez melhor, por isso estamos sempre em constante aprimoramento”, afirma Júnior. O Centro de Equoterapia Primeiro Sorriso funciona no Sindicato Rural, de segunda a sextafeira e conta com uma equipe formada por fonoaudiólogo, educador físico, fisioterapeuta, psicólogo, pedagoga, assistente social, tratador e treinador. ■ sindicato rural em Campo | Setembro 2014 29 culinária Foto: Reprodução Biscoito Frito Ingredientes • 1 quilo de polvilho • 2 copos americanos de queijo ralado • 1 copo de leite • 5 ovos • ½ copo de óleo de soja • ½ copo de água • Sal a gosto Modo de preparo O primeiro passo é colocar a massa para escaldar. Para isso, misture a água, o leite e o óleo e leve ao fogo. Depois que ferver, despeje a mistura encima do polvilho e misture bem. Coloque o queijo ralado, o sal e os ovos. É preciso amassar bem até que fique em ponto de desgrude. Para enrolar os biscoitos também é fácil, não precisa nem untar a mão. Leve direto para uma panela cheia de óleo, mas atenção, o óleo tem que estar frio. Os biscoitos ficam mergulhados no óleo por cerca de 25 minutos. Tem que mexer aos poucos para não queimar e garantir que todos fiquem bem douradinhos. Rendimento: 15 Biscoitos 30 www.sindicatoruralrioverde.com.br