Os impactos da urbanização na
drenagem urbana
Os impactos da urbanização
na drenagem urbana
Profa. Dra. Simone Rosa da Silva
Universidade de Pernambuco - UPE
Recife, agosto de 2015
Tópicos abordados
Impactos da urbanização na drenagem urbana
Gestão da drenagem urbana no Brasil
O município do Recife
Características físicas
Adensamento urbano
Pontos críticos de alagamento
Medidas implementadas na drenagem urbana
Medidas compensatórias e alternativas de
drenagem sustentável
Uso e ocupação do solo em áreas urbanas
Processo de urbanização acelerado e de forma desordenada, sem
o planejamento e implantação de ações que conduzam
adequadamente a ocupação do solo.
Consequências, em geral, são negativas, com impactos muitas
vezes irreversíveis sobre o próprio homem e sobre os recursos
naturais.
Na ausência de normas que regulem a ocupação do solo, é
inevitável a impermeabilização de grandes áreas, decorrente
da implantação de edificações, calçadas, ruas pavimentadas, e
do próprio adensamento urbano.
Medidas compensatórias de drenagem como: trincheiras de
infiltração, pavimento permeável e microrreservatório de
detenção no lote, tem-se apresentado como bons
instrumentos de controle do escoamento superficial.
O seu uso se torna possível com o planejamento da drenagem
urbana que passa a obrigar as novas construções a adotarem
medidas alternativas de controle de enchentes urbanas (SOUZA
e GOLDENFUM, 2001).
 Em 1900, 13 % da população global eram urbanas.
 Em 2007, a população urbana era 49,4 %, ocupando apenas 2,8 % do
território global.
 Em 2000, apresentou uma alta taxa de urbanização, com 75% da
população morando em áreas urbanas.
BRASIL
 Para 2050, estima-se em 69,6 % a população urbana mundial. (UN, 2009).
AMÉRICA
DO SUL
MUNDIAL
Impactos da urbanização sobre a drenagem
urbana
Em 2012, aproximadamente 84,4% da população brasileira concentrava-se no
meio urbano, tornando-o 26º país com maior taxa de urbanização num
conjunto de 192 países (IBGE, 2012).
 Para 2030, o valor estimado é de 84% (URBAN, 2003).
Impactos da urbanização sobre a drenagem urbana
Processos urbanos e seus impactos no ciclo hidrológico
Fonte: Hall, 1984 apud Tucci, 2004.
Impactos da urbanização sobre o ciclo
hidrológico
Fonte: Tucci (2000).
Impactos da urbanização sobre o ciclo
hidrológico
Fonte: Tucci (2000).
Impactos da urbanização sobre o ciclo
hidrológico
Efeito Cumulativo
Nessas condições ocorre aumento da velocidade de escoamento, redução do tempo
de concentração na bacia, aumento e antecipação na vazão a qual pode ter seu
valor de pico aumentado em até SEIS VEZES (TUCCI, 2009).
Impactos da urbanização sobre o ciclo
hidrológico
Fonte: Leopold (1968) apud Tucci (2007).
Coeficiente de escoamento x área
impermeável
Valores médios para bacias brasileiras.
Fonte: Tucci (2003).
Canalização x reservação
Fonte: Braga (1994).
Evolução das obras de detenção em
centros urbanos
Fonte: Canholi (2005).
Impactos da urbanização sobre a drenagem urbana
Municípios brasileiros com ocorrência de inundações e/ou alagamentos na área
urbana e pontos de estrangulamento no sistema de drenagem nos últimos cinco
anos – 2008
Segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento
Básico de 2008 (IBGE, 2010):
 40,87% dos municípios brasileiros sofreram
inundações ou alagamentos em áreas urbanas
nos últimos 5 anos.
 60,7% - ocupação urbana em áreas inundáveis
naturalmente por cursos d’água.
 As regiões mais afetadas por estes desastres
foram o Sudeste e Sul.
Fonte: PNSB – 2008 (IBGE, 2010).
Impactos da urbanização sobre a drenagem urbana
Ocorrência de inundações e/ou alagamentos em Pernambuco
Dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico de 2008, mostram que
49% DOS MUNICÍPIOS sofreram inundações e/ou alagamentos em sua área
urbana nos últimos cinco anos.
Percentual de
municípios (%)
Áreas que ocorreram inundações ou alagamentos
Áreas urbanas ocupadas, inundáveis naturalmente pelo curso d’água.
31,35
Áreas de baixios naturalmente inundáveis, ocupadas irregularmente e/ou
inadequadamente.
27,03
Áreas não usualmente inundáveis
14,59
Outras
3,24
Total
49,19
Fonte: PNSB – 2008 (IBGE, 2010).
GESTÃO DA DRENAGEM URBANA NO BRASIL
Cronologia da legislação sobre drenagem urbana do Brasil
Cidade
Ano
Assunto
Belo Horizonte
1996
Plano de Desenvolvimento Urbano -> implantação de reservatórios na proporção de 30
litros por metro quadrado de área impermeabilizada.
Niterói – RJ
1997
A Lei nº 1620/1997 -> limite para a taxa de impermeabilização em 90% para a Zona
Urbana.
Federação
1997
Lei n.º 9.433 -> Política Nacional de Recursos Hídricos
Santo André - SP
1997
Lei Municipal 7.606/97 -> Cobrança de taxa sobre o volume lançado no sistema de coleta de
pluviais.
Porto Alegre - RS
1999
Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental (PDDUA) -> controle das vazões
geradas excedentes à condição de pré-ocupação da área.
Guarulhos –SP
2000
O Código de Obras de Guarulhos (Lei n° 5.617/1997) prevê, a obrigatoriedade do uso de
reservatórios de detenção das águas pluviais para imóveis com área superior a 1 ha.
São Paulo
2001
Conselho Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CADES) alterou a
Lei n.º 11.228/92, para reservação de águas pluviais.
Curitiba
2003
Programa de Conservação e Uso Racional de Água nas Edificações (PURAE)
Federação
2007
Lei n.º 11.445/2007. Dispõe sobre a Política e Plano de Saneamento Básico.
Fonte: Adaptado de Carmo e Marchi, 2013.
GESTÃO DA DRENAGEM URBANA NO BRASIL
Municípios com manejo de águas pluviais, por existência de
instrumentos reguladores, segundo as grandes regiões, em 2000.
Municípios com manejo de águas pluviais
Grandes Regiões
Total
Com instrumentos
reguladores (%)
Sem instrumentos
reguladores (%)
Brasil
4.327
26,30
73,40
Norte
222
20,70
78,80
Nordeste
1.227
13,40
86,50
Sul
1.468
26,30
73,20
Sudeste
1.094
43,20
56,50
Centro-Oeste
316
21,80
77,80
Fonte: PNSB – 2000 (IBGE, 2002).
GESTÃO DA DRENAGEM URBANA NO BRASIL
Percentual de municípios brasileiros que sofreram
inundações, segundo os fatores agravantes - 2008.
Fatores Agravantes
Percentual de municípios que
sofreram inundações (%)
Dimensionamento inadequado de projeto
12,56
Obstrução de bueiros, bocas de lobo, etc.
18,44
Obras inadequadas
12,96
Ocupação intensa e desordenada do solo
17,61
Lençol freático alto
6,45
Interferência física no sistema de drenagem
7,58
Desmatamento
8,72
Lançamento inadequado dos resíduos sólidos
12,54
Outros
7,91
Total de municípios que sofreram inundações ou enchentes nos
últimos cinco anos
40,87
Fonte: PNSB – 2008 ( IBGE, 2010).
GESTÃO DA DRENAGEM URBANA NO BRASIL
Percentual de municípios com ruas pavimentadas na área
urbana, por tipo de sistema de drenagem, em 2000 e 2008.
Percentual de municípios com ruas pavimentadas na área urbana, por tipo de
sistema de drenagem (%).
Grandes Regiões
Drenagem Superficial
Drenagem Subterrânea
2000
2008
2000
2008
Brasil
80,4
94,0
85,3
76,5
Norte
95,9
99,5
61,5
46,9
Nordeste
85,9
97,5
65,0
53,3
Sudeste
83,1
94,9
96
92,8
Sul
67,2
86,6
99,4
95,1
Centro-Oeste
81,6
92,0
82,2
78,0
Fonte: PNSB – 2000/2008 (IBGE, 2010).
GESTÃO DA DRENAGEM URBANA NA CIDADE DO RECIFE
No Estado de Pernambuco, segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico de 2008
(IBGE, 2010) dos 185 municípios do Estado, apenas 14 deles declararam possuir o PDU até o
término da pesquisa.
Atualmente outros municípios de Pernambuco já possuem PDU, como por exemplo:
Paulista, Olinda, Ipojuca, Abreu e Lima, Carpina, Camaragibe e outros (FRAGA, 2013).
Instrumento regulador do serviço de manejo de águas
pluviais
Municípios
Unidades
%
Plano Diretor de Manejo de Águas Pluviais
4
2
Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano
14
8
Plano Diretor de Recursos Hídricos
1
1
Plano Diretor Integrado de Saneamento Básico
3
2
Outros
8
4
Total
27
15
Nota: O município pode ter mais de um tipo de instrumento legal regulador.
Fonte: PNSB – 2008 (IBGE, 2010).
GESTÃO DA DRENAGEM URBANA NA CIDADE DO RECIFE
Principais Instrumentos Auxiliares da Gestão da Drenagem
Urbana no Recife
Lei Orgânica do Município do Recife
Código do Meio Ambiente da Cidade do Recife
Lei de Uso e Ocupação do Solo da Cidade do Recife – LUOS, instituído pela Lei n° 16.176/96 –
Define o zoneamento da cidade do Recife e estabelece o percentual de Taxa de Solo Natural
(TSN).
O Projeto de Lei nº 06/2006, que promove a revisão do Plano Diretor da Cidade do Recife
(PDCR), estabelece as seguintes exigências aos novos empreendimentos:
• Nos empreendimentos com áreas superiores a 5.000 m², deverá ser apresentado projeto
específico de absorção e retenção de águas pluviais;
• O empreendimento que apresentar área de impermeabilização do lote superior a 50% da área
total, deverá compensar a área impermeabilizada mediante implantação de sistema que garanta
a drenagem de 30 l/h.m² de área impermeabilizada.
GESTÃO DA DRENAGEM URBANA NA CIDADE DO RECIFE
Atores municipais e estaduais relacionados com a gestão da
drenagem urbana da cidade do Recife
Atores Municipais
Secretaria Municipal do Meio Ambiente
Secretaria de Infraestrutura e Serviços Urbanos
• EMLURB – Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana.
• URB – Empresa de Urbanização.
Secretaria de Saneamento
Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano
• CTTU – Companhia de Trânsito e Transporte Urbano
• DIRCON – Diretoria de Controle Urbano
Secretaria de Planejamento
Secretaria de Habitação
Atores
Estaduais
Comissão de Defesa Civil do Recife – CODECIR
Secretaria de Infraestrutura – SEINFRA
• APAC – Agência Pernambucana de Águas e Climas
• COMPESA – Companhia Pernambucana de Saneamento
Defesa Civil – CODECIPE
GESTÃO DA DRENAGEM URBANA NA CIDADE DO RECIFE
Estudos e Planos de Drenagem Urbana do Recife Mais Relevantes
 PLANO DIRETOR DE MACRODRENAGEM DA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE
- Elaborado ACQUA-PLAN/FIDEM em 1980.
- Define a equação de chuva intensa para a RMR com base nas estações de Olinda e do Curado,
apresentando respectivamente 15 e 10 anos de registros consecutivos de dados.
 PROJETO DE QUALIDADE DAS ÁGUAS E CONTROLE DA POLUIÇÃO HÍDRICA DAS BACIAS
DOS RIOS BEBERIBE, CAPIBARIBE E JABOATÃO (PQA)
- Elaborado pela SEPLAN/PE em 1997.
- Identifica 24 áreas de alagamento. O estudo recomenda a adoção de tempos de retorno de 10 anos para
a microdrenagem e de 20 anos para canais e cursos d’água .
 PLANO DE GERENCIAMENTO DA DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS E DO ESGOTAMENTO
SANITÁRIO PARA A REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE
- Elaborado pela Agência de Cooperação Internacional do Japão em 2001.
- O Plano apresenta horizonte de execução até 2020 e prevê o melhoramento da drenagem da cidade do
Recife, priorizando 15 áreas críticas de inundação.
 PLANO DIRETOR DE DRENAGEM URBANA DO RECIFE (Atualmente em elaboração)
MODELAGEM MATEMÁTICA COMO FERRAMENTA DE
SUPORTE À GESTÃO DA DRENAGEM URBANA
Necessidade de planejamento e investimento na infraestrutura;
Muitos municípios brasileiros realizam obras hidráulicas sem estudos e projetos;
Qualidade do Banco de Dados:
- Melhoria na aquisição de dados;
- Informações georreferenciadas.
Modelos hidrológicos - importante ferramenta para o planejamento e obtenção de respostas,
em bacias hidrográficas, com os quais podem ser analisadas condições específicas.
Finalidade da modelagem (Maksimovic, 2001):
-
Analisar e verificar diversas condições dos sistemas de drenagem;
Avaliação das respostas da bacia, como parte da estratégia e planejamento do sistema;
Avaliação da poluição;
Gerenciamento operacional;
Controle em tempo real; e
Análise de interação entre sub-bacias.
MODELAGEM MATEMÁTICA COMO
FERRAMENTA DE SUPORTE À GESTÃO DA
DRENAGEM
URBANA
Código
Nome
Agência criadora
Ano
Mouse
Modelling of Urban Sewer
DHI
1985
Hec-Has 4.1
The Hydrologic Engineering CenterRiver Analysis System
Corps of Engineers – USA
2008
MODCEL
Modelo de Célula
SWMM
Storm Water Management Model
EPA-USA
1971
STORM
Storage, Treatment, Overflow Runnof
Model
Corps of Engineers-USA
1974
TR-55
SCS Tecnical Realease 55
SCS
1975
DR3M
Distributed Routing Rainfall-Runoff
Model
USGS
1978
IPH-2
Instituto de Pesquisas Hidraúlicas
IPH-UFRG
1981
ABC
Análise de Bacias Complexas
Universidade de São Paulo
1985
Fonte: Viessman e Lewis, 2002 apud Collodel, 2009.
O SWMM é o pacote computacional mais utilizado para
simulação da drenagem urbana.
Evolução da urbanização na RMR
Fonte: Byron (1994) apud
Alheiros (1998).
Evolução da população urbana
População Urbana do Recife e RMR
4,000,000
3,500,000
3,000,000
2,500,000
2,000,000
1,500,000
1,000,000
500,000
0
1940
1950
1960
1970
1980
1991
2000
2010
População
Urbana da RMR
Recife
Evolução da urbanização no Recife
O início da urbanização na cidade data do século XVI, quando sua atual área ainda pertencia à
Vila de Olinda.
Na década de 1970, acelerou no Recife o processo de adensamento construtivo e populacional
na faixa diretamente litorânea, estendendo tal condição de crescimento para os municípios
vizinhos também litorâneos – Jaboatão dos Guararapes, Olinda e Paulista.
Em 1996 as unidades habitacionais com mais de 10 pavimentos representava um percentual de
43% .
Em 2003 este percentual subiu para 57%, onde desse total, 4,2% são edificações com mais de
20 pavimentos.
Coeficiente de escoamento superficial - run off (Emlurb, 2013)
- Início da formação do Recife: 0,15
- Recife fortemente urbanizado (Condição Atual): 0,80
Evolução do Processo de Urbanização
Bairro do Pina
(Anos 40)
Primeiros prédios Bairros do Pina e
Boa Viagem bem
em Boa Viagem
urbanizados
(Anos 50)
(Anos 70)
Urbanização
Vertical Em Boa
viagem (Atualmente)
Adensamento urbano no bairro do Pina
1940
2013
Região Metropolitana do Recife
Área de 2.766,9 km²
14 municípios integrantes:
ABREU E LIMA, ARAÇOIABA, CABO DE
SANTO AGOSTINHO, CAMARAGIBE,
IGARASSU, ILHA DE ITAMARACÁ,
IPOJUCA, ITAPISSUMA, JABOATÃO
DOS GUARARAPES, MORENO,
OLINDA, PAULISTA, RECIFE e SÃO
LOURENÇO DA MATA.
3.688.428 hab (94% residente na área
urbana)
Município do Recife
Área de 218,5 km²
1.537.704 habitantes
Densidade demográfica :
7.037,6 hab/km2
Taxa de urbanização - percentagem da
população da área urbana em relação à
população total - Fonte: IBGE
Normais climatológicas
Posto Curado (Recife)
1323,4mm
2450,7mm
Fonte: INMET.
Variação pluviométrica dos totais
anuais no município do Recife
Média: 2303 mm
(1961-2011)
Fonte: SANTOS et al (2013).
Desvios da precipitação anual em
relação à média (1961-2011)
Média:
2303 mm (50 anos)
2000 < P < 2500
(35anos)
P> 2500 (14 anos)
Fonte: SANTOS et al (2013).
Problemáticas da Drenagem Urbana do Recife
Áreas planas, fortemente urbanizadas;
Região situada ao nível do mar;
Ocupação de áreas de risco de inundação;
Ocupação de morros e encosta, aumentando a descarga da inundação;
Ocorrência de chuvas intensas;
Lençol freático elevado;
Redução da capacidade de escoamento dos corpos d’água;
Deficiência de projeto, construção e manutenção da rede de drenagem;
Risco de operação das barragens de contenção de cheias;
Falta de educação ambiental por parte da população.
Aumento do nível do mar
Uma conseqüência inevitável das alterações climáticas é a elevação
do nível do mar devido ao derretimento das calotas polares.
De acordo com o IPCC, o mar já subiu 17 centímetros no último
século, a uma taxa de 1,8 milímetro por década até 1993 e a 3,1
mm/década desde então.
O relatório Climate Change 2007, do IPCC, indica que a
temperatura mundial deve subir entre 1,1º C e 6,4º C durante
o século 21, o que resultará numa elevação no nível do mar
entre 18 e 59 cm, e uma maior frequência dos eventos
climáticos extremos.
Aumento do nível do mar
Para o Brasil, o aumento previsto para os próximos anos poderá
provocar erosão e inundações em vários pontos da costa.
Recife pode ser uma das cidades mais afetadas e o Rio de Janeiro
pode sofrer com inundação das zonas baixas, com o conseqüente
bloqueio do escoamento de canais e rios as baixadas.
Um cenário de elevação do nível do mar trará problemas
semelhantes aos que já ocorrem hoje, porém espacialmente
ampliados e com maior número de pessoas atingidas.
Alteração do nível do mar
em Recife
A perspectiva da elevação do nível
das marés afetaria 25% da população
brasileira, cerca de 42 milhões de
pessoas. (Marengo et al, 2007).
Recife destaca-se como uma das
cidades litorâneas brasileiras
mais vulneráveis ao aumento do
nível do mar.
81,8% das construções urbanas do
grande Recife está a menos de 30m
da linha de costa (Rosman et al,
2009).
Fonte: Alcoforado (2006).
--- média das marés no últimos 50 anos
--- previsão até onde a maré pode chegar em
100 anos.
Risco de alagamento e influência da maré
Fonte: ALCOFORADO (2006)
Fonte: SEPLAG.
Estudo realizado pela Secretaria de
Planejamento e Gestão do Recife
(Seplag), em parceria com a Sociedade
Nordestina de Ecologia (SNE), indica
que bairros como Boa Viagem, Pina,
Imbiribeira, Boa Vista e Santo Amaro
podem ter mais áreas de alagamento,
caso haja elevação do nível do mar.
Bacias hidrográficas da RMR
Bacias do município do Recife:
Bacia do rio Capibaribe
Bacia do rio Beberibe
Bacia do rio Tejipió
Sub-bacia do rio Jaboatão
Sub-bacia do rio Paratibe
Bacias fluviais da cidade do Recife
Área
Total
Bacias
Bacias
(km²
)
Areia
1.85
Jacaré
Barriguda 1.55 Jenipapo
Beberibe 40.89 Malária
Bomba
1.87
Morno
Hemetério
Nova
Braço
1.10 Descobert
Morto
a
Parnamiri
Caiara
1.33
m Serpro
Prado
Capibaribe 99.97
Sport
Regeneraç
Cavouco 2.44
ão
Coque
Área
Total
(km²
)
1.29
2.34
6.5
19.72
1.75
1.80
2.55
1.24
0.82 Santa Rosa 2.24
DerbySão
6.61
1.34
Tacaruna
Sebastião
Valença
IPA - Abc 3.89
1.15
Zumbi
Plano de Macrodrenagem da RMR
A FIDEM (1980) estabeleceu as seguintes equações para o cálculo
das intensidades de precipitação a partir dos dados do Posto Olinda
(15 anos) e do Posto Curado – Recife (10 anos) com dados até
1976.
T – tempo de retorno em anos;
t – duração da chuva em minutos;
i1, i2 – intensidades de chuva em mm/h
(considerar o maior valor dentre os valores
obtidos.
Uma nova equação IDF para Recife
Ramos e Azevedo (2010) desenvolveram uma equação IDF para a
cidade do Recife (Estação Aeroporto, 1968-2007).
A comparação dos resultados com as equações do Plano Diretor de
Macrodrenagem da RMR indica que as chuvas de projeto são
subestimadas.
Para durações de até 30 minutos, a nova equação apresenta
valores de intensidade de precipitação até 41% superiores às
equações atualmente utilizadas.
É necessário que essas equações sejam atualizadas
periodicamente, devido a fatores como a urbanização e o
aquecimento global.
Sistema de macrodrenagem do Recife,
Olinda e Jaboatão
Extensão total de 105 km, sendo:
Bacia do Capibaribe - 20 canais;
Bacia do Beberibe – 20 canais;
Bacia do Tejipió – 5 canais;
Bacia do Jordão – 4 canais;
Bacia do Jiquiá – 17 canais, totalizando 66 riachos canalizados,
constituindo uma média de 0,48 km de canal por km².
Total: 66 canais, constituído uma média de 0,48 km de canal por
km².
Aproximadamente 1.000 Km de galerias e canaletas.
Diagrama unifilar do rio Capibaribe
Canal do Cavouco
Canal Derby - Tacaruna
Canal da Malária
Canal Vasco da Gama Arruda
Problemáticas da Drenagem Urbana do
Recife
Áreas planas, fortemente urbanizadas;
Região situada ao nível do mar;
Ocupação de áreas de risco de inundação;
Ocupação de morros e encosta, aumentando a descarga da inundação;
Ocorrência de chuvas intensas;
Lençol freático elevado;
Redução da capacidade de escoamento dos corpos d’água;
Deficiência de projeto, construção e manutenção da rede de
drenagem;
Risco de operação das barragens de contenção de cheias;
Falta de educação ambiental por parte da população.
Pontos de alagamento Recife
18 pontos nas vias principais.
59 em áreas ribeirinhas.
Totalizando:
77 pontos de alagamentos.
Fonte: EMLURB (2011).
PONTOS CRÍTICOS DO RECIFE
159 pontos críticos de alagamentos.
• RPA 01 - 32 ruas com problemas de
alagamentos - Santo Amaro e São José (10);
• RPA 02 e 03 - 42 ruas com problemas de
alagamentos – Arruda (7);
• RPA 04 - 18 ruas com problemas de
alagamentos - Cidade Universitária (6);
• RPA 05 – 32 ruas com problemas de
alagamentos - Jardim São Paulo (11) e Estância
(10);
• RPA 06 - 35 ruas com problemas de
alagamentos - Boa Viagem (17), Ibura (6) e
Imbiribeira (5).
Fonte: Emlurb (2013).
Impactos provocados pela combinação:
maré alta e chuva intensa
Evento extremo: 17/05/2013
Precipitação registrada (Posto do Recife – Várzea):
Tempo de
Recorrência:
119,8 mm – Aprox. 40% do total precipitado no mês.
5 Anos
5 às 8h – 100 mm. (APAC, 2013).
Maré:
02:26
0.9
1.8
08:47
15:11
21:28
0.8
1.7
Maré
Maré de
Quadratura
O dia em que o Recife parou:17/05/2013
Avenida Recife
Piedade
Estação de Metrô/Joana Bezerra
Túnel?
SOLUÇÕES ALTERNATIVAS OU
COMPENSATÓRIAS PARA CONTROLE DA
DRENAGEM URBANA
Principais intervenções na drenagem realizadas pela PCR
Intervenção
Custo da Obra
Financiamento
R$ 850.000,00
Prefeitura do Recife e
Ministério do Meio
Ambiente.
Sistema de
bombeamento na
Avenida Recife.
R$ 1.800.000,00
Ministério da Integração
Nacional e Prefeitura do
Recife.
Microrreservatório no
bairro do Espinheiro.
R$ 336.446,54.
Prefeitura do Recife.
Sistema de comportas
do canal DerbyTacaruna.
Fonte: Adaptado de Silva Junior e Silva, 2014.
Construção do sistema de drenagem forçada no canal
Derby-Tacaruna.
Fonte: Rezende, 2013 e Silva Jr. 2013.
Intervenções na Macrodrenagem
Sistema de comportas do canal Derby-Tacaruna, visando
proteger a Avenida Agamenon Magalhães dos fenômenos de
alagamento que ocorriam em condições de maré alta.
Intervenções na Macrodrenagem
Bombeamento com comportas para drenagem forçada na Av.
Recife x Av. Dom Hélder Câmara, realizada por três bombas
com capacidade total de vazão de 3 m3/s.
Intervenções na Macrodrenagem
Antes
Depois
Intervenções na Microdrenagem
O microreservatório de detenção subterrâneo, localizado entre a
rua Santo Elias e a rua Conselheiro Portela (possibilita o
acúmulo das águas pluviais em seu interior e seu posterior
escoamento ao longo do tempo para o canal Derby/Tacaruna).
Reservatório de detenção no Espinheiro
Gestão sustentável das águas pluviais
Princípios da gestão sustentável:
Adoção da bacia como um sistema
Controle do conjunto da bacia
Elaboração de: Plano Diretor Urbano/Drenagem, legislação e
manual
Cenários
Controle sobre ampliação da cheia e transferência de impactos
Educação da população
Gestão
Controle permanente
Medidas de controle da drenagem urbana
Fonte: no loteamento ou no lote:
Microdrenagem: bacias que
envolvem alguns loteamentos até ~ 1
km2;
Macrodrenagem: macrobacias
urbanas > 1 km2
•Infiltração (pavimento permeáveis,
planos de infiltração, trincheiras)
• amortecimento:área de acumulação
local
•Gestão interna com infiltração em
áreas de praças e públicas
•Armazenamento com banhados e
retenções
Planejamento de espaços urbanos para
inundação, detenção e retenção: bacias
urbanas
SOLUÇÕES ALTERNATIVAS OU
COMPENSATÓRIAS PARA CONTROLE DA
DRENAGEM URBANA
Princípios modernos de controle da drenagem (CORDEIRO NETTO,
2004):
novos desenvolvimentos não podem aumentar ou acelerar a vazão de pico
das condições naturais (ou prévias aos novos loteamentos);
considerar o conjunto da bacia hidrográfica para controle da drenagem
urbana;
buscar evitar a transferência dos impactos para jusante;
valorizar as medidas não estruturais (educação tem papel fundamental);
implementar medidas de regulamentação;
implementar instrumentos econômicos.
SOLUÇÕES ALTERNATIVAS OU
COMPENSATÓRIAS PARA CONTROLE DA
DRENAGEM URBANA
Medidas de Controle da Drenagem
Obra
Característica Principal
Pavimento Poroso
Pavimento com camada de base porosa como
reservatório.
Trincheira de infiltração
Reservatório linear escavado no solo preenchido
com material poroso.
Vala de infiltração
Depressões lineares em terreno permeável
Poço de infiltração
Reservatório vertical e pontual escavado no solo
Telhado reservatório
Reservatório de pequenas dimensões tipo “caixad’água” residencial
Telhado com função de reservatório
Bacia de Detenção
Reservatório vazio (seco)
Bacia de Retenção
Reservatório com água permanente
Bacia Subterrânea
Reservatório coberto, abaixo do nível do solo
Condutos de Armazenamentos
Condutos e dispositivos com função de
armazenamento
Faixas gramadas
Faixas de terrenos marginais a corpos de água
Micro-reservatório
Fonte: Silveira, 2002.
SOLUÇÕES ALTERNATIVAS OU
COMPENSATÓRIAS PARA CONTROLE DA
URBANA
Municípios DRENAGEM
com dispositivo coletivo
de detenção ou
amortecimento de vazão de águas pluviais urbanas por Região
Geográfica – 2008.
Fonte: PNSB – 2008 (IBGE, 2010).
 EM PERNAMBUCO - 13 municípios possuem dispositivos coletivos de detenção ou
amortecimento de vazão de águas pluviais urbanas (IBGE, 2010).
 49,19% DOS MUNICÍPIOS que sofrem com problemas de inundações, apenas 7%
DOS MUNICÍPIOS apresentam estruturas para controle de enchentes (IBGE, 2010).
Drenagem Urbana Sustentável
Pavimentos permeáveis: blocos vazados, asfalto poroso, concreto poroso.
Drenagem Urbana Sustentável
Valas Vegetadas
Fonte: Melbourne Water (2005)
Drenagem Urbana Sustentável
Sistemas de Biorretenção ou biofiltração
Fonte: Melbourne Water (2005)
Drenagem Urbana Sustentável
Alagado Construído (Wetland)
Fonte: Melbourne Water (2005)
Drenagem Urbana Sustentável
Bacias de retenção: lâmina permanente de água.
Bacias de detenção: permanece seca após a chuva intensa.
Fonte: Melbourne Water (2005)
Drenagem Urbana Sustentável
Telhado Verde
Fonte: Prodanoff (2010)
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Os impactos da urbanização na drenagem urbana - Pec