POLUIÇÃO SONORA
Definições
Som: é o resultado de um movimento vibratório, transmitido através de ondas que se
propagam em um meio elástico (geralmente o ar), e captado pelo órgão auditivo dos
animais.
Ruído: é o som desagradável ou indesejável e, portanto, um conceito relativo.
Poluição sonora: á caracterizada por ruídos que alcançam níveis prejudiciais à saúde e ao
bem estar públicos, ou seja, por ruídos que produzem efeitos fisiológicos ou psicológicos
indesejáveis ao ser humano.
Unidade de medida
A intensidade do som é medida em unidades de pressão porém, como a gama de sons
audíveis pelo ser humano é muito ampla, torna-se necessário que se faça a medida através
de uma escala logarítmica que exprime o som em uma unidade chamada “decibel”.
Na Tabela 1 é apresentada a escala de sons associada aos níveis de decibéis e suas
conseqüências:
Tabela 1 – Escala de sons com respectivos níveis e consequências
Conseqüências
Tipo de Som
Nível (dB)
140
Dolorosamente audível
Sirene de ataque aéreo
130
Música de rock
110
Jato decolando (a 400m)
100
Esquina de rua movimentada
90
Muito incômodo
Caminhão pesado (a 15m)
80
Incômodo
Aspirador de pó, restaurante
70
Início de danos a audição
barulhento, tráfico de autoestrada
Conversação normal, aparelho
60
Interferência
de ar condicionado (a 6m)
Tique taque de um relógio,
30
Muito calmo
sussurro (a 5m)
Barulho de folhas ao vento
20
10
Justamente audível
0
Limite da audição
Fonte: Mota, 1997 (Introdução à Engenharia Ambiental)
A poluição acústica ou sonora é um fenômeno ambiental ao qual estamos sujeitos
mesmo antes do nosso nascimento e com o qual conviveremos por toda nossa vida. A
quantidade de energia dissipada, como som, não é grande quando comparada com outras
formas de energia e felizmente permanece no meio ambiente por períodos extremamente
curtos. Porém, quando o barulho é muito intenso, contínuo ou ambos, pode provocar danos
irreversíveis ao aparelho auditivo, provocando perda total da audição.
Pode-se dizer que a poluição acústica iniciou-se com a expansão tecnológica da
revolução industrial e que, a partir daí, vem aumentando gradual e constantemente. As
fontes de poluição acústica podem ser classificadas em: estacionárias e móveis. Como
estacionária, define-se a fonte que permanece fixa num determinado local (indústrias, casas
noturnas, construções, eletrodomésticos, etc). Como fontes móveis classificam-se aquelas
que se movem de um lugar para outro. Entre estas, podem ser citadas: meios de transporte
terrestre, aeronaves, martelos pneumáticos, etc.
As principais atividades humanas que podem gerar poluição sonora ou acústica são:
atividades industriais, tráfego terrestre ( automóveis, trens, metrôs de superfície), tráfego
aéreo, obras de construção civil, oficinas mecânicas, alto-falantes, rádios e outros
equipamentos de som; aparelhos eletrodomésticos, restaurantes, bares, boates, buzinas,
matracas, campainhas, sirenes apitos, morteiros, bombas, etc..
Os automóveis normalmente produzem ruídos em torno de 70 a 75 dB, porém, no
trânsito, este ruído é somado ao de outros veículos, ao som das buzinas, dos apitos, das
sirenes e dos alto-falantes. Os bate-estacas usados na construção civil causam ruídos de até
120 dB; os compressores de ar causam ruídos entre 80 e 90dB e as betoneiras até 100dB.
O ouvido humano detecta sons de 0 a 140dB, sendo que os sons passam a
incomodar a partir de 60dB. Cabe lembrar, porém, que a definição de ruído é muito
subjetiva, pois o ruído varia com a sensibilidade auditiva das pessoas, sendo que, o que é
barulho para um, pode não ser para outros.
Os efeitos causados pela poluição acústica são difíceis de serem constatados, pois
aparecem tão gradualmente que é difícil associar causas a efeitos. Vários fatores interferem
nas conseqüências dos ruídos para o ser humano: intensidade do ruído (quanto maior, mais
danosa), faixa de freqüência (quanto mais elevada maior o dano), período de exposição
(quanto maior mais danoso), intermitência (ruídos intermitentes prejudicam o sistema
nervoso), continuidade (ruídos contínuos prejudicam a audição) e características pessoais.
Os ruídos súbitos e imprevistos aumentam a pressão sanguínea, o ritmo cardíaco, as
contrações musculares e a produção de adrenalina. Interrompem a digestão, o fluxo salivar
e a produção do suco gástrico. Quando o nível do ruído atinge 100 dB pode causar trauma
auditivo e surdez, a 120 dB produz dor física.
Os ruídos têm ainda outros efeitos no organismo; irritação, nervosismo, insônia,
ansiedade, exaustão física, exaustão mental, fadiga, incapacidade de concentração, medo,
mudança na conduta social. Entre os efeitos da poluição acústica, a perda da audição parcial
ou total, os problemas cardiovasculares e os efeitos psíquicos são os mais graves.
Deve ser lembrado que existe um grupo de risco, pessoas mais suscetíveis a esse
tipo de poluição. São elas: crianças, idosos, gestantes e hipersensíveis.
Apesar de a poluição sonora ser considerada como um tipo subjetivo de poluição e
não muito grave, com exceção de alguns casos, medidas de controle podem e devem ser
tomadas e têm como objetivo limitar os níveis de ruídos àqueles permitidos pela legislação,
seja em ambientes internos ou em ambientes externos.
As técnicas de controle para os níveis de ruído podem ser realizadas na fonte, no
percurso entre a fonte e o receptor e no receptor, e podem ser utilizadas simultaneamente ou
de forma isolada em função das necessidades.
As medidas de controle na fonte, podem ser a modernização ou substituição dos
equipamentos por outros mais silenciosos, manutenção dos equipamentos, isolamento das
fontes de ruídos, disciplinamento dos horários de funcionamento dos equipamentos.
Para o percurso entre a fonte e o receptor, as medidas mitigadoras dos ruídos podem ser:
emprego de telas e barreiras anti-sonoras, barreiras para dispersar os ruídos, controle do
tráfego, melhor planejamento das cidades e rodovias
As medidas adotadas para proteção do receptor incluem: construção de edifícios à
prova de sons, utilização de equipamentos individuais de proteção, isolamento acústico dos
ambientes, diminuição da jornada de trabalho,etc..
Outra medida importante de controle da poluição acústica é a educação da
população, para que esta respeite o próximo e não o incomode com ruídos desnecessários,
como aparelhos de sons e TV ligados em volume elevado, uso de certos eletrodomésticos
em horários inconvenientes, buzinas aleatórias e o próprio ato de conversar em tons
alterados.
De acordo com a ABNT, NBR-10.152, estão apresentados, na Tabela 2, os níveis
de ruídos compatíveis com o conforto acústico em diversos ambientes.
Tabela 2 - Níveis de ruídos compatíveis com o conforto acústico em diversos ambientes.
ABNT, NBR-10.152
Locais
Hospitais
Apartamentos, enfermarias, berçários e
centros cirúrgicos
Laboratórios e áreas de uso público
Serviços
Níveis de ruído aceitáveis (dB)
35 a 45
40 a 50
45 a 55
Escolas
Bibliotecas, salas de música e salas de
desenho
Salas de aula e laboratórios
Circulação
35 a 45
40 a 50
45 a 55
Hotéis
Apartamentos
Restaurantes e salas de estar
Portaria, recepção e circulação
35 a 45
40 a 50
45 a 55
Residências
Dormitórios
Salas de estar
35 a 45
40 a 50
Auditórios
Salas de concerto e teatro
Salas de conferência, cinema e salas de
30 a 40
35 a 45
uso múltiplo
Restaurantes
40 a 50
Escritórios
Salas de reunião
30 a 40
Salas
de
gerência,
administração
Salas de computadores
projeto
e
35 a 45
45 a 65
Igrejas e templos
40 a 50
Locais fechados para espetáculos e atividades
esportivas
45 a 60
Download

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