AINDA
Amanhece no meu tino de menino e eu fico confuso como tudo...
Tento voltar a mim, de onde nunca deveria ter saído imaginando que o mergulho que daria
me faria mais denso...
Penso que se de fato existo há um equívoco nesse meu modo de conceber essa minha
existência e é por isso que eu não consigo tolerar a dor...
Solicito-a como uma condição de estar sempre voltando a existir, mas a temo como o faço
com a minha suposta salvação...
Penso que engano a quem com essa minha atitude dissimulada e hipócrita de fingir aceitar
a dor como forma de evolução para quando diante dela, negligenciá-la?
A quem penso enganar se sei que uma vez implantada em face da minha ignorância a dor
precisa cumprir incondicionalmente seu curso?
Devo ter paciência de pedra comigo mesmo para não terminar desistindo do meu ideal de
conhecer-me, pois isso seria morte certa...
Preciso aprender a não chorar minhas mortes tal qual máquina, sem sentimento, apenas
para me justificar diante de algo que ainda não consigo lidar...
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Ainda_José Nilton Rodrigues dos Santos