“ Escola Para Que Te Quero?...”
Pensar na escola traz logo uma mistura de sentimentos, especialmente estando no 12º
ano em que sinto uma maior preocupação com os resultados de testes, exames, uma
série de coisas.
Quando me propuseram falar na escola e no meu percurso escolar, comecei por
escrever aleatoriamente algumas palavras que associo à escola:
* amigos
* aprendizagem
* professores
* objetivos
* stress
Os amigos:
Penso que um dos fatores positivos da escola é realmente o tempo que passamos com
os nossos amigos, mesmo que o tempo de conversa esteja restringido aos intervalos
(bem… a maioria das vezes). Pelo menos no meu caso, desde criança a escola foi
especialmente um espaço social; desde os tempos de construir castelos de areia e
brincar à apanhada, até os tempos de conversar e acabar tpc’s, os intervalos são
aqueles 15 minutos dourados, entre horas de matemática e português que nos fazem
esquecer, pelo menos durante algum tempo, que temos de passar mais uma hora e
meia a encontrar o x. Este convívio é tão essencial numa escola, como os professores,
construímos amizades, fortalecemos outras; foi na escola que encontrei amigos que
mantenho há quase uma década, aquelas pessoas que nos apoiam, nos fazem rir, que
arranjam sempre maneira de nos dar a resposta às escolhas múltiplas… Naqueles dias
em que não nos apetece mesmo nada ir para a escola, saber que vamos encontrar
estas pessoas é, muitas vezes, a única motivação que precisamos.
A aprendizagem:
O segundo tópico, a aprendizagem, penso que a escola, é para mim desde sempre, um
local em que a aprendizagem não se resigna aos conteúdos de cada um daqueles
manuais; além de alargar o meu conhecimento científico e humanístico, na escola
aprendi a trabalhar em grupo, desde pequenos cartazes sobre os planetas, a relatórios
de atividades laboratoriais; aprendi a lutar pelos meus objetivos e não desistir; aprendi
que os frutos do nosso trabalho nem sempre são visíveis instantaneamente, no
entanto, esperar vale a pena. Aprendi a importância da organização, de métodos de
estudo e ética de trabalho, e sobretudo de persistência.
Tudo isto, capacidades que nos ajudam na nossa formação como pessoas, e também
como ferramentas essenciais tanto na vida de estudante, como no futuro, no mundo
do trabalho.
Os professores:
Para a realização destas aprendizagens, são essenciais os professores. Ao longo da
minha vida escolar tenho tido o privilégio, de encontrar professores que além de
terem gosto em ensinar, têm a capacidade de despertar em nós o gosto pelo aprender.
Seja pela forma como interagem connosco, a relação de amizade que se forma, a
maneira que têm de nos fazer ver o melhor lado de cada matéria, ou o facto das suas
aulas serem uma quebra da rotina de todas as outras, a verdade é que todos estes
professores têm sido importantes para o meu crescimento pessoal, intelectual, pelas
críticas, pelas apreciações, pelos incentivos, e, especialmente, por evidenciarem os
nossos pontos fortes e nos orientarem para melhorar os mais fracos. De facto, não me
imagino a aprender sozinha pelos manuais, sem a voz, apoio amigo dos meus
professores e lições de vida, que, aos poucos, nos apercebemos o quão importantes
são.
Os objetivos:
A escola a partir de certa altura torna-se um meio para atingir um objetivo, comecei a
sentir isto, especialmente a partir do 10º ano, altura em que já restringimos as nossas
escolhas e vemos a escola já na sua última etapa e como uma preparação para o
acesso à universidade. Nesta fase apercebi-me que cada teste, cada questão-aula tem
um maior peso, e senti uma maior responsabilidade incutida tanto em mim como nos
meus colegas.
Aqui apercebemo-nos que tínhamos de trabalhar a sério para atingir as notas
desejadas. Na transição de 3º ciclo para secundário, a maior diferença que senti foi
realmente a necessidade de métodos de estudo, no 3º ciclo para ter uma boa nota,
bastava estudar uns 3-4 dias antes do teste, às vezes nem tanto. No secundário senti
que era necessário um estudo diário, uma maior atenção na realização dos trabalhos
de casa, bem como nas aulas.
O stress:
Relacionado com os objetivos desta fase final, vem o último tópico, o stress. Penso que
é algo que todos sentimos no secundário, embora não aos mesmos níveis claro, mas é
um pouco avassalador quando nos deparamos com um horário preenchido, muitos
trabalhos de casa, vários trabalhos para entregar, vários testes, todos os quais, como já
referi, com um maior peso para a nota final. Este acumular de atividades, e pouco
tempo para realizá-las torna esta fase escolar menos aprazível e mais desgastante.
Às vezes questiono-me se este fator faz mesmo parte do nosso crescimento ou se seria
possível melhorá-lo na minha vida escolar e de todos os meus colegas.
Percurso:
No global, o meu percurso e aproveitamento escolar sempre foi e continua muito
positivo, penso que devido a uma combinação efetiva de todos estes aspetos
importantes, bem como pelo meu envolvimento e motivação na vida escolar.
Assim, a escola dá nos um propósito, pequenas metas a conquistar semanalmente,
que nos preparam para aquele grande sonho ou objetivo, e todos estes fatores,
embora não essenciais, pois dispensava bem o stress, fazem parte de todo este
percurso.
Para terminar penso que concordo com uma ideia que li algures em que a função das
escolas é fazer com que cada um saia da sua zona de conforto e se aventure, vivendo
experiências pessoais, sociais e culturais que de outro modo não viveria.
Desejo assim, que todos os colegas descubram o mais cedo possível a importância da
escola para atingirem os seus objetivos, que tenham vontade e responsabilidade no
seu desempenho escolar, e claro que sejam felizes e tenham sucesso nas suas
escolhas.
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