XIII sangramento VINICIUS CASTRO vai, devolve meu formato que hoje o meu sapato já não cabe em mim vai, me alforria o peito que hoje a cruz no leito rasga o meu cetim vai, renova o guarda-roupa que hoje a carne é pouca pra tanto algodão vá, mas saiba, sobretudo, que hoje o sobretudo arrasta pelo chão vai, me autoriza (alcooliza) o riso que hoje eu só preciso de mais circo e pão deixa eu me esquecer da história me concede a glória de outra encarnação vai, que esse meu corpo roto agora é só um porto de injúria e dor submerge nossa nau perdida pra que eu nem consiga relembrar da cor vem, reforma minha alma remodela a calma com pedra-sabão vem, me reconstrói a cara em pedras de carrara me remenda a construção vem, vê se suporta o fardo que hoje o mesmo dardo crava um peito ateu vem e me estanca a tempo que esse sangramento ainda é sintoma teu