MESTRADO EM EDUCAÇÃO
ÁREA DE ESPECIALIDADE DE AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
PROGRAMA DA DISCIPLINA DE
MODELOS DE AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
Docentes: Dr. Jorge Bonito
Ano lectivo: 2006/2007
I – CONTEXTO
A avaliação é uma das actividades fundamentais dos serviços profissionais mais solventes. Os clientes
destes profissionais merecem uma assistência que satisfaça as suas necessidades, que seja de alta
qualidade, moderna e eficiente. Para que os profissionais se responsabilizem por satisfazer esses níveis,
a sociedade deve submeter regularmente a avaliação dos próprios serviços profissionais. Uma parte do
trabalho avaliativo, a que consiste na regulação e protecção do interesse público, deve, obviamente, ser
dirigida por organismos independentes, como agências governamentais e agências de acreditação.
Fundamentalmente, as avaliações mais importantes dos serviços profissionais são realizadas (ou
encarregadas) pelos próprios profissionais. Para manter os seus serviços em dia e assegurar-se de que,
efectivamente, satisfazem as necessidades dos seus clientes, Stufflebeam e Shinkfied (1985)
consideraram que os profissionais deviam recolher continuamente informação pertinente acerca do
trabalho avaliativo. Este processo inclui estudar as necessidades dos seus clientes, avaliar os métodos
que propõem ou utilizar outros, seguir de muito de perto o desenvolvimento do serviço, valorar os
resultados a curto e a longo prazo e procurar modos para que os serviços sejam cada vez mais eficientes
e efectivos.
Esta disciplina foi construída para ajudar os educadores profissionais e aqueles que desempenham outros
serviços profissionais, como serviços de acção social ou médicos, a consolidar os seus conhecimentos
práticos acerca da avaliação. Partindo das influências da avaliação nos campos político, social e
educativo, revisitam-se os conceitos de avaliação, em particular a partir de 1930 e avança-se para
determinadas actualidades metodológicas chave e certas funções que se associaram ao trabalho
avaliativo. Por fim, discutem-se os esforços que se têm realizado para profissionalizar o trabalho
avaliativo, especialmente através do desenvolvimento de critérios profissionais e da investigação
científica.
II – COMPETÊNCIAS
Ao longo do trabalho realizado nesta disciplina o estudante deve conseguir desenvolver as seguintes
competências:
● Usar, com apropriação, o conceito de avaliação, no que se refere à sua profundidade e amplitude dos
significados a que se lhe atribuem.
● Tomar decisões sistematicamente baseadas em processos de avaliação.
● Construir um projecto de investigação-acção, adequado a um campo específico, com base em um ou
mais modelos de avaliação educacional.
III - CONTEÚDOS
MÓDULO I – AVALIAÇÃO, TOMADAS DE DECISÃO E POLÍTICA SOCIAL E EDUCATIVA
1. – Avaliação ou uma questão de utopia?
2. - A avaliação e as tomas de decisão
3. – A avaliação e a política educativa
4. – A avaliação e a política social: trabalho, qualificação e competência profissional
5. – A avaliação e a qualidade da educação
MÓDULO II – CONTEXTO, ÂMBITO E NATUREZA DA AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
1. – A avaliação em diferentes contextos
2. – Conceito de avaliação educacional
3. – A avaliação ao longo da história
3.1. – Período pré-científico
3.2. – Época científica
3.2.1. – Modelos de avaliação baseados no paradigma comportamentalista
3.2.2. – Modelos de avaliação baseados no paradigma cognitivo-contextual
MÓDULO III – PERSPECTIVAS AO AVALIAR
1. – O debate quantitativa-qualitativa na avaliação
2. - «Lógicas» da avaliação de dispositivos educativos
3. – A análise de necessidades como campo de investigação científica
3.1. – Noção de análise de necessidades educativas
3.2. – O lugar da análise de necessidades da formação de educadores e de
professores
3.3. – Modelos e técnicas de análise de necessidades
4. – Modelo de House: avaliação baseada na análise de sistemas
5. – Modelo de Tyler: avaliação por objectivos
6. – Modelo de Schuman: o método científico de avaliação
7. – Modelo de Cronbach: planificação avaliativa
8. – Modelo de Scriven: avaliar sem referência a metas
9. – Modelo de Stufflebeam: avaliação orientada para o aperfeiçoamento
10. – Modelo de Eisner: dimensão artística da avaliação
11. – Modelo de Stenhouse, McDonald e Elliot: avaliação democrática
12. – Modelo de Stake: avaliação baseada na congruência-contingência
13. – Modelo de Owens e Wolf: um método contraposto de avaliação
14. – Modelo de Provus: avaliação baseada discrepância
MÓDULO IV – A INVESTIGAÇÃO EM AVALIAÇÃO EDUCACIONAL E A AVALIAÇÃO
INSTITUCIONAL
1. – Metodologia de investigação em avaliação educacional
2. – Avaliação institucional: conceitos teóricos básicos para o campo
IV – CRONOGRAMA
20.OUT.06
Módulo I
10.NOV.06
Módulo I
Módulo II
24.NOV.06
Módulo II
Módulo III
05.JAN.07 – 12.JAN.07 – 19.JAN.07
Módulo III
26.JAN.07
Módulo IV
V – AVALIAÇÃO DAS APRENDIZAGENS
Em ambos os regimes de avaliação os estudantes são avaliados através de dois
instrumentos: (a) Construção de um projecto de investigação-acção adequado a um campo
específico do seu contexto profissional, com base em um ou mais modelos de avaliação
educacional estudados; (b) Elaboração de um artigo científico, com normas fornecidas pelos
docentes, acerca da aplicabilidade de um determinado modelo de avaliação educacional a um
contexto específico da realidade educativa.
VI – BIBLIOGRAFIA BASE
COOK, T. D. e REICHARDT, C. S. (1979) – Qualitative and Quantitative Methods in
Evaluation Research, London, Sage.
DOMÍNGUEZ, Z. (1978) – Modelos para Medir y Evaluar la Educación, Madrid, Narcea.
EISNER, E. (1985) – The Art of Educational Evaluation. A Personal View, London, Palmer.
ESTRELA, A. E NÓVOA, A. (Orgs.) (1992) – Avaliações em Educação. Novas Perspectivas,
Lisboa, Educa.
ESTRELA, A. E RODRIGUES, P. (Coords) (1994) Para uma Fundamentação da Avaliação em
Educação, Lisboa, Colibri.
HOUSE, E. R. (1980) – Evaluating with Validity, London, Sage.
JOHNSTONE, J. N. (1981) – Indicators of Education Systems, Kegan Page.
ORDEN, A. (1982) – La Evaluación Educativa, Buenos Aires, Docencia.
POPHAM, W. J. (1980) – Problemas y Técnicas de Evaluación Educativa, Salamanca, Anaya.
RODRIGUES, A. e ESTEVES, M. (1993) – A Análise de Necessidades na Formação de
Professores, Porto, Porto Editora.
ROMÁN, M. e DÍEZ, E. (1994) – Curriculum y Enseñanza. Una Didáctica Centrada en
Procesos, Madrid, EOS.
STUFFLEBEAM, D. e SHINKFIELD, A. (1985) – Systematic Evaluation, Boston, Kluwer-Nijhoff
Publishing.
WOOLDRIDGE, R. J. (Ed.) (1981) – Evaluation of Complex Systems, San Francisco, JosseyBass.
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