Tutorial de Violino Textos compilados por Fernando Anselmo “A educação é do tamanho da vida. Não há começo, não há fim. Só travessia” Rubem Alves 9 de março de 2014 Versão 1.1 Iniciando Introdução Antes de começarmos quero deixar bem claro que nenhum desses textos que estão compilados aqui são meus, todos foram buscados em diversos sites na Internet e não é minha intenção assumir a autoria de nenhum deles. O que fiz foi simplesmente reuní-los, simplificar alguns conceitos e deixá-los em uma ordem clara para que um iniciante pudesse facilmente entendê-los. E acredito que a mudança será constante pois estamos sempre melhorando, minhas observações e novos aprendizados serão colocados no meu blog "Um Violinista no Telhado" e pode-se dizer que ambos são complementares. Blog "Um Violinista no Telhado" – http://fanselmo.blogspot.com/ Abraços Fernando Anselmo Índice 1. Conceitos Básicos................................................................................................................................. 3 1.1. As Origens dos Instrumentos de Cordas........................................................................................3 1.2. As Origens do Violino..................................................................................................................... 3 1.3. Tamanho do Violino........................................................................................................................ 4 1.4. Partes do Violino............................................................................................................................ 4 1.5. As Cordas do Violino...................................................................................................................... 5 1.6. O Arco do Violino........................................................................................................................... 6 1.7. Passar o Breu no Arco................................................................................................................... 6 1.8. Algumas técnicas usadas ao se tocar violino.................................................................................7 1.9. Posição para Segurar o Violino e o Arco........................................................................................8 1.10. Antes de Realizar os Exercícios com o Violino.............................................................................9 1.11. Ao Terminar os Exercícios com o Violino......................................................................................9 2. Leitura e Escrita Musical...................................................................................................................... 10 2.1. Notação Musical.......................................................................................................................... 10 2.2. Compasso.................................................................................................................................... 11 2.3. As Claves..................................................................................................................................... 13 2.4. Origem do nome das notas: Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá e Si.............................................................14 2.5. Ritmo........................................................................................................................................... 14 2.6. Armadura..................................................................................................................................... 15 2.7. Cinética Musical........................................................................................................................... 15 2.8. Outros Modelos de Notações.......................................................................................................16 Anexo A. Escalas no Violino.................................................................................................................... 20 1. Conceitos Básicos 1.1. As Origens dos Instrumentos de Cordas Os instrumentos de cordas, começaram provavelmente a sua existência a partir dos Arcos e Flechas na Antiga Antiguidade. Temos os Estudos de Escalas de Pitágoras datados de 500 A.C. na Grécia Clássica. Objetos Musicais, Afrescos e Estátuas, entre outros achados arqueológicos, tem suas origens nas civilizações Egípcia, Hitita, Grega, Romana, Búlgara, Gandaresa, Turca, Chinesa e Arménica/Siliciana, e estão presentes nos mais diferentes museus do planeta. A luthieria ou liuteria é uma profissão artística que engloba a produção artesanal de instrumentos musicais de corda com caixa de ressonância. Tais palavras tiveram origem da construção do alaúde, que em italiano se chama liuto; portanto, liutaio significa aquele que faz alaúdes. Tradicionalmente são instrumentos puramente acústicos, cujo som é amplificado naturalmente pela caixa de ressonância de madeira. No entanto, existem instrumentos amplificados eletronicamente, através de captadores ou microfones. Assim como as guitarras elétricas, os violinos eletrificados não necessitam de caixa de ressonância. Alguns possuem corpo maciço e outros nem possuem corpo, mas apenas molduras para a sustentação das cordas. 1.2. As Origens do Violino A origem do violino remonta a antigos instrumentos musicais. Podemos encontrar suas raízes no Nefer egípcio, no Ravanastron da India, no Rebab árabe, no R´Jenn Sien dos chineses e até mesmo na clássica lira, dos gregos. Para se adaptar aos novos arranjos e composições, que exigiam uma ou outra modificação em sua estrutura, o instrumento foi se transformando ao longo dos séculos. Consideramos no entanto que o primeiro violino, como o conhecemos hoje, foi criado por volta de 1500, em seguida, surgiu a Escola da Bréscia, na Itália, e em seguida a família Amati, na cidade de Cremona, que estabeleceu a primazia na construção do violino. No século X uma família criou o Vielle, utilizados pelos peregrinos, depois foi se aperfeiçoando para a Viola que atravessou a idade Média e a renascença dando origem a Viole, conforme era segurado o instrumento se mudava de nome Na Itália no começo do século XVI o Violino surgiu, como uma evolução de instrumentos de corda friccionada, o Rebec, a Vielle e a Lira da braccio. Gasparo Da Salo (1542-1609), Andrea Amati (1505-1578) e Gaspard Duiffoprugcar (1514c. 1571) são considerados os nomes essenciais da luteria do Violino. Na França, a luteria do violino está associada a cidade de Mirecourt e aos nomes de Nicolas Lupot (1758-1824) e Jean-Baptiste Vuillaume (1798-1875). Com De Salo e Amati surgem as duas célebres escolas de luteria, a de Bréscia e a de Cremona. Nesta última, a dinastia dos Amati atinge sua supremacia com Nicola Amati, neto de Andrea e mestre de Antonio Stradivari (1644-1737). Um outro renomado liutier foi Guarnerius (1698-1744), chamado “del Gesú”. Assim, a arte de fabricar violinos de primeira classe ficou atributa a três famílias de Cremona: Amati, Guarneri e Stradivarius. O grande mestre construtor de violinos foi, também italiano, Antonio Stradivari, mais conhecido por sua grafia latina Stradivarius, considerado um gênio na fabricação do instrumento. Não apenas do ponto de vista musical, como também pela beleza de suas obras. Ao longo de sua vida, o mestre construiu apenas 250 violinos, que atualmente podem valer uma fortuna. A sua qualidade sonora, mesmo com as tecnologias existentes, nunca foi superada. É bastante provável que seja apenas fruto da idade dos instrumentos. O violino é considerado o Rei dos Instrumentos, em uma orquestra fica abaixo apenas do maestro. Sendo inclusive o primeiro violinista que rege todos os outros instrumentos. As Quatro Estações de Antonio Lucio Vivaldi, é considerada a mais famosa das obras compostas para o violino. Nicoló Paganini é considerado como o maior violinista de todos os tempos é. Ambos são italianos, o que mostra o quanto este instrumento tem de passional e romântico. O violino tem também uma longa história na execução de músicas de raiz popular, que vem desde os seus antecessores (como a vielle). A sua utilização tornou-se mais expressiva a partir da segunda metade do século XV. Os sons produzidos por um violino tocado com maestria encantam há séculos plateias de todo o mundo. A forma do instrumento constitui um exemplo de desenho do renascimento italiano, com as considerações de equilíbrio de superfícies e de volumes típicas da época. Aparentemente, as dimensões dos violinos e violoncelos seguem a relação de proporções matemáticas conhecidas como “proporção áurea”. Tudo indica porém que a evolução do instrumento se deteve depois da morte de Stradivari. Algumas mudanças menores foram feitas no século XIX, como na extensão do braço, no ângulo do espelho e na altura do cavalete, com o objetivo de produzir um som mais intenso e brilhante. O violino propriamente dito manteve-se inalterado por quatrocentos anos. A partir do século XIX modificou-se apenas a espessura das cordas, o uso de um cavalete mais alto e um braço mais inclinado. Inclusive, a forma do arco consolidou-se aproximadamente nessa época. Originalmente com um formato côncavo, o arco agora tem uma curvatura convexa, o que lhe permite suportar uma maior tensão das crinas, graças às mudanças feitas pelo fabricante de arcos François Tourte, a pedido do virtuose Giovanni Battista Viotti, em 1782. O violino é considerado o mais sofisticado dos instrumentos de cordas. É uma obra de arte refinada em suas linhas, de inspirada beleza plástica, sendo uma invenção de grande complexidade em termos acústicos e acompanhado do fato que o instrumento praticamente não mudou em 400 anos, o que demonstra o extraordinário nível artístico e tecnológico alcançado pelos liutieres italianos do século XVI. 1.3. Tamanho do Violino O violino é o mais agudo dos instrumentos de cordas friccionadas, que ainda inclui a viola, o violoncelo e o contrabaixo. Seu tom corresponde ao soprano da voz humana. Os instrumentos são divididos em tamanhos diferentes e cada tamanho é destinado a uma idade, porem esse tamanho deve ser definido pelo professor levando em conta o tamanho do instrumentista. 1.4. Partes do Violino Ouvidos, Efes ou Aberturas Acústicas são os orifícios que permitem aos sons (vibrações), amplificados pelo corpo do instrumento, atingir o espaço externo e finalmente nossos ouvidos. Cravelhas são as peças de madeira (quatro, uma para cada corda), onde se fixam as cordas, e são usadas para afinar o instrumento girando-as em sentido horário ou anti-horário, a fim de retesar ou afrouxar as cordas. Os violinos desafinam com facilidade, especialmente com mudanças de temperatura, ou em viagens longas. Um violino precisa ser afinado muitas vezes até que as cordas novas se acomodem. Cavalete é a peça na qual se apóiam as 4 cordas distendidas. A parte inferor do cavalete - dois pequenos pés - fica apoiada no plano harmônico do violino (seu tampo superior - o inferior chama-se fundo). Pequenas ranhuras no cavalete mantêm as cordas no lugar. O cavalete tranforma as vibrações horizontais em verticais e depois transmite as vibrações das cordas para o corpo do violino. Estandarte é uma peça aproximadamente triangular que fixa as cordas na extremidade oposta ao braço. Micro-afinador é um pequeno acessório metálico que se prende no estandarte, no furo correspondente às cordas. Possui um parafuso que ao girá-lo, permite precisão na afinação da corda. Queixeira é uma peça anatômica que serve para o violinista acomodar de maneira mais confortável o violino ao queixo. Foi inventada pelo alemão Ludwig Spohr. 1.5. As Cordas do Violino Por séculos, todas as cordas musicais eram feitas de pura tripa de carneiro – ao invés de tripa de gato, como se acredita popularmente. No século XVI as cordas mais graves (que eram mais finas) eram enroladas com fios de prata para aumentar a massa. Hoje cordas de tripa têm um núcleo de tripa e não são feitas totalmente de tripa. De acordo com Damian Dlugolecki (string maker – fazedor de cordas), “Desde que o fio de prata ou cobre é muito mais pesado que a tripa, aplicando uma, duas ou três voltas deste fio revestindo a tripa, você cria uma corda com a mesma tensão e o mesmo timbre de cordas de pura tripa de diâmetro consideravelmente maior”. Cordas de tripa são conhecidas por serem quentes e ricas em sons com overtones complexos. Cordas de tripa tendem a demorar mais a responder quando tangidas se comparadas às cordas sintéticas, e uma vez tangidas geralmente são estáveis, mas podem reagir a mudanças das condições climáticas e geralmente solicita mais afinação que cordas de núcleo sintético. Diferentes tensões de corda para cordas de tripa podem mudar a qualidade e a força do tom drasticamente. Geralmente uma tensão corda natural de tensão menor terá menor aplicação de força e som menos brilhante, ao contrário de uma corda mais fina que será mais potente, estridente e com uma tensão maior de corda. Músicos executando Barroco ou músicas mais antigas geralmente preferem para esse tipo de som de cordas de tripa. Logo, cordas de aço tornaram-se mais populares que as cordas de tripa entre músicos não clássicos. Cordas feitas de núcleo de aço têm um som direto, claro. São muito mais estáveis na altura que as de tripa, sendo que também duram mais. Possuem o som muito brilhante, e algumas vezes fino, a fineza (espessura) pode ser negada com revestimento. São também muito boas para instrumentos menores, de entrada (entry-level) ou iniciantes. Atualmente, um violino é constituído de um conjunto de quatro cordas de aço esticadas sobre uma caixa acústica. As quatro cordas estão afinadas em intervalos de quintas justas – o que significa que são sete semitons. A mais grossa é a Sol3 e possui a frequência mais baixa com 196 Hz, Ré4 é a seguinte possui a frequência de 293.66 Hz, Lá4 é a próxima com a frequência de 440 Hz, e por último Mi4 a corda mais fina, e de frequência mais alta com seus 659.26 Hz. O subíndice de cada nota indica a oitava correspondente na escala temperada. Denomina-se ‘oitava’ o intervalo em que a frequência de um som dobra (o Lá4 tem frequência de 440 Hz e o Lá5 de 880 Hz, por exemplo). A escala temperada é a escala musical com subdivisões (12 semitons em uma oitava) sempre iguais, utilizada na música atual. As cordas são afinadas, na frequência das notas, ajustando-se sua tensão com micro afinadores (uma volta do parafuso altera a frequência em ~ 7 Hz.). A expressividade do violino é também atribuída à existência, nesse instrumento, de um timbre (ou seja, uma característica sonora) específico para cada uma de suas cordas. A mais aguda (Mi) é brilhante e incisiva; a segunda corda (Lá) sugere doçura e delicadeza; a terceira (Ré) tem uma sonoridade profunda, ressonante e melodiosa; e a quarta corda (Sol) é grave e imponente. Isso significa que quanto mais se aperta uma corda, mais sua frequência fica mais alta. Pratique colocando os dedos no lugar adequado na corda para alcançar o tom que deseja. Dica para quem deseja decorar o nome das cordas: Minha Lagartixa Relaxa ao Sol. 1.6. O Arco do Violino O Arco é feito de madeira (os melhores em Pau Brasil pernambucano). O crina do arco é feita com fios da crina de cavalo (cerca de 200) ou de plástico tipo nylon, que são ajustados às duas extremidades desta peça de madeira, longa e curva, com cerca de 75 cm de comprimento. Originalmente de uma curvatura convexa, o arco passou por uma silhueta quase retilínea até a incorporação da sua forma atual. François Tourte (1747-1835) vergou a madeira do arco em sentido contrário, de forma que a tensão das crinas se mantivessem inalteradas quando o executante pressiona o arco contra as cordas. O mesmo Tourte foi o responsável pela escolha da madeira, o pau-brasil ou Pernambuco, que combina atributos físicos como rigidez, flexibilidade e a capacidade de manter a curvatura. A crina tem ajuste de tensão feito por um parafuso colocado no talão, a parte segura pela mão direira do violinista. A outra extremidade do arco denomina-se ponta. A crina deve ser afrouxada quando o arco não está sendo usado. Afrouxar a crina ajuda a preservar a flexibilidade da madeira. O arco do violino é como a respiração para os cantores ou os instrumentistas de sopro. Seus movimentos e sua articulação constituem a dicção dos sons e a articulação das células rítmicas e melódicas. Todas as nuanças sonoras, colorido e dinâmica musical do violino estão intimamente ligadas à relação existente entre a condução do arco e a precisão dos movimentos sincronizados da mão esquerda junto com a mão direita. A execução mais comum é a fricção do arco nas cordas. Antes de tocar o instrumento, o violinista deve passar, sobre a crina, uma resina chamada de breu, que tem o efeito de melhorar o atrito entre as escamas dos fios com as cordas, gerando o som. Este som produzido é transmitido ao corpo oco do violino, sendo conhecido como caixa de ressonância, ou alma, que é um cilindro de madeira que fica dentro do corpo do violino, abaixo do lado direito do cavalete. A alma liga, mecânica e acusticamente, o tampo superior ao inferior do violino, fazendo com que o som vibre. 1.7. Passar o Breu no Arco A escolha do breu ideal é uma decisão pessoal e depende fundamentalmente do tipo de crina, tipo de corda e, claro, da iniciativa do instrumentista em querer conhecer e testar os diferentes tipos de breus que se adequam ao melhor tipo de corda usada e a temperatura do lugar onde se toca, pois isso tudo interfere na sonoridade. Normalmente, utiliza-se para cordas de aço um breu mais duro (escuro) para cordas sintéticas e para cordas de tripa um breu com mais poder de adesão (claro). Deve-se passá-lo em toda a extensão do arco (na crina) – detalhe, o arco precisa estar “tencionado”, ou seja, com as crinas esticadas para se passar o breu, não se deve usar o breu com as crinas “frouxas”. Dependendo do tipo de breu utilizado (escuro, intermediário ou claro) uma ou duas passadas já são mais que suficiente (alguns dizem que um bom teste e passar um dos dedos sobre a crina – nunca abaixo, onde se encontra em contato com as cordas, pois existe gordura na mão – se sair um pó branco está bom – tal teste deve ser feito com o arco tencionado). Caso o som saia meio “arenoso” (pastoso), é sinal que o arco tem muito breu. Com relação à limpeza do arco, ainda não existe um consenso nem entre os próprios violinistas, alguns recomendam limpar o arco antes de guardá-lo, pois o breu “corroí” a madeira (do próprio arco) e o verniz (seja do arco ou do violino). Outros recomendam jamais limpar o breu do arco, devendo só se tomar o cuidado de não deixar o arco diretamente sobre o violino (para que o breu que está no arco não fique entrando em contato com o violino dentro do estojo) nesse caso, muitos recomendam ao colocar o violino no estojo, envolvê-lo com um pano de seda (este tecido não retém gordura e ajuda a protegê-lo das impurezas). 1.8. Algumas técnicas usadas ao se tocar violino Os instrumentos como o violino dependem da vibração das cordas para emitir seu som. As cordas vibram quando o arco passa por elas, mas produzem muito pouco som, que só fica suficientemente forte para ser ouvido quando as vibrações passam pelo cavalete para o corpo oco, ou caixa de ressonância do instrumento. Os ouvidos do violino são os orifícios que ajudam as vibrações geradas no corpo do instrumento a atingir o espaço externo e finalmente nossos ouvidos, onde se convertem em som. Além de passar simplesmente o arco, outras formas podem obter interessantes sons do instrumento. Pizzicato Os violinistas nem sempre usam o arco quando tocam, de vez em quando beliscam as cordas, o que é chamado de "pizzicato". Raramente um pizzicato se estende por uma melodia inteira, mas no balé Sylvia o compositor francês Delibes escreveu um movimento inteiro em que todos os instrumentos de corda deixam de lado seus arcos para tocar a famosa Polka-Pizzicato. Quando lêem na partitura a palavra "arco", os executantes interrompem o pizzicato e voltam a usar o arco. Tocando com surdina Fixando-se um grampo de madeira sobre o cavalete do violino, reduz-se a força das vibrações que alcançam a caixa de ressonância. Isso funciona com uma surdina, ou abafador de som. Violinos em surdina soam muito distantes e delicados. Os compositores usam os termos italianos "con sordini" (com surdina) e "senza sordini" (sem surdina). Sul ponticello Expressão italiana que significa "na pontezinha". Em partitura para violino, indica que o violinista deve passar o arco próximo ao cavalete, o que origina um som de timbre agudo, de arranhudura. Col legno O excitante começo de "Marte, o Mensageiro da Guerra", da suíte de Holst Os Planetas, apresenta as cordas soando com um curioso efeito estalado. É o que se chama col legno - "com a madeira". O arco é seguro de lado, de tal maneira que cada nota tocada a madeira do arco bata na corda. Vibrato Uma das importantes técnicas de instrumentos de cordas. O dedo da mão esquerda que prende a corda oscila levemente, causando uma flutuação no tom e enriquecendo o som. O vibrato é usado sobretudo em notas longas. Alguns violinistas preferem não usá-lo quando tocam músicas muito antigas. Corda dupla "Corda dupla" significa tocar duas notas de uma só vez. Alguns compositores pedem acordes de três e até quatro notas, mas no violino não é possível tocar simultaneamente mais do que duas notas. Harmônicos São notas suaves, semelhantes às da flauta, produzidas pelo toque muito leve sobre a corda (sem pressionar a nota) e a delicada passagem do arco. São usadas com mais frequência na música moderna. Glissando A palavra indica ao executante que deve escorregar o dedo sobre a corda, de uma nota a outra (o que permite que todos os sons interpostos sejam ouvidos). O glissando aparece quase que exclusivamente nas músicas do século XX. 1.9. Posição para Segurar o Violino e o Arco Em pé. Corpo ereto e busto para frente. As pernas devem ficar um pouco abertas para estabilizar o equilíbrio do corpo. A perna direita pode ser recuada um pouco para trás, deste modo, quando o movimento do arco for rápido o braço direito terá maior facilidade para executar as notas. O peso do corpo fica apoiado mais sobre a perna esquerda. Incline o violino para o lado direito. Puxe a queixeira até encostá-la no queixo, para manter o violino horizontal. Não levantar nem abaixar o ombro esquerdo; deixá-lo solto. A técnica do violino é muito delicada. Forçando-se o ombro, o movimento dos braços será impedido. Se o violinista tiver o ombro baixo, recomenda-se usar uma espaleira, para não forçar o pescoço nem o ombro. A espaleira é utilizada para adaptar o instrumento ao corpo do instrumentista. Há pessoas que não precisam usar espaleira, pois seu corpo já é adequado ao violino. Já a queixeira deve ser adequada a cada pessoa para que o violinista fique bem à vontade. Quando segurar o violino a posição tem de ser natural, isto é, sentir o violino como se fosse uma parte do corpo. Observadas as posições acima explicadas e o arco tocado com leveza, liberdade, harmonia de movimentos e perpendicular em relação à corda, fica mais fácil de se tocar o instrumento. Para segurar o violino: Segure o violino com o queixo, deixe-o descansar sob seu queixo e seu braço esquerdo com os dedos virados para fora sobre as cordas. O violino deve ser colocado em cima da clavícula esquerda e apoiado de leve no ombro esquerdo. O braço esquerdo deve estar na mesma direção do pé esquerdo. A linha de seu corpo deve ser a seguinte: nariz, queixo (virado para cordas) e pé esquerdo, todos em uma linha reta. O violino deve ficar em um ângulo de 45 graus com a linha de seus ombros. O botão final do violino irá apontar diretamente para sua garganta. O cotovelo esquerdo deve situar-se por baixo do tampo do violino, sendo a melhor posição o cotovelo encontrar-se mais para a direita do violino. Para facilitar a movimentação dos dedos esquerdos, o pulso deve estar na mesma direção do antebraço e completamente relaxado. A juntura dos dedos esquerdos deve estar na altura das cordas. Os 4 dedos (indicador, médio, anular e mínimo) devem estar encurvados. Colocá-los na direção da corda para depois “pousá-los”. O polegar deve estar apoiado de leve no braço do violino, na direção entre os dois primeiros dedos (indicador e médio). O polegar deve estar assim para que os 4 dedos restantes possam se apoiar com a mesma força nas cordas. Se o violinista tiver o polegar grande, este sobressairá para cima do braço do violino ao apertar à corda sol. Quando as cordas forem abaixadas pelos dedos, cuidado para não endurecer as falanges dos dedos, nem o cotovelo. Os dedos devem ser colocados sem força, de modo leve sobre as cordas. Quando os dedos não estão sendo usados, deixá-los na posição natural, isto é, encurvados. Para segurar o arco: Devagar, mas com firmeza, passe o arco sobre as cordas do violino entre a ponte (a parte de madeira que abriga as cordas) e a escala (a longa faixa preta debaixo das cordas). Use sua mão esquerda para determinar a altura da corda, sua direita para determinar a altura que quer tocar. Quanto mais forte você colocar o arco nas cordas, mais alto você vai tocar. Deixar o braço direito solto, como se estivesse andando. Pegar no arco com a mão direita livre, sem modificar sua posição. Isto facilitará a movimentação do arco nas cordas. Deixar todo o peso do braço sobre o arco, como se o braço estivesse morto. Forma igual à anterior, com as duas falanges do polegar um pouco curvadas. A extremidade do polegar deve estar na extremidade do talão, deixando o polegar metade para a madeira do arco e metade para o talão. O polegar deve estar perpendicular em relação ao arco. Segurar o arco entre a 1ª e 2ª falanges do indicador e na 1ª falange do médio; deixar o dedo mínimo na forma arredondada e perto do botão do arco. O dedo anular é deixado naturalmente. O polegar deve estar no meio do dedo indicador e do médio, só que do outro lado do arco. Segurar o arco corretamente é muito importante para uma boa execução. O indicador direito controla a pressão do arco nas cordas, o que afeta o volume e o timbre do instrumento. O violinista precisa manter todo o corpo relaxado, à vontade. É importante dizer que o dedo indicador e o dedo mínimo promovem funções importantes na intensidade do som obtido. Estas funções são chamadas de pronação e supinação, que são feitos através do rotacionamento do antebraço. • Pronação: é o movimento de pressionar o dedo indicador no arco (rotacionar o antebraço para o lado esquerdo gerando pressão no dedo indicador), aliviando a pressão exercida pelo dedo mínimo (dedinho). Este movimento acarretará em uma maior intensidade do som. • Supinação: é o movimento de pressionar o dedo mínimo no arco (rotacionar o antebraço para o lado direito) aliviando a pressão do dedo indicador, fazendo com que o som seja menos intenso. Não é necessário fazer pressão com o dedo mínimo (mindinho), pois o próprio peso do talão é suficiente para realizar com intensidade o som. Resumindo, com a ponta do arco, pronação, com o talão do arco, supinação. É importante para o violinista dominar estas técnicas, aliadas com outras, o que irá gerar uma melhor qualidade nas execuções. 1.10. Antes de Realizar os Exercícios com o Violino Antes de começar a estudar ou tocar, faça alongamentos em todo o corpo, principalmente no braço e na mão. Fazer movimentos rápidos com os dedos, abrindo-os e fechando-os é uma boa dica. Alongar o pescoço e os ombros é muito importante, pois pode acontecer de lesionar esses locais. Realize o seguinte exercício utilizando somente os dedos sem utilizar o arco: Além disso, os alongamentos, além de preverem lesões e travamentos, servem para melhorar o desempenho dos dedos e braço, porque eles ficam bem mais leves e ágeis. E não é só por aí. Além dos alongamentos, é ideal de realizar o exercício propriamente dito, fazer escalas, repetidas vezes pois é muito bom para os dedos. Ao realizar essas escalas diariamente, o violinista estará melhorando seu desempenho, sua afinação e dedilhado. Dicas para obter um melhor som do seu instrumento: • Mantenha-o afastado do Sol, pois o calor pode fazer a madeira rachar ou descolar • Limpar as mãos antes de manuseá-lo • Passar, sempre que necessário, o breu na crina do arco antes de tocar, nunca excessivamente 1.11. Ao Terminar os Exercícios com o Violino Afrouxar as cerdas do arco antes de guardar o instrumento, recorrendo ao parafuso colocado no talão. Este ponto é de grande importância dado que a vara do arco (parte da madeira) tem uma curvatura ideal para produzir o som, quando a tensão das cerdas se mantém exagerada por longos períodos de tempo, esta curvatura tende a desaparecer e o arco fica inutilizado. Dicas para obter uma melhor conservação do seu instrumento: • Não colocar nenhum peso ou objeto em cima, derramar líquidos, molhá-lo, bater ou deixá-lo cair • Não deixá-lo à exposição do sol ou umidade, ou seja, protegê-lo de temperaturas muito altas ou muito baixas • Mantenha-o sempre dentro do estojo quando não estiver utilizando com as cordas sem nenhuma tensão e transporte-o sempre com bastante cuidado • Para realizar a limpeza, cabe ficar atento à alguns cuidados, passar uma flanela no violino, pois a poeira além de desgastá-lo pode diminuir o tempo de vida das cordas. Utilize uma flanela seca e limpa e ao trocar as cordas, a limpeza pode ser realizada com uma quantidade pequena de lustra móveis 2. Leitura e Escrita Musical 2.1. Notação Musical É o nome genérico de qualquer sistema de escrita utilizado para representar graficamente uma peça musical, permitindo a um intérprete que essa seja executada da maneira como foi escrita pelo compositor. Em partituras escritas para conjuntos musicais, os sistemas também são utilizados para representar a execução simultânea de todas as vozes, como na partitura para coral mostrada a seguir: A pauta é o nome do conjunto de linhas e espaços utilizados para escrever as notas musicais de uma partitura no sistema de notação da música ocidental. Por conter 5 linhas também é chamada de pentagrama. No início século IX, usava-se apenas uma linha colorida. Tempos depois outras linhas foram acrescentadas, chegando ao formato atual utilizada atualmente. Atribui-se a Guido D'Arezzo esse formato final, com a finalidade de representar as alturas das notas musicais, suas durações e o compasso, nos ensinamentos de música e no canto gregoriano. São 5 linhas e 4 espaços entre elas, sendo numeradas de baixo para cima. Os símbolos das notas podem ser escritos sobre cada uma das cinco linhas ou dentro dos quatro espaços da pauta. A altura das notas depende desta posição. Se precisarmos representar notas mais graves ou agudas do que as nove notas representáveis nas linha ou espaços do pentagrama, utilizamos de linhas e espaços suplementares abaixo ou acima da pauta. Para definir qual nota ocupa cada linha ou espaço e a faixa das notas representadas na pauta, são utilizadas as claves, que permitem adaptar a escrita para as diferentes vozes ou instrumentos musicais. Normalmente, em uma partitura, cada instrumento ou voz é representado por uma pauta. No entanto alguns instrumentos que possuem grande extensão e permitem a execução simultânea de melodia e acompanhamento, como o piano, o órgão ou o acordeão, necessitam de mais de uma pauta. Este conjunto de duas ou mais pautas é chamado de sistema. Figuras Musicais ou Notas Musicais são símbolos que representam o tempo de duração das notas musicais. São também considerados de valores positivos. São usados para representar a duração do som a ser executado. As notas são mostradas na figura acima, por ordem decrescente de duração. Cada nota possui a metade da duração da anterior. Se pretendermos representar uma nota de um tempo e meio (por exemplo, o tempo de uma mínima acrescentado ao de uma colcheia) usa-se um ponto a seguir à nota. Antigamente as durações eram onze: Máxima, Longa, Breve, Semibreve, Mínima, Semínima, Colcheia, Semicolcheia, Fusa, Semifusa e Quartifusa. Três dessas notas são consideradas obsoletas, e não estão sendo mais utilizadas desde a música medieval: • Máxima – Duração absurdamente longa, • Longa – Duração extremamente Longa, e • Breve – Apesar de seu nome, a duração era ainda muito longa. Porém, nada impede que se leia partituras desta época e respeite-se as devidas durações e pausas. Não quero imaginar o que vem a ser segurar a mesma nota em uma Flauta Barroca durante um ou dois minutos (o povo medieval devia ter um excelente fôlego). A Quartifusa é um caso a parte, de utilização em casos raros, sua duração nos dias atuais tanto quanto antigamente, seria ínfima ou quase que imperceptível. Também foi praticamente descartada. E deste modo, chegamos ao número de sete, ou seja, os sete nomes das notas musicais, semibreve, mínima, semínima, colcheia, semicolcheia, fusa e semifusa. A duração real (medida em segundos) de uma nota depende da fórmula de compasso e do andamento utilizado. Isso significa que a mesma nota pode ser executada com duração diferente em peças diferentes ou mesmo dentro da mesma música, caso haja uma mudança de andamento. As pausas representam o silêncio, obviamente é o tempo no qual o instrumento não produz nenhum som, sendo considerados de valores negativos. As pausas se subdividem também como as notas em termos de duração. Cada pausa dura o mesmo tempo relativo que sua nota correspondente, ou seja, a pausa mais longa corresponde exatamente à duração de uma semibreve. A correspondência é feita na seguinte ordem:As pausas são chamadas de pausa de semibreve, pausa de mínima, pausa de semínima, pausa de colcheia, pausa de semicolcheia, pausa de fusa e pausa de semifusa. As repetições podem ser obtidas por: Ritornello é um termo que, em música, designa um trecho que se repete várias vezes. Delimitam uma passagem que deve ser tocada mais de uma vez. Se não houver uma marca à esquerda, a marca à direita faz retornar para o início da música. Chaves de Volta denotam que uma passagem repetida deve ser tocada de forma diferente a cada vez. A chave 1 é tocada antes da repetição, o trecho anterior é repetido e quando chega novamente ao mesmo ponto, a execução passa para a segunda chave. Podem ocorrer variações para uma terceira repetição e assim sucessivamente. Deslocações de tom ou acidentes: o sustenido, o bemol, o dobrado sustenido e o dobrado bemol. São representados sempre antes do símbolo da nota cuja altura será modificada e depois do nome das notas, cifras e tonalidades. Um sustenido desloca a nota meio-tom acima (na escala), um dobrado sustenido desloca o som um tom acima, um bemol desloca a nota meio-tom abaixo e o dobrado bemol desloca o som um tom abaixo. Por exemplo, pode-se dizer que um "Fá sustenido" (Fá#) é a mesma nota que um "Sol bemol" (Sol♭), porém, devido às características de cada instrumento (e à sua própria disposição da escala), o timbre pode variar. Considere, como exemplo, o caso da guitarra, em que um Dó tocado na segunda corda (Si), primeira posição, é equivalente a um Dó tocado na terceira corda (Sol) na quinta posição, embora o timbre seja diferente. 2.2. Compasso Compassos resultam da acentuação de um mesmo pulso, enquanto os demais pulsos permanecem relativamente fracos. Representando o Compasso no início da partitura, após a clave, temos dois números, sendo um numerador (quarta linha) e um denominador (segunda linha da pauta) sem o traço característico da fração. Quando referenciamos o Compasso fora da partitura, por motivos didáticos a grafia dele é igual a uma fração, porém, não se fala dois quartos (2/4), três quartos (3/4) ou quatro quartos (4/4), e sim, Dois por Quatro, Três por Quatro, Quatro por Quatro, compassos binários, ternários e quaternários, respectivamente. Partes que compõem o Compasso, o numerador representa a unidade de tempo e o denominador a unidade de compasso. A unidade de tempo (Numerador) indica a quantidade de pulsos de cada Compasso. Pode ser utilizado qualquer valor inteiro (de 1 a 19). A unidade de compasso (Denominador) indica qual figura deve ser utilizada para obtermos uma unidade de tempo. Os valores utilizados são 2, 4, 8 e 16 (basicamente Mínima, Semínima, Colcheia e Semicolcheia). Atribuindo números as figuras, teremos a a seguinte progressão geométrica (base 2): Semibreve..Mínima..Semínima..Colcheia..Semicolcheia..Fusa..Semifusa. ........1.......2.........4.........8............16....32........64. Desta forma, concluímos que o compasso é a unidade de contenção dos símbolos musicais, sendo uma forma de organizar em grupos os símbolos e figuras de uma música. É a própria sistematização. O compasso, refere-se a um (ou vários) pulsar(es) e ao tempo quantitizado inserido na música definido por intermédios das duas unidades acima citadas e é o espaço contido entre o início da partitura (clave, compassos, armaduras, etc...) e da primeira barra vertical e entre as barras verticais subsequentes. Desta forma, tentou-se colocar o nome de Fórmula de Compasso e Armadura de Compasso no Compasso, sendo que comumente é referenciado, para facilitar, como Compasso simplesmente. Já nos foi dito que dentro da sequencia de figuras, a nota seguinte vale a metade da anterior e assim sucessivamente. Por dedução lógica, a nota anterior vale o dobro da seguinte. Representando em números teremos os seus valores relativos: Semibreve..Mínima..Semínima..Colcheia..Semicolcheia..Fusa..Semifusa. ........1.....1/2.......1/4.......1/8..........1/16..1/32......1/64. Observe que ao se analisar de forma decrescente o número seguinte será sempre a metade do anterior. E de forma crescente o número anterior será a dobro do valor que o sucede. Retornando ao elementos da fórmula de compasso: • Unidade de Tempo é definida pela quantidade de pulsos. • Unidade de Compasso é definida qual figura será representativa. A fórmula de compasso é a quantidade de vezes que uma figura deverá aparecer na pauta para fechar um compasso. Observe as seguintes Fórmulas de Compassos (binário, ternário e quaternário): O numerador de cada uma delas nos diz que a quantidade de pulsos (2,3 e 4) e o denominador nos diz que é a Semínina a figura a ser dividida para completar o compasso. Ao observar a fórmula de compasso, obteremos o seguinte: • Fórmula 1/1 – É necessário um pulso e a nota que preenche o compasso é a Semibreve • Fórmula 1/2 – É necessário um pulso e a nota que preenche o compasso é a Mínima • Fórmula 1/4 – É necessário um pulso e a nota que preenche o compasso é a Semínima • Fórmula 1/8 – É necessário um pulso e a nota que preenche o compasso é a Colcheia • Fórmula 1/16 – É necessário um pulso e a nota que preenche o compasso é a Semicolcheia • Fórmula 1/32 – É necessário um pulso e a nota que preenche o compasso é a Fusa Observe que na fórmula de um compasso binário (dois por quatro) a mínima vale o dobro da semínima, uma só é necessário para preencher um compasso. Agora como a colcheia vale a metade, são necessárias quatro e assim sucessivamente: Neste outro caso, observamos que as pausas se fazem necessárias para fechar cada compasso: Já na fórmula de compasso ternária (três por quatro) temos ainda a Semínima sendo a figura central e três pulsos por compasso: E finalmente para a fórmula de compasso quaternária (quatro por quatro), temos uma relação idêntica com a semínima e quatro pulsos por compasso: Observamos que em todas pautas expostas, aparecem um pequeno número em vermelho acima da barra de compasso. É normal que os compasso sejam numerados, imaginemos uma situação hipotética de um Maestro sem essa numeração, com uma partitura de vários compassos de uma Sinfonia, ao desejar que uma Orquestra inicie em algum ponto para melhorar uma determinada passagem, sem se referenciar exatamente ao compasso numerado, só obteria sucesso iniciando a obra novamente. Existem ainda outras medidas, por exemplo: Contém uma fórmula de compasso Seis por Oito (seis pulsos sendo preenchidos pela Colcheia) e Três por Dois (três pulsos sendo preenchidos pela Mínima). Existem ainda outras fórmulas e nada impede que encontremos coisas do tipo 7/8, 15/16, 17/16, 19/16, 13/8, ..., utilizados em Jazz Contemporâneo ou Música Erudita Moderna. Se conseguiu fixar as unidade de tempo e de compasso, vai ser fácil o entendimento. Observações finais • A sequencia das figuras com seus respectivos números é definido da seguinte forma: Semibreve=1, Mínima=2, Semínima=4, Colcheia=8, Semicolcheia=16, Fusa=32 e Semifusa=64. • Sendo a unidade de compasso definida como semibreve, os tempos relativos poderão ser: Semibreve=1, Mínima=1/2, Semínima=1/4, Colcheia=1/8, Semicolcheia=1/16, Fusa=1/32 e Semifusa=1/64. • Sendo a unidade de compasso definida como mínima, os tempos relativos poderão ser: Semibreve=2, Mínima=1, Semínima=1/2, Colcheia=1/4, Semicolcheia=1/8, Fusa=1/16 e Semifusa=1/32. • Sendo a unidade de compasso definida como semínima, os tempos relativos poderão ser: Semibreve=4, Mínima=2, Semínima=1, Colcheia=1/2, Semicolcheia=1/4, Fusa=1/8 e Semifusa=1/16. • Sendo a unidade de compasso definida como colcheia, os tempos relativos poderão ser: Semibreve=8, Mínima=4, Semínima=2, Colcheia=1, Semicolcheia=1/2, Fusa=1/4 e Semifusa=1/8. 2.3. As Claves Chave ou tonalidade, é a associação de sustenidos ou bemóis representados junto à clave, indicando a escala em que a música será expressa. Clave de Sol – É um símbolo musical que indica a posição da nota sol em uma pauta. Atualmente é usada sobre a segunda linha da pauta, indicando que a terceira oitava da nota sol, ocasionalmente é chamada de sol3, escrever-se-á sobre esta linha. A palavra clave vem do latim, e significa "chave". Como a escrita da época medieval era ornamentada, e copiada à mão pelos copistas, o desenho da clave de sol foi evoluindo de um simples "G" para o formato atual. Clave de Fá – É uma das claves musicais existentes. Seu símbolo musical, em forma de um "F" estilizado, é a letra que representava a nota no antigo sistema de notação musical (letras de A a G), sendo que, entre os dois pontos encontra-se a linha na qual se assenta a nota Fá. Geralmente é aplicada na terceira ou quarta linha da pauta musical (contando-se de baixo para cima), todavia, pode ser aplicada nas outras linhas. É utilizada principalmente para instrumentos graves como o baixo, a tuba, o contrabaixo, a parte esquerda do piano, para a voz dos baixos. Clave de Dó – A nota dó-3 é indicada pelo centro da figura (o encontro entre duas letras C invertidas). Foi criada originalmente para representar as vozes humanas. Cada voz era escrita em uma das linhas. O alto era representado na terceira linha, o tenor na quarta linha e o mezzo-soprano era representado na segunda linha. Este uso ficou cada vez menos frequente e esta clave foi substituída pela de Clave de Sol para as vozes mais agudas e a Clave de Fá para as mais graves. Hoje em dia, a posição mais frequente é a mostrada na figura, com a nota dó na terceira linha, representando uma tessitura média, exatamente entre as de sol e fá. Um dos únicos instrumentos a utilizar esta clave na sua escrita normal é a viola. Esta clave também pode aparecer ocasionalmente em passagens mais agudas do trombone. Seu uso vocal ainda é utilizado quando são utilizadas partituras antigas. Clave de Percussão – Esta clave não tem o mesmo uso das demais. Sua utilização não permite determinar a altura das linhas e espaços da pauta. Serve apenas para indicar que a clave será utilizada para representar instrumentos de percussão de altura não determinada, como uma bateria, um tambor ou um conjunto de congas. Neste caso as notas são posicionadas arbitrariamente na pauta, indicando apenas as alturas relativas. Por exemplo em uma bateria, o bumbo pode ser representado na primeira linha por ser o tambor mais grave e um chimbal pode estar em uma das linhas mais altas por se tratar de instrumento mais agudo. Os instrumentos de percussão afináveis utilizam notação com as claves melódicas. Os tímpanos por exemplo são escritos com a Clave de Fá. 2.4. Origem do nome das notas: Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá e Si O nome das notas tem a sua origem na música coral medieval. Foi Guido d'Arezzo, um monge italiano, que criou o sistema de nomear as notas musicais – que é chamado de sistema de solmização. Seis nomes foram tirados a partir das primeiras seis sílabas das frases de um hino a São João Batista, neste hino cada frase era cantada um grau acima na escala. Estas são as frases iniciais do texto (escrito por Paolo Diacono): Ut queant laxis, Resonare fibris, Mira gestorum, Famuli tuorum, Solve polluti, Labii reatum. “Para que os teus servos possam cantar as maravilhas dos teus atos admiráveis, absolve as faltas dos seus lábios impuros”. Mais tarde ut foi substituído por do, sugestão feita por Giovanni Battista Doni, um músico italiano que achava a sílaba incômoda para o solfejo, e foi adicionada a sílaba si, como abreviação de Sante Iohannes (São João). A sílaba sol chegou a ser encurtada para so, de forma a padronizar que todas as sílabas terminassem por uma vogal, mas a mudança foi logo revertida. 2.5. Ritmo Na música, ritmo pode ser definido como a variação da duração de sons e pausas repetindo-se ciclicamente. A harmonia é o campo da música que estuda as relações do encadeamento dos sons simultâneos (os acordes). Basicamente ao olhar uma partitura, notamos que em alguns casos há figuras sendo tocadas simultaneamente (os acordes) e existem uma relação com o próximo grupo de sons, que, de certa forma é agradável ao ouvido ou não, ou seja, harmonioso ou não. Por diversas vezes nas músicas, temos um efeito de deslocamento natural da acentuação, ou seja, o tempo forte, primeiro tempo do compasso que é preenchido por uma pausa (silêncio) ou, temos um prolongamento do som anterior. Convém lembrar que todo tempo tem uma parte forte e outra fraca. A parte forte de um tempo é exatamente o momento em que a marcação do tempo é feita. O resto da duração do tempo constitui a parte fraca. Desta forma, o deslocamento pode ser feito em qualquer um dos tempos de um compasso. Esse deslocamento rítmico pode ser de duas formas principais: • Síncope quando uma nota é executada em tempo fraco ou parte fraca de tempo e se prolonga ao tempo forte ou parte forte do tempo seguinte. A síncope é regular quando as notas que a formam têm a mesma duração. É chamada de irregular quando suas notas têm durações diferentes. • Contratempo quando a nota soa em tempo fraco, ou parte fraca de tempo, sendo antecedida, isto é, tendo no tempo forte ou na parte forte do tempo, uma pausa. Diversos gêneros musicais possuem síncopes como seu ritmo básico, tais como o samba, reggae e diversos ritmos latinos. 2.6. Armadura A armadura da clave é o nome que se dá aos acidentes colocados ao lado da clave na pauta musical, indicando que as notas correspondentes à localização na pauta onde a armadura foi escrita, devem ser tocadas de maneira consistente um semitom acima ou abaixo de seu valor natural, (por exemplo, as notas brancas do piano) conforme se usem sustenidos ou bemóis, respectivamente, na armadura. A armadura geralmente é escrita imediatamente após a clave no início da pauta musical embora possa aparecer em outro local da partitura, especialmente após um compasso iniciado por uma barra dupla. Esta é a escala em Si maior, escrita com os acidentes que identificam a tonalidade e aqui a mesma escala (as mesmas notas são tocadas) escrita usando-se a armadura da clave. O efeito da armadura, isto é as notas que ela afeta, transformando-as em sustenidos ou bemóis, permanece por toda a peça ou movimento, a menos que seja anulado por outra armadura. Por exemplo, uma armadura com cinco sustenidos é colocada no início de uma peça. Toda nota lá que aparecer na música em qualquer oitava será executada como um lá sustenido, a menos que seja precedida por algum acidente. Por exemplo, um lá na escala acima —; a penúltima nota —; é tocado como um lá sustenido mesmo estando uma oitava acima da posição onde o sustenido na nota lá foi indicado na armadura. 2.7. Cinética Musical Cinética Musical (do grego kine – movimento) ou agógica define a velocidade de execução de uma composição. Esta velocidade é chamada de andamento e indica a duração da unidade de tempo. O andamento é indicado no início da música ou de um movimento e é indicada por expressões de velocidade em italiano, como Allegro - rápido ou addagio - lento. Junto ao andamento, pode ser indicada a expressão com que a peça deve ser interpretada, como: com afeto, intensamente, melancólico, etc. Encontramos atualmente os seguintes andamentos: • Grave – É o andamento mais lento de todos • Largo – Muito lento, mas não tanto quanto o Grave • Larghetto – Um pouco menos lento que o Largo • Adagio – Moderadamente lento • Andante – Moderado, nem rápido nem lento • Andantino – Semelhante ao andante, mas um pouco mais acelerado • Allegretto – Moderadamente rápido • Allegro – Andamento veloz e ligeiro • Vivace – Um pouco mais acelerado que o Allegro • Presto – Andamento muito rápido • Prestíssimo – É o andamento mais rápido de todos Estes são alguns exemplos de combinações de andamento com expressões: • Allegro moderato – Moderadamente rápido. • Presto con fuoco – Extremamente rápido e com expressão intensa. • Andante Cantabile – Velocidade moderada e entoando as notas como em uma canção. • Adagio Melancolico – Lento e melancólico. Notações de variação de tempo: • Rallentando – Indica que a execução deve se tornar gradativamente mais lenta • Accelerando – Indica que a execução deve se tornar mais rápida. • A tempo ou Tempo primo – Retorna ao andamento original. • Tempo rubato – Indica que o músico pode executar com pequenas variações de andamento ao seu critério. A intensidade das notas pode variar ao longo de uma música. Isso é chamado de dinâmica. A intensidade é indicada em forma de siglas que indicam expressões em italiano sob a pauta. • pp – pianissimo. a intensidade é mais baixa que no piano • p – piano. o som é executado com intensidade baixa • mp – mezzo piano. a intensidade é moderada, não tão fraca quanto o piano. • mf – mezzo forte. a intensidade é moderadamente forte • f – forte. A intensidade é forte. • ff – fortissimo. A intensidade é muito forte. Os símbolos de variação de volume ou intensidade, podem desta forma estar crescendo ou diminuindo, e é utilizado os sinais de maior (>) e menor (<) para sugerir este aumento ou diminuição de volume, respectivamente. Estes devem começar onde se deverá iniciar a alteração e esticar-se até à zona onde a alteração deverá ser interrompida. O volume deve permanecer no novo nível até que uma nova indicação seja dada. A variação também pode ser brusca, bastando que uma nova indicação (p, ff, etc) seja dada. 2.8. Outros Modelos de Notações A tablatura é uma notação que representa como colocar os dedos num instrumento (nos trastes de uma guitarra, por exemplo) em vez das notas, permitindo aos músicos tocar o instrumento sem formação especializada. Esta notação se tornou comum para partilhar músicas pela Internet, já que permite escrevê-las facilmente em formato ASCII. A cifra é um sistema de notação musical usado para indicar através de símbolos gráficos ou letras os acordes a serem executados por um instrumento musical (como por exemplo uma guitarra). São utilizadas principalmente na música popular, acima das letras ou partituras de uma composição musical, indicando o acorde que deve ser tocado em conjunto com a melodia principal ou para acompanhar o canto. As principais cifras são grafadas: • A representa o acorde de Lá Maior • B representa o acorde de Si Maior (H em alemão) • C representa o acorde de Dó Maior • D representa o acorde de Ré Maior • E representa o acorde de Mi Maior • F representa o acorde de Fá Maior • G representa o acorde de Sol Maior Os acordes menores são grafados pelas letras acima, acompanhados da letra "m" minúscula. Ex: Cm indica um acorde de Dó menor. Há outras alterações quando se utilizam tetracordes ou intervalos dissonantes. Ex: Cm7 indica acorde de Dó menor com sétima. Insira neste espaço os exemplos de músicas populares para serem executadas no Violino Anexo A. Escalas no Violino