1 Segurança nos Processos de Soldagem 1 – Classificação dos Processos de Soldagem - Brasagem - Soldagem - Solda Fraca Brasagem Na brasagem a união entre os materiais é feita sem a fusão dos materiais de base. O calor é suficiente para fundir somente o material de adição(acima de 840 0 F ou 4500 C. A união entre as peças é garantida pela ação da capilaridade. São requisitos fundamentais para a brasagem: - As peças devem possuir uma grande superfície de contato (junta sobreposta). - Boa limpeza das superfícies à serem unidas. - A distância entre as superfícies à serem unidas deverá ser a menor possível. (< 0,020 mm). Solda Fraca (soldoring) Difere da brasagem pelo fato do material de adição fundir-se a uma temperatura menor que 8400 F (4500 ). Solda de estanho executada em aparelhos eletrônicos. Soldagem (Welding) È a união das partes constitutivas de uma peça, assegurando a continuidade da mesma e garantindo as características básicas, através do aquecimento dos componentes à temperatura adequada, com fusão, com ou sem pressão, com ambos e com ou sem material de adição 2 Soldagem 1 - Soldagem por Fusão Solda a gás - Oxi acetileno - Oxi hidrogênio - Oxi propano - GLP – gás liquefeito do petróleo - GN – gás natural Arco elétrico - Plasma - Stud - Eletrodo consumível (vareta, arame, fita) Eletrodo revestido Arco submerso Eletro escória Eletrogás Metal ativo/inerte gás (MIG/MAG) Arco submerso - Eletrodo não consumível Tungstênio inerte gás (TIG) - Feixe de elétrons (electrons beans) - Laser 2 – Soldagem por Pressão (com ou sem fusão) - Forjamento Fricção Ultra-som Explosão Frio Co-extrusão Resistência Solda ponto Solda de costura Solda de topo Solda por projeção Solda de alta freqüência. 3 Soldagem por fusão com eletrodo 1 - Soldagem com eletrodo revestido (SMAW-shielded metal arc welding) Processo de soldagem a arco onde a união entre as peças é produzida pelo calor do arco criado entre o eletrodo revestido (consumível ou material de adição), e as partes à soldar (metal base). È quase que exclusivamente manual e depende muito da habilidade do soldador que em casos industriais deve ser treinado e certificado para determinado trabalho e posição de soldagem. O eletrodo é fornecido em varetas que chegam até 40 cm de comprimento e deve ser armazenado em estufas para evitar umidade prejudicial a solda. Pode ser executada com corrente continua ou alternada, fornecida por; transformadores, retificadores ou mesmo geradores. FIG 1 – Soldagem com eletrodo revestido FIG.2 – Esquema de funcionamento. 4 Equipamento: a) fonte de energia retificadores transformadores geradores b) alicate de fixação c) cabo de interligação d) pinça para interligação a peça e) equipamento de proteção individual f) equipamento de limpeza da solda Fonte de energia Transformador – só a corrente alternada. É a solução mais barata. Retificadores de solda Atualmente utiliza-se os conversores estáticos, ao invés dos rotativos. transforma a C.A. em C.C. Máquina retificadora para solda elétrica com corrente contínua. 5 Geradores Mais utilizados em canteiros , onde um suprimento de energia é difícil. Estabilidade do arco Deve-se limitar os picos de correntes durante o curto circuito a valores baixos. Corrente contínua - polaridade direta, a peca é ligada ao pólo positivo e o eletrodo ao negativo. O bombardeio de elétrons dá-se na peça , o qual será a parte mais quente. Corrente continua – polaridade inversa, eletrodo positivo e peca negativa.O bombardeio de elétrons se da na alma do eletrodo, o qual será mais quente. Principais características do processo Taxa de deposição 1 a 5 Kg/h Espessuras soldadas >2mm Posições todas Tipos de juntas todas Faixa de corrente 75 a 300 A Consumível Ø 1 a 6 mm L 350 a 400 mm Alicates de soldagem: Servem para prender o eletrodo e ao mesmo tempo fazer a conexão da corrente necessária ao mesmo durante a soldagem. Alicate típico para soldagem com eletrodo revestido 6 Cabos de ligação Os cabos de ligação elétrica são acessórios especiais que conduzem a corrente elétrica da fonte até o alicate de suporte de eletrodo em uma das polaridades, e na outra entre a fonte e a peça a ser soldada fazendo a conexão com a garra. Devem transferir a energia necessária para uma boa soldagem e dentro da maior segurança possível. Secção de cabos elétricos em mm2 Corrente Fator de Comprimento do cabo em m Ampéres serviço 100 20% 10 35 35 200 50% 35 35 35 250 30% 35 35 35 300 60% 70 70 70 350 60% 70 70 70 400 60% 70 70 70 Cabo para solda elétrica 35 50 50 70 95 95 Conexões para cabos elétricos. Garra ou pinça para interligação São dispositivos apropriados para prenderem as peças entre si, ou para conectarem os cabos elétricos de ligação as peças à serem soldadas. Normalmente as garras para conexão dos cabos possuem a abertura apropriada conforme a bitola do cabo que se pretende utilizar. Alicate para prender o cabo a peça. Prendedor das peças para soldar. 7 Eletrodos: Os eletrodos são os elementos responsáveis para a abertura do arco e ao mesmo tempo para a deposição do material de adição, formando juntamente com o material de base (material que se deseja unir), a massa fundida que após se solidificar apresenta as características desejadas durante a soldagem pelo processo de eletrodo revestido. Os eletrodos podem ser classificados por diversas características: tipos, resistência, espessura etc. Tipos de revestimento Características Fluidez da escoria Tamanho médio das gotas em relação ao ø da alma Aspecto da escoria ácido rutílico básico Alta média baixa 10% a 40% 30% a 50% 60% a 80% Vítrea e muito porosa Parcialmente cristalina e porosa Cristalina densa Estufas para armazenagem de eletrodos Eletrodos para solda elétrica Características de alguns eletrodos Eletrodos com revestimentos celulósicos. Aumenta a capacidade termo-ionica, estabiliza o arco elétrico.O teor de hidrogênio dissolvido na metal é relativamente grande. Ultimo prefixo 0 ou 1. 8 Eletrodo com revestimento rutílico São a base de oxido de titânio. Possui diversas vantagens para soldagem .Há uma mistura de TiO2 e silicatos se sódio e Potássio. Prefixos de 2 e 3 Eletrodos com revestimento ácido Possuem grande quantidade de pó de ferro, proporcionando alta taxa de deposição.Ultimo prefixo 7. Eletrodos com revestimentos básicos Eletrodos com base de carbonato de sódio. Prefixo de 6 e 8. Alguns constituintes utilizados e funções do mesmo. Açúcar Aglomerante Celulose Geração de gases Argila Formação de escoria Oxido de ferro Formação de escoria Carbonato de bário Estabilidade do arco Sílica Formação de escoria Carbonato de cálcio Estabilidade do arco Silicato de sódio Formação de escoria Devem possuir um numero de propriedades simultâneas. 2 Montar as propriedades mecânicas e metalúrgicas requeridas, com proteçãohomogenia gasosa, desoxidação e adição Composição ao longo do cordão.de liga. 3 Facilitar a remoção de escoria. 4 Livrar dos depósitos de trincas , poros e outros defeitos. 5 Minimizar a quantidade de respingos 6 Boa estabilidade do arco 7 Abertura e reabertura do arco deve ser fácil 8 A penetração deve ser adequada 1 9 Alta taxa de deposição 10 Bom acabamento e formato de cordão. 11 O eletrodo não deve super aquecer. 12 O revestimento não deve ser higroscópico. 13 O revestimento deve gerar o mínimo de odores e fumos. 14 O revestimento deve ser aderente a alma e ser flexível 9 Nomenclatura dos eletrodos para soldagem com eletrodo revestido Conforme a Norma AWS (American Welding Society) Principais Variáveis à serem controladas durante a soldagem Comprimento do arco: O controle entre distancia do eletrodo e da peca é realizado manualmente e não pode ser executado com grande precisão. A transferência dos glóbulos está ligada a variações consideráveis no comprimento efetivo do arco. Amperagem: A corrente é que controla predominantemente todas as variáveis restantes da soldagem , aspectos de soldagem e as propriedades das juntas soldadas. O calor do arco elétrico provocado pela amperagem é responsável pela carga térmica suficiente para a fusão do eletrodo e do material base. A intensidade da corrente é também o mais importante efeito controlador de penetração da solda, da largura e do reforço do cordão , alem da fusão dos elementos. 10 Velocidade de avanço: É a segunda mais importante variável do processo , mesmo com seu controle praticamente impreciso no caso de aplicação manual.A altura e largura do cordão, variam inversamente com a velocidade do avanço . Ângulo de soldagem: Não é usado apenas por facilidade de posicionamento . Ajustado para equalizar o fluxo térmico entre as pecas. O mal posicionamento do eletrodo pode ocasionar o aparecimento de defeitos de cordão. Oscilação do eletrodo: Uma das mais importantes implicações relacionadas á oscilação de arco é que a velocidade efetiva de avanço é diminuída com o aumento da oscilação , aumentando a energia de soldagem. Diâmetro do eletrodo: Os diâmetros disponíveis variam de 1 a 6 mm. O diâmetro é um fator limitante da faixa de corrente .O diâmetro controla a densidade de corrente por unidade de área de secção transversal da alma. Equipamento de Limpeza em solda Uma boa solda deve apresentar além da segurança técnica para qual foi projetada um bom aspecto no que diz respeito a falta de defeitos e descontinuidades e a limpeza e acabamento. As ferramentas utilizadas comumente para essa finalidade são basicamente:, a escova de aço e o martelo picador. Martelo e escova de limpeza conjugados. Martelo picador. 11 2 – Soldagem MIG/MAG (GMAW- gás metal arc welding) O depósito do material de adição é feita por alimentação continua de um arame que pode ser sólido ou oco. Quando oco, permite a introdução de um fluxo. Para melhor desempenho deve trabalhar com corrente continua, embora em alguns casos possa ser usada a corrente alternada. Como gases ativos, ou seja, aqueles que participam do processo temos: CO 2 e Oxigênio. Como gás inerte temos o Argônio e o Hélio. Também é bastante comum misturas de CO2 e Argônio, em quantidades que variam de caso para caso. Conforme a combinação da corrente e do gás aplicado, podem existir variações significativas na transferência do material de adição: grobular, curto circuito, pulverizado e arco pulsado. Esquema de soldagem MIG/MAG Sistema de alimentação do arame e gás na soldagem MIG/MAG. 12 Tocha par solda MIG/MAG Tocha MIG/MAG com refrigeração. Alimentador de arame para solda MIG/MAG Conjunto portátil de solda MIG/MAG. Mascara de proteção eletrônica 13 3 – Soldagem TIG (GTAW – gás tungsten arc welding) O processo TIG utiliza como fonte de calor um arco formado entre um etetrodo não consumível de tungstênio (W) e a peça a ser soldada. Pode ou não existir um material de adição, que na maioria dos casos é fornecido em varetas. A proteção da região de soldagem é feita por um fluxo de gás inerte, sendo o mais utilizado o argônio. Este processo é bastante utilizado na soldagem de ligas de alumínio, magnésio, titânio e aços inoxidáveis. Devido ao fato do eletrodo não ser consumido um dos maiores problemas é o desgaste do tungstênio na mistura fundida, provocando a inclusão de tungstênio na solda. Esquema do processo TIG Pistola para solda TIG. Esquema de alimentação na soldagem TIG Conjunto desmontado da pistola TIG. 14 4 – Arco submerso (SAW – submerged arc welding) No processo de soldagem por arco submerso, um arco elétrico é estabelecido entre no arame consumível eletrodo e as peças à serem soldadas, com a diferença que o arco permanece totalmente submerso em uma camada de fluxo granulado, não sendo assim visível. O fluxo é abastecido independentemente do eletrodo, caindo por gravidade na frente do mesmo. A alimentação é feita por um recipiente que armazena certa quantidade do fluxo. Este processo apresenta um excelente acabamento superficial do cordão de solda. Pode ser semi ou totalmente automático. Maior produção no processo é conseguida dispondo mais eletrodos ou arames em série (tandem) ou paralelo (twin). O eletrodo que também é o consumível, pode-se apresentar em forma de arame ou fita. Esquema do processo de soldagem por arco submerso. Esquema de alimentação do arame no arco submerso Alimentador de fluxo. 15 5 – Eletro- escória (ESW- electro slag welding) È o processo de soldagem no qual a fusão do eletrodo que por sua vez também é o material de adição e das superfícies das peças à serem soldadas é provida pelo calor proveniente de uma escória ou fundente mantida a alta temperatura. O banho de escória flutua e protege a poça de fusão da contaminação atmosférica. Todo conjunto fica contido no espaço formado pelas superfícies das juntas e das sapatas laterais de contenção, convenientemente posicionadas e normalmente de cobre com refrigeração a água. É especialmente utilizado para solda de chapas ou componentes de estruturas de aço de grande espessura, entre 150 a 400 mm. A amperagem é alta, da ordem de 750 a 1200 A por eletrodo, podendo-se utilizar um eletrodo para cada 75 mm de espessura da peça.O tubo guia do eletrodo, normalmente de cobre (liga Cu Be) pode ser consumido junto com o eletrodo na soldagem. Esquema do processo Eletroescória. Sistema de alimentação eletroescória O Processo Eletrogás é uma variante do anterior, sendo introduzida uma proteção gasosa. O gás é introduzido acima do banho de escória, aumentando a proteção da soldagem contra a ação atmosférica. Esquema do sistema eletrogás. 16 6 – Solda a gás Oxi-acetileno É efetuada pela mistura de gases Combustível + Comburente = Combustão Comburente é oxigênio Combustível pode ser : propano, metano, hidrogênio e acetileno. Característica de combustão dos diversos gases. Gás combustível Acetileno GLP Propano Metano Hidrogênio Composição C2H2 H2,CH4, CO,outros C3H8 CH4 H2 Poder calorífico Superior Kcal/m3 14000 4500 24300 9400 28700 Poder calorífico Inferior Kcal/m3 11000 3800 22300 8480 _ Oxigênio teoricamente necessário m3/m3 2,5 0,8 a 0,9 5 2 0,5 1,1 a 1,5 0,6 a 0,7 3,5 a 4,5 1,5 a 2,0 0,25 Velocidade máxima de deflagração cm/s 1350 705 370 330 890 Temperatura máxima Cº 3120 2750 2800 2730 2500 Potencia do calor especifico 10,9 3 2,7 2 _ Relação consumo na pratica ou regulagem de 17 A chama Oxi - Acetilena Descrição: C2H2+O2=2CO+H2+106.500 cal. Oxigênio: È obtido a parir do ar liquefeito. Apresenta grande pureza 99% É armazenado em cilindros com pressão entre 150 e 200 atm. O volume do cilindro é de aproximadamente 40 litros. O volume total de oxigênio no cilindro é dado por 40 x 150 = 6000 l O litro do oxigênio a 15 Cº pesa 1,38 Kg Acetileno: É obtido pela ação da água (reação)sobre o carbureto de cálcio. C2Ca+2H2O=CaCOH2+C2H2+400cal/Kg 1 litro de acetileno pesa 1,18 Kg Ele é um gás que apresenta uma certa instabilidade . Obs. Não é possível comprimir o acetileno em estado gasoso a mais de 1,5atm, pode tornar-se explosivo . A solução foi dissolver o acetileno em liquido . O liquido mais apropriado é o acetona. Dissolvido em acetona a pressão do acetileno pode chegar a ate 20 atm. Os cilindros de acetileno possuem uma pressão de 15 atm a 15Cº. Variação de pressão de acetileno com a temperatura: Pressão Temperatura Cº Temperatura Cº Pressão Kg/cm2 Kg/cm2 - 10 8,5 20 16,7 -5 9,6 25 18,5 0 10,8 30 20,5 5 12,1 35 21,8 10 13,5 40 22,5 15 15 - - 18 O volume do acetileno por cilindro é difícil de calcular devido a acetona e o material esponjoso. É feito pela diferença de peso entre o cilindro vazio e cilindro cheio. 1 volume de acetona dissolve 25 volumes de acetileno a 1 atm. 1 volume de acetona libera aproximadamente 12 a 15 atm. Um cilindro de acetileno tem aproximadamente 3060 litros. Esquema do processo de solda a gás. Sistema de alimentação dos gases na soldagem oxi-acetilenica. 19 Condições térmicas da chama oxi acetilena. Diâmetro Vazão Energia de Tamanho Comprimento Eficiência da do orifício acetileno soldagem do bico dardo mm chama N mm l/h Kj/s 1 1,0 150 9 1,59 0,72 2 1,3 250 10 2,51 0,68 3 1,6 400 11 3,01 0,51 4 2,0 600 12 3,85 0,44 5 2,5 1000 14 5,31 0,36 6 3,0 1700 15 7,92 0,29 7 3,5 2000 17 9,4 0,25 Tipos de chamas na soldagem oxi-acetilena. Tipo de chama a regulagem Neutra 1,0<a<1,1 Redutora a<1 Oxidante a>1 a volumeO2 volumeC2 H 2 Características da chama Aplicação Penacho longo Dardo branco , brilhante Soldagem de aços e arredondado Penacho esverdeado, véu Revestimento duro branco circundado chama alumínio e chumbo menos quente Penacho azulado mais Aços galvanizados curto e turbulento latão bronze Ruído característico 20 Conjunto de cilindros portáteis para acetileno e oxigênio. Bicos de solda oxi-acetilena conjunto de maçarico e bicos para soldagem. 21 Válvula reguladora do cilindro de acetileno. Óculos de proteção para solda a gás. Arame para limpeza de bicos de soldagem. Válvula anti-chama. Óculos de proteção para soldagem Limpeza de um bico de solda a gás. 22 7 - Comparação entre os principais processos de soldagem estudados Processos de soldagem mais utilizados na industria. Principais Aspectos Tipo de Operação Equipamento Oxi -acetilena Eletrodo Revestido MIG/MAG TIG Arco Submerso Eletro escória Manual Manual Semi autom e automática Manual e automático Automática Automática Cilindros de gases. Gerador, Válvulas, varetas, Transformador, maçaricos. Retificador Retificador, Retificador, Gerador, Gerador. Pistola, Transf., Retif. Transformador Transf.,Retif. Alimentador Cilindro de Retificador Alim arame Cilindro de gás gases Silo para fluxo Unid. Móvel. Custo do Equipamento 0,3 1,0 5a6 1,5 (manual) 10 (automát.) 8 a 12 16 a 20 Consumíveis Oxigênio. Gás combustível Varetas Fluxos. Vareta de eletrodo 1 a 6 mm L=.20 a 40 cm (arame) 0,5 a 1,6 mm tubular 2 mm Gases Varetas Gases Eletrodo de W Arames Fitas Fluxo Arame (1 ou mais Fluxo Gás (eletrogás) Oxigênio Acetileno (GLP, GN) Revestimento 1 a 5 mm Argônio, Hélio, CO2 Mix:A+CO2 Fluxo e Alimentador Caso eletrogás (CO2 , Argônio) Gases e misturas Características: - taxa de deposição - espess. soldadas 0,2 a 1,0 kg/h 0,5 a 5,0 mm - posições - tipos de juntas - diluição - faixa de corrente Todas Todas 2 a 20% Não Hélio Argônio 8 a 25 kg/h 1 a 15 kg/h 0,2 a 1,5 6 a 20 kg/h > 20 mm C.circ.0,5mm kg/h > 5 mm Pulv. 6 mm 0,1 a 50 mm Vertical Todas revest.) Todas Todas Plana//horiz. Topo/ângulo Todas Todas Todas Topo/ ângulo 50 a 60% 10 a 30% 10 a 30% 5 a 100% 10 a 80 % 75 a 300 A 60 a 500 A 10 a 400 A 350 a 2000 A 450 a 2000 A 1 a 5 kg/h >2 mm Aplicações típicas Tubos de pequenos diam. e espessura. Revestimentos a abrasão. (metalização) Maioria de metais e ligas. Tubulações, Estruturas, revestimentos Soldagem de tubulações. Vasos de pressão interno. Estruturas. 1.o passe em tubulações AL, TI, ligas Ni. Trocadores Aço inox. Vantagens Baixo custo. Portátil. Sem energia elét Controle de operação Baixo custo, Versátil, Locais de difícil acesso Alta deposição. Sem remoção de escória. Baixo hidrog. combinado Produz as soldas de melhor qualidade Soldagem de aços de baixa liga, vasos de pressão, tanques, tubos C/ costura, Soldas de grande espessura. Reatores de aço carbono e ligado. Juntas de Taxa de chapas grossas deposição alta, Sem Bom preparação de acabamento. chanfros Limitações Lento, baixa Riscos de falta Baixa taxa de Habilidade. taxa deposição de fusão. deposição. Baixa deposição Remoção de Limitado a pos. Soldadores Superaquecimento escória, Plana exc. CC e bem treinados habilidade. arco pulsante Ajuste preciso das peças. Limitação de posições. Aspectos de Segurança Radiações Grande emissão visíveis e de radiação Risco de explosão ultravioleta. ultra violeta, dos cilindros. Risco de respingos e Queimaduras choque elétrico gases Queimaduras, Gases Poucos Risco de problemas, o derramar metal arco é líquido. encoberto pelo Queimaduras. fluxo. Emissão de Posição do gases operador. (eletrogás). Emissão intensa de radiação ultravioleta. Gases emitidos Posição vertical. Requer T.T., De normalização 23 8 - Problemas relacionados a segurança em soldagem Devem ser tomadas medidas de precauções nas operações e nos locais de soldagem e corte, para se ter segurança tanto para o soldador, como para as pessoas que trabalhem em áreas próximas e para as instalações, evitando-se acidentes e não comprometendo o trabalho em execução. - Risco de choque elétricos - Contaminação por gases de soldagem - Riscos de queimaduras - Riscos de explosões - Riscos das radiações - Riscos de ferimentos 8.1 - Riscos de choques elétricos Embora o arco elétrico funcione com uma voltagem baixa, a corrente em jogo pode chegar a valores de 400 e até 1200 A como é o caso da solda com arco submerso. O soldador deve estar sempre protegido contra choques, quer seja no equipamento, quer seja nas conexões dos cabos elétricos. A utilização de luvas de raspa de couro oferece uma boa proteção para a soldagem e manuseio do alicate de solda, assim como movimentação, caso necessária, da garra de contato. As máquinas de solda devem ter o terminal de aterramento ligado no plug para essa finalidade. Quando o eletrodo, na solda com eletrodo revestido ficar colado a peça, o mesmo deve ser retirado por torção do alicate ou através de um martelo de solda, nunca com a própria mão do soldador. Evitar contatos com pinça,eletrodo,cabos, peça e qualquer parte não aterrada. 24 Os cabos devem ser mantidos em bom estado de conservação, afastados de outros cabos de energia, mesmo quando desligados e protegidos em passagens. A exposição ao circuito aberto do arco (a voltagem de circuito maberto pode chegar aos 100 V) em condições criticas de isolamento do soldador, pode ser fatal. O circuito torna-se de alto risco durante o tempo em que estiver aberto, como na troca de eletrodo ou mudança do posto de soldagem. As vítimas de choques durante a soldagem, normalmente não apresentam lesões permanentes, mas durante ou após o choque, pode haver o fenômeno de fibrilação no coração e parada respiratória. Na soldagem subaquática, toda proteção ao completo isolamento do soldaor com relação ao circuito elétrico é primordial. Assim como o equipamento de proteção e mergulho, o alicate de solda para prender o eletrodo também deve ter um isolamento seguro. È fundamental conhecer os primeiros socorros básicos de acidentes elétricos, como a massagem cardíaca e a respiração artificial. Soldagem embaixo da água Alicate para soldagem embaixo d´´agua 25 8.2- Contaminação por gases e fumos de soldagem A concentração de substancias tóxicas, gases e poeiras na atmosfera, depende do processo e tipo de material envolvido na operação de soldagem e corte. Amostras de ar devem ser coletadas para refletir a qualidade do ar disponível na área de soldagem ou corte. Quando um capacete ou máscara é utilizado, a amostra deve ser coletada sob o capacete. A ventilação deve existir mesmo que os gases e fumos desprendidos pela soldagem ou corte, não sejam tóxicos, pois podem irritar as vias respiratórias. A ventilação é um pré-requisito para o trabalho em espaços confinados e, em casos onde houver restrições, uma ventilação mecânica é requerida: 1 – em espaços menores que 285 m2 por soldador; 2 - em salas, prédios, barracões, com altura do teto menor que 5 m; 3 - em espaços confinados ou onde o espaço para soldagem contem separações, balcões,ou outras barreiras estruturais que obstruam a ventilação. Ventilação mínima requerida por soldador Diâmetro do eletrodo Ventilação requerida por soldador, mínima. pol mm m3/min 3/16 ou menor 1/4 3/8 4,8 ou menor 6,4 9,5 57 100 128 Sempre que necessário, devem ser utilizados exaustores locais para remover, junto a zona de soldagem, as fumaças e gases nocivos. Existem muitos equipamentos para essa finalidade, porém, pode ser utilizado um equipamento móvel, que o soldador posiciona bem próximo da região a ser soldada. A descarga do exaustor deve ser feita ao ar livre. 26 Existem valores mínimos exigidos para uma exaustão adequada com equipamento de coifa móvel. Zona de soldagem Do arco ou tocha 100 até 150 150 até 200 200 até 250 250 até 300 Fluxo mínimo de ar m3/min. 4,25 7,8 12,1 16,6 Gases formados durante a soldagem. Diâmetro do duto pol 3 3½ 4½ 5½ mm 75 90 115 140 Sistema de exaustão. Os fumos metálicos, constituídos por partículas de 0,005 a 2 mm de diâmetro, são formados por vapores e gases que se desprendem das peças em fusão, seja da superfície da peça, do eletrodo, do revestimento do eletrodo, de substancias associadas a solda, do tipo de fluxos ou pós e óleos protetores. Os vapores e gases, em contato com o oxigênio do ar, após resfriamento e condensação, oxidam-se rapidamente, dando origem aos fumos. A exposição de um soldador aos fumos metálicos, pode ocasionar um quadro agudo, chamado de febre dos fumos, ou febre dos soldadores.que dá origem a uma certa fraqueza, tosse e salivação excessiva. A febre do fumo provoca uma intensa sudorese acompanhada por náuseas, dispnéia, taquicardia e dores generalizadas. 27 Em uma forma mais grave, a febre alta pode ocasionar confusão mental e alucinações convulsivas. Alguns metais apresentam alto grau toxicológico que podem representar perigos a saúde do soldador, como o cobre, alumínio, chumbo, magnésio, cádmio, sílica, níquel e silicatos. 8.3 - Riscos de queimaduras A temperatura do arco elétrico pode atingir a temperatura de até 5700 0 C, dependendo do processo utilizado. A solda oxi acetilena pode atingir a temperatura de 3100 0 C, dependendo do tipo de chama utilizado. O calor provocado pelo arco elétrico pode causar queimaduras quando não existir uma proteção adequada ao soldador. Respingos de material fundido, que aparecem com maior intensidade em alguns processos de soldagem, podem causar queimaduras em locais isolados do corpo do soldador, desde que não estejam devidamente protegidos. Após a soldagem as peças podem continuar aquecidas por um longo período, dependendo da massa das partes soldadas, o que pode ocasionar, se tocadas, queimaduras, principalmente durante o manuseio para outros postos de serviço. Deve-se tomar cuidado com as pontas de eletrodos no processo de soldagem por eletrodo revestido. As sobras dos mesmos devem ser depositadas em recipiente adequado, evitando que sejam tocadas, ainda quentes, por alguma pessoa. 8.4 - Riscos de explosões Os riscos de explosões estão relacionados com a utilização de gases na soldagem e a falta de providencias adequadas na proteção e utilização desses gases. Os elementos básicos relacionados ao incêndio e explosão são: Combustão, triângulo do fogo, métodos de extinção, ponto de fulgor e limites de inflamabilidade. 28 A combustão é uma reação química de um combustível com um comburente, normalmente o oxigênio. Se a reação é fortemente exotémica com a produção de uma chama, tem-se o fogo. A triangulo do fogo representa os elementos necessários para a ocorrência do fogo: o combustível, o oxigênio e a fonte de ignição. Retirando-se o calor que inicia e mantém a combustão, extingui-se o fogo por resfriamento. Retirando-se o oxigênio (ar), extingui-se o fogo por abafamento. Ponto de fulgor é a menor temperatura na qual um líquido emite vapores em quantidade suficiente para uma mistura e ignição momentânea. O limite de inflamabilidade é a faixa de concentração, no ar de uma substancia inflamável. O menor valor é chamado de limite inferior de inflamabilidade (LIE), e o maior valor é o limite superior de inflamabilidade (LSE). As operações de soldagem ou corte são fontes potenciais de ignição de outros materiais. São muitas as formas de ignição relacionadas a soldagem:arco elétrico, problemas elétricos relacionados ao equipamento ou fiação,chama aberta, matéria aquecida ou em fusão, partículas incandescentes arremessadas, reações de oxigênio com materiais facilmente oxidáveis e tanques de gases inflamáveis. Os tanques que contiverem inflamáveis devem sofrer limpeza completa e perfeita antes do início de soldagem. Como material de limpeza pode-se utilizar: vapor ou solução de hidróxido de sódio (NaOH). Executar a completa remoção de combustíveis, graxas, etc. Utilizar ferramentas anticentelha como cobre e aço-belírio. Para uma decisão final na verificação de componentes inflamáveis utilizar explosímetro, que detectará a presença de substâncias ou misturas inflamáveis. O acetileno é um gás muito inflamável e que entra em ignição facilmente. È explosivo em quase todas as suas proporções de mistura com o ar (limite de inflamabilidade de 2,3% a 82%). 29 Evitar o acúmulo de acetileno em lugares sem ventilação adequada como poço de elevador, túneis, etc. 8.5 - Riscos das radiações O arco resultante de uma operação de soldagem, é uma fonte de elevadas temperaturas, com produção de luz muito viva. Dois são os tipos de raios nocivos emitidos pelo arco elétrico: os ultra violetas e os raios infra-vermelhos ou calóricos. Ambos produzem grandes danos a vista, se esta não for devidamente protegida. Os raios ultravioletas são quimicamente ativos e podem causar acidentes oculares, produzindo cegueira momentânea e conjuntivite. Os raios infravermelhos secam completamente certas células líquidas do globo ocular, causando complicação do cristalino. Podem levar a uma catarata profissional para comprimentos de onda na faixa de 0,0008 a 0,0015 mm Torna-se necessário e importante, a utilização de filtros. Na pele, o efeito causado é idêntico ao provocado pelos raios solares. Mesmo uma exposição rápida a estes raios pode provocar uma conjuntivite,que se manifesta algumas horas após a exposição.Neste caso o soldador deve seguir a orientação de um oftalmologista para a sua cura completa. Para proteção contra estes raios devem ser utilizados óculos com filtros pré determinados As operações de soldagem devem ser realizadas em atmosferas não inflamáveis e os materiais combustíveis devem ser separados e protegidos do risco de fogo. Onde for possível, deve-se mover o objeto ´à ser soldado para um lugar seguro. Extintores e outros equipamentos adequados de combate ao fogo devem ser mantidos próximo às operações de soldagem. 30 8.6 - Riscos de ferimentos Os riscos de ferimentos podem ocorrer com bastante freqüência, não só para o soldador, como também para as pessoas que o rodeia. Lembrar que os óculos escuros dos capacetes de proteção, os gases da soldagem e a vestimenta um tanto incomodas, podem dificultar as suas ações de movimentos. Além do alicate de solda, um soldador pode ter de usar outros instrumentos como escova de aço, martelo picador para remoção de escória, e o pirulito ou martelete para limpeza da solda. O uso de óculos de segurança e não o do capacete de soldagem torna-se mais adequado para essas finalidades, pois permite uma melhor visão da operação em andamento. Na solda oxi-acetilena, atenção deve ser tomada para a ponta da vareta de soldagem, pois, um movimento brusco do soldador pode atingir alguma pessoa que esteja verificando a solda ou mesmo algum objeto de certo risco. Neste caso aconselha-se fazer uma pequena dobra na ponta da vareta. Deve-se manter as peças à serem soldadas suficientemente presas por grampos especiais, principalmente as de pequeno porte, evitando que caiam da bancada sobre o soldador, muitas vezes ocasionando lesões principalmente nos pés e pernas. O uso de botinas, com biqueiras de aço é recomendado para evitar lesões nos choques de peças com os pés dos soldadores. 31 9 - Equipamentos de proteção pessoal Os equipamentos de proteção pessoal são projetados com a finalidade de proteger os soldadores de danos e lesões que possam ocorrer devido às condições inerentes de operações de corte e soldagem. Capacetes, Mascaras e Óculos Devem ser usados durante as operações de corte e soldagem com arco elétrico, exceto para a soldagem a arco submerso. Os óculos são também indispensáveis ao equipamento do soldador, como também para todos que devem trabalhar nos locais próximos onde se esteja realizando os serviços. Os capacetes e máscaras protegem a face, testa, pescoço e óleos contra as radiações de energia emitidas diretamente pelo arco e contra respingos e salpicos provenientes da soldagem. Os capacetes e máscaras são fabricados com materiais resistentes, leves, isolantes témicoa e elétricos, não combustíveis ou auto extinguíveis e opacos. Tanto os capacetes e máscaras, como também os óculos, devem ter a possibilidade de serem desinfetados. Na altura dos óleos do soldador, os capacetes e máscaras têm uma abertura ou janela, pela qual o soldador observa o arco. Essas janelas são adequadas para a fixação dos filtros e lentes protetoras e são projetadas de modo a facilitar a remoção e substituição destes elementos. Protetor facial para solda com elétrica. Capacete de proteção para solda elétrica. 32 Os óculos devem ter condições de assegurar uma ventilação perfeita, a fim de se evitar o embaçamento das lentes, mas de modo a não permitir a passagem lateral dos raios de luz ou partículas projetadas contra os olhos. As lentes ou lâminas protetoras são utilizadas para proteger os filtros nos capacetes, máscaras e óculos, contra respingos ou salpicos de soldagem e arranhões. As lentes protetoras devem ser transparentes, de vidro ou plástico, e não precisão ser resistentes ao impacto. Os filtros ou vidros protetores têm a função de absorver os raios infravermelhos e ultravioletas, protegendo os olhos de lesões que possam ser ocasionadas por esses raios. A redução da ação nociva das radiações, também diminui a intensidade da luz, não cansando demasiadamente os olhos do soldador durante o trabalho. Capacete moderno para solda elétrica Capacete conjugado com protetor facial Óculos para solda a gás. Capacete com sistema de exaustão dos gases 33 Ação de proteção do filtro nos raios da soldagem. Os filtros são marcados pelo fabricante, a fim de que possam, por meio de leitura, serem facilmente identificados. Quando tratados para possuírem resistência ao impacto, são marcados com a letra H. A tabela a seguir mostra os tipos de filtros à serem utilizados nos diversos processos de soldagem. Seleção de filtros de proteção para solda e corte Processo / Operação de soldagem Eletrodo revestido - do eletrodo até 5/32” – 4 mm Número do Filtro Vidro protetor 10 Eletrodo revestido - do eletrodo 3/16” até 1/4" (4,8 até 6,4 mm) 12 Eletrodo revestido - do eletrodo acima 1/4" (6,4 mm) 14 TIG 12 MIG/MAG 12 Soldagem à gás – espessuras até 1/8” (3,2 mm ) 4 ou 5 Soldagem à gás – espessuras de 1/8” até 1/2" (3,2 até 12,7 mm) 5 ou 6 Soldagem à gás – espessuras acima de ½" (12,7 mm) 6 ou 8 Corte (leve) – espessuras até 1” (25 mm ) 3 ou 4 Corte (médio) – espessuras de 1” até 6” (25 até 150 mm) 4 ou 5 Corte (pesado) – espessuras acima de 6” (150 mm) 5 ou 6 34 Os capacetes, máscaras e óculos devem ter uma boa manutenção e não devem ser transferidos de um soldador para outro, sem que antes seja efetuada a devida desinfecção destes equipamentos. Capacete de proteção com sensor eletrônico. Controle automático da luminosidade na abertura do arco. Vestuário de Proteção O vestuário mais apropriado para cada tipo de operação de soldagem ou corte, depende da natureza, tamanho e localização do trabalho a ser realizado. Estes equipamentos devem ser utilizados a fim de proteger as áreas expostas do soldador de energia emitidas pelo arco, como respingos e faíscas advindos da soldagem. Luvas Todos os soldadores devem utilizar luvas em bom estado. As luvas protegem as mãos contra queimaduras, principalmente aquelas resultantes de radiações 35 emitidas pelo arco, e também evitam o choque elétrico quando de contatos ocasionais com uma peça nua sob tensão, como por exemplo, na troca de eletrodos. As luvas variam de acordo com a natureza do trabalho, podendo ser de amianto, raspa de couro e couro. Macacões, casacos, aventais, mangas e polainas Devem se usados quando houver necessidade em função do tipo de trabalho e do processo de soldagem ou corte utilizado. Podem ser feitos de couro, amianto ou outro material resistente ao fogo. Toda a face externa do vestuário deve estar livre de óleo e graxa. Punhos, golas, e todas as aberturas do vestuário devem estar bem abotoadas, para evitar respingos e faíscas, e todos os bolsos eliminados. Soldagem sem a proteção adequada Traje completo para proteção de solda elétrica. 36 REGRAS BÁSICAS DE SEGURANÇA PARA TRABALHOS COM CORTE E SOLDA Por toda parte há riscos e perigos e muitas vezes nos sentimos perdidos sem saber ao certo para que lado devemos ir primeiro. Obviamente não há um receita única aplicável a todos os casos e tipos de empresas. Vale mesmo o velho bom senso aliado ao conhecimento técnico. No que diz respeito ao conhecimento técnico, não é de hoje que ressentimos a falta de boas fontes de consulta; a literatura destinada a prevenção de acidentes é ainda muito restrita e dentre as poucas existentes a grande maioria ainda peca pelo conteúdo essencialmente teórico de difícil aplicação no dia a dia. No tocante ao bom senso a coisa torna-se ainda mais difícil. Importante mencionar nesta parte do texto que no nosso entendimento nos cursos de formação falta ainda algo voltado ao aprendizado das técnicas de negociação ou seja - preparar o profissional para saber oferecer o produto segurança de uma maneira mais moderna e consistente. Tais ensinamentos também seriam muito úteis em cursos oferecidos a muitos dos profissionais já formados. Tem sido comum hoje em dia encontrar nos jornais anúncios classificados pedindo técnicos recém formados e por detrás de muitos destes anúncios há uma realidade oculta: a intenção de contratar alguém apenas para fazer frente as necessidades burocráticas sem atentar de forma mais firme para a grave condição de insegurança do chão de fábrica. Precisando do empregado, muitos destes colegas são maldosamente moldados pelas empresas e logo tornam-se auxiliares de todos os assuntos, legando a prevenção a segundo ou terceiro plano. Esquecem no entanto, que a responsabilidade técnica continua sobre seus ombros e muitas vezes apenas lembram disso quando já é tarde demais. O QUE MATA Por onde começar ? A resposta tem sido única: - Por aquilo que mata ! A resposta parece seca e obvia, mas na verdade não é. Pode soar estranho dizer comece pelo que mata! Mas na prática é o caminho correto num país onde a prevenção de acidentes ainda é descrita em algumas empresas como beneficio. Neste ponto é importante lembrar algumas coisas. A primeira delas é que toda empresa quer ter uma "imagem" de empresa segura - até ai nada contra - desde que não fique apenas na imagem. Com isso quero dizer, que algumas empresas tentam transformar o profissional de segurança do trabalho num verdadeiro "Vendedor de Ilusões". Querem fazer crer que há segurança no local de trabalho apenas enchendo as paredes e quadros de cartazes; realizando as tais "palestras" onde se tenta convencer o trabalhador de que os acidentes ocorrem meramente 37 por sua culpa quando na verdade o local de trabalho e suas condições impróprias são as verdadeiras causas de acidentes. Logo em seguida, impõe ao profissional técnico funções policialescas, transferindo a responsabilidade da prevenção e os conflitos dos supervisores para os ombros do profissional de segurança. Obviamente, o profissional de segurança que tal como todos demais, precisa do emprego, acaba se sujeitando a tais situações - e não deve ser diferente já que se não o fizer outra com certeza o fará. Deve no entanto, zelar para que não perca de vista os objetivos reais de sue trabalho e saber de dentro destas adversidades ir aos poucos buscando seu verdadeiro espaço com muita habilidade e tato. Na verdade, empresas que agem desta forma são "doentes no tocante a prevenção" e precisam muito dos préstimos lúcidos de profissionais prevencionistas O que mata? Na verdade tudo mata.Dizem os entendidos que a diferença entre o remédio e o veneno é a dose. Pela prática aprendemos ao longo dos anos que todos os trabalhos merecem ser checados. No entanto, corre contra nós o fator tempo. De nada adiantará um belo e amplo programa de análise de riscos se em meio a tudo isso tivermos um acidente mais grave ou fatal. Com certeza raras são as empresas que teriam tal entendimento - e diante de um fato mais grave certamente pagaria pelo evento o próprio profissional com seu emprego. Cabe então lançarmos mão do conhecido, ou seja, pautar nossos trabalhos iniciais pela experiência geral, pela estatística ou outras fontes que tivermos disponíveis. Em tais fontes fica claro que o que mais mata são as quedas de altura, os choques elétricos e as explosões e incêndios. No que diz respeito às quedas, a própria legislação fornece dados que permitem com um pouco mais de atenção o desenvolvimento de ações capazes de controlar o risco; Estamos diante na verdade da lei da gravidade; No caso da eletricidade, há também boas fontes para consulta e o atendimento a NR especifica diminui bastante a possibilidade de acidentes. Já no caso das explosões e incêndios a questão é mais complicada visto que a possibilidade da ocorrência abrange uma variedade imensa de atividades e ações, que vão desde a simples limpeza de um piso com produtos inflamáveis até o processo industrial mais complexo. Em meio a isso, estão os trabalhos de corte e solda, sem dúvida alguma, responsáveis por muitas tragédias ao longo da história, mas que infelizmente até hoje são realizados sem cuidados de segurança. Sobre este tipo de trabalho, estaremos falando a seguir. Na verdade não temos como esgotar o assunto, mas com certeza estaremos fornecendo alguns caminhos para que se faça um bom trabalho. 38 CHAMAS ABERTAS E FAGULHAS O que nas indústrias químicas - por serem conhecedoras dos riscos - é uma constante preocupação - na maioria dos locais de trabalho geralmente é tratado sem maiores cuidados. Na história das explosões - chamas abertas e fagulhas são uma constante. Neste ponto a questão da ignorância assume uma importância fundamental; Ninguém quer uma explosão, mas raramente as pessoas associam que um simples fagulha pode ser causa de um acidente tão grave É essencial que toda empresa tenha claramente definido e divulgado um procedimento a ser aplicado nos serviços de solda, corte, lixamento e outros trabalhos com chamas abertas ou que produzam fagulhas. Engano comum ocorre em algumas empresas, onde tais atividades não existem em seu processo produtivo, mas que ocorrem eventualmente em trabalhos de manutenção. O mesmo engano ocorre em empresas cuja atividade não exige a existência de uma equipe própria de manutenção, mas como em qualquer prédio ou instalação vez por outra ocorrem reparos e reformas feitos por terceiros. Portanto, o procedimento deve existir já que em algum momento, seja por empregado, seja por terceiro algum trabalho desta natureza vai ser realizado. Este deve ser o primeiro ponto de um procedimento para trabalhos com corte, soldas e similares - HABILITAÇÃO DOS EMPREGADOS. Tanto na realização dos trabalhos internamente, como na contratação de serviços devemos EXIGIR que tais profissionais possuam certificado de participação em curso especifico. Além disso, devemos ter o mesmo procedimento com relação a exigência de treinamentos para prevenção de acidentes, primeiros socorros e Prevenção e combate a incêndios. Agindo desta forma, com certeza estaremos minimizando muito os riscos de acidentes.Caso em sua empresa existam muitas pessoas treinadas para este finalidade, recomenda-se a criação de um banco de dados para controle das mesmas e até mesmo a emissão de uma identificação especifica para tais empregados. Uma questão importante é definir um critério de tempo para validade deste comprovantes de habilitação, já que pode ocorrer de profissionais com treinamentos feitos há muito tempo não conhecerem tecnologias e processos mais modernos. Recomenda-se que a validade não seja superior a dois anos, mesmo tempo que devemos tomar como referência para programarmos reciclagens para os empregados da própria empresa. Um outro ponto importante é a questão dos EPI utilizados pelos soldadores assunto amplamente tratado pela literatura especifica - mas que raramente mencionam que estes devem estar isentos de óleo, graxa, e líquidos inflamáveis. Por mais obvio que pareça, na prática isso raramente é checado. 39 SISTEMA DE CONTROLE As OS (Ordens de Serviço) são muito comuns nas grandes empresas, onde recebem inclusive outros nomes conforme a organização local. Através delas busca-se garantir que todos os trabalhos que impliquem em maiores riscos sejam controlados e em alguns casos submetidos previamente a analise do SESMT. Cabe aqui ressaltar que trata-se de uma verdadeira faca de dois gumes, visto que o profissional deve ter convicção de que seu conhecimento técnico irá mesmo contribuir para a realização do trabalho mais seguro, caso contrário, passará a ser mais um documento desfavorável no caso de um acidente. Prevenção de acidentes deve ser algo que contribua para o bom andamento das coisas, jamais deve ser um empecilho burocrático. O entendimento real passa pela utilidade que temos de garantir a continuidade do processo e atividades da empresa e não ficar gerando proibições absurdas. Com isso quero dizer que na definição de um sistema de OS devemos deixar claro quais as áreas estão submetidas a este processo. Obviamente existem áreas regulares a esta finalidade, tais como cabines, bancadas ou áreas designadas onde a presença de chamas abertas é normal, comum e segura, o mesmo ocorrendo em locais onde a solda é o processo em si. Entende-se, que tais locais esteja dotados de sistemas de exaustão e outros meios preventivos, como no caso das soldas a arco elétrico - os biombos - para impedir a propagação de radiações. For a estas situações acima mencionadas, geralmente os demais trabalhos devem ser submetidos a autorização prévia. Atenção mais do que especial deve ser dada com trabalhos desta natureza forem ser realizados em espaços confinados, onde os riscos tornam-se potencialmente muito mais graves. O procedimento para autorização dos serviços deve ser claro, escrito em linguagem compreensível pelos executantes. No caso de locais onde os riscos sejam constantes e significativos, o procedimento deve deixar claro logo em seu inicio que sempre que possível outros meios são preferidos nos casos onde o emprego de aparelhos de solda e lixamento possam ser substituídos. Importante também mencionar que sempre que possível os materiais ou peças a serem soldados ou lixados deverão ser removidos para locais mais apropriados. Deve estar claro também neste procedimento, a necessidade de haver nas proximidades equipamentos para combate a incêndio - compatíveis a classe da operação, bem como as seguintes verificações: 40 a. No caso de piso de madeira deve ser providenciado o umedecimento do mesmo ou cobertura com areia. Cuidados especiais com divisórias de madeira b. Verificar a existência de encanamentos abertos, galerias de água e esgoto e outras aberturas que possam conter líquidos ou vapores inflamáveis. c. Checar aberturas no piso e/ou frestas que possam possibilitar a passagem de fagulhas para pisos inferiores. d. Verificar a utilização/realização nas proximidades de atividades com uso de tintas ou outros produtos inflamáveis, bem como e principalmente a existência de resíduos de líquidos inflamáveis ou outros materiais combustíveis. e. Checar mobiliário e instalações que possam ser atingidas pelas chamas ou calor. f. Em todos os casos, materiais inflamáveis devem ser retirados, quando não possível devem ser cobertos por mantas apropriadas. Como afastamento mínimo sugere-se a distância de 12 metros. Nos casos mais complexos, deve se prever também a necessidade de acompanhamento seja por bombeiro industrial - no caso onde estes existam - ou mesmo pela Brigada de Incêndio. Tal presença pode ser decisiva para a contenção do fogo na sua fase inicial evitando um incêndio. Devem ficar claros também que algumas situações, devido ao potencial de riscos, deverão ser tratadas como especiais. Isso vai depender muito da natureza da atividade desenvolvida, mas em comum: dutos de exaustão de cabines onde são utilizados materiais inflamáveis, tanques de óleo, tambores e latões anteriormente usados com líquidos ou gases inflamáveis. Etc. OS EQUIPAMENTOS Tão importante quanto aos controles realizados no homem e no método e o controle que deve ser feito nos equipamentos. Para a obtenção de um padrão de segurança deve ficar claro no procedimento, alguns requisitos a serem exigidos. Mais importante do que o procedimento é a realização da verificação dos mesmos. Recomenda-se que no caso da contratação de serviços, a mesma seja realizada na chegada do equipamento e caso o serviço dure um certo tempo, periodicamente. No caso dos equipamentos da própria empresa deve ser criada uma sistemática de revisões, cuja freqüência não ser superior a 6 meses. Para ambos os casos, caso seja possível, facilita muito a geração de um meio (selo ou ficha) que permita a identificação imediata de equipamentos OK. 41 No caso dos equipamentos para soldagem a arco elétrico, devemos garantir que todos estejam aterrados durante todo o tempo de uso e que a fiação utilizada para conexão a rede elétrica esteja em perfeitas condições de uso, com ênfase em especial as possíveis emendas e seus isolamentos e que esta fiação não possam ser atingidas por veículos ou carrinhos manuais. O cabos de solda devem ter o mesmo tamanho e caso exista necessidade de emenda esta só pode ser feita por conector apropriado. Recomenda-se ainda que os meios de fixação dos cabos de solda sejam de bronze. Retificador de solda elétrica e fixação dos cabos Já para as operações com oxiacetileno, devem observar pelo menos as seguintes regras: Instalações em pontos fixos: Nos terminais das tubulações onde são conectadas as mangueiras deve existir um registro de fechamento rápido e estes devem estar soldados na tubulação. Após o registro de fechamento de acetileno, na extremidade da tubulação deve existir válvula contra retrocesso de chamas. Após o registro de oxigênio, deve ser instalado um regulador de pressão de um estágio. Na tubulação de acetileno, a utilização de regulador de pressão deve ser feita na central de distribuição de gases. No tocante as mangueiras devem ser seguidas as mesmas instruções mencionadas a seguir para os conjuntos portáteis. 42 Conjuntos Portáteis Devem preferencialmente ser montados sobre um carrinho metálico, com rodas metálicas ou de borracha, dotado de separador entre os cilindros e suportes para fixação do mesmos. Sistema portátil de solda a gás Neste carrinho deve haver ainda suporte para as mangueiras e um compartimento com orifícios de ventilação onde serão guardados os maçaricos. Recomenda-se que este compartimento seja trancado com cadeado. Conjunto para guarda sos equipamentos de soldagem, acoplado ao carrinho de solda Os cilindros só podem ser manuseados ou transportados com seus capacetes de proteção e mesmo quando vazios devem estar presos, sempre na posição vertical. 43 Caso por algum motivo acidental o cilindro de acetileno venha a ficar na horizontal e necessário deixa-lo em pé por 24 horas antes de coloca-lo em uso. Cilindros com vazamento não devem ser utilizados, bem como deve ser proibida a transferência de gases de um cilindro para outro. A abertura de válvulas dos cilindros devem ser feita manualmente, sendo expressamente proibida a utilização de martelos e outras ferramentas. Devem ser providos de reguladores de pressão, de dois estágios, sendo que a finalidade do primeiro e reduzir a pressão de entrada e a do segundo, através do parafuso de regulagem manual, reduzir a pressão do primeiro estágio para a pressão de trabalho desejada. No caso do acetileno a pressão nunca deve exceder 1,05 kgf/cm2. Disposição correta dos registros de controle de pressão dos cilindros. O cilindro de acetileno deve sempre estar acompanhado de chave adequada que permita o rápido fechamento da válvula. Para acender o maçarico deve ser utilizado um equipamento próprio ou isqueiro a gás, jamais devendo ser utilizada chama. O conjunto deve sempre ser mantido for a do alcance das fagulhas e em hipótese alguma deve-se permitir que cilindros ou tubulações de oxigênio fiquem em contato com óleos, graxas e fontes de calor. Atenção especial deve ser dada a guarda dos conjuntos quando não estiverem em uso. Tal local deve ser clara e previamente definido e sinalizado. No que diz respeito as mangueiras, deixamos o assunto propositadamente para o final.. A de oxigênio deve ser verde e a de acetileno vermelha, ambas com no máximo 10 metros de comprimento, sendo que maiores do que estas apenas com a aprovação da Segurança do Trabalho. 44 As conexões com as válvulas e canetas devem ser feitas com braçadeiras. Quanto as emendas - fica aqui um critério de decisão conforme a atividade da empresa - sendo recomendáveis que não existam e caso sejam autorizadas no máximo em número de duas e feitas com braçadeiras. Junto ao regulador de pressão do cilindro de acetileno deve ser instalado um dispositivo de segurança contra retrocesso de chamas. Suporte para enrolar as mangueiras de oxigênio e acetileno.