Caracterização Morfológica de Filmes Finos de TiO2 R. P. Costa*, M. A. G. Silveira e E. F. Chinaglia Centro Universitário da FEI – Departamento de Física – São Bernardo do Campo * [email protected] Resumo Amostras de filmes finos de TiO2 foram estudadas a fim de se verificar a influência do substrato na formação da estrutura granular dos filmes. Sua morfologia foi analisada por Microscopia de Força Atômica, revelando que substratos cristalinos tendem a gerar grãos de diâmetro médio maior e também maior rugosidade RMS. Foi notada uma variação da medida de rugosidade RMS em função da escala de varredura, indicando que esses valores devem ser acompanhados pela escala de medição, e valores obtidos em escalas distintas não devem ser comparados. Introdução Filmes finos de TiO2 vêm sendo utilizados, dentre outras aplicações, como materiais semicondutores em células solares. Suas propriedades físicas dependem intrinsecamente da microestrutura, que pode ser estudada pela Microscopia de Força Atômica. A rugosidade e o tamanho de grão são determinados nos estágios iniciais da formação do filme, quando ocorre a nucleação dos primeiros grãos. Fica evidente a importância de se estudar a morfologia dos filmes depositados sobre diferentes substratos. Procedimento Experimental A Microscopia de Força Atômica foi utilizada para analisar a microestrutura de filmes finos de TiO2 depositados por sputtering reativo sobre carbono amorfo (C), silício cristalino (Si) e ITO/vidro (Indium Tin Oxide, cristalino). As amostras com mesmo número de série apresentam os mesmos parâmetros de deposição. Para cada amostra, a rugosidade RMS foi obtida para imagens de várias escalas de varredura. Para cada escala, cinco imagens de diferentes regiões da superfície foram adquiridas, a fim de se calcular um valor médio. Figura 2 – Rugosidade RMS em função da escala para a amostra 2515/ITO. Resultados A série 22XY nos mostra que para substratos cristalinos temos uma rugosidade semelhante [Tabela 1]. Para as séries 25XY, os filmes depositados sobre C apresentaram tamanho médio de grão menor e valores baixos de rugosidade RMS (da ordem de 2nm). Já sobre ITO/vidro, grãos de tamanho médio maior e rugosidade em torno de 20nm [Figura 1]. O gráfico da Figura 2 revela que a rugosidade é diretamente proporcional à escala da varredura, até que se atinja um ponto de saturação. (a) (b) (c) (d) (e) (f) Figura 3 – 2515/ITO (a) 0,25μm; (b) 0,5μm; (c) 1 μm; (d)2μm; (e) 4μm; (f) 10μm Conclusões (a) (b) Figura 1 – (a) 2519/C; (b) 2519/ITO Tabela 1 – Rugosidade RMS para escala de varredura de 2μm Os resultados mostram que a nucleação do filme está ligada às características cristalinas do substrato (epitaxia). Substratos de estrutura cristalina tendem a gerar grãos de diâmetro médio maior do que aqueles de estrutura amorfa. Analisando imagens desses filmes, notamos também que a rugosidade depende da escala em que se faz a medição, e por isso deve-se indicar em qual escala a rugosidade foi medida. Referências [1] T. Windt, Fabricação e Caracterização de Filmes Finos de TiO2 Utilizados em Dispositivos Óptico-eletrônicos (2008); [2] M. A. G. Silveira, Estudo de Expoentes Críticos de Filmes de Diamante por Microscopia de Força Atômica. Agradecimentos Os autores agradecem ao Centro Universitário da FEI pelo apoio financeiro.