RESUMO GONZÁLES, Ana Inês. Coronariopatas e hipertensos praticantes de dança de salão apresentam melhor função sexual e aptidão física que participantes de programa de reabilitação e sedentários. 2013. Dissertação (Mestrado em Ciências do Movimento Humano ? Área: Atividade Física e Saúde). Universidade do Estado de Santa Catarina ? UDESC. Programa de Pós-graduação em Ciências do Movimento Humano, Florianópolis, SC. Introdução: A disfunção sexual apresenta grande prevalência na população mundial, algo que tem sido associado às doenças cardiovasculares. Sabe-se que o exercício físico é método eficaz no tratamento da disfunção sexual nesta população e que a dança de salão, recentemente vem sendo considerada uma atividade capaz de exigir esforços semelhantes aos exercícios aeróbios tradicionais. Neste sentido, é plausível afirmar que a dança de salão possa proporcionar relevantes benefícios na função sexual de pacientes elegíveis para programas de reabilitação, o que nos motivou a desenvolver um estudo com este objetivo. Métodos: Estudo epidemiológico transversal, com 102 indivíduos de ambos os sexos, divididos em três grupos distintos: o primeiro grupo foi composto por praticantes de dança de salão (GD/ n=35; 66,47±6,66 anos); o segundo grupo por participantes de um Programa de Reabilitação Cardíaca Convencional (GR/ n=37; 66,61 ±6,3) e o terceiro por indivíduos sedentários (GS/ n=34; 66,17±6,73). Os homens foram submetidos à avaliação da função sexual pelo Índice Internacional de Função Erétil (IIFE), as mulheres pelo Índice de Função Sexual Feminino (IFSF), a determinação da aptidão cardiorrespiratória pelo teste cardiopulmonar e avaliação da qualidade de vida pelo Medical Outcomes Study 36 ? Item Short ? Form Health Survey (SF-36). Na análise estatística foi usado o teste Korgomorov-Smirnov, análise de variância (ANOVA), Kruskal-Wallis, teste de MannWhitney, Spearman, e análise de regressão logística com determinação da razão de chance (Odds Ratio), utilizando intervalo de confiança de 95%, ajustada por sexo. Para todas as análises foram considerados estatisticamente significantes os valores iguais ou inferiores a 5% (p ? 0,05). Resultados: A prevalência de disfunção erétil foi observada em 39% dos homens, sendo 27,3% nos indivíduos do GD, 45,5% no GR e 54,5% no GS. Já nas mulheres, a disfunção sexual representou 68%, sendo atribuídos 52,2% ao GD, 65,2% ao GS e 87% no GR. Na análise de correlação foi observada correlação positiva baixa para presença de disfunção sexual em mulheres do GR, e correlação negativa baixa para mulheres do GD. Na análise de regressão logística observou-se que, homens e mulheres praticantes de dança de salão demonstraram menor razão de chance em desenvolver disfunção erétil e sexual, respectivamente. Houve diferença entre os grupos nas variáveis VO2pico e consumo de oxigênio (VO2) no primeiro limiar ventilatório (LV1), com média superior no GD. Adicionalmente, o GD apresentou um VO2pico superior de 16% em comparação ao GR e de 21% em comparação ao GS. Já no GR, um VO2pico superior de 5% foi observado em comparação ao GS. Em relação aos domínios da qualidade de vida, houve diferença estatística nos domínios capacidade funcional e escore total entre GR e GS, sendo atribuído melhor escore ao grupo reabilitação. Não houve diferença nestes domínios quando comparados GD e GR. No domínio aspectos emocionais, foi demonstrada diferença nos escores do GD e GR, em comparação ao GS. Não sendo evidenciadas diferenças entre os grupos dança e reabilitação. Houve diferença no domínio saúde mental, entre GR e GD, com maior escore atribuído ao GR. Não houve diferença entre os grupos nos outros domínios. No escore total, os grupos apresentaram qualidade de vida boa à excelente. Apenas nos sedentários foi observada a classificação ruim, que foi atribuída aos aspectos emocionais. Conclusão: No presente estudo verificou-se que homens e mulheres coronariopatas e hipertensos praticantes de dança de salão tem uma menor prevalência e apresentam baixo risco para a disfunção erétil e disfunção sexual. Adicionalmente, demonstram melhor aptidão física e qualidade de vida semelhante em comparação a coronariopatas e hipertensos praticantes de exercícios convencionais. Palavras-chave: Disfunção erétil. Qualidade de vida. Prevalência.