A APIFARMA E AS EMPRESAS FARMACÊUTICAS NACIONAIS SUAS ASSOCIADAS repudiam as iniciativas hoje aprovadas na Assembleia da República e em particular a generalização da prescrição por denominação comum internacional Na actual situação do País, em que todos os sectores são poucos para contribuir para o seu desenvolvimento económico e social, a APIFARMA lamenta que o Parlamento tenha hoje aprovado duas iniciativas, uma sobre prescrição de medicamentos por denominação Comum Internacional (DCI) e outra sobre dispensa, no ambulatório, de medicamentos em dose unitária, ao arrepio de qualquer estudo, análise ou fundamentação técnica sustentada. A APIFARMA lamenta, mesmo sabendo que os projectos baixaram à respectiva Comissão de Saúde, que o processo não tenha acautelado a audição dos diversos intervenientes na área do medicamento. É de salientar, ainda, que o momento escolhido para a introdução de novas medidas na área do medicamento, tendo em conta que em 2010 foram introduzidos cortes de 13%, sem paralelo em nenhum outro sector de actividade, estando ainda a concretizar-se a implementação das últimas medidas tomadas pelo Governo e que irão obrigar a mudanças estruturais na cadeia de valor do medicamento. A APIFARMA e as COMPANHIAS FARMACÊUTICAS DE BASE NACIONAL não compreendem que se altere o regime da prescrição por DCI actualmente em vigor e consideram, ainda, que uma eventual generalização da prescrição por DCI terá consequências catastróficas no seu modelo de actividade, uma vez que uma tal modificação porá em causa o licenciamento em Portugal de empresas nacionais por empresas internacionais, afectando 50-80% do seu volume de actividade. Para a APIFARMA e as EMPRESAS FARMACÊUTICOS DE BASE NACIONAL a tomada de medidas deste âmbito e desta forma constitui uma total irresponsabilidade política que colocará levianamente em causa mais de 1000 postos de trabalho, boa parte da capacidade industrial farmacêutica e exportadora instalada em Portugal e limitando o seu potencial de investimento e desenvolvimento de I&D em parcerias que têm surgido nos últimos anos. Acresce, ainda, que tal medida, ignorando o actual contexto de acesso do doente ao medicamento, não vem defender nem acautelar o interesse do doente, antes a prescrição por DCI de forma generalizada terá consequências muito graves em termos de adesão à terapêutica, as quais não estão a ser consideradas, nem as inerentes implicações em termos de Saúde Pública. E a este respeito não se entendem os 1 mecanismos burocráticos e inviáveis que preconizam para a monitorização das prescrições médicas. A APIFARMA e as empresas de base nacional lamentam a aprovação de medidas desgarradas, seguindo práticas sem paralelo na União Europeia, o que constitui uma total irresponsabilidade técnica e prática relativamente às mesmas, esperando que a análise de tais projectos em sede de Comissão de Saúde possa acautelar todas estas implicações. Lisboa, 13 de Outubro de 2010 2