Raízes de funções: o método de NewtonRaphson Cálculo Numérico, Aula 03, Rev. 01 Data: 21/8/2012 Página 1 de 3 Raı́zes de Funçõ es: o Mé todo de Newton-Raphson Raízes de Funções Já vimos na aula passada que encontrar raízes de funções é um tipo de problema comum que surge na solução de diversos problemas de engenharia. Uma raiz de uma função é o valor da variável independente (abscissa) para o qual a função assume o valor de zero no eixo das ordenadas. Figura 1 – Raiz de uma função Vimos anteriormente o método da bisseção e dissemos que ele era fácil de implementar e robusto, pois se o intervalo contiver a raiz, ele vai achar! Por outro lado, dissemos também que era demorado, ou melhor: ineficiente. Em geral, o método da bisseção precisa de vários passos para encontrar uma raiz aceitável da função pesquisada. Vamos ver agora um método que é um pouco mais difícil, um pouco menos robusto, mas que “acelera” na direção da resposta e, portanto, é bem eficiente. Raízes de funções: o método de NewtonRaphson Cálculo Numérico, Aula 03, Rev. 01 Data: 21/8/2012 Página 2 de 3 O Método de Newton-Raphson O método se baseia em sucessivas substituições da função por sua reta tangente, combinando duas ideias básicas: linearizações e interações. Para estabelecer uma expressão analítica para o cálculo de sucessivas aproximações à raiz da função (ver Figura 1), observamos que a tangente do ângulo θ pode ser obtida tanto da definição da função trigonométrica tangente quanto pela derivada de ponto no (inclinação da reta tangente). Figura 1 – Ilustração do Método de Newton-Raphson Assim, a seguinte expressão pode ser obtida: tan Sendo a derivada da função . Da expressão acima podemos obter uma expressão para cada nova aproximação da raiz, : Raízes de funções: o método de NewtonRaphson Cálculo Numérico, Aula 03, Rev. 01 Data: 21/8/2012 Página 3 de 3 Note nessa expressão que tudo o que precisamos para começar é um ponto inicial que será nossa primeira estimativa para a raiz e, daí por diante, o próprio algoritmo deve conduzir à solução. Veja o roteiro passo-a-passo: 1. Definir um valor candidato à raiz inicial, e uma tolerância tol; 2. Obter um novo candidato à raiz através de: 3. Se | |< então é a raiz, caso contrário voltar ao passo 2 e obter um novo candidato. Exemplo Considere o polinômio 5 + 17 + 21, com uma tolerância de 1 x 10-3 para o nosso algoritmo. A derivada do polinômio acima é da forma 3 10 + 17. Usando o roteiro de cálculo passo-a-passo e começando com uma estimativa de raiz 1 temos: 1 Como | 0,9333 | 2 30 0,9333 0,0343 > 10# , então precisamos prosseguir até que esse valor absoluto da função avaliada no candidato à raiz seja menor que a tolerância e possamos aceitar como um zero da função. O que no caso desse exemplo, só vai acontecer na próxima iteração: 0,9321, com 0,9321 1,1571 × 10#% , um valor abaixo da tolerância e, portanto, válido como uma raiz do polinômio.