Centenário de Abdias Nascimento
Programa MAR na Academia
SEMANA LILIAN THURAM
março 2014
[entrada franca]
ÁFRICA HOJE NO MAR
CENTENÁRIO DE ABDIAS NASCIMENTO
PROGRAMAÇÃO 2014
março
Semana Lilian Thuram
Ciclo de Cinema Nova África - Programa 1 - Filmes Fundadores do Cinema na África
agosto
Seminário Pensamento e Política
Ciclo de Cinema Nova África - Programa 2 - As Imagens da África Hoje
novembro
Seminário Literatura e Poesia
Ciclo de Cinema Nova África - Programa 3 - Ciclo Mzansi - The Reel South Africa
Saiba mais em museudeartedorio.org.br
[capa] Fotos/photos: Felipe Branquinho
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O Museu de Arte do Rio lança em sua programação cultural o pensamento em
do centenário, o MAR publicaremos um livro educativo com “manual de
torno da cultura afro-brasileira e das relações entre o Rio e a África. O Progra-
ativação de ideias e ideais de Abdias Nascimento” para a rede pública de
ma África Hoje no MAR inaugura-se em 2014 em comemoração do cente-
ensino. A presença de Lilian Thuram inicia, portanto, um processo que se
nário do ativista do movimento negro Abdias Nascimento. A programação se
constituirá em parte do legado da Copa nas ações do MAR.
desdobra em três grandes blocos de ações ao longo do ano e contemplará
seminários, conferências e ciclo de cinema, além de atividades como encontros com professores, líderes e associações do movimento negro.
Instalado na região portuária, conhecida como Pequena África, por ter sido a
porta de entrada dos imigrantes africanos escravizados no período colonial,
o Museu estabelece especial interlocução com a herança africana, seja por
Em março, o Museu recebe, com o apoio do Consulado da França no Rio
meio da constituição de Núcleos Significativos de seu acervo, seja por meio
de Janeiro, o ex-jogador da seleção francesa de futebol, campeã mundial de
da atuação pedagógica de sua Escola do Olhar.
1998, e atual ativista do movimento negro Lilian Thuram. O MAR agradece a
António Pinto Ribeiro, da Fundação Calouste Gulbenkian, pela concepção do
programa África Hoje no MAR e pelo convite a Thuram. Agradecemos também à Fundação Roberto Marinho, a Alvaro e Fátima Otero e a Paulo Roberto
Santi pela formação da coleção afro-brasileira do Museu. Somos igualmente
gratos a Elisa Larkin Nascimento, pela incorporação desta programação à
agenda do centenário de Abdias Nascimento.
Durante a semana da visita, estão programadas uma conferência de Thuram
no Auditório da Maison de France, além de encontros com grupos reservados, entre pesquisadores e ativistas do movimento negro e professores e
alunos de escolas da cidade do Rio de Janeiro. A tônica das atividades é a
Ao Museu interessa preservar a materialidade da contribuição negra para
a conformação da cidade do Rio de Janeiro, e também refletir, no âmbito
acadêmico, por meio do programa MAR na Academia, sobre os vários significados dessa presença nos campos da arte, da cultura, da antropologia e
da educação. Para tanto, mantém diálogo com pesquisadores das universidades cariocas, que participam em várias instâncias dessa programação. O
Museu se coloca assim como espaço de escuta e reverberação das questões afro-brasileiras na atualidade.
Paulo Herkenhoff
Diretor cultural
reflexão sobre a educação contra o racismo.
Para combater o preconceito é importante compreender que cor, sexo, religião ou habilidades físicas não são características determinantes de hierarquias sociais mas sim da singularidade de cada indivíduo e da oportunidade
que todos têm de contribuir para uma sociedade mais justa.
Discutir o racismo por meio da educação, com a presença de um dos mais
importantes ativistas da atualidade, é a maneira que o MAR elegeu para se
engajar na homenagem a Abdias Nascimento. Ao final das comemorações
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ÁFRICA HOJE NO MAR
Centenário de Abdias Nascimento
Um dos grandes acontecimentos do século XX, quer para a história da humanidade, quer para a história das mentalidades e da cultura, foi a descoberta, na região de Hadar, na Etiópia, do esqueleto de Lucy, considerado a prova
de que a humanidade nasceu na África e, portanto, todos descendemos dos
africanos. Esse fato, na sua crueza, veio desconstruir um conjunto de clichês
que tantas vezes suportaram afirmações racistas. Veio também chamar atenção para a história de um continente sobre o qual se sabe tão pouco, e o que
se sabe nem sempre é verdadeiro e, poucas vezes, dignificante. Exemplos
dessa falsa visão são as muitas notícias produzidas pela mídia sobre a África.
O escritor Binyavanga Wainaina, no texto “How to write about Africa”, de
2005, traduzido em mais de 30 línguas, com fino humor listou todos os lugares-comuns, preconceitos e clichês utilizados para escrever sobre a África,
em sua totalidade ou em relação a aspetos particulares. Essas expressões
revelam formas neocoloniais de abordar o continente. Uma passagem do
texto é ilustrativa da quantidade de narrativas que, pretendendo dar visibilidade à África, não fazem senão contribuir para um distanciamento cultural: “Ao
estará condenada”.
Se estudarmos o período pré-colonial – antes de uma lobotomização generalista feita pelo colonialismo e continuada, muitas vezes, por outras formas de
neocolonialismo, durante os períodos imediatos a muitas independências, há
pouco mais de três décadas –, damo-nos conta da enorme grandeza cultural
e artística desse continente. Mas não basta olhar o passado. O Brasil, com
sua longa história da presença africana, iniciada de maneira extremamente
negativa com o tráfico dos escravos negros e a sua exploração durante séculos, reconhece agora, nomeadamente através dos estudos dos currículos
das escolas, essa presença significativa no DNA do seu povo e da sua cultura antiga e mestiçada.
Contudo esse olhar para o passado não é suficiente e pode até ser contraproducente ao criar muitos equívocos e clichês, como o de que todos os africanos são corruptos, miseráveis ou improdutivos. No entanto, uma das maravilhas da África é a diversidade de pessoas, etnias, regimes políticos, flora,
fauna, clima (entre a neve e temperaturas de 50º C) e produção artística, além
de uma massa crítica intelectual que se cria e se difunde todos os dias.
longo do livro, empregue sotto voce, em cumplicidade com o leitor, e um tom
É esta África de hoje que o Museu de Arte do Rio quer dar a conhecer a partir
triste de quem viu as suas expectativas goradas. Deixe desde logo claro que
de agora com várias programações cujos protagonistas são majoritariamente
o seu liberalismo é impecável, e mencione pouco depois do início o quanto
africanos – residentes ou da diáspora. A intenção é que possamos nos sentir
ama África, como se apaixonou por ela e como não pode passar sem ela.
todos e, com orgulho, um pouco mais africanos. Como dizia o bispo figura
África é o único continente que se pode amar – tire partido disso. Se for um
fundamental na reconciliação africana pós-apartheid: “Somos todos africa-
homem, lance-se pelas mornas florestas virgens adentro. Se for uma mulher,
nos, peço desculpa”.
trate África como um homem que veste roupa apropriada para a selva e
que desaparece em direção ao pôr do sol. África deve inspirar piedade, ser
venerada ou dominada. Qualquer que seja o ângulo a adotar, o importante é
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deixar a forte impressão de que, sem a sua intervenção ou o seu livro, África
António Pinto Ribeiro
Coordenador geral
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SEMANA LILIAN THURAM
Quando eu era criança, mostraram-me muitas estrelas. Admirei-as e
sonhei com elas: Sócrates, Baudelaire, Einstein, Marie Curie, o general
De Gaulle, Madre Teresa de Calcutá… Contudo, nunca ninguém me
falou de uma estrela negra. As paredes das salas de aula eram brancas, como eram brancas as páginas dos livros de história. Eu ignorava
tudo acerca dos meus antepassados. Apenas se falava em escravatura. Apresentada dessa maneira, a história dos negros resumia-se a
um vale de lágrimas.
Lilian Thuram
Lilian Thuram nasceu na ilha de Guadalupe, em 1972. Jogador de futebol
com amplo reconhecimento internacional, foi campeão do mundo em 1998,
campeão da Europa em 2000 e vice-campeão do mundo em 2006, tendo
ainda conquistado vários títulos a serviço de diversos clubes. Até 28 de outubro de 2008, deteve o recorde de presença na seleção francesa. Nesse
mesmo ano criou a Fondation Lilian Thuram - Éducation contre le Racisme.
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Lilian Thuram - Foto: divulgação
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Programação
março 2014
EVENTOS ABERTOS AO PÚBLICO
terça 11 19h30 Teatro Maison de France
[Avenida Presidente Antônio Carlos, 58 - Centro]
conferência Educação contra o Racismo
com Lilian Thuram e mediação de Macaé Evaristo (Secretária de Educação
EVENTOS PARA GRUPOS RESERVADOS
terça 11 14h Auditório do MAR
aula Minhas Estrelas Negras
Lilian Thuram fala aos participantes da Universidade das Quebradas.
quarta 12 10h Ginásio Experimental Olímpico Félix Mielli Venerando
[Rua Carlos Seixas, s/n - Caju]
Lilian Thuram fala aos alunos e professores da escola.
Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão, Secadi)
quarta 12 14h Auditório do MAR
inscrições pelo site www.museudeartedorio.org.br
encontro de Lilian Thuram com pesquisadores acadêmicos ou ligados a institui-
[haverá tradução simultânea]
ções de defesa dos direitos negros, sobre o racismo no Brasil.
terça 11 a sexta 14 17h sábado 15 14h e 17h Auditório do MAR
inscrições pelo site museudeartedorio.org.br
ciclo de cinema Nova África – Programa 1 – Filmes Fundadores do Cinema na
quinta 13 10h Circuito da Herança Africana e ao Instituto de Pesquisa Pretos Novos
África
[Rua Pedro Ernesto, 36, Gamboa]
sexta 14 12h às 22h30 Galpão da Cidadania
[Rua Barão de Tefé, 75 – Gamboa]
Lilian Thuram conversa com o professor Reinaldo Bernardes Tavares e com
Merced Guimarães.
programação Os Ancestrais do Valongo - 100 Anos de Abdias Nascimento
quinta 13 14h CIEP Brizolão 449 Governador Leonel de Moura Brizola
[ver programação completa em ipeafro.org.br]
[Rua Carlos Ermelindo Martins, Charitas - Niterói]
Lilian Thuram fala aos alunos e professores da primeira escola pública bilíngue do país.
sexta 14 10h Auditório do MAR
entrega do prêmio Comdedine de Pesquisa Escola 2013
Lilian Thuram participa da cerimônia de entrega do prêmio para professores e
alunos da rede municipal de ensino.
sábado 15 13h Morro do Alemão
encontro de Lilian Thuram com jovens escritores cariocas [organização e parceria
Festa Literária das Periferias, Flupp].
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OS ANCESTRAIS DO VALONGO 100 ANOS DE ABDIAS NASCIMENTO
Abdias Nascimento nasceu em Franca (SP) em 1914, filho do sapateiro e
músico José Ferreira do Nascimento e da doceira e ama de leite Georgina
Ferreira do Nascimento. Formou-se em economia pela Universidade do Rio
Com a Semana Lilian Thuram o MAR integra-se às homenagens pelo centenário
de Janeiro em 1938 e foi o primeiro diplomado do histórico Instituto Superior
de Abdias Nascimento. A série de eventos Os Ancestrais do Valongo - 100
de Estudos Brasileiros (Iseb), em 1957.
Anos de Abdias Nascimento, organizada pelo Ipeafro, ocorre no Dia do Ativista,
data instituída na cidade do Rio de Janeiro por meio da Lei 5542/2009.
Fundou, em 1944, o Teatro Experimental do Negro (TEN), que rompeu com
a barreira racial no teatro brasileiro, e foi pioneiro ao vincular a luta contra a
discriminação à valorização da herança cultural africana. Atuou, a partir de
1950, como curador do projeto Museu de Arte Negra do TEN.
Viveu no exterior durante 13 anos, afastado do regime militar brasileiro, período em que lecionou nas universidades Yale, Wesleyan e do Estado de Nova
York, nos Estados Unidos; e Obafemi Awolowo, na Nigéria. Em eventos e
iniciativas internacionais do pan-africanismo, contribuiu para tornar mundialmente conhecida a denúncia contra o racismo no Brasil. Desenvolveu produção artística como pintor de temas da matriz africana no mundo.
De volta ao Brasil em 1981, fundou o Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (Ipeafro) e liderou a criação do Memorial Zumbi, do Movimento
Negro Unificado e do Movimento Negro do Partido Democrático Trabalhista
(PDT). Como deputado federal, propôs a criminalização do racismo e amplos
programas de ação afirmativa. Atuou na criação da Fundação Cultural Palmares e ajudou a definir o 20 de novembro como Dia Nacional da Consciência Negra. Foi o primeiro senador afrodescendente a dedicar o seu mandato
à promoção da igualdade racial.
Recebeu diversas homenagens, como o Prêmio da Herança Africana Mundial da Schomburg Center (Harlem, Nova York). As Universidades de Brasília,
Federal da Bahia, do Estado da Bahia, do Estado do Rio de Janeiro e Oba-
Abdias Nascimento em Othelo, de Shakespeare, no Festival Shakespeare, produção do Teatro Experimental do Negro. Teatro Fênix,
Rio de Janeiro, 1949 | Foto: acervo Ipeafro
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femi Awolowo, na Nigéria, lhe outorgaram o título de Doutor Honoris Causa.
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A ONU conferiu-lhe o Prêmio de Direitos Humanos, a Unesco lhe outorgou o
Prêmio Toussaint Louverture, e foi oficialmente indicado ao Prêmio Nobel da
Paz de 2010. Faleceu no Rio de Janeiro em 2011.
Abdias Nascimento lutou contra todas as formas do racismo, inclusive suas
acepções mais sutis, que se manifestam na cultura e no âmbito da produção
intelectual. Foi autor de diversas obras pioneiras, tanto artísticas como de
pesquisa e reflexão. Sua proposta política e sociocultural do quilombismo
expressa o engajamento com a abordagem epistemológica afrocentrada.
O Ipeafro se dedica a continuar a missão de seu fundador, e por isso focamos nosso trabalho na educação. Cumprimentamos o MAR pelo programa
África Hoje, na certeza de que, com essa iniciativa e com trabalhos futuros na
mesma linha, o Museu constrói caminhos e parcerias valiosos para o Brasil
e o mundo nas trilhas antirracistas que Abdias Nascimento ajudou a forjar.
Elisa Larkin Nascimento
Diretora do Ipeafro e coordenadora
do Fórum Educação Afirmativa Sankofa
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José Bento, Xangô, 2013
madeira, metal, ímã e fotografia/wood, metal, magnet and photograph
Coleção MAR - Fundo Fátima e Alvaro Otero
MAR Collection - Fátima e Alvaro Otero Fund
Foto/Photo: Thales Leite
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CICLO DE CINEMA NOVA ÁFRICA
quarta 12 17h
O Ciclo de Cinema Nova África integra a programação África Hoje no
Mar – Centenário de Abdias Nascimento. Serão exibidas 16 produções,
entre ficções e documentários. Um dos destaques é Afrique sur Seine (1955),
considerado o filme fundador do cinema africano. O ciclo se divide em três
programas, apresentados no decorrer de 2014. O primeiro deles, Filmes Fundadores do Cinema na África, traz as produções mais antigas da seleção,
com enfoque no continente e em sua herança. Algumas dessas produções
foram realizadas fora do território africano, mas são consideradas marcos
iniciais dessa filmografia. O segundo recorte, As Imagens de África Hoje,
apresentado em agosto, é composto de filmes mais recentes cujo enfoque
são os problemas socioeconômicos da África pós-colonial, a exemplo da exploração dos recursos naturais pela China. O terceiro recorte, em novembro,
enfoca a cinematografia sul-africana pós-apartheid, marcada pela mistura de
linguagens, como a ficção e o documentário.
Casa de Lava
Programa 1 – Filmes Fundadores do Cinema na África
março 2014
Tom Jobim e Luís Bonfá, traz clássicos da bossa nova como A Felicidade. O enredo,
sábado 15 14h
Pedro Costa, Portugal, 1994, 110 min, ficção
Uma das mais completas e profundas obras sobre a relação de Portugal com suas excolônias. As imagens revelam a consciência de um convívio que foi e é muito próximo
mas nunca íntimo. Ou, então, a verificação instintiva de que essa intimidade é uma
circunstância, um acaso, sempre fugidio e nunca atingível pela fixidez do cinema.
quinta 13 17h
sábado 15 14h
Orfeu Negro
Marcel Camus, Brasil, França, Itália, 1959, 100 min, ficção
A trilha sonora é o ponto alto dessa produção vencedora da Palma de Ouro do Festival
de Cannes, em 1959, e do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, em 1960. Assinada por
inspirado na mitologia grega, se passa em uma favela do Rio de Janeiro, na época do
Carnaval. É neste cenário que o motorista e músico Orfeu se apaixona por Eurídice,
terça 11 17h
que chega à cidade fugindo de um misterioso homem que a persegue. A história de
sábado 15 14h
amor dos dois tem desfecho trágico na quarta-feira de cinzas.
Afrique sur Seine
sexta 14 17h
Paulin Soumanou Vieyra, França, Senegal, 1955, 21 min, ficção
sábado 15 14h
Em 1955, o realizador senegalês Paulin S. Vieyra e o Grupo Africano de Cinema
(por ele encabeçado), não tendo autorização para filmar no Senegal, rodaram
Kuxa Kanema - O Nascimento do Cinema
Margarida Cardoso, Portugal, Moçambique, 2003, 90 min, documentário
o primeiro filme africano francófono, em Paris. A produção foi realizada num
Relata a história do Instituto Nacional de Cinema, criado após a independência
período em que as personagens africanas estavam completamente ausentes ou
de Moçambique, em 1975. A iniciativa marca o nascimento da cinematografia
eram visualmente marginalizadas nas obras cinematográficas francesas. O filme
no país, carente de meios de comunicação. A atuação do Instituto, extinto com
dá uma visão panorâmica da comunidade africana na França, onde o estatuto de
o início da guerra civil moçambicana, nos anos 1980, fez florescer a indústria
imigrante dos protagonistas é uma característica determinante da sua identidade.
audiovisual local, o que se desdobrou, após seu término, na criação de uma
rede de TV de alcance nacional. O documentário traz cenas dos filmes lançados
naquele período por intermédio dessa entidade.
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Penca de balangandãs, século XIX | Balangandãs, XIX century
prata, madeira, marfim e o outros materiais/silver, wood, ivory
and other materials
Coleção MAR – Doação Fundação Roberto Marinho
MAR Collection – Fundação Roberto Marinho gift
Foto/Photo: Thales Leite
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PROGRAMA MAR NA ACADEMIA
O Museu de Arte do Rio desenvolve o Programa MAR na Academia, através
de sua Escola do Olhar. O objetivo é estimular a participação da universidade
no projeto do MAR de promover a inscrição da arte na esfera pública, no
âmbito da região metropolitana do Rio de Janeiro, com ênfase nas relações
entre museu e educação e no fortalecimento da cidade como centro de reflexão teórica. Entre os valores, estão a liberdade de expressão e o respeito
à autonomia universitária, o processo de emancipação cultural e a independência das atividades da crítica e da historiografia com relação ao Estado e
ao mercado. Em torno de uma agenda prioritária comum, o programa objetiva o intercâmbio nacional e internacional e a cooperação entre os centros de
pós-graduação em arte, estética e cultura visual. Busca-se o envolvimento
de amplos setores da sociedade nessas atividades acadêmicas, incentivando a participação de professores e estudantes universitários em projetos da
área curatorial e educacional do MAR.
Ações do programa
2012
·· IV Seminário de Pesquisadores do PPGArtes-Uerj – Vômito e Não: Práticas Antropoêmicas na Arte e na Cultura.
·· Colóquio Internacional Arte, Estética e Política: Diálogos com Jacques
Rancière, em parceria com PPGAV-UFRJ e PPGCOM-UFF.
·· Conferência de Marie-José Mondzain Imagem, Matéria Plástica: em Torno
de O Canto do Estireno, de Alain Resnais, em parceria com PPGAV-UFRJ.
·· Ciclo de conferências, workshop e mostra de filmes de Harun Farocki,
iniciativa do PPGAV-UFRJ.
2013
·· Conferências de Georges Didi-Huberman Filme, Ensaio, Poema. A Propósito de Pier Paolo Pasolini; e Foto, Álbum, Museu. A Propósito de André
Malraux, em parceria com PPGAV-UFRJ e Consulado da França no Rio
de Janeiro.
·· Simpósios Histórias de Fantasmas para Gente Grande e Histórias de Gente Grande para Fantasmas, em parceria com PPGAV-UFRJ.
·· Exposição Atlas, Suite, de Arno Gisinger e Georges Didi-Huberman.
·· Curso Cinemáticos: Cinemas de Artista no Brasil, em parceria com Núcleo
de Tecnologia da Imagem (N-Imagem) da ECO-UFRJ, CNPq e Faperj.
·· Seminário Das Paredes às Redes – Educação, Tecnologia, Corpo e Subjetividade, edição carioca, em parceria com PPGCOM-UFF.
·· O Lugar, a Função e o Uso da Arte Contemporânea, em parceria com
ECA-USP e Fórum Permanente.
·· X Ciranda da Psicanálise, em parceria com Escola Lacaniana de Psicanálise do Rio de Janeiro.
·· Seminário Tempo e Excesso e lançamento da revista Calibán, em parceria
com Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro.
·· Seminário Políticas da Memória: Experiências entre a Arte e a História, em
parceria com PPGArtes-Uerj.
·· Seminário Documentos: Movimentos, em parceria com Departamento de
Arte Corporal da UFRJ.
·· Curso A Zona das Imagens, de Marie-José Mondzain, em parceria com
PPGAV-UFRJ.
·· Jornada Educação e Relações Étnico-Raciais, em parceria com a Escola
de Formação do Professor Carioca – Paulo Freire, SME Rio de Janeiro.
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[english version]
PROGRAM: MAR AT THE ACADEMY
AFRICA TODAY AT MAR
ABDIAS NASCIMENTO CENTENARY
LILIAN THURAM WEEK
MARCH 2014
[FREE ADMISSION]
2014 PROGRAM
march
Lilian Thuram Week
Film cycle - Program 1 – Foundational Films of African Cinema
august
Thought and Politics seminar
Film cycle - Program 2 – Images of Africa Today
november
Literature and Poetry seminar
Film cycle - Program 3 - Mzansi cycle - The Reel South Africa
Páginas 22 e 23
Luanda Encyclopedic City - Pavilion of the Republic of Angola - 55th International Art Exhibition La
Biennale di Venezia
Coleção MAR - Fundo Fábio Settimi/MAR Collection - Fábio Settimi Fund
Foto/Photo: Thales Leite
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Find out more at museudeartedorio.org.br
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Introducing into its cultural programming Afro-Brazilian culture and thought
cimento. At the conclusion of the centennial celebrations, MAR will publish
and the relations between Rio and Africa, The Museu de Arte do Rio’s Pro-
an educational book, a “manual for activating the ideas and ideals of Abdias
gram Africa Today at MAR commences in 2014 in commemoration of the
Nascimento” for public school system instruction. The presence of Lilian Thu-
centenary of the black movement activist Abdias Nascimento. The program
ram thus initiates a process that will constitute part of the World Cup legacy
unfolds in three large constellations of events throughout the year, including
through the actions of MAR.
seminars, conferences and film cycles, in addition to activities such as meetings with teachers and black movement leaders and associations.
Located in the port region known as Little Africa because it was the port of
entry for slaves from Africa during the colonial period, the Museum has for-
Beginning in March when, with support from the French Consulate in Rio de
med a special dialogue with this African heritage, whether by means of the
Janeiro, the Museum will host the former French National Team footballer,
establishment of Meanings Clusters from its archives, or by way of the peda-
world champion in 1998, and current black movement activist Lilian Thuram.
gogical interventions of its Escola do Olhar.
MAR would like to thank António Pinto Ribeiro, from the Fundação Calouste
Gulbenkian, for conceiving the program Africa Today at MAR for inviting Thuram. We would also like to thank the Fundação Roberto Marinho, Alvaro and
Fátima Otero and Paulo Roberto Santi for the formation of their Afro-Brazilian
collection. We are equally grateful to Elisa Larkin Nascimento, for incorporating this programming into the Abdias Nascimento centennial celebrations.
It is in the interests of the Museum to preserve the materiality of the AfroDescendants’ contributions to shaping the city of Rio de Janeiro, and also in
the academic sphere—by way of “MAR at the Academy” programming—to
reflect on the many meanings of this presence in the fields of art, culture, anthropology and education. To this end we have established a strong dialogue
with researchers from Rio universities, who participate in several instances in
During the week of Lilian Thuram’s visit, a conference is programmed with
this programming. Thus the Museum puts itself forward as a space for liste-
Thuram in the Maison de France auditorium is programmed for the week of
ning to and reverberating contemporary Afro-Brazilian issues.
the visit, as well as encounters with specially invited groups, among them researchers and activists from the black movement, and teachers and students
from Rio de Janeiro public schools. The keynote for the activities is a reflection
Paulo Herkenhoff
Cultural Director
on education against racism.
To fight prejudice it is important to comprehend color, sex, religion or physical abilities not as defining characteristics of social hierarchies but rather the
particularities of each individual and of the opportunity that everyone has to
contribute to a more just society.
To discuss racism by way of education, in the presence of one of the most
important activists today—this is how MAR has chosen to honor Abdias Nas26
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ÁFRICA HOJE NO MAR
Centenário de Abdias Nascimento
If we study the pre-colonial period – before the generalist lobotomy effected
by the colonialists and carried on, many times, by other forms of neocolonialism during periods immediately following many independences, a little over
One of the great events for the twentieth century, both for the history of hu-
three decades –, we recognize the enormous cultural and artistic grandeur
manity, as much as for the history of mentalities and culture, was the disco-
of this continent. But it is not enough to look at the past. Brazil, with its long
very of the skeleton of Lucy in the region of Hadar, Ethiopia, considered as
history of African presence initiated in an extremely negative way with the
proof that humanity originated in Africa, and thus, we are all descended from
black slave traffic and exploitation during centuries, now recognizes, namely
Africans. This fact, in its rawness, has come to deconstruct the set of clichés
through the school curriculum, this significant DNA presence in its people and
that so often support racist assertions. It also called attention to the history of
its ancient and mestizo culture.
a continent of which so little is known, and what is known is not always true
and, rarely, dignifying. Examples of this false vision are the many news reports
about Africa produced by the media.
However this gaze into the past is not enough and could even be counterproductive in creating new errors and new clichés, such as that all Africans
are corrupt, miserable and unproductive. Notwithstanding, one of the marvels
The writer Binyavanga Wainaina, in “How to Write About Africa” (2005), trans-
of Africa is the diversity of people, ethnicities, political regimes, flora, fauna,
lated into more than thirty languages, with fine humor listed all the platitudes,
climate (from snow to temperatures of 50º Celsius), and artistic production,
prejudices and clichés utilized to write about Africa, in its totality or in relation
in addition to an intellectual critical mass that grows and spreads every day.
to particular aspects. These expressions reveal neocolonial approaches to
the continent. One passage from the text is illustrative of the quantity of narratives that, intending to give visibility to Africa, do little more than contribute
to a cultural distancing: “Throughout the book, adopt a sotto voce, in conspiracy with the reader, and a sad I-expected-so-much tone. Establish early on
that your liberalism is impeccable, and mention near the beginning how much
It is this Africa of today that the Museu de Arte do Rio aims to present starting
now with a variety of programming whose protagonists are mostly Africans–
residents or from the diaspora. The goal is that we all feel, with pride, a little
bit more African. As Bishop Desmond Tutu, a key figure in the African post-apartheid reconciliation, says: “Sorry, but we are all Africans”.
you love Africa, how you fell in love with the place and can’t live without her.
António Pinto Ribeiro
Africa is the only continent you can love—take advantage of this. If you are
General Coordinator
a man, thrust yourself into her warm virgin forests. If you are a woman, treat
Africa as a man who wears a bush jacket and disappears off into the sunset.
Africa is to be pitied, worshiped or dominated. Whichever angle you take, be
sure to leave the strong impression that without your intervention and your
important book, Africa is doomed”.
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LILIAN THURAM WEEK
Programming
When I was a child, they showed me many stars. I admired and dreamed with them: Socrates, Baudelaire, Einstein, Marie Curie, General
De Gaulle, Mother Teresa… Yet no one ever told me about a black star.
march 2014
EVENTS OPEN TO THE PUBLIC
The walls of the classroom were white, as were the pages of the history
tuesday 11th 19:30 Teatro Maison de France
books. I didn’t know anything about my ancestors. All that was ever
[Presidente Antônio Carlos Avenue, 58 - Centro]
talked about was slavery. Presented in this manner, the history of black
Education Against Racism
people is summed up in a vale of tears.
conference with Lilian Thuram and mediation of Macaé Evaristo (Secretary of
Continued Education, Literacy, Diversity and Inclusion, Secadi)
Lilian Thuram
register at www.museudeartedorio.org.br
[simultaneous translation will be offered]
tuesday 11th to friday 14th 17:00 saturday 15th 14:00 to 17:00 MAR Auditorium
The New Africa Film Cycle – Programme 1 – Foundational Films of African Cinema
Lilian Thuram was born in the Caribbean French territory of Guadeloupe in
friday 14th 12:00 to 22:30 Galpão da Cidadania
1972. Internationally known footballer, World Champion in 1998, European
[Barão de Tefé Street, 75 – Gamboa]
Champion in 2000 and World Vice-Champion in 2006, together with several
Program The Ancestors of Valongo - 100 Years of Abdias Nascimento
titles playing for various clubs. Until October 28, 2008, he held the record as
[see complete programming at ipeafro.org.br]
the most capped player in the history of the French national team. That same
year he created the Fondation Lilian Thuram - Éducation contre le Racisme.
Events for reserved groups
tuesday 11th 14:00 MAR Auditorium
class My Black Stars
Lilian Thuram speaks with participants from Quebradas University.
wednesday 12th 10:00 Ginásio Experimental Olímpico Félix Mielli Venerando
[Carlos Seixas Street, Caju]
Lilian Thuram speaks with students and teachers from the school.
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wednesday 12th 14:00 MAR Auditorium
Lilian Thuram meets with academic researchers linked to institutions defending
ANCESTORS OF VALONGO PROGRAMMING
- 100 YEARS OF ABDIAS NASCIMENTO
black rights to discuss the topic of racism in Brazil.
advance registration: museudeartedorio.org.br
The Lilian Thuram Week is part of the events honoring the centenary of Ab-
thursday 13th 10:00 visit to the African Heritage Circuit and Pretos Novos
dias Nascimento. The series of events, the Ancestors of Valongo - 100 Years
Research Institut
of Abdias Nascimento, organized by Ipeafro, occurs on Activist Day, a date
[Pedro Ernesto Street, 36, Gamboa]
established in the City of Rio de Janeiro through Law 5542/2009.
Lilian Thuram meets Reinaldo Bernardes Tavares and Merced Guimarães.
Abdias Nascimento was born in Franca (São Paulo) in 1914, son of the shoe-
thursday 13 14:00 CIEP Brizolão 449 Governador Leonel de Moura Brizola
maker and musician José Ferreira do Nascimento and the confectioner and
[Carlos Ermelindo Martins Street, Charitas - Niterói]
wet nurse Georgina Ferreira do Nascimento. He graduated with a degree in
Lilian Thuram speaks with students and teachers at the first bilingual school in the
Economics from the University of Rio de Janeiro in 1938, and in 1957 he was
country.
the first graduate of the historic Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB).
th
friday 14th 10:00 MAR Auditorium
He completed his graduate degree at the Institute of Oceanography in 1961.
comdedine School Research Prize 2013 award ceremony
In 1944 Nascimento founded the Teatro Experimental do Negro (TEN), the first
Lilian Thuram talks about racism to the guests, teachers and students
Afro-Brazilian organization to break the racial barrier in Brazilian theater, linking
saturday 15th 13:00 Morro do Alemão
Lilian Thuram meets with young Rio de Janeiro writers. Organization and partnership with the Festa Literária das Periferias.
the black civil rights struggles to a recuperation and valorization of African cultural
heritage. From 1950 he served as the curator for TEN’s Museum of Black Art.
Nascimento lived abroad for 13 years due to the repression of the Brazilian
military regime. During this time he taught in the United States at Yale, Wesleyan and New York State universities; and Ilé-Ifé (today Obafemi Awolowo), in
Nigeria. Intensely active in international events and initiatives related to pan-Africanism and black culture, Nascimento helped to raise international awareness of the denunciations of racial discrimination in Brazil. At this time he
began his work as a painter, working with African-based themes and motifs,
exhibiting his works in universities and cultural centers.
Returning to Brazil in 1981, Nascimento led the way in founding the Black
Movement Secretariat of the Democratic Worker’s Party (PDT: Partido Democrático Trabalhista); participated in the creation of the Zumbi Memorial and
the Unified Black Movement (Movimento Negro Unificado); and founded the
Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (Ipeafro). As Federal Representative, Nascimento presented the first proposal to criminalize racism
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(PL 1661/1983) and for ample affirmative action programs and quotas on
THE NEW AFRICA FILM CYCLE
behalf of racial equality (PL 1332/1983). Active in the creation of the Palmares
Cultural Foundation and fought together with the black movement for the
The New Africa Film Cycle is part of the programming for Africa Today at
establishment of November 20th, the anniversary of the death of Zumbi of
Mar – Abdias Nascimento Centenary. Sixteen productions will be screened,
Palmares, as the National Black Consciousness Day. In 1991, Abdias Nascimento became the first Senator of African descent to dedicate his mandate
to promoting the rights of blacks in Brazil.
including fiction and documentaries. One of the highlights is Afrique sur Seine
(1955), considered the founding film of African cinema. The cycle is divided into
three programs presented throughout 2014. The first, Foundational Films of Afri-
The Schomburg Center for Research in Black Culture, New York Public Library, Harlem, recognized Abdias Nascimento with the African World Heritage
Award in 2001, the same year he was Keynote Speaker of the NGO Forum
at the United Nation’s World Conference against Racism. The University of
Brasilia, Federal University of Bahia, State University of Bahia, State University
can Cinema, presents older productions from the cycle, with an emphasis on
the continent and its heritage. Some of these productions were done outside of
African territories but are considered early filmographic milestones. The second
grouping, Images of Africa Today, presented in August, consists of more recent
of Rio de Janeiro, and Obafemi Awolowo in Nigeria have all conferred on him
films with a focus on the socioeconomic problems of post-colonial Africa, such
honorary degrees.
as the exploitation of natural resources by the Chinese. The third selection, in
Nascimento was awarded the Unesco Toussaint Louverture Prize to commemorate the bicentennial of the Haitian Revolution, recipient of the United
November, focuses on post-apartheid South African cinematography, marked by
the mixture of languages, such as fiction and documentary.
Nations Human Rights Award, and officially nominated for the Nobel Peace
Prize in 2010. Abdias Nascimento passed away in 2011 in Rio de Janeiro.
Abdias Nascimento fought against all forms of racism, including its most
subtle forms manifested in culture and in the spheres of intellectual produc-
Program 1 – Foundational Films of African Cinema
march 2014
tion. Author of several pioneering works, as much artistic as reflective and
tuesday 11th 17h
research-oriented. His political and sociocultural proposal for quilombismo
saturday 15th 14h
expresses his engagement with an afrocentric epistemological approach.
Ipeafro is dedicated to continuing the mission of its founder and for this rea-
Afrique sur Seine
Paulin Soumanou Vieyra, France, Senegal, 1955, 21 min, fiction
son we focus our work in education. We extend our compliments to MAR
for its Africa Today program, in the certainty that with this initiative and with
In 1955 the Senegalese filmmaker Paulin S. Vieyra and the African Film Group
future projects along similar lines, the Museum constructs tracks and valuable
(headed by him), without permission to film in Senegal, shot the first franco-
partnerships for Brazil and the world on the antiracist rails that Abdias Nasci-
phone African film in Paris. The film was made at a time when African charac-
mento helped to forge.
ters were completely absent from or visually marginalized in French cinema.
Elisa Larkin Nascimento
The film offers a panoramic of the African community in France, where the im-
Director of Ipeafro and coordinator
migration status of the protagonists is a defining characteristic of their identity.
of the Fórum Educação Afirmativa Sankofa
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wednesday 12th 17h
friday 14th 17h
saturday 15 14h
saturday 15th 14h
Down to Earth [Casa da Lava]
Kuxa Kanema – The Birth of Cinema
Pedro Costa, Portugal, 1994, 110 min, fiction
Margarida Cardoso, Portugal, Mozambique, 2003, 90 min, documentary
One of the most profound and far-reaching works on Portugal’s relations with
Kuxa Kanema tells the story of the National Institute of Cinema, created fol-
its former colonies. The images reveal a profound consciousness of the coe-
lowing the 1975 independence of Mozambique. The initiative marks the birth
xistence that once was—very close but never intimate. Or rather, an instinc-
of cinematography in the country, lacking in media. The work of the Institute,
tive verification that this intimacy is a circumstance, a chance, always elusive
extinct with the onset of civil war in the 1980s, prompted a flourishing of
and never attainable by the fixity of cinema.
the local audiovisual industry, which after its end resulted in the creation of
th
thursday 13th 17h
saturday 15th 14h
a nationwide television network. The documentary offers scenes from films
released at the time with the help of this organization.
Black Orpheus
Marcel Camus, Brazil, France, Italy, 1959, 100 min, fiction
The soundtrack is the high point of this production, winner of the Palme d’Or
at the Cannes Film Festival in 1959, and the Oscar for Best Foreign Film in
1960. The soundtrack by Tom Jobim and Luiz Bonfá contains bossa nova
classics such as “A Felicidade”. The theme inspired by Greek mythology takes place in a favela in Rio de Janeiro during Carnival. Against this backdrop,
the trolley driver and musician Orfeu falls in love with Eurydice, who arrives in
the city fleeing from a mysterious man pursuing her. The love story ends with
a tragic Ash Wednesday denouement.
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“MAR AT THE ACADEMY” PROGRAM
The Museu de Arte do Rio – MAR developed the “MAR at the Academy” program through its Escola do Olhar. The goal is to encourage the participation
of universities in MAR’s project of promoting the insertion of art into the public
sphere within the metropolitan region of Rio de Janeiro, with an emphasis on
the relations between the museum and education and the strengthening of
the City as a center for theoretical reflection. Among the values are freedom
of expression and respect for academic autonomy, the process of cultural
emancipation and independence of critical and historiographical activities
in relation to the State and the market. Working with a common agenda,
MAR’s project aims for a national and international exchange and cooperation among the graduate centers of art, aesthetics and visual culture. The
Museum endeavors to involve broad sectors of society in these academic
activities, encouraging the participation of professors and university students
in MAR’s curatorial and educational projects.
2013
·· Georges Didi-Huberman conferences, Filme, Ensaio, Poema. A Propósito de Pier Paolo Pasolini; e Foto, Álbum, Museu. A Propósito de André
Malraux, in partnership with PPGAV-UFRJ and the Consulate General of
France, Rio de Janeiro.
·· Symposiums, Histórias de Fantasmas para Gente Grande e Histórias de
Gente Grande para Fantasmas, in partnership with PPGAV-UFRJ.
·· Exhibition Atlas, Suite, by Arno Gisinger and Georges Didi-Huberman.
·· Course Cinemáticos: Cinemas de Artista no Brasil, in partnership with Núcleo
de Tecnologia da Imagem (N-Imagem) at ECO-UFRJ, CNPq and Faperj.
·· Seminar Das Paredes às Redes – Educação, Tecnologia, Corpo e Subjetividade, Rio edition, in partnership with PPGCOM-UFF.
·· O Lugar, a Função e o Uso da Arte Contemporânea, in partnership with
ECA-USP and Fórum Permanente.
·· X Ciranda da Psicanálise, in partnership with Escola Lacaniana de Psica-
Program Events
2012
·· IV PPGArtes-Uerj Scholars Seminar – Vômito e Não: Práticas Antropoêmicas na Arte e na Cultura.
·· International Colloquium Arte, Estética e Política: Diálogos com Jacques
Rancière, in partnership with PPGAV-UFRJ and PPGCOM-UFF.
·· Conference with Marie-José Mondzain Imagem, Matéria Plástica: em Torno de O Canto do Estireno, de Alain Resnais, in partnership with PPGAV-UFRJ.
·· Conference cycle, workshop and screenings of films by Harun Farocki, an
initiative of PPGAV-UFRJ.
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nálise do Rio de Janeiro.
·· Seminar Tempo e Excesso and Calibán journal launch, in partnership with
Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro.
·· Seminar Políticas da Memória: Experiências entre a Arte e a História, in
partnership with PPGArtes-Uerj.
·· Seminar Documentos: Movimentos, in partnership with the Department of
Body Art, UFRJ.
·· Course A Zona das Imagens, by Marie-José Mondzain, in partnership with
PPGAV-UFRJ.
·· All-Day Intensive Workshop Educação e Relações Étnico-Raciais, in partnership with the Escola de Formação do Professor Carioca – Paulo Freire,
SME Rio de Janeiro.
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ÁFRICA HOJE NO MAR – CENTENÁRIO
DE ABDIAS NASCIMENTO
Gerência de Comunicação / Communications Management
AFRICA TODAY AT MAR – ABDIAS NASCIMENTO CENTENARY
Gerência de Conteúdo / Content Management
Hannah Drumond
Clarissa Diniz
Gerência de Educação / Education Management
Este projeto, coordenado por António Pinto Ribeiro, é uma produção da
equipe do Museu de Arte do Rio.
This project, coordinated by António Pinto Ribeiro, is a production of the staff of
the Museu de Arte do Rio.
Janaina Melo
Gerência de Produção / Production Management
Daniel Bruch
Gerência de Relações Institucionais / Institutional Relations Management
MUSEU DE ARTE DO RIO - MAR
Conselho do MAR / MAR Advisory Board
Márcio Fainziliber
Hugo Barreto
Ronald Munk
Pedro Paulo Carvalho Teixeira
Luiz Chrysostomo
Pedro Buarque de Hollanda
Diretor Presidente / President Director
Carlos Gradim
Camilla Cardoso
Equipe/Staff
Alex Ferreira, Alexandre da Rocha, Aline dos Santos, Ana Cristina Rodrigues, Ana
Terra Rodrigues, André Gonçalves, Andrea Barboza, Andreia de Oliveira, Bianca
Mandarino, Bruno Gonzaga, Bruno Ribeiro, Cassio Pereira, Clara Szarvas, Daniel
Alves, Daniel Braga, Danielle Batista, Darlan Batista, Dulcineia Guedes, Emilio
Bozi, Fabrizio Silva, Fernando Correa, Gabriella Alevato, Gisele Perez, Gleyce
Heitor, Gustavo Pereira, Helen Rodrigues, Igor Vidor, Jô Nascimento, Ingrid
Boiteux, Ingrid Melo, Irlana Oliveira, Jaqueline Fonseca, Jason da Silva, Jessica
Braz, Jorge Menezes Jr., Julia Baker, Liliane de Oliveira, Livia Pontes, Lorrane
Cruz, Lucas Freitas, Luciana Souza, Luciana Ferreira, Luciene Gama, Ludmila
Gomes, Maira Ferreira, Mara Santos, Marcelo Henrique Silva, Marcia Machado,
Diretor Cultural / Cultural Director
Marcio Sinesio, Marco Fiochi, Marcos Paulo Herkenhoff
Marques, Mario Gentil, Matheus Neves, Mayra Brauer, Melina Almada, Nahama
Diretor de Projetos e Gestão / Director of Projects and Management
Tiago Cacique
Meireles, Marcus Forster, Mariana
Baldo, Phelipe Nascimento, Rachel Orlando, Raniere Dias, Raquel Pinto, Renato
Dias, Rodrigo Rodrigues, Rodrigo Silva, Ronney Barbosa, Sabrina Gonsalves,
Saullo Vasconcelos, Stella Paiva, Taisa Parente, Tamires Lima, Tayara Almeida,
Diretor Financeiro / Financial Director
Thatiane Souza, Tiago Conceição, Ulisses Silva, Vanda Batista, Vanessa Lima,
Luiz Guimarães
Victor Ribeiro, Victor Monteiro, Vinicius Motta, Willian Jardim, Yago Santos
Gerência Administrativo-operacional / Operational-administrative
Management
Roberta Kfuri
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Serviços Terceirizados / Contracted Services
Produção Executiva / Executive Production
Yasmine Sefraoui
Tradução / Translation
Sean McIntyre
Diagramação / Pagination
2 Pontos Wide Business
Assessoria de Imprensa / Press Office
Approach Comunicação Integrada
Agradecimentos / Acknowledgements
Alvaro e Fátima Otero
Ana Lucia de Moraes Barros – Secretaria Municipal de Educação
Biza Vianna – Centro Afro-Carioca de Cinema
Brice Roquefeuil, Marion Loire – Consulado Geral da França no Rio de Janeiro
Claudia Costin, Ana Lucia de Moraes Barros, Ana Medeiros, Denise Palha,
Maurício Mendes – Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro
Deca Farroco, Hugo Barreto, Lúcia Basto, Lúcia Araújo, Vilma Guimarães –
Fundação Roberto Marinho
Dulce Mendes de Vasconcellos – Conselho Municipal de Defesa dos Direitos do
Negro
Ecio Salles, Julio Ludemir – Festa Literária das Periferias (Flupp)
Elisa Larkin Nascimento – Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros
(Ipeafro)
Heloísa Buarque de Hollanda, Fernanda Jaguaribe – Universidade das Quebradas
Macaé Evaristo – Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Inclusão
(Secadi)
MC Marechal
Paulo Roberto Santi
Petrúcio e Merced Guimarães – Instituto Pretos Novos
Silvia Sotter
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Praça Mauá, 5 | Centro
Rio de Janeiro | RJ
55 (21) 3031-2741
Exposições/Exhibitions
Horários de visitação/Visiting hours
ter-dom (incluindo feriado) 10 às 17h
Tue-Sun (including holidays) 10 AM – 5 PM
Ingressos/Tickets
R$ 8,00 | R$ 4,00 (meia-entrada/half-price)
ter – gratuito/Tue – free
Serviços educativos/Educational services
Informações/info fone/phone 55 21 3031 2742
[email protected]
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