Uma experiência em EAD de cursos de Extensão via Internet em um Grupo Empresarial Brasileiro Randal Martins Pompeu [email protected] José Bezerra da Silva Filho [email protected] Universidade de Fortaleza -UNIFOR Fortaleza – CE – Brasil RESUMO Este trabalho insere-se em um projeto de pesquisa que tem por objetivo analisar as melhores práticas de Educação a Distância (EAD) e apresentar as diversas etapas da elaboração, acompanhamento e os resultados obtidos de dois cursos de extensão, ministrados a distância pela Internet para 790 funcionários inscritos, dos quais 696 participaram efetivamente, do Grupo Edson Queiroz –GEQ, distribuídos em todo Brasil. Não se tem a intenção de modelar um curso online, mas de descrever as metodologias aplicadas pelos profissionais que fizeram estes cursos acontecer. As informações pretendem fornecer subsídios para esclarecer diversos pontos em relação à EAD para as pessoas que desejam trabalhar com esta modalidade de Educação. Palavras-chave: Educação a distância, ambientes de aprendizagem. Introdução A Educação a Distância - EAD vem sendo cada vez mais difundida em todo mundo graças aos avanços dos recursos tecnológicos, mais desenvolvidos e acessíveis, tais como computadores, redes de telecomunicação com serviços digitais, microondas, satélites, ambientes gráficos entre outros. Porém, esta evolução é fundamentada também pela crescente demanda de educação e treinamento, principalmente na capacitação permanente de funcionários por parte das grandes empresas. Segundo Chermann (2000), a Educação a Distância pode ser classificada em quatro gerações. A primeira geração de EAD é a fase na qual toda e qualquer tentativa de transmissão do conhecimento é feita através da escrita. A segunda geração aparece com a utilização de mídias radiofônicas e televisivas no processo de educação a distância. A EAD no Brasil obteve sucesso somente com a implantação da radiodifusão. A terceira geração de EAD é caracterizada pela utilização dentro das escolas e universidades de tecnologias avançadas para transmissão e recepção de informações, tais como Internet, fibra ótica, satélites, microondas e diversos meios magnéticos de armazenamento de informações. E a quarta geração é a da escola virtual, introduzida em algumas instituições de ensino não como substituta do ensino presencial más como coadjuvante no processo ensino-aprendizagem. O computador passa a ser uma extensão do processo de ensino, fornecendo-lhe condições satisfatórias para sua realização. Torna-se necessária cada vez mais que a interação professor, aluno e computador seja a mais natural possível. A educação a distância, ao longo dos anos, vem ganhando espaço e credibilidade, enquanto uma possibilidade de incremento deste paradigma educacional. Este trabalho tem por objetivo analisar as práticas de Educação a Distância via Internet. Para melhor compreender o fenômeno em estudo e levantar variáveis que possam ser confrontadas com aquelas encontradas na literatura, foi realizado um estudo exploratório em uma organização brasileira, que concebeu e implantou cursos na modalidade EAD. 1. A Educação a Distância Existem muitas definições sobre Educação a Distância, nas quais se mesclam conceitos, características e comparações. Cabe-se então uma reflexão sobre o que vem a ser Educação a Distância e qual o seu papel no processo ensino-aprendizagem. Pode-se conceituar Educação a Distância como uma forma de ensino que, por meio de recursos didáticos organizados em diferentes mídias e combinados com diversos meios de comunicação, possibilite ao aluno o ensino. Pressupõe-se a combinação de tecnologias que permitam o estudo individual ou em grupo, através de métodos de orientação a distância, não importando o local onde se realize e contando com atividades específicas presenciais ou não para estudo e avaliação. Segundo Niskier (1999), a EAD tornou-se a modalidade fundamental de aprendizagem e ensino no mundo inteiro. Antes cercada de mistério, hoje é até mesmo reivindicada por sindicatos poderosos, no Brasil, visto que seu prestígio cresce de forma bastante visível. 2. Educação a Distância via Internet A Internet, rede mundial de computadores, trouxe um item fundamental para o processo de ensino aprendizagem a distância: a interatividade (CHEONG, 2002; DE LUCA, 2002). Desta forma, a EAD via Internet, começou a colocar o ensino à disposição de um maior número de pessoas que antes só contava com o ensino presencial. Através da Internet, a educação ou o curso de treinamento são entregues em locais remotos via meios de comunicação síncrono ou assíncrono, incluindo correspondência escrita, textos, gráficos, áudio e vídeo tape, favorecendo um aprendizado online. Portanto, a Internet é uma aliada da educação a distância, que tem contribuído para ensino-aprendizagem caracterizado pela distância geográfica que separa aluno e professor em que a interatividade entre ambos é facilitada por algum tipo de tecnologia. Urdan e Weggen (2000), Wentling et al. (2000) e Rosenberg (2002) destacam a utilização de TIs como sendo ferramentas facilitadoras para o EAD, possibilitando a entrega do conteúdo e dos serviços disponíveis online. Dessa forma, a EAD, hoje em dia, destaca-se pela utilização da tecnologia com destaque especial para a Internet. 3. Arquitetura do Tele-Ambiente da UNIFOR A arquitetura básica do Tele-Ambiente é ilustrada na Figura 1 (FURTADO et al. 2001). Nesta figura pode-se identificar quatro níveis: i) o nível interface, em que são ofertadas visões diferentes de acesso ao ambiente para cada tipo de usuário, através da Internet; ii) o nível principal, em que está o ambiente de assistência principal, chamado CadiNET, que permite a criação e acompanhamento de cursos na modalidade a distância e acesso às assistências nos outros ambientes; iii) o nível assistência, em que estão disponíveis as diversas assistências multimídia, através dos ambientes TELE e CADI e; iv) o nível de dados, formado por informações (textos, trabalhos) cujo objetivo é dar suporte para que os cursos sejam planejados e transmitidos. Figura 1 - Arquitetura do Tele-Ambiente Dentre estes níveis, a seguir detalha-se melhor os ambientes CadiNET, TELE e CADI. CadiNET O CadiNET é o ambiente principal que tem como objetivo permitir a criação e acompanhamento de cursos de diversos contextos destinados à formação de alunos e professores. Estes cursos estão disponíveis através de uma estrutura em hipertexto, em que o professor poderá obter, construir e compartilhar uma série de documentação (artigos, textos, teses, trabalhos). A elaboração e compartilhamento desses ocorrerão por meio de interações assíncronas (fóruns, e-mails, formação de grupos de estudo virtuais). Navegação nos cursos A navegação do aluno no sistema tem início na página Campus, em que estão representados os vários níveis de navegação do site. Do Campus, o aluno poderá navegar nos cursos nos quais está matriculado. A partir daí, o aluno poderá navegar pelas disciplinas, unidades, temas e trabalhos. Ambiente TELE O TELE permite que o professor, através do ambiente colaborativo, disponha de uma série de funcionalidades, que possibilitarão interações síncronas entre seus colegas (tais como videoconferências, bate-papo), assim como o compartilhamento de aplicativos (tais como editores de texto e gráficos, aplicativos de desenhos). Ambiente CADI O Ambiente CADI foi criado com o intuito de fornecer mais uma assistência ao professor, ajudando-o a refletir sobre a solução de problemas encontrados em diversos contextos (FURTADO, et al 2001). Quando se tratar do contexto para a atualização didática do professor, por exemplo, este pode aperfeiçoar suas práticas didáticas a partir da reflexão sobre problemas em sala de aula. Esta reflexão é auxiliada por um aplicativo chamado "Editor de Cenários" (FURTADO, et al 2000). Neste editor, o professor poderá montar o cenário do problema em que ele se encontra e, através dele, passar por uma série de etapas, que o guiarão para a solução do problema ilustrado neste cenário. Utilizando o ambiente integrado CadiNET Uma característica importante deste ambiente é a integração do CadiNET e com outras assistências. Um exemplo prático das vantagens dessa integração é a possibilidade de realização de um trabalho de forma colaborativa, em que diversos alunos possam interagir de casas. 4. Estudo de caso O estudo exploratório foi realizado no Grupo Edson Queiroz (GEQ) que é um dos maiores conglomerados empresariais do país. O grupo conta com a força de 16 empresas que atuam nas áreas de distribuição de gás, água mineral, metalurgia, comunicações, agropecuária, agroindústria, imóveis e educação,e é responsável por 14 mil empregos diretos. Para concretizar a execução de uma política inovadora em educação e assegurar a atualização dos profissionais em nível nacional, o GEQ solicitou a Universidade de Fortaleza UNIFOR uma capacitação de seus colaboradores utilizando-se de recursos de EAD. Por meio de um programa de treinamento e formação profissional, a UNIFOR capacitou 790 funcionários do GEQ em todo o Brasil, utilizando-se de um ambiente próprio através da Internet, durante os anos de 2002 e 2003. 5. Planejamento dos Cursos Em meados de março de 2002, foram realizados na UNIFOR , com suporte logístico da Vice-Reitoria de Extensão e Comunidade Universitária, os primeiros encontros técnicopedagógicos para a elaboração de uma série de cursos a distância que usassem como plataforma o ambiente de aprendizagem – CadiNet, desenvolvido pela UNIFOR . A UNIFOR iniciava uma nova fase em busca de novas abordagens de aprendizagem, em consonância com as variedades e complexidades que estão ligadas hoje à educação mundial. A educação continuada e permanente, o ensino a distância e as mudanças pedagógicas são apenas alguns exemplos de variáveis que compõem esta complexidade. Uma equipe de profissionais da UNIFOR, composta de professores das áreas de informática, pedagogia, comunicação gráfica e técnicos do Grupo Edson Queiroz, empenhou-se em desenvolver uma nova forma de aprendizagem no próprio ambiente de trabalho. Iniciou-se uma busca de vivências que levasse a pensamentos reflexivos sobre os afazeres profissionais diários dos funcionários escolhidos para esta experiência. Dois cursos foram escolhidos para iniciar o projeto de capacitação em EAD destinado aos funcionários do Grupo Edson Queiroz: o curso “Contabilidade para Não Contadores” e o curso “Prática de Custos na Empresa”. 5.1 Estudo da viabilidade dos cursos Inicialmente, discutiu-se a viabilidade dos cursos nos aspectos técnicos e humanos e ficou estabelecido pela direção do GEQ que o curso “Contabilidade para Não Contadores” seria o de maior viabilidade, por se tratar de um curso que já havia sido dado presencialmente e pela disponibilidade de professores colaboradores. A partir da definição do curso inicial vieram as seguintes fases: 1) Transposição do conteúdo presencial para a modalidade a distância, uma vez que se tratava de adaptação de curso já existente; 2) Elaboração do tutorial em CD-ROM e em papel do CadiNet, ambiente de ensino aprendizagem para Web, desenvolvido pela UNIFOR; 3) Treinamento dos professores colaboradores. A UNIFOR dispunha de três equipes para a manutenção do curso: técnicos na área de informática, professores especialistas em didática do ensino superior e alunos bolsistas que operam com destreza o CadiNet. O GEQ também dispunha de sua equipe, pessoal da contabilidade, técnicos em informática e professores colaboradores. 5.2 Metodologia No período de um ano, foram formados quatros turmas, sendo duas de cada curso, com uma média de 200 alunos inscritos por curso, perfazendo um total de 790 funcionários em todo o país, dos quais 696 tiveram participação efetiva. Os cursos foram projetados para serem ministrados em cinco aulas por semana, com duração de seis semanas, sendo necessária dedicação mínima de uma hora por dia por parte do aluno. Os participantes efetivaram suas inscrições no curso através de e-mail ou via telefone, sob a responsabilidade do GEQ. Para um melhor aproveitamento do curso, fez-se necessária uma divisão por turmas e cada turma ficou com 30 (trinta) alunos no máximo para cada professor-colaborador, além do professor responsável pelo curso. Terminada esta fase, a UNIFOR providenciou endereços eletrônicos (e-mail) para todos os alunos. A escolha dos alunos que participariam destes cursos foi realizada pelo GEQ, obedecendo aos seguintes critérios: ser automotivado – buscar a motivação necessária para a realização do curso, ser disciplinado e capaz de otimizar seu tempo e trabalhar em grupo, saber estudar de forma independente e autônoma, ser pró-ativo e pesquisar informações complementares, estar consciente da necessidade de aprendizagem continuada, possuir computador em seu local de trabalho e estar interessado pelo conteúdo do curso. 5.3 Elaboração do material didático Um curso a distância possui características bastante diversas de um curso presencial. Isto significa a necessidade de adaptação de conteúdos e metodologias utilizados em um curso presencial. O curso de Contabilidade para Não Contadores é um exemplo típico desta situação, uma vez que já havia sido desenvolvido presencialmente. Para o curso online, foram elaborados slides com gravuras e textos compatíveis com o conteúdo da apostila existente do curso elaborado no modelo presencial. A adaptação do conteúdo presencial para a modalidade a distância foi realizada considerando os seguintes princípios e intenções: estímulo à reflexão, valorização e desenvolvimento da autonomia, relevância ao fator motivacional como uma necessidade do aluno, encadeamento lógico dos conteúdos e situações didáticas, cada módulo e o conjunto de módulos constituindo unidades inteiras e completas, exercício do pensamento crítico e utilização de princípios da gestalt para o tratamento do conteúdo (considerando que o todo é mais que a soma das partes). Além desse material, que foi totalmente criado para o curso a distância, a apostila, os exercícios e os casos passaram por um processo de revisão e melhorias sugeridas pela equipe de orientadores do curso. A introdução do material didático no ambiente de aprendizagem colaborativa CadiNet sugeriu que algumas orientações fossem dadas aos professores colaboradores, uma vez que estes teriam que introduzir o material didático (textos, exercícios) e avaliar as atividades enviadas pelos alunos. Este processo ocorreu na UNIFOR com a presença dos professores colaboradores e da equipe técnico-pedagógica e teve uma duração de quatro horas. Durante todo o curso foram tiradas dúvidas, por telefone, e-mail, fórum privado do CadiNet e em reuniões extraordinárias. Outra questão que mereceu atenção foi a conduta do docente num curso a distância. A equipe técnico-pedagógica algumas vezes foi requerida para ajudar na solução de questões específicas de curso na modalidade a distância. 5.4 Elaboração do Tutorial O tutorial em CD-ROM foi elaborado pela equipe técnico-pedagógica e membros da equipe especialistas em educação a distância da Universidade. Para a elaboração do CD-ROM, os professores fizeram um estudo das principais necessidades do aluno. Foram priorizadas algumas atividades básicas do CadiNet, de forma a facilitar a aprendizagem do aluno no ambiente. A equipe de multimídia, de posse dessas atividades básicas, produziu o tutorial em CD-ROM, sob a ótica do aluno. Após algumas sessões de testes, exemplares do CD-ROM foram gerados e distribuídos para todos os alunos. 6. Resultados Obtidos Nas análises dos cursos (Tabelas 1, 2 e 3), a experiência demonstrou que o segundo curso beneficiou-se da superação de algumas falhas observadas no primeiro. Assim, conseguiuse diminuir bastante o índice de evasão e aumentar o índice de aprovação. Também ficou evidente que a experiência adquirida com a realização do primeiro curso foi importante para o aprimoramento do material didático disponibilizado, bem como o acompanhamento de cada participante. Nota-se que houve um decréscimo nas mensagens do Curso II (Tabela 1), mesmo incluídas as mensagens privadas, não existentes no Curso I. Por outro lado, observa-se o aumento significativo no envio de trabalhos para o Curso II, além do aumento da média das notas (Tabela 3). Isto sugere que a cultura de EAD estava melhor difundida na realização do segundo curso no GEQ. Com referência à comunicação dos participantes dos cursos observou-se que a comunicação predominante foi no sentido professor-aluno, seguida pela comunicação alunoaluno e, por último, aluno-professor e professor-professor. Isto sugere que houve poucos debates. Tabela 1: estatística dos participantes Cursos Curso I % Curso II % Alunos inscritos 398 ----- 392 ----- Alunos que participaram do curso 360 100 336 100 Mandaram algum trabalho 336 93 326 97 Interagiram através de e-mail 316 88 256 76 Tabela 2: participação dos alunos Cursos Curso I % Curso II % Mandaram o exercício 1 332 92 324 96 Mandaram o exercício 2 296 82 304 90 Mandaram o exercício 3 264 73 292 87 Mandaram o exercício 4 242 67 280 83 Mandaram pelo menos 3 exercícios 242 67 280 83 Mandaram todos os exercícios 236 66 274 82 Total de trabalhos enviados 1134 79 1200 89 Tabela 3: resultados obtidos Alunos Curso I % Curso II % Aproveitamento (mínimo 75% dos trabalhos) 264 73 294 88 Evasão 71 27 35 12 Média das notas 6,8 --- 7,5 --- Total de aprovados 236 65 282 84 Dos resultados obtidos pode-se listar vários pontos citados pelos alunos durante a realização dos dois cursos. Faz-se uma compilação de dados obtidos tais como facilidades e dificuldades encontradas no curso pelos alunos e sugestões para os próximos cursos. Pontos Fracos Conciliar o curso com as atividades da empresa; apostila com poucos exemplos práticos; indisponibilidade de computadores na empresa; difícil acesso à Internet – máquinas lentas; o material didático não oferece espaço para a resolução dos exercícios e resumido; pouco material de pesquisa disponível, insuficiente; passagem brusca de uma unidade para outra; descontinuidade no cronograma (datas), quebrando a participação no fórum de debates; dificuldade de acesso no intervalo do almoço; dificuldade de interagir somente online; poucos exemplos após os conteúdos conceituais; falta de aprofundamento nos conteúdos abordados; as maiores dificuldades foram pessoais (tempo, adaptação, assiduidade); filial sem computador disponível para a demanda; rotina de trabalho impossibilita mais participação; tempo insuficiente para leitura, exercícios e participação efetiva no fórum. Pontos Fortes Fácil adaptação à metodologia estabelecida para o curso; clareza do material didático; boas estratégias que levam à aprendizagem: casos, exercícios, textos, apostila; acesso rápido aos temas; presteza do orientador quanto ao acompanhamento sistemático do curso; Cadinet Ambiente de fácil interatividade; comunicação via Fórum; novas aprendizagens quanto a perfis de empresas e suas contabilidades; flexibilidade de horário; professores colaboradores de alta qualificação profissional; facilidade na comunicação assíncrona; entrosamento com colegas de empresas coligadas a partir do grupo de estudo; clareza quanto à proposta do curso; intervenções / orientações dos professores facilitam a aprendizagem; clareza nas respostas dos professores a partir das dúvidas levantadas. Sugestões para cursos futuros: Disponibilizar gabaritos dos exercícios, no final da unidade e/ou no final do curso; desenvolver uma política de capacitação para funcionários, focando os aspectos: horário de acesso ao sistema, atividades de trabalho x atividades do curso, etc.; dar menor “peso” à entrega de exercícios e mais ênfase ao componente “diálogo” (interação); marcar encontros presenciais que debatam os itens do instrumento de avaliação; comunicação mais direcionada (Chat) entre formador e alunos, neste momento o formador orientava as atividades da unidade; a participação no fórum deveria ser um instrumento de avaliação. O aluno que não tem a prática de participar do fórum desta forma veria os efeitos da colaboração neste ambiente. 7. Considerações Finais Após uma experiência de quatro turmas e cerca de 800 participantes em todo o Brasil, acreditamos na necessidade de uma implantação de uma política de EAD que contemple aspectos tais como: horários para acompanhamento do curso pelos alunos; redimensionamento das tarefas profissionais dos alunos do curso, para que não haja acúmulo de trabalho após o acompanhamento às aulas; matrícula apenas de alunos que efetivamente tenham condições de acompanhar o curso (muitos declararam que gostariam de participar mais, porém não tinham tempo); treinamento e formação de uma equipe de suporte local de EAD, de modo a avaliar do ponto de vista do design instrucional, as intervenções que julgar necessárias aos objetivos da empresa. Os alunos, que são funcionários da empresa, têm respondido com simpatia e interesse aos cursos oferecidos. Percebem claramente a importância dos cursos de capacitação para suas vidas profissionais. Entretanto, aparentam não compreender ainda o significado de um curso online. Neste contexto, muitos não sabem exatamente o que devem fazer, como devem se portar no ambiente virtual e como integrá-lo ao trabalho cotidiano. Alguns pensam que curso a distância é somente ler material didático e responder a exercícios, eventualmente mandando uma pergunta ao professor, quando existem muitas outras opções metodologicamente mais avançadas e mais efetivas em termos de aprendizado. Não obstante os vários problemas apontados, acreditamos que a experiência nesta parceria a Universidade de Fortaleza e o Grupo Edson Queiroz tenha sido largamente vantajosa para ambas as instituições. É neste sentido que se acredita na melhoria constante das atividades de Educação a Distância desta parceria que se tornou referência na história das duas organizações. Bibliografia BARRANTES E. R. Educación a distancia. San José de Costa Rica: EUNED, 1998. BATES, T. Tecnology, open learning and distance education. 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