Geral
Aná­po­lis, de 05 a 11 de setembro de 2014
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História do Jornalismo
Na década de 80, Anápolis ganha
sua primeira emissora de televisão
Jornal Contexto continua série de reportagens sobre a história do jornalismo na Cidade. Foram entrevistados o primeiro
diretor de Jornalismo e o primeiro repórter da televisão anapolina, Nilton Pereira e Eurípedes Cândido
Felipe Homsi
E
ra o final da década de
70 em Anápolis. Havia, por aqui, jornais
impressos, emissoras de rádios, mas a televisão ainda
não tinha conquistado todo
o espaço que merecia. Sem
uma emissora de tevê, o município se contentava com
uma programação que não
atendia, por completo, ao
público da Cidade. “No fim
da década de 70, tinha aqui
repetidoras da TV Anhanguera (com sede em Goiânia)
e da TV Brasília. Foram praticamente as duas pioneiras”,
explica o jornalista Nilton
Pereira, que foi, na década
de 80, o primeiro diretor de
jornalismo da TV Tocantins.
Com o passar do tempo,
Anápolis passou a ganhar
mais espaço no noticiário
goiano, com produções locais sendo veiculadas regionalmente. “No final da década de 70, a TV Anhanguera
abriu um link para Anápolis”, continuou Nilton Pereira. Ele explicou que o
material produzido não era
integrante do jornalismo diário, mas fazia parte de um
“estoque” de reportagens
“frias”. De acordo com o manual de redação da Folha de
São Paulo, ‘matéria quente é
aquela que contém informações inéditas e que requer
publicação imediata. Matéria fria é aquela que não requer publicação imediata’.
Ele rememorou que, ainda naquela época, “todo dia
havia um bloco de 5 a 6 minutos (sobre Anápolis, na
TV Anhanguera) no começo da noite”. Neste período,
Nilton Pereira era gerente da
sucursal do jornal impresso
O Popular no Município e
produzia também as matérias
televisivas sobre a Cidade que
iam ao ar na TV Anhanguera.
Conduzidos por Nilton, uma
equipe que vinha de Goiânia
para Anápolis produzia nos
finais de semana o conteúdo a
ser veiculado durante os dias
seguintes. Com a vinda de
grandes indústrias para o município, explica o jornalista, o
cenário mudou e a televisão
começou a concretizar seu
espaço nas terras anapolinas.
O Distrito Agroindustrial
de Anápolis (DAIA) e a implantação de indústrias no
local, conforme constatou
Nilton Pereira, “tudo isso
ajudou a colocar Anápolis
na mídia”. Somada a estes
O primeiro repórter
O jornalista Eurípedes
Cândido trabalhou como
repórter da TV Tocantins
durante a época da inauguração e, ao longo da década de 1980, exerceu esta
função. Ele foi o primeiro
profissional de reportagem
televisiva em atividade no
município de Anápolis.
Hoje possui os registros
profissionais de radialista
e de jornalista. O trabalho
que ele já desempenhava
como repórter de rádio na
cidade e a experiência no
Jornalismo lhe deram condições de trabalho favoráveis na hora de assinar seu
contrato na Tocantins: “eu
tinha um salário diferenciado”. Sobre o conteúdo veiculado, atestou: “nós tínhamos todo tipo de assunto
(no Jornalismo)”, explicou.
A chegada da primeira emissora de televisão é
lembrada com entusiasmo
por Eurípedes, conhecido no meio jornalístico
como Candinho. “Foi muito bom. Para nós aqui de
Anápolis a televisão era
um encanto”, rememorou.
“Era uma grande novidade e tudo o que se fazia
lá tinha uma repercussão
enorme”, acentuou sobre
o papel que este veículo desempenhava junto à
comunidade anapolina.
Ele lembra um dos pontos fortes dos telejornais
produzidos naquela época
pela TV Tocantins. “Tinha
um espaço local”, destaca,
acrescentando: “o nosso
jornalismo era grande”.
Luciano Ribeiro, diretor
geral da TV Anhanguera
Anápolis, nome dado desde 2012 para a antiga TV
Tocantins, explicou como é
hoje a produção local desta
emissora: “hoje transmitimos aproximadamente 21
minutos diários de conteúdo local, fora as inserções
de materiais no Bom Dia
Goiás, que é de abrangência Estadual”. “Seguimos
diretrizes da Rede Globo e
Rede Anhanguera no que
se refere ao tempo de produção local. Mas, antecipo
que existe um projeto de
aumentarmos consideravelmente nosso tempo de
A chegada da TV para Anápolis foi comemorada como um grande feito
fatores está a vinda, na década de 70, da Base Aérea de
Anápolis, fato que projetou
a cidade local e nacionalmente. Era época do Regime
Militar e o Governo promoveu a ampliação do setor de
Telecomunicações no país
e a liberação de concessões
de Rádio e TV. No Brasil, de
acordo com a Constituição
Federal, o presidente da República é o responsável pelas outorgas de concessões.
O jornalista Nilton Pereira contou que Anápolis foi
contemplada com uma destas concessões de televisão
na década de 70, que seria
gerida pelo grupo formado,
dentre outros por Maurity
Escobar; Clóvis Guerra e os
irmãos Ary e Edson Jacoprodução local, só que, no
momento, não posso precisar datas”, explica.
Repercussão
De acordo com Eurípedes Cândido, a televisão
ganhou força no município, se fortalecendo mais
do que o rádio. “A televisão substituiu (o rádio)
porque o pessoal do rádio
fugiu (para trabalhar em
TV). A televisão acabou
ocupando mais espaço”,
comenta, enfatizando que
“ela praticamente tomou
conta”, “causou um impacto muito forte”. Ele citou profissionais que trabalhavam no radialismo
na Cidade e que passaram
a atuar na televisão, como
Miguel Squeff e Rivaldo
Rodrigues.
Ele explicitou ainda
que “Anápolis sempre
teve bons profissionais
de comunicação”. “Eu dei
minha contribuição, continuo dando e muito outros continuam dando”,
mencionou. “Eu sou muito provinciano”, explica
sobre o fato de continuar
atuando em Anápolis. “Se
eu tivesse continuado em
Goiânia... foi na época que
mossi. “Eles eram influentes
na política”, explicou. “Esse
grupo conseguiu a concessão, mas não tinha recursos
para montar uma televisão”,
pontuou Nilton, citando que
eles não tiveram condições
financeiras de continuar com
o projeto de implantação de
uma emissora em Anápolis,
mesmo tendo recebido dois
anos de prorrogação da outorga para tentarem engrenar
o empreendimento.
Venderam, então, o direito de concessão para Vilmar Guimarães Júnior, filho
do ex-deputado federal Vilmar Guimarães. Da mesma
maneira, aquele não teve
condições financeiras de
tocar o projeto e procurou
o Grupo Jaime Câmara. E,
saiu o césio”, abordou,
falando sobre o acidente
que em 1987 fez centenas
de vítimas ao entrarem em
contato com o Césio-137.
Candinho
relembrou
que muitos dos repórteres
que cobriram aquele evento tiveram projeção profissional em outros lugares.
Ainda sobre a força da televisão, ele pontua: “até hoje
tem gente que pergunta se
eu estou na TV Tocantins”.
Brinca sobre o tempo em
que atuou na tevê: “nunca
aconteceu aqui do pessoal
pedir autógrafo”.
Eurípedes Cândido, o primeiro repórter de TV na cidade
Sirlene Mendonça e Nilton Pereira, pioneiros da TV em Anápolis
no começo da década de 80,
“nasceu a TV Tocantins”,
conforme narrou em tom
saudosista Nilton Pereira.
“Conseguiram colocar a televisão para funcionar” e
“no dia 20 de setembro de
1980 ela começou a funcionar oficialmente”, relata.
“Eu migrei do jornal O
Popular para a TV Tocantins”, continuou sobre sua
história no jornalismo em
Anápolis. “Nós efetivamos
o jornalismo a partir desta data”, explicitou. Nilton
mencionou o nome dos
primeiros diretores da TV
Tocantins, que hoje carrega, em Anápolis, o nome de
TV Anhanguera Anápolis:
gerente comercial, Castro
Alves Ribeiro; gerente ad-
ministrativo, Paulo de Jesus
Borges, gerente de programação, Divino Cezar Marinari e gerente de Jornalismo,
o próprio Nilton Pereira.
Luiz Carlos Cecílio e Rivaldo Rodrigues foram os
primeiros apresentadores e
a primeira apresentadora foi
Cláudia Leal. O primeiro repórter de rua foi Eurípedes
Cândido e a primeira repórter
foi Rogéria Batista, conforme
informou Nilton Pereira, que
hoje é um dos âncoras do
Programa Bate Rebate, que
vai ao ar todas as manhãs na
Rádio São Francisco 670 AM,
de Anápolis. Nilton Pereira,
que também escreve semanalmente para o Jornal Contexto, atuou na TV Tocantins
de 1980 até 1994.
Primeira equipe de TV em Anápolis
Apresentadora: Cláudia Leal
Repórteres: Rogéria
Batista e Eurípedes Cândido
Gerente de Jornalismo: Nilton Pereira
Gerente
comercial:
Castro Alves Ribeiro
Gerente administrativo: Paulo de Jesus Borges
Gerente de programação: Divino Cesar Marinari
Primeiros programasdécada de 80
Rota Norte: Conteúdo especial de caráter
comercial e publicitário
que tratava sobre a região
médio-norte do Estado.
Jornal das Sete: Telejornal veiculado às 19 horas. Possuía dois blocos
de quatro minutos cada.
Jornal Hoje e Jornal da
Globo: A TV Tocantins tinha um bloco de programação jornalística sobre Anápolis durante a realização
do Jornal Hoje, e no Jornal
da Globo, conteúdo que era
veiculado localmente.
Retrospectiva:
Jornal de meia hora que era
transmitido aos sábados
pela manhã na TV Tocantins, uma espécie de resumo do que de principal
havia ocorrido durante a
semana em Anápolis.
Bom Dia Anápolis:
Programa jornalístico diário de 30 minutos, veiculado todos os dias pela
manhã. Eram entrevistados políticos, lideranças
comunitárias e representantes de diversos outros
segmentos.
Esporte no Sete: Programa Esportivo que cobria os times de futebol
local e noticiava demais
eventos esportivos do Estado e de Anápolis
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O primeiro repórter