especial são paulo automóvel
Dal Ri. O executivo não acredita que o
cenário futuro trará crescimento na casa
de dois dígitos, como aconteceu nos anos
anteriores, mas sim em um ritmo menor.
O acumulado de vendas, até outubro, foi
de 2,7 milhões de veículos, no mês foram
290 mil. Por isso, o executivo da SulAmérica acrescenta que parte da retração
nas vendas está ligada também à redução
do mercado de crédito disponível. “As
ofertas de financiamento estão sendo
feitas em menos parcelas, por exemplo.”
Ao que tudo indica, o mercado vai
sentir os efeitos da retração, mas possui
outros meios de fazer a manutenção das
carteiras, conforme explica Fabio Leme,
para ele existe o impacto, mas as seguradoras irão se adaptar. “O que acontece,
naturalmente, é que com essa queda o
mercado de seminovos começa a ficar
mais aquecido, concessionárias começam
a vender mais esses automóveis, gerando
muitos negócios”.
Não se tornando refém da recuperação do setor automobilístico, o mercado
de seguros projeta seu crescimento em
suas próprias novidades. O Seguro Auto
Popular, mais uma vez, volta à tona, agora
mais estruturado e com mais chances de
ser aprovado. Embora esse seja um anseio
esperado há muito tempo pelo mercado
e nada esteja totalmente definido, uma
provável atuação das companhias nesse novo nicho ampliaria a carteira. “O
seguro popular, que ainda não tem uma
definição da Susep, mas está para sair,
poderá ampliar a frota de 17 milhões para
mais 2 a 4 milhões de carros segurados.
Se for aprovado ainda esse ano, ou até
o ano que vem, a expectativa é muito
melhor, porque ele pode pegar aquela
massa que não tem seguro hoje”. A massa
a qual ele se refere engloba pessoas que
não têm seguro, principalmente porque
não podem arcar com o preço, seja do
carro seminovo ou antigo. No segundo
caso, a falta de peças no mercado também
gera relutância dos clientes em potencial,
mas esse seguro poderá usar peças recuperadas, tornando o acesso mais fácil e
mais barato.
“Essa é uma grande esperança que
poderá fazer com que a previsão dos
números mude”, completa o executivo
da Tokio Marine.
Fabio Leme diz que o mercado de
seguros vê com otimismo o Seguro Auto
Popular, pela possibilidade de ampliar um
pouco a faixa de atuação para atender
carros mais antigos. Ainda assim, para
ele, a frota que apresenta o real crescimento é a de seminovos. “Já existem
regulamentações publicadas, e algumas
outras que estão sendo aprovadas, e isso
deve acontecer ao longo dos próximos
meses, mas será preciso um período para
operar de forma adequada, em longo
prazo, como todo novo negócio”, ressalta.
Dal Ri expõem as razões pelas quais
acredita na consagração desse tipo de
seguro: “acho que estamos mais perto
do que nunca da aprovação, porque a
legislação tratará de temas importantes,
como as peças usadas e certificadas”,
aponta. Ainda em estudo preliminar, há
indícios de que esse mercado, quando
maduro, tenha um seguro que custará de
10 a 30% mais barato.
“Nós aceitamos carros com até 20
anos de uso. Mas o seguro acaba ficando
caro, porque, como temos que fazer o
seguro com peças novas, quem tem carro
mais velho tem que arcar com um valor
muito alto. Essa dinâmica não vai mudar
muito se não houver o seguro popular”.
O mercado de São Paulo
Talvez a questão que seja gritante no
mercado paulista de seguros de automóvel é a de roubos e furtos que, junto com
o problema da queda de produção, acende
a luz de alerta do setor.
Goldman, da Tokio Marine, lembra
que São Paulo ainda sofre com os prejuízos de roubos e furtos, mas está caminhando a passos largos para minimizar
esse problema, já que, no segundo semestre, o Governo da São Paulo colocou em
prática a Lei de Desmonte, legalizando
esses espaços e fiscalizando e fechando
aqueles que não podem se enquadrar dentro da medida. “Isso amenizou o índice de
Produção de autoveículos montados
Janeiro a outubro de cada ano
mil unidades
-16,0%
3.188
2.772
2.346
1.956
2.017
2005
2006
2.815
2.819
2010
2011
2012
2.678
Fonte: Anfavea
1.750
2.553
2.876
2004
30
2007
2008
2009
2013
2014
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