JORNAL DA AJURIS Ano XIV Nº 267 Maio 2010 Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul Sentenças inovadoras atraem atenção da mídia no Estado Páginas 4 e 12 Violência Doméstica ganha reforço na Justiça gaúcha Páginas 8 e 9 Justiça 21 passa a contar com Central de Práticas Restaurativas Páginas 10 e 11 Juristas voltam as atenções para a reforma do Código de Processo Civil Fabiana Betat JORNAL DA AJURIS Editorial Institucional Um novo momento na AJURIS João Ricardo cumpre agenda em Brasília Iniciamos uma nova gestão na AJURIS enfrentando imensos desafios. A tarefa de executar um projeto foi compartilhada, na primeira hora, com severas dificuldades impostas por segmentos que pregam restrições remuneratórias à magistratura. Movimentos de notório cunho ideológico e de evidente interesse em descredibilizar o Judiciário. A polêmica pelo reajuste do subsídio simboliza a preocupante cultura que vem sendo gestada para fragilizar a magistratura gaúcha, propositadamente ignorando a nossa posição nacional em termos de eficiência. O cenário não nos intimida. Temos uma história em perspectiva. Um projeto. A certeza de que percorreremos todo o caminho. A nossa força e unidade será a logística que removerá todos os obstáculos. Nesta edição, o novo CPC é destinatário das nossas expectativas, e uma prioridade diante da sua importância para dar agilidade à Justiça brasileira. A questão previdenciária, sob a ótica da independência judicial e dos interesses privados, é pauta obrigatória das nossas atividades. Mas não podemos descurar do importante, criativo e inovador trabalho da magistratura gaúcha, desenvolvido na promoção dos Direitos Humanos e efetividade da jurisdição. A luta pela implementação de uma política judiciária contra a violência doméstica, os projetos do Programa Justiça 21 e o protagonismo de magistrados gaúchos nas várias áreas de atuação, embalam o início do caminho. O presidente João Ricardo dos Santos Costa tem cumprido agenda em Brasília com frequência. Numa das suas visitas à Capital Federal, esteve no Conselho Nacional de Justiça, em audiência com os conselheiros Morgana Richa e Paulo Tamburini. O encontro teve por finalidade colocar a AJURIS à disposição sobre todo e qualquer debate em relação a políticas que envolvam o Poder Judiciário e oferecer a experiência da magistratura gaúcha nas ações que envolvem gestão judiciária. Segundo o presidente da AJURIS, a receptividade dos conselheiros foi excelente. Paulo Tamburini chegou a propor uma parceria com a entidade numa campanha de acesso à Justiça. Expediente Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul Presidente: João Ricardo dos Santos Costa Vice-presidente Administrativo: Benedito Felipe Rauen Filho Vice-presidente de Patrimônio e Finanças: Pio Giovani Dresch Vice-presidente Cultural: Dulce Ana Gomes Oppitz Vice-presidente Social: José Antônio Azambuja Flores Jornal da AJURIS Edição: Elaine Carrasco Conselho de Comunicação Social: Carlos Alberto Etcheverry, João Armando Bezerra Campos, Marco Aurélio Martins Xavier, Túlio de Oliveira Martins e Leoberto Narciso Brancher Diretora de Comunicação: Maria Lucia Boltros Buchain Zoch Rodrigues Subdiretor de Comunicação Social: Cláudio Luís Martinewski Jornalista-chefe: Ivana Ritter Equipe de jornalismo: Carolina Grigol, Elaine Carrasco e Fabiana Betat Editoração eletrônica: Margit Melchiors Tiragem 2.500 exemplares Endereço: Rua Celeste Gobbato, nº 81 – Praia de Belas – Porto Alegre/RS – CEP 90110-160 Telefone: 51 3284-9100 Fax: 51 3284-9141 E-mail: [email protected] Site na Internet: www.ajuris.org.br Fabiana Betat AJURIS expõe propostas para melhorar a segurança pública CPI da Violência Urbana está fazendo reuniões em todos os estados da Federação A importância da criação de projetos para a prevenção e redução da criminalidade, com maior atuação do Estado nas áreas de risco e a necessidade de investimentos na educação e saúde, foram alguns dos pontos do projeto apresentado pela AJURIS na audiência pública da CPI da Violência Urbana, realizada em março na Assembleia Legislativa gaúcha. A CPI é uma proposta da Câmara dos Deputados com a finalidade de diagnosticar, debater e investigar a segurança dos Estados e União. Convidado a apresentar as proposições da AJURIS, o presidente João Ricardo dos Santos Costa falou também sobre outra preocupação da entidade que é a superlotação nos presídios gaúchos e a falta de alternativas para a ressocialização de apenados. Um documento com as sugestões da entidade foi entregue à Comissão Parlamentar. As proposições apresentadas pela AJURIS • a criação de uma Proposta de Emenda Constitucional Virtual, que integrará o trabalho conjunto entre os operadores do sistema de justiça em execução penal, com requerimentos e acompanhamento de processos por meio eletrônico; • a implementação de um banco de dados estatísticos da justiça penal, referentes a índices de penas alternativas, senso penitenciário estadual e egressos; • a realização de um seminário prisional, de segurança pública e cidadania, para exposição de idéias sobre práticas inovadoras para o sistema carcerário brasileiro. Fotos: Carolina Grigol JORNAL DA AJURIS CAM Os desafios do Novo Código de Processo Civil A reforma do Código de Processo Civil (CPC) tem exigido muita dedicação da Comissão de Juristas encarregada de elaborar o anteprojeto. “Grande parte das discussões foi feita por meio eletrônico. Por isso, uma avaliação mais precisa em algumas questões foi necessária em um segundo momento”, afirma o desembargador do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, Adroaldo Furtado Fabrício, que é integrante da Comissão do Novo CPC. Além das discussões internas, o grupo de trabalho da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) recebeu sugestões de entidades de classe de vários estados do Brasil. Propostas que, analisadas e compiladas, vão ser encaminhadas para o Senado. Fabrício foi um dos palestrantes do Curso de Atualização para Magistrados (CAM) promovido pela Escola Superior da Magistratura (ESM) da AJURIS em parceria com o Tribunal de Justiça, em abril. Durante a explanação, o desembargador apresentou parte dos Estudos para um novo Código de Processo Civil. “Este é o assunto do momento. Precisamos conhecer as propostas, ter a possibilidade de refletir e também sugerir alterações”, destacou o diretor da ESM, Ricardo Pippi Schmidt. Entre as principais mudanças está a inclusão de uma parte geral na introdução do Código. A intenção é fazer com que cada um dos procedimentos tratados possa se remeter a este apanhado inicial. Nele devem ser reunidas disposições de caráter mais abrangente, sem a necessidade de repetição das mesmas normas ao longo da publicação. O que, na opinião dos juristas, simplifica inclusive a consulta. Também está sendo proposto o Incidente de Coletivização. A regra sugere reunir em um só julgamento um grande número de processos que tratam de mesmo assunto. “É um mecanismo que já funciona no STJ”, salienta o desembargador Fabrício. Assim, a solução encontrada seria aplicada a todos os processos. Além disso, inovações introduzidas no Código quanto ao processo de execução estão sendo estudadas e devem ser aprimoradas. O mesmo deve ser feito com relação às ações cautelares. Para o presidente da AJURIS, João Ricardo dos Santos Costa, é importante que o Código valorize a jurisprudência de 1° grau, promovendo com a redução de processos a agilização para a solução dos conflitos coletivos de massa ainda nesta instância. “É importante que o código defina o que é ação individual e o que são ações massificadas ou macrolides, sendo que estas deverão ser remetidas ao processo coletivo”, defendeu. Outro integrante da Comissão do Novo CPC e também convidado para a mesa do CAM, doutor José Miguel Garcia Medina, ficou encarregado da palestra inaugural do evento - Transformações do Processo Civil moderno e o novo Código Des. Adroaldo Fabrício: reforma do CPC é o assunto do momento TJRS promoveu discussão sobre o tema de Processo Civil. Para Medina, é preciso reestruturar o Código, atualizando normas que possam agilizar o processo, porém, sem causar insegurança jurídica. “O mais importante é que a ação seja segura. O processo tem que ter o seu tempo, que não deve ser muito prolongado. Não adianta acelerar a Justiça sem garantir um resultado seguro”, defendeu. A discussão teve início em outubro do ano passado. Desde março, o grupo criado pela AMB tem formatado o anteprojeto. O Ministro do STJ, Luiz Fux, é o coordenador dos trabalhos, que envolve juristas de todo o País. Ainda, audiências têm sido realizadas em várias cidades brasileiras acolhendo as sugestões de defensores públicos, promotores, representantes de entidades civis e advogados. Em Porto Alegre, o encontro foi no dia 15 de abril no Tribunal de Justiça do Estado. “É com grande prazer que chegamos ao Rio Grande do Sul e percebemos o interesse da sociedade em debater este tema”, comentou Luiz Fux, se dirigindo para o Plenário lotado. A relatora dos trabalhos da Comissão, doutora Teresa Arruda Alvim Wambier, o doutor em Direito Benedito Cerezzo Pereira Filho, o juiz de Direito Jansen Fialho de Almeida e o desembargador Adroaldo Furtado Fabrício também participaram da audiência. “Acreditamos que a redução dos procedimentos possa tornar mais ágil a solução dos casos”, reforçou o desembargador Fabrício. JORNAL DA AJURIS Precedente STJ confirma sentença de magistrado gaúcho acerca de adoção por casal homossexual Após quatro anos de batalhas na Justiça, Lídia Guterres, 44 anos, e Luciana Maidana, 35 anos, conquistaram o direito de criar, como um casal, dois meninos de sete e seis anos. As crianças que recebiam o sobrenome de Luciana, agora assinam também Guterres. A vitória foi confirmada no final de abril quando a Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, por unanimidade, manter a sentença favorável do juiz da Comarca de Bagé, Marcos Danilo Edon Franco, que permitiu a adoção das crianças pelo casal de mulheres. Os ministros negaram recurso do Ministério Público do Rio Grande do Sul, que levou o processo à última instância judicial. A decisão dos ministros do STJ é considerada inovadora para o Direito de Família. O argumento do relator, ministro Luis Felipe Salomão, é de que nos casos de adoção, deve prevalecer sempre o melhor interesse da criança. Este entendimento já consolidado pelo STJ, orientou o voto dos demais ministros. Salomão frisou que o julgamento foi importante para dar dignidade ao ser humano, para o casal e para as crianças. A adoção foi deferida em primeira e segunda instâncias. O Tribunal gaúcho, por unanimidade, reconheceu a entidade familiar formada por pessoas do mesmo sexo e a possibilidade de adoção para constituir família. A decisão apontou, ainda, que estudos não indicam qualquer inconveniência em que crianças sejam adotadas por casais homossexuais, importando mais a qualidade do vínculo e do afeto no meio familiar em que serão inseridas. O Ministério Público gaúcho recorreu, alegando que a união homossexual é apenas sociedade de fato, e a adoção de crianças, neste caso, violaria uma série de dispositivos legais. Para o juiz Marcos Danilo, a decisão do STJ significa a derrubada de um preconceito que não se justifica. “O casal homossexual precisa ser reconhecido como uma família”, afirma o magistrado. Ele acredita que a decisão também deverá influenciar o Congresso Nacional em relação ao projeto do deputado Zequinha Marinho (PSC-PA), que quer proibir a adoção homoafetiva. “Eu não acredito que o nosso Congresso aprove um projeto dessa natureza. Seria um retrocesso”, adverte. O desembargador do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, Luiz Felipe Brasil Santos, foi o relator do processo durante a tramitação em 2ª entrância em 2006. Durante entrevista, o magistrado comentou os aspectos que direcionaram a decisão unânime da 7ª Câmara Cível na época, composta ainda pela desembargadora Maria Berenice Dias e pelo desembargador Ricardo Raupp Ruschel. “Conduzi a defesa do voto com três argumentos. A primeira abordagem foi da união estável como entidade familiar. O que move as pessoas a se unirem, independente da orientação sexual de cada um, não são interesses comerciais e sim o interesse afetivo. O que está na base da constituição da relação é o fator afeto. Por isso é que essas relações são entidades familiares. E, não se pode dizer que a constituição tenha esgotado todas as modalidades de entidades familiares. O segundo eixo argumentativo foi direcionado a comprovar que ao longo da história nem sempre, nas relações pais e filhos, o papel do pai estava reservado à figura masculina. Isso tem o amparo em pesquisa realizada por especialistas que demonstram que há diferentes formações sociais, mais ou menos primitivas, em que o papel “masculino” é desempenhado por figuras femininas. Também, ao longo da história, nem sempre a relação pai e filho está ligada ao fator concepção. E, digase de passagem, o instituto da adoção é a maior prova disso. O terceiro, foi baseado no caso concreto. A avaliação psicossocial realizada naquela entidade familiar específica comprovou que as crianças, naquela época com cerca de dois anos e meio e três anos e meio, dois meninos, irmãos biológicos, que haviam sido criados desde o nascimento por uma daquelas senhoras, estavam muito bem. O grupamento familiar estava equilibrado, as crianças possuíam e possuem uma relação afetiva muito bem constituída Carolina Grigol Entrevista com o desembargador Luiz Felipe Brasil Santos Des. Brasil Santos: três argumentos de defesa não só com as suas cuidadoras como com todos os demais parentes. Se comprovou, então, que no caso concreto a adoção se mostrava favorável ao bom desenvolvimento daquelas crianças e, por isso, deveria ser deferida.” JORNAL DA AJURIS Interlocução AJURIS faz intermediação de debates públicos A tradição histórica da AJURIS em marcar posições fortes com relação a temas polêmicos aliada a uma sólida imagem de credibilidade vem colocando a entidade na pauta dos debates públicos. Somente nos últimos meses, a Associação apresentou propostas para a Segurança Pública, mediou o impasse entre Servidores Públicos e Tribunal de Justiça nas tratativas de reajuste salarial e, vem atuando também como mediadora entre o Executivo e Legislativo no projeto que trata da reestruturação da Fase. “Isso é característico da AJURIS e, acontece em grande parte, porque tradicionalmente a entidade não foge dos debates polêmicos e está muito bem preparada para defender seus pontos de vista”, analisa o presidente João Ricardo dos Santos Costa. 5 de abril – Reestruturação da Fase AJURIS participa das discussões sobre a permuta da área O presidente da AJURIS, João Ricardo dos Santos Costa, participou de audiência no gabinete da deputada Stela Farias no dia 8 de abril. Durante o encontro, a assessora jurídica da bancada do PT na Assembléia Legislativa (AL), Tisiane Mordini de Siqueira, o dirigente apresentou algumas modificações ao projeto que trata da reestruturação física da Fundação de Atendimento Socioeducativo - Fase. “Somos favoráveis ao procedimento, mas precisamos tomar alguns cuidados para que a população não seja prejudicada”, ponderou João Ricardo. A área da Fase, que reúne seis unidades, tem 73 hectares, fica quase em frente ao Estádio Beira-Rio. Crianças e adolescentes em conflito com a lei, das regiões Metropolitana, Litoral Norte e de Santa Cruz do Sul, são abrigados no local. A idéia é repassar o terreno para a iniciativa privada, em troca de centros construídos em Porto Alegre e outras cidades onde não há atendimento. “Parte dessa área está ocupada por moradias irregulares; por isso, também há polêmica quanto à regularização fundiária”, ponderou o presidente da AJURIS. No dia 13 de abril a AJURIS recebeu uma comitiva de deputados para dar seguimento às discussões. Representantes do Governo do Estado e da Fase também participaram do encontro. Na reunião, o presidente da AJURIS, João Ricardo dos Santos Costa, levantou três pontos que precisam de esclarecimentos no PL encaminhado ao Legislativo gaúcho. Primeiro, a questão do encaminhamento a ser dado a pelo menos 1500 famílias que ocupam a área a ser permutada. Depois, a ausência de informações no projeto quanto aos valores que seriam pagos, a falta de definição quanto à fiscalização da venda, quanto à destinação da verba, e também quanto a um planejamento para a construção das novas unidades da Fase. O terceiro ponto está relacionado com a necessidade de preservação ambiental de parte do terreno. Durante a manifestação, foram levantadas diversas preocupações pelas partes envolvidas na discussão. Entre elas, a importância de definir os índices construtivos para se chegar ao valor de mercado do imóvel; a necessidade de se vender o terreno; a possibilidade de negociar apenas parte dele, entre outras objeções. Carolina Grigol 13 de abril Parlamentares e técnicos debateram sobre o projeto Um grupo técnico foi criado com a finalidade de descrever as modificações no projeto para que ele seja reapreciado pelas partes. A equipe foi formada por um representante do Governo que é o diretor de Cidadania e Direitos Humanos da Secretaria da Justiça e do Desenvolvimento Social, Plínio Zalewski, e um representante do Judiciário, a juíza da Infância e Juventude, Vera Lúcia Deboni. Campanha contra o crack Diante de um número de usuários que avança a uma velocidade assustadora, integrantes de diversas entidades participaram de reunião realizada pelo Comitê Estadual de Luta Contra o Crack da Assembléia Legislativa. O encontro serviu para definir as principais ações para enfrentamento do aumento do consumo da droga. O presidente da AJURIS, João Ricardo dos Santos Costa, que participou do debate, defendeu a criação de uma rede interligada no combate ao crack. “Esta é uma demanda social que exige um posicionamento diferenciado do Judiciário, porque o problema enfrentado pelos dependentes de crack não se esgota na sentença”, salientou. JORNAL DA AJURIS Justiças Estaduais Elaine Carrasco Ivana Ritter AJURIS fortalecida no cenário nacional Encontro reuniu representantes das justiças estaduais de 22 associações Coordenador Eugênio Couto Terra com os presidentes da AMB e AJURIS na abertura do encontro O Rio Grande do Sul sediou o encontro da Coordenadoria da Justiça Estadual em março. Representantes de 22 associações se reuniram para debater as prioridades da magistratura estadual. O encontro dos dirigentes também marcou o retorno efetivo do coordenador da Justiça Estadual da AMB e assessor da presidência da AJURIS, juiz Eugênio Couto Terra, afastado das funções desde o fim de 2008 por problemas de saúde. Durante o evento, o presidente da AJURIS, João Ricardo dos Santos Costa, propugnou por uma união das magistraturas estaduais para enfrentar as várias questões que afetam a classe. O presidente da AMB, Airton Mozart Valadares Pires, relatou as últimas ações da entidade. Também foram detalhados outros assuntos de interesse dos magistrados. Dois especialistas gaúchos foram convidados a falar sobre a Previdência: o desembargador Eduardo Uhlein e o representante da AMB no grupo criado pelo Conselho Nacional de Justiça para debater o tema, juiz Cláudio Luís Martinewski, respectivamente, diretor e subdiretor do Departamento Extraordinário de Previdência da AJURIS. Ingerência do Executivo Martinewski observou, durante a sua apresentação, a ingerência do Executivo no âmbito da esfera das autonomias do Poder Judiciário relativamente a esse tema . Salientou que não há lei em sentido formal, de caráter geral, que autorize a interpretação que vem sendo dada quanto ao conteúdo da competência do gestor único em relação aos regimes próprios de previdência. Destacou ainda que a forma como vem sendo imposto o gestor único em diversos Estados representa a violação dos princípios da separação dos poderes e das garantias institucionais e funcionais do Poder Judiciário. Esta posição é amplamente combatida pelas associações de classe estaduais, entre as quais a AJURIS, materializada em uma Ação Direta de Inconstitucionalidade em tramitação no STF, na proposta de texto do novo Estatuto da Magistratura feita ao relator da matéria no Supremo, pela AMB. A aprovação de tese, nesse sentido, ocorreu no XX Congresso Brasileiro de Magistrados, em outubro do ano passado em São Paulo. Previdência Complementar O regime de previdência complementar, abordado pelo desembargador Eduardo Uhlein, vem preocupando a magistratura, em especial no Rio Grande do Sul, quando em 2007 o Governo do Estado conseguiu um empréstimo junto ao Banco Mundial, consignado à apresentação de dois projetos: Gestor Único de Previdência - PL 394/2007, atual lei 12909/2008, aprovado em regime de urgência em 2008, e o outro que ainda tramita na Assembleia Legislativa e que trata da criação da previdência complementar. Se for aprovado, o Estado será a única unidade da Federação a introduzir o regime que, entre outras coisas, limita o teto da aposentadoria em R$ 3.416,00. O projeto do Executivo gaúcho é espelhado na proposta da União que tem como justificativa a promessa de isonomia entre os servidores públicos e os trabalhadores da iniciativa privada, garantia de ajuste fiscal, aumento nos níveis de poupança do País e o consecutivo crescimento econômico e, ainda, o interesse dos investidores internacionais. Para o desembargador Eduardo Uhlein, os efeitos do projeto vão se refletir diretamente na redução do conceito de Estado, em impacto fiscal e prejuízo imediato na receita pública, perda de qualidade e atratividade do serviço público, fragilização do modelo federativo, pagamento de taxa de administração ao sistema financeiro, e gestão dos fundos sujeito ao mercado e aos riscos de fraudes, desvios e insucesso das aplicações orientadas por critério político. Elaine Carrasco JORNAL DA AJURIS Artigos Os painelistas, juiz Cláudio Martinewski, e o desembargador Eduardo Uhlein A previdência complementar dos servidores públicos e a magistratura O Regime de Previdência Complementar para os servidores públicos, inicialmente introduzido na Constituição Federal pela Emenda nº 20, de 1998, e reafirmado pela Emenda nº 41, de 2003, significará, se e quando efetivamente instituído pelos entes federados, a demissão do Estado no atendimento a uma de suas funções básicas e que é a de prover, de forma solidária, sustentável e com controle público, o bem-estar social. A partir da regulamentação do Regime de Previdência Complementar, todos os que desde então ingressarem no serviço público passarão a se submeter a dois regimes previdenciários: o primeiro, o Regime Próprio (RPPS), com contribuição e benefícios limitados ao teto estabelecido para o Regime Geral, o do INSS (valor- limite atualmente fixado em R$ 3.416,00); outro, o Regime Complementar, em que a contribuição incidirá sobre o excedente àquele teto, e que passará a ser gerida por entidade fechada de previdência, responsável pela aplicação desses recursos no mercado financeiro, em regime de capitalização. O futuro valor da aposentadoria dependerá do sucesso das aplicações realizadas pela entidade, sem qualquer garantia mínima, atribuídos inteiramente ao servidor os riscos. Os benefícios não-programados, como a pensão por morte e a aposentadoria por invalidez, sequer restam contemplados nos projetos de regulamentação desse RPC já enviados, pela União e pelo Estado do Rio Grande do Sul, aos respectivos Parlamentos. Ainda é tempo, contudo, para chamar a atenção da cidadania em geral de que será ela própria a maior vítima da instituição do RPC, que, a pretexto de indemonstrado alívio fiscal, trará perda de atratividade e de qualidade ao serviço público em geral e, no particular, às carreiras típicas e nucleares das funções do Estado, como a magistratura, a par de violar garantias pétreas, com a autonomia do Poder Judiciário e a vitaliciedade de seus membros. Des. Eduardo Uhlein – diretor do Departamento Extraordinário de Previdência da AJURIS Gestor Único A exposição feita no âmbito da Coordenadoria das Justiças Estaduais da AMB versou sobre a questão do gestor único da previdência, hipótese prevista no art. 40, § 20, da Constituição Federal, redação dada pela Emenda Constitucional nº 41/2003. Um dos debates que se trava a respeito do tema é se, em relação aos aposentados e pensionistas dos magistrados, há o dever de deslocamento da administração, gerenciamento, concessão, pagamento e manutenção dos benefícios previdenciários, arrecadação, cobrança e gestão dos recursos e contribuições necessários ao custeio do regime próprio a um gestor único vinculado ao Poder Executivo. Há razões de sobra para assim não se proceder, na medida em que o referido deslocamento fere o princípio da separação dos poderes, atingindo as garantias institucionais de funcionais do Poder Judiciário, tais como o poder de iniciativa do processo legislativo sobre o tema, a autonomia administrativa, financeira e orçamentária, bem como a vitaliciedade que passa a ser fragilizada Foi salientado ainda que a idéia de gestor único não corresponde exatamente à realidade na medida em que está em gestação a privatização da previdência na qual parte da gestão será entregue à iniciativa privada. Noticiou-se, de outro lado, que diversos estados brasileiros, tais como Santa Catarina, Minas Gerais, Rio de Janeiro, entre outros, foi mantida a autonomia se não integral, ao menos parcial. O tema, por fim, é objeto de Ação D i re t a d e Inconstitucionalidade – ADIN sugerida pela AMB, com base em representação da AJURIS, na proposta legislativa do novo Estatuto da Magistratura, apresentado pela AMB ao STF, bem como de tese aprovada no XX Congresso Brasileiro de Magistrados, ocorrido em São Paulo, em outubro do ano passado. Todos eles no sentido de manutenção da gestão, em sua integralidade, no âmbito do próprio Poder Judiciário por representar expressão da Constituição Federal e uma visão de fortalecimento do Estado enquanto mantenedor dos direitos e garantias fundamentais e liberdades públicas. Juiz Cláudio Martinewski – subdiretor do Departamento Extraordinário de Previdência da AJURIS Elaine Carrasco JORNAL DA AJURIS Violência doméstica Uma voz masculina em defesa das mulheres Visita ao prefeito para cobrar reabertura da Casa Viva Maria Ação fora do gabinete Fabiana Betat A Lei Maria da Penha representa um marco na vida de milhões de brasileiras vitimadas diariamente pela violência doméstica. No Brasil, a cada 15 segundos uma mulher é vítima de agressão; 2 milhões anualmente no País. Em Porto Alegre, na única Vara especializada tramitam mais de 13 mil processos. Cada caso que chega ao Juizado exige especial atenção: a vítima pode ter o seu o problema resolvido com o simples afastamento do agressor da sua residência, mas em outros casos, é a mulher quem precisa deixar para trás as suas referências (casa, amigos, família) e ser abrigada em local sigiloso, longe dos olhos daquele que lhe impõe a violência, e sob o risco – se descoberta – de perder a própria vida. Para funcionar em sua plenitude, a lei ainda precisa consolidar, na prática, os mecanismos de proteção e auxílio às vítimas; e disponibilizar tratamento aos agressores para que estes não continuem a reproduzir a violência com outras parceiras. É sem dúvida, um desafio para quem tenta aplicá-la. Este universo feminino formado por vítimas de agressões físicas e psicológicas, reféns da humilhação, ganhou por conta do Juizado da Violência Doméstica gaúcho, uma voz a seu favor. E, é a voz de um homem que se destaca em defesa dessas mulheres. Roberto Arriada Lorea, 44 anos, juiz de Direito e diretor do Departamento de Promoção da Cidadania e dos Direitos Humanos da AJURIS, ao lado da juíza Madgeli Franz Machado, é responsável pela Vara da Violência Doméstica de Porto Alegre e um incansável defensor do que preconiza a Lei Maria da Penha. Os dois magistrados dão continuidade ao trabalho da juíza Jane Vidal, iniciado em dezembro de 2006. Grupo de Trabalho recebeu proposta da Corregedoria-Geral no fim de abril O juiz não restringe as suas ações ao gabinete no 5º andar do Foro Central da Capital, onde atende as vítimas, ouve as partes e profere suas sentenças. Inquieta o magistrado, não saber para onde vão as mulheres que ele – por medida de segurança – determinou que deixassem as suas casas e fossem para um abrigo. Ao tomar conhecimento sobre a desativação do Casa Viva Maria e a demora para a sua reinauguração, Lorea foi pessoalmente à prefeitura de Porto Alegre em busca de informação e de soluções. “Me preocupa quando essas mulheres retornam ao Foro com seus filhos pela mão, dizendo que não têm para onde ir”, disse ele ao prefeito José Fogaça, em março deste ano, numa reunião da qual também participaram representantes de ONGs de proteção à mulher. O magistrado observou que não adianta a Justiça fazer cumprir a lei se ela esbarrar na falta de políticas públicas que garantam o mínimo necessário para a segurança dessas vítimas. Um momento marcante do encontro com o então chefe do Executivo municipal foi a entrega de uma fita branca onde estava escrito: “Homens pelo fim da violência contra a mulher”. A fita, que Fogaça fez questão de colocar no pulso, integra o conjunto de peças publicitárias de uma campanha internacional pelo fim da violência doméstica e que o juiz pretende torná-la conhecida em solo gaúcho. A ideia – ainda na incubadora – é fazer uma parceria com a diretoria dos times Grêmio e Internacional, a fim de que os jogadores entrem em campo utilizando a fita, num movimento que sensibilize a torcida Grenal. Na Corregedoria-Geral da Justiça, Lorea e a magistrada Madgeli, que atua no projeto Maria da Penha, atendendo os foros regionais do Partenon, Sarandi, Tristeza e Restinga, estiveram acompanhando o presidente da AJURIS, João Ricardo dos Santos Costa, que levou ao corregedor desembargador Ricardo Raupp Ruschel, a proposta de criação de novas varas do Juizado de Violência Doméstica. O objetivo é dar uma resposta mais rápida aos casos que chegam ao Judiciário e cujas audiências estão sendo marcadas para seis meses devido ao excesso de demanda. São Paulo, por exemplo, está criando nove novos juizados buscando enfrentar a crescente demanda. Outros colegas como os juízes-corregedores Márcio André Keppler Fraga, Maria Cláudia Mércio Cachapuz, Marcia Kern Papaleo e Eliane Garcia Nogueira; e o juiz Eugênio Couto Terra, também acompanharam a visita que teve representantes de outras entidades associativas e de proteção à mulher. No decorrer de abril, foi formado o Fórum Permanente de Combate à Violência Doméstica que será coordenado pela entidade. Desse Fórum, designou-se um Grupo de Trabalho que atuará especificamente nas tratativas de ampliação do Juizado Especializado, cuja primeira reunião aconteceu no final do mês de abril com a presença da juíza Márcia Papaleo que apresentou a proposta da Corregedoria-Geral da Justiça. A solução encontrada, seria um projeto de reforço cartorário com aumento no horário de trabalho dos servidores, a fim de solucionar as demandas do Juizado. Os representantes do grupo estão discutindo a possibilidade de ampliação da proposta para estabelecer um novo contato com a Corregedoria. JORNAL DA AJURIS Maria da Penha, a história da mulher que quebrou o silêncio da violência A mulher que empresta seu nome a uma das mais populares leis brasileiras, a “Lei Maria da Penha”, que trata com rigor a violência doméstica e familiar, sofreu agressão física e psicológica, foi em mantida em cárcere privado pelo próprio marido, foi vítima de tentativa de assassinato duas vezes até buscar ajuda com os familiares. A história, diferente do que se imagina na maioria das vezes, aconteceu dentro da casa de uma família classe média alta, cujos personagens eram pessoas com acesso à informação. Em 1983, a farmacêutica cearense Maria da Penha Maia Fernandes foi atingida com um tiro disparado pelo marido, professor universitário Marco Antônio Heredia Viveiros, enquanto dormia. Como sequela, perdeu os movimentos das pernas e se viu presa a uma cadeira de rodas. O marido tentou acobertar o crime, afirmando que o disparo havia sido cometido por um ladrão. Após longo período de internação hospitalar, a farmacêutica retornou para casa, onde mais sofrimento lhe aguardava. Maria da Penha ficou paraplégica. Presa em sua própria residência, foi alvo de uma série de agressões. Vítima de nova tentativa de assassinato, desta vez por eletrocução, foi em busca da ajuda familiar e conseguiu, com uma autorização judicial, deixar a casa em companhia das três filhas. Em 1984, Maria da Penha iniciou uma longa jornada em busca de justiça e segurança. Sete anos depois, seu marido foi condenado a 15 anos de prisão. A defesa apelou da sentença e, no ano seguinte, a condenação foi anulada. Um novo julgamento foi realizado em 1996 e uma condenação de 10 anos foi aplicada. Porém, o réu ficou em regime fechado por apenas dois anos. A criação da lei Em razão da impunidade verificada nos dois julgamentos, o Centro pela Justiça e o Direito Internacional (CEJIL) e o Comitê Latino-Americano de Defesa dos Direitos da Mulher (CLADEM), juntamente com a vítima Maria da Penha, formalizaram uma denúncia à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), Órgão Internacional responsável pelo arquivamento de comunicações decorrentes de violação de acordos internacionais. Paralelamente, iniciou-se um longo processo de discussão por meio de proposta elaborada por um Consórcio de ONGs. Assim, a repercussão do caso foi reconhecida mundialmente. Após reformulação efetuada por intermédio de um grupo de trabalho interministerial, coordenado pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, do Governo Federal, a proposta foi encaminhada para o Congresso Nacional. Transformado em Projeto de Lei, realizaram-se durante o ano de 2005, inúmeras audiências públicas em Assembléias Legislativas das cinco Regiões do País, contando com a participação de entidades da sociedade civil. O resultado foi a confecção de um substitutivo acordado entre a relatoria do projeto, o Consórcio das ONGs e o Executivo Federal, que culminou na sua aprovação por unanimidade no Congresso Nacional. Assim, foi sancionada pelo presidente da República, a Lei 11.340 em 22 de setembro de 2006, conhecida como a Lei Maria da Penha, que impõe mecanismos para coibir a violência no âmbito das relações familiares. Um pouco mais sobre a lei Maria da Penha O que é considerado violência doméstica contra a mulher? É fazer - ou deixar de fazer - algo a uma mulher, capaz de causar a sua morte, lesão ou sofrimento físico, sexual ou psicológico, e dano moral ou patrimonial. Mas o agressor e a vítima precisam ser membros de uma mesma família ou existir algum tipo de vínculo íntimo afetivo entre eles. Não é só bater? Não. É considerada violência doméstica xingar, humilhar, ridicularizar, prender, chantagear, impedir de receber visitas, privar de alimento, dinheiro, saúde, obrigar a assinar documentos, entre outras atitudes A lei vale apenas para quem mora junto? Não, ela atinge também namorados, noivos e parceiros, assim como ex em geral, mesmo morando em casas separadas. O agressor sempre vai preso? Só se for pego em flagrante, se o comportamento dele oferecer grande risco à mulher, ou se ele for condenado ao fim do processo. A mulher tem que ir a uma Delegacia da Mulher para fazer a denúncia? Necessariamente não precisa ser numa delegacia especializada porque em alguns municípios elas ainda não existem. As delegacias comuns têm a mesma obrigação de registrar o caso e dar início ao processo. E se a mulher já foi agredida e corre riscos? A Lei oferece medidas para proteger a integridade física e o patrimônio da mulher. Ela prevê a saída do agressor de casa, a proteção dos filhos, direito de a mulher reaver seus bens e cancelar procurações feitas ao agressor, e até o estabelecimento de uma distância mínima para ele se manter em relação à vítima. Em casos extremos, o juiz pode direcionar a mulher para um abrigo. Qual o principal diferencial da Lei 11.340 (Maria da Penha)? Foi fazer a violência doméstica contra a mulher deixar de ser vista como um crime de menor poder ofensivo, punido com multa ou cesta básica. Agora, a pena é de um a três anos na prisão. Além disso, o juiz pode obrigar o agressor a participar de programas de reeducação ou recuperação. A Lei também criou novas formas de proteção à mulher ameaçada. Fonte: Secretaria Especial de Políticas Públicas para as Mulheres • Justiça 21 • Justiça 21 • Justiça 21 • Justiça 21 • Justiça 21 • Justiça 21 • JORNAL DA AJURIS Infância e Juventude Justiça 21 apresenta projetos Nos quatro primeiros meses de 2010, mais de 113 homicídios foram registrados em Porto Alegre. Nesse mesmo período, ocorreram 10.251 furtos, 6.345 roubos e 1.147 prisões e apreensões por tráfico e posse de entorpecentes. Os dados são da Secretaria da Segurança Pública do Rio Grande do Sul. Com o objetivo de buscar conciliação para conflitos, que muitas vezes resultam em crimes contra a vida, as práticas de Justiça Restaurativa estão sendo implementadas na capital gaúcha por meio do Programa Justiça 21, que coloca infrator e vítima frente a frente. O trabalho, que tem como coordenador, desde a sua criação, o juiz Leoberto Brancher, é constituído por um conjunto de iniciativas da Justiça da Infância e Juventude, e articulado pela Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (AJURIS). Assim, ele pretende produzir e difundir os conhecimentos da Justiça Restaurativa e promover a sua aplicação, na tentativa de humanizar e qualificar os serviços prestados pelo Sistema de Justiça e pela Rede de Atendimento à Infância e Juventude. A ênfase está na reparação do dano causado pelo conflito e pelo crime praticado por adolescentes. Nos cinco anos em que vem sendo desenvolvido, 2.583 pessoas participaram de 380 procedimentos restaurativos realizados no Juizado da Infância e Juventude. E outras 5.906 se beneficiaram com atividades de formação promovidas pelo programa. A conciliação é feita em três etapas: a preparação; a realização do encontro e o acompanhamento. Suas práticas não se destinam a apontar culpados ou vítimas, nem a buscar o perdão e a reconciliação, mas traz a percepção de que nossas ações afetam a nós mesmos e aos outros, e que somos responsáveis por seus efeitos. A primeira reunião de 2010 do Justiça 21 foi realizada em março, na Escola Superior da Magistratura (ESM). Na ocasião, o magistrado Leoberto Brancher apresentou aos 70 parceiros institucionais, individuais e acadêmicos, as proposições do projeto, entre eles, o “Justiça Juvenil Restaurativa na Comunidade”, sob a responsabilidade do Ministério Público, e a gerência direta do Procurador Afonso Armando Konzen. O objetivo é implantar quatro Núcleos de Justiça Juvenil Restaurativa, em áreas vulneráveis. Segundo mapeamento do Pronasci, estes locais são os bairros: Lomba do Pinheiro, Vila Bom Jesus, Vila Cruzeiro do Sul e Vila Restinga. A ação será financiada pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos e Secretaria da Reforma do Judiciário. A previsão de implantação é para o segundo semestre do ano. Outro projeto vigente é o “UNESCO/Criança Esperança”, que proporcionará ao Projeto Justiça 21 a manutenção da Secretaria Executiva, e a realização de seis cursos (sendo três turmas de iniciação e três turmas de coordenadores de círculos) e um seminário internacional, também previstos para depois de junho. São parceiros do Justiça 21 A Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul – AJURIS; Escola Superior da Magistratura – ESM; Programa Criança Esperança; 3ª Vara do Juizado Regional da Infância e Juventude de Porto Alegre; Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Porto Alegre; Defensoria Pública da 3ª Vara do Juizado Regional da Infância e Juventude de Porto Alegre; Faculdade de Serviço Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul; Fundação de Assistência Social e Cidadania do Município de Porto Alegre; Fundação de Atendimento Sócioeducativo do Estado do Rio Grande do Sul - Fase; Projeto Justiça Instantânea; 3ª Promotoria de Justiça Especializada da Infância e Juventude de Porto Alegre; Secretaria de Estado da Educação do Rio Grande do Sul; Secretaria Municipal da Educação de Porto Alegre; Secretaria Municipal da Juventude de Porto Alegre; Secretaria Municipal da Saúde de Porto Alegre; Secretaria Municipal de Coordenação Política e Governança Local de Porto Alegre; Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Segurança Urbana de Porto Alegre; Fundação Escola Superior do Ministério Público do Rio Grande do Sul; Colégio Anchieta; Círculo de Pais e Mestres da Creche Tia Gessi; Centro de Promoção à Criança e ao Adolescente; Centro Infanto-juvenil Monteiro Lobato; Clube de Mães Santa Rosa; Associação Cristã de Moços – Unidade Restinga e Fundação Casemiro Kurtz; Fórum Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – Fórum DCA e Fundação O Pão dos Pobres de Santo Antonio. Central de Práticas Restaurativas Em solenidade realizada no auditório do Foro Central, em 26 de abril, foi instalada a Central de Práticas Restaurativas do Juizado da Infância e Juventude. Seu propósito é atender adolescentes que cometeram atos infracionais leves, antes de serem encaminhados à Justiça. Nos bairros Lomba do Pinheiro, Restinga, Cruzeiro e Bom Jesus serão instaladas centrais que disponibilizarão profissionais capacitados para realizar o mesmo trabalho da Central de 10 Práticas do Foro Central, que funciona junto ao 3° Juizado da Infância e Juventude desde 2005. Em sequência, será remitido ao Ministério Público um relatório que visa analisar a necessidade de processo judicial ou não. Na ocasião, a AJURIS, representada por seu presidente, João Ricardo dos Santos Costa, juntamente com representantes do Judiciário, do Ministério Público, Secretaria da Reforma do Judiciário, Defensoria Pública, Secretaria Estadual da Justiça e Desenvolvimento Social e outras instituições, assinaram o Termo de Cooperação em Apoio ao Projeto Justiça Juvenil Restaurativa na Comunidade. O subprocurador-geral de Justiça, Afonso Armando Kozen, em nome do Programa Justiça 21, destacou que em uma sociedade na qual a Justiça permeia as relações sociais, as instituições devem realizar ações que correspondam à necessidade da população. O presidente da AJURIS, João Ricardo dos Santos Costa, falou sobre a importância de colaboração das diversas instituições do Estado e entidades civis, neste que é, um novo modelo de intervenção na questão da violência. O corregedor-geral de Justiça, desembargador Ricardo Raupp Ruschel, que estava representando o Tribunal de Justiça, apontou que o TJRS está apostando no programa, que oportuniza diálogo e solução dos conflitos, aumentando a humanização da Justiça. Vera Deboni, juíza do 3º Juizado da Infância e Juventude, que vai coordenar os trabalhos da Central, informou que nos dois primeiros meses de institucionalização dessa prática, de fevereiro a abril de 2010, 80 círculos restaurativos foram realizados com 90,9% dos acordos cumpridos satisfatoriamente. Vera Deboni ressaltou que o Poder Judiciário está rompendo com a lógica de que ao crime será dado o castigo, adotando a composição e responsabilização como alternativas. A magistrada entregou ao mentor do programa no Estado, o juiz Leoberto Brancher, o primeiro relatório. Na ocasião, Brancher declarou que a solenidade é uma celebração do passado e a consagração de algo que foi construído de baixo para cima. O magistrado agradeceu a validação e reconhecimento do Tribunal de Justiça do RS. Durante o evento, o grupo Orquestra Juvenil Instituto Popular de Arte-Educação, composta por 189 músicos, realizou apresentação, tocando Vivaldi e Mozart. A Orquestra IPDAE, Central de Práticas Restaurativas foi anunciada em abril Orquestra Juvenil tocou Vivaldi e Mozart criada em agosto de 2006, sob a regência e direção artística da violinista Rosângela dos Santos, integra o Instituto Popular de Arte-Educação, que é uma entidade sem fins lucrativos. Ela oferece gratuitamente cursos, acesso à leitura, à história e música para jovens da comunidade da Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre. A instituição também mantém a Biblioteca Leverdógil de Freitas e o Museu Comunitário no bairro. O Projeto Justiça 21 em 2010 Por Leoberto Narciso Brancher*, O ano de 2010 é muito significativo para o Projeto Justiça 21, que foi iniciado e tem seu lastro na AJURIS, mas que cada vez mais tem alargado sua atuação por parte das parcerias interinstitucionais. Em março, completamos cinco anos de atuação. E este, acima de tudo, é o ano da institucionalização da Justiça Restaurativa no Rio Grande do Sul, que marca o fim do período de ajustes e das aplicações meramente experimentais. Agora, o programa passa a integrar as políticas da justiça juvenil gaúcha. O fruto maduro desse período está representado pela consolidação da Central de Práticas Restaurativas no Juizado de Porto Alegre, e pelo lançamento do Projeto Justiça Juvenil Restaurativa na Comunidade, a cargo do parceiro institucional Ministério Público. Notem que esse é um processo de baixo para cima. Não chamamos as instituições para comemorar o lançamento de uma idéia, para depois ver o que acontece. Cinco anos de experimentação, testes, amadurecimento, e então o Tribunal vem corroborar a experiência da Central de Prática Restaurativa. Mesmo o projeto das Centrais Comunitárias, que está sendo lançado, representa assim não um anúncio de intenções abstratas, mas a continuidade de uma caminhada. Consolidada a implantação na Capital, a AJURIS permanece como protagonista de ponta, liderando os avanços que agora vão ao interior do Estado. Este ano, com incentivo da UNESCO, apoiaremos a implantação de JR, mediante cursos de formação de lideranças e de coordenadores de círculos restaurativos em Passo Fundo, Caxias do Sul e Bento Gonçalves. Manteremos, também, as formações na Escola Superior da Magistratura da AJURIS, abertas à comunidade dos operadores da Rede da Infância e Juventude. Essas formações serão feitas em acréscimo a uma serie de outras atividades de mobilização e formação, que seguirão o formato definido junto à Escola da AJURIS, a ser destinado às comunidades das quatro regiões atendidas pelo Projeto Justiça Juvenil Restaurativa na Comunidade. *Juiz de Direito e idealizador do Projeto Justiça 21 11 • Justiça 21 • Justiça 21 • Justiça 21 • Justiça 21 • Justiça 21 • Justiça 21 • Fotos: Fabiana Betat JORNAL DA AJURIS Fabiana Betat JORNAL DA AJURIS foto Repercussão Protetores de animais elogiam sentença de magistrado gaúcho Considerada um marco na luta pelos direitos dos animais, a sentença proferida pelo juiz Régis de Oliveira Montenegro Barbosa, no final de março, foi alvo de inúmeros elogios de representantes de associações protetoras. A indenização de R$ 20 mil que deverá ser paga aos proprietários de um labrador degolado, soou como um alerta de que agressão e maus tratos podem custar caro. O desfecho dado pelo magistrado da 18ª Vara Cível surpreendeu, inclusive as partes envolvidas. É a primeira vez que um caso envolvendo violência contra animais gera uma indenização tão alta. Para o magistrado, operou como condição determinante para a fixação do patamar indenizatório, o modus operandi adotado pelo proprietário das ovelhas, definido pelo julgador como situado bem “próximo à barbárie”, mediante utilização de meio cruel. Foi de ampla divulgação nos autos a circunstância de que o acusado já havia matado outros cães em situações semelhantes. Um deles, meses antes, segundo relatos, fora amarrado pelo réu da ação em seu veículo e arrastado, com o que o animal veio a ser “esfolado ainda em vida”. “Foi decisivo o perfil violento e ameaçador do réu, tendo se valido de comportamento Juiz Régis de Oliveira Montenegro Barbosa prepotente e intimidatório, como se ainda estivesse no tempo em que a única lei válida e vigente era a do mais forte. Atos desse tipo merecem pronta, eficaz e enérgica reação por parte do Estado”, adverte Régis de O. Montenegro Barbosa, que acredita que a pessoa capaz de uma violência despropositada contra um animal, acaba oferecendo risco à própria sociedade. “Quem pratica um ato de crueldade deste tipo contra um animal encontra-se a meio passo de fazê-lo contra um ser humano”, complementa, inclusive citando a tese defendida pelo filósofo contemporâneo Peter Singer, que em sua “ética animal” preconiza que os animais são dotados de sentimento e direitos, o que deve necessariamente corresponder a correlatos deveres para com eles por parte dos seres humanos. No tocante à repercussão da sentença, o magistrado atribui tal fato à quebra de uma praxe adotada pela jurisprudência brasileira, normalmente marcada por uma condescendência na aplicação das penas em geral, tanto na seara cível como na criminal. “Comparativamente a qualquer outro país, nossa legislação e as respectivas penas previstas, bem como a aplicação destas por parte dos operadores do Direito, acabam se tornando muito brandas”, diz Régis. Entenda os fatos A historia se passou em Sentinela do Sul e foi protagonizada por um agropecuarista que, acusando o labrador Elvis, de 11 anos, de estar matando as suas ovelhas, degolou o animal e colocou em frente à fazenda dos proprietários do cão. Não satisfeito, o agressor partiu para a casa de uma outra vizinha. Pegou a cadela viralatas Pitucha, imobilizou-a pelo pescoço e bateu com o animal contra um cano d’água e na sequência também a degolou. O valor de R$ 20 mil, estipulado pela sentença, será doado a uma entidade protetora de animais. O que disseram as associações de proteção aos animais: “Triste história para publicar, mas com bom encaminhamento judicial...” (Ong Centro de Estudos Ambientais – CEA) “A decisão é um marco, pelo alto valor da indenização e merece ser comemorada. Nunca vi um valor tão alto envolvendo animais. Isso mostra que a consciência vem crescendo, para acabar com essa violência” (Maria Luiza Nunes, diretora do Movimento Gaúcho de Defesa Animal) “Venho com todo o respeito agradecer pelo julgamento ao assassino de animais. Espero que realmente a Justiça se cumpra e que realmente além da indenização ele pegue prisão. Só assim, se consegue educar certos “humanos” – se assim podemos chamalos – a respeitarem vidas... (Célia, Projetos – Instituto Nina Rosa) O Judiciário mais perto do cidadão Comunicação entre a magistratura e a sociedade O programa, produzido pelo Departamento de Comunicação Social da AJURIS, é exibido na TVE, canal 7 de Porto Alegre, às 22h, aos domingos; nos horários alternativos da TV Justiça, canal 8 da NET. Entre na página da AJURIS www.ajuris.org.br e clique no banner da Radioweb 12 Fabiana Betat JORNAL DA AJURIS Eventos Jane Vidal recebe Medalha do Mérito Legislativo A juíza Jane Maria Kohler Vidal, da 3º Vara Civil de Porto Alegre, recebeu a Medalha do Mérito Legislativo, em solenidade ocorrida em março, no Parlamento gaúcho. A proposição da outorga foi da deputada estadual Stela Farias (PT) em reconhecimento ao trabalho desempenhado pela magistrada junto ao Juizado da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, de dezembro de 2006 a maio de 2008. A homenagem integrou as atividades da Semana da Mulher promovida pela Assembleia Legislativa. Durante a solenidade, Jane Vidal, ressaltou que a Lei Maria da Penha é um avanço social e jurídico contra a violência familiar e veio para interferir pela parte mais fragilizada da relação, ou seja, a mulher. A magistrada também falou sobre a igualdade de gêneros. “Se queremos um mundo mais justo, queremos um mundo igualitário”, afirmou, ao lembrar que uma mulher é agredida no ambiente familiar a cada 15 segundos no Rio Grande do Sul. Emocionada, a juíza agradeceu a honraria e ressaltou o importante papel do juiz como transformador da sociedade. Ela ainda agradeceu o apoio da AJURIS, representada na cerimônia pelo seu vice-presidente Administrativo, Benedito Felipe Rauen Filho, e de todos aqueles que participaram e colaboraram nesta caminhada. Participaram da cerimônia a vicepresidente Cultural da AJURIS, Dulce Oppitz; a diretora do Departamento Jane Vidal recebe homenagem da deputada Stela Farias de Comunicação Social, Maria Lucia B. Buchain Zoch Rodrigues; o chefe de gabinete da Presidência da Assembleia Legislativa, Enilto dos Santos; o superintendente geral da Assembleia, Hermes da Rosa, ambos representando o presidente Giovani Cherini; o diretor do Foro de Porto Alegre, Alberto Delgado; amigos e familiares da homenageada. Vera Deboni palestra em Congresso de Vereadores A juíza Vera Lúcia Deboni, presidente do Conselho Deliberativo da AJURIS, e responsável pelo Juizado Regional da Infância e Juventude, participou no dia 24 de março do painel “A Criança e o Adolescente – Compromisso de Todos”. A programação integrou o 52º Congresso Estadual de Vereadores, Assessores, Servidores e Técnicos Legislativos de Câmaras do RS, promovido pela União dos Vereadores do Rio Grande do Sul (UVERGS). Em seu discurso, Vera falou sobre programas de execução de medidas socioeducativas (penas alternativas para menores), e ressaltou a importância de sua implantação em outras cidades. Na capital gaúcha, o programa funciona desde 1999 e já atendeu cerca de 1,1 mil jovens que cumprem medidas socioeducativas em meio aberto. Estudantes de Direito da Urcamp assistem palestra do presidente da AJURIS A atividade reuniu cerca 200 estudantes do curso de Direito da Universidade Regional da Campanha (Urcamp). O espaço cultural Dom Félix de Azara, no campus de São Gabriel, ficou lotado na noite do dia 15 de abril. Além do presidente da AJURIS, João Ricardo dos Santos Costa, fizeram parte da mesa o juiz de Direito da Vara Criminal da Comarca, José Pedro de Oliveira Eckert, a promotora da Justiça, Ivana Machado Battaglin, o professor Ubiratara Vieira Azambuja, representando o coordenador do curso de Direito da Universidade e a superintendente acadêmica da Urcamp, Maria Tereza Prates. João Ricardo discorreu sobre o tema O papel do Poder Judiciário no Mundo Contemporâneo. O magistrado fez uma explanação das evoluções do Direito na sociedade até os modelos de hoje, mostrando como fatos históricos interferiram nesse processo. Também aproveitou para falar sobre temas que têm sido bastante discutidos no Judiciário. Um deles, a questão da reforma do Código de Processo Civil (CPC). “Uma das maiores dificuldades dos magistrados hoje é a morosidade do sistema. Devido ao grande volume de ações que chegam à mesa dos juízes, é um desafio dar no tempo certo a sentença adequada. É preciso mudar a forma de intervenção”, disse referindo-se a possibilidade de adoção do processo coletivo para solução dos litígios de massa. Proposta que permite julgar num mesmo momento milhares de ações individuais. 13 Divulgação/Câmara de Vereadores - Três Passos JORNAL DA AJURIS Eventos Magistrado recebe título O juiz da Infância e Juventude, Fernando Vieira dos Santos, foi homenageado em abril, com o título de Cidadão de Três Passos. A honraria foi entregue em sessão solene da Câmara de Vereadores realizada no Centro de Eventos da Feicap – Feira de Exposição Industrial, Comercial e Agropecuária. A AJURIS esteve representada no evento pelo juiz Vinicius Paz Leão. A proposição foi do vereador Tarcísio Kuhn (PMDB), motivada pelo trabalho desenvolvido pelo magistrado, em parceria com o Ministério Público do município, com a campanha Ser Legal, é Bom!, efetivada por meio de portaria municipal. A intenção é proibir o acesso de crianças e Promotora Dinamarcia Maciel de Oliveira, vereador Tarcisio Kuhn, e o magistrado Fernando Vieira dos Santos adolescentes a eventos públicos noturnos, especialmente aqueles realizados em clubes, boates e bares, sem acompanhamento de responsável legal; bem como, a venda ou fornecimento de bebida alcoólica, cigarros e outras drogas, a esta faixa etária. Os estabelecimentos comerciais são responsáveis por verificar a idade dos frequentadores, estando autorizados a solicitar documento em caso de dúvida. A campanha é desenvolvida em parceria com o Ministério Público, por intermédio da promotora de Justiça Dinamárcia Maciel de Oliveira, que também recebeu o título. São Luiz Gonzaga inaugura Casa de Semiliberdade Homenagem a magistrados na Academia Soledadense de Letras Os desembargadores Garibaldi Wedy, Milton dos Santos Martins e Silvestre Jasson foram homenageados pela Academia Soledadense de Letras, no dia 20 de março, ocasião em que receberam os títulos de membros honorários durante jantar de lançamento da entidade. A Academia Soledadense de Letras foi fundada em 17 de dezembro do ano passado com a finalidade de congregar autores do município e facilitar a divulgação e publicação de suas obras. O jantar festivo no Clube Comercial de Soledade contou com a presença dos agraciados. Divulgação O juiz da Infância e Juventude de São Luiz Gonzaga, Luis Antonio de Abreu Johnson, representou a Presidência da AJURIS na inauguração da Casa de Atendimento em Semiliberdade (Casemi) para jovens infratores de Santo Ângelo, no dia 15 de março. A unidade vai atender até 20 pessoas com idade entre 12 e 21 anos, oriundos da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase), que terão atividades externas durante o dia e retornarão à noite. Na cerimônia, o juiz da Infância e Juventude de Santo Ângelo, João Batista Costa Saraiva, salientou que há um esforço para construir perspectivas para os jovens em conflito com a lei. “Diversos movimentos e parcerias foram firmados para realizar um atendimento especializado com a finalidade de resgatar a cidadania e possibilitar a reinserção social dos adolescentes”. Quem são eles: • Desembargador Garibaldi Wedy, pai do também desembargador Délio Spalding Wedy, e avô do juiz federal Gabriel Wedy; • o ex-presidente da AJURIS e AMB, des. Milton dos Santos Martins; • o presidente da Comissão Eleitoral da AJURIS, por três pleitos consecutivos, des. Silvestre Jasson. Cartilha da AMB é entregue para alunos de São Gabriel Carolina Grigol Crianças das escolas municipais Menino Jesus – CAIC e José Evaristo M. Casado de São Gabriel receberam a Cartilha da Justiça, em visita da AJURIS ao município, no dia 16 de abril. O material, produzido pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), faz parte da campanha Cidadania e Justiça Também se Aprendem na Escola. Ao todo, quase 6 mil publicações foram distribuídas no município. O presidente da AJURIS, João Ricardo dos Santos Costa, que é vice-presidente da AMB, destacou a importância de divulgar os conceitos como justiça e cidadania entre as crianças. “Através da leitura elas vão aprender sobre o papel dos poderes na sociedade. Saber o que cada um faz e quem procurar para fazer garantir seus direitos. Além disso, poderão difundir essas informações para os pais.” A cartilha explica de forma didática a função de cada um dos cargos executivos, dos legisladores e dos juízes, por exemplo. Por meio de um enredo bem humorado, o esperto Brasilzinho esclarece ainda qual a atribuição de cada um dos juizados e as ferramentas usadas pelo juiz para a solução dos processos. 14 Fabiana Betat JORNAL DA AJURIS Social/Cultural AJURIS Canta o Rio Grande embala happy hour do CAM Magistrados fazem relançamento do CD AJURIS Canta o Rio Grande O vice-presidente Social da entidade, José Antônio Flores de Azambuja, antes de chamar os artistas para o palco, deixou a promessa de um segundo CD. Um dos momentos marcantes da noite foi a interpretação da música “A voz do Pago”. A letra nomina os juízes do Rio Grande do Sul reconhecidos por suas veias artísticas. A canção inédita foi composta por Renato Borghetti e interpretada pelos magistrados e músicos convidados. Para Borghetti, a proposta de gravação do “AJURIS Canta o Rio Grande”, coloca o juiz, considerado muitas vezes uma figura intocável, mais perto do povo. “A música faz isso, aproxima as pessoas”, destacou. “Na verdade, eles (juízes) que fizeram todo o trabalho, eu apenas contribuí. O disco é todo deles”, complementou. A confraternização foi feita no dia 8 de abril. Um happy hour, oferecido pela AJURIS aos juízes que participaram do Curso de Atualização para Magistrados (CAM), também serviu para o relançamento do CD “AJURIS Canta o Rio Grande”. O projeto, que reúne canções tradicionalistas, é organizado pelo juiz de Direito João Carlos Brum. O CD traz músicas interpretadas pelos magistrados Reinaldo Rammé, Roberto Laux Júnior, Gorete Marques Charão, Talai Selistre, Ruggiero Saciloto, Adalberto Hommerding, Elisa Canovas Teixeira e Jairo Cardoso Soares. As participações especiais ficaram por conta dos músicos Renato Borghetti, Marcelo Caminha, Duca Duarte, Rafael Sluminsky, Paulinho Cardoso e Chico Saratti - responsável pela produção executiva do álbum. O presidente da AJURIS, João Ricardo dos Santos Costa, saudou os colegas presentes ao evento e parabenizou o belo trabalho desempenhado pelos magistrados na produção do CD. Chegada do coelho é atração durante festa de Páscoa para que elas interajam com as recreacionistas de forma a estimular o raciocínio e a curiosidade”, diz a diretora Cultural. Pensionistas se reúnem para discutir agenda 2010 Cerca de 60 convidados participaram da primeira reunião com a nova direção da AJURIS. “É uma satisfação ver que nosso chamado foi atendido com tanta disposição”, saudou a diretora do Departamento de Pensionistas, Eneida Barbosa. O encontro foi na Sede Administrativa no dia 13 de abril. Além da apresentação da diretoria, foram discutidos aspectos sobre a Parcela Autônoma de Equivalência e a PEC 46. Também foram esclarecidas as possibilidades de convênios para quem faz parte da Associação dos Magistrados Brasileiros e prestadas informações sobre o VII Congresso Nacional de Pensionistas da Magistratura. O presidente da AJURIS, João Ricardo dos Santos Costa, o vicepresidente Administrativo, Felipe Rauen, o vice-presidente Social, José Antônio Flores, o diretor do Departamento dos Aposentados, Luiz Gaspar Beck da Silva, e o gerente-geral do Sicredi/AJURIS, Evandro Luiz Quanz, também participaram do encontro. Fabiana Betat A Sede Campestre da AJURIS foi cenário para comemoração de Páscoa no dia 11 de abril. Cerca de 100 magistrados e familiares almoçaram no restaurante Ilha dos Sabores, às margens do Guaíba. Durante à tarde, recreacionistas animaram as crianças com brincadeiras, músicas, pinturas e até teatro de fantoches. O momento mais esperado da festa foi a chegada do coelho da Páscoa, que distribuiu doces e chocolates para a garotada. Os juízes com filhos pequenos também aproveitaram a oportunidade para preencher um cadastro a pedido dos Departamentos Social e Cultural da entidade que organizou a festa. A intenção é manter contato e enviar aos pais dicas, sugestões e informações voltadas ao público infantil. O objetivo das diretoras do Departamento Social Eliziana da Silva Perez e do Departamento Cultural Rosana Garbin é estimular a criatividade e o desenvolvimento cognitivo, durante as festas infantis. “Queremos colocar à disposição das crianças atividades Carolina Grigol Crianças se divertiram na festa de Páscoa na Sede Campestre Primeira reunião do ano foi prestigiada por cerca de 60 pensionistas 15 JORNAL DA AJURIS Aposentados Fotos: Elaine Carrasco Presidente do TJ prestigia jantar Recém aposentados, o desembargador José Eugênio Tedesco (3º da esq/dir) e... O des. Leo Lima, presidente do TJRS, também foi homenageado ... a pretora Suzana Viegas Neves da Silva (3ª da esq/dir) receberam o Alfinete do Jubilado Fotos: Elaine Carrasco O presidente do TJRS, desembargador Leo Lima, prestigiou na noite da quarta-feira (28/4), o jantar do Departamento de Aposentados da AJURIS que reuniu mais de 100 convidados no Salão Nobre do Hotel Plaza São Rafael. O showfoi da cantora Inez Rizzardo e teve o patrocínio do Sicredi. O diretor Luiz Gaspar Beck da Silva, anfitrião da festa, agradeceu a presença de todos e lembrou que o Departamento tem sido sempre muito valorizado pela AJURIS. O presidente da entidade, João Ricardo dos Santos Costa, fez um breve discurso e chamou a atenção para a última pesquisa que confirma a confiança dos gaúchos no Judiciário. “Eu não tenho como contestar esses números porque eles se confirmam a cada novo levantamento”, assinalou o dirigente. Após o jantar foi feita a entrega do Alfinete do Jubilado para o desembargador e ex-presidente do TJ, José Eugênio Tedesco e à pretora Suzana Viegas Neves da Silva, pelo desembargador Hermann Homem de Carvalho Roenick e pela diretora Social 16 da AJURIS, Eliziana da Silveira Perez. Ao desembargador Leo Lima, a láurea foi entregue pelo presidente João Ricardo. A homenagem é feita desde 2002 pela Associação aos colegas que conquistam a aposentadoria. Compareceram ao evento, o diretor do Foro Central, Alberto Delgado Neto, os ex-ministros Ruy Rosado de Aguiar Junior, Athos Gusmão Carneiro, os presidentes do TJRS, Adroaldo Fabrício e Milton dos Santos Martins, ex-presidente da AJURIS, a exemplo dos magistrados, Sérgio Pilla da Silva, Ivo Gabriel da Cunha e Denise Oliveira Cezar, e demais magistrados, pensionistas e familiares. Foram sorteadas uma cortesia para o jantar e uma passagem aérea de ida e volta a Florianópolis para ser utilizada na excursão que está sendo programada pelo Departamento de Aposentados para o período de 20 a 25 de maio. Foram contemplados os desembargadores, Milton Martins com o jantar, e Salvador Vizzotto com a viagem.