Material ENEM Conteúdo e Exércicios Sobre a Revolução Industrial Revolução Industrial (Marcio José Santos) Revolução Industrial 1 Do artesão ao industrial Tudo começou na Inglaterra E se espalhou por toda a terra Influenciados pelo Iluminismo2 Os burgueses espandiram o capitalismo A virtude é o trabalho 3 E o relógio controla o tempo Do coitado do operário Revolução Industrial Do artesão ao industrial As cidades cresceram e os problemas 4 Surgiram os guetos e as favelas5 Sindicatos, anarquistas comunistas Pro estado tudo é caso de polícia Tempos modernos é o fordismo 6 Salve a indústria e a fumaça Marinetti e o movimento futurista 7 Obs: Procurar no Youtube: Tio Marcio Revolução Industrial 1- Na Idade Média o artesão possuia o controle de todo o processo de produção de um determinado objeto. Com o advento das indústrias no século XVIII, ele perde o controle sobre sua produção, pois cada trabalhador passa a ter uma função dentro das fábricas, a divisão do trabalho acarreta um aumento de produtividade, mas a mão de obra deixa de pertencer ao artesão paara ser propriedade do industrial. 2- O Iluminismo foi uma corrente filosófica surgida no século XVIII, profundamente crítico do Absolutismo monárquico que vigorava na Europa, seus ideais de liberdade, igualdade e fraternidade, inspiraram pensamentos econômicos como o do inglês Adam Smith, tido como pai do liberalismo econômico em oposição ao mercantilismo. Para Smith, o estado deveria intervir o mínimo em questões financeiras, o mercado funcionaria através da “lei da oferta e da procura” . 3- Para alguns historiadores não foram as inovações tecnológicas como a máquina a vapor que deram origem as fábricas, mas a necessidade do capitalismo de conrolar o ritmo do trabalho de seus funcionários. “Tempo é dinheiro”. 4- Com o nascimento das fábricas, houve um aumento da população urbana que migrava dos campos para as cidades. O crescimento desordenado, fez surgir os problemas sociais característicos das metrópoles, além de uma classe social, o proletário, que passou a se organizar para reivindicar seus direitos. 5- No início da Revolução Industrial a questão operária era tratada como “caso de polícia” não havendo leis que garantissem o direito de greve dos trabalhadores. A partir da II Revolução Industrial (1860) a luta operária leva a adoção de medidas que passam a defender a causa trabalhadora. No Brasil surge a CLT - Consolidação das Leis Trabalhistas durante a Era Vargas (1930-1945) 6- O fordismo, significou a aplicação do controle científico no trabalho. Na fábrica de Henry Ford se introduziu a linha de montagem, que visava eliminar o desperdício de tempo e gerar redução de custos. 7- No início do século XX, surgem na Europa vanguardas artísticas como o Futurismo, Cubismo, Expressionismo, Dadaismo e Surrealismo, no caso do Futurismo idealizado por Marinetti, este tinha como proposta a exaltaçãoda vida moderna, das fábricas, da velocidade e do espírito nacionalista. Acabou tendendo ao fascismo. Questões Relacionadas 01) (ENEM 2009) A prosperidade induzida pela emergência das máquinas de tear escondia uma acentuada perda de prestígio. Foi nessa idade de ouro que os artesãos, ou os tecelões temporários, passaram a ser denominados, de modo genérico, tecelões de teares manuais. Exceto em alguns ramos especializados, os velhos artesãos foram colocados lado a lado com novos imigrantes, enquanto pequenos fazendeiros-tecelões abandonaram suas pequenas propriedades para se concentrar na atividade de tecer. Reduzidos à completa dependência dos teares mecanizados ou dos fornecedores de matéria-prima, os tecelões ficaram expostos a sucessivas reduções dos rendimentos. THOMPSON, E. P. The making of the english working class. Harmondsworth: Penguin Books, 1979 (adaptado). Com a mudança tecnológica ocorrida durante a Revolução Industrial, a forma de trabalhar alterou-se porque A) a invenção do tear propiciou o surgimento de novas relações sociais. B) os tecelões mais hábeis prevaleceram sobre os inexperientes. C) os novos teares exigiam treinamento especializado para serem operados. D) os artesãos, no período anterior, combinavam a tecelagem com o cultivo de subsistência. E) os trabalhadores não especializados se apropriaram dos lugares dos antigos artesãos nas fábricas. 02) (ENEM 2010) A Inglaterra pedia lucros e recebia lucros. Tudo se transformava em lucro. As cidades tinham a sua sujeira lucrativa, suas favelas lucrativas, sua fumaça lucrativa, sua desordem lucrativa, sua ignorância lucrativa, seu desespero lucrativo. As novas fábricas e os novos alto-fornos eram como as Pirâmides, mostrando mais a escravização do homem que o seu poder. DEANE, P. A Revolução Industrial. Zahar, 1979 (adaptado) Qual relação é estabelecida no texto, entre os avanços tecnológicos ocorridos no contexto da revolução Industrial Inglesa, e as características das cidades industriais no início do século XIX ? a) A facilidade em se estabelecer relações lucrativas, transformava as cidades em espaços privilegiados para livre iniciativa, característica da nova sociedade capitalista. b) O desenvolvimento de métodos de planejamento urbano, aumentava a eficiência do trabalho industrial. c) A construção de núcleos urbanos integrados por meios de transporte facilitava o deslocamento dos trabalhadores das periferias até as fábricas. d) A grandiosidade dos prédios onde se localizavam as fábricas, revelavam os avanços da engenharia e da arquitetura do período, transformando as cidades em locais de experimentação estética e artística. e) O alto nível de exploração dos trabalhadores industriais,ocasionava o surgimento de aglomerados urbanos ,marcados por péssimas condições de moradia, saúde e higiene. 03) (ENEM 2009) Até o século XVII, as paisagens rurais eram marcadas por atividades rudimentares e de baixa produtividade. A partir da Revolução Industrial, porém, sobretudo com o advento da revolução tecnológica, houve um desenvolvimento contínuo do setor agropecuário. São, portanto, observadas consequências econômicas, sociais e ambientais inter-relacionadas no período posterior à Revolução Industrial, as quais incluem a) a erradicação da fome no mundo. b) o aumento das áreas rurais e a diminuição das áreas urbanas. c) a maior demanda por recursos naturais, entre os quais os recursos energéticos. d) a menor necessidade de utilização de adubos e corretivos na agricultura. e) o contínuo aumento da oferta de emprego no setor primário da economia, em face da mecanização. 04) (ENEM 2001) “... Um operário desenrola o arame, o outro o endireita, um terceiro corta, um quarto o afia nas pontas para a colocação da cabeça do alfinete; para fazer a cabeça do alfinete requerem-se 3 ou 4 operações diferentes; ...” (SMITH, Adam. A Riqueza das Nações. Investigação sobre a sua Natureza e suas Causas. Vol. I. São Paulo: Nova Cultural, 1985). A respeito do texto e do quadrinho são feitas as seguintes afirmações: I. Ambos retratam a intensa divisão do trabalho, à qual são submetidos os perários. II. O texto refere-se à produção informatizada e o quadrinho, à produção artesanal. III. Ambos contêm a idéia de que o produto da atividade industrial não depende do conhecimento de todo o processo por parte do operário. Dentre essas afirmações, apenas a) I está correta. b) II está correta. c) III está correta. d) I e II estão corretas. e) I e III estão corretas. 05) A economia solidária foi criada por operários, no início do capitalismo industrial, como resposta à pobreza e ao desemprego que resultavam da utilização das máquinas, no início do século XIX. Com a criação de cooperativas (de produção, de prestação de serviços, de comercialização ou de crédito), os trabalhadores buscavam independência econômica e capacidade de controlar as novas tecnologias, colocando-as a serviço de todos os membros da empresa. Essa ideia persistiu e se espalhou: da reciclagem ao microcrédito, já existem milhares de empreendimentos desse tipo hoje em dia, em várias partes do mundo. Na economia solidária, todos os que trabalham são proprietários da empresa. Trata-se da possibilidade de uma empresa sem divisão entre patrão e empregados, sem busca exclusiva pelo lucro e mais apoiada na qualidade do que na quantidade de trabalho, em convivência com a economia de mercado. SINGER, Paul. A recente ressurreição da economia solidária no Brasil. Disponível em: http://www.cultura.ufpa.br/itcpes/documentos/ecosolv2.pdf. Acesso em: 23 mar. 2009. (com adaptações). A economia solidária, no âmbito da sociedade capitalista, institui complexas relações sociais, demonstrando que a) fraternidade entre patrões e empregados, comum no cooperativismo, tem gerado soluções criativas para o desemprego desde o início do capitalismo. b) a rejeição ao uso de novas tecnologias torna a empresa solidária mais ecologicamente sustentável que os empreendimentos capitalistas tradicionais. c) a prosperidade do cooperativismo, assim como a da pirataria e das formas de economia informal, resulta dos benefícios do não pagamento de impostos. d) as contradições inerentes ao sistema podem resultar em formas alternativas de produção. e) o modelo de cooperativismo dos regimes comunistas e socialistas representa uma alternativa econômica adequada ao capitalismo. Gabarito 1) D 2) E 3) C 4) E 5) D Bibliografia Complementar HOBSBAWM, Eric J. A Era das Revoluções (1789-1848), São Paulo, Paz e Terra, 2005. BRESCIANI, Maria Stella. Londres e Paris no século XIX: O espetáculo da pobreza. São Paulo, Editora Brasiliense, 1994. FLORENZANO, Modesto. As Revoluçõoes Burguesas. São Paulo, Brasiliense, 1994.