01-02-2011 Sistemas eléctricos e magnéticos Circuitos eléctricos Prof. Luís Perna 2010/11 Corrente eléctrica • Qual a condição para que haja corrente eléctrica entre dois condutores A e B? Que tipo de corrente eléctrica se verifica? Como não existe nenhuma fonte de tensão entre os condutores a corrente eléctrica diz-se transitória ou temporária. 1 01-02-2011 Corrente eléctrica • Suponha agora que se intercala um gerador no circuito, que tipo de corrente passamos a ter? Se existir um gerador (fonte de tensão) a corrente será uma corrente permanente. A corrente eléctrica é um movimento orientado de cargas eléctricas (electrões de condução ou electrões livres) através de um condutor e só existe se houver uma diferença de potencial entre os condutores. Quais são os efeitos da corrente eléctrica? • Vejamos o seguinte circuito: A energia eléctrica transforma-se em energia térmica, luminosa e química. Podemos verificar: • O efeito térmico; • O efeito luminoso; • O efeito magnético; • O efeito químico. 2 01-02-2011 Como classificar a corrente eléctrica? • Corrente estacionária – é a corrente produzida por uma d.d.p. constante em que os seus efeitos não variam no decurso do tempo. • As correntes eléctricas podem classificar-se ainda em: Correntes contínuas; Correntes alternadas. Mecanismos da corrente eléctrica • Nos condutores metálicos Se considerarmos um condutor metálico, isolado, em equilíbrio electrostático, o número de electrões, que passam numa secção desse condutor, num certo intervalo de tempo, num sentido é igual ao número de electrões, que passam, em sentido contrário no mesmo intervalo. Neste movimento aleatório de electrões não há corrente eléctrica. 3 01-02-2011 Mecanismos da corrente eléctrica • Nos condutores metálicos Se aplicarmos uma d.d.p. aos extremos do condutor, os electrões do condutor adquirem um movimento orientado que é contrário ao sentido do campo eléctrico, E . Mecanismos da corrente eléctrica A força eléctrica acelera os electrões fazendo-os adquirir velocidades muito elevadas, (cerca de 106 m/s), mas a sua progressão é somente da ordem dos mm/s – Velocidade de arrastamento ou de deriva. Num condutor metálico a corrente eléctrica estacionária consiste num arrastamento lento de electrões no sentido contrário ao do campo eléctrico. 4 01-02-2011 Mecanismos da corrente eléctrica • Nos condutores electrolíticos Nos condutores electrolíticos os portadores de carga eléctrica são os iões positivos e os iões negativos. Movem-se, respectivamente para o cátodo (pólo negativo) e para o ânodo (pólo positivo). • Ao colocarmos uma agulha magnética junto do voltâmetro esta sofrerá também um desvio tal como no caso dos condutores metálicos, manifesta-se o mesmo efeito. Os iões são cargas eléctricas móveis. Mecanismos da corrente eléctrica • Os catiões movem-se no sentido do cátodo ou seja no sentido do campo eléctrico. • Os aniões movem-se no sentido do ânodo ou seja no sentido contrário ao campo eléctrico. 5 01-02-2011 Mecanismos da corrente eléctrica • Nos condutores gasosos Nos gases ionizados, por exemplo, através de uma descarga eléctrica, tal como acontece nas lâmpadas fluorescentes, as cargas móveis são iões positivos, resultantes da ionização de átomos e de moléculas, e electrões, provenientes dessa ionização, bem como da emissão termoeléctrica, quando ocorre. Sentido da corrente eléctrica • O sentido da corrente eléctrica é o sentido do movimento das partículas com carga positiva, ou seja, o sentido que estas partículas positivas têm no campo eléctrico, E . Este é o chamado sentido convencional. Nos condutores metálicos o sentido convencional é oposto ao sentido do movimento dos electrões de condução (sentido real). 6 01-02-2011 Intensidade da corrente eléctrica • Define-se intensidade média da corrente eléctrica, Im, pelo quociente: Q t Im • No caso de uma corrente estacionária, em qualquer instante a d.d.p. é constante, logo a intensidade da corrente será: I Q t Intensidade da corrente eléctrica • A intensidade de uma corrente eléctrica estacionária corresponde á carga eléctrica que escoa, por qualquer secção transversal (recta ou oblíqua) dum condutor, num certo intervalo de tempo. • I Q t A unidade SI de intensidade de corrente eléctrica, I, é o Ampère (A). • (1775 – 1836) Francês A equação anterior traduz a equação de definição de carga eléctrica: Q I t Q 1A 1s 1C Coulomb – é a carga transportada em cada segundo por um corrente estacionária de um ampère. 7 01-02-2011 Resistência de um condutor. Lei de Ohm • Quando se aplica a mesma d.d.p. nas extremidades de vários condutores, as intensidades das correntes resultantes são, em geral, diferentes umas das outras. • Daqui se poderá concluir que uns condutores oferecem maior ou menor oposição à passagem da corrente eléctrica. • Define-se resistência (R) de um condutor o cociente entre a d.d.p. entre os terminais do condutor e a intensidade da corrente, I, em cada instante. R VA VB I ou R U I Expressão que traduz a lei de Ohm. Georg Simon Ohm (1789 – 1854) Alemão Condutor óhmico • Num condutor óhmico (condutores que obedecem à lei de Ohm), as tensões aplicadas são directamente proporcionais às intensidades de corrente (U I ). 8 01-02-2011 Unidade de resistência eléctrica • A unidade do SI: Ohm () R 1V 1A 1 Definição da unidade Ohm: É a resistência dum condutor percorrido pela corrente de um ampère quando aos seus terminais se aplica a d.d.p. de um volt. 9 01-02-2011 Associação de resistências • Num circuito há, normalmente, vários receptores puramente resistivos, as resistências, estas podem associar-se de vários modos: (1) Associação em série (2) Associação em paralelo (3 e 4) Associação mista Associação de resistências em série • Numa associação de resistências em série: - A intensidade da corrente, I, que as percorre é a mesma. - A diferença de potencial aplicada aos extremos da associação, U, é igual à soma das diferenças de potencial entre os terminais de cada uma delas. U U1 U 2 U 3 10 01-02-2011 Associação de resistências em série • Aplicando a Lei de Ohm a cada uma das resistências, tem-se: U1 R1I U 2 R2 I U 3 R3 I U Req I Como: U U1 U 2 U 3 Req R1 R2 R3 Vem: Req I R1I R2 I R3 I Associação de resistências em paralelo • Numa associação de resistências em paralelo: - A diferença de potencial nos terminais das resistências é a mesma. - A intensidade da corrente que entra na associação é igual à soma das intensidades de corrente nas várias resistências. I I1 I 2 I 3 11 01-02-2011 Associação de resistências em paralelo • Aplicando a Lei de Ohm a cada uma das resistências, tem-se: U R1I1 I1 U R1 U R3 I 3 I 3 U R3 U R2 I 2 I 2 U R2 U Req I I U Req Como: I I1 I 2 I 3 U U U U Req R1 R2 R3 1 1 1 1 Req R1 R2 R3 Código de cores das resistências de carvão • Cada resistência tem quatro anéis de cores. Ao consultar o código de cores podemos saber o valor da resistência, colocando os algarismos pela mesma ordem. O valor desta resistência é 2100 , com 5% de tolerância. 12 01-02-2011 Lei de Joule • Por definição de trabalho da força eléctrica e intensidade da corrente eléctrica, tem-se: W ( Fe ) Q U W ( Fe ) I t U Q I t W ( Fe ) U I t A potência dissipada na forma térmica numa resistência será: Ed R I 2 t Pd U I RI2 t t R U I Unidade SI de potência eléctrica é watt (W). Esta última expressão traduz a lei de Joule – A energia dissipada por unidade de tempo num condutor óhmico é proporcional ao quadrado da intensidade da corrente que o percorre. Unidade de energia muito utilizada, KWh • Uma unidade de energia muito utilizada para medir o "consumo" eléctrico é o quilowatt-hora (kWh). Se, na equação E = P t substituirmos E por 1 kWh, P por 1 kW e t por 1 h, obtemos: 1 kWh = 1 kW x 1 h Podemos dizer que um kilowatt-hora (1 kWh) é a energia eléctrica "consumida" por um dispositivo com a potência de 1 kilowatt (1 kW) que esteja a funcionar durante 1 hora (1 h). 1 kWh = 1000 W x 3600 s = 3,6 x 106 s J 13 01-02-2011 Exercício 1 • A figura representa três lâmpadas, de resistências 60 , 60 , 30 submetidas a uma d.d.p. constante de 220 V. a) Determine a resistência equivalente entre A e B. b) Determine a intensidade da corrente que percorre cada uma das lâmpadas quando o interruptor K está fechado. Respostas: a) 80 b) L1 I1 = 2,75 A; L2 I2 = 0,92 A; L3 I3 = 1,83 A Exercício 2 • Uma lâmpada tem as seguintes indicações: 100 W, 220 V. Supondo que a sua resistência é constante, calcule: a) O valor dessa resistência. b) A potência consumida, quando se estabelece, nos terminais do filamento, uma diferença de potencial de 110 V. Respostas: a) 484 b) 25 W 14 01-02-2011 Exercício 3 • Um aparelho de laboratório exige o emprego duma lâmpada de 30 W, 6 V. A única fonte de alimentação disponível fornece 120 V. a) Como associar uma resistência que permita o uso adequado da lâmpada? b) Qual o valor dessa resistência? Respostas: a) Associa-se essa resistência em série. b) 22,8 15