NACIONAL/INTERNACIONAL
CORREIO DO POVO
Londres celebra 200 anos
de sua maior vitória naval
Portsmouth — Uma frota internacional de navios de guerra representando diversas eras alinhou-se
ontem para simular uma batalha
naval durante as comemorações dos
200 anos da Batalha de Trafalgar.
Cerca de 170 navios posicionaramse na costa de Portsmouth, no Sul
da Inglaterra, para celebrar a vitória
que contribuiu decisivamente para a
queda de Napoleão Bonaparte e garantiu a supremacia naval britânica
durante mais de um século.
Helicóptero militar dos EUA
derrubado no Leste afegão
Cabul — Um helicóptero que
transportava tropas norte-americanas explodiu ontem no Leste do Afeganistão, informou o Exército dos
EUA. As causas do acidente não foram determinadas e não há informações sobre vítimas. O helicóptero
CH-47 estava apoiando tropas terrestres na província oriental de Kunar e transportava soldados para reforçar as operações antiterroristas
na região – conflagrada pelos talibãs
e por outros militantes islâmicos.
ONU destaca denúncias de
barcos-prisão americanos
Viena — “Acusações muito sérias
levam a acreditar que prisioneiros
suspeitos de terrorismo estão detidos em barcos-prisão secretos americanos”, indicou ontem o relator especial das Nações Unidas sobre tortura, Manfred Nowak. Ele declarou
que há acusações muito sérias de
que os EUA mantêm campos secretos, sobretudo em barcos, que aparentemente navegam no Oceano Índico. Conforme o especialista, os rumores parecem ser fundamentados.
Navios britânicos levaram
arsenal nuclear às Malvinas
Londres — Navios britânicos levaram armas nucleares às Ilhas
Malvinas durante a guerra de 1982
com a Argentina porque não houve
tempo para descarregá-las antes de
partirem. Segundo o professor Lawrence Freedman, do King’s College,
a Grã-Bretanha não tinha intenção
de usar as armas, mas não houve
tempo hábil de retirá-las dos navios
que foram apressadamente despachados para o Atlântico Sul depois
de a Argentina invadir as ilhas.
Ataque com minas mata 3
e fere 16 ao Sul de Bogotá
Bogotá — Três pessoas morreram e 16 ficaram feridas na explosão minas antipessoais colocadas
pela guerrilha das Farc em um campo de futebol perto do município de
Vista Hermosa, 250km ao Sul de
Bogotá. De acordo com a Polícia, as
minas foram ativadas quando um
grupo de agricultores entrou no
campo de futebol de uma localidade
chamada La Palestina, nas imediações de Vista Hermosa. Entre os
mortos está um menor de 15 anos.
QUARTA-FEIRA, 29 de junho de 2005 — 9
Iraque: Bush tenta vencer ceticismo
Confrontado com o maior índice de desaprovação à guerra, líder desencadeia contra-ofensiva pela TV
ashington — O presidente George W. Bush
fez ontem um discurso no horário de maior
W
audiência da TV americana para tentar convencer
os cidadãos da necessidade de permanecer no
Iraque. De acordo com pesquisa solicitada pela
rede ABC News e o jornal The Washington Post,
56% dos entrevistados desaprovam, entre eles
44% “intensamente”, a maneira como Bush conduziu a guerra do Iraque, um conflito que, para
53% dos entrevistados, não valeu a pena. No entanto, esse último grupo se mostra mais otimista
do que pessimista sobre o futuro do país árabe.
Confrontado com a crescente oposição à guerra e com a maior taxa de desaprovação desde o
início de seu governo, em janeiro de 2001, Bush
desencadeou uma ofensiva para retomar a iniciativa e convencer o país de que não há razão para
mudar de estratégia face à resistência, que já ma-
do os democratas, mais de dois anos depois da invasão americana e exatamente um ano depois de
entregar o governo às autoridades iraquianas,
chegou a hora de Bush esboçar uma meta. “Independentemente de nossa posição sobre a guerra,
queremos saber se o presidente tem uma estratégia para o Iraque”, disse o senador Ted Kennedy.
“O povo americano sabe que as coisas não estão
andando”, acrescentou. Num artigo ao jornal The
New York Times, o ex-candidato presidencial
John Kerry diz que Bush busca “o desastre”.
No Iraque, mais de 30 pessoas foram mortas
ontem. Os ataques, como o que matou o parlamentar xiita octogenário Shari Ali Al-Fayadh, auPresidente dos EUA fala a platéia militar em Fort Bragg mentaram o temor do começo definitivo de uma
tou pelo menos 1.740 soldados americanos.
guerra civil. Tropas norte-americanas anunciaA oposição democrata fez ontem novos ata- ram ontem o início de uma operação bélica contra
ques contra a política de Bush no Iraque. Segun- a insurgência no Iraque, a Operação Espada.
TIM SLOAN / AFP / CP
Wojtyla começa a ser beatificado Bento XVI lança seu Catecismo
Roma — Com uma celebração na
Depois da cerimônia, o tribunal
basílica São João de Latrão, a dioce- encarregado de investigar “a vida, as
se de Roma começou a abrir ontem o virtudes e a reputação de santidade
PATRICK HERTZOG / AFP / CP do servo de Deus Jocaminho para a beatificação de João Paulo
ão Paulo II” promoII, menos de três meveu sua primeira auses após a morte do
diência. A Corte decarismático Papa poterminará se um milonês de 84 anos.
lagre póstumo (uma
O cardeal Camillo
cura inexplicável paRuini, vigário de Rora a medicina) possa
ma e presidente do
ser atribuído a Karol
tribunal diocesano,
Wojtyla. Centenas de
disse a milhares de
depoimentos chegam
fiéis: “Pedimos ao Seao Vaticano. Da Polônhor, com todo o conia, uma mulher que
ração, que a causa da
não conseguia dar à
beatificação e da caluz havia dez anos,
nonização, iniciada
afirma ter engravidahoje, possa ocorrer
do após ter visto o
Ruini abre o processo em Roma corpo do Papa.
rapidamente.”
Brasil
Ciganos defendem
direito à cidadania
Brasília — Um grupo ainda
pouco conhecido, mas que faz
parte do imaginário dos brasileiros, o dos ciganos, pretende ter
sua cidadania reconhecida. A reivindicação será levada à 1a Conferência Nacional de Promoção da
Igualdade Racial, que se inicia
amanhã, em Brasília. A principal
demanda do grupo é o direito ao
registro de nascimento, necessário para a aquisição de documentos para o exercício da cidadania
dos ciganos - algo mais difícil por
eles não terem endereço fixo.
Segundo o representante do
povo cigano no Conselho Nacional de Promoção da Igualdade
Racial, Cláudio Iovanovitchi, há
cerca de 600 mil ciganos no Brasil sem acesso aos serviços de assistência prestados pelo poder
público. Cerca de 90% da população é analfabeta. Eles pedem
acesso aos programas sociais desenvolvidos pelo governo.
Vaticano — O papa Bento XVI
apresentou oficialmente ontem, em
cerimônia solene, o Compêndio de
Catecismo, que resume em 598 perguntas e respostas os princípios essenciais da moral e da doutrina cristã, além de orientar sobre temas como sexualidade, paz, justiça e liberdade. “Este compêndio, por sua brevidade, clareza e integridade, está
dirigido a todas as pessoas que, vivendo em um mundo disperso e com
múltiplas mensagens, desejem conhecer o caminho da vida, da verdade confiada a Deus pela Igreja de
seu filho”, afirmou o Papa. O documento e um instrumento fundamental para os católicos, já que
orienta, através de perguntas e respostas sobre o comportamento de
seus membros na vida moderna.
Preparado a pedido de João Paulo II pelo atual Papa, quando ainda
era o cardeal Joseph Ratzinger, o
texto é uma síntese do Catecismo
publicado por João Paulo II em
1992. Não há qualquer novidade na
síntese, que deverá servir como guia
a sacerdotes e fiéis de todo o mundo.
O compêndio responde como devem comportar-se ante à homossexualidade, às uniões livres, a masturbação, a fornicação, o adultério,
a pedofilia e a prostituição, pecados
duramente condenados (quadro
abaixo). O compêndio considera
“moralmente inaceitáveis” técnicas
como o aluguel do útero e a doação
de esperma, porque afetam o direito
de toda criança a nascer de “um pai
e uma mãe conhecidos e unidos pelo matrimônio”.
Algumas respostas do Compêndio do Catecismo da Igreja
Quem é o responsável pela morte de Jesus?
“A paixão e a morte de Jesus não podem ser imputadas sem distinção a todos os judeus, nem aos judeus nascidos depois no tempo e no espaço. Todo pecador é a causa e o instrumento do sofrimento do Redentor, e os maiores culpados são, sobretudo se cristãos, os que caem regularmente no pecado e no vício”.
Por que a sociedade deve proteger o embrião?
“O direito inalienável à vida do ser humano, desde a concepção,
é elemento constitutivo da sociedade civil e de sua legislação.”
O que se deve fazer para evitar a guerra?
“Deve-se fazer tudo o que for razoavelmente possivel para evitar a guerra, assim como os males e as injustiças que provoca. Deve-se evitar o acúmulo e o comércio de armas que não sejam devidamente regulamentadas, as injustiças, sobretudo econômicas e
sociais, as discriminações étnicas e religiosas, a inveja, as desconfiança, o orgulho e o desejo de vingança”.
Quais são os maiores pecados contra a castidade?
“O adultério, a masturbação, a fornicação, a pornografia, a
prostituição, o estupro, os atos homossexuais. Estes pecados são
a expressão do vício e da luxúria.”
França terá primeiro reator de fusão nuclear
Paris — O primeiro reator de fusão nuclear do mun- mundo de uma energia nuclear mais limpa e ilimitada,
do, cuja tecnologia busca imitar o que acontece no inte- porém, despertam a crítica dos ecologistas. Segundo
rior do Sol, será instalado na localidade francesa de Ca- eles, a manipulação que se planeja realizar com o hidrodarache. O local escolhido fica
BORIS HORVAT / AFP / CP gênio ainda é desconhecida, o
ao Sul do país e venceu a disque torna o projeto perigoso.
O objetivo é fazer com que
puta de vários anos com o Japão porque abriga um dos
os núcleos de dois isótopos de
hidrogênio se unam para formaiores centros civis de pesquisa nuclear da Europa.
mar hélio. Com isso, seria geAo anunciar a decisão onrada grande quantidade de
tem, o comissário de ciência e
energia. O projeto Iter é finanpesquisa da União Européia,
ciado por um consórcio que
Janez Potocnik, destacou que
reúne União Européia, Japão,
Estados Unidos, Coréia do
o projeto Iter representa “um
grande passo em direção à
Sul, Rússia e China. O orçacooperação científica internamento é estimado em 10 bilhões de euros e a produção,
cional. Com a fusão termonuMaquete
do
projeto
Iter:
busca
por
energia
limpa
e
ilimitada
clear, os físicos tentam dotar o
em 500 MW de energia.
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Iraque: Bush tenta vencer ceticismo