VALOR AMBIENTE GESTÃO E ADMINISTRAÇÃO DE RESÍDUOS DA MADEIRA, S.A. ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DA 3.ª FASE DO ATERRO SANITÁRIO DA ETRS DA MEIA SERRA RESUMO NÃO TÉCNICO NOVEMBRO 2007 VALOR AMBIENTE Gestão e Administração de Resíduos da madeira, S.A. ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DA 3ª FASE DO ATERRO SANITÁRIO DA ETRS DA MEIA SERRA RESUMO NÃO TÉCNICO Nº DO CONTRATO: SRH2963 Nº DO DOCUMENTO: 03.RP-I.002(3) FICHEIRO: 296303RPI0024_RNT_20071119.doc DATA: 2007/11/06 ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DA 3ª FASE DO ATERRO SANITÁRIO DA ETRS DA MEIA SERRA - RESUMO NÃO TÉCNICO (REV 3 – 2007/11/06) 1 REGISTO DAS ALTERAÇÕES Nº Ordem Data Designação 1 2007/07/25 Revisão geral 2 2007/09/17 Revisão geral 3 2007/11/06 Revisão geral O COORDENADOR TÉCNICO: 2 ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DA 3ª FASE DO ATERRO SANITÁRIO DA ETRS DA MEIA SERRA - RESUMO NÃO TÉCNICO (REV 3 – 2007/11/06) Índice do documento 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 5 2 OBJECTIVOS E JUSTIFICAÇÃO DO PROJECTO ........................................................... 5 3 DESCRIÇÃO DO PROJECTO ........................................................................................... 6 4 PROJECTOS ASSOCIADOS OU COMPLEMENTARES ................................................ 10 5 CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DE IMPLANTAÇÃO .................................................... 10 6 PRINCIPAIS IMPACTES ASSOCIADOS AO PROJECTO E MEDIDAS MITIGADORAS PROPOSTAS ......................................................................................................................... 14 7 ACÇÕES DE ACOMPANHAMENTO AMBIENTAL E MONITORIZAÇÃO ....................... 21 Anexo I - Figuras Anexo II - Desenho de Implantação Geral ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DA 3ª FASE DO ATERRO SANITÁRIO DA ETRS DA MEIA SERRA - RESUMO NÃO TÉCNICO (REV 3 – 2007/11/06) 3 1 Introdução O presente documento constitui o Resumo Não Técnico (RNT), parte integrante do Estudo de Impacte Ambiental (EIA), relativo ao projecto da 3ª fase do Aterro Sanitário da ETRS da Meia Serra. Este Projecto encontra-se em fase de Projecto de Execução. O proponente do Projecto referido é a VALOR AMBIENTE, Gestão e Administração de Resíduos da Madeira, S.A. A Autoridade de AIA é a Secretaria Regional do Ambiente e Recursos Naturais e a entidade licenciadora do projecto é a Direcção Regional do Ambiente. O EIA teve por objectivo identificar e avaliar os impactes ambientais associados à construção e exploração da 3ª Fase do aterro sanitário, de modo a fornecer aos decisores as informações de carácter ambiental necessárias à apreciação do projecto. O EIA foi elaborado tendo como referência o estipulado na legislação em vigor sobre a matéria, em particular o Decreto-Lei n.º 69/20001, de 3 de Maio (recentemente alterado pelo Decreto-Lei n.º 197/2005, de 8 de Novembro), e a Portaria n.º 330/20012, de 2 de Abril. Refere-se que o conteúdo e estrutura geral do EIA estão em conformidade com o definido na portaria anteriormente referida. Este estudo foi realizado no período compreendido entre Março de 2006 e Julho de 2007, por uma equipa multidisciplinar da HIDROPROJECTO – Engenharia e Gestão, S.A. 2 Objectivos e justificação do Projecto A actuação da VALOR AMBIENTE no domínio dos resíduos sólidos tem subjacente uma estratégia de gestão integrada, assente em processos de reciclagem, compostagem, incineração com recuperação energética, contribuindo deste modo para a preservação dos recursos naturais. 1 Estabelece o regime jurídico da avaliação do impacte ambiental dos projectos públicos e privados susceptíveis de produzirem efeitos significativos no ambiente, transpondo para a ordem jurídica interna a Directiva nº 85/337/CEE, do Conselho de 27 de Junho de 1985, com as alterações introduzidas pela Directiva nº 97/11/C, do Conselho, de 3 de Março de 1997. 2 Define as normas técnicas respeitantes à Proposta de Definição de Âmbito, ao Estudo de Impacte Ambiental (…) ao Relatório de Conformidade Ambiental do projecto de execução, com a Declaração de Impacte Ambiental correspondente, e, finalmente, aos Relatórios de Monitorização a apresentar à Autoridade de AIA. ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DA 3ª FASE DO ATERRO SANITÁRIO DA ETRS DA MEIA SERRA - RESUMO NÃO TÉCNICO (REV 3 – 2007/11/06) 5 Num sistema de gestão integrada de resíduos sólidos, o aterro sanitário é uma infraestrutura imprescindível, numa perspectiva de fim de linha, já que há que dar destino adequado aos resíduos que resultam dos vários processos de tratamento, em particular da incineração, bem como aos resíduos sólidos urbanos em situações de paragem acidental ou programada das instalações. O projecto em estudo consiste na construção de um aterro sanitário (3ª fase), com o objectivo, precisamente, de assegurar um local de deposição dos resíduos anteriormente referidos, quando a 2ª fase do aterro sanitário de apoio à ETRS da Meia Serra atingir a sua capacidade e, consequentemente, tiver de se proceder ao seu encerramento. Situar-se-á a noroeste do local em que actualmente se encontram as células da 1ª e 2ª fases e as instalações de Incineração, Compostagem e Tratamento de Águas Residuais e Lixiviados da ETRS da Meia Serra. A sua localização numa área adjacente ao local onde se encontra actualmente a ETRS constitui uma importante medida de minimização de impactes, na medida em que apresenta a vantagem de concentrar num mesmo local, todas as instalações que integram o sistema de tratamento de resíduos, tirando partido das sinergias existentes, nomeadamente em termos de minimização e monitorização de impactes, evitando-se, deste modo, uma intervenção mais pesada num outro local. Para além disso se fosse escolhido um outro local distanciado da ETRS da Meia Serra, surgiria um impacte adicional, relacionado com o transporte dos resíduos da Estação para esse local, com afectação de maior número de pessoas. Em síntese, a construção do aterro sanitário em estudo configura uma solução técnica e ambientalmente correcta, que resolverá o problema do destino final dos resíduos sólidos resultantes dos processos de tratamento instalados na ETRS da Meia Serra e dos recebidos e não passíveis de tratamento por incineração e/ou compostagem, constituindo uma alternativa à instalação actualmente em utilização, e que, a curto prazo, atingirá a sua capacidade limite. 3 Descrição do Projecto O projecto em causa será construído na Ilha da Madeira, Concelho de Santa Cruz, freguesia da Camacha. (Figura 1 em anexo). O terreno destinado à implantação da 3ª fase do aterro sanitário, ocupa uma área de cerca de 16 ha e será inserido no complexo de instalações de valorização/ tratamento/ destino final de resíduos existente no local, que se situa na freguesia da Camacha. 6 ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DA 3ª FASE DO ATERRO SANITÁRIO DA ETRS DA MEIA SERRA - RESUMO NÃO TÉCNICO (REV 3 – 2007/11/06) No que se refere à tipologia dos resíduos, a 3ª Fase do aterro sanitário da ETRS da Meia Serra receberá os mesmos tipos de resíduos que hoje são depositados nas infraestruturas da 2ª Fase, sendo os seguintes: • Resíduos sólidos urbanos (RSU), resíduos recebidos e não passíveis de tratamento por incineração e/ou compostagem na ETRS da Meia Serra e os produzidos durante as paragens programadas ou acidentais daquelas instalações, bem como as escórias geradas no processo de incineração. • Resíduos do tratamento de gases de combustão da incineração, após inertização (cinzas inertizadas). De acordo com a Lista Europeia de Resíduos (LER), os resíduos a serem depositados em aterro são classificados como não perigosos. Quanto aos quantitativos de resíduos, na 3ª Fase do aterro serão depositadas, no total, cerca de 2 273 000 toneladas de resíduos, assim repartidas: • 1 298 000 toneladas de RSU. • 441 000 toneladas de escórias. • 533 000 toneladas de cinzas inertizadas. A 3ª Fase do aterro sanitário será constituída por 8 células de deposição de resíduos, 7 das quais destinadas à deposição de RSU e escórias do processo de incineração e uma para resíduos de tratamento de gases (cinzas inertizadas). No Anexo II apresenta-se a implantação geral do aterro a construir. As áreas a ocupar, função da volumetria de resíduos prevista, serão as seguintes: • Células do tipo A: 140 000 m2 • Células do tipo B: 20 000 m2 A exploração das células de deposição de RSU contemplará as seguintes medidas que visam a minimização da emissão de odores, atracção de animais e outros inconvenientes: • Os resíduos depositados serão cobertos diariamente com uma camada de 0,2 0,5 m de material inerte poroso (escórias ou terras). • A área de deposição dos resíduos em cada dia será reduzida, sendo no máximo da ordem dos 20 m x 20 m. • Após enchimento da célula, será sujeita a selagem final com materiais mais impermeáveis. As cotas de final do projecto não ultrapassarão a cota mais alta da área disponível, garantindo-se assim a sua fácil integração paisagística. ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DA 3ª FASE DO ATERRO SANITÁRIO DA ETRS DA MEIA SERRA - RESUMO NÃO TÉCNICO (REV 3 – 2007/11/06) 7 O enchimento começará na célula que se situa na zona mais baixa do terreno, e só após ser completada se dará início ao enchimento da célula seguinte, permitindo desde logo a sua selagem e, posteriormente, a sua integração paisagística. O tempo de vida da 3ª Fase do aterro é de 17 anos, para as células do Tipo A, e de 25 anos, para as células do Tipo B. Importa referir que o Projecto do Aterro se encontra na sua totalidade em conformidade com o Decreto-Lei n.º 152/2002, de 23 de Maio, que transpõe a Directiva 1999/31/CE relativa à deposição de resíduos em aterro. Quanto às medidas de protecção ambiental previstas no projecto, refere-se que o aterro ficará dotado de um sistema de selagem inferior das células para prevenção da poluição dos solos, águas subterrâneas e superficiais causadas pelos resíduos e lixiviados (águas contaminadas geradas pela decomposição dos resíduos), constituído por: • Sistema de protecção passiva (barreira de baixa permeabilidade). • Sistema de protecção activa, que capta os lixiviados, composto por: − Uma barreira de impermeabilização artificial (geomembrana ou equivalente) − Sistema de drenagem de lixiviados. Este último sistema é constituído por redes de drenos no fundo das células e poços de bombagem de lixiviados associados às células que os encaminham para a Estação de Tratamento de Lixiviados, que serve actualmente a ETRS da Meia Serra. O projecto prevê a instalação de drenos pluviais nos taludes Norte e nos taludes das células do Tipo B, cuja função será desviar as águas pluviais incidentes para fora das células evitando o contacto com resíduos ou lixiviados. Pretende-se com a criação de colectores paralelos para águas pluviais e lixiviados minimizar a produção de lixiviados. O colector pluvial descarregará para a Ribeira de Porto Novo, os colectores de lixiviados terminarão num poço de bombagem. Será também implantada uma vala periférica que intersectará as linhas de água e águas pluviais afluentes à encosta Norte do aterro e conduzirá estas para a Ribeira. Destacam-se ainda duas outras medidas de minimização dos caudais de lixiviados dos dois tipos de célula, a utilizar durante a sua exploração: • As zonas com resíduos serão cobertas por telas temporárias enquanto não estão em exploração, sendo as águas pluviais incidentes desviadas para as valetas periféricas. 8 ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DA 3ª FASE DO ATERRO SANITÁRIO DA ETRS DA MEIA SERRA - RESUMO NÃO TÉCNICO (REV 3 – 2007/11/06) • As zonas que atingiram as suas cotas finais serão cobertas por telas temporárias de imediato e sujeitas a selagem final após um período de assentamento de aproximadamente um ano. No que se refere às emissões gasosas, o projecto prevê a instalação de um sistema de drenagem e combustão do biogás produzido. Esse sistema será constituído por poços, que farão a captação e drenagem dos gases do aterro, e um queimador, que garante a oxidação do metano e de outros compostos do biogás, minimizando-se assim a sua difusão para a atmosfera e a ocorrência de maus cheiros. O aterro será objecto de acompanhamento e controlo da sua exploração, abrangendo as seguintes vertentes: • Controlo de assentamentos e enchimento das células. • Controlo dos lixiviados brutos e tratados. • Controlo das águas subterrâneas. • Controlo das águas superficiais. • Controlo dos gases emitidos. • Controlo das condições meteorológicas. A monitorização das águas subterrâneas será assegurada através da construção de uma rede de piezómetros em redor do aterro. Após o esgotamento da capacidade do aterro, este será sujeito a uma selagem final, executada de acordo com os requisitos da legislação aplicável. Quanto às infra-estruturas de apoio, dada a localização do aterro, poder-se-á beneficiar de todas as infra-estruturas ao nível dos diferentes edifícios existentes no complexo da ETRS da Meia Serra. Assim, apenas se prevê a construção de um lavarodas e um pequeno edifício de apoio aos trabalhadores das frentes de trabalho, com uma área de 55 m2. A fase de construção da 3ª fase do aterro sanitário terá uma duração total de cerca de 18 meses e envolverá as seguintes actividades: • Implantação do estaleiro de apoio à obra, incluindo actividades de desmatação, se necessário. • Preparação da área de implantação do aterro (terraplanagens) e do edifício de apoio. • Construção da plataforma de trabalho e execução das redes de drenagem enterradas. • Execução de fundações. • Instalação das telas, construção de edifícios e estruturas em betão armado. • Transporte de materiais e equipamentos. ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DA 3ª FASE DO ATERRO SANITÁRIO DA ETRS DA MEIA SERRA - RESUMO NÃO TÉCNICO (REV 3 – 2007/11/06) 9 • Montagem de equipamento mecânico. • Montagem de instalações eléctricas. A 3ª Fase do aterro terá o mesmo horário de funcionamento da 2ª Fase B, entre as 8h00m e as 16h00m. Serão afectos à 3ª Fase os trabalhadores da ETRS actualmente afectos à 2ª Fase B. As actividades associadas à fase de exploração são, essencialmente, as que a seguir se sintetizam: • Transporte de resíduos e sua deposição nas células. • Acções de manutenção e reparação de infra-estruturas e de controlo de funcionamento, incluindo as actividades de manutenção e reparação do pavimento dos acessos e vias internas. 4 Projectos associados ou complementares Não existem projectos complementares ou subsidiários, associados ao Projecto em análise uma vez que as infra-estruturas actuais do actual complexo de instalações da ETRS da Meia Serra servirão, também, este projecto. 5 Caracterização do local de implantação Do ponto de vista geológico, a zona a intervencionar encontra-se enquadrada na parte oriental da ilha, onde são observáveis, sobretudo às cotas mais elevadas do maciço vulcânico central, pequenos planaltos com coberturas de lavas basálticas. Os trabalhos de prospecção geológica e geotécnica realizados no âmbito do projecto, revelaram que, de uma forma geral, subjacente a um horizonte de terra vegetal e/ou solo residual, em geral inferior a 0,5-1,5 m de espessura, ocorre uma camada de materiais de natureza areno-siltosa a areno-argilosa muito friável, medianamente compactos a compactos ou o próprio maciço de tufos vulcânicos argilizados em estado decomposto a muito alterado. Ao nível da hidrogeologia, salienta-se a existência de uma galeria situada na região de Meio da Serra–Poiso-João do Prado destinada ao abastecimento público do concelho de Santa Cruz e reforço do abastecimento do Funchal. Esta galeria integra uma zona de recarga de aquífero, sendo também atravessados alguns filões que podem constituir tanto barreiras impermeáveis como condutas de circulação preferencial da água. 10 ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DA 3ª FASE DO ATERRO SANITÁRIO DA ETRS DA MEIA SERRA - RESUMO NÃO TÉCNICO (REV 3 – 2007/11/06) Ao nível da hidrologia, a linha de água mais importante na zona em estudo é a Ribeira de Porto Novo, cuja bacia hidrográfica tem uma área de cerca de 16,7km2 . Na área de implantação do aterro existem algumas linhas de água, afluentes da Ribeira de Porto Novo, de pequena expressão em termos da sua bacia hidrográfica e escoamentos. De acordo com o Plano Regional da Água da Madeira, em toda a Região Autónoma da Madeira, as cargas poluentes de origem urbana são significativamente superiores às cargas de poluição industrial. Na sub-bacia da Ribeira de Porto Novo, verifica-se a mesma tendência, ou seja as cargas afluentes pontuais são, predominantemente, de origem urbana. As fontes de poluição difusa, relacionadas com a prática agrícola, têm pouca expressão nesta zona. Os resultados do programa de monitorização da qualidade das águas superficiais, desenvolvido pelo Centro de Estudos de Hidrossistemas do IST (CEHIDRO/IST), revelam que as águas superficiais na zona onde será construído o aterro não apresentam, de forma geral, problemas significativos de qualidade da água. Refere-se somente que a secção da Ribeira da Cerejeira, a jusante da ETAR, e a secção da Ribeira do Porto Novo, a jusante da confluência da Ribeira da Cerejeira, apresentam uma maior degradação da qualidade da água, associada a concentrações mais elevadas de Azoto Amoniacal, Cloretos, CBO5. No que se refere à qualidade do ar, o estudo realizado no âmbito do EIA para caracterizar a situação actual, com base em modelação matemática, conclui que as concentrações dos poluentes atmosféricos estimadas, com origem na ETRS da Meia Serra (NOx, SO2 , CO, PM10, HCl e HF), são muito inferiores aos limites constantes da legislação nacional e aos valores guia de legislação internacional. Quanto aos odores, foram estimadas as concentrações de H2S, NH3, CH3SH, verificando-se que os valores obtidos são inferiores aos valores guia da legislação americana (não existem valores na legislação nacional para estes compostos). Por outro lado, para o composto H2S, nunca é excedido o limite detectável de 0,6 µg.m-3 descrito pela Organização Mundial de Saúde. No que diz respeito ao ambiente sonoro, com base nos resultados da monitorização efectuada pelo Centro de Análise e Processamento de Sinais do Instituto Superior Técnico (CAPS/IST) (em locais que constituem uma amostra muito significativa dos locais situados a maior proximidade da ETRS cujo ambiente sonoro pode ser influenciado pelo ruído daí proveniente) verifica-se que os níveis sonoros registados são, em geral, baixos, tanto de dia como de noite, dias úteis ou fins-de-semana. Durante o período diurno, dias úteis e fim-de-semana, os níveis de ruído ambiente não excedem, na maioria das situações, os 55 dB(A). No período nocturno, de uma forma geral, os valores situam-se abaixo dos 45 dB(A). Em ambos os casos, trata-se de zonas pouco perturbadas, em termos sonoros. ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DA 3ª FASE DO ATERRO SANITÁRIO DA ETRS DA MEIA SERRA - RESUMO NÃO TÉCNICO (REV 3 – 2007/11/06) 11 No que se refere à flora e vegetação, a área de estudo encontra-se coberta por um urzal semi-arborescente, característico da etapa de substituição do bosque de Laurissilva. Esta apresenta pequenos núcleos de vegetação exótica, nomeadamente gimnospérmicas, como o pinheiro-bravo (Pinus pinaster), o pinheiro-de-Douglas (Pseudotsuga menziesii) e alguns poucos indivíduos isolados de faia-europeia (Fagus sylvatica). A abertura de um caminho florestal, adjacente à área de estudo, não só interrompeu a área ocupada pelo urzal como permitiu o estabelecimento de vegetação pioneira nas orlas do mesmo, com espécies indígenas e introduzidas, algumas muito comuns na ilha da Madeira. Junto à vedação que delimita a presente área ocupada pela ETRS da Meia Serra, mais precisamente, do lado direito da entrada do complexo, observa-se um núcleo de acácias. Na área de estudo identificaram-se 27 taxa (plantas vasculares), dos quais 26 espermatófitos, incluindo 4 endemismos do arquipélago da Madeira. Dos taxas inventariados na zona de construção do aterro, apenas um consta da Directiva 92/43/CEE -Directiva Habitats. Trata-se da Sibthorpia peregrina o que é em linguagem comum é conhecida por erva redonda. Na área de estudo não foram identificados habitats descritos na Directiva Habitats. Quanto à avifauna, foram observadas 6 espécies na área de estudo. Estas espécies não apresentam uma distribuição exclusiva desta zona da Ilha da Madeira e que todas elas apresentam, para além de um estatuto de protecção, um estado de conservação Seguro. Das espécies de aves observadas, aquela que se verificou ser a mais abundante foi o Bis-Bis, podendo ser observados bandos com cerca de 20 indivíduos cada. Relativamente aos mamíferos e aos répteis, apenas foram observados os excrementos de coelho - Oryctolagus cunniculu e alguns exemplares de lagartixa – Lacerta dugesii. A paisagem do local é típica de uma zona de serra, dominada pela presença do urzeiral, com alguma vegetação arbórea. Apresenta uma qualidade visual elevada, sensibilidade elevada e uma fragilidade visual reduzida, devido à capacidade de absorver as alterações associadas ao projecto. Os solos da área de intervenção e zona envolvente são quase exclusivamente do tipo Andossolos Úmbricos. Trata-se de solos com limitações, em termos de capacidade de uso devido aos riscos de erosão. O uso e ocupação do solo na área de intervenção caracteriza-se pela presença de urzal, com pequenos núcleos de pinheiro bravo e pinheiro-de-Douglas e alguns indivíduos isolados de faia-europeia. 12 ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DA 3ª FASE DO ATERRO SANITÁRIO DA ETRS DA MEIA SERRA - RESUMO NÃO TÉCNICO (REV 3 – 2007/11/06) Ao nível do ordenamento do território, de acordo com a carta de ordenamento do PDM de Santa Cruz (Figura 2 do Anexo I), a maioria da área de implantação do projecto corresponde à categoria de “Espaço Urbano” e, dentro desta, a “Espaço de Equipamento”. Estes espaços são definidos pelo Ponto 1 e 2 do Artigo 29.º do Regulamento do PDM de Santa Cruz. Apenas uma área de dimensão pouco relevante na implantação do projecto corresponde à categoria de “Espaços agro-florestais” e, dentro desta, a “Espaço florestal - Outros tipos de floresta natural”. Segundo o Regulamento do PDM de Santa Cruz os Espaços de Equipamentos correspondem a áreas onde existe este tipo de uso. Ao nível das condicionantes, e de acordo com a planta de condicionantes do PDM de Santa Cruz (Figura 3 do Anexo I), a área de implantação do projecto localiza-se numa zona de transição do Parque Natural da Madeira (PNM). Segundo informações do PNM, a zona de transição corresponde a uma zona de tampão sem cariz urgente de protecção. No que se refere aos aspectos sócio-económicos, a freguesia mais directamente influenciada pelo projecto, Camacha, apresentava em 2001 uma população de 7991 indivíduos. Tal como acontece no concelho, esta freguesia tem estado sujeita a uma evolução positiva da taxa de crescimento anual da população, entre os anos 1991 e 2001, de cerca de 22 %. Os aglomerados urbanos mais próximos do local do projecto são Machico e Santa Cruz (ver Figura 1 do Anexo I). Todos eles estão localizados a distâncias superiores a cerca de 1 Km. Ao nível das acessibilidades, o acesso à zona onde se localizará o projecto, a partir da freguesia da Camacha, pode ser feito pela estrada ER 102 e, a partir desta, através da ER 202 na direcção Norte, ou da ER 203 na direcção Noroeste, estabelecendo ligação com a ER 216 que assegura a ligação à ETRS da Meia Serra. (ver Figura 1 do Anexo I). No local de implantação do projecto, não foram identificados quaisquer vestígios arqueológicos ou património com interesse arquitectónico. ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DA 3ª FASE DO ATERRO SANITÁRIO DA ETRS DA MEIA SERRA - RESUMO NÃO TÉCNICO (REV 3 – 2007/11/06) 13 6 Principais impactes associados ao Projecto e medidas mitigadoras propostas A análise de impactes incidiu sobre as fases de construção e exploração. A maior parte das situações detectadas durante a fase de construção, que são ambientalmente negativas, são temporárias, ou seja, far-se-ão sentir apenas enquanto durarem as obras de construção, pelo que, após a sua finalização, deixarão de existir. Assim, durante este período, os principais impactes identificados e as medidas de minimização propostas para os atenuar foram os seguintes: • Impacte negativo sobre a geologia e geomorfologia associado às escavações e aterros que serão necessários realizar principalmente para a implantação das células de deposição dos resíduos, resultando num impacte negativo, embora de magnitude baixa e pouco significativo, atendendo à área afectada, ao facto de não serem afectadas formações com valor patrimonial e ao carácter parcialmente reversível das intervenções (as células serão preenchidas com resíduos e aquando da selagem final do aterro, a morfologia do local será próxima da situação actual). As medidas preconizadas para minimizar os impactes sobre estes descritores são as seguintes: − Remoção, no final da obra, de todo o material excedente, escombros, andaimes e similares − Colocação dos produtos de escavação inaproveitáveis ou em excesso nos locais seleccionados para esse efeito (Aterro da Herdade da Achada Grande e Aterro das Carreiras II) − Tomar as devidas precauções para evitar desmoronamentos durante os trabalhos • Os potenciais impactes sobre a hidrogeologia prendem-se com os aspectos de qualidade das águas subterrâneas. Com efeito, poderá ocorrer a contaminação destas águas por derrames acidentais de óleos ou outros agentes contaminantes, devido ao equipamento e substâncias utilizadas na obra, e ao eventual lançamento das águas residuais domésticas geradas pelo estaleiro. No entanto, dado que a gestão do estaleiro e da obra obedecerá a normas e procedimentos rigorosos tendentes a evitar impactes ambientais negativos, nomeadamente sobre os recursos hídricos e o solo, a probabilidade de tais situações ocorrerem é muito reduzida, e a ocorrerem, serão prontamente controladas de modo a minimizar os efeitos negativos. 14 ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DA 3ª FASE DO ATERRO SANITÁRIO DA ETRS DA MEIA SERRA - RESUMO NÃO TÉCNICO (REV 3 – 2007/11/06) Para além disso, em caso de acidente, há que considerar também a protecção natural conferida pelas formações pouco permeáveis ocorrentes no local. Em síntese, os impactes sobre a qualidade das águas subterrâneas são improváveis, mas a acorrerem, em resultado de situações acidentais, serão pouco significativos e terão carácter muito localizado. As principais medidas preconizadas para minimizar a ocorrência de impactes negativos sobre as águas subterrâneas são as seguintes: − Implantação de um sistema de recolha e destino final apropriado das águas residuais geradas no estaleiro, sendo proibido o seu lançamento no solo ou linhas de água sem tratamento adequado − Gestão do estaleiro e da obra de forma ambientalmente correcta, evitando a ocorrência de situações que poderão originar a contaminação do solo e das linhas de água, nomeadamente deverão ser tomadas as indispensáveis precauções para evitar contaminação por derrames acidentais de agentes contaminantes. • Ao nível da hidrologia, concretamente sobre o regime de escoamentos da Ribeiro de Porto Novo, o impacte identificado não tem expressão. • No que diz respeito à qualidade das águas superficiais, as actividades inerentes à obra irão tornar os solos mais susceptíveis a processos erosivos, que ficarão mais expostos e soltos, pelo que poderá ocorrer um aumento do arrastamento de partículas sólidas para as linhas de água existentes no local do aterro, concretamente Ribeira de Porto Novo, com o consequente aumento os níveis de turvação e concentração de sólidos em suspensão. Esta situação será mais grave nas alturas em que ocorrer precipitação, em particular após as primeiras chuvas fortes depois do período seco. Deste modo, resulta sobre a qualidade das águas superficiais um impacte negativo, que poderá assumir magnitude média a elevada, em períodos de elevada pluviosidade, em condições de solo nu. A implementação de medidas minimizadoras permitirá atenuar este impacte, resultando um impacte pouco significativo, dado também o seu carácter temporário, localizado e naturalmente reversível. Ainda ao nível da qualidade da água, refere-se ainda, como potenciais impactes negativos, os resultantes do derramamento de óleos e combustíveis, com origem nos equipamentos usados na obra, nas linhas se água ou no solo. ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DA 3ª FASE DO ATERRO SANITÁRIO DA ETRS DA MEIA SERRA - RESUMO NÃO TÉCNICO (REV 3 – 2007/11/06) 15 As medidas preconizadas para minimizar os impactes sobre a qualidade das águas superficiais são as seguintes: − Não deverá ser permitida a deposição de materiais sobrantes ou outro tipo de resíduos nas margens das linhas de água, nomeadamente da Ribeira de Porto Novo, devendo ser garantida a deposição adequada dos resíduos sólidos gerados na obra e a sua recolha periódica − Dever-se-á limitar a intervenção estritamente às áreas previstas no Projecto − As águas de escoamento superficial deverão ser conduzidas a bacias de decantação a construir, antes da sua entrada na circulação natural − Deverão ser adoptadas medidas relativas à prevenção de derrames de óleos e combustíveis ou outros agentes contaminantes na água e solo, nomeadamente através da adopção de práticas correctas de trabalho e gestão do estaleiro • Ao nível da qualidade do ar, prevê-se um impacte negativo causado pela libertação de poeiras e gases poluentes para a atmosfera, decorrente das operações relacionadas com a realização de escavações e aterros e movimentação da maquinaria, no local da obra, e da circulação de veículos pesados; este impacte é mais significativo no local da obra, sobretudo devido à emissão de partículas, no período seco. A minimização destes impactes será conseguida através da implementação das seguintes medidas: − controlo de emissão de poeiras, pela rega dos acessos e recinto do estaleiro, nomeadamente em dias secos e ventosos. − Manutenção, em boas condições mecânicas, dos motores das viaturas e máquinas afectas à obra. − Racionalizar a circulação de veículos e maquinaria de apoio à obra e, sempre que possível, escolher veículos com idades recomendáveis, bem como controlar a velocidade de circulação. − Sempre que possível, a movimentação do equipamento afecto à obra deverá ser feita em vias pavimentadas e consolidadas. − Os materiais pulverulentos devem ser acondicionados e cobertos, especialmente em dias secos e ventosos, de modo a evitar a sua dispersão por acção do vento. • Impacte negativo sobre o ambiente sonoro devido à emissão de ruído, produzido pelas máquinas afectas à obra e pelos veículos pesados para o transporte de materiais e terras sobrantes. 16 ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DA 3ª FASE DO ATERRO SANITÁRIO DA ETRS DA MEIA SERRA - RESUMO NÃO TÉCNICO (REV 3 – 2007/11/06) A zona próxima do local onde será construído o aterro já se encontra perturbada em termos sonoros, devido ao funcionamento das instalações que constituem a ETRS e à circulação de viaturas pesadas de transporte de resíduos. Sendo assim, prevê-se que o impacte devido às actividades realizadas no local das obras, apesar de negativo, terá uma magnitude média, para além de ter carácter localizado, reversível e temporário. Caso sejam utilizados explosivos, o aumento dos níveis de ruído será mais significativo, embora de carácter pontual. Nessas circunstâncias prevê-se que o impacte tenha magnitude elevada, a nível local, embora também de carácter temporário e reversível. A circulação de viaturas pesadas afectas à obra, sobretudo as de transporte de terras sobrantes (estima-se um tráfego médio de cerca de 13 viagens por hora, em 10 horas de trabalho, durante 16 meses) acarretará o aumento dos níveis de ruído nas imediações das vias utilizadas por essas viaturas, designadamente a ER 215, ER 216 e ER 203, resultando num impacte negativo. Contudo, trata-se de um impacte de baixa magnitude, atendendo a que essas vias apresentam algum tráfego, o que influencia o ambiente sonoro actual nas suas imediações. Trata-se ainda de um impacte temporário, reversível e de incidência superior à escala local mas inferior à escala concelhia. A minimização destes impactes será conseguida, principalmente, através do cumprimento do estipulado na legislação em vigor relativamente aos níveis de ruído ambiente e à potência sonora dos equipamentos utilizados na obra • Impacte negativo sobre o uso e ocupação do solo resultante das desmatações e movimentos de terra a realizar, bem como à ocupação do solo por materiais e equipamentos necessários à obra, com a consequente perda de elementos naturais. Trata-se contudo de um impacte pouco significativo, atendendo a que a área a intervencionar não apresenta um especial valor, do ponto de vista do uso e ocupação do solo. • Ao nível do ordenamento do território e condicionantes, não existem situações de conflito com o disposto no PDM de Santa Cruz, enquadrando-se o projecto em análise neste instrumento de gestão do território. • Impactes negativos sobre a flora e vegetação, resultantes da destruição de vegetação, devido aos trabalhos a realizar no local, em especial escavações e aterros. Estes impactes são considerados significativos, atendendo aos valores presentes no local e área envolvente, e são irreversíveis. ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DA 3ª FASE DO ATERRO SANITÁRIO DA ETRS DA MEIA SERRA - RESUMO NÃO TÉCNICO (REV 3 – 2007/11/06) 17 • Impactes negativos sobre a fauna que resultam quer da perda de habitat, devido à remoção de vegetação, quer do ruído e presença humana no local. Relativamente à avifauna existente no local, a construção do empreendimento levará à destruição de algumas manchas de vegetação, o que fará com que haja deslocações destas para outras áreas. Estas deslocações serão maiores durante a fase de construção, pois as perturbações atingirão não só a zona do empreendimento como também as áreas adjacentes. Deste modo, considera-se que o impacte é negativo, significativo. As principais medidas de minimização de impactes sobre os sistemas biológicos e ecologia consistirão em: − − − − − • Restrição da remoção de vegetação às áreas absolutamente necessárias. Utilização, o mais possível, dos acessos existentes para evitar impactes sobre os ecossistemas presentes na zona. Implementação de um projecto de enquadramento paisagístico, envolvendo a criação de zonas verdes no interior do local do futuro aterro. cumprimento de todas as normas referentes à manutenção de um estaleiro e obra ordenados e correctamente geridos em termos de produção e localização de resíduos. Instalação do estaleiro num local já intervencionado ou a intervencionar, sugerindo-se o local da obra ou o recinto da ETRS. Impacte negativo significativo sobre a paisagem resultante do tipo de intervenção a realizar, com alterações relevantes na morfologia do local, e da desorganização do espaço, com a presença de maquinaria e veículos utilizados nas operações associadas à construção do Projecto. As principais medidas minimizadoras recomendadas são as seguintes: − − − 18 Localização do estaleiro numa área já intervencionada ou a intervencionar (local da obra ou recinto da ETRS). Caso seja necessário ocupar zonas exteriores à área de intervenção, designadamente para circulação das viaturas e máquinas, a área afectada deverá ser a menor possível e essas zonas deverão ser alvo de recuperação no final da obra. Adopção de medidas que promovam um aspecto organizado do estaleiro e que evitem a deposição de materiais e resíduos de forma anárquica, devendo ser previstos locais para o armazenamento temporário dos mesmos. ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DA 3ª FASE DO ATERRO SANITÁRIO DA ETRS DA MEIA SERRA - RESUMO NÃO TÉCNICO (REV 3 – 2007/11/06) • Impactes negativos sobre a população residente nos aglomerados urbanos mais próximos, somente no caso de ser necessário recorrer à utilização de explosivos. Nesse cenário, o impacte sobre as populações das imediações é significativo, embora de carácter esporádico, reversível e temporário (limitado ao período de duração da obra e aos dias úteis e período diurno). As actividades normais da obra, bem como o transporte das terras sobrantes, não irão gerar impactes sobre a população residentes nas imediações da zona onde será construído o aterro. Para acautelar a ocorrência de potenciais efeitos negativos sobre a população, propõem-se as seguintes medidas: − − − − • a circulação das viaturas afectas à obra deverá fazer-se utilizando percursos que não atravessem aglomerados urbanos e deverá respeitar as normas de segurança rodoviária. Deve ser evitada a realização de actividades ruidosas, nomeadamente rebentamentos com explosivos, se for necessário, durante os períodos de descanso (período nocturno e fins de semana e feriados). Avisar a população da envolvente sobre a obra a realizar, as acções de construção a realizar e respectiva calendarização, explicando os objectivos das obras a realizar e solicitando a sua compreensão para os incómodos gerados. Aplicar medidas de controlo à dispersão de poeiras em acessos e zonas de intervenção não pavimentados através da humidificação regular dos pavimentos. Impacte positivo sobre a sócio-economia, associado à criação de postos de trabalho, directos e indirectos, mas pouco significativo, atendendo à dimensão da obra em causa. *** Na fase de exploração, a maior parte dos impactes gerados são equivalentes aos que ocorrem actualmente, dado que a infra-estrutura a construir irá substituir uma já existente, que será encerrada, pelo que não haverá factores acrescidos de geração de impactes. Adicionalmente, os cuidados que foram colocados na concepção do projecto e também na sua construção, garantem que potenciais impactes muito negativos associados a projectos deste tipo, tais como poluição das águas e do solo, emissões de gases poluentes, não ocorrerão ou serão fortemente minimizados. ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DA 3ª FASE DO ATERRO SANITÁRIO DA ETRS DA MEIA SERRA - RESUMO NÃO TÉCNICO (REV 3 – 2007/11/06) 19 Finalmente, salienta-se que uma das medidas minimizadoras de impactes mais importantes prende-se com a exploração, de forma tecnicamente correcta, do futuro aterro, através do cumprimento rigoroso de procedimentos operacionais que garantem o seu funcionamento sem afectar a qualidade ambiental da zona onde se insere. Esta é a linha de actuação pela qual a VALOR AMBIENTE se pauta, no que se refere à exploração das instalações sob sua responsabilidade, e que será mantida no funcionamento do novo aterro. Neste contexto, os impactes apresentados e as respectivas medidas minimizadoras incidem somente sobre os descritores considerados mais sensíveis: qualidade do ar, biologia e paisagem. • Impacte negativo sobre a qualidade do ar. Sobre este aspecto, salienta-se que foi realizado um estudo de dispersão de odores, considerando um cenário bastante pessimista correspondente a uma situação de sobreposição do funcionamento da 2ª fase com a 3ª fase do aterro, cujas conclusões apontam para a ocorrência de valores de concentração de compostos odoríferos susceptíveis de causar incómodos circunscrita à área de implantação do aterro. Para além disso, pode afirmar-se que as povoações localizadas na envolvente do aterro não ficarão sujeitas a valores de concentração que ultrapassem qualquer valor limite ou valor guia definidos por legislação internacional ou pela Organização Mundial de Saúde. Quanto a outros poluentes atmosféricos (NOx, SO2 , CO, PM10, HCl e HF), o estudo aponta para a ocorrência de valores de concentração idênticas às da situação actual, sendo muito inferiores aos limites constantes da legislação. Face aos cuidados que foram adoptados na concepção do projecto, as medidas minimizadoras recaem sobre a fase de exploração e prendem-se com uma operação do aterro e respectiva monitorização muito rigorosas e exigentes para evitar a emissão difusa dos compostos odoríferos. 20 • Impacte negativo sobre a paisagem devido à presença de novos elementos que constituem uma alteração visual da paisagem. A medida minimizadora mais importante prende-se com a implementação de um projecto de integração paisagística, integrado no projecto de selagem final do aterro. • Impacte negativo sobre a fauna da área envolvente ao aterro, devido às actividades que ocorrerão neste local, nomeadamente o ruído provocado pelas máquinas que serão utilizadas e a presença humana, que induzirão perturbações superiores às registadas actualmente. Este factor afectará principalmente a avifauna, gerando um impacte negativo, significativo, embora reversível, com o fim da exploração do aterro. ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DA 3ª FASE DO ATERRO SANITÁRIO DA ETRS DA MEIA SERRA - RESUMO NÃO TÉCNICO (REV 3 – 2007/11/06) Como medida minimizadora de impactes mais importante, recomenda-se o cumprimento de todas as especificações e normas técnicas e legais que regulamentam o funcionamento de obras deste tipo, devendo ser dada continuidade ao programa de monitorização e avaliação do respectivo funcionamento, já implementado para a 2ª Fase. Por último, refere-se que foi realizada uma análise de riscos associados ao projecto tendo sido preconizado um conjunto de medidas específicas a ter em conta na fase de operação do futuro aterro, o que permitirá evitar os factores de risco e minimizar as consequências de uma situação de acidente. 7 Acções de acompanhamento ambiental e monitorização Para a fase de construção e face às medidas minimizadoras preconizadas, não são expectáveis impactes negativos significativos, que justifiquem a monitorização de qualquer variável ambiental. Recomenda-se somente a vigilância periódica da ocorrência de poeiras, principalmente em dias secos e ventosos, nos aglomerados populacionais mais próximos do local da obra. Durante a fase de exploração, deverá ser dada continuidade às campanhas de monitorização que a VALOR AMBIENTE realiza, no âmbito do acompanhamento ambiental do funcionamento da ETRS da Meia Serra. Essas campanhas asseguram o controlo das variáveis ambientais potencialmente afectadas pela existência e funcionamento das instalações existentes, incluindo a 2ª Fase do aterro, sendo que futuramente terão em conta a existência da nova infra-estrutura. No âmbito dessas acções de monitorização, caso haja queixas das populações, recomenda-se a medição dos odores numa área envolvente ao aterro sanitário, abrangendo as povoações mais próximas. ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DA 3ª FASE DO ATERRO SANITÁRIO DA ETRS DA MEIA SERRA - RESUMO NÃO TÉCNICO (REV 3 – 2007/11/06) 21 ANEXO I FIGURAS ANEXO II DESENHO DE IMPLANTAÇÃO GERAL