O ROCK ARGENTINO DOS ANOS 60 E 70
No dia 4 de janeiro de 2010, morreu em Buenos Aires uma das lendas do rock e, posteriormente da
música romântica, na Argentina. Trata-se de Sandro ou Roberto Sánchez. Conhecido como o Elvis
Presley sul-americano nas décadas de 60 e 70, Sánchez nasceu em um bairro operário da periferia sul de
Buenos Aires, em 1945, e iniciou sua carreira de cantor como imitador do "Rei do Rock". "El Gitano",
como também era chamado, criou nos anos 60 o grupo "Sandro y los de fuego", que cantava em espanhol
os sucessos de The Beatles, Elvis, Paul Anka e Rolling Stones, entre outros.
Depois do rock, Sandro abraçou a carreira de cantor romântico, fazendo o público
feminino delirar com temas como "Rosa, Rosa" (maior sucesso de sua carreira) e
"Quiero llenarme de ti". Em 1969, Sandro recebeu em Nova York um disco de ouro por
ser o artista latino-americano de maior vendagem. No total, Sandro gravou 52 álbuns e
vendeu oito milhões de discos.
A Argentina não ficou imune à revolução cultural que o rock and roll significou como
movimento mundial. Desde o início dos anos 60, os centros urbanos –Buenos Aires, Rosario, La Plata–
foram ávidos receptores do nascente gênero musical. Algo que caracterizou este ingresso foi a rápida
assimilação e transformação a partir de aparências locais.
Los Gatos –grupo rosarino liderado por Lito
Nebbia– foram os que “inauguraram” a
composição local de músicas de rock. Seu
primeiro hit foi “A Balsa”, escrito por Tanguito.
Outras agrupações somaram-se ao cenário
aberto: Almendra –com Luis Alberto Spinetta à
frente– e Manal –com Javier Martínez–
iniciaram uma realização musical própria,
baseada na música beat que se estendia
mundialmente.
No final da década de 60, outros solistas e suas agrupações foram
aumentando a lista e, por sua vez, ampliando a gama de estilos e
subgêneros: Pappo’s Blues, A Pesada dol Rock and Roll, Arco
Iris (fundado por Gustavo Santaolalla) e Vox Dei incorporaram
elementos mais duros na textura sonora da época.
ALMENDRA foi um dos mais importantes grupos do rock and roll de Buenos
Aires (Argentina) nos anos 1960. Liderado pelo guitarrista e letrista Luis Alberto
Spinetta, Almendra lançou entre 1968 e 1971 alguns singles e dois álbuns que
revolucionaram o rock argentino para o restante do século 20 e praticamente
sozinho, mudou a forma como o rock local foi percebido pelos críticos e
audiências.
Os anos 70 se iniciaram com o nascimento de duas bandas
antológicas, lideradas pelos que chegaram a ser os
máximos referentes do rock argentino: Pescado Rabioso,
de Luis A. Spinetta, e Sui Generis, duo encabeçado por
Charly García junto a Nito Mestre. Pescado Rabioso,
expoente de um rock mais áspero, e Sui Generis, que
ampliou os horizontes com o rock acústico, foram
exemplos de composições musicais renovadoras,
acompanhadas por letras poéticas.
Este período marca a entrada do rock nacional a certa
massividade, com a organização de shows de música dos
quais participavam várias bandas. O fato paradigmático
foi o recital de despedida de Sui Generis em 1975, que
convocou uma multidão de jovens.
A forte mobilização política e a instauração de uma
cruenta ditadura militar em meados dos anos 70
significaram o momento de maior resistência e
contracultura da música jovem. Assim, grupos como A
Máquina de fazer Pássaros e Serú Girán –ambos liderados
por Charly García–, Invisível –de Luis Spinetta– e solistas
como León Gieco, converteram-se em referentes, não
somente pelo compromisso social de suas letras, senão
também pela renovação musical que introduziram.
No início dos 80, o rock nacional sofreu um impulso proveniente de um fato pouco feliz: com a Guerra
das Malvinas –em 1982–, o governo militar proibiu a música em inglês. Isto levou as rádios a difundirem
música em espanhol, beneficiando os artistas locais, como Lito Nebbia, Moris, Piero, León Giego e
Miguel Cantilo.
Com a abertura democrática, em 1983, as manifestações artísticas voltaram a ocupar um lugar
preponderante após anos de censura e perseguição. Desta maneira, produziu-se uma explosão de bandas e
solistas que, através de suas letras, criticaram os anos de violência e advertiam sobre os problemas sociais
da época. García e Spinetta continuaram à frente do rock, gerando composições únicas, que misturam
gêneros e estilos. O grupo platense Patricio Rey y sus Redonditos de Ricota –liderado por Carlos “Indio”
Solari e Skay Beillinson– saiu à superfície com seu rock mais visceral e letras de alto lirismo e crítica
social, mas também reconhecido por não aparecer nos meios massivos de comunicação (fato pouco
freqüente ao nível mundial) e editando seus próprios discos. A música mais “moderna” ou dance
encontrou em Virus, Los Abuelos de la Nada –formado por Miguel Abuelo e o jovem Andrés Calamaro–
e Os Twist uma estimulante base. Outros grupos, como Os Fabulosos Cadillacs ou Los Pericos,
incursionaram em ritmos como o ska, o reggae e o dub. Os Violadores tomaram o punk. E Riff, fundado
pelo brilhante guitarrista Pappo, encabeçou o rock mais pesado.
Esta década também viu nascer dois grupos que fariam história.: Soda Stereo e Sumo. No primeiro, um
trio conformado por Gustavo Ceratti, Zeta Bosio e Charly Alberti, introduziu sons novos e uma estética
bem cuidada, que o converteram em líder indiscutível da América Latina. Sumo, criado pelo ítalo-inglêsargentino Luca Prodán, aprofundou em sonoridades até esse momento desconhecidas na Argentina,
fazendo o que muitos chamam de o “melhor reggae” local. Com sua separação, formaram-se duas bandas
que, até hoje, são guias indiscutíveis: Divididos e Las Pelotas.
Durante estes anos também apareceu em cena, um grupo de músicos da cidade de Rosario que renovaria a
cena: Juan Carlos Baglietto, Silvina Garré e Fito Paéz.
SUMO
SODA STEREO
A época de massividade e industrialização pode situar-se, em linhas gerais, a partir da década de 90,
quando os megashows institucionalizaram-se como eventos consagratórios para os músicos. Além da
popularidade de García, Páez, Spinetta, Calamaro, Los Redondos de Ricota e Soda Stereo, somaram-se
bandas como: Los Piojos e Bersuit Vergarabat, centradas na mistura de sons rio-platenses e latinos; La
Renga, com um rock mais cru e um imenso poder de convocatória; Viejas Locas, representante do
chamado rock do bairro; e Babasónicos, com sua música mais alternativa. (Secretaria de Cultura de Buenos Aires)
ALMENDRA foi um dos mais importantes grupos do rock and roll de Buenos Aires (Argentina) nos
anos 1960. Liderado pelo guitarrista e letrista Luis Alberto Spinetta, Almendra lançou entre 1968 e 1971
alguns singles e dois álbuns que revolucionaram o rock argentino para o restante do século 20 e
praticamente sozinho, mudou a forma como o rock local foi percebido pelos críticos e audiências.
Amplamente comparado com os Beatles por seus contemporâneos locais, Almendra não sobreviveu à
década de 60 e foi complicado o lançamento de seu 2o álbum. Seus componentes, além do líder Luis
Alberto Spinetta, foram Edelmiro Molinari, Emílio Del Guercio e Rodolfo García.
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