Avifauna de cinco localidades no município de Rio Claro, estado de São Paulo, Brasil Carlos Otávio Araujo Gussoni RESUMO. No período de fevereiro de 2003 a abril de 2007 foram realizados levantamentos de avifauna em cinco localidades no município de Rio Claro, estado de São Paulo. Foram registradas 260 espécies de aves durante o estudo e, acrescentandose os registros de outros autores, obteve-se um total de 335 espécies para o município, até o presente momento. Destas, 12 espécies são consideradas como ameaçadas de extinção no estado de São Paulo e duas como provavelmente ameaçadas. INTRODUÇÃO Desde o início da década de 1980, alguns inventários da avifauna do município de Rio Claro têm sido realizados, principal- mente pelo ornitólogo Edwin O. Willis (por exemplo, Willis e Oniki 2002, Willis 2003). Contudo, poucas localidades foram amostradas, estando os esforços concentrados na Floresta Estadual “Edmundo Navarro de Andrade”, na Fazenda São José e no campus Bela Vista da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP). O presente trabalho tem como objetivo divulgar dados referentes à avifauna de cinco localidades de Rio Claro, bem como elaborar uma relação das espécies de aves encontradas no município. parênteses): Floresta Estadual “Edmundo Navarro de Andrade” (FEENA) (325h), campus Bela Vista da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), bairro Bela Vista, Parque Municipal do Lago Azul (50h) e Fazenda São José (28h). O município de Rio Claro (22º24'36''S e 47º33'36''W) apresenta uma área de 499 km2, fazendo divisa com os municípios de Araras, Corumbataí, Ipeúna, Itirapina, Leme, Piracicaba e Santa Gertrudes (Alves 2003) e tendo como clima predominante o tropical com duas estações definidas MATERIAL E MÉTODOS (Troppmair 1978). No período de fevereiro de 2003 a abril Os levantamentos foram feitos através de 2007 foram realizados levantamentos de de excursões distribuídas ao longo de todas avifauna nas seguintes localidades do muni- as estações do ano, em trilhas précípio de Rio Claro (esforço amostral entre existentes, nas quais se procurou percorrer Tabela 1 – Espécies de aves consideradas como ameaçadas de extinção e provavelmente ameaçadas encontradas no município de Rio Claro, SP. Foto 1 – Indivíduo de Busarellus nigricollis fotografado na Floresta Estadual “Edmundo Navarro de Andrade” (Foto: André de Camargo Guaraldo) Atualidades Ornitológicas Nº 136 - Março/Abril 2007 - www.ao.com.br toda a área das localidades amostradas. Com o objetivo de detectar a presença de certas espécies, realizou-se o método de play-back para verificar a possível ocorrência das mesmas. RESULTADOS E DISCUSSÃO Avifauna do município. No presente estudo foram registradas 260 espécies de aves em Rio Claro. Acrescentando-se as espécies registradas em levantamentos anteriores, obteve-se um total de 335 espécies de aves para o município (Apêndice 1). Destas, 12 espécies são consideradas como ameaçadas de extinção no estado de São Paulo e duas como provavelmente ameaçadas (Governo do estado de São Paulo 1998) (Tabela 1). Avifauna da FEENA. A Floresta Estadual “Edmundo Navarro de Andrade” (22º26'02''S e 47º31'06''W) possui 2314 ha, sendo que grande parte de sua área está dominada por plantações de Eucalyptus spp. Como tais plantações tiveram início entre 1910 e 1950, a vegetação nativa do sub-bosque destas florestas encontra-se, muitas vezes, bem desenvolvida (Willis 2003). Na área, há dois lagos (um lago na área de visitação pública e um lago do Departamento Autônomo de Água e Esgoto – DAAE) onde é possível encontrar inúmeras espécies de aves aquáticas, com destaque para Nomonyx dominica (há pelo menos um casal no lago localizado na área de visitação pública) e Busarellus nigricollis (registrado pela primeira vez em 9 de abril de 2006). Willis (2003) encontrou 255 espécies de aves na FEENA (além de quatro registradas por outros autores e mencionadas no mesmo artigo), sendo que 51 destas não foram localizadas no presente estudo. De 2003 a 2007 foram realizadas 32 adições à lista das aves da Floresta Estadual: Dendrocygna bicolor, Sarkidiornis sylvicola (um indivíduo observado em 7 de agosto de 2004, em área de mata ciliar do Ribeirão Claro), Ardea cocoi, Theristicus caudatus (dois indivíduos observados sobrevoando o lago na área de visitação pública, em 27 de agosto de 2006), Elanus leucurus, Geranospiza caerulescens (um indivíduo observado em 23 de março de 2006), Heterospizias meridionalis, Busarellus nigricollis, Buteo albicaudatus, Laterallus leucopyrrhus, Porzana albicollis, Columba livia, Tyto alba, Athene cunicularia, Asio stygius, Podager nacunda, Hylocharis chrysura (registrado em 26 de maio e 26 de outubro de 2006), Drymophila ferruginea, Lepidocolaptes angustirostris, Synallaxis albescens, Cranioleuca pallida, Serpophaga nigricans, Pachyramphus castaneus, Anthus lutescens, Tachyphonus rufus, Sicalis flaveola, Sica- Foto 2 – Indivíduo de Asio stygius fotografado no campus Bela Vista da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Foto: André de Camargo Guaraldo). lis luteola, Sporophila leucoptera, Sporophila angolensis (um grupo com pelo menos três indivíduos no lago do DAAE), Gnorimopsar chopi, Pseudoleistes guirahuro e Sturnella superciliaris. Além dessas adições à lista, em setembro de 1998, Marcelo Tonini (com. pess., 2006) observou um adulto e um filhote de Rhea americana em talhão de Eucalyptus sp. recémqueimado. Dentre as espécies não encontradas por Willis (2003) há pelo menos 10 anos, 23 foram reencontradas: Pilherodius pileatus (um indivíduo registrado em 1º e 12 de setembro de 2005), Cathartes aura, Buteo brachyurus, Spizaetus tyrannus (um indivíduo sobrevoando a mata ciliar do córrego Ibitinga, em 18 de agosto de 2006), Amaurolimnas concolor (registrado em 7 de setembro de 2005), Tringa flavipes (registrado em 21 de abril e 8 de outubro de 2006), Tringa melanoleuca (registrado em 10 de março de 2005), Leptotila rufaxilla, Dromococcyx pavoninus (dois indivíduos encontrados em 23 de setembro e 7 de outubro de 2006), Nyctibius griseus, Caprimulgus parvulus, Chaetura meridionalis, Eupetomena macroura, Thalurania glaucopis, Leucochloris albicollis, Thamnophilus ruficapillus, Campylorhamphus falcularius (um indivíduo observado em 25 de fevereiro de 2003), Elaenia chiriquensis, Gubernetes yetapa, Antilophia galeata, Schistochlamys ruficapillus, Atualidades Ornitológicas Nº 136 - Março/Abril 2007 - www.ao.com.br Hemithraupis guira e Carduelis magellanica. Unindo-se os dados contidos no estudo de Willis (2003) com o presente, totalizou-se 293 espécies para esta Unidade de Conservação. Avifauna da UNESP. O campus Bela Vista da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (22º23'45,7''S e 47º32'38,3''W) apresenta 111,46 ha, 626,5 m de altitude e localiza-se no bairro Bela Vista, a nordeste do centro de Rio Claro e a leste da FEENA (Alves 2003, Nodari 2003). Na maior parte de sua extensão territorial encontra-se vegetação de gramados com árvores esparsas, porém a oeste há uma vegetação de capim com árvores esparsas (Nodari 2003). Foram registradas 154 espécies de aves no campus Bela Vista da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”. No entanto, Willis e Oniki (1986), Alves (2003) e Nodari (2003) encontraram sete espécies não registradas no presente estudo no local: Platalea ajaja, Porphyrio martinica, Nystalus chacuru, Thamnophilus caerulescens, Sittasomus griseicapillus, Pipraeidea melanonota e Icterus jamacaii. Em adição, A. C. Guaraldo (com. pess., 2006) e M. R. Bornschein (com. pess., 2005) encontraram outras 4 espécies na área: Accipiter striatus, Cariama cristata, Tachyphonus rufus e Sicalis flaveola. Com isso, totalizou-se 165 espécies na avifauna do campus, destacando-se a ocor- rência de três espécies consideradas como ameaçadas de extinção no estado de São Paulo: Mycteria americana, Amazona aestiva e Asio stygius (pelo menos dois indivíduos habitam o campus). Avifauna do bairro Bela Vista. O bairro estudado (22º24'04,7''S e 47º32'55,3''W) localiza-se nos arredores do campus da UNESP, sendo bastante arborizado e apresentando uma avifauna semelhante à encontrada no campus da universidade, contendo 113 espécies. A. Antunes (com. pess., 2006) registrou a ocorrência de Cyanocorax chrysops e Mycteria americana (indivíduos observados sobrevoando o local) em área do bairro próxima à UNESP; B. L. Reinert, R. BelmonteLopes e M. R. Bornschein (com. pess., 2005) observaram indivíduos de Theristicus caudatus e Mycteria americana sobrevoando o bairro, em 2005. Destaca-se a ocorrência da andorinha-de-bando (Hirundo rustica), registrada nos dias 10 e 16 de dezembro de 2004, do suiriri-degarganta-branca (Tyrannus albogularis), observado em 25 de fevereiro de 2003, e do gibão-de-couro (Hirundinea ferruginea), espécies ainda não registradas no campus da UNESP. Avifauna do Parque Municipal do Lago Azul. Este parque, onde foram detectadas 62 espécies de aves, localiza-se na região norte da zona urbana do município (22º23'25,7''S e 47º33'48''W), apresentando uma área total de 11 ha e um lago artificial com área verde no entorno. Neste lago localiza-se uma ilha de aproximadamente 700 m2, onde se registrou a nidificação das seguintes espécies: Dendrocygna viduata, Nycticorax nycticorax, Bubulcus ibis, Ardea alba e Egretta thula. Nesta mesma ilha foi detectado um único indivíduo de Aramides saracura. Avifauna da Fazenda São José. Nesta localidade foi estudado um fragmento de floresta estacional semidecidual de 234 ha (altitudes variando de 590 a 675 m) e arredores (principalmente canaviais e áreas de brejo), localizado na periferia da cidade de Rio Claro (22º22'S e 47º28'W) (Manzatto, 2005). No período amostral dedicado a esta localidade no inventário realizado de 2003 a 2007, foram registradas apenas 119 espécies na área, não sendo realizada nenhuma adição à lista das aves do local elaborada por Willis e Oniki (2002), que apresenta 262 espécies. Outras informações sobre a avifauna de Rio Claro. Na zona urbana, além das espécies observadas no bairro Bela Vista, foi constatada a ocorrência de Podager nacunda, o qual foi observado em 1º de agosto de 2006 (voando próximo a postes de iluminação e capturando insetos). Em 16 de agosto de 2005, M. R. Bornschein (com. pess., 2005) observou alguns indivíduos de Aratinga aurea sobrevoando os arredores do Terminal Rodoviário. Considerações finais. Apesar da escassez de áreas de vegetação nativa no município de Rio Claro atualmente, este ainda apresenta um número considerável de espécies de aves. Das 335 espécies registradas, 209 são encontradas em áreas abertas e/ou úmidas e, dentre as espécies ocorrentes em ambientes florestados, 52 não foram encontradas no presente estudo. Somando-se a lista de aves da FEENA com a da Fazenda São José, obtém-se um total de 331 espécies, o que representa 98,8 % do total de espécies de aves encontradas no município. Além disso, nestas duas áreas foram registradas 12 espécies consideradas como ameaçadas de extinção no estado de São Paulo e duas consideradas como provavelmente ameaçadas, o que demonstra a grande importância dessas áreas para a conservação das aves neste município. Dentre as 12 espécies de aves consideradas como ameaçadas de extinção e as duas como provavelmente ameaçadas registradas em Rio Claro, apenas oito foram encontradas no presente estudo, sendo que somente Antilophia galeata é relativamente comum em certos locais. AGRADECIMENTOS Agradeço à A. C. Carvalho e à O. C. Togni por sempre terem me ajudado ao longo destes quatro anos de estudo. Aos colegas de pesquisa no município de Rio Claro: A. Aguirre, A. P. Amaral, A. Antunes, A. C. Guaraldo, A. de Luca, B. L. Reinert, C. Zacchi, D. Ingui, G. Lima, J. C. Costa, J. R. Alves, J. Guedes, L. F. A. Figueiredo, M. R. Bornschein, M. Somenzari, M. Tonini, R. A. Begotti, R. Belmonte-Lopes, R. Fadini, R. P. Campos, S. Pedrassoli, T. E. Brown, T. Pongiluppi e V. G. Staggemeier. Aos que sempre me ajudaram e me informaram sobre a ocorrência de espécies de aves em Rio Claro: A. Castellar, B. Ferreira, C. S. Ribeiro, D. R. Blanco, D. B. Delgado, D. Freitas, D. D. Guarda, D. Torres, F. Marcel, F. Guedes, G. M. Makuta, G. Patricio, H. Muller, H. Tozzi, I. Bernardelli, J. Oshima, L. Honda, M. Camargo, M. Ferreira, M. M. Hashimoto, M. Ramalho, M. C. Silva, P. Costa, R. Brandolim, R. N. Remédio, R. A. Barbosa, T. Rocha, T. N. Takahashi e aos colegas da turma de 2003 do curso de Ciências Biológicas integral da UNESP (campus de Rio Claro). Aos colegas que sempre me auxiliaram com sugestões e na identificação de espécies registradas em campo, em especial a: B. C. R. R. Soares, B. Lima, J. F. Pacheco, L. M. Lima e V. T. Lombardi. À minha família pelo apoio dado durante esses qua- tro anos de pesquisa. A D. Torres por fornecer as coordenadas geográficas do P. M. Lago Azul. A A. C. Guaraldo, B. C. R. R. Soares, B. L. Reinert, D. Sobotka e M. R. Bornschein pelas sugestões na elaboração da versão final do manuscrito. A A. C. Guaraldo, A. de Luca, F. C. Straube e M. F. Vasconcelos pela revisão da versão final do manuscrito. A A. C. Guaraldo por ceder as fotos utilizadas no presente artigo. Por fim, mas não menos importante, agradeço a todas as outras pessoas que auxiliaram durante os levantamentos e elaboração deste trabalho. REFERÊNCIAS Alves, K. J. F. (2003) Levantamento da avifauna do Campus UNESP – Rio Claro (Bairro Bela Vista). Trabalho de conclusão de curso. Rio Claro: Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”. Cândido-Júnior, J. F. (2000) The edge effect in a forest bird community in Rio Claro, São Paulo State, Brazil. Ararajuba 8: 9-16. Carbonari, M. P. (1990) Estudo da avifauna de um mosaico de vegetação natural e artificial no município de Rio Claro – SP. Dissertação de mestrado. Rio Claro: Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”. CBRO (2006) Lista primária das aves do Brasil. http://www.cbro.org.br/CBRO/pdf/avesbrasil_j ul2006.pdf (acesso em 11/01/2007) Governo do estado de São Paulo (1998) Fauna ameaçada de extinção no estado de São Paulo. São Paulo: Secretaria do Meio Ambiente do estado de São Paulo. Manzatto, A. G. (2005) Dinâmica da comunidade arbustivo-arbórea em um fragmento de floresta estacional semidecidual localizada no município de Rio Claro, SP, durante o período de 19892003. Tese de doutorado. Rio Claro: Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”. Nodari, F. (2003) Levantamento da avifauna do campus de Rio Claro da Universidade Estadual Paulista. Trabalho de conclusão de curso. Rio Claro: Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”. Troppmair, H. Aspectos geográficos: o quadro natural de Rio Claro. In: Machado, I. L. (1978) Rio Claro sesquicentenária. Rio Claro: Museu Histórico e Pedagógico Amador Bueno da Veiga. Willis, E. O. e Oniki, Y. (1986) Aves do campus universitário de Rio Claro. Resumos do XIII Congresso Brasileiro de Zoologia: 186. ________ (2001) On a nest of the Planalto Woodcreeper, Dendrocolaptes platyrostris, with taxonomic and conservation notes. Wilson Bulletin 113: 231-233. ________ (2002) Birds of a central São Paulo woodlot: 1. Censuses 1982-2000. Braz. J. Biol. 62: 197-210. Willis, E. O. (2003) Birds of a Eucalyptus woodlot in interior São Paulo. Braz. J. Biol. 63: 141-158. Centro de Estudos Ornitológicos – CEO. Graduação em Ciências Biológicas – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, campus de Rio Claro. R. Bagé, 230, ap. 24, bl. C, Vila Mariana, São Paulo, SP, 04012-140. E-mail: [email protected]. Atualidades Ornitológicas Nº 136 - Março/Abril 2007 - www.ao.com.br Apêndice 1 – Lista das espécies de aves encontradas no município de Rio Claro, estado de São Paulo, Brasil (nomenclatura segundo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos – CBRO 2006). A = FEENA; B = UNESP (campus Bela Vista); C = Bairro Bela Vista; D = Parque Municipal do Lago Azul; E = Fazenda São José. Atualidades Ornitológicas Nº 136 - Março/Abril 2007 - www.ao.com.br Atualidades Ornitológicas Nº 136 - Março/Abril 2007 - www.ao.com.br Atualidades Ornitológicas Nº 136 - Março/Abril 2007 - www.ao.com.br X = espécie encontrada no presente estudo; X* = observado apenas sobrevoando a área; X** = registro encontrado apenas na literatura (Cândido-Júnior 2000, Willis e Oniki 2001, Willis e Oniki 2002, Nodari 2003, Alves 2003, Willis 2003); consultar “Outras informações sobre a avifauna de Rio Claro” para as espécies com um asterisco após o nome científico; dois asteriscos após o nome científico indicam que a espécie foi encontrada em área não amostrada no presente estudo (Carbonari 1990); N indica que foram encontrados ninhos da espécie em atividade; J indica que foram encontrados indivíduos da espécie em plumagem juvenil; N* indica registro de ninho encontrado na literatura (Willis e Oniki 2001). Atualidades Ornitológicas Nº 136 - Março/Abril 2007 - www.ao.com.br