Estrutura atômica: Os estudos que levaram ao conhecimento da estrutura atômica O átomo indivisível dos filósofos Leucippus e seu discípulo Demócrito (~2500 anos atrás) propuseram que se a matéria fosse sempre dividida se chegaria a um ponto onde haveria uma partícula que não mais pudesse ser dividida. A esta partícula, indivisível, deu-se o nome de: átomo (a – tomo): indivisível Atualmente sabe-se que existem partículas menores que os átomos, mas que ele é a unidade que compõe a matéria. O átomo indivisível de Dalton John Dalton (~1803) propôs que: 1) Todas a matéria é composta por uma partícula fundamental: átomos. 2) Átomos são permanentes e indivisíveis e não podem ser gerados ou destruídos. 3) Todos os átomos de um dado elemento são iguais em todas as suas propriedades e átomos de diferentes elementos possuem propriedades diferentes. 4) Mudança química consiste de combinação, separação ou rearranjo dos átomos. 5) Compostos são constituídos de átomos de diferentes elementos de raios fixos. A descoberta da estrutura atômica J.J. Thomson (1897) propôs um experimento e dos resultados comprovou a existência dos elétrons e que a proporção carga-massa de um elétron seria de: e/m = 1,76 × 108 C/g. A descoberta da estrutura atômica Já em 1908, R.A. Millikan propôs um experimento para determinar a carga do elétron: e = -1,6 x 10-19 C. (e/m = -1,76 x 108 C/g) m = 9,1 x 10-28 g A descoberta da estrutura atômica Experimentos com a Radioatividade (1896-H. Becquerel, Marie e Pierre Curie, E. Rutherford) • Blenda resinosa = Urânio • Três pontos são observados no detector: A descoberta da estrutura atômica O átomo com núcleo Em 1904, Rutherford propôs o seguinte experimento: - Uma fonte de partículas α foi colocada na boca de um detector circular. - As partículas α foram lançadas através de um pedaço de chapa de ouro. Natureza ondulatória da luz A teoria atômica moderna surgiu a partir de estudos sobre a interação da luz com a matéria. Mas, afinal.... o que é a luz? A ciência moderna define a luz como uma radiação eletromagnética, que é uma onda de energia que se propaga através do espaço com componentes de campo elétrico e também de campo magnético. Um ponto de vista considera que a luz tem propriedades de uma onda (comportamento ondulatório), enquanto o outro entende que ela se compõe de partículas distintas de energia (comportamento corpuscular-corpo-partícula). Juntas, essas duas perspectivas formam o que se chama de ‘dualidade onda-partícula’ da luz. Natureza ondulatória da luz A natureza da luz como uma onda. A figura abaixo fornece um diagrama de como a luz é retratada quando se utiliza o modelo de ondas. Filme: onda eletromagnética Filme: Wave Natureza ondulatória da luz Propriedades das radiações eletromagnéticas • Todas as ondas têm um comprimento de onda característico, λ, e uma amplitude, A. • A frequência, ν, de uma onda é o número de ciclos que passam por um ponto em um segundo (unidade = s-1 = Hertz (Hz)). A velocidade de uma onda, V, é dada por sua frequência multiplicada pelo seu comprimento de onda: V=ν.λ Para a luz, velocidade = c, então: ν = c / λ • • Natureza ondulatória da luz A radiação eletromagnética se movimenta através do vácuo com uma velocidade (c) de 3,00 × 108 m/s, mas em outros meios a velocidade é menor (v) As ondas eletromagnéticas têm características ondulatórias semelhantes às ondas que se movem na água. visível A radiação (humanos) tem comprimentos de onda entre 400 nm (violeta) e 750 nm (vermelho). 1nm (nanometro) = 10-9 m Natureza ondulatória da luz Ordem numérica dos comprimentos de onda das radiações Espectros contínuo e de linhas o modelo de Bohr Espectros de linhas • A radiação composta por um único comprimento de onda é chamada de monocromática. • A radiação que se varre uma matriz completa de diferentes comprimentos de onda é chamada de contínua. • A luz branca (mistura de radiações com vários comprimentos de onda) pode ser separada em um • espectro contínuo de cores. Observe no próximo slide que não há manchas escuras na decomposição da luz branca. Luz branca produzida por uma lâmpada de filamento de tungstênio (W) e a sua decomposição por um prisma Espectro contínuo resultante da decomposição da luz branca (contém uma série de radiações eletromagnéticas em série contínua de comprimentos de onda) Link: Como seria o espectro não contínuo? Espectros contínuo e de linhas o modelo de Bohr Se ao invés de se fazer o espectro eletromagnético de uma fonte de luz branca (produzida por um filamento de tungstênio (W), e que contém muitos elétrons, 74) fosse feito com uma lâmpada contendo somente um material com poucos elétrons (hidrogênio, H2, 2 elétrons ao todo). Espectro de linha (linha espectral) Natureza ondulatória da luz Espectro contínuo da luz branca Espectro de linhas Natureza ondulatória da luz Conclusão 1) A radiação eletromagnética é produzida pelos elétrons excitados por uma fonte externa. 2) Se uma substância como o hidrogênio, possuindo poucos elétrons, não produz um espectro contínuo é porque os elétrons estão ao redor do átomo em níveis energéticos definidos e não ocupando qualquer nível de energia (quantização). Espectros de linhas e o modelo de Bohr Espectros de linhas Balmer (1885): Descobriu que as linhas no espectro de linhas visíveis do hidrogênio se encaixam em uma simples equação e que mais tarde, Balmer para: Rydberg, generalizou a equação de 1 1 = RH 2 − 2 λ n1 n2 1 onde RH é a constante de Rydberg (1,096776 × 107 m-1), n1 e n2 são números inteiros (n2 > n1). Energia quantizada e fótons Planck e Einstein (início do sec. XX): a energia só pode ser liberada (ou absorvida) por átomos em certos pedaços de tamanhos mínimos, chamados quantum. A relação entre a energia (E) e a frequência (ν) é: E = hν = h .c onde h é a constante de Planck (6,626 × 10-34 J s) e c é a velocidade da luz no vácuo (c=3,00 x 108 m/s). Para entender a quantização, considere a subida em uma rampa versus a subida em uma escada: Para a rampa, há uma alteração constante na altura, enquanto na escada há uma alteração gradual e quantizada na altura. λ Energia quantizada e fótons O efeito fotoelétrico e fótons O efeito fotoelétrico fornece evidências para a natureza de partícula da luz - “quantização”. Se a luz brilha na superfície de um metal, há um ponto no qual os elétrons são expelidos do metal. Os elétrons somente serão expelidos se a frequência mínima é alcançada (lembre-se que frequência é diretamente proporcional à energia da radiação). Abaixo da frequência mínima, nenhum elétron é expelido. Acima da frequência mínima, o número de elétrons expelidos depende da intensidade da luz. Einstein supôs que a luz trafega em pacotes de energia denominados • E a energia de um fóton, E: fótons. Efeito fotoelétrico (Prêmio Nobel de Física a Einstein – 1921) e-(emitidos) e-(metal) Espectros de linhas e o modelo de Bohr O modelo de Bohr (1913) • Rutherford (modelo atômico - 1911) supôs que os elétrons orbitavam o núcleo da mesma forma que os planetas orbitam em torno do sol. • Entretanto, uma partícula carregada se movendo em uma trajetória circular deve perder energia deve diminuir sua velocidade devido a atração do núcleo, colidir com ele. • Isso significa que o átomo deve ser instável de acordo com a teoria de Rutherford. Devido a esta inconsistência no modelo de Rutherford, e observando o espectro de linhas do hidrogênio, Bohr, propõe um novo modelo para o átomo. Espectros de linhas e o modelo de Bohr Bohr então postulou que: a) um elétron não perde energia enquanto permanecer em uma mesma órbita (portanto não desacelera e “cai” no núcleo); b) quando um elétron passa de uma órbita a outra “emite” ou “absorve” energia; c) para um elétron permanecer em uma mesma órbita a atração eletrostática entre o núcleo (+) é o elétron (-) deve ser igual à força centrífuga. Movimento do elétron Energia Força centrífuga Força de atração eletrostática Energia órbita Espectros de linhas e o modelo de Bohr O modelo de Bohr As cores de gases excitados surgem devido ao movimento dos elétrons entre os estados de energia no átomo. Sódio (Na) Hidrogênio (H) Espectros de linhas e o modelo de Bohr O modelo de Bohr • Já que os estados de energia são quantizados, a luz emitida por átomos excitados deve ser quantizada e aparecer como espectro de linhas. • Após muita matemática, Bohr mostrou que: ( ) 1 E = − 2.18 × 10 J 2 n onde n é denominado de número quântico principal (por exemplo, n = 1, 2, 3, … e nada mais). −18 − 18 A muita matemática de Bohr Movimento do elétron De acordo com a teoria quântica de Planck: A energia cinética de um elétron: Espectros de linhas e o modelo de Bohr O modelo de Bohr • A primeira órbita no modelo de Bohr tem n = 1, é a mais próxima do núcleo e convencionou-se que ela tem energia negativa (daí o sinal negativo na equação). • A órbita mais distante no modelo de Bohr tem n próximo ao infinito e corresponde à energia zero. • Os elétrons no modelo de Bohr podem se mover apenas entre órbitas através da absorção e da emissão de energia em quantum (hν). Espectros de linhas e o modelo de Bohr O modelo de Bohr • Podemos mostrar que ∆E = hν = hc λ ( = − 2.18 × 10 • Quando ni > nf, a energia é emitida e ∆E é negativo. • Quando nf > ni, a energia é absorvida e ∆E é positivo. −18 1 1 J 2 − 2 n n f i ) Espectros de linhas e o modelo de Bohr 1 1 ∆E = − 2,18 ×10 . 2 − 2 n f ni se n f = 2 e ni = 1 1 1 ∆E = − 2,18 ×10 . 2 − 2 n f ni se n f = 1 e ni = 2 então então 1 1 ∆E = − 2,18 ×10 . 2 − 2 2 1 ∆E = − 2,18 ×10 −18.(0,25 − 1) 1 1 ∆E = − 2,18 ×10 . 2 − 2 1 2 ∆E = − 2,18 ×10 −18.(1 − 0,25) ∆E = + 1,635 ×10 ∆E > 0 ( positivo) ∆E = − 1,635 ×10 −18 ∆E < 0 (negativo) Energia é absorvida. Energia é emitida. −18 −18 −18 −18 −18 Espectros de linhas e o modelo de Bohr O modelo de Bohr ABSORÇÃO DE ENERGIA Os elétrons movem-se nesse sentido EMISSÃO DE ENERGIA Os elétrons movem-se nesse sentido Espectros de linhas e o modelo de Bohr Limitações do modelo de Bohr • Pode explicar adequadamente apenas o espectro de linhas do átomo de hidrogênio. • Os elétrons não são completamente descritos como partículas pequenas. Espectros de linhas e o modelo de Bohr • Através do efeito fotoelétrico (Einstein) pode-se mostrar que a luz interage com os elétrons (possui massa =corpuscular) comporta-se como se tivesse massa (caráter corpuscular = corpo). • De Broglie em 1924, em estudos com difração de luz (caráter ondulatório), mostra que os elétrons também sofrem este fenômeno, sugerindo que os elétrons também possuem caráter ondulatório, além do corpuscular. • O caráter duplo (dual) corpo/onda é particularmente importante em partículas pequenas, como os elétrons, prótons e nêutrons, mas pouco importante em corpos de massa elevada como um pedaço de papel e menos ainda em um humano ou planetas. FIM