FESURV – UNIVERSIDADE DE RIO VERDE
FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA
ERLIQUIOSE CANINA
SARA FACCHIN
Orientadora Profª: EDNEA FREITAS PORTILHO
Trabalho de conclusão de curso apresentado a
Faculdade de Medicina Veterinária da
FESURV – Universidade de Rio Verde,
resultante
do
Estágio
Curricular
Supervisionado como parte das exigências do
curso para obtenção do título de Médico
Veterinário.
RIO VERDE – GOIAS
2011
FESURV – UNIVERSIDADE DE RIO VERDE
FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA
ERLIQUIOSE CANINA
SARA FACCHIN
Orientadora Profª.: EDNEA FREITAS PORTILHO
Trabalho de conclusão de curso apresentado a
Faculdade de Medicina Veterinária da
FESURV – Universidade de Rio Verde,
resultante
do
Estágio
Curricular
Supervisionado como parte das exigências
para obtenção do título de Médico
Veterinário.
RIO VERDE – GOIAS
2011
SARA FACCHIN
ERLIQUIOSE CANINA
Trabalho de conclusão de curso apresentado a
Faculdade de Medicina Veterinária da
FESURV – Universidade de Rio Verde,
resultante
do
Estágio
Curricular
Supervisionado como parte das exigências
para obtenção do título de Médico
Veterinário.
Aprovada em: 29 / 11 / 2011.
_________________________________
RENATTA PEREIRA PACHECO
_________________________________
RAFAIANNE PEREIRA BARROS
_________________________________________
PROFª. EDNEA FREITAS PORTILHO
(Orientadora)
RIO VERDE – GOIAS
2011
DEDICATÓRIA
Este trabalho é dedicado aos meus pais, Veimar Romano Facchin e Cilesia Facchin,
que confiaram em mim e sempre me apoiaram em minhas escolhas, que mesmo com
dificuldade deram-me essa oportunidade de me tornar uma Médica Veterinária.
Ao meu irmão, Felipe Romano Facchin, que mesmo longe me apoiou e me ensinou
cada dia ser melhor.
Em especial ao meu filho, Gabriel Facchin Furtunato, que esteve ao meu lado,
amando-me e me apoiando nessa jornada.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a minha família por ter me apoiado nessa jornada, estando sempre ao meu
lado, ajudando-me.
Aos meus pais, Veimar Romano Facchin e Cilesia Facchin, que mesmo com algumas
dificuldades me proporcionaram essa faculdade, e estiveram ao meu lado, lutando por mim e
confiando na minha capacidade.
Meu pai, é o pai mais perfeito do mundo, sempre apoiou minhas decisões, sempre
esteve comigo, e fez de tudo para realizar o que eu queria, me deu muito amor, e sempre
esteve com o Gabriel, fazendo papel de pai para ele. Obrigado por ser esse pai maravilhoso
para mim e para o Gabriel.
A minha mãe, não tenho nem o que dizer não é? Mesmo estando longe, esteve
comigo em todos os momentos, me apoiando e cuidando de mim. Te amo demais!!!
Ao meu irmão, Felipe Romano Facchin, que abriu mão de sua faculdade, para que eu
pudesse fazer a minha, e que mesmo de longe esteve lutando pelos meus sonhos, esteve
sempre me ajudando e me apoiando.
Ao meu filho, Gabriel Facchin Furtunato, que muitas vezes teve que acordar cedinho
para ir comigo à faculdade, que sempre esteve ao meu lado, que sempre me compreendeu, que
me deu muito amor e carinho. Obrigado, filho, por esses e muitos outros momentos
maravilhosos que teremos, você é o filho mais lindo do mundo!!!! Te amo muito!!!
Aos meu amigos e colegas de faculdade, que estiveram ao meu lado durante esses
anos de faculdade, em especial, Jaquelinne Calixto, Ludymilla Leao, Tielly Costa e a Janainne
Guimarães.
A minha amiga Suzana, que esteve comigo nas horas mais difíceis, sempre me
apoiando, sempre me dando forças para continuar.
A minha amiga Amanda, que nesses anos, mesmo com a distância, nunca deixamos
de nos ajudar, compartilhando muitos momentos de nossas vidas.
Ao meu supervisor de estágio, Murici Belo Segato, que me concedeu sua clínica para
meu estágio, e esteve sempre paciente em me ajudar, proporcionando-me muito
conhecimento.
5
Agradeço a minha orientadora, Ednea Freitas Portilho, pela paciência, dedicação,
disponibilidade e incentivo que teve para me ajudar a concluir este trabalho.
A Rafaianne Pereira Barros e a Renatta Pereira Pacheco, médicas veterinárias, que
aceitaram participar da minha banca examinadora.
RESUMO
FACCHIN, S. Erliquiose canina. 2011. 37f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em
Medicina Veterinária) – FESURV – Universidade de Rio Verde, Rio Verde, 20111.
O seguinte trabalho contém atividades desenvolvidas durante o estágio curricular
supervisionado em Medicina Veterinária na clínica veterinária São Francisco de Assis,
localizado na rua Augusta Bastos, n 1.027, centro, Rio Verde - Goiás, na área de clínica e
cirurgia de pequenos animais. Dentre as atividades desenvolvidas estão atendimentos clínico e
cirúrgico, anamnese, procedimentos anestésicos, exames laboratoriais, internações,
radiografia e ultrassonografia. Para o presente foi escolhido a erliquiose canina como tema
para revisão de literatura, por ser um dos casos com mais incidência na clínica médica de
pequenos animais, devido a altas infestações de carrapato em nossa região.
PALAVRAS-CHAVE
Clínica veterinária, erliquiose, carrapato.
1
Banca Examinadora: Prof MsC. Ednea Freitas Portilho (Orientadora); Medica Veterinária Rafaianne Pereira
Barros – Fesurv (Universidade de Rio Verde); Médica Veterinária Renatta Pereira Pacheco.
ABSTRACT
FACCHIN, S. Canine ehrlichiosis. 2011. 37f. Completion of course work (graduate in
veterinary medicine) - FESURV - University of Rio Verde, Rio Verde, 20112.
The work contains the following activities during the supervised internship curriculum in
veterinary medicine veterinary clinic in St. Francis of Assisi, located on Augusta Street
Bastos, n 1027, the center, Rio Verde - Goias, in the area of clinical and small animal surgery.
Among the activities are clinical care and surgical history, procedure, anesthesia, laboratory
tests, hospitalizations, radiography and ultrasonography. Canine ehrlichiosis was chosen as
the theme for literature review, as one of the cases with more focus on small animal medical
clinic, due to high infestation of ticks in our region.
PALAVRAS-CHAVES
Veterinary Clinic, ehrlichiosis, tick.
2
Examiners: Prof MsC. Ednea Freitas Portilho (Advisor); Medica Veterinária Rafaianne Pereira Barros – Fesurv
(University of Rio Verde); Veterinary Medical Renatta Pereira Pacheco.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1
Vista externa da Clínica São Francisco de Assis, 2011 .................................
FIGURA 2
(A) Consultório clínico da Clínica são Francisco de Assis, 2011; (B) Sala
12
de Vacina, 2011; Centro cirúrgico, 2011 (C); Área de internação da clínica
veterinária são Francisco de Assis, 2011 (D) ................................................. 13
FIGURA 3
Carrapato Rhipicephalus sanguineus .............................................................
18
FIGURA 4
Célula infectada pela Ehrlichia canis .............................................................
19
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 Atividades desenvolvidas e acompanhadas durante a realização do estágio
supervisionado na Clínica São Francisco de Assis, durante o período
08/08/2011 a 29/10/2011 ...............................................................................
14
TABELA 2 Procedimentos cirúrgicos desenvolvidos e/ou acompanhados durante o
estágio curricular obrigatório em medicina veterinária na área de clínica e
cirurgia de pequenos animais na Clínica São Francisco de Assis, no
período de 08/08/2011 a 29/10/2011 .............................................................
TABELA 3 Exames
complementares
realizados
durante
o
estágio
15
curricular
supervisionado em Medicina Veterinária na área de clínica e cirurgia de
pequenos animais na Clínica São Francisco de Assis, no período de
08/08/2011 a 29/10/2011 ...............................................................................
15
TABELA 4 Resultados obtidos pelo hemograma e pesquisa de hematozoário realizado
no animal, em 29/08/2011 .............................................................................. 27
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 11
2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ..................................................................................... 13
3 REVISAO DE LITERATURA ............................................................................................. 16
3.1 Erliquiose canina ................................................................................................................ 16
3.2 Transmissão e transmissor .................................................................................................. 17
3.3 Situação atual no Brasil ...................................................................................................... 18
3.4 Diagnóstico ......................................................................................................................... 18
3.4.1 Diagnóstico diferencial .................................................................................................... 19
3.5 Sinais clínicos ..................................................................................................................... 20
3.5.1 Fase aguda ....................................................................................................................... 20
3.5.2 Fase subclínica................................................................................................................. 20
3.5.3 Fase crônica ..................................................................................................................... 20
3.6 Necrópsia ............................................................................................................................ 21
3.7 Tratamento .......................................................................................................................... 21
3.7.1 Prognóstico ...................................................................................................................... 22
3.8 Profilaxia ............................................................................................................................ 22
3.9 Saúde pública...................................................................................................................... 23
4 RELATO DE CASO ............................................................................................................. 24
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 26
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 27
ANEXOS .................................................................................................................................. 30
1 INTRODUÇÃO
O estágio curricular obrigatório foi realizado no período de 08/08/2011 a 29/10/2011
na clínica veterinária São Francisco de Assis, em Rio Verde, GO. A área de atuação foi
clínica médica e cirúrgica de pequenos animais, com atividades totalizando 421 horas, sob a
supervisão do médico veterinário Murici Belo Segato.
Localizada a Rua Augusta Bastos, n. 1.027, centro, Rio verde - Goiás, com plantão
24 horas, o quadro de funcionários formado pelo veterinário responsável Dr. Murici Belo
Segato, veterinária auxiliar Dra. Renata Pacheco, secretária e auxiliares capacitados e com
instalações para atendimentos clínicos, cirúrgicos e internamento caso necessárias (Figura 1).
Fonte: Arquivo Pessoal (2011).
FIGURA 1 - Vista externa da Clínica São Francisco de Assis, 2011.
12
Composta fisicamente por uma recepção, um consultório, uma sala de vacina, um
centro cirúrgico, um laboratório, banheiro, área de internação com capacidade para 20
animais, cozinha e sala de descanso / reunião para os funcionários (Figura 2).
Fonte: Arquivo Pessoal (2011).
FIGURA 2 - (A) Consultório clínico da Clínica São Francisco de Assis, 2011; (B) Sala de
vacina, 2011; (C) Centro cirúrgico, 2011; (D) Área de internação da clínica
veterinária são Francisco de Assis, 2011.
A escolha pela Clínica Veterinária São Francisco de Assis para a realização do
estágio curricular obrigatório se deu por apresentar uma grande quantidade e diversidade de
casos clínicos e cirúrgicos, e por possuir profissionais qualificados e experientes nesta área,
que proporcionam um grande aprendizado.
O relato de caso para o presente trabalho de conclusão de curso, erliquiose canina,
foi devido a grande casuística da doença nos animais atendidos durante o período de estágio.
2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
As atividades acompanhadas no estágio supervisionado obrigatório na Clínica
Veterinária São Francisco de Assis, Rio Verde - GO durante o período de 08 de agosto a 29
de Outubro de 2011, sob a orientação da Profª. MSc. Ednea Freitas Portilho e supervisão do
MSc. Murici Belo Segato, incluíram atendimentos clínicos (tabela 1) e cirúrgicos (tabela 2),
anamnese, exame físico, coleta de material para exames laboratoriais (tabela 3),
procedimentos odontológicos, anestesiologia, ultrassonografia e radiografia (Tabela 3).
TABELA 1 - Atividades desenvolvidas e acompanhadas durante a realização do estágio
supervisionado na Clínica São Francisco de Assis, durante o período
08/08/2011 a 29/10/2011
Atividades
Quantidade
Porcentagem(%)
Atendimento clínico
206
31
Procedimentos cirúrgicos
76
11
Eutanásia
04
1
Exames complementares
178
27
Vacinas
130
20
Vermífugos
65
10
TOTAL
659
100
14
TABELA 2 - Procedimentos cirúrgicos desenvolvidos e/ou acompanhados durante o estágio
curricular obrigatório em medicina veterinária na área de clínica e cirurgia de
pequenos animais na Clínica São Francisco de Assis, no período de 08/08/2011
a 29/10/2011
Cirurgias
Quantidades
Porcentagem (%)
Ovariohisterectomia
15
20
Mastectomia
7
9
Extração dentária
9
12
Correção de prolapso Retal
2
3
Correção de prolapso de 3º pálpebra
2
3
Piometra
10
13
Orquiectomia
14
18
Colocação de pino
10
13
Amputação
3
4
Enterectomia
2
3
Esofagostomia
1
1
Ceratectomia superficial (dermoide ocular)
1
1
TOTAL
76
100
TABELA 3 - Exames complementares realizados durante o estágio curricular supervisionado
em Medicina Veterinária na área de clínica e cirurgia de pequenos animais na
Clínica São Francisco de Assis, no período de 08/08/2011 a 29/10/2011
Exames Complementares
Quantidades
Porcentagem (%)
Urinalise EAS
25
10
Ultrassonografia
16
6
Radiografia
35
14
Hemograma Completo
173
70
TOTAL
252
100
Dentre os atendimentos realizados, os principais sistemas afetados estão no Gráfico 1.
15
GRÁFICO 1 - Principais sistemas afetados nos animais atendidos na clínica veterinária São
Francisco de Assis, durante o estágio supervisionado obrigatório, no período
de 08/08/2011 a 29/10/2011.
3 REVISAO DE LITERATURA
3.1 Erliquiose canina
A erliquiose é considerada uma das mais relevantes doenças que acometem os cães,
conhecida também na literatura por doença do cão rastreador, pancitopenia canina tropical,
febre hemorrágica canina e tifo canino (COUTO, 2003). Na Argélia em 1935, essa doença foi
reconhecida pela primeira vez, e desde então, foi conhecida como sendo uma doença de
importância mundial (CORREIA; CORREA, 1992), principalmente na África, Ásia e Índia,
embora também exista nos EUA, Ilhas Virgens, e Porto Rico (JONES; HUNT; KING, 2000).
É uma doença causada principalmente pela erlichia canis (JONES; HUNT; KING,
2000), embora possa ser infectado por outras espécies de erlichias, incluindo erlichia equi,
erlichia platys, erlichia risticii e ehrlichia chaffeensis (STORTI, 2006), um parasito
intracelular obrigatório, que se organiza em agrupamentos nas células, conhecido como
mórulas.( CHAVES; LEITE; NAVECA, 2007).
A erlichia canis pertencente à família das Rickettsiaceae, que constitui as bactérias
intracelulares obrigatórias dos leucócitos, monócitos e polimorfonucleares. São rickettsias que
infectam essencialmente os animais, existindo espécies que acometem naturalmente os
canídeos, equídeos, ruminantes, e o homem (CHAVES; LEITE; NAVECA, 2007).
O agente se multiplica nos órgãos do sistema mononuclear fagocítico (fígado, Baco e
linfonodos) (STORTI, 2006).
Couto (2003) e Arruda (2007), afirmam que a enfermidade tem maior destaque na
primavera e verão onde as condições climáticas favorecem à proliferação do carrapato,
embora possa ocorrer durante o ano todo.
O cão é infectante apenas na fase aguda da doença, quando existe uma quantidade
importante de hemoparasitas no sangue (STORTI, 2006).
17
3.2 Transmissão e transmissor
O principal vetor da erliquiose canina é o carrapato marrom do cão, o Rhipicephalus
sanguineus, o mesmo vai estar infectado pela Ehrlichia canis (AIELLO, 2001; JONES;
HUNT; KING, 2000), que pode transmitir os micro organismos por pelo menos 150 dias pós
ingurgitamento (COUTO; NELSON, 2006).
Fonte: Grandes Amigos Pet Shop (2010).
FIGURA 3 - Carrapato Rhipicephalus sanguineus.
A transmissão da enfermidade ocorre pela picada do carrapato marrom do cão, que
ao realizar o repasto sanguíneo, inocula secreções salivares contaminadas pelo parasito
(SOUSA et al., 2004). Provavelmente a transmissão transovariana não ocorre (STORTI,
2006).
Couto e Nelson (2006) dizem que a transmissão também pode ocorrer
iatrogenicamente através de transfusões sanguíneas contaminadas, e que o micro organismo
pode ficar incubado de 7 a 21 dias.
18
Fonte: Well Sphere (2010).
FIGURA 4 - Célula infectada pela Ehrlichia canis.
3.3 Situação atual no Brasil
Tem sido comunicada, em todo o mundo a erliquiose monocítica canina,
especialmente em áreas tropicais e subtropicais, causando extensiva morbidade e mortalidade
(BICHARD; SHERDING, 2003).
O primeiro caso no Brasil, ocorreu em Belo horizonte (MG), segundo Costa et al.
(1973). Posteriormente, Labarthe et al. (2003) e Moreira et al. (2003), relataram a incidência
aproximada de 20% dos cães atendidos em hospitais e clínicas veterinárias de estados das
regiões Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste. Desde então vem apresentando casuísticas
crescentes em hospitais e clínicas veterinárias, sendo considerada uma das mais importantes
doenças transmissíveis na clínica de pequenos animais, principalmente pela grande infestação
de carrapato vetor, e pela inexistência de vacina (AGUIAR, 2006; DIAS; TIEPO, 2008).
A doença no Brasil é considerada enzoótica, conforme estimativa e dados obtidos
recentemente, e na cidade de Botucatu-SP, em 2002 foram relatados 67 casos de erliquiose
canina descritos por Bulla et al. (2004), mostrando que a erliquiose está presente em várias
regiões do Brasil (DIAS; TIEPO, 2008).
3.4 Diagnóstico
O diagnóstico da erliquiose canina ocorre pela sintomatologia apresentada do animal,
pelo histórico clínico, pela presença de carrapatos, e pelos exames laboratoriais (BLEUCHI,
2011).
19
O diagnóstico laboratorial consiste na observação do parasita em esfregaços
sanguíneos do cão ou até mesmo pela técnica de imunofluorescência indireta de anticorpos
(DIAS; TIEPO, 2008).
Além dessas técnicas, temos o PCR que é a detecção do DNA da erlichia no animal.
A técnica de PCR é bastante específica e sua vantagem é de que se pode detectar o micro
organismo nos animais desde os primeiros dias de infecção, desde que seja feita corretamente
(SOUSA, 2010).
Em seus apontamentos Birchard e Sherding (2003), esclarecem que a identificação
dos microrganismos (mórulas) em citologia com agulha fina do Baco, dos linfonodos e dos
pulmões é possível, mas muito improvável e pouco eficiente.
Hematológico: apresenta anemia arregenerativa, porém a anemia pode ser
regenerativa quando houver hemólise, no caso da infecção ser concomitante com a babesia
canis ou grande hemorragia. Pode-se apresentar também suave leucopenia (STORTI, 2006).
Já Couto e Nelson (2006), falam que a leucopenia pode estar seguida de leucocitose
neutrofílica e monocitose. A trombocitopenia presente no caso clínico não permite que se
confirme o diagnóstico da doença, mas em áreas endêmicas, a erliquiose deve ser a primeira
suspeita.
3.4.1 Diagnóstico diferencial
O diagnóstico diferencial em cães com erliquiose crônica inclui o mieloma múltiplo,
linfoma, leucemia linfocítica crônica, lúpus eritematoso, trombocitopenia imunomediada e a
cinomose, incluindo também a babesiose e a febre maculosa das montanhas rochosas
(STORTI, 2006).
Babesiose: tem grande semelhança com a erliquiose, sendo que é causada pela
babesia canis, um hemoparasita, a diferenciação ocorre por um exame hematológico, com
evidencia da babesia nos glóbulos vermelhos (CHAVES; LEITE; NAVECA, 2007).
Febre maculosa das montanhas rochosas: causada por outra ricketisia,
diagnosticada pelo teste sorológico, mas responde ao mesmo tratamento da erliquiose
(TILLEY; SMITH; FRANCIS, 2003).
20
3.5 Sinais clínicos
Os sinais mais importantes da erlichiose incluem a depressão, anorexia,
linfoadenomegalia, esplenomegalia e perda de peso, podendo também apresentar tendências a
sangramento, petequias e equimoses na pele e mucosas (COUTO e NELSON, 2006).
Os sinais oculares não são incomuns e incluem uveite anterior e opacidade corneana
(STORTI, 2006). Também pode-se observar epistaxe, emaciação, e edema de membros
(JONES; HUNT; KING, 2000).
Os sinais clínicos podem ser divididos em 3 fases, a fase aguda, a subclínica e a
crônica.
3.5.1 Fase aguda
Esta fase pode durar de duas a quatro semanas com algumas sintomatologias, como
hipertermia, anorexia, perda de peso, petequias hemorrágicas, depressão (ARRUDA, 2007).
O agente se multiplica nos órgãos do sistema mononuclear fagocitário (fígado, baço
e linfonodos), resultando em hiperplasia dessa linhagem celular e organomegalia
(linfoadenopatia, esplenomegalia e hepatomegalia). Nesta fase também é comum uma
trombocitopenia, com ou sem anemia e leucopenia (COUTO e NELSON, 2006; ARRUDA,
2007).
3.5.2 Fase subclínica
A fase subclínica é caracterizada por ser assintomática (COUTO, 2003), podendo
também apresentar algumas complicações como a perda de apetite, palidez de mucosas e
hemorragias. Apenas em exames laboratoriais que se pode verificar algumas alterações. Essa
fase é iniciada após seis a nove semanas, e pode durar ate dezessete semanas (CHAVES;
LEITE; NAVECA, 2007).
3.5.3 Fase crônica
A fase crônica pode levar até 4 meses depois da inoculação para se desenvolver, essa
fase ocorre pois o sistema imune não consegue eliminar o agente causador ehrlichia canis
(CHAVES, 2007).
21
Geralmente o animal apresenta os mesmos sinais da fase aguda, porém atenuados, e
com a presença de infecções secundárias, tais como pneumonias, diarreias, problemas de pele
dentre outras. O animal pode também apresentar sangramentos crônicos devido ao baixo
número de plaquetas, ou cansaços e apatia devido à anemia (ARRUDA, 2007).
Nesses casos crônicos a medula se torna hipoplásica, e vários órgãos são infiltrados
por linfócitos e plasmócitos. O animal pode apresentar esplenomegalia, glomerulonefrite,
insuficiência renal, pneumonite interticial, uveíte anterior, hifema e meningite com ataxia
cerebelar associada, depressão, paresia (AIELLO, 2001).
Segundo Couto (2003), entre as anormalidades hematológicas e bioquímicas incluem
anemia não regenerativa, trombocitopenia, leucopenia ou todas juntas caracterizando uma
pancitopenia devido à hipoplasia da medula óssea, pode apresentar também linfocitose,
hiperglobulinemia, hipoalbuminemia e proteinuria.
3.6 Necrópsia
Tilley, Smith e Francis (2003), observaram em vários animais hemorragias difusas
ou petequias em conjuntivas, dermatites principalmente nos membros, emaciação, pele com
áreas roxas, áreas edemaciadas, hemorragias nas articulações do carpo, esplenomegalia
discreta, amídalas aumentadas, próstata, testículo, epidídimo e pênis apresentando
hemorragias petequiais. Também podem apresentar edema pulmonar, ascite, hidrotórax,
ulcerações e erosões bucais.
Hemorragias nas mucosas dos genitais e edema de membros como lesões
macroscópicas (JONES; HUNT; KING, 2000), hemorragias petequiais e equimoses nas
superfícies serosas e mucosas de numerosos órgãos e tecido subcutâneo (CHAVES; LEITE;
NAVECA, 2007).
Na fase aguda as lesões apresentadas são no miocárdio, adenomegalia, hiperplasia
reticuloendotelial, já na fase crônica, presença de hemorragias em vários órgãos,
linfoadenopatias generalizadas e hipoplasia medular (AIELLO, 2001).
3.7 Tratamento
Geralmente a resposta ao tratamento é satisfatória, com exceção dos cães com
erliquiose crônica grave. A recuperação do animal vai depender da severidade do caso clínico
e do período que se inicia o tratamento (GALVÃO et al., 2009).
22
As drogas mais utilizadas na medicina veterinária, para o tratamento da erlichiose
são as tetraciclinas, doxiciclinas, cloranfenicol e o diprionato de imidocard, sendo que a
doxiciclina ainda é a mais usada nas clínicas veterinárias por ter um maior resultado de
recuperação, e por ser uma droga mais lipossolúvel que as outras, assim penetra mais
facilmente nos tecidos e fluidos corporais (DIAS; TIEPO, 2008).
Os critérios para o tratamento variam de acordo com a precocidade do diagnóstico,
da severidade dos sintomas clínicos e da fase da doença que o paciente se encontra quando do
início da terapia, recomenda-se nas fases agudas, a dosagem de 5mg/kg de doxiciclina, duas
vezes por dia, durante 7 a 10 dias e, nos casos crônicos 10mg/kg de doxiciclina, via oral,
durante 7 a 21 dias (STORTI, 2006). Já Aguiar (2006) afirma que realizando a
antibioticoterapia a base de doxiciclina (10mg/kg) e imidocarb (5mg/kg) diariamente por
vinte um dias, pode-se ter resultados satisfatórios.
Souza (2010), fala sobre a possibilidade de uso de Levamisol (Mg//kg), via
subcutâneo, dose única, como complemento a antibioticoterapia, aumentando o número de
leucócitos periféricos, linfócitos e monócitos.
Animais que apresentem desidratação ou hemorragias, devem receber um tratamento
suporte, com transfusões sanguíneas e fluidoterapia, podem ser utilizadas vitaminas de
complexo B em animais anoréxicos (STORTI, 2006; DUNN, 2001).
3.7.1 Prognóstico
O prognóstico da doença vai depender da fase em que a doença é diagnosticada e do
início do tratamento. O animal tem mais chances de se curar, se o diagnóstico for o mais
rápido possível e se iniciar o tratamento no começo da doença. Nas fases iniciais da doença, o
animal tem melhora logo nas 24 ou 48 horas do início do tratamento, a menos que a medula
óssea fique severamente hipoplásica (GALVÃO et al., 2009; SOUZA, 2010).
3.8 Profilaxia
Em cidades endêmicas, ou cidades onde as condições climáticas são favoráveis aos
carrapatos, é feito um controle do ambiente e do animal. Deve ser feito o combate na
propriedade, fazer uso de coleiras anticarrapaticida, pulverização de carrapaticidas no animal,
e manter as condições de higiene do estabelecimento ou propriedade (FAQUETI, 2011).
23
Animais introduzidos em uma propriedade ou canil, devem passar por uma
quarentena e serem tratados com carrapaticidas, assim não transmitem aos que estão sadios.
Animais com a confirmação da doença (animais soro positivos) devem ser tratados o mais
rápido possível, evitando assim a transmissão aos outros animais e ao homem, já que a
erliquiose é considerada uma zoonose (STORTI, 2006).
Pode-se fazer o controle da infestação por carrapato através de banhos de imersão ou
spray que contenham diclorvos, clorfenvifos, dioxationa, proproxur ou carbaril, amitraz e
piretróides. Além disso pode-se fazer o uso de coleiras antipulga e anticarrapato que podem
reduzir a reinfestação, mas não foi comprovada sua confiabilidade (TILLEY; SMITH;
FRANCIS, 2003).
O produto mais utilizado para banhos é o amitraz, por possuir alta segurança, pois é
pouco absorvido pela pele do animal, o mesmo possui como mecanismo de ação a depressão
do sistema nervoso do parasito. Pode ser usado tanto no ambiente como no banho, os banhos
devem ser repetidos a cada 15 dias, em casos de grandes infestações (CHAVES; LEITE;
NAVECA, 2007).
Como medida profilática podem-se utilizar doses baixas de tetraciclina ou de
doxiciclina nas áreas endêmicas durante a estação dos carrapatos (tetraciclina, 3mg/kg,via
oral, a cada 24hras; ou doxiciclina, 2mg/kg, via oral, a cada 24 horas) (STORTI, 2006). Já
Bichard e Sherding (2003) usa a dosagem de tetraciclina 6,6mg/kg, VO, a cada 24h.
3.9 Saúde pública
Segundo Troy e Forrester (1990), a erliquiose é uma zoonose que pode ser
transmitida ao homem, da mesma forma que é transmitida para o cão, portanto uma
importância relevante na saúde humana.
Recentemente no Brasil, houve a descrição de casos suspeitos de erliquiose em
pacientes no Estado de Minas Gerais e o diagnóstico molecular dos primeiros casos de
erliquiose humana no Estado de São Paulo (PACHECO, 2008).
Evidências sorológicas indicam que a Ehrlichia canis ocorre em seres humanos, que
se infectam a partir da exposição a carrapatos. Os sinais clínicos incluem febre, dor de cabeça,
mialgia, dor ocular e desarranjo gastrintestinal. O tratamento com tetraciclinas resulta em
recuperação rápida (BARR, 2003).
4 RELATO DE CASO
No dia 29 de Agosto de 2011 foi levado à clínica veterinária São Francisco de Assis,
Rio verde – GO, um cão chamado Nick, macho, da raça yorkshire, com 3 anos de idade e
pesando 4.300Kg, apresentando queixa pelo proprietário de que o animal estava fraco, não
estava se alimentando bem, e que estava ruim após alta infestação de carrapato.
No exame clínico pôde-se verificar que o animal estava apresentando hipertermia
(39.4C), estava alerta, apresentava as mucosas róseas, pequena desidratação e perda de peso
evidente.
Com os sinais apresentados e pela anamnese, a suspeita foi de erliquiose, assim foi
feita a coleta de sangue, pedindo um hemograma completo com pesquisa de hematozoário. O
animal ficou internado na clínica, foi feita a correção da desidratação com soro fisiológico e
uma ampola de complexo B, foi administrado 1ml de doxiciclina IV e 0,2 de dipirona.
No final da tarde chegou o exame de sangue, apresentando anemia normocítica
normocrômica, trombocitopenia, leucopenia (Anexo D) e pesquisa de hematozoário positiva
para Ehrlichia sp. (Anexo C).
25
TABELA 4 - Resultados obtidos pelo hemograma e pesquisa de hematozoário realizado no
animal, em 29/08/2011
ERITOGRAMA
VALORES ENCONTRADOS
Hemácias
2.2 tera / l
Hematocrito
20 %
Hemoglobinas
6.6 g/dl
VCM
90.91 ft
HCM
30.00 pg
CHCM
33.00 g/dl
Eritroblastos
03 / 100 leuco
Plaquetas
80.000 pla. /mm3
Pesquisa de Hematozoário
Resultado
Ehrlichia sp.
A partir dos resultados obtidos no exame de sangue foi feita uma transfusão
sanguínea, onde o paciente tomou 350 ML/sangue. A medicação usada inicialmente
continuou, no dia 31 de agosto, o Nick já estava se alimentando bem, e no dia 1 de setembro
recebeu alta.
Foi passado ao proprietário que o tratamento deveria ser continuado em casa, dando
meio comprimido de Doxifin 50mg, de 12 em 12 horas, por 21 dias.
Depois de 15 dias, o proprietário voltou à clínica, falando que viajou e suas
funcionárias não deram os medicamentos para seu cãozinho, o Nick estava muito magro, não
se alimentava há muitos dias, mucosas pálidas, e muito fraco. Nick veio a óbito.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estágio supervisionado contribuiu grandemente para meu crescimento pessoal e
profissional, assim pude colocar em prática tudo que foi visto em minha graduação,
principalmente na área de clínica e cirurgia de pequenos animais.
Por ser uma enfermidade que tem apresentado grande casuística na clínica animal e
de importância em saúde humana, a erliquiose canina deve ser vista como uma doença
enzoótica muito importante e preocupante, devido a grandes incidências de carrapato, seu
controle e diagnóstico, devem ser o mais precoce possível para o sucesso do tratamento e cura
da erliquiose canina.
REFERÊNCIAS
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28
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Disponível em: <http://grandesamigospetshopsalvador.wordpress.com/category/pets/saudepet/carrapatos/>. Acesso em: 08/11/2011.
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29
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2010. 58f. Dissertação (Pós-Graduação em Ciências Veterinárias) – Universidade Federal do
Mato Grosso, Cuiabá, 2010.
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TILLEY, L.P.; SMITH, JR., FRANCIS, W.K. Consulta veterinária em 5 minutos: espécie
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ANEXOS
LISTA DE ANEXOS
ANEXO A
Ficha clínica de atendimento .......................................................................... 34
ANEXO B
Requerimento de pedido de exames ............................................................... 35
ANEXO C
Pesquisa de Hematozoário realizado na clínica .............................................
36
ANEXO D
Hemograma completo realizado na clínica ....................................................
37
32
ANEXO A – Ficha de atendimento.
33
ANEXO B - Requerimento de pedido de exames
34
ANEXO C - Pesquisa de Hematozoário realizado na clínica
Paciente: (U1) NICK
Registro: 44020
Dr.(a) : MURICI BELO SEGATO
Dt.Impressao: 29/08/2011
---------------------------------------------------------------Entrada: 29/08/2011
Exame
: PESQUISA DE HEMATOZOARIOS
Material: SANGUE
---------------------------------------------------------------RESULTADO......................:Ehrlichia sp
---------------------------------------------------------------Referência: NEGATIVO
Método: Microscopia de campo
Exame liberado e assinado eletronicamente por:
DRA. NEUZA MARIA C. GUIMARÃES - CRF.1301
35
ANEXO D - Hemograma completo realizado na clínica
Paciente: (U1) NICK
Registro: 44020
Dr.(a) : MURICI BELO SEGATO
Dt.Impressao: 29/08/2011
Dt. Nasc: Nao fornecida
---------------------------------------------------------------Exame
: HEMOGRAMA COMPLETO
Material: Sangue Total
Entrada: 29/08/2011
---------------------------------------------------------------|
| Referencia para (1)
ERITROGRAMA | Valores Encontrados | Idade: Referencia para adulto
-------------|---------------------|---------------------------Hemacias
|
2.2
tera/l
| 4.5 a 6.0
Hematocrito |
20
%
| 40.0 a 51.0
Hemoglobinas |
6.6
g/dl
| 13.0 a 18.0
VCM
|
90.91 ft
| 81.0 a 94.0
HCM
|
30.00 pg
| 27.0 a 32.0
CHCM
|
33.00 g/dl
| 32.0 a 36.0
Eritroblastos|
03 /100 leuco |
0
-------------|---------------------|---------------------------Plaquetas
|
80.000
| 140.000 a 500.000 Pla./mm3
-------------|---------------------|---------------------------Observacoes:
*Poiquilocitose (+)
Anisocitose (++) Microcitose (++)
Hipocromia (+)
(U1) NICK
---------------------------------------------------------------LEUCOGRAMA
|Relativos |Absolutos | Relativos | Absolutos
|
%
|
x106/l |
%
| x106/l
-------------|----------|----------|-----------|---------------Leucocitos
|
100
|
5728
|
100
| 4500 a 10000
Mielocitos
|
00
|
0
|
0
|
0
Metamielocit.|
00
|
0
|
0 a 1 |
0 a
100
Bastonetes
|
02
|
115
|
1 a 5 |
45 a
500
Segmentados |
73
|
4181
|
50 a 60 | 2250 a 6000
Neutr.Totais |
75
|
4296
|
51 a 65 | 2295 a 6500
Eosinofilos |
01
|
57
|
1 a 4 |
45 a
400
Basofilos
|
00
|
0
|
0 a 1 |
0 a
100
Linfocitos
|
22
|
1260
|
20 a 33 | 900 a 3300
Linf.atipicos|
00
|
0
|
0
|
0
Monocitos
|
02
|
115
|
2 a 8 |
90 a
800
Plasmocitos |
00
|
0
|
0 a 1 |
0 a
100
-------------|---------------------|---------------------------(1) Ref. Fontes: Oski, Miale, Costa Vaz, Wintrobe, Tietz, Mod. p/ Araujo
Exame liberado e assinado eletronicamente por:
DRA. NEUZA MARIA C. GUIMARÃES - CRF.1301
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