ÁREA DE OPERAÇÕES INDUSTRIAIS 2
GERÊNCIA SETORIAL 2
ARENAS MULTI-USOS
Maio de 1997
1
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO............................................................................................................................... 3
2. DEFINIÇÃO ....................................................................................................................................3
3. IMPORTÂNCIA............................................................................................................................... 4
4. DESENVOLVIMENTO.................................................................................................................... 5
5. FATORES DE VIABILIDADE .......................................................................................................... 6
5.1. Localização.............................................................................................................................6
5.2. Zona de Influência..................................................................................................................7
5.3. Capacidade de Público .......................................................................................................... 7
5.4. Administração.........................................................................................................................8
5.5. Programação de Eventos ....................................................................................................... 9
5.6. Fontes de Receita ..................................................................................................................10
5.7. Instalações .............................................................................................................................11
5.8. Custo......................................................................................................................................12
5.9. Taxa de Retorno.....................................................................................................................12
6. ARENAS NO MUNDO...................................................................................................................13
7. ARENAS NO BRASIL .................................................................................................................... 14
ANEXO - DADOS DE ALGUMAS ARENAS.....................................................................................17
2
1. INTRODUÇÃO
Ø O setor de entretenimento e lazer tem sido apontado como uma das indústrias que vai apresentar
maior crescimento nos próximos anos.
Ø Além de propiciar alternativas de diversão para a população local e de ser responsável pelo
incremento do fluxo turístico, este setor tem se caracterizado como grande absorvedor de mão-deobra.
Ø As arenas multi-usos, como centros de lazer, vão se transformando, neste contexto, em importantes
unidades para esta indústria.
Ø Este texto é o registro de informações básicas sobre arenas multi-usos. Estas informações poderão
ser ampliadas a partir da publicação de estudos a serem realizados à medida que estas instalações
se tornem mais difundidas e a partir da análise dos projetos.
Ø No que se refere, particularmente, à realização de eventos esportivos, formação de times e melhoria
do desempenho esportivo brasileiro, sugere-se a consulta ao texto, Esportes no Brasil - Situação
Atual e Propostas para Desenvolvimento.
2. DEFINIÇÃO
Ø Arenas multi-usos ou multi-propósitos são instalações, de diferentes portes como ginásios e
estádios, onde se realizam eventos de diversas naturezas:
•
espetáculos culturais como concertos, shows, peças de teatro, circo;
•
apresentações esportivas, tanto individuais quanto coletivas;
•
exposições comerciais, seminários, congressos;
•
convenções partidárias;
•
cultos e pregações religiosas;
•
rodeios;
•
motocross;
•
luta livre.
Ø As arenas multi-usos incorporam, necessariamente, diversas tecnologias:
•
recursos de iluminação;
3
•
recursos de sonorização;
•
diferentes pisos que são trocados;
•
cadeiras retráteis;
•
coberturas que podem, em alguns casos, ser abertas;
•
climatização do ambiente;
•
instalações para transmissão de TV;
•
telões.
Ø Podem ser apontadas, ainda, as seguintes características:
•
possuem times que são considerados as âncoras das arenas;
•
integram-se à vida da cidade, atuando como centro de lazer e possuem lojas, restaurantes e
bares abertos também ao público externo;
•
possuem cadeiras privativas, suites e camarotes com serviços de alimentação;
•
algumas oferecem serviços de hospedagem, centros de convenções, anexos para eventos
menores e restaurantes exclusivos.
•
a capacidade de público é variável de acordo com o evento - basquete, beisebol ou concertos,
entre outros;
•
em alguns casos excepcionais, a própria arena principal pode ser dividida para realização de
eventos simultâneos;
•
funcionam de forma semelhante a um shopping center , embora sejam de operação mais
complexa.
Ø Surgiram nos Estados Unidos onde havia violência nos ginásios e estádios, e transformaram o
comparecimento aos eventos em um programa para todas as pessoas.
Ø A flexibilidade da arena é um aspecto importante.
As grandes arenas (estádios) são menos múltiplas do que as pequenas arenas (ginásios). Eventos
de grande porte como os mega-shows não são muito freqüentes. Assim, são mais restritas quanto à
geração de receitas.
Ø Existem, no mundo, ginásios e estádios atualizados tecnologicamente que, no entanto, não podem
ser considerados multi-usos por não disporem de muitas características descritas anteriormente.
3. IMPORTÂNCIA
Ø Permite a inserção das cidades no circuito dos eventos internacionais, trazendo os consequentes
benefícios.
Ø Torna-se, por suas próprias instalações, uma importante atração turística da cidade.
4
Ø Atraem investimentos, em sua área de influência, na construção de hotéis, restaurantes, etc.
Ø Torna-se importante instrumento para o lazer e entretenimento da população local.
Ø Permite a frequência de novo público aos eventos, público afastado em razão da falta de segurança
e de conforto das unidades tradicionais.
Ø Cria muitos empregos diretos - cerca de 200 - e indiretos - em torno de 1.500 pessoas por evento.
Ø Contribui para a boa condução e desenvolvimento dos esportes nos paises, trazendo conseqüentes
vantagens para a população, principalmente no que se refere a:
•
desenvolvimento de novos atletas;
•
disseminação da prática dos esportes;
•
programas de revitalização de centros de cidades como, por exemplo, a Nymex Manchester .
4. DESENVOLVIMENTO
Ø A partir da possibilidade de realização de alguns esportes em um mesmo local surgiram as quadras,
ginásios e estádios polivalentes.
Ø Com a crescente utilização do mesmo espaço para realização de shows houve necessidade de
incorporação de tecnologias de propiciassem esse uso.
Ø Os grandes ginásios e estádios esportivos, por não apresentarem retorno econômico para o
investimento realizado, eram construídos em sua grande maioria por iniciativa dos governos.
Ø Essa situação, no entanto, tem mudado nos últimos anos por diversas razões:
Ÿ os estados e prefeituras começaram a privatizar estas instalações visando concentrar seu foco de
ação em suas funções básicas ou simplesmente diminuir o prejuízo do estado ou município;
Ÿ isto levou ao surgimento, no mundo, de empresas especializadas em administração de
instalações esportivas, que através de contratos de gestão, se remuneram com a participação na
economia que fazem para o governo;
Ÿ com a mídia concentrada, caminhando para uma mídia não convencional, tendo em vista a
diminuição do poder da TV de passar mensagem, os esportes e shows passaram a ser
instrumentos de marketing ;
Ÿ assim, os ginásios e estádios e mesmo os centros de convenções passaram a ser importantes
instrumentos de difusão de marca;
Ÿ isso despertou a iniciativa privada para a construção de unidades esportivas como arenas e
estádios particulares próprios.
5
Ø Estes empreendimentos esportivos requerem mudanças comerciais e de marketing, entre outras,
muito rápidas, o que os tornam indicados para administração privada.
Ø Todos estes fatores contribuíram para o surgimento do conceito de arenas multi-usos.
5. FATORES DE VIABILIDADE
Ø O estudo de viabilidade de uma arena multi-usos é complexo. Alguns dos fatores a serem avaliados
neste estudo são:
5.1. localização;
5.2. zona de influência;
5.3. capacidade de público;
5.4. administração;
5.5. programação de eventos;
5.6. fontes de receita;
5.7. instalações;
5.8. custos;
5.9. taxa de retorno.
5.10.
Ø No estudo de viabilidade deve-se levar em consideração também:
•
o conceito de “rede de arenas” facilita a programação de eventos;
•
a arena envolve um trabalho intensivo de marketing;
•
a população da cidade deve se orgulhar em sediar a arena.
Ø O apoio governamental pode ser importante para a construção e operação da arena através de
serviços de segurança, controle do trânsito, etc.
Ø Como há interesse da comunidade na construção dessas arenas, em muitos casos o próprio terreno
é doado pela Prefeitura.
Ø Em geral, verifica-se a construção de apenas uma arena por cidade, com poucas exceções.
5.1. Localização
Ø É necessário amplo estudo para determinar a capacidade de atração do local.
6
Abrange pesquisa sócio-econômica que analisa: renda familiar, número de domicílios, faixas de renda,
percentual de gastos em lazer e cultura, potencial de consumo, satisfação e desejos de consumo,
hábitos, tempo disponível, locais preferidos e distâncias percorridas na zona de influência da arena.
Ø A localização de uma arena deve levar em consideração a integração da arena à vida da cidade,
atuando como centro de lazer.
Ø O acesso é um fator determinante da localização. Deve ser garantido acesso ao público, de forma
rápida e confortável, utilizando principalmente metrô, trem e carros.
Ø Nos casos internacionais, as arenas situam-se próximas a estações de metrô e apresentam fácil
acesso de ônibus e trens.
Ø O estacionamento é um ponto crítico a ser analisado:
A relação lugares: vagas de estacionamento é variável de acordo com a localização da arena. Em
algumas instalações internacionais essa relação chega a 2:1.
Ø Para equacionamento desta questão, além da construção de grandes estacionamentos
subterrâneos, observa-se em algumas arenas:
Ÿ construção de estacionamento no local, apenas para os camarotes e cadeiras privativas;
Ÿ construção de estacionamento em distância caminhável, até 800 metros por exemplo;
Ÿ convênios para utilização noturna de garagens de edifícios num raio de alguns quilômetros ao
redor da arena, e publicação de folheto especificando os edifícios e o número de vagas
disponíveis;
Ÿ utilização de estacionamento remotos de retenção com aluguel de terrenos, pavimentação,
iluminação e construção de cercas.
5.2. Zona de Influência
Ø A zona de influência de uma arena multi-uso é variável, ou seja, se expande ou se contrai de acordo
com a característica do evento: local, regional, nacional ou internacional.
Ø A zona primária de influência mínima para os eventos deve ser toda a cidade.
Ø O cálculo da zona de influência é diferente daquele de um shopping center. No shopping center
trabalha-se muito com a compra por impulso, na arena a compra é programada.
5.3. Capacidade de Público
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Ø A capacidade de público de uma arena deve ser determinada de acordo com os eventos a serem
programados, simultaneamente ao estudo de outros fatores de viabilidade como: localização,
mercado e infra-estrutura necessária e disponível.
Ø Com a transmissão dos eventos, principalmente os esportivos, pela TV, e com a disseminação da
pay per view TV , poucos espetáculos exigem arenas de grande capacidade.
Ø A construção de grandes arenas só se justifica no caso dos eventos esportivos internacionais, pelos
quais há uma disputa acirrada dos países para sediá-los;
Ø O público das arenas estaria limitado por uma capacidade que não desperdice a receita que pode
ser gerada por uma demanda reprimida e que ao mesmo tempo valorize cada ingresso disponível na
arena.
Ø A boa visualização do evento em todos os lugares também é determinante da capacidade de público
da arena.
Ø Para os eventos esportivos, na determinação da capacidade mínima, devem ser respeitadas as
exigências para competições internacionais da Federação Internacional de cada modalidade.
Ø Dependendo do tipo de evento, a capacidade máxima de público pode ser elevada, com a utilização
do piso da arena.
5.4. Administração
Ø A capacidade de operação e de organização de eventos da empresa operadora é fator fundamental
para a viabilização do empreendimento.
Ø Tendo em vista que os eventos são de diversas tipos, possuir uma administradora experiente é uma
condição necessária.
Ø Existem poucas empresas mundiais atuantes nesta área tendo em vista que a administração desse
tipo de instalação por empresas privadas é recente.
Ø No mundo as principais empresas especializadas na administração destes empreendimentos são as
americanas Ogden, SMG e LMI.
Ø A privatização das instalações esportivas governamentais e a construção de arenas multi-usos pela
iniciativa privada, devem levar muitas empresas a se especializarem nesta área.
Ø Além da preocupação em preencher o calendário de eventos com anos de antecedência, do intenso
trabalho de marketing necessário, tem-se que manter e aprimorar a qualidade dos serviços
oferecidos e efetuar a manutenção e atualização tecnológica do empreendimento.
•
Pesquisas contínuas, operações modernas, mão-de-obra treinada, acompanhamento da
mudança de preferência dos consumidores, são aspectos fundamentais para manutenção do
sucesso.
8
•
A administração deve ainda, acompanhar as inovações e efetuar treinamento constante em
técnicas administrativas, financeiras e de marketing.
Ø Os contratos de operação devem ter prazos estabelecidos de pelo menos dez anos.
Ø Estas empresas trabalham, em geral, com mais de uma arena assegurando a programação e dando
escala aos contratos.
Ø As empresas administradoras estão associadas, em alguns casos, aos sócios proprietários ou aos
empreendedores.
5.5. Programação de Eventos
Ø As arenas multi-uso devem obedecer a uma segmentação natural daquilo que a população da área
de abrangência gosta.
Ø Deve-se avaliar os eventos, principalmente esportivos, mais populares no país e
potencial e possibilidades de crescimento:
aqueles com
•
é preciso trabalhar com calendários de eventos com programação para vários
contratada;
•
mesmo antes da construção da arena, já se deve ter contratada a programação;
•
deve apresentar um mix variado de eventos.
anos já
Ø As grandes arenas multi-uso têm programação anual com atividades contínuas, apresentando média
acima de um evento diário.
Ø Devem ser características da programação:
•
eventos locais, regionais, nacionais e internacionais;
•
continuidade de eventos;
•
divulgação dos eventos;
•
moldagem de todos os eventos como produtos para TV.
Ø Observa-se particularmente quanto aos eventos esportivos:
•
a atração do público depende da força das modalidades esportivas;
•
a organização da gestão dos esportes é fundamental para o sucesso desses eventos;
•
há utilização de times esportivos competitivos como âncoras das arenas. Geralmente, times de
dois esportes diferentes com identificação própria;
•
pode haver contratação de outros times para apresentações periódicas;
9
•
deve haver a realização de eventos de exibição para difundir outras modalidades esportivas.
Ø As administradoras das arenas fecham contratos de exclusividade com diversos artistas para
apresentações em datas pré-determinadas.
5.6. Fontes de Receita
Ø Os esportes e shows passaram a ser instrumentos de marketing.
Ø As arenas multi-uso são importante instrumentos para difusão de marcas.
Ø Sendo uma arena, basicamente, um local que aluga espaço, a propaganda tornou-se a fonte
principal de receita.
Ø O objetivo passou a ser colocar pessoas dentro da arena para vender produtos.
Ø Grande parte da receita de uma arena é antecipada com patrocínio, luva de lojas, restaurantes,
quiosques, etc.
Ø Trabalha com grande área de cadeiras especiais e de camarotes.
Ø As principais fontes de receita e algumas características que apresentam são:
•
Propaganda:
- utilização do nome da arena como Nec Birmingham, Nymex Manchester, United Center (United
Airlines/Chicago Bulls), Fleet Center). Estes contratos, em geral, variam em torno de 15 a 20 anos e
podem custar de US$ 20 milhões a US$ 30 milhões;
- patrocínio dos times;
- publicidade na estação interna de TV com televisões e telões por toda a arena. Não se perde o
evento em qualquer parte da arena;
- merchandising estático nas quadras, estacionamento, etc;
•
Alimentação:
-
•
concessões;
exclusividade na venda de produtos de alimentação;
praça de alimentação com cardápios especiais;
eventos programados de forma a que o público faça refeições no local;
diversos intervalos durante a realização do evento;
Bilhetagem:
- Ingresso;
- venda antecipada;
- patrocínio impresso no ingresso;
10
•
Concessão de lojas e serviços;
•
Transmissões pela TV - eventos de arena são propícios para transmissão ao vivo;
•
Aluguel de camarotes e cadeiras especiais:
- as empresas utilizam os camarotes como estratégias de marketing para pessoas jurídicas;
•
Estacionamento;
•
Licensing.
5.7. Instalações
Ø As instalações das arenas multi-uso compreendem a arena principal, anexos, restaurantes, bares,
lojas, instalações de apoio etc.
Ø Estas instalações necessitam incorporar novas tecnologias, principalmente devido a flexibilidade
necessária.
Ø Algumas arenas apresentam coberturas retráteis e arquibancadas móveis.
Ø É necessário cumprir:
•
as normas técnicas internacionais;
•
as posturas federais, estaduais e municipais quanto à segurança (corpo de bombeiros),
instalações sanitárias, etc;
•
as exigências detalhadas das Federações e dos demais organismos reguladores esportivos, que
incluem as dimensões de quadras e alturas das arenas.
Ø Deve apresentar ainda:
•
facilidade de acesso e reserva de um percentual de todas as categorias de ingressos para os
deficientes;
•
design moderno com curva de visibilidade parabólica ao invés de linear;
•
bons locais para juízes, técnicos, atletas, imprensa e televisão;
•
facilidade do público estacionar, sentar, ver as jogadas de forma adequada de acordo com cada
modalidade esportiva - existe esporte para ver de perto ou de longe e esporte para ver de cima
ou de baixo (hockey é para ver de cima, o boxe quanto mais perto melhor).
Ø Exigem soluções técnicas específicas, como:
•
isolamento acústico, térmico, refrigeração, etc.;
11
•
iluminação adequada para a televisão, equacionando também os problemas de luz nos olhos em
alguns esportes e considerando as diferenças de iluminação diurna e noturna.
Ø A facilidade de manutenção das instalações é uma outra variável a ser considerada.
Ø A instalações necessitam ser constantemente atualizadas tecnologicamente, acompanhando a
evolução dos esportes, o surgimento de novas modalidades esportivas, a mudança das regras
pelas Federações e as mudanças nas posturas e normas técnicas.
Ø Nos projetos estruturais, de instalações elétricas, hidráulicas e ar condicionado, etc, por serem
complexos, as empresas realizam associações com outras empresas especializadas para atuarem
de forma mais abrangente e aprimorada.
Ø A estrutura geralmente é
construção.
metálica,
pois apresenta custos menores e maior facilidade para
Ø Os prazos de construção são variáveis de acordo com o porte e sofisticação da arena, observandose prazos, em geral, de dois a três anos.
Ø Também a construção tem sofisticações, e assim como os projetos arquitetônicos e de engenharia,
são desejáveis associações com empresas experientes.
5.8. Custo
Ø O custo de construção de arenas multi-uso é bastante variável em função principalmente de:
•
sofisticação das instalações, dos camarotes, das cadeiras especiais, etc;
•
cobertura ser retrátil ou não;
•
custo do terreno.
Ø Há poucas informações sobre custo, tendo sido informado um valor de US$ 2.200 a US$ 2.500 por
pessoa, sem terreno, para as arenas americanas.
Ø A construção da arena Saitama, no Japão, orçada em US$ 750 milhões de dólares, foi uma das
maiores concorrências mundiais dos últimos anos. Possui diversas sofisticações, entre elas, a
arquibancada corre, podendo ser utilizada como um ginásio ou estádio.
5.9. Taxa de Retorno
Ø Todos os fatores considerados na viabilidade influenciam a taxa de retorno.
Ø A taxa de retorno varia principalmente em função do valor do terreno e do estacionamento.
Ø Algumas informações para determinadas arenas apontam taxas em torno de 20%.
12
6. ARENAS NO MUNDO
Ø O conceito de arena multi-uso com a incorporação de modernas tecnologias é recente.
Ø Embora existam, no mundo, diversos ginásios e estádios com requisitos tecnológicos modernos,
muitos deles não apresentam todos os requisitos para serem considerados arenas multi-uso, a
exemplo do San Jordi, Badolona e Tokyo Dome.
Ø A maioria das arenas multi-uso encontra-se nos Estados Unidos mas já existem também na Europa,
Ásia e Oceania e guardam, de modo geral, as principais características daquelas americanas
embora verifique-se a participação do Governo em algumas delas mesmo que de forma indireta.
Ø Na América Latina não há, ainda, nenhuma arena com as características multi-usos.
Ø Mesmo nos EUA, o surto de construção dessas arenas é recente, pois as ligas profissionais deram
um prazo para os times construírem e só recentemente o público passou a exigir este tipo de
instalação.
Ø Algumas das principais arenas são:
◊ Nos Estados Unidos:
•
Gund Arena (Cleveland)
•
Fleet Center (Boston)
•
United Center (Chicago)
•
Madson Square Garden (New York)
•
Georgia Dome (Atlanta)
•
Buffalo (Nova York)
•
Microsoft (Seattle)
•
Miami Arena
•
Corestates Center (Philadelphia)
◊ No Canadá:
•
Skydome Stadium.
•
o estádio dispõe de um sofisticado hotel, que possui apartamentos
camarote, restaurantes, lojas e uma filial do Hard Rock Café.
◊ Na Coréia:
•
o Sarjic Main Stadium
13
funcionando como
•
Multiple Sport Complex, em Pusan
◊ Na Europa:
•
Oberhausen, na Alemanha;
•
Nymex Manchester , na Inglaterra;
•
Amsterdam Ajax, na Holanda;
•
Irlanda (em construção).
Ø Os dados de algumas arenas são apresentadas no anexo.
7. ARENAS NO BRASIL
Ø O Brasil só nos últimos anos tem despertado para a indústria de entretenimento e lazer.
Ø O Brasil não apresenta instalações apropriadas para realização de eventos e muitos eventos
internacionais não acontecem no país por falta de lugares apropriados para sua realização.
•
Os eventos musicais, com exceção de poucas capitais, onde existem algumas casas de
espetáculos são realizados em lugares improvisados.
•
Em geral, são utilizados os ginásios e estádios esportivos para realização desses eventos,
mesmo que não disponham de tecnologia apropriada.
•
Dessa forma, há uma disputa por espaço, com um evento prejudicando a realização do outro.
Ø Além disso, os ginásios e estádios brasileiros de grande porte, em sua maioria de propriedade do
governo estadual ou municipal, apresentam diversos problemas, como por exemplo:
Ÿ
não são realizadas manutenções adequadas;
Ÿ
não possuem locais propícios para transmissão dos eventos pela TV;
Ÿ
não dispõem de estacionamento, iluminação, segurança, etc, adequados;
Ÿ
as opções de hospedagem são distantes.
Ø Os centros de convenções, com as mesmas características dos ginásios e estádios esportivos, não
apresentam agilidade operacional para captação de eventos internacionais.
Ø Assim, a construção de arenas multi-usos no país é uma necessidade.
Ø Algumas das contribuições que a construção de arenas multi-usos podem trazer para o Brasil são:
•
inserção no circuito dos eventos internacionais, trazendo diversos benefícios;
•
criação de alternativas de diversão para a população local;
14
•
incremento do fluxo turístico;
•
desenvolvimento dos esportes;
•
criação de oportunidades de investimento empresarial em marketing esportivo;
•
desenvolvimento de novas modalidades esportivas;
•
criação de grande número de postos de trabalho;
•
valorização de eventos que já são realizados no Brasil.
Ø Segundo alguns especialistas a capacidade de público de arenas multi-usos no Brasil seria:
•
sem futebol - em torno de 15.000 lugares para aquelas situadas nas grandes cidades e de 7.000
lugares para aquelas situadas em cidades menores.
•
com futebol - em torno de 35.000 lugares.
•
deve-se levar em consideração, no entanto, as grandes diferenças regionais brasileiras.
Ø Os problemas de acesso, infra-estrutura e estacionamento vão ser grandes obstáculos para
determinação da localização das arenas multi-uso brasileiras.
Ø A ausência de tecnologia de construção brasileira vai ser sentida principalmente na montagem das
estruturas e instalações.
Ø Grande parte dos equipamentos das arenas como cadeiras, pisos, etc. deverão ser importados.
Ø Outras dificuldades referem-se a:
•
o Brasil possui bons promotores de eventos culturais e musicais mas tem poucas empresas
especializadas em administração de eventos esportivos;
•
os shows já têm produtos prontos para serem vendidos mas os produtos esportivos precisam
acontecer, sendo necessário, portanto, o desenvolvimento do esporte no Brasil.
Ø Futebol de campo, de salão, de areia e o vôlei, seguidos pelo basquete e pelo vôlei de praia, podem
servir como âncoras de arenas brasileiras.
Ø Com o acesso de um novo público aos eventos, o Brasil reúne as condições para tirar proveito de
todas as potencialidades de geração de receita das arenas.
Ø A potencialidade do país é enorme, para exemplificar pode-se citar a realização de rodeios e o
grande público que esses eventos atraem em quase todo o país.
Ø No que se refere à zona de influência dos eventos realizados no país, os eventos internacionais
realizados no sul do país poderiam ter uma abrangência internacional.
15
Ø Alguns fatos demonstram a evolução do conceito multi-usos no país:
•
o São Paulo Futebol Clube está reformando seu estádio e incorporando algumas tecnologias
multi-usos;
•
o Metropolitan no Rio de Janeiro, além de shows musicais está preparado para realizar outros
eventos como lutas;
•
o projeto apresentado pelo ganhador da primeira licitação para privatização do Maracanã, além
de atualizar tecnologicamente o estádio, transformaria o Maracanãzinho em uma arena multiusos;
•
já está em análise, inclusive por fundos de pensão, projeto de rede de arenas no país.
16
Ø Corestates Center:
Ø Anaheim Arena:
•
Local: Flórida, Estados Unidos.
•
Local: Philadelfia, Estados Unidos.
•
Investimento: US$ 130 milhões.
•
Investimento: US$ 210 milhões.
•
Usos: basquete e teatro, musical, etc.
•
Usos: esportes, musicais, convenç
•
Time da casa: Might Ducks (hockey).
•
Time da casa: Philadelfia 76 ers (b
•
Capacidade: 20.000 pessoas.
•
Capacidade: 20.000 pessoas.
•
Facilidades: restaurantes, camarotes, cadeiras móveis.
•
Facilidades: restaurantes, camarot
Ø Mullins Center:
•
Local: Amherst, Massachusstes, Estados Unidos.
•
Investimento: US$ 45 milhões.
•
Usos: basquete, hockey e musicais.
•
Capacidade: 20.000.
ANEXO - DADOS DE ALGUMAS ARENAS
Ø Fleet Center
•
Local: Boston, Estados Unidos.
•
Usos: basquete, hockey, basebal, circo, ice shows, musicais.
•
Time da casa: Boston Celtics (basquete), Boston Bruins (hockey).
•
Capacidade máxima: 19.500; basquete -18.854; hockey 17.565.
•
Facilidades: 2 restaurantes, bares, clubes privados, salões, 104 camarotes, cadeiras especiais.
Ø Kingdome
•
Local: Seattle, Estados Unidos.
•
Data de inauguração: 1976.
17
•
Dimensões: 660 feet de diâmetro e 250 feet de altura até o ápice do teto.
•
Investimento: US$ 67 milhões.
•
Usos: futebol, basebal, shows, concertos.
•
Time da casa: Seattle Mariners e AL Seattle Pistols.
•
Capacidade: basebal - 59.166; futebol - 66.000.
•
Facilidades: estádio coberto com estrutura de ligas superleve (Tenstar Dome).
Ø The Rose Garden
•
Local: Portland, Oregon, Estados Unidos.
•
Usos: basquete, shows.
•
Capacidade: 20.000.
•
Facilidades: proximidade com outros centros a Coliseum (capacidade 12.500) e de Oregon
Convention Center, shuttle bus para levar de estacionamento nas cercanias até a arena.
Ø United Center
•
Local: Chicago; Estados Unidos.
•
Data de inauguração: 1994.
•
Usos: basquete, shows.
•
Time da casa: Chicago Bulls (basquete).
•
Capacidade: 21.711.
•
Facilidades: camarotes, salão de festas.
Ø Georgia Dome:
•
Local: Atlanta, Estados Unidos.
•
Data de inauguração: 1992.
•
Investimento: US173 milhões.
•
Usos: esportes, feiras comerciais, reuniões, concertos, convenções.
•
Time da casa: Atlanta Falcons (futebol).
•
Capacidade: 70.500.
•
Facilidades: estrutura é facilmente convertida para outra dado uma rede de catwalks e teto de
material de ligas superleve.
Ø Corel Center
•
Local: Ottawa, Canadá.
•
Usos: hockey, outros esportes, musicais, shows.
•
Time da casa: Otawa Senators (hockey).
18
•
Capacidade: 18.500.
Ø Amsterdam Arena
•
Local: Amsterdam, Holanda.
•
Usos: futebol e outros esportes, shows e atividades infantis.
•
Time da casa: Ajax (futebol).
•
Capacidade: 50.000.
•
Facilidades: teto retrátil que abre ou fecha em 15 minutos, 2 andares de lojas, cinema,
restaurante.
obs.: completa o Olympic Stadium já existente.
Ø Oberhausen
•
Local: Oberhausen, Alemanha.
•
Data de inauguração: 1996.
•
Usos: ice hockey, handball, basquete, concertos.
•
Capacidade: 20.000.
•
Facilidades: serviços de alimentação, camarotes, cadeiras especiais.
Ø SkyDome
•
Local: Toronto, Canadá.
•
Data de inauguração: 1989.
•
Investimento: US$ 500 milhões.
•
Usos: basquete, baseball, futebol; sedia a Canadian Football League, concertos, shows, etc.
•
Time da casa: Toronto Blue Jays (beisebol), Argonauts, Toronto Raptors (basquete).
•
Capacidade: baseball - 50.600; futebol - 53.000; concertos -55.000; outros - 67.000.
•
Facilidades: conversão de piso de uma atividade para outra em 10-12 horas e abre ou fecha o
teto em 20 minutos; 161 camarotes de 16 a 40 pessoas, 5.800 cadeiras especiais privadas,
Jumbo Tron, restaurantes para 650 pessoas, american bar, 348 quartos de hotel.
obs.: financiado pelo governo da província de Ontario e da cidade de Toronto e por 30 empresas
privadas.
Ø Sajik Multiple Sports Complex
•
Local: Pusan, Coréia.
•
Data de inauguração: 1998/9.
•
Investimento: US$ 210 milhões.
•
Usos: baseball, futebol, natação, tênis, atletismo, hockey, hipismo, ciclismo, festival de artes,
música, exposições e convenções.
19
•
Time da casa: time de baseball de Pusan.
•
Capacidade: baseball - 30.000; futebol - 80.000; tênis - 500; piscina - 3.000; ginásio de atletismo 15.000.
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Facilidades: composto de 2 complexos de esporte com estádio de baseball, campo de atletismo,
piscinas e um estádio principal assim como uma vila de atletismo; assentos móveis no 1º nível;
restaurantes, lojas, camarotes.
Ø Wembley National Stadium
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Local: Wembley, Inglaterra.
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Data de inauguração: em construção.
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Investimento: US$ 200 milhões.
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Usos: futebol, rugby, box, atletismo, shows.
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Capacidade: 80.000.
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Facilidades: teto retrátil, assentos próximos são móveis, camarotes, serviços de alimentação.
obs.: parte de um complexo Wembley Park que inclui Wembley Arena (12.000) e Wembley Conference
and Exihibition Centre.
Ø Chun Li Stadium
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Local: Taipei, Taiwan.
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Investimento: US$ 6 milhões.
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Usos: tênis e diversos.
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Capacidade: 15.000.
Ø Nymex Manchester
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Local: Manchester, Inglaterra.
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Investimento: US$ 62 milhões.
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Usos: esportes, concertos, shows.
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Time da casa: Manchester United (futebol).
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Capacidade: 19.000.
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Facilidades: edifício misto escritório e hotel, lojas, restaurantes.
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ARENAS MULTI-USOS